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eSocial para Órgãos

Públicos - RPPS
Ficha técnica

Coordenadora Técnica:
Laura Schwerz

Conteudistas:
Augusto Ferreira de Lima
Cleide Pereira de Melo da Costa
Sharles Souza de Sá

Coordenação de Produção:
Equipe de produção DIEAD/ESAF
Sumário

Módulo 1 – Tópicos iniciais do eSocial.....................................................................4

Apresentação........................................................................................................... 4

1.1 Introdução................................................................................................................... 4

1.2 Quem está obrigado ao eSocial?............................................................................... 7

1.3 Base normativa para envio de dados por meio do eSocial...................................... 8

1.4 Como o sistema funcionará na prática?.................................................................... 9

1.5 Os objetivos e vantagens do eSocial......................................................................... 9

Encerramento do módulo 1..................................................................................... 12

Leitura complementar............................................................................................. 13

GLOSSÁRIO............................................................................................................ 15
Módulo 1 – Tópicos iniciais do eSocial

Apresentação
Seja bem-vindo ao Módulo 1 – Tópicos iniciais do eSocial. Neste módulo serão abor-
dados os seguintes conteúdos:

§§ Introdução
§§ Quem está obrigado ao eSocial?
§§ Base normativa para envio de dados por meio do eSocial.
§§ Como o sistema funcionará na prática?
§§ Os objetivos e vantagens do eSocial.

Também deverão ser realizadas as seguintes atividades:

§§ Leitura do conteúdo; e
§§ Exercício Avaliativo 1.

Desejamos sucesso nas atividades!

1.1 Introdução
O eSocial é um projeto idealizado pelo Governo, por meio do
Decreto nº 8373/2014, que instituiu o Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas.

O eSocial estabelece a forma com que passam a ser prestadas


as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fis-
cais de todos os trabalhadores brasileiros, inclusive dos servi-
dores públicos, nas esferas federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal.

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Importante
Portanto, não se trata de uma nova obrigação tributária acessó-
ria, mas uma nova forma de cumprir obrigações trabalhistas,
previdenciárias e tributárias já existentes. Com isso, ele não
altera as legislações específicas de cada área, mas apenas cria
uma forma única e mais simplificada de atendê-las. (Manual de
Orientação do eSocial versão 2.4).

Atualmente, são aproximadamente 2.100 Entes Federativos que possuem Regime


Próprio de Previdência Social (RPPS), espalhados em todo o território nacional.

REGIME PREVIDENCIÁRIO

SERVIDORES ATIVOS
REGIME N° ENTES %
RGPS RPPS TOTAL

RGPS 3491 62% 1760995 0 1760995

RPPS 2105 38% 1155803 6308893 7464696

TOTAL 5596 100% 2916798 6308893 9225691

Municípios: 5568
32% 68% 100%
RPPS = 2077 RGPS = 3491

Fonte: SRPPS/SPREV/MF - exercício de 2017

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A prestação das informações pelo eSocial substituirá, na forma disci-
plinada pelos órgãos ou entidades partícipes, o procedimento do envio
das mesmas informações por meio de diversas declarações, formulá-
rios, termos e documentos relativos às relações de trabalho.

As informações referentes a períodos anteriores à implantação do eSocial devem ser


enviadas pelos sistemas utilizados à época.

A recepção dos eventos pelo eSocial não significa o reconhecimento da legalidade


dos fatos neles informados. (Manual de Orientação do eSocial versão 2.4)

E qual é o desafio do eSocial? Unificar a prestação das informações,


obrigações acessórias, previdenciárias, trabalhistas e fiscais, tais
como: RAIS, Dirf, GFIP, Caged, CAT, dentre outros.

Fluxo atual, antes da implantação do eSocial (Internet, 2017)

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Os órgãos públicos da administração direta, indireta, autárquica e fundacional da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios passaram a ser obrigados a
enviar informações previdenciárias através do eSocial conforme cronograma dispo-
nível no Portal do eSocial.

Eventos do eSocial - Sequenciamento

Fluxo após adoção do eSocial (Internet, 2017)

1.2 Quem está obrigado ao eSocial?


Todo aquele que contratar prestador de serviço, pessoa física
ou jurídica, e possua alguma obrigação trabalhista, previden-
ciária ou tributária, em função dessa relação jurídica, por for-
ça da legislação pertinente, está obrigado a enviar informações
decorrentes desse fato por meio do eSocial.

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O obrigado poderá figurar nessa relação como empregador, nos termos defi-
nidos pelo art. 2º da CLT ou como contribuinte, conforme delineado pela Lei
nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN), na qualidade de em-
presa, inclusive órgão público, ou de pessoa física equiparada à empresa,
conforme prevê o art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991.

1.3 Base normativa para envio de dados por meio do eSocial


Como base normativa que subsidia o envio de informações para o eSocial, temos:

a) Decreto Nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, que instituiu o eSocial e dá ou-


tras providências, onde:

Art. 2º (...)

§ 1º A prestação das informações ao eSocial a que estão sujeitos:

III - as pessoas jurídicas de direito público da União, dos Estados, do Dis-


trito Federal e dos Municípios;

§ 3º As informações previdenciárias constantes do eSocial referem-se


aos Regimes Próprios de Previdência Social previstos no art. 1º da Lei nº
9.717 de 27 de novembro de 1998.

§ 4º (...) referem-se a ativos, aposentados, transferidos para reserva re-


munerada, reformados ou reincluídos, seus dependentes e pensionistas,
as informações de outras categorias de segurados amparados em Regi-
me Próprio de Previdência Social com fundamento em decisão judicial ou
em legislação específica do ente federativo.

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b) Resolução do Comitê Diretivo do eSocial n° 03, de 29 de agosto de 2017; retifi-
cada em 01 de dezembro de 2017, que dispõe sobre o início da obrigatoriedade
de utilização do eSocial e demais providências.

c) Resolução do Comitê Gestor do eSocial n° 01, de 20 de fevereiro de 2015, que


regulamenta o eSocial e dá outras providências.

1.4 Como o sistema funcionará na prática?

Na prática, os órgãos públicos terão que enviar periodicamente, em


meio digital com a devida certificação digital, as informações para a
plataforma do eSocial.

Todos esses dados, na verdade, já são registrados, atualmente, em al-


gum meio, como papel e outras plataformas on-line, conforme abor-
dado anteriormente. No entanto, com a entrada em operação do novo
sistema, o caminho será único.

Cabe salientar que os dados reportados serão, obrigatoriamente, en-


viados ao Governo Federal, exclusivamente, por meio do eSocial.

1.5 Os objetivos e vantagens do eSocial

Segundo o Portal do eSocial, a implantação da solução tem por objeti-


vo viabilizar a garantia dos diretos previdenciários e trabalhistas, bem
como racionalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, como
também eliminará a redundância nas informações prestadas pelas
pessoas físicas e jurídicas, e, por conseguinte, aprimorará a qualidade
das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias.

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Quais as principais vantagens do eSocial?

Além da unificação de várias bases, formulários e guias em um único banco de dados,


a utilização do eSocial tende a viabilizar:

a)
A formação do banco de dados nacional dos servidores, previsto no art. 3º da Lei
10.887/2004, para verificar o cumprimento do teto constitucional de remuneração e da
acumulação remunerada de cargos públicos;

b)
Avaliação atuarial com dados consistentes, completos e atualizados da vida funcional e
previdenciária do servidor público;

c)
Identificação de possíveis fraudes na concessão e manutenção de benefícios
previdenciários;

d)
Melhorar a qualidade da contagem recíproca de tempo de contribuição e da compensação
previdenciária entre os RPPS e o RGPS, na forma da Lei nº 9.796/1999, e viabilizar a
compensação entre os RPPS;

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e)
Monitoramento e maior controle na concessão de benefícios de aposentadorias e pensões;

f)
Dentre outras expostas no portal do eSocial.

Importante
Além disso, a geração de informações a partir do cruzamento
com outras bases de dados permitirá aos entes federativos e
órgãos governamentais de controle o acesso as informações
tratadas, bem como a sua manutenção e consistência.

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Encerramento do módulo 1
Parabéns! Chegamos ao final do primeiro módulo. Nesta etapa inicial, você aprendeu
um pouco sobre os conceitos, missão e como o eSocial funcionará na prática, para
registro de informações do trabalhador vinculado ao Órgão Público.

Neste primeiro módulo, aprendemos que:

§§ O eSocial é um projeto idealizado pelo Governo, por meio do De-


creto nº 8373/2014.
§§ O eSocial estabelece a forma com que passam a ser prestadas
as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais
de todos os trabalhadores brasileiros, inclusive dos servidores
públicos, quer esfera federal, estadual, do Distrito Federal ou
municipal.
§§ Atualmente, são aproximadamente 2.100 Entes Federativos que
possuem RPPS, espalhados em todo o território nacional.
§§ Por fim, a prestação das informações pelo eSocial substituirá, na
forma disciplinada pelos órgãos ou entidades partícipes, o pro-
cedimento do envio das mesmas informações por meio de di-
versas declarações, formulários, termos e documentos relativos
às relações de trabalho.

O próximo módulo tratará de conceitos e detalhamento dos principais eventos a se-


rem utilizados pelos entes federativos vinculados ao RPPS na transmissão de dados.

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Leitura complementar
Tipos Regimes Jurídicos

Regime Jurídico é definido como um conjunto de direitos, deveres, garantias, vanta-


gens, proibições e penalidades aplicáveis a determinadas relações sociais (inclui-se
a trabalhista), aplicadas sob a forma de legislação. No que tange a trabalho, o regime
jurídico voltado a ele define os direitos, os deveres e os demais parâmetros que de-
vem regular o relacionamento entre o empregado e o empregador, a saber:

Estatuário

É o vínculo jurídico instituído que liga os servidores públicos civis à administração


pública, estabelecendo seus direitos e deveres. Cada esfera pública possui o seu es-
tatuto (governos federal, estadual, distrital e municipal). No âmbito federal, os servi-
dores públicos são regidos pela Lei n° 8112/1990, de 11 de dezembro de 1990.

Celetista

Também chamado de regime jurídico privado, consiste nas normas da Consolidação


das Leis de Trabalho (CLT), promulgadas pelo Decreto-lei n° 5.452/1943, de 1° de maio
de 1943, e alterações, inclusive a mais recente promovida pela Lei n° 13.467/2017, de
13 de julho de 2017. Cabe informar que aplica-se a CLT aos vínculos empregatícios
em empresas privadas, empresas públicas e afins.

Administrativo Especial

É o regime no qual seus agentes, tipificados de servidores públicos, sujeitam-se ao


regime jurídico especial da Lei n° 8.745, de 9 de dezembro 1993, no âmbito do execu-
tivo federal, e neste caso previsto no art.37, IX da Constituição Federal. Nas unidades
da federação, esse regime encontra amparo de acordo com a legislação vigente. O
servidor sujeito a esse regime está sob a égide do RGPS e só pode ser contratado
temporariamente para atender à necessidade de caráter excepcionalmente de inte-
resse público.

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Militares

O regime jurídico dos militares estaduais é disciplinado em leis próprias, decorrentes


da determinação constitucional contida no art. 42, § 1º da Constituição Federal de
1988, alterado pela Emenda Constitucional n° 18, de 05 de fevereiro de 1998, e demais
legislações vigentes.

Tipos de regimes previdenciários

Segundo Da Cruz (2015)1, o Brasil adota, em síntese, dois modelos de previdência


social:

§§ Modelo de repartição simples, de caráter obrigatório e contributivo, fundamen-


tado no princípio da solidariedade;
§§ Modelo de capitalização, considerado como um regime complementar, de ca-
ráter facultativo.
A saber:

a) Regime Geral de Previdência Social (RGPS): é o regime previdenciário de natureza


pública, filiação obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributi-
vo e solidário, mediante contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada, bem como do trabalhador e dos demais segurados da previdência social.
Segundo Da Cruz (2015), a Constituição Brasileira veda a incidência de contribuição
sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo RGPS.

b) Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): é o regime de natureza pública, filia-


ção obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e
dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
rial. Segundo Da Cruz (2015), cada ente da federação tem competência para, median-
te lei, criar seu próprio instituto de previdência, com a finalidade de atender exclusi-
vamente os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações.
1
DA CRUZ, Célio Rodrigues. Regimes Previdenciários adotados pela Constituição Brasileira. 2015. Disponível
em https://professorceliocruz.jusbrasil.com.br/artigos/215918395/regimes-previdenciarios-adotados-pela-
-constituicao-brasileira. Acesso em 20.10.2017

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GLOSSÁRIO
Dirf: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte.

GFIP: Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social.

Caged: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

CAT: Comunicação de Acidente de Trabalho.

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