Você está na página 1de 20

GEOGRAFIA DO ESTADO DE

RONDÔNIA
APOSTILAS OPÇÃO

As ocupações mais exitosas aconteceram, principalmente,


ao longo dos rios navegáveis (Guaporé, Mamoré e Madeira).
Os colonizadores evitavam adentrar por seus afluentes e
pelos rios encachoeirados, uma vez que eram perigosos para a
navegação e para a segurança da expedição.
Apesar da grande relutância e até mesmo hostilidade dos
índios, a presença de missionários começou a se estabelecer
na região na primeira década de 1700. As missões jesuítas
1. Povoamento e ocupação foram enviadas ao vale do Guaporé, depois ao Mamoré e à foz
dos Vales do Madeira, do rio Machado (também conhecido como Ji-Paraná).
Mamoré e Guaporé Alguns historiadores afirmaram que a primeira expedição
pelo leito do rio Madeira ocorreu no ano de 1723; outros,
disseram que aconteceu em 1725. Não obstante a divergência
Prezados candidatos, por ser nossa matéria, Geografia de de datas, todos noticiam a presença de índios “hostis” que
Rondônia, faremos um abordado geral sobre os fatos viviam na região. O ataque desses índios atemorizava vilas,
históricos de Rondônia, em obediência ao presente edital, no dificultava o comércio e trazia obstáculos para a comunicação
entanto, remetemos-lhes para um estudo mais detalhado e fluvial estabelecida entre os portos de Belém do Pará e Vila
completo, à matéria de História de Rondônia, constante em Bela de Mato Grosso.
nosso material. Todas as tentativas de estabelecer povoamentos ao longo
desse percurso teriam fracassado devido à resistência dos
A área que corresponde ao atual estado de Rondônia foi índios.
denominada, originalmente, Território do Guaporé (nome do Pelos relatos dos missionários podem-se identificar alguns
rio que em parte do seu curso é marco divisório entre o Brasil fatores que explicaram o fracasso das tentativas de
e Bolívia) e foi desmembrada dos estados do Amazonas e Mato colonização da região até o início do século XVIII.
Grosso. Destacam-se os obstáculos naturais, especialmente os rios
A denominação atual foi atribuída em homenagem ao encachoeirados, e a grande resistência dos índios contra
sertanista Marechal Cândido da Silva Rondon, conhecido como qualquer iniciativa de contato mais duradouro.
desbravador dos sertões de Mato Grosso e da Amazônia, sendo Os contatos mais permanentes com a população indígena
o responsável pela construção das linhas telegráficas que local viriam a se fortalecer apenas no final do século XIX com
ligaria a região aos demais estados brasileiros. uma nova fase de exploração econômica: a produção de
A população rondoniense é uma das mais diversificadas do borracha na calha de diversos rios da região.
Brasil, composta de migrantes oriundos de todas as regiões do O contato indiscriminado dos povos indígenas com essa
país, dentre os quais se destacam os nordestinos, paranaenses, frente de ocupação da Amazônia produziram resultados
paulistas, mineiros, gaúchos, capixabas, cearenses, baianos, adversos, como as “correrias” que resultaram na desagregação
além de amazonenses e acreanos que preservam ainda fortes tribal e na implantação de um regime de semiescravidão.
traços amazônicos, próprios daquelas populações nativas. A sucessão das fases de desenvolvimento da região até
Registros evidenciam que a história do povoamento da meados do século XX pode ser assim sintetizada:
região teve início com as missões jesuíticas ao longo do Rio a) Descoberta de ouro na região do rio Corumbiara, no
Madeira e com as descobertas de ouro nos afluentes do Rio século XVIII;
Guaporé a partir de 1732. Seguiu-se, então, a fundação da b) Conquista e o povoamento dos vales do Guaporé,
Capitania de Mato Grosso em 1748, que abrangia a maior parte Mamoré e Madeira no período de 1669 a 1799;
das terras que hoje compõem o Estado de Rondônia. c) A construção e povoamento do Real Forte Príncipe da
O processo de ocupação do antigo território do Guaporé, Beira, no período de 1776 a 1783;
atual Estado de Rondônia, teve início no período colonial, a d) O primeiro e o segundo ciclos da borracha (extração de
partir do século XVII. látex) no período de 1879 a 1945;
Naquela época, Portugal e Espanha empenhava-se na e) A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (um
ocupação da região centro-oeste através de inúmeras acordo entre o governo Boliviano e Brasileiro) no período de
expedições destinadas a marcar os limites territoriais, tendo 1907 a 1912;
assim, contatos ocasionais com os índios. Porém, devido às f) A comissão Rondon e a linha telegráfica - que atravessou
dificuldades de acesso, grande parte dessa região ainda os estados de Mato Grosso e Rondônia (será objeto de maior
permaneceu desconhecida por muito tempo. aprofundamento adiante);
g) Abertura da BR-364;
Referências Bibliográficas: h) A colonização dirigida na Amazônia nas décadas 70 e 80:
a ocupação de terra ao longo da BR-364.
SANTOS, Vanubia Sampaio dos. O processo de ocupação de Mas foi com a abertura da rodovia atual BR-364, na década
Rondônia e o impacto sobre as culturas indígenas. ISSN: 1982- de 60, que se iniciou a verdadeira exploração e colonização no
3916. ITABAIANA: GEPIADDE, Ano 08, Volume 16 | jul./dez. de então Território Federal de Rondônia, principalmente a
2014. ocupação da terra ao longo do traçado da rodovia, executado
pelos projetos de colonização oficiais e não oficiais.

2. Colonização ibérica na Referências Bibliográficas:


região
SANTOS, Vanubia Sampaio dos. O processo de ocupação de
Rondônia e o impacto sobre as culturas indígenas. ISSN: 1982-
Ainda no século XVII, os colonizadores portugueses 3916. ITABAIANA: GEPIADDE, Ano 08, Volume 16 | jul./dez. de
estiveram na região buscando riquezas minerais e 2014.
estabeleceram uma nova rota de comércio. Segundo
historiadores, os jesuítas espanhóis também chegaram à
mesma época, com o intuito de instalar as primeiras missões
religiosas.

Geografia do Estado de Rondônia 1


APOSTILAS OPÇÃO

Em 1752 foi então criada a capital da nova Capitania, Vila


3. A colonização portuguesa Bela da Santíssima Trindade, bem às margens do rio Guaporé
no Vale do Guaporé (apesar de todas as dificuldades da região).
Para abastecer a região, uma nova estratégia foi utilizada.
A via Cuiabá-Vila bela por rio era muito complicada, além
A exploração do vale do Guaporé no século XVIII disso, as monções (rios Cuiabá-Tietê), também não tinham o
trajeto tão simples. A ideia era utilizar uma outra rota fluvial,
Para compreender a ocupação do vale do Guaporé pelos navegar pelos rios Guaporé-Mamoré-Madeira-Amazonas e
europeus, temos que analisar as disputas territoriais entre desaguar no Oceano Atlântico e de lá partir para a Europa.
Portugal e Espanha no século XVIII. É sabido que anterior a Além de “facilitar” a entrada de produtos a Vila Bela,
este período já havia andanças por parte dos ibéricos por esta também serviria para explorar o vale do Guaporé e a bacia
parte, porém a colonização sistemática passou a ser somente Amazônica.
no século XVIII, entre outros motivos, a descoberta de ouro e Desta maneira várias regiões passaram a ser conhecidas, e
também para consolidar as fronteiras lusitanas e hispânicas na exploradas, afastando assim a presença espanhola. Para
região. realizar tal empreitada foi criada uma empresa (Companhia de
No final do século XVII e início do século XVIII foi Comércio Grão-Pará e Maranhão) que possuía o monopólio do
encontrado ouro na região (atual) de Minas Gerais e Goiás. E comércio nesta região.
devido à grande imigração dos lusitanos da península para o Agindo com cautela e diplomacia, Rolim de Moura
Brasil, vários dos bandeirantes que haviam descobertos tais conseguiu aos poucos fundar vilas e aldeias jesuítas nas
veias auríferas acabaram por serem expulsos destas minas margens, tanto direita como esquerda, do Guaporé,
descobertas e tiveram deslocar para outras partes em busca de expandindo ainda mais as fronteiras portuguesas:
novos achados e também de prear as populações nativas.
Nas andanças destes paulistas pelo interior (no sentindo O 1º capitão-general foi um habilidoso diplomata, sabendo
oeste) chegaram então ao atual Mato Grosso, e as margens do avançar para dentro dos territórios espanhóis, ampliando as
rio Coxipó, encontraram então ouro. Mais tarde no córrego fronteiras lusitanas no oeste da América, e também sabendo
denominado de prainha, o maior achado de ouro daquelas recuar quando uma possibilidade de conflito com os
bandas foi descoberto, a famosa Lavras do Sutil, tudo isso hispânicos era evidente. Criou a Companhia de Pedestres,
ainda na primeira parte do século XVIII. onde recrutava qualquer homem que se disponibilizasse ou
Porém até 1750 as lavras de Cuiabá já apresentaram forte não para compor um exército, dando maior segurança à região.
esgotamento, pois as técnicas de exploração eram muito
rudimentares. E esse “rápido” esgotamento levaram a Referências Bibliográficas:
importantes consequências na ocupação das terras a oeste:
“... Assim, os mineiros mais afoitos, na ânsia de encontrar ALCÂNTARA, Mauro Henrique Miranda de. A exploração do
ouro em maior profusão, deixavam Cuiabá, seguindo rumos vale do Guaporé no século XVIII.
diversos. Dessa movimentação, foram descobertas outras
jazidas de menor proporção, responsáveis pelo povoamento de
área a Oeste que, pelo Tratado de Tordesilhas, não pertenceria 4. Os séculos XIX e XX e a
oficialmente a Portugal...” (SIQUEIRA, p.40) exploração da borracha,
poia e castanha
A movimentação das populações lusitana acabou por
modificar as fronteiras entre Portugal e Espanha. O Tratado de
Tordesilhas já havia sido “rasgado” há tempos. Porém a cada Os ciclos da borracha e a mão de obra indígena na
dia os portugueses ampliavam ainda mais suas fronteiras para região de Rondônia
dentro do território hispânico. As fronteiras chegavam, neste
momento, até o vale do rio Guaporé, que passou a ser A partir da década de 1870, deu-se início à exploração da
sistematicamente ocupado, ora ordenadamente, ora borracha na Amazônia e, com ela, o surgimento de uma nova
desordenadamente. frente de expansão com o surgimento de novas áreas de
Inicialmente a organização não pautou a ocupação, pois extrativismo. Esse período foi chamado de 1ª Ciclo da
quem ali chegou primeiro foram garimpeiros sem grandes Borracha e durou até a segunda década do século XX. O auge
condições financeiras para construção de casas e fundação de do desabastecimento dos seringais ocorreu entre 1890 a 1915.
vilas. E também não era, de início, o interesse da maioria Essa atividade extrativista tirou a Amazônia da letargia
desses garimpeiros se fixarem na região, muito pelo contrário, econômica em que havia caído no final do século XVIII. Em
o sonho do eldorado, era encontrar riqueza e ir embora, de busca de novas áreas de seringais nativos, grupos de
preferência para a terrinha. seringueiros passaram a penetrar regiões ainda não
Mas a Coroa lusitana interessada não apenas na riqueza da colonizadas do Madeira Mamoré e Guaporé. A força de
região, mas também na ampliação das fronteiras de seu trabalho indígena continuou, durante esse período, a
“Império” no Brasil, passou a organizar esta ocupação. A participar significativamente da economia amazônica, seja “no
primeira medida foi desmembrar esta região a oeste da extrativismo, nas atividades de transporte ou na lavoura, os
capitania de São Paulo, criando em 1748 a capitania de Mato dirigentes exploravam cruelmente o trabalho desses índios.
Grosso. Eram ainda os nativos vendidos ou trocados dentro da
Foi nomeado para ser o 1º Capitão-General desta capitania região”. Registros mostram também casos de contrabando de
Dom Antônio Rolim de Moura, que recebeu diversas indígenas que eram objetos de escambo.
recomendações, diretamente da rainha Mariana para realizar A exploração do látex oportunizou trabalho a inúmeros
no Mato Grosso. migrantes, trazidos para a região pela instalação das linhas
A principal delas: criar uma capital no extremo oeste da telegráficas de Rondon (1907-1915) e pela construção da
capitania, para assegurar o território conquistado. Além disso, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, entre os anos de 1907 e
criar missões jesuíticas (que foi inicialmente criada no atual 1912.
município de Chapada dos Guimarães) e construir fortes e A construção da ferrovia consolidou as cidades de Porto
fortificações no vale do Guaporé. Velho (atual capital do estado) e Guajará-Mirim, na divisa com
a Bolívia. Porém, quando foi inaugurada a EFMM, em 1912, o

Geografia do Estado de Rondônia 2


APOSTILAS OPÇÃO

preço do látex no mercado internacional já entrava em declínio Esse conjunto de fatores tornou-se um convite para uma
e a ferrovia deixou de ter importância estratégica. nova tentativa de colonização de Rondônia, e com ela, os
Durante as décadas de 1920 e 1930, a borracha amazônica conflitos e com as sociedades indígenas.
perdeu preço devido à “concorrência da produção da Malásia,
finalizando assim o primeiro ciclo da borracha ocasionando a Referências Bibliográficas:
desvalorização dos látex e o abandono dos seringais em todos
os vales amazônicos. Os seringais caíram no abandono a SANTOS, Vanubia Sampaio dos. O processo de ocupação de
Amazônia mergulhou num profundo estado de decadência”. Rondônia e o impacto sobre as culturas indígenas. ISSN: 1982-
Os seringueiros abandonavam as suas colocações, que 3916. ITABAIANA: GEPIADDE, Ano 08, Volume 16 | jul./dez. de
eram as áreas do seringal onde a borracha era produzida, e iam 2014.
à busca de outras atividades que lhe permitissem a
sobrevivência. Essa situação perduraria até o início dos anos
de 1940. 5. A construção da EFMM e
O segundo ciclo da borracha, juntamente com a exploração da Linha Telegráfica
da cassiterita, deu- se a partir de 1939 e ocasionou a
duplicação da população no então Território de Rondônia,
criado no ano 1943. Esse segundo ciclo ocorreu no período da A linha telegráfica e a BR 364: um encontro com os
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Como os países aliados indígenas da região
não tiveram mais acesso à borracha asiática, devido à invasão
das tropas japonesas nos seringais da Malásia, os norte- Uma das preocupações do governo brasileiro por volta de
americanos ficaram desprovidos dessa matéria-prima 1907 foi promover a integração do Norte ao restante do país,
estratégica para a indústria bélica. A partir de 1941, a borracha através da porção ocidental. A Comissão Rondon foi
da Amazônia era a única alternativa de abastecimento dos fundamental para a formação do Território Federal do
Estados Unidos. Guaporé, com a implantação das linhas telegráficas entre os
Neste período vários órgãos de fomento foram criados com anos de 1907 e 1915.
a finalidade de captação de mão de obra, transporte, No ano de 1907, Mal. Cândido Rondon foi designado oficial
financiamento etc. O governo federal passou a recrutar do corpo de engenharia militar encarregado de comandar a
trabalhadores nordestinos para ocuparem os seringais - abertura e instalação de linhas telegráficas para integrar o Sul
denominados “soldados da borracha” - em analogia aos demais ao Norte país. Pretendia-se tirar do isolamento as regiões do
soldados que partiram, efetivamente, para os campos de extremo Oeste e Norte do país e romper os grandes “vazios” do
batalha. Brasil, incorporando-os à civilização.
Além dos ‘soldados’, a região passou a acolher grande Paralelamente à construção de ferrovias, o telegrafo
contingente de migrantes expulsos pelas fortes secas que deveria assegurar o estabelecimento de núcleos de
assolavam o nordeste brasileiro. povoamento, garantindo a segurança das fronteiras e
Os nordestinos foram atraídos para os seringais de procedia-se a uma política que possibilitaria, ao longo do
Rondônia, da mesma forma que os sulistas e os outros tempo, a integração dos indígenas considerados arredios e de
nordestinos foram atraídos pela propaganda governamental difícil contato a sociedade brasileira tornando-os “civilizados
para os projetos de colonização. Ambas as situações se e úteis”.
explicam pela demanda de mão de obra, assim: A descrição dos primeiros contatos com os índios em
Em todas as regiões do Brasil, aliciadores tratavam de território pertencente aos atuais estados de Mato Grosso e
convencer trabalhadores a se alistar como soldados da Rondônia foi realizada por Roquette-Pinto, um médico e
borracha para auxiliar na vitória aliada. Dizia-se que “na etnólogo renomado, diretor do Museu Nacional do Rio de
Amazônia se junta dinheiro com rodo”. Os velhos mitos do Janeiro. Coube-lhe a missão de acompanhar e registrar os
eldorado amazônico voltavam a ganhar força no imaginário principais eventos da expedição de Rondon na implantação
popular, agora considerado o paraíso verde, a terra da fartura, das linhas telegráficas.
onde a seca não tinha vez. A exemplo do que faria mais tarde e de forma não menos
Entretanto essa evidente contradição no quadro social, nos brilhante o etnólogo francês Claude Lévi-Strauss, Roquette-
dois ciclos da borracha, devia-se ao sistema de exploração, que Pinto, descreve o contato com os índios Nhambikwara8 grupos
consumiu a vida de milhares de homens e mulheres. “Nos situados na região limítrofe entre Mato Grosso e Rondônia.
seringais esses homens valiam menos que os escravos. Na A Comissão Rondon, atribuía-se também as funções de
outra extremidade, os seringalistas e grandes comerciantes exploração etnológica e antropológica. Em seu avanço sobre os
usufruíam da riqueza fácil proporcionada pela borracha”. sertões do Oeste, pacificou várias tribos. Na medida em que
A mão de obra indígena foi utilizada, largamente, nos desenvolvia o trabalho de implantação das linhas telegráficas
seringais e na construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Os ia estabelecendo contatos com os indígenas da região. Dentre
indígenas eram indispensáveis nas atividades realizadas no as populações contatadas por Rondon durante a abertura da
interior e às margens dos rios. “Esses indígenas se linha telegráfica destacam-se os Paresi, Nhambikwara e
encarregavam de todo o trabalho braçal, carregar as Arikeme, sendo que esta última etnia pertencia ao tronco
mercadorias e arrastar as embarcações por terra, para linguístico tupi, toda a sua população foi extinta após os
contornar os acidentes do rio; levantar os acampamentos, contatos com a sociedade envolvente, restando apenas seu
cozinhar e servir as refeições”. nome na história do município de Ariquemes.
Nas décadas de 1950 com a descoberta de pedras e metais A comissão Rondon ao longo da abertura das linhas
preciosos e a abertura da rodovia BR 364, na década de 60/70 telegráficas, utilizou-se, simultaneamente, de técnicas
fizeram com que os territórios indígenas fossem ocupados militares e antropológicas para contato com as etnias.
também por garimpeiros e posseiros, o que agravaram ainda Escolhia um grupo de trabalhadores que conheciam bem a
mais os conflitos e resultou em massacres e desocupação das floresta, composto por guias e intérpretes oriundos de etnias
suas áreas tradicionais. vizinhas. Acampavam próximos às aldeias, normalmente perto
Naquele contexto, a exploração madeireira também de cursos d’água e em local bem protegido. Faziam plantações
passou a despertar interesse, uma vez que se tornou viável a nos acampamentos para assegurarem sua subsistência.
sua retirada em grande escala, quer pelos rios da Amazônia, Circundavam o acampamento e colocavam presentes para os
quer pelo eixo da rodovia BR 364.

Geografia do Estado de Rondônia 3


APOSTILAS OPÇÃO

índios num raio de um quilômetro, iniciando, assim, os ora se é convidado para vir e participar do desenvolvimento
primeiros contatos com esses povos. do Estado de Rondônia. Assim, preencher o suposto vazio
Além dessa, Rondon utilizou outras técnicas nem tão demográfico existente – discurso que ignorava a existência dos
‘pacíficas’ quanto às descritas nos seus apontamentos e nos povos da floresta que há muito habitavam a região: indígenas,
relatos de viajantes e cronistas. A ideia idealizada que Rondon extrativistas, ribeirinhos e quilombolas, além de resolver o
pacificou treze povos hostis aos brancos, entrou em contato problema de excesso de contingente no sul.
com dezenas de outros grupos (...) sem que tenha ocorrido Dentre as várias consequências desse afluxo desordenado
uma só morte entre os indígenas. sobre os territórios indígenas, destacam-se o desaparecimento
São profundas as modificações que traduziram de diversos povos, a redução populacional e dos territórios
consequências negativas durante décadas na região, nas quais tradicionais, a desagregação cultural e o confinamento em
são: pequenas áreas demarcadas, muitas delas, invadidas. Da parte
Traduzidas em violações linguísticas – a proibição de se dos indígenas, essa nova realidade ensejou novas estratégias
comunicar em suas línguas maternas; a desagregação tribal – de luta e de resistência, como a sua organização em
potencializada pela dispersão, expulsão de suas terras, associações e a formação de parcerias e alianças em defesa dos
perseguições constantes no tempo das correrias; o regime de seus interesses, especialmente dos territórios. Um exemplo
semiescravidão nos seringais, as epidemias de gripe que desse repensar coletivo ocorrem em 1984, entre os povos
levavam à morte sociedades indígenas inteiras, além de outras Surui, Gavião, Arara, Zoró e Cinta-Larga e resultou na definição
doenças, que representaram uma verdadeira guerra biológica. conjunta de uma agenda de lutas desses povos.
Ao abordar-se a relação de Rondon como os índios,
evidencia-se que embora haja, de fato, uma polêmica a Referências Bibliográficas:
respeito da relação de Rondon com os povos indígenas, há
quem reconheça o seu trabalho como sertanista, e há também SANTOS, Vanubia Sampaio dos. O processo de ocupação de
quem avalie que sua verdadeira missão era apenas expandir a Rondônia e o impacto sobre as culturas indígenas. ISSN: 1982-
ação estatal e não proteger os índios. 3916. ITABAIANA: GEPIADDE, Ano 08, Volume 16 | jul./dez. de
Como sabemos pela história, ao afinal da implantação das 2014.
linhas telegráficas, em 1915, aquele meio de comunicação já se
encontrava totalmente obsoleto. A construção de uma rodovia,
no seu traçado, passou a estimular de modo decisivo no 6. Território Federal do
processo de colonização de Rondônia a partir da década de Guaporé/Rondônia
1960, ocasionando lutas violentas pela terra e, principalmente,
estabelecendo grande pressão sobre as áreas indígenas. A
construção da rodovia começou a se tornar realidade em 1960, A formação do Território de Rondônia1
no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961). Em 1966
completou a ligação entre Cuiabá e Porto Velho. Por caminhos bem diversos se deu a formação territorial
As margens do seu traçado já existiam alguns povoados do Estado de Rondônia, quando comparada com a do Estado
como Vila de Rondônia (hoje Ji-Paraná), Jaru, Ariquemes e do Acre. Quando surgiu a "questão acreana", a região
Pimenta Bueno, fundada por frentes de ocupação anteriores. A correspondente ao Estado de Rondônia não apresentava
partir dela, o povoamento de Rondônia e dos estados vizinhos, traços notáveis de ocupação.
seria incrementado, uma vez que viabilizou o movimento Os primeiros movimentos são atribuídos ao Frei João de
migratório e a colonização, especialmente a partir da década Sampaio, na região onde hoje se encontra a cidade de Porto
de 1970 velho. Isso, por conta da instalação de missões ao longo do Rio
O fluxo migratório da década 1970 possui características Jamari. Registra o sertanista Francisco de Mello Palheta que,
diferentes dos anteriores. Até esse período, os fluxos quando subiu o Rio Madeira, em 1723, por ordem do
migratórios ocorreram em função da busca de riquezas Governador do Grão Pará, Maia Gama, se encontrou com o Frei
naturais, portanto os migrantes eram extratores, seringueiros João de Sampaio nas vizinhanças da cachoeira de Santo
e mineradores. A partir desse momento, a migração ocorreu Antônio.
em torno da busca de terras para a agricultura, o acesso a Francisco de Mello palheta, comandando um "troço de
terras. gene de guerra", percorreu todo o curso do Rio Madeira,
Nessa década ampliaram-se também os processos de transpondo os trechos encachoeirados e chegando a "Santa
grilagem, invasão de terras da União e os conflitos com a Cruz de Los Cajubabas", no Rio Madre de Dios. Foi o primeiro
população indígena, seringueiros e ocupantes de pequenas a explorar o curso desse rio, que, a partir de então, se
posses. Ainda assim, o governo federal, com o argumento de transforma em via de ligação dos altiplanos bolivianos com a
“integrar para não entregar” resolveu promover a colonização planície amazônica.
do então Território Federal de Rondônia. O Instituto de Em 1742, partindo de Mato Grosso, o português Manoel
Colonização e Reforma Agrária – INCRA coordenou a Félix de Lima, atravessa o Sararé, o Guaporé e o Madeira,
implantação de grandes projetos de colonização. Para chegando ao Pará. Em 1749, mesmo derrotado, José Leme do
legitimar a iniciativa e atrair a população do centro-sul do país, Prado chega a Belém e retorna às minas de Cuiabá.
foi deflagrada uma campanha publicitária com o slogan Os espanhóis, em 1743, estabeleceram o Forte de Santa
“Rondônia, um novo Eldorado”, o que gerou um considerável Rosa – a aldeia de Santa Rosa, referenciada no Tratado de
fluxo migratório e ofuscou os conflitos locais. Madri, de 1750 -, a leste da margem direita do Rio Guaporé; ao
Tal campanha, que prometia terra, fartura, progresso e sul de sua foz, no Rio Mamoré. A iniciativa pretendia obstar a
trabalho, foi lastreada pela ideologia da segurança nacional, busca e a consolidação de uma ligação entre as bacias platina
levada a efeito pelos governos militares. e amazônica, então objeto da movimentação portuguesa na
Ao analisar o processo de ocupação da região e as área. Os espanhóis, no início dos anos cinquenta, foram
propagandas do Governo direcionadas a incentivar os desalojados, como parte da estratégia lusa de evitar a
migrantes para Rondônia, ressalta-se que foi evidente a infiltração hispânica nas comunicações do Mato Grosso com
flutuação da concepção de migrante no discurso político local: Cuiabá. A praça de guerra foi reforçada e rebatizada como

1 FERNANDES, Tadeu. A formação do Território de Rondônia. Disponível em:


http://www.rondoniagora.com/artigos/a-formacao-do-territorio-de-rondonia.

Geografia do Estado de Rondônia 4


APOSTILAS OPÇÃO

Forte de Nossa Senhora da Conceição, guarnecido com o Com a escolha do sítio de porto velho, a povoação de Santo
objetivo de marcar o domínio português na navegação ao Antônio do Madeira, administrada pelo Governo de Mato
longo do Guaporé, Mármore e Madeira. Grosso e localizada próximo à cachoeira que lhe emprestava a
Em 30 de junho de 1776, foi iniciada a construção do Real denominação, acabou sendo absorvida por esta nova
Forte do Príncipe da Beira, às margens do Guaporé, em povoação.
substituição ao Forte de Nossa Senhora da Conceição, então No outro extremo, ocorria fenômeno semelhante, com a
desativado. As operações nesta guarnição tiveram formação do povoado de Guajará-Mirim, elevado a município,
continuidade após a Independência, até o ano de 1895, quando em 12 de julho de 1912, através da lei 991, do Estado de Mato
foi desativado e abandonado. Em 1904, as ruínas da Grosso. Em 10 de abril de 1929, Guajará-Mirim foi elevada à
fortificação foram descobertas pela Comissão de Rondon. categoria de cidade.
Com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Governo A formação territorial de Rondônia se inicia com a criação
brasileiro se comprometeu a garantir as comunicações entre do território Federal do Guaporé, através do Decreto nº 5.812,
os rios Mamoré e Madeira, vencendo o trecho encachoeirado de 13 de setembro de 1943. Este decreto criou os territórios
deste último curso através de uma linha férrea, capaz de Federais do Amapá, do Rio Branco, do Guaporé, de Ponta Porã
garantir o escoamento da produção de borracha na região de e do Iguaçu, atendendo antiga reivindicação de correntes
"Madre de Dios" para os centros de comercialização no rio políticas, que propunha a ampliação da autoridade Federal em
Amazonas-Manaus à Belém. defesa de interesses nacionais legítimos.
O traçado da ferrovia previa os extremos na divisa dos A região que corresponde ao Território federal do Guaporé
estados do Amazonas e do mato Grosso: na altura, a cachoeira havia sido objeto, em 17 de junho de 1932, de uma proposta
de Santo Antônio, no Madeira e, em um ponto da margem do departamento administrativo do serviço Público (DASP), na
direita do Mamoré, na altura da povoação boliviana, localizada forma de exposição de motivos ao Presidente da República,
à margem esquerda, conhecida como "Guayara-Mirim". Com a para a criação de um território, denominado Mamoré, cujos
construção da ferrovia, se deu a partida ao processo de limites seriam fixados posteriormente. A despeito da proposta,
ocupação da área. nenhuma providência foi tomada. Somente em 14 de
Constituída a empresa "Madeira-Mamoré Rallways Co.", foi dezembro de 1938, por proposição do Conselho de Segurança
escolhida como ponto inicial da ferrovia o antigo Porto de uma Nacional, a presidência da República resolveu tomar
barraca, às margens do Rio Madeira, seis quilômetros ao norte providências para uma efetiva ocupação da área.
da divisa dos Estados, em terras do estado do Amazonas. Em A Constituição de 1937 – a chamada constituição do Estado
1907, foi instalado, no local, o núcleo residencial dos Novo -, ao invocar, no artigo 6º, o princípio da segurança
empregados da ferrovia e as oficinas. nacional, estipulava que "a União poderá criar, no interessa de
A localidade de Santo Antônio já existia desde o final do defesa nacional, partes desmembradas dos Estados,
século XVII. Portanto, não surgiu em decorrência da Territórios Federais, cuja administração será regulada em lei
construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré ou das especial", o que veio a favorecer a criação desse tipo de
Estações Telegráficas da Comissão Rondon. Ao contrário, Unidade da Federação.
serviu como ponto de referência para ambos os projetos. O Decreto nº 5.812 dava curso à vontade política, atendido
Entretanto, sua transformação em município teve como fator o preceito constitucional de 1937, definindo o contorno
principal à ferrovia e a estação telegráfica, em razão de sua territorial do Guaporé.
importância como um dos dois pontos extremos da linha Situado a Noroeste do Estado de Mato grosso e ao Sul do
telegráfica, implantada pela Comissão Rondon. Povoação Estado do Amazonas, foi constituído por terras desmembradas
antiga, pertencente ao Mato Grosso, foi transformada em dessas mesmas unidades da federação. De Mato Grosso, foi
município pelo Governador mato-grossense, Generoso Paes retirado o município de Guajará Mirim e partes dos de Alto
Leme de Souza Ponce, através da Lei nº 494, de 03 de junho de Madeira e Mato Grosso; e do Estado do Amazonas, os
1908. O povoado, sede do município, foi elevado à categoria de municípios de Porto Velho e parte de Humaitá.
Vila, em 27 de setembro de 1911, pelo Decreto-Lei nº 576, Por este Decreto, o município de Porto Velho fica contido
baixado pelo Governador Joaquim da Costa Marques, de Mato no Território, a menos da porção de terras entre o rio Ituxi e o
Grosso. divisor de águas Ituxi-Abunã, antiga divisa municipal com
O município de Santo Antônio do rio Madeira foi instalado Lábrea; o de Humaitá, lhe cede parte dos distritos de Humaitá,
no dia 02 de junho de 1912, na gestão do Governador Costa sem a sede, e de Calama, com a sede. O antigo município de
Marques. Naquele dia, tomou posse o primeiro Prefeito, o Guajará-Mirim fica totalmente incluído no Território; o de
médico Joaquim Augusto Tanajura, e os Vereadores, também Mato Grosso, lhe cede uma parte do distrito de Alto Madeira e
nomeados, Antônio Marcelino Cavalcante, José Fortunati da de Ariquemes, além de uma parte do distrito de Tabajara, com
Conceição, José Alves Damasceno e Antônio Brito Carneiro da a sede municipal.
Cunha, que presidiu a Comissão Municipal, designação das O seu limite Oeste e Sudoeste é dado como referência ao
Câmaras Municipais de Mato Grosso à época. estabelecido pelo Brasil com a República da Bolívia, através do
Em 1º de dezembro de 1914, ocorreram as primeiras Tratado de Petrópolis. Na divisa com o Acre, recorreu-se ao
eleições no município. Consequentemente, foram as primeiras segmento da linha geodésica Madeira-Javari, no trecho que vai
realizadas nesta região. Os Vereadores tomaram posse m 1º de do rio Abunã ao Ituxo; a mesma linha geodésica da extrema
janeiro de 1915. Foram eles: Alfredo Pereira Neves, Manoel brasileira, decorrente do Tratado de 1867.
Correa de melo, José Fortunati da Conceição e Antônio Salles Aqui, mais uma vez, surge a questão do conflito de limites,
Ferreira, todos do Partido Republicano Conservador (PRC). só que interestadual. De longa data, os Estados do Amazonas e
Em rápido progresso, o Termo facilitou a criação do de Mato Grosso disputavam a região em que se fez assente a
município de Porto Velho, através da lei nº 757, de 2 de cidade de Porto Velho e a povoação mato-grossense de Santo
outubro de 1914, instalado em 24 de janeiro de 1915. Os Antônio do Madeira. A demanda foi dirimida, em 11 de
limites municipais, inicialmente coincidentes com os do termo, novembro de 1899, por acórdão do Supremo Tribunal Federal,
foram descritos pela lei 833, de 11 de outubro de 1915, que que fixou como limite entre as duas unidades, o trecho que tem
fixava o limite com o município de Lábrea do divisor de águas início "na barra do rio São Manuel com Teles Pires, no rio
do Itxi-Abunã. Em 1917, o Termo foi elevado a Comarca e, em Tapajós, sobe por este até encontrar o paralelo de 8248′ de
7 de setembro de 1919, a vila de porto velho foi elevada à latitude sul; toma por este, na direção oeste, até alcançar a
categoria de cidade. Dessa sorte, progrediu Porto Velho. cachoeira de Santo Antônio, no rio Madeira; sobe pelo eixo

Geografia do Estado de Rondônia 5


APOSTILAS OPÇÃO

desde até a barra do rio Abunã, seu afluente da margem Milhares de famílias, em sua maioria, sulistas buscavam
esquerda". sua terra prometida e com eles, garimpeiros, grileiros e
No ano de 1944, procedeu-se a uma revisão dos limites dos madeireiros, todos os “eiros” da vida pareciam querer aportar
Territórios Federais, criados em 1943, através do Decreto-Lei nestas bandas, para de alguma maneira construir seus sonhos
nº 6.550, de 31 de maio de 1944. e devaneios.
A divisa política do território Federal, na ocasião, As pessoas que buscavam um pedaço de terra para
compreendia três municípios: o de porto velho, abrangendo a garantirem sua sobrevivência foram motivadas a se instalarem
área de seu antigo homônimo, mais às áreas desmembradas do na Amazônia Rondoniense sem a estrutura básica necessária.
município de Humaitá; o de Alto Madeira, formado pelas Os últimos quarenta anos são exemplos claros de como não se
partes do antigo município homônimo; e o de Guarajá-Mirim, deve promover uma política de Reforma Agrária.
compreendendo, além das áreas de seu antigo homônimo, a A BR-364, foi erguida nos caminhos de Rondon, para o
área desmembrada do município de Mato Grosso. Como sede traçado foram utilizados os estudos do grande General da Paz.
da capital, é destinado o município de Porto Velho. Nosso ilustre Rondon, provavelmente não sabia que seus
Em 1956, o Território Federal do Guaporé teve sua estudos, trabalhos, levantamentos e apontamentos
denominação alterada para Território Federal de Rondônia, geográficos, geológicos, estudos sobre flora e fauna serviriam
como uma justa homenagem àquele que tanto contribuiu para para auxiliar a abertura da principal “artéria” do nosso Estado.
a integração da região amazônica à vida nacional, o marechal A BR-364 foi o mais importante passo para o
Cândido Mariano Rondon, através da lei 2.731, de 17 de desenvolvimento regional das terras de Rondon.
fevereiro de 1956. Com os seringais, nos tempos anteriores, surgiram
O Território foi elevado à categoria de Estado, através da praticamente dois municípios: Guajará Mirim e Porto Velho.
Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que Com a abertura da BR 364 foram surgindo povoamentos em
manteve, para os limites territoriais, os descritos em 1944, ao todas as localidades, principalmente nas margens da nova
estabelecer: estrada. Hoje, contamos com mais 50 municípios totalizando
(....); com Porto Velho e Guajará Mirim 52 municípios, todos em
Art. 1º - Fica criado o Estado de Rondônia, mediante à fraco desenvolvimento.
elevação do Território Federal de mesmo nome a essa
condição, mantidos os seus atuais limites e confrontações.
(....). 8. A ocupação recente da
A elevação do Território Federal à categoria de Estado Amazônia e Rondônia, a
atendia a reivindicação antiga que havia se acentuado na
década anterior, diante da intensificação do movimento Colonização Agropastoril
migratório, tendo como condicionador o eixo da Rodovia BR-
364, no trecho Cuiabá-Porto Velho. O INCRA foi o principal instrumento governamental
encarregado dos projetos de colonização, onde se destacaram
o PIC, Projeto Integrado de Colonização com lotes de 50 a 100
7. A Rodovia BR-364 e os hectares, criado em julho de 1970, com área total de 250 mil
garimpos hectares, tivemos o Pic denominado Sidney Girão, em Guajará-
Mirim, com área de 200 mil hectares; PIC Gy-Paraná, criado em
1972 na BR-364, com área de 400 mil hectares; PIC Paulo de
A abertura da BR-029 atual 3642 Assis Ribeiro, criado em Colorado do Oeste no ano de 1973.
Outro modelo de colonização foi o PAD, Projeto de
O principal evento que marca a colonização recente do Assentamentos Dirigidos, um pouco maior que o Pic com lotes
território federal de Rondônia e a transformação do mesmo de 100 a 250 hectares criado em 1971; o PAD Burareiro, em
em Estado, foi a abertura da BR 029, posterior 364. Ariquemes no ano de 1974 para incentivar a plantação de
A “estrada das onças” como ficaria conhecida mais tarde, Cacau; PAD Mal. Dutra, criado em 1975 para exploração
tem sua origem ligada ao então Governador do Território agropecuária; e, ainda em 1975, o PIC Ouro Preto e o PAD
Federal do Guaporé Aluizio Pinheiro Ferreira que em 1943 Adolpho Roll.
inicia sua abertura tendo como ponto inicial Porto Velho. De 1970 a 1984 foram realizados assentamentos em área
Inicialmente, a rodovia foi chamada de 029. superior a 3,6 milhões de hectares, beneficiando milhares de
Essa iniciativa avançou algumas dezenas de quilômetros agricultores. Criou-se, ainda, o Projeto Fundiário Alto Madeira
rumo à localidade de Ariquemes. em Porto Velho, o Projeto Fundiário Ouro Preto, o Projeto
No que pese a iniciativa do então primeiro Governador do Fundiário Corumbiara em Pimenta Bueno e o Projeto
Território Federal do Guaporé recém criado, foi somente 17 Fundiário Guajará-Mirim, que contribuíram para o
anos mais tarde que a estrada realmente saiu do plano teórico desenvolvimento da região.
para o plano prático. Deve-se acrescentar que o INCRA realmente atuava com
A iniciativa foi do então Governador Paulo Nunes Leal, presteza e agilidade, seus técnicos não mediram esforços para
como é relatado em seu livro “O Outro Braço da Cruz”, quando o êxito dos Projetos, sendo que entre 1980 e 1988
o mesmo assedia o então Presidente JK para construir a desenvolveram condições para a criação dos municípios de
estrada. Machadinho do Oeste, Cujubim, Seringueiras, São Felipe,
Juscelino Kubistchek aceitou o desafio e iniciou a obra que Castanheiras e Buritis.
foi feita em muito pouco tempo, após um ano de trabalho o Foi graças à regularização das terras que surgiram grandes
Presidente visitou a localidade de Vilhena para derrubar, cidades ainda na década de setenta, obrigando o Governo a
simbolicamente a última árvore na divisa entre o Mato Grosso promover nova divisão geográfica com a criação dos
e as terras do então Território Federal de Rondônia. municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e
Com a abertura da rodovia, o caminho estava livre para a Vilhena. E finalmente criar, pela Lei complementar nº 41, o
gigantesca migração que não demorou a acontecer. Estado de Rondônia que hoje possui 238.512,80 quilômetros

2GOMES, Emmanoel. A abertura da BR-029 atual 364. Rondônia em pauta.


Disponível em: http://rondoniaempauta.com.br/nl/historia/a-abertura-da-br-
029-atual-364-artigo-do-historiador-emmanoel-gomes/.

Geografia do Estado de Rondônia 6


APOSTILAS OPÇÃO

quadrados, correspondendo a 2,86% da superfície do Brasil e - Quente e semi-úmido: esse exerce influência restrita a
6,79% da região norte. parte oeste do Estado onde estão situados os municípios de
Quando da posse como primeiro Governador do Estado de Colorado e Cabixi.
Rondônia, Teixeirão assim se manifestou: “Venham brasileiros Em âmbito mais abrangente, em Rondônia as
de todo o Brasil, venham gentes de todos os povos. Rondônia temperaturas médias anuais variam entre 24° a 26ºC, no
oferece trabalho, solidariedade e respeito. Tragam seus decorrer dos meses de junho, julho e agosto a temperatura cai,
sonhos, anseios e ilusões, compartilhem tudo isso com este chegando a atingir até 8ºC, isso acontece devido a passagem de
povo admirável, assumam com ele os problemas e as uma frente polar. O mês mais seco é julho e o mais chuvoso é
dificuldades naturais na trajetória em busca do grande destino setembro. No Estado, os índices pluviométricos anuais variam
do Brasil.” entre 1.800 a 2.400 mm.
Em 1970, a população era de 100 mil habitantes. De 1979
a 1982 a população de Rondônia cresceu mais de 57%, Localização e limites entre os municípios
passando de 423 mil para 608 mil. Atualmente está estimada
em mais de um milhão e meio de habitantes. O estado de Rondônia está localizado na região Norte do
O ordenamento agrário no Estado de Rondônia ocorreu no Brasil. Seus limites são os seguintes: Amazonas (Norte),
decorrer de trinta anos com ações discriminatórias de terras, Bolívia (Sul e Oeste), Mato Grosso (Leste) e Acre (Oeste).
separando as públicas das particulares. Quando o INCRA As cidades mais importantes do estado, além da capital
entrou no Território em 1970, 75% da superfície de sua área Porto Velho são: Ji-Paraná, Vilhena, Ariquemes, Guajará-
foi discriminada, arrecadada e matriculada em nome do Mirim, Cacoal e Ouro Preto do Oeste.
Governo Federal. O restante corresponde a áreas
institucionais, indígenas, reservas biológicas, florestas Dados Gerais
nacionais, estações ecológicas, reservas extrativistas, áreas de
refúgio faunístico. Capital: Porto Velho.
O setor agropecuário do Estado de Rondônia concentra a
principal fonte de renda da sua economia. Entretanto, os Divisão política do Estado
sucessivos planos ambientais e/ou de proteção indígena, ou
ainda, as reservas de matas obrigatórias, tornaram Como vimos, o estado de Rondônia está atualmente
indisponíveis para exploração cerca de 56% (cinquenta e seis dividido em 52 municípios, que se constituem as unidades
por cento) de sua área territorial. autônomas de menor hierarquia dentro da organização
Na atualidade foram desencadeados projetos gigantescos político-administrativa do estado e do país.
que ameaçam o equilíbrio ecológico, esses projetos são A criação, incorporação, fusão ou desmembramento de um
compostos por novas estradas, ampliação das redes urbanas município se faz por lei estadual.
em praticamente todos os municípios, a expansão da Os municípios podem ser divididos em distritos, que são
agricultura, principalmente o soja, e expansão da pecuária. criados por leis municipais.
Some a tudo isso os mega projetos que envolvem
hidroelétricas como as do Madeira e as pontes do rio Madeira. Formado por terras anteriormente pertencentes aos
Estados do Amazonas e Mato Grosso, o Estado de Rondônia foi
Referências Bibliográficas: originalmente criado como Território do Guaporé em 1943.
O município de Porto Velho foi criado em 2 de outubro de
GOMES, Emmanoel. A abertura da BR-029 atual 364. 1914, por lei estadual do estado do Amazonas, e o município
Rondônia em pauta. Disponível em: de Guajará-Mirim, em 1928, por lei estadual do estado de Mato
http://rondoniaempauta.com.br/nl/historia/a-abertura-da- Grosso. Isso porque, foram criados antes de ocorrer a criação
br-029-atual-364-artigo-do-historiador-emmanoel-gomes/. do Território Federal do Guaporé.
A denominação atual foi dada em 17 de fevereiro de 1956,
em homenagem ao Marechal Rondon, desbravador dos sertões
9. O Estado de Rondônia, da de Mato Grosso e da Amazônia em 17 de fevereiro de 1956.
criação as questões atuais Os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta
Bueno e Vilhena foram criados em 11 de outubro de 1977, por
decreto-lei federal e os municípios de Ouro Preto do Oeste e
Rondônia Costa Marques, foram criados em 1981, também por decreto-
lei federal. Nesse período, Rondônia era Território Federal.
O Estado de Rondônia é privilegiado em recursos naturais, Portanto, as emancipações se faziam por atos do Presidente da
para compreender a atual configuração é preciso considerar República.
todos os elementos que compõe o funcionamento do Em 1981, o Território de Rondônia passou a Estado da
ecossistema e suas características básicas (relevo, clima, Federação.
vegetação e hidrografia). Em 1983, ocorreu a emancipação dos municípios de Rolim
de Moura e Cerejeiras, criados por decreto-lei estadual, porque
Clima nesse período, o estado de Rondônia ainda não possuía
constituição.
No território do estado é possível identificar três tipos de Os demais municípios foram criados por leis estaduais do
climas: estado de Rondônia, a partir de 1986.
- Equatorial: possui temperaturas elevadas aliadas a uma
grande umidade, há somente três meses sem ocorrência de Limites
precipitação (chuva). Essa característica climática gera
influência no norte do Estado, nas áreas limítrofes com o O estado de Rondônia está situado ao sul da Linha do
Estado do Amazonas e entorno de Porto Velho. Equador, sendo atravessado pelo paralelo de 10º Sul e estando
- Quente e úmido: consiste em uma grande quantidade “encaixado” entre os meridianos de 60º e 65ºO. Rondônia
calor e muita chuva, o período de seca dura até dois meses. limita-se:
- Ao norte (nordeste e noroeste), com o estado do
Amazonas.

Geografia do Estado de Rondônia 7


APOSTILAS OPÇÃO

- A leste (e sudeste) com o estado do Mato Grosso. quando a região passou a ser explorada pelas Coroas de
- A oeste, com a República da Bolívia, a ponta extrema Espanha e de Portugal.
ocidental rondoniana, com o Acre.
- Ao sul, igualmente com a Bolívia. Na Amazônia Internacional há outros países com
Referências Bibliográficas: percentual maior de superfície territorial coberta pela Floresta
Amazônica, como o Peru, a Guiana e o Suriname. Porém, o
Governo do Estado de Rondônia. Disponível em: Brasil detém a maior parte do bioma amazônico.
http://www.rondonia.ro.gov.br/.
A ocupação portuguesa
IBGE. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=ro. Nos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), grande
parte da Bacia Amazônica pertencia à Coroa espanhola. Em
RIBEIRO, Thiago. Aspectos naturais de Rondônia. Brasil 1541, uma expedição comandada pelo espanhol Gonzalo
Escola. Disponível em: Pizarro, irmão do conquistador do Império Inca, Francisco
<http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais- Pizarro, partiu de Quito em busca dos lugares lendários que
rondonia.htm>. supostamente havia nessas terras florestadas: o "País da
Canela", onde a especiaria brotava em abundância, e o "EI
Dorado", com suas enormes jazidas de ouro.
10. O ambiente amazônico, Ninguém sabe ao certo quantas pessoas integraram essa
as estruturas físicas e expedição, mas estima-se que ela contava com algumas
centenas de soldados espanhóis e milhares de indígenas,
ambientais da região muitos dos quais padeceram de fome e de frio na travessia da
Cordilheira dos Andes.
Desafios estratégicos – Região Norte Em algum ponto da viagem, quando os expedicionários já
estavam bastante debilitados, Gonzalo encarregou um grupo,
O desenvolvimento socioeconômico da Região Norte é uma liderado por seu primo Francisco de Orellana, de seguir pelo
questão nacional estratégica que se relaciona com a rio em busca de alimentos.
exploração dos recursos da Amazônia brasileira. A região, que Entretanto, em vez de retornar com as provisões, o grupo
conta com mais de 15,8 milhões de habitantes, que produzem de Orellana prosseguiu no curso do rio que hoje chamamos de
5,3% do PIB brasileiro, ainda é defasada em muitos Amazonas, viajando nove meses até alcançar a foz, em agosto
indicadores sociais. de 1542.
Referente ao conflito entre o modelo de desenvolvimento O diário de viagem do frei Gaspar de Carvajal, um dos
econômico da Região Norte e a preservação ambiental, integrantes do grupo, é o primeiro relato de uma jornada
observa-se que ao mesmo tempo que as atividades completa pelo Rio Amazonas, dos Andes até o Oceano
agropecuária e mineradora contribuem para a geração de Atlântico. Apesar de seu valor histórico, o diário não é um
riqueza na Amazônia, causam degradação ambiental de documento confiável, já que o frei se esforça em ressaltar os
grandes áreas de floresta. percalços enfrentados durante a viagem para justificar o
Quanto à distribuição da população da Região Norte, ela se descumprimento da ordem de regressar o mais rápido
concentra, sobretudo, nas capitais dos dois maiores estados da possível, levando alimentos para a expedição de Pizarro. A
região: Belém e Manaus. A ocupação mais efetiva de Rondônia, descrição do terrível combate travado com as guerreiras
de Tocantins e da porção leste do Pará denota o avanço da amazonas, que lutavam com a força comparada à de muitos
atividade agropecuária sobre a Floresta Amazônica. homens e exerciam o poder sobre diversas tribos indígenas,
reforça o caráter fantasioso do documento.
A região amazônica pertence a sete países, além do Brasil. Nos anos seguintes, diversas outras expedições
A construção de diversos eixos rodoviários garantiu a comandadas pelos espanhóis percorreram trechos da Bacia
articulação da região ao território nacional. Amazônica, sempre animadas pela busca de tesouros. Porém,
o interesse pela região logo seria ofuscado pela descoberta das
A conquista da Amazônia imensas jazidas de prata na região de Potosí (atual Bolívia),
que atraiu grande parte dos exploradores e aventureiros
Colonizada inicialmente pelos espanhóis e cobiçada por espanhóis.
ingleses, franceses e holandeses, a bacia amazônica foi Enquanto isso, franceses, ingleses e holandeses, inimigos
ocupada pelos portugueses, o que garantiu a posse ao Império tradicionais dos espanhóis, estabeleciam feitorias no baixo
brasileiro. curso do Rio Amazonas.
Durante a União Ibérica (1580-1640), período no qual
Com cerca de 7,8 milhões de km² que abrangem oito países Portugal e Espanha formaram uma única monarquia, os
- Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e portugueses começaram a se estabelecer na foz do Amazonas.
Suriname - e a Guiana Francesa, a Amazônia Internacional é No início do século XVII, as expedições pelo Amazonas
uma região natural formada pela floresta equatorial e por tornaram-se oficiais. Partiam da foz e eram organizadas para
seus ecossistemas associados. A maior parte dessa área, expulsar holandeses e ingleses, senhores de muitas feitorias ao
marcada pelos climas quentes e úmidos, está assentada no longo do curso dos rios, e impedir o contrabando de produtos
interior da bacia fluvial amazônica. nativos, como madeira e pescado.
Com exceção da Guiana Francesa, departamento da França, Com o fim da União Ibérica, a Coroa portuguesa
os outros países firmaram em 1978 o Tratado de Cooperação intensificou a ocupação militarizada da região, erguendo uma
Amazônica (TCA), cujas metas são a cooperação científica, a rede de fortificações lusitanas ao longo da calha central do Rio
preservação ambiental, o uso racional dos recursos hídricos e Amazonas. Entre eles, destaca-se o Forte de São José do Rio
o desenvolvimento regional. O Brasil ocupa um papel de Negro, criado em 1668, em torno do qual surgiu o arraial de
destaque nas políticas do TCA, pois abriga mais de 64% região. Lugar da Barra, mais tarde elevado à categoria de vila e, depois,
No sentido político, porém, a Amazônia começou a se de cidade, com o nome de Barra do Rio Negro.
configurar antes mesmo da independência desses países, Em 1856, a cidade foi rebatizada e passou a se chamar
Manaus, em homenagem aos índios da etnia manaó.

Geografia do Estado de Rondônia 8


APOSTILAS OPÇÃO

Para preservar a hegemonia na região, a Coroa ainda décadas seguintes, a exploração dos minérios da Serra de
estimulou a ação das missões religiosas, que utilizavam a Carajás, a implantação da E. F. Carajás e do Porto de Itaqui e a
mão de obra indígena na coleta das "drogas do sertão" e na construção da hidrelétrica de Tucuruí reforçaram esse vetor,
produção de alimentos. estendendo-o até São Luís (MA).
Uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de
No entanto, foi em meados do século XVIII que o Império intensa modificação das paisagens naturais, desdobrou-se de
Português de fato consolidou sua soberania na área, criando o sul a norte no estado de Tocantins e avançou pelas porções
estado do Grão-Pará, com capital em Belém. Na nova estrutura meridional e oriental do Pará e por todo o oeste maranhense.
política e administrativa, o Grão-Pará, marcado pelas baixas Um segundo vetor estruturou-se a partir da década de
densidades demográficas e pelo extrativismo, passou a ser 1970, em torno do segmento sul da Cuiabá-Santarém (BR-
uma unidade distinta de Estado do Brasil. 163) e da Brasília-Acre (BR-364). Portanto, a integração
Com a independência do Brasil em 1822, o estado do Grão- viária com o Centro-Oeste ocorre através de Rondônia, até Rio
Pará foi dissolvido e tornou-se parte do Império Brasileiro, Branco, no Acre. Ao longo desse eixo aparecem as principais
cujo poder administrativo concentrava-se no Rio de Janeiro. áreas de desflorestamento, associadas à expansão da fronteira
No entanto, dada a precariedade das suas redes de transporte agrícola.
e comunicações, a região permaneceu durante muito tempo No norte de Mato Grosso e em Rondônia, a colonização
isolada do centro político e econômico do país. agrícola impulsionada por migrantes do Centro-Sul originou
dezenas de novos núcleos urbanos. Ao mesmo tempo, a criação
A conquista da fronteira interna e consolidação da Zona Franca de Manaus (ZFM)
transformava a capital amazonense em importante centro
O empreendimento de conquista e incorporação efetiva da industrial e reforçava seus vínculos externos com os capitais e
vasta porção setentrional do Brasil teve início após a mercados do Centro-Sul.
Revolução de 1930, marcada pela centralização do poder, e
prosseguiu nas décadas seguintes, quando a Amazônia Legal Os novos caminhos para Manaus
se tornou uma região de planejamento.
As políticas que orientaram essa conquista geraram um Na década de 1980, a ocupação intensiva de Roraima foi
conflito entre dois tipos de ocupação do espaço regional. O facilitada pela pavimentação da rodovia Manaus-Boa Vista
povoamento tradicional, em grande parte herdeiro das (BR-174), que atravessa a fronteira setentrional do país,
atividades missionárias, marcado pelo extrativismo e pela interligando-se às rodovias da Venezuela. Ao longo do seu eixo,
agricultura de excedente, consistiu numa ocupação linear e na porção central de Roraima e nas proximidades de Manaus,
ribeirinha, assentada na circulação fluvial e na rede natural de surgiram em poucos anos largas faixas de devastação. A
rios e igarapés: a "Amazônia dos rios". O novo povoamento construção dessa estrada e a concomitante implantação do
seguia a trajetória dos eixos de circulação viária, na qual eram imenso reservatório da hidrelétrica de Balbina desfiguraram a
implantados núcleos urbanos e projetos florestais, reserva indígena Waimiri-Atroari, localizada no vale do Rio
agropecuários e minerais; é a chamada "Amazônia das Jauaperi, a oriente do Rio Branco. A BR-174 foi a primeira
estradas". rodovia pavimentada a alcançar Manaus, que até então só
O conflito entre o modo de ocupação tradicional e o podia ser atingida por via fluvial ou aérea.
moderno, representado pelos eixos viários, expressou-se na O novo eixo destina-se a projetar a influência da ZFM para
tensão social que envolveu índios, posseiros e grileiros. Até os os países vizinhos. A produção industrial do enclave
dias atuais, as disputas por terra configuram um "arco de amazonense é parcialmente responsável pelo superávit do
violência" nos municípios da Amazônia Legal. Brasil nas trocas comerciais realizadas com a Venezuela e pode
De outro lado, a conquista da Amazônia resultou na impulsionar os fluxos de comércio do país com as economias
modificação antrópica das paisagens e na degradação centro-americanas.
progressiva dos ecossistemas naturais. Um "arco da No entanto, o isolamento físico do enclave de Manaus está
devastação" demarca as áreas de ocupação recente do Grande sendo rompido em outra direção. O projeto de pavimentação
Norte. Nos estados de Tocantins, Pará e Maranhão, a da Porto Velho-Manaus (BR-319) pretende conectar a
devastação antrópica atinge formações do Cerrado, da metrópole da Amazônia Ocidental e o vetor de ocupação
Floresta Amazônica e da Mata dos Cocais. No Mato Grosso e estabelecido em Rondônia. Com a Hidrovia do Madeira, essa
Rondônia, manifesta-se com intensidade no Cerrado, na estrada tem como objetivo consolidar um corredor de
Floresta Amazônica e nas largas faixas de transição entre esses exportação para os produtos agrícolas de Rondônia e Mato
domínios. Grosso, através do Rio Amazonas.
O eixo em implantação pode acarretar, porém, nova frente
Os focos de calor marcam a ocorrência das queimadas que de devastação da Floresta Amazônica. A fronteira agrícola de
abrem os terrenos para as atividades agropastoris ou Rondônia já se moveu até Humaitá, no sudoeste do Amazonas,
minerais, resultando em um arco de devastação dos primeira cidade alcançada pela pavimentação da BR-319. Em
ecossistemas amazônicos. torno da cidade, uma larga mancha de desflorestamento
assinala a abertura da floresta para a exploração da madeira,
Os novos eixos de integração e a ocupação do espaço acompanhada pelo avanço da agropecuária.
amazônico Os impactos da BR-319

A construção de rodovias foi fundamental para a inserção "Se por um lado a construção e a pavimentação de estradas
da região amazônica nos fluxos e circuitos econômicos na Amazônia geram benefícios na forma de redução de custos
nacionais. Belém e Manaus são os dois centros urbanos que de transportes, por outro lado impulsionam o desmatamento,
polarizam a rede urbana regional. os conflitos sociais e a ilegalidade. A eficiência econômica e os
efeitos diversos dos projetos precisam ser identificados e
As políticas voltadas para a conquista integraram a instrumentos que garantam uma distribuição mais equânime
Amazônia às dinâmicas territoriais nacionais. Esse processo se de custos e benefícios entre os atores afetados precisam ser
realizou por meio de dois vetores. implantados.
Um primeiro vetor estruturou-se originalmente na década Neste estudo, utilizamos a análise custo-benefício para
de 1960, em torno do eixo viário da Belém-Brasília. Nas avaliar a eficiência econômica do projeto de recuperação do

Geografia do Estado de Rondônia 9


APOSTILAS OPÇÃO

principal segmento da Rodovia BR-319, localizado entre os pelos subprodutos do garimpo, são resultado das opções de
quilômetros 250,00 e 655,70, no estado do Amazonas, de planejamento adotadas nesse período.
forma a contribuir com a discussão dessas questões. Este As políticas amazônicas dissociaram a noção de
trecho encontra-se fortemente deteriorado e virtualmente desenvolvimento de seu conteúdo social. A abertura de
intransitável desde 1986. rodovias de integração e a implantação de grandes projetos
Planeja-se sua recuperação dentro do Programa de geraram intensos fluxos migratórios para a Amazônia, além do
Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. esvaziamento demográfico de várzeas e igarapés. A exclusão
[...] As obras aqui analisadas, com custo de implantação de social se materializa nas periferias das cidades médias, nos
cerca de 557 milhões de reais, incluem a recuperação e a povoados miseráveis nascidos junto a empreendimentos
pavimentação da rodovia e a construção de quatro novas minerais e florestais e no surgimento de populações
pontes entre Manaus e Porto Velho, o que viabilizará o tráfego itinerantes, que vagueiam à procura de escassas
continuado entre Manaus e o resto do país. oportunidades de trabalho.
A análise [...] demonstra que o projeto é inviável O novo ciclo de obras rodoviárias na Amazônia,
economicamente, gerando prejuízos de cerca de 316 milhões especialmente a Cuiabá-Santarém (BR-163) e a Porto Velho-
de reais, ou 33 centavos de benefícios para cada real de custos, Manaus (BR-319), visa estabelecer a ligação entre Manaus e
em valores atuais. Isso significa que para que o projeto alcance Porto Velho, mas ameaçava reproduzir, em escala ampliada, os
viabilidade econômica, os benefícios brutos estimados teriam desastres sociais e ambientais do ciclo anterior. A alternativa
de ser multiplicados por três. [...] consistia em redefinir o sentido do planejamento regional,
Modelagens recentes indicam que o projeto provocará priorizando o desenvolvimento social e a valorização dos
forte desmatamento no Interflúvio Madeira-Purus, com a ecossistemas naturais. A geração de empregos e a exploração
perda de importantes recursos naturais ainda em excelente sustentável dos recursos naturais são as metas a serem
estado de conservação, caso políticas eficazes de contenção do perseguidas por um planejamento regional renovado.
desmatamento não sejam implantadas. Estimamos que o custo
econômico parcial do desmatamento [...] poderia alcançar Um zoneamento econômico e ecológico
aproximadamente 1,9 bilhão de reais, em valores atuais.
Destes, 1,4 bilhão corresponderia ao efeito negativo do projeto O planejamento regional da Superintendência de
sobre as mudanças climáticas globais, valor muito superior Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) baseou-se em
aos benefícios brutos gerados pelo projeto, de 153 milhões de estudos de pequena escala, inadequados para a definição das
reais." realidades sociais e vocações ecológicas de áreas de médias e
FLECK. Leonardo C. Eficiência econômica, riscos e custos pequenas dimensões. Contudo, um planejamento regional
ambientais da reconstrução da rodovia BR-319. Lagoa Santa: voltado para o desenvolvimento sustentável não pode abrir
Conservação Estratégica, 2009. p. 19-20. mão do reconhecimento dessas áreas e suas peculiaridades.
Atualmente, as imagens de satélite e as técnicas de cartografia
Redes urbanas regionais computadorizada fornecem os meios necessários para a
elaboração de estudos em média e grande escala, produzindo
Enquanto a Amazônia se integrava ao Centro-Sul, a rede um zoneamento econômico e ecológico do imenso espaço
urbana regional tornava-se mais complexa e diferenciada. amazônico.
Nesse processo, a influência vasta e difusa de Belém sobre A "conquista" da Amazônia deixou como herança um
todo o espaço amazônico desvanecia-se, em razão da mosaico complexo, no qual vastas áreas de paisagens naturais
emergência de Manaus. quase intactas intercalam-se com zonas de garimpo, grandes
Na última década, configurou-se uma situação de dupla projetos e corredores de devastação. Um zoneamento
polarização, na qual se desenham esferas de influência econômico e ecológico destina-se a elucidar a organização
distintas das metrópoles do Amazonas. desse mosaico, criando bases para a seleção de políticas
Durante a década de 1970, com a fronteira agrícola específicas para cada área.
avançando em Mato Grosso e em Rondônia, ocorreu o Um passo inicial consistiria em distinguir os espaços de
acelerado desenvolvimento de Porto Velho e, em grau menor, preservação (reservas indígenas e unidades de proteção
dos núcleos instalados junto à rodovia, como Vilhena, Cacoal, ambiental) dos espaços disponíveis para a valorização
Ji-Paraná e Ariquemes. econômica, e cartografá-Ios nas escalas adequadas. Um
Na década seguinte, a fronteira agrícola moveu-se até o sul segundo passo consistiria no planejamento das modalidades
do Acre, acompanhando o trecho pavimentado da BR-364. Nas de uso do solo, das instalações de infraestrutura viária e
áreas das cidades de Xapuri e Brasileia, as atividades energética e no desenvolvimento urbano dos espaços
madeireiras avançaram sobre os seringais, provocando disponíveis.
conflitos e impulsionando a organização dos seringueiros. O incentivo ao aproveitamento econômico da
biodiversidade também pode proporcionar vantagens
Cenários futuros: entre a devastação e a tecnologia econômicas. Os produtos naturais da floresta encontraram
novas e sofisticadas aplicações nas indústrias farmacêutica, de
Para romper o ciclo de devastação e desigualdade social cosméticos e de alimentos. Além disso, as universidades e os
será preciso o desenvolvimento de políticas territoriais que institutos científicos da Amazônia pesquisam técnicas
valorizem as comunidades locais e a preservação da adequadas para o cultivo de espécies como a seringueira e a
biodiversidade. castanheira. Esses projetos experimentais sugerem caminhos
para a elaboração de modelos agrícolas a serem implantados
As políticas territoriais amazônicas implementadas pela em áreas degradadas dos corredores de ocupação.
ditadura militar nortearam-se pela meta geopolítica de
“conquista” da Amazônia. O planejamento regional Referências Bibliográficas:
elaborado nesse contexto fundamentou-se num conceito
distorcido de desenvolvimento, que estimula a acumulação TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do
de capital por grandes empresas e o uso predatório dos Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª
recursos naturais. Os largos e extensos corredores de edição. São Paulo: Moderna.
devastação ambiental e as vastas manchas de
desflorestamento, assim como a poluição de rios e igarapés

Geografia do Estado de Rondônia 10


APOSTILAS OPÇÃO

- rio Jaci-Paraná,
11. O Estado de Rondônia, - rio Caracol,
componentes do meio físico - rio Jamari,
- Igarapé Mururé e
e ambiental - rio Ji-Paraná.

Relevo Já os afluentes da margem esquerda são os rios:


- Albuná,
O relevo do Estado de Rondônia é composto basicamente - rio Ferreiros,
por planícies e planaltos baixos, esses possuem, em média, - Igarapé São Simão,
altitudes que variam entre 90 a 1000 metros em relação ao - rio São Lourenço,
nível do mar. - rio Caripunas,
Desse modo, o tipo de relevo que predomina no território - Igarapé Maparaná,
varia de 100 a 600 metros, isso em, aproximadamente, 94% de - Igarapé Cuniã e
toda área estadual, o restante atinge elevações superiores a - rio Aponiã.
600 metros.
No entanto, o relevo apresentado é constituído por quatro Bacia dos Rios Guaporé e Mamoré
unidades geomorfológicas: Planície Amazônica, Setentrional Principais rios: Guaporé e Mamoré.
do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Paacás Novos e
Vale do Guaporé-Mamoré. Nesta serra localiza-se o ponto mais Bacia do Rio Ji-Paraná
elevado de Rondônia, o Pico do Tracuá. Rio principal: Ji-Paraná.

Vegetação Bacia do rio Rooselvet, bacia secundária.


Rio principal: Rooselvet.
A cobertura vegetal do Estado é diversificada,
apresentando vários tipos de vegetação dos quais se destacam: Referências Bibliográficas:

Floresta Ombrófila Aberta Governo do Estado de Rondônia. Disponível em:


Esse tipo de vegetação é a que mais predomina no Estado, http://www.rondonia.ro.gov.br/.
principalmente no leste, sul, norte e na área central do
território. IBGE. Disponível em:
As Florestas Ombrófilas são constituídas por quatro http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=ro.
fisionomias vegetais (floresta de cipó, palmeiras, bambu e
sorocaba). RIBEIRO, Thiago. Aspectos naturais de Rondônia. Brasil
Escola. Disponível em:
Floresta Ombrófila Densa <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais-
Ocorre em uma área restrita localizada na parte central, é rondonia.htm>.
formada basicamente por palmeiras, trepadeiras lenhosas,
epífitas e árvores de médio e grande porte.
12. Populações e ocupação
Floresta Estacional Semidecidual do espaço
Esse tipo de cobertura vegetal ocorre no sul do Estado,
apresenta árvores em número restrito denominadas de
caducifólia (árvores que perdem as folhas na seca ou no População:
inverno). De acordo com dados disponibilizados pelo IBGE, em 2010,
a população de Rondônia era estimada em 562.409 habitantes,
Cerrado aproximadamente, com densidade demográfica de 6,58
Existem “manchas” do cerrado no centro do Estado, esse (hab./km²).
tipo de vegetação é constituído por árvores de pequeno porte, Em 2016, esse número passou para 1.787.279 habitantes,
troncos retorcidos, folhas e cascas grossas e raízes profundas. aproximadamente, distribuídos numa área de 237.765,293
(km²).
Vegetação Aluvial O Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da
Apresenta-se nos arredores do rio Guaporé, possui população residente em 2016, foi divulgado, também pelo
características de uma cobertura vegetal formada a partir de IBGE, em aproximadamente, R$901,00.
arbustos (acácias, mimosa) e herbáceas (junco, rabo-de-
burro). Número de Municípios: 52.

Hidrografia Municípios Rondonienses

A rede hidrográfica de Rondônia é composta por três Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho, Candeias do
principais bacias e uma secundária. Jamary, Itapuã do Oeste, Alto Paraíso, Monte Negro, Buritis,
Campo Novo de Rondônia, Rio Crespo, Cujubim, Ariquemes,
Bacia do Rio Madeira Cacaulândia, Machadinho do Oeste, Vale do Anari, Theobroma,
O rio principal é o Madeira e seus afluentes principais são: Governador Jorge Teixeira, Jaru, Vale do Paraíso, Nova União,
Margem direita: Mirante da Serra, Teixeirópolis, Ouro Preto do Oeste, Ji-
- rio Ribeirão, Paraná, Presidente Médice, Urupá, Alvorada do Oeste, São
- Igarapé das Araras, Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé,
- rio Castanho, Costa Marques, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do
- rio Mutum-Paraná, Oeste, Castanheiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos
- garapé Cirilo, Parecis, Santa Luzia do Oeste, Rolim de Moura, Ministro

Geografia do Estado de Rondônia 11


APOSTILAS OPÇÃO

Andreazza, Cacoal, Espigão do Oeste, Primavera de Rondônia, A regionalização também pode ser feita com base em
São Felipe d'Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Chupinguaia, aspectos sociais, econômicos ou culturais. Cada um apresenta
Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Pimenteiras do uma série de possibilidades: regiões demográficas, uso do solo
Oeste, Cabixi e Vilhena. Dois municípios rondonienses estão e regiões industrializadas, entre outras.
entre os 15 municípios brasileiros que obtiveram as maiores
taxas nacionais de médias de crescimento populacional. As regiões geoeconômicas
Buritis, com 29,09% e Campo Novo de Rondônia com 23,20%.
A fim de compreender melhor as diferenças econômicas e
Divisas e fronteiras do estado de Rondônia sociais do território brasileiro, na década de 1960, surgiu uma
proposta de regionalização que dividiu o espaço em regiões
O estado de Rondônia possui a terceira maior população da geoeconômicas, criada pelo geógrafo Pedro Geiger.
região norte, perdendo apenas para os estados do Pará e Nessa regionalização, o critério utilizado foi o nível de
Amazonas. desenvolvimento semelhante foram agrupados dentro da
mesma região. De acordo com esse critério, o Brasil está
O estado de Rondônia é dividido geograficamente em duas dividido em três grandes regiões: Amazônia, Nordeste e
mesorregiões Centro-Sul.
Os limites da Amazônia correspondem à área de
Mesorregião do Leste Rondoniense é uma das duas cobertura original da Floresta Amazônica. Essa região é
mesorregiões do estado de Rondônia. É a maior mesorregião caracterizada pelo baixo índice de ocupação humana e pelo
territorialmente e também em número de habitantes, apesar extrativismo vegetal e mineral.
de não contar com o município mais populoso. Por este motivo, Nas últimas décadas, a Amazônia vem sofrendo com o
grande parte dos políticos que comandam o estado vem desta desmatamento de boa parte de sua cobertura original para a
região, e não da capital, Porto Velho. Esta mesorregião é implantação de atividades agropecuárias, como o cultivo de
dividida em seis microrregiões. soja e a criação de gado.
- Alvorada d'Oeste A região Nordeste é tradicionalmente caracterizada pela
- Ariquemes grande desigualdade socioeconômica. Historicamente, essa
- Cacoal região é marcada pela presença de uma forte elite composta
- Colorado do Oeste basicamente por grandes proprietários de terra, que dominam
- Ji-Paraná também o cenário político local.
- Vilhena A região Centro-Sul é marcada pela concentração
industrial e urbana. Além disso, apresenta elevada
Mesorregião de Madeira-Guaporé é uma das duas concentração populacional e a maior quantidade e diversidade
mesorregiões do estado de Rondônia. Foi a primeira região a de atividades econômicas.
ser habitada no estado de Rondônia por conta da construção Essa proposta de divisão possibilita a identificação de
do Forte Príncipe da Beira em 1776 no vale do Rio Guaporé. desigualdades socioeconômicas e de diferentes graus de
Foi nessa região também onde foi construída a Estrada de desenvolvimento econômico do território nacional.
Ferro Madeira-Mamoré que impulsionou a fundação de Seus limites territoriais não coincidem com os dos estados.
Guajará-Mirim e Porto Velho e, por conta disso, são estas as Assim, partes do mesmo estado que apresentam distintos
únicas microrregiões em que está dividida a mesorregião. graus de desenvolvimento podem ser colocadas em regiões
- Porto Velho diferentes. Porém, esses limites não são imutáveis: caso as
- Guajará-Mirim atividades econômicas, as quais influenciam as áreas do
território, passem por alguma modificação, a configuração
O estado de Rondônia é dividido geograficamente em oito geoeconômica também pode mudar.
microrregiões:
1 – Alvorada D’Oeste Outras propostas de regionalização
2 – Arquimedes
3 – Cacoal Regionalização do Brasil por Roberto Lobato Corrêa
4 – Colorado do Oeste
5 - Guajará-Mirim Outro geógrafo, chamado Roberto Lobato Corrêa, também
6 – Ji-Paraná fez uma proposta de regionalização que dividia o território em
7 – Porto Velho três: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.
8 - Vilhena No entanto, em sua proposta ele respeitava os limites
territoriais dos estados, diferentemente da proposta das
regiões geoeconômicas.
13. As divisões regionais Os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira
propuseram outra regionalização para o Brasil, que divide o
território em quatro regiões: Amazônia, Mordeste, Centro-
Os critérios de divisão regional do território Oeste e Concentrada.
Essa divisão foi feita com base no grau de desenvolvimento
O Brasil é um país muito extenso e variado. Cada lugar científico, técnico e informacional de cada lugar e sua
apresenta suas particularidades e existem muitos contrastes influência na desigualdade territorial do país.
sociais, naturais e econômicos. A região Concentrada apresenta os níveis mais altos de
Como cada região diferencia-se das demais com base em concentração de técnicas, meios de comunicação e população,
suas características próprias, a escolha do critério de além de atos índices produtivos.
regionalização é muito importante. Já a região Centro-Oeste caracteriza-se pela agricultura
Um dos critérios utilizados para regionalizar o espaço moderna, com elevado consumo de insumos químicos e
pode ser relacionado a aspectos naturais, como clima, relevo, utilização de tecnologia agrícola de ponta.
hidrografia, vegetação, etc. A região Nordeste apresenta uma área de povoamento
antigo, agricultura com baixos níveis de mecanização e núcleos

Geografia do Estado de Rondônia 12


APOSTILAS OPÇÃO

urbanos menos desenvolvidos do que no restante do país. Por A regionalização oficial do Brasil atual
fim, a Amazônia, que foi a última região a ampliar suas vias de
comunicação e acesso, possui algumas áreas de agricultura A regionalização oficial do Brasil é a de 1990 e apresenta
moderna. as modificações instituídas com a criação da Constituição de
1988.
Os territórios de Roraima e Amapá são elevados à
As regiões do Brasil ao longo do tempo categoria de estado (o território de Rondônia já havia sofrido
essa mudança em 1981); é criado o estado de Tocantins; e é
Os estudos da Divisão Regional do Instituto Brasileiro de extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, que
Geografia e Estatísticas (IBGE) tiveram início em 1941. O passa a ser incorporado ao estado de Pernambuco.
objetivo principal deste trabalho foi o de sistematizar as várias
divisões regionais que vinham sendo propostas, de forma que Regionalização oficial do Brasil atual
fosse organizada uma única divisão regional do Brasil para a
divulgação das estatísticas brasileiras. É importante refletir sobre a regionalização atual proposta
A proposta de regionalização de 1940 apresentava o pelo IBGE, já que ela não apresenta uma solução definitiva para
território dividido em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, a compreensão dos fenômenos do território brasileiro.
Este, Sul e Centro. Essa divisão era baseada em critérios tanto A produção do espaço é um processo complexo, resultado
físicos como socioeconômicos. da interação de diferentes fatores e não pode ser encaixada
dentro de uma categoria única e específica.
IBGE e a proposta de regionalização A atual divisão regional obedece aos limites dos estados
brasileiros, mas não necessariamente aos limites naturais e
O IBGE surgiu em 1934 com a função de auxiliar o humanos das paisagens, os quais, muitas vezes, não são tão
planejamento territorial e a integração nacional do país. evidentes.
Consequentemente, a proposta de regionalização criada pelo É o caso, por exemplo, do Maranhão. Grande parte de seu
IBGE baseava-se na assistência à elaboração de políticas território apresenta características naturais comuns à região
públicas e na tomada de decisões no que se refere ao Norte, principalmente devido à presença da Floresta
planejamento territorial, por meio do estudo das estruturas Amazônica. Além disso, o estado apresenta fortes marcas
espaciais presentes no território brasileiro. culturais que também remetem ao Norte, como a tradicional
Na década de 1950, uma nova regionalização foi proposta, festa do Boi-Bumbá.
a qual levava em consideração as mudanças no território No entanto, segundo a regionalização oficial, o Maranhão
brasileiro durante aqueles anos. faz parte da região Nordeste.
Foram criados os territórios federais de Fernando de
Noronha, Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta Porã e Iguaçu – O Estado brasileiro e o planejamento regional
esses dois últimos posteriormente extintos.
Note também que a denominação das regiões foi alterada No século XX, a concentração espacial das indústrias na
e que alguns estados, como Minas Gerais, mudaram de região. região Sudeste impactou de maneira negativa as estruturas
produtivas de outras regiões brasileiras.
Regionalização do Brasil → década de 1950 Para promover a desconcentração da economia, foram
criadas políticas de integração e de desenvolvimento regional.
Na década de 1960, houve a inauguração da nova capital
federal, Brasília. Além disso, o Território de Guaporé passou a Introdução: território e políticas públicas
se chamar Território de Rondônia e foi criado o estado da
Guanabara. Por meio das políticas de desenvolvimento regional,
propunha-se a implantação de infraestruturas nas regiões
Regionalização do Brasil → década de 1960 menos desenvolvidas, com a finalidade de atrair investimentos e
aumentar a oferta de empregos.
Na década de 1970, o Brasil ganha o desenho regional
atual. O desenvolvimento industrial iniciado na década de 1930
É criada a região Sudeste, que abriga os Estados de São transformou, ao mesmo tempo, a economia e a geografia do
Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Brasil.
O Acre é elevado à categoria de estado e o Território No plano da economia, o modelo agroexportador foi, aos
Federal do Rio Branco recebe o nome de Território Federal de poucos, sendo substituído pelo modelo urbano e industrial que
Roraima. vigora no país até hoje. No plano da geografia, as diferentes
regiões brasileiras passaram a se articular de maneira cada vez
Regionalização do Brasil → década de 1970 mais intensa, de forma a prover tanto a matéria-prima quanto
a força de trabalho necessárias à produção industrial
A regionalização da década de 1980 mantém os mesmos fortemente concentrada na Região Sudeste.
limites regionais. No entanto, ocorre a fusão dos Estados da Esse novo contexto de industrialização e de integração
Guanabara e do Rio de Janeiro e a criação do estado do Mato nacional tornou, evidente a desigualdade de desenvolvimento
Grosso do Sul. entre as regiões brasileiras. O crescimento da economia da
A mudança nas regionalizações ao longo dos anos é fruto Região Sudeste contrastava vivamente com a estagnação da
do processo de transformação espacial como resultado das economia nordestina. No Nordeste, diante do desemprego
ações do ser humano na natureza. resultante do declínio das atividades nas lavouras de cana-de-
Assim, reflete a organização da produção em função do açúcar e nas indústrias têxteis, dos baixos salários e da
desenvolvimento industrial. concentração de terras nas mãos de poucos, muitos optaram
por tentar a vida em outras regiões do país.
A Região Nordeste transformou-se em grande fornecedora
de mão de obra para os principais centros urbanos e
industriais do país. São Paulo tornou-se o principal destino dos
migrantes nordestinos: na década de 1940, eles foram

Geografia do Estado de Rondônia 13


APOSTILAS OPÇÃO

responsáveis por cerca de 60 do incremento populacional A indústria na Amazônia


ocorrido na cidade.
Para combater a desigualdade, o governo federal lançou A implantação de complexos industriais figurava entre as
políticas de desenvolvimento regional. Por meio delas, prioridades do projeto de valorização econômica da Amazônia
esperava-se promover a desconcentração da economia, concebido pelos militares.
atraindo investimentos e ampliando a oferta de empregos nas Como vimos, a Sudam foi criada em 1966. No ano seguinte,
regiões menos desenvolvidas. As regiões selecionadas seria a vez da Superintendência da Zona Franca de Manaus
receberiam infraestrutura (energia, estradas, portos) e (Suframa). Com ela, Manaus foi transformada em zona franca.
incentivos fiscais, ou seja, o governo passaria a isentar ou Essa nova condição significou para Manaus a isenção de taxas
cobrar menos impostos dos empresários que lá implantassem de importação das máquinas e matérias-primas necessárias à
novos negócios. produção industrial, bem como dos impostos de exportação
Em meados da década de 1950, começaram a ser das mercadorias industrializadas. Com esses incentivos,
implementadas as agências de desenvolvimento regional, indústrias transnacionais e nacionais foram atraídas para a
órgãos federais que tinham o objetivo de centralizar e cidade, e Manaus transformou-se em um polo industrial
implementar essas políticas. A Superintendência de importante, principalmente no setor de bens de consumo
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a primeira delas, duráveis (televisores, aparelhos portáteis e eletrodomésticos).
entrou em funcionamento em 1959. A Superintendência de Atualmente, o polo industrial instalado em Manaus
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) foi criada em 1966. dinamiza boa parte da economia regional e emprega
Sudene e Sudam foram as mais importantes agencias diretamente cerca de 85 mil pessoas. A indústria local, no
implantadas no Brasil. Por isso, vamos estuda-las mais de entanto, depende da manutenção da zona franca. As
perto. mercadorias produzidas em Manaus viajam milhares de
quilômetros até chegar aos principais centros de consumo do
O Estado e a valorização da Amazônia país e incorporam em seu custo o preço desse transporte.
Na década de 1970, teve início o processo de crescimento
Para a valorização da economia regional da Amazônia e sua industrial de Belém. Nesse caso, predominam as indústrias de
conexão aos centros mais dinâmicos do território brasileiro, o transformação mineral, em especial a siderurgia do ferro e do
governo federal priorizou a construção de estradas e a alumínio, atraídas pela presença de matérias-primas e da
implantação de projetos industriais (zona franca), minerais e de energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Uma
colonização. das siderúrgicas mais importantes do setor de produção de
alumínio está instalada no Porto de Barcarena, situado nos
• A integração nacional arredores de Belém.

O propósito de integrar a Amazônia ao conjunto da A Amazônia Legal


economia nacional já estava na agenda do governo federal na
década de 1940, mas foi apenas na década de 1950 que as Na visão dos militares, a Amazônia era um imenso vazio
políticas de planejamento começaram a atuar de fato na demográfico que precisava ser conquistado e explorado, de
região. forma a transformar seu enorme potencial natural em
Em 1953, nasceu a Superintendência do Plano de riquezas que iriam financiar o desenvolvimento do país. Para
Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), um órgão isso, eles propunham integrar a Amazônia implantando
federal encarregado de valorizar a economia regional e grandes projetos minerais, industriais e agropecuários.
conectá-la aos centros mais dinâmicos do território brasileiro. A população local, em grande parte concentrada nas
A área de atuação da SPVEA recebeu o nome de Amazônia margens dos rios e dos igarapés e vivendo do cultivo de
Brasileira, uma região de planejamento. pequenos lotes de terra, foi praticamente desconsiderada nos
Na época, o processo de industrialização demandava a novos planos do governo para a região.
criação de um mercado interno de dimensões nacionais, o que A Sudam foi criada para ser uma espécie de intermediária
exigia grandes transformações no território. A construção de entre o governo e os empresários no processo de valorização
estradas que possibilitassem o intercâmbio de mercadorias e econômica da Amazônia. Além disso, o órgão também deveria
pessoas entre as diversas regiões brasileiras era considerada formular projetos de atração de migrantes, para promover o
uma tarefa prioritária para o governo federal. Uma nova povoamento e consolidar um mercado de trabalho regional.
capital, Brasília, estava sendo construída em um planalto Muitos desses migrantes, a maior parte de origem nordestina,
situado no Brasil central, até então pouco integrado. acabaram por se fixar nas periferias das cidades amazônicas,
Por meio de Brasília, pretendia-se integrar não apenas o que conheceram um crescimento explosivo a partir da década
Centro-Oeste mas também a Amazônia, escassamente de 1870.
povoada e detentora de imensas potencial idades naturais. O A Transamazônica, rodovia que corta a região no sentido
planejamento e a execução da Rodovia Belém-Brasília, por latitudinal, foi planejada para ligar o Amazonas à Paraíba e
meio da qual o sistema viário brasileiro alcançou a Amazônia viabilizar o assentamento dos migrantes recém-chegados e
pela primeira vez, contou com a colaboração da SPVEA. representar uma rota para os novos investimentos - ou, nas
palavras do próprio governo, "a pista da mina de ouro".
• Sudam: a devastação planejada A Transamazônica não cumpriu o papel almejado por seus
planejadores. Encravada no meio da floresta e desconectada
A política de planejamento regional voltada para a da rede viária nacional, a estrada não foi capaz de dinamizar
Amazônia ganhou novos contornos após o golpe de 196Q, os fluxos regionais e acabou por se tornar um imenso atoleiro.
quando os destinos do país passaram a ser comandados pela
ditadura militar. Em 1966, a SPVEA foi extinta e substituída Nessas condições, os dois mais importantes eixos de
por outro órgão, a Superintendência do Desenvolvimento penetração para a Amazônia passaram a ser as rodovias
da Amazônia (Sudam), cuja área de atuação recebeu o nome Belém-Brasília e Brasília-Acre. Em suas margens, foi
de Amazônia Legal. No ano seguinte, foi criada a implantada a maior parte dos projetos minerais e
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). agropecuários incentivados pela Sudam. Não por acaso, esses
eixos apresentam a maior taxa de desmatamento e de
degradação ambiental. Além disso, também são palcos de

Geografia do Estado de Rondônia 14


APOSTILAS OPÇÃO

violentos conflitos, já que posseiros, fazendeiros e madeireiros no mercado internacional, principalmente no continente
disputam a posse da terra valorizada pela presença das Asiático, mais precisamente na Malásia.
estradas. A retomada da demanda de extração de látex, seiva da
O eixo da Belém-Brasília se estende até a Serra dos Carajás, árvore seringueira, nativa da Amazônia, ocorreu em
onde se encontra a maior reserva de minério de ferro do decorrência da Segunda Guerra Mundial, isto porque os
mundo. O ferro de Carajás, em exploração desde a década de seringais da Malásia foram ocupados por tropas japonesas.
1970 pela Companhia Vale do Rio Doce (privatizada em Naquele período, as atenções do mundo convergiram para a
1997), é escoado pela Estrada de Ferro Carajás, até o Complexo produção do látex na Amazônia. O próprio governo brasileiro
Portuário de São Luís, no Maranhão. Nas margens da rodovia (Getúlio Vargas), convocou trabalhadores para trabalharem na
e da ferrovia, a floresta equatorial já foi quase toda derrubada. extração de látex. Foi neste período que surgiu o soldado da
Em seu lugar, surgiram núcleos urbanos e os mais diversos borracha. Os vales amazônicos foram novamente ocupados.
empreendimentos. Em 1952, ocorreu a descoberta de existência de estanho,
que foi importante para a economia regional de Porto Velho,
Anúncio da Sudam e do Banco da Amazônia, surgindo ai o ciclo da extração da cassiterita, que também
publicado em dezembro de 1970. divide-se em dois períodos:
- o primeiro período foi o da garimpagem manual, que
No outro extremo da Amazônia, o principal eixo de durou até 31 de março de 1971, quando foi proibida pelo
ocupação foi a Rodovia Brasília-Acre. O estado de Rondônia, Governo Federal;
atravessado por esse eixo, foi alvo de um grande projeto de - a partir dessa data, iniciou-se o período da garimpagem
colonização e recebeu milhares de migrantes, vindos mecanizada.
especialmente das regiões Nordeste e Sul. Atualmente, Ainda na década de 50, do século XX, existiram os garimpos
Rondônia figura entre os estados mais devastados da região. de diamante no rio Machado, nas proximidades de Vila
A herança da Sudam permanece na realidade amazônica: Rondônia, atualmente cidade de Ji-Paraná, e Pimenta Bueno,
está presente tanto na destruição do modo de vida tradicional que tiveram pouca durabilidade.
das populações ribeirinhas e indígenas quanto na grande O atual ciclo econômico de Rondônia iniciou-se na década
mancha de devastação ambiental produzida pelos de 70, do século XX, com a chegada de migrantes oriundos,
empreendimentos aprovados pelo órgão. Definitivamente, principalmente, das regiões Sul e Sudeste do Brasil, cuja
esse modo predatório de ocupação está em descompasso com maioria era proveniente dos estados do Paraná, Espírito Santo
os parâmetros atuais de valorização do patrimônio ambiental e Minas Gerais, começando assim o plantio de lavoura de café
amazônico, sobretudo no que se refere à enorme e a formação de pastagem.
biodiversidade da formação florestal e à presença de imensos Nesse mesmo período, deu-se início às instalações de
reservatórios de água doce. indústrias madeireiras que, do final da década de 70 e durante
a de 80, do século XX, eram responsáveis absolutas pela
Referências Bibliográficas: geração de empregos, renda e ainda hoje são de suma
importância para a economia do Estado.
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Em 1971, a CEPLAC Comissão Executiva da Lavoura
Paulo: Editora AJS, 2015. Cacaueira, respaldada em estudos que apontavam a
viabilidade da lavoura cacaueira na região, deu incentivo ao
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do plantio nas localidades de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.
Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª Em 1976, foi implantado o programa PROCACAU, que
edição. São Paulo: Moderna. incentivou ainda mais o plantio da lavoura, chagando a 54.000
hectares, em seis mil pequenas propriedades rurais.
Paralelamente a esse acontecimento, as lavouras de café e
14. Produção econômica a criação de rebanho bovino se desenvolveram por uma vasta
regional região, mas, no início dos anos 1990, os cafeicultores
rondonienses enfrentaram outro problema, o baixo preço na
saca do café, que, às vezes, não compensava nem colher.
Aspectos Econômicos de Rondônia Muitos foram os que, cortaram os cafezais e substituíram
as áreas por pastagens.
Vários ciclos econômicos fizeram parte do A partir de 1997, os preços voltaram a subir e chegou, em
desenvolvimento regional, mas, na atualidade, predomina o 1999, a R$ 150,00. Novamente ocorreram novas plantações,
agropecuário, com destaque para a cafeicultura e porém, o preço da saca começou a cair a partir do ano de 2000,
bovinocultura (gado leiteiro e de corte) entre outros produtos e em 2001 chegou a R$ 25,00, voltando a ser desestimulado.
e um setor industrial nascente. O rebanho bovino sempre continuou crescendo e é
O primeiro ciclo econômico ocorreu com as descobertas de predominante em todo o Estado, formando uma grande bacia
ouro no rio Corumbiara, afluente da margem direita do rio leiteira, com destaque para a região de Ouro Preto, Jaru e Ji-
Guaporé, a partir de 1744; nessa mesma época houve também Paraná.
o período das drogas do sertão, mas o primeiro grande ciclo Outros investimentos já começam a florescer, na economia
econômico foi o da borracha. regional, são plantações de pupunha (palmito, piscicultura), e
Este ciclo dividiu-se em dois. O primeiro teve início por o cultivo de soja e arroz, em áreas mecanizadas, no sul do
volta de 1877, quando uma grande leva de nordestinos migrou Estado.
para o vale do Madeira e seus afluentes: rio Machado ou Ji- Rondônia é um Estado de vocação agropecuária, o solo
Paraná, Mamoré, Guaporé e Jamari e o segundo ciclo teve início rondoniense produz, não só os já citados produtos, mas uma
em 1942, ocasião da Segunda Guerra Mundial. diversidade de cereais, frutos, verduras e legumes.
No período do Primeiro Ciclo de Extração de Látex foi
construída a maior obra da história da Amazonas, a Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré, hoje Museu Histórico.
O Primeiro Ciclo de Extração de Látex, (borracha) começou
a decair a partir de 1912 e, em 1918, já estava em pleno
declínio, não pela falta do produto, mas pelo preço praticado

Geografia do Estado de Rondônia 15


APOSTILAS OPÇÃO

edificantes da catástrofe ecológica induzida pela exploração de


15. As questões terras impróprias para a agricultura.
socioambientais Os organismos internacionais e o Banco Mundial, quando
reconheceram a problemática ambiental de Rondônia, na
segunda metade da década de 80, do século XX, começaram a
Principais impactos ambientais frear o envio de verbas aos projetos de assentamento e
colonização, em decorrência do escândalo mundial causado
O estado de Rondônia possui o delineamento das pelo acelerado desmatamento de parte da floresta amazônica.
diferentes áreas geográficas efetivado pelo Zoneamento A floresta sofreu intenso processo de queimadas durante o
Socioeconômico ecológico, que distribui entre os ecossistemas processo de preparação da terra para o plantio de lavouras e
uma diversidade de formas de organização de produção pastagens. Os agricultores instalaram-se em grandes e
sustentável. pequenas propriedades, ou em projetos agropecuários
Os aspectos econômicos envolvem diversas atividades implantados por empresas nacionais privadas ou pelo
projetadas para determinadas localidades e situação governo.
econômica das comunidades. Em função da ausência de planejamento adequado, alguns
A caracterização do Zoneamento, como elemento-chave da desses projetos foram instalados em regiões impróprias para
utilização de recursos das florestas e dos rios, consistiu, ao a atividade agrícola. Os agricultores utilizaram sistemas de
mesmo tempo, em preocupação ecológica pelas autoridades produção e cultivo nem sempre coerentes com as
que temem o mau uso dos espaços econômicos com atividades características agroecológicas da região. Essa ocupação
que possam degradar o ambiente e prejudicar os ecossistemas. desordenada conferiu a agricultura uma dinâmica marcada
A nova Lei de Crimes Ambientais é oportuna porque pela baixa produtividade, impactos ambientais crescentes e
vincula os espaços produtivos aos órgãos de representação pobreza na qualidade de vida das populações.
ambiental, desta forma, qualquer acidente envolvendo áreas A região central do Estado, ao longo da BR-364 e próximo
de proteção ambiental, ou desastre ecológico, prevendo a ela, foi transformada em áreas onde ocorreu intenso
situações de risco para a vida vegetal e animal será objeto de desmatamento da floresta, eliminando-se praticamente a
investigação. fauna e a flora. A colonização influenciou um ritmo acelerado
Esses órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro do Meio de extração de madeiras nobres, fato que praticamente
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e a extinguiu as espécies de mogno, cerejeiras e castanheiras.
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, Atualmente, as madeiras já extraem outras espécies que
que estão equipados para atender às necessidades de também já se encontram praticamente em processo de
informações acerca de atitudes preservacionistas. extinção.
A extensão da fronteira agropecuária em Rondônia teve As atividades garimpeiras no rio Madeira, nas décadas de
início na década de 70, do século XX, com a implantação de 80 e 90 do século XX, prejudicaram o fluxo das águas do rio
projetos de colonização oficial, implantados pelo Governo com o uso do mercúrio, provocando a contaminação de peixes.
Federal, por meio do INCRA, substituindo as grandes áreas de Após a proibição da garimpagem no rio Madeira, iniciaram-se
seringais nativos por uma nova situação fundiária, que mudou as atividades de forma clandestina, fato que produziu um
radicalmente o espaço geográfico. efeito mais devastador sobre o meio ambiente e a recuperação
Rondônia é um estado que passou a ter problemas plena da flora de fundo e dos peixes que, por acaso, tenham
ambientais em decorrência de sua rápida expansão, como sofrido efeitos teratogênicos ou mutagênicos.
espaço de fronteira agrícola. Essa nova realidade gerou Outra forma de garimpo que causou problemas ambientais
preocupações acerca dos desmatamentos, erosão fluvial, constituiu-se na exploração de cassiterita no Bom Futuro, na
garimpagem, atividades mineralógicas e extrativistas, que bacia do rio Candeias, produzindo um índice elevado de
contribuíram, desde o processo de colonização, para o poluição nas águas em decorrência do assoreamento do leito
desequilíbrio dos ecossistemas, influindo em mudanças do rio.
climáticas que atingiram a região. O processo de desmatamento na região tendeu a ser
A partir da segunda metade da década de 80, do século XX, controlado tanto por organismos internacionais quanto pelos
os organismos internacionais, em especial o Banco Mundial, órgãos encarregados do meio ambiente, que trataram de
que investiram nos projetos de colonização em Rondônia, fiscalizar as ações predatórias. O desmatamento diminuiu, mas
foram alvo de críticas de ambientalistas e outras entidades os efeitos que geraram as problemáticas ambientais ainda se
mundiais, em decorrência do desastre ecológico nas imensas perpetuarão por longas décadas, considerando-se os aspectos
áreas florestais. de produção florestal propriamente dita, além dos aspectos
O Banco Mundial investiu em um novo projeto, o econômicos e ambientais (regeneração da floresta).
“PLANAFLORO”, com o intuito de diminuir o desmatamento
acelerado, iniciado nos anos anteriores, e reverter o processo
de desordenação causado pelo fluxo migratório no Estado. 16. Populações tradicionais
A consolidação da BR-29, em 1968, permitiu que Rondônia
firmasse sua vocação agrícola com maciços investimentos
federais em projetos de colonização e a intensificação do fluxo
migratório gerou a rápida formação de aglomerados urbanos, A migração, a influência midiática e as mudanças na
principalmente ao longo do eixo da BR-364. dinâmica dos contextos sociais na Amazônia rondoniense
Isso provocou uma ruptura da estrutura espacial existente,
já que, anteriormente, concentrava a economia nos municípios A Amazônia se caracteriza por diversas correntes
de Porto Velho e Guajará-Mirim, que não sofreram agregações migratórias. A primeira teria ocorrido entre os anos 1877 –
populacionais como às registradas na área de influência da BR- 1879, sendo composta de populações rurais do Nordeste e que
364. teriam vindo para a região fugindo da seca. Anos mais tarde,
A consequência mais drástica se constitui no acelerado no período compreendido entre 1890 – 1910, outro fluxo
processo de desmatamento ao longo da BR-364. A implantação migratório também de origem nordestina, tendo a seca e a
dos projetos de colonização existentes e a expansão da borracha como principais fontes motivadoras, chegou para
fronteira agrícola na floresta demonstraram exemplos trabalhar nos seringais.

Geografia do Estado de Rondônia 16


APOSTILAS OPÇÃO

A segunda corrente migratória ocorreu no ano de 1942, Questões


estimulada pela seca no Nordeste e em função da propaganda
do governo federal que necessitava de mão de obra para 01. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV/2015) O
trabalhar nos seringais. Os chamados soldados da borracha desenvolvimento econômico da região norte pode ser
iriam coletar tal produto, que por sua vez, manteria os meios entendido a partir da criação de um projeto ferroviário para
de transportes térreos dos países aliados na Segunda Guerra interligar a região amazônica entre o final do século XIX e a
Mundial. primeira metade do século XX. No entanto, com o advento do
Este momento em específico ficou conhecido como batalha regime militar brasileiro, nos anos 60 do século XX, o projeto
da borracha. Após chegarem a Amazônia, os soldados da ferroviário foi abandonado em razão da prioridade dada pelo
borracha, ficaram sabendo que a propaganda do governo era regime militar ao transporte:
enganosa. (A) pluvial na região norte;
Muito mais que isso, os seringueiros ao chegarem a região (B) naval pelo litoral da região norte;
tiveram atritos com os indígenas, obrigando-os a um processo (C) aéreo na região norte;
de adaptação biótica, pois, não havia outra alternativa para (D) misto aéreo e pluvial da região norte;
eles dentro do “ciclo” da borracha. (E) rodoviário da região norte.
Outro fator importante nesse processo foram os ciclos
econômicos, que proporcionaram a vinda de milhares de 02. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV/2015)
migrantes para a Amazônia e Rondônia. Em específico, a “A sensação térmica pode chegar a 38ºC neste sábado (5) na
descoberta da cassiterita no início da década de 1950, o ouro capital de Rondônia. De acordo com o Sistema de Proteção da
no Rio Madeira na década de 1980 e posteriormente os Amazônia (Sipam), o tempo deve ser firme em todo o estado
projetos de colonização que impulsionaram e intensificaram a no final de semana”.
rota migratória sem precedentes na história do Brasil. A previsão é de céu claro sem chuvas em todo o centro sul.
Diante de tal demanda, o governo federal, fez a tentativa de Já nas demais regiões, incluindo Porto Velho, céu claro a
controlar a situação, e atuou nos últimos anos no sentido de parcialmente nublado com pancadas de chuvas e trovoadas em
bloquear ou desviar os fluxos migratórios espontâneos que se áreas isoladas, podendo ser acompanhada de rajadas de
dirigiam ou continuam a dirigir-se para Rondônia, o Acre e ventos no período da tarde e noite.
outras partes da região. Essa restrição dificultou o acesso à (Fonte: http://g1.globo.com/, 05/09/2015. Acesso em
terra na região amazônica e contribuiu para a ineficácia da 20/09/2015).
Reforma Agrária. A descrição do tempo apresentada na notícia revela
Levando em consideração às promessas do governo e da características de temperatura e pluviosidade comuns na
propaganda midiática da distribuição de terras nesta região, região norte do Brasil, onde predomina o clima:
os migrantes trazem consigo um estereótipo já produzido a (A) equatorial, com baixa amplitude térmica anual e
partir do que a própria mídia divulgava. Ao se deparar com estações bem diferenciadas em termos de precipitação;
tantas identidades constituídas, o migrante passa da (B) tropical úmido, mesotérmico em termos de
estranheza a identificação e a sociabilidade dos saberes com temperatura e de pluviosidade irregular;
estes grupos. (C) tropical semiúmido, de baixa amplitude térmica anual
Esses fatores proporcionaram diversos confrontos, em e duas estações pluviométricas bem definidas;
detrimento dos interesses capitalistas, que envolviam os (D) equatorial, com pequena variação de temperatura ao
grupos sociais na busca por aquisição de terras. Em relação a longo do ano e total pluviométrico anual elevado;
questão da corrida pela terra aponta-se que o aumento da (E) tropical, com temperaturas médias elevadas ao longo
população em Rondônia triplicou em função de inúmeros do ano e precipitação distribuída de forma irregular ao longo
fatores entre os quais destacam a exploração de recursos do ano.
minerais e o processo de colonização.
Em tese, inicialmente os migrantes que chegaram neste 03. (SESAU/RO – Técnico – FUNRIO/2017) O Estado de
espaço geográfico desconsideraram as populações e as Rondônia foi criado no período:
técnicas de produção herdadas e desenvolvidas por esses (A) da Primeira República.
grupos na floresta constituindo o que denomina-se de morada (B) do Estado Novo.
habitual e cultura efetiva, garantindo a posse e o uso da terra. (C) da ditadura militar.
Oliveira Filho destaca que muitos autores apresentam os (D) da Nova República.
colonos que chegam à região com a visão de que a floresta (E) da revolução constitucionalista.
precisa ser domada, pois até o momento isso não ocorre, visto
que as populações tradicionais não o faziam, permanecendo 04. (SESAU/RO – Técnico – FUNRIO/2017) A população
no privitivismo secular. atual do estado de Rondônia é, aproximadamente, de:
Pode-se dizer entretanto, que com o passar do tempo os (A) 1.800.000.
próprios migrantes reavaliam o sentimento de indiferença (B) 2.500.000.
para com os seringueiros em relação ao modo de agir para com (C) 3.200.000.
a floresta considerando as peculiaridades da região. Portanto, (D) 3.800.000.
para que houvesse tal relação era essencial uma adequação ao (E) 4.200.000.
meio, neste visto que eles não sabiam manipular os recursos
naturais e não havia estrutura viável para que isso 05. (SESAU/RO – Técnico – FUNRIO/2017) O estado de
acontecesse. Rondônia faz divisa com, EXCETO:
(A) o estado do Amazonas.
Referências Bibliográficas: (B) o estado de Mato Grosso.
(C) o estado do Acre.
SILVA, Maria Aparecida da Silva; CRUZ, José Aparecido da. (D) o estado do Pará
Das Tradições dos Povos e Comunidades Tradicionais a (E) a Bolívia.
Migração das Décadas de 1970-1980 ao Hibridismo Cultural
Rondoniense. 06. (SEDUC/RO – Técnico – IBADE/2016) Entre os
relevos a seguir assinale o que é marcante no estado de
Rondônia.

Geografia do Estado de Rondônia 17


APOSTILAS OPÇÃO

(A) Falésias A divisão regional do Brasil em cinco macrorregiões de


(B) Fossas abissais planejamento é uma referência para o ensino de geografia
(C) Dorsais atualmente. Entretanto, para a compreensão das dinâmicas
(D) Cordilheiras atuais de uso e reorganização do território nacional, é
(E) Chapadas necessário abordar as novas regionalizações, como a divisão
por complexos regionais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul) e
07. (SEDUC/RO – Analista – IBADE/2016) Entre os a divisão em quatro regiões (Concentrada, Centro-Oeste,
municípios de Rondônia a seguir, assinale o que se localiza Amazônia e Nordeste).
mais ao sul. (....) Certo (....) Errado
(A) Ji-Paraná
(B) Ariquemes 14. (Prefeitura de Sobral/CE – Agente Administrativo –
(C) Porto Velho UVA/2016) Entre as últimas alterações da divisão regional
(D) Presidente Medici oficial do Brasil, podem-se destacar:
(E) Colorado do Oeste (A) a extinção dos territórios federais e a criação do
Distrito Federal.
08. (SEDUC/RO – Técnico – IBADE/2016) Entre os rios a (B) a criação de Fernando de Noronha e a do território de
seguir, assinale o principal que possui a nascente no estado de Roraima.
Rondônia. (C) a extinção do Distrito Federal e a criação do território
(A) Araçá federal de Tocantins.
(B) Caetê (D) a extinção dos territórios e a criação do Estado de
(C) Tarauacá Tocantins.
(D) Juruá
(E) Jamari 15. (SEDF – Professor de Geografia – CESPE/2017) Com
relação aos processos de regionalização no Brasil e no mundo,
09. (CERON/RO – EXATUS/2016) Segundo dados oficiais julgue o item subsequente.
do IBGE a densidade demográfica do Estado de Rondônia Décadas depois da implementação do primeiro órgão
atualmente é de: responsável pelos estudos de planejamento macrorregional
(A) 5,86 habitantes por km². no Brasil, a SUDENE, os principais problemas e disparidades
(B) 6,58 habitantes por km². regionais do país persistem.
(C) 6,85 habitantes por km². (....) Certo (....) Errado
(D) 8,56 habitantes por km².
Respostas
10. (SEDUC/RO – Analista – IBADE/2016) O estado de
Rondônia é composto por diferentes unidades de relevo, sendo 01. E/02. D/03. C/04. A/ 05. D/06. E/07. E/08. E/
uma delas a seguinte: 09. B/10. C/11. E/12. C/13. Certo/14. D/15. Certo
(A) Serras da Canastra.
(B) Planalto dos Guimarães.
(C) Depressão dos Rios Paraguai \ Guaporé
(D) Planalto da Bacia do Paraná.
(E) Serra do Espinhaço. Anotações
11. (CRC/RO – Auxiliar – FUNCAB/2015) O clima
predominante no estado de Rondônia é:
(A) frio de pluviosidade.
(B) árido.
(C) frio.
(D) temperado frio.
(E) tropical úmido.

12. (SUPEL/RO – Engenheiro Civil – FUNCAB/2014) A


criação do Estado de Rondônia, em 1981, deu-se por:
(A) desmembramento.
(B) fusão.
(C) elevação.
(D) territorialização.
(E) decreto.

13. (SEDF – Professor de Geografia – CESPE/2017) No


atual período histórico, caracterizado pela forte
internacionalização do modo de produção capitalista,
importantes transformações de ordem técnica, política e
econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e
regional do Brasil e do mundo. A intensificação do poder das
empresas transnacionais sobre o espaço mundial é uma dessas
manifestações.
Iná Elias de Castro. Política pública e conflito no espaço urbano. In:
GEOgraphia, ano 18, n.º 36, 2016 (com adaptações).

Considerando esse texto, julgue o item a seguir.

Geografia do Estado de Rondônia 18

Você também pode gostar