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E-BOOK

eSocial:
Considerações gerais
para conhecimento e prática na
implantação do sistema

Claudio Artur Biazetto Prehs


E-BOOK

eSocial:
Considerações gerais
para conhecimento e prática na
implantação do sistema

Claudio Artur Biazetto Prehs


Direção editorial: Marta Mazza (Diretora Trabalhista)

Gestão: Rafael Mexia

Coordenação editorial: Arthur Cruz

Preparação e revisão: Ruane Santos

Diagramação e capa: Giovana Zulatto Zanetti

Comissão técnica:

Silvia Martins (Analista Técnica Trabalhista)

Márcio Mocelin (Analista Técnico Trabalhista)

Ficha catalográfica

Prehs, Claudio Artur Biazetto

P928 Esocial : considerações gerais para conhecimento e

prática na implantação do sistema [livro eletrônico] / Claudio Artur

Biazetto Prehs. 1. ed. Curitiba : Econet, 2022.

35 p. E-book.

1. Esocial. 2. Obrigações acessórias. 3. SPED. I. T

CDD: 353.5

Ficha Catalográfica Elaborada por Maria Lúcia Madruga – CRB9/952

Econet Editora
Todos os direitos estão reservados à Econet Editora
Empresarial Ltda
R. Gago Coutinho, 553 - Bacacheri
Curitiba - PR, 82510-230
(41) 3016-8006
http://www.econeteditora.com.br/
SUMÁRIO

01. INTRODUÇÃO 02

02. O QUE É O ESOCIAL 04

03. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS SUBSTITUÍDAS 06

04. LEGISLAÇÃO APLICADA 09

05. QUEM ESTÁ OBRIGADO AO ESOCIAL? 11

06. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO 12

07. MODELO OPERACIONAL 16

08. MÓDULOS 17

09. ACESSO 18

10. IDENTIFICADORES 20

11. LÓGICA DO SISTEMA 22

12. EVENTOS DO ESOCIAL 23

12.1 Eventos de Tabelas do eSocial 23

12.2 Eventos não periódicos e de SST 24

12.3 Eventos periódicos 27

12.3.1 Movimento e período de apuração para os eventos periódicos 28

12.3.2 Situação sem movimento 28

12.4 Eventos totalizadores 29

13. PENALIDADES 30

14. CONCLUSÃO 31
01. INTRODUÇÃO

O eSocial é uma obrigação acessória que vincula empregadores e


contribuintes com o intuito de prestarem informações a vários órgãos
governamentais de forma unificada.

Como se trata de um banco de dados ao qual vários órgãos governa-


mentais terão acesso, o eSocial se torna essencial para a fiscalização e
o controle do cumprimento da legislação por parte desses respecti-
vos órgãos. Portanto, a prestação das informações de forma correta
pelo contribuinte evitará a aplicação de penalidades.

Neste e-book, apresentamos, de forma mais simplificada, concei-


tos e aplicações do eSocial para ajudar na organização das infor-
mações e manter a regularidade dos empregados perante os
órgãos governamentais.

Vamos, agora, aprender um pouco mais sobre as informações que


compõem o eSocial?

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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eSocial
02. O QUE É O ESOCIAL?

O Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais,


Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foi instituído pelo Decreto nº
8.373, de 11 de dezembro de 2014. A intenção desse projeto é unificar
o envio de informações pelo empregador em relação aos seus
empregados.

O eSocial realiza a coleta de informações trabalhistas, previdenciárias


e tributárias. O armazenamento dessas informações é feito em um
ambiente nacional virtual a fim de possibilitar que a Receita Federal,
a Previdência Social, a Caixa Econômica Federal e demais ministérios
tenham acesso às informações prestadas.

Depois do eSocial

Empresa Ambiente
Nacional

Único
canal

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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O eSocial não tem o objetivo de alterar legislações específicas de
cada área. Ele apenas cria uma forma unificada de prestação dessas
informações já exigidas na legislação trabalhista, previdenciária e
tributária.

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03. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS SUBSTITUÍDAS

Muitos dados a serem transmitidos ao eSocial já constam em outras


obrigações acessórias, tais como CAGED, RAIS, GFIP etc., mas há
informações totalmente novas no eSocial, que não estão em nenhum
dos sistemas atuais.

Como vimos anteriormente, o objetivo do eSocial é a unificação da


forma de prestar informações. Nesse sentido, percebemos que, gra-
dativamente, as demais obrigações estão sendo substituídas por
esse sistema.

Antes do eSocial

CAT GFIP
FGTS Comunicação de Informações trabalhistas e
Fundo de Garantia do Acidente de Trabalho previdenciárias segundo
Tempo de Serviço Declaração das Empresas

RAIS
TRCT
Seguro-desemprego

Livro de Registro
de Empregados

PPP
Perfil Profissiográfico DIRF
Previdenciário Declaração do Imposto de
Portal CAGED Renda Retido na Fonte

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Veja abaixo as obrigações acessórias que devem ser unificadas:

SEFIP/GFIP — para efeitos previdenciários, existe a substituição a


partir do momento em que a empresa entra na obrigatoriedade da
DCTFWeb. Já para fins de FGTS, a substituição ocorrerá com a
implantação do FGTS digital, previsto para o primeiro semestre de
2023.

Declaração do Imposto Retido na Fonte (DIRF) — artigo 16 da Lei nº


9.779/99 e IN RFB nºs 1.297/2012 e 1.317/2013 — previsão para
substituição no primeiro ano-base 2024, exercício 2025.

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) — Decreto nº


76.900/75 — substituído desde o ano-base 2019. Os empregadores
enquadrados no 1° e 2° grupos do eSocial, por enviarem os eventos
periódicos (folha de pagamento) por todo o ano-base, estão
bloqueados de entregar a RAIS, já que cumprem essa obrigação
através do eSocial, conforme artigo 145 da Portaria MTP n° 671/2021.
Já para o grupo 3, a previsão para a dispensa do envio da RAIS é para
o ano-base 2022, exercício 2023.

Livro de Registro de Empregados — conforme o artigo 13 da


Portaria nº 671/2021, o empregador pode optar pela substituição do
livro de registro de empregados pelo registro eletrônico,
demonstrando a opção no eSocial.

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) — substituído desde


outubro de 2021 para empresas do primeiro grupo, e janeiro de 2022

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para empresas do segundo e terceiro grupos.

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) física — substituí-


da pela CTPS digital desde setembro de 2019, conforme Lei n°
13.874/2019. As informações prestadas no eSocial são transmitidas
automaticamente para a CTPS digital do empregado.

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) — substituição a partir


de janeiro de 2023.

Guia de Recolhimento do FGTS (GRF) — aguardando definições da


implantação do FGTS digital, previsto para o primeiro semestre de
2023.

Guia da Previdência Social (GPS) — substituída pelo DARF emitido


a partir da DCTFWeb.

CAGED — de acordo com a Portaria SPREV/ME n° 1.127/2019§, publica-


da em 15/10/2019, o CAGED foi substituído pelo eSocial a partir de
janeiro de 2020 para as empresas que já estivessem enviando os
eventos de admissão e rescisão.

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04. LEGISLAÇÃO APLICADA

A origem do eSocial remete ao projeto do Sistema Público de


Escrituração Digital (SPED), o qual foi criado através do Decreto nº
6.022/2007. Porém o eSocial só veio agregar ao SPED a parte
trabalhista, previdenciária e fiscal sobre a folha de pagamento pelo
Decreto n° 8.373/2014.

Podemos considerar que o eSocial referente às informações


trabalhistas e previdenciárias foi iniciado em outubro de 2015 pelos
empregadores domésticos (Lei nº 150/2015, regulamentada pela
Portaria Interministerial MF/MPS/MTE n° 822/2015) e, posteriormente,
em janeiro de 2018, teve início a implantação para demais
empregadores e contribuintes, prevista, inicialmente, pela Resolução
CDES n° 003, de 29 de novembro de 2017.

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Quanto ao faseamento da implantação do eSocial, após inúmeras
alterações, a Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 071/2021 é a norma
vigente que dispõe sobre o cronograma do eSocial, consolidando as
fases já implantadas até a sua publicação.

Em junho de 2019, uma nova diretriz de simplificação do eSocial foi


anunciada pelo Comitê Diretivo, a qual teve início com a Nota Técnica
n° 015/2019 e a Nota Orientativa n° 019/2019, acarretando a exclusão
de diversos campos e eventos.

Em setembro de 2019, foi publicada a Lei 13.874/2019 para dar


prosseguimento ao processo de simplificação do eSocial. Na
sequência, foi publicada a Portaria Conjunta SPREV/RFB/ME n°
082/2020 em 11/11/2020, a qual aprovou a nova versão do Leiaute do
Sistema Simplificado do eSocial (versão S-1.0).

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05. QUEM ESTÁ OBRIGADO AO ESOCIAL

A obrigatoriedade da transmissão de informações para o eSocial será


para aqueles que contratarem prestador de serviços pessoa física e
que possua alguma obrigação trabalhista, previdenciária ou
tributária em função dessa relação jurídica.

Assim, empregadores CNPJ, CAEPF, órgãos da administração


pública, Cadastro Nacional de Obras (CNO), Órgão Gestor de Mão de
Obra (OGMO), conforme a legislação pertinente, estão obrigados a
enviar informações decorrentes desse fato por meio do eSocial.

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06. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

Desde a sua implantação, o eSocial passou por várias alterações


quanto ao início da obrigatoriedade de envio dos eventos.

Atualmente, a Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 071/2021 é a


norma vigente que dispõe sobre o cronograma do eSocial,
consolidando as fases já implantadas até a sua publicação.

Para obrigatoriedade de envio das informações ao eSocial, os


contribuintes foram organizados por grupos assim definidos pelo
artigo 2°§ da Portaria Conjunta SPREV/RFB/ME n° 071/2021:

Entidades Empresariais com faturamento total de


receita bruta declarada na Escrituração Contábil
Fiscal (ECF) acima de R$ 78 milhões no ano de 2016:

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1° GRUPO
- Empresa Pública;
- Sociedade de Economia Mista;
- Sociedade Anônima Aberta e a Fechada;
- Sociedade Empresária Limitada, Nome Coletivo, Comandita
Simples e a Comandita por Ações, Conta de Participação;
- Empresário Individual;
- Cooperativa, Cooperativas de Consumo;
- Consórcio de Sociedades;
- Grupo de Sociedades;
- Empresa Domiciliada no Exterior;
- Sociedade Simples Pura, Limitada, Nome Coletivo, Comandita
Simples;
- Consórcio Simples;
- Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (de Natureza
Empresária e de Natureza Simples);
- Sociedade Unipessoal de Advogados;
- Cooperativas de Consumo.

2° GRUPO
Entidades Empresariais com faturamento total de receita bruta
declarada na Escrituração Contábil Fiscal (ECF) abaixo de R$ 78
milhões no ano de 2016;
Exceto se:
- Optantes pelo Simples Nacional, que constam nessa situação no
CNPJ em 01/07/2018.
- Que fizeram opção pelo Simples Nacional no momento de sua
constituição, se posterior à data de 01/07/2018.

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3° GRUPO
- Simples Nacional (enquadrada em 01/07/2018, ou abertas após esta
data, e que fizeram opção no momento de sua constituição);
- Entidades sem Fins Lucrativos;
- Produtor Rural Pessoa Física;
- Empregador Pessoa Física (exceto doméstico).

4° GRUPO
- Órgão Público do Poder Executivo Federal, Estadual, do Distrito
Federal ou Municipal;
- Órgão Público do Poder Legislativo Federal, Estadual, do Distrito
Federal ou Municipal;
- Órgão Público do Poder Judiciário Federal e Estadual;
- Autarquia Federal, Estadual, do Distrito Federal ou Municipal;
- Fundação Pública Federal, Estadual, do Distrito Federal ou
Municipal;
- Órgão Público Autônomo Federal, Estadual, do Distrito Federal ou
Municipal;
- Comissão Polinacional;
- Consórcio Público de Direito Público e de Direito Privado;
- União, Estado, Distrito Federal ou Município;
- Fundação Pública de Direito Privado Federal, Estadual, do Distrito
Federal ou Municipal;
- Fundo Público da Administração Indireta Federal, Estadual, do
Distrito Federal ou Municipal;
- Fundo Público da Administração Direta Federal, Estadual, do
Distrito Federal ou Municipal;
- Organizações Internacionais, Representação Diplomática
Estrangeira e Outras Instituições Extraterritoriais.
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Conforme os grupos, o cronograma de implantação permanece da
seguinte forma:

CRONOGRAMA

3° grupo 3° grupo
Pessoas Pessoas
1° grupo 2° grupo Jurídicas Físicas 4° grupo
Início em
Cadastramento Início em Início em Início em Início em 21/07/2021. O
inicial – Tabelas 08/01/2018 16/07/2018 10/01/2019 10/01/2019 prazo fim do
1ª fase Eventos de evento S-1010
até 28/02/2018 até 09/10/2018 até 09/04/2019 (a partir das
S-1000 ao 8h) ocorre em
S-1080 21/08/2022

Cadastramento Início em Início em Início em


dos 01/03/2018 10/10/2018 10/04/2019 Início em Início em
empregados já até 30/04/2018 até até 31/08/2019 10/04/2019 22/11/2021
existentes 09/01/2019
2ª fase
Admissões e
eventos Início em Início em Início em Início em
não periódicos: 01/03/2018 10/10/2018 10/04/2019 10/04/2019
S-2190 a S-2399

Folha de
Pagamento –
Início em Início em Início em Início em Início em
3ª fase Eventos
01/05/2018 10/01/2019 10/05/2021 19/07/2021 22/08/2022
Periódicos:
S-1200 a S-1299

Eventos de
Início em Início em Início em Início em Início em
4ª fase SST: S-2210, S-
13/10/2021 10/01/2022 10/01/2022 10/01/2022 01/01/2023
2220 e S-2240

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07. MODELO OPERACIONAL

Basicamente, o declarante gera um arquivo eletrônico, no formato


XML, contendo as informações, assina-o digitalmente e transmite-o
para o Ambiente Nacional do eSocial, que, após verificar a
integridade formal, emite o protocolo de envio e o encaminha ao
declarante.

O arquivo pode ser gerado e enviado por diversos caminhos:

a) Pelo sistema de propriedade do declarante ou contratado


de terceiros, assinado digitalmente (obrigatoriamente com
utilização de certificado digital) e transmitido ao eSocial por
meio de web service, recebendo um recibo de entrega
(comprovante).

b) Diretamente no Portal do eSocial


na internet, cujo preenchimento e
salvamento dos campos e telas já
operam a geração e transmissão do
evento. Nessa hipótese, pode ser
utilizado o certificado digital ou, para
os dispensados de ter esse
certificado, o código de acesso.

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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08. MÓDULOS

O eSocial pode ser informado diretamente no portal através dos


módulos específicos ou geral, bem como pela modalidade web
service, a qual depende de um sistema de folha para que seja
realizado o envio.

No portal do eSocial, temos disponíveis: o módulo do empregador


doméstico, o módulo simplificado para o segurado especial, o
módulo simplificado para Microempreendedor Individual e o módulo
web geral e SST.

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09. ACESSO

Em regra geral, o acesso ao envio das informações ao eSocial será


através do certificado digital emitido por Autoridade Certificadora
credenciada pela ICP-Brasil.

Entretanto, os declarantes não obrigados à utilização do certificado


digital podem gerar o código de acesso ao Portal eSocial, sendo que,
a partir de 12 de dezembro de 2022, houve a substituição do código
de acesso pela senha gov.br nível ouro ou prata como alternativa ao
certificado digital.

São eles:

a) O segurado especial e o empregador doméstico;

b) A ME/EPP optante pelo Simples Nacional que possua até um


empregado, não incluídos os empregados afastados em razão de
aposentadoria por invalidez (atual aposentadoria por incapacidade
permanente);

c) O MEI com até um empregado, não incluídos os empregados


afastados por motivo legal.

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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Mesmo para declarantes dispensados do certificado digital, a
utilização do código de acesso é exclusiva para os módulos web, ou
seja, para o envio das informações pelo web service, a utilização de
certificado digital é obrigatória.

O envio de eventos para o eSocial pode ser feito tanto pela Pessoa
Física ou Jurídica, sujeito passivo da obrigação, quanto por um
terceiro com poderes outorgados para tal. Deve ser cadastrada uma
procuração no portal do eCAC, sendo prevista a sua utilização com
diferentes níveis de perfis. Vale destacar que cada perfil do outorgado
permite a inclusão, alteração e exclusão.

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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10. IDENTIFICADORES

A identificação para o eSocial no caso de Pessoa Jurídica é apenas


pelo CNPJ. No caso de Pessoa Física, apenas pelo CPF.

a) Empregador Pessoa Jurídica

A partir da data de vigência do eSocial, os empregadores Pessoas


Jurídicas serão identificados apenas pelo CNPJ.

Havendo mais de um estabelecimento da empresa, o


identificador-chave será o CNPJ raiz/base de oito posições, exceto se
a natureza jurídica da empresa for de administração pública.

b) Empregador Pessoa Física

A partir da data de vigência do eSocial, para os empregadores Pessoa


Física, sua identificação será através do CPF.

c) Empregador Pessoa Física Equiparado a Jurídica

Para as pessoas físicas com atividades econômicas, não será mais


utilizada a matrícula CEI, pois para ela foi criado o Cadastro de
Atividades da Pessoa Física (CAEPF), o qual será um número
sequencial, vinculado ao número do CPF. A pessoa física deverá
providenciar registro no CAEPF, obedecendo às regras específicas da
Receita Federal do Brasil.

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d) Matrícula CEI de obra

Para as obras de construção civil, no lugar da matrícula CEI, foi criado


um cadastro específico: o Cadastro Nacional de Obras (CNO), que
será sempre vinculado a um CNPJ ou CPF.

e) Trabalhadores

Para o cadastramento dos trabalhadores, continua a ser utilizado o


CPF. Inicialmente, a identificação dos trabalhadores exigia o NIS (NIT,
PIS ou Pasep), porém, com a simplificação do eSocial, passou a haver
a exigência somente do CPF a partir da versão S-1.0.

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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11. LÓGICA DO SISTEMA

O empregador ou contribuinte obrigado a transmitir suas


informações relativas ao eSocial deve considerar a sequência lógica,
pois as informações que constam nos primeiros arquivos são
necessárias para o processamento das informações constantes nos
registros a serem transmitidos posteriormente.

Eventos não
períodicos Eventos
Eventos de tabelas (só eSocial) totalizadores

Infos do empregador/ Cadastramento Eventos períodicos


contribuinte inicial de vínculos
(só eSocial)

Essa sequência leva a um conceito de “empilhamento” de dados, de


modo que as informações transmitidas nos eventos iniciais serão
usadas nos eventos posteriores, realizando uma vinculação e estando
as informações sujeitas ao cruzamento dos dados.

As informações relativas à identificação do empregador, que fazem


parte dos eventos iniciais, deverão ser enviadas previamente à
transmissão de todas as demais.

Considerando que as informações que fazem parte dos eventos de


tabelas deverão ser utilizadas nos demais eventos iniciais e também
nos eventos periódicos e não periódicos, elas precisarão ser enviadas
logo após a transmissão das informações relativas à identificação do
empregador. Em seguida, deverão ser enviadas, caso existam, as
informações dos eventos não periódicos e, por último, as informações
previstas nos eventos periódicos. 22
12. EVENTOS DO ESOCIAL

A sistemática de prestação das informações ao eSocial foi dividida


por eventos da seguinte forma:

- Eventos iniciais ou de Tabelas;


- Eventos periódicos;
- Eventos não periódicos;
- Eventos de SST;
- Eventos totalizadores.

12.1 Eventos de Tabelas do eSocial

Para ser possível o envio dos Eventos Iniciais e Tabelas do


Empregador, é necessário seguir estes passos:

a) as informações relativas à identificação do empregador, de seus


estabelecimentos e obras de construção civil deverão ser enviadas
previamente à transmissão de outras informações;

b) as informações relativas às tabelas do empregador, que


representam um conjunto de regras específicas necessárias para
validação dos eventos do eSocial, tais como as rubricas da folha de
pagamento, informações de processos administrativos e judiciais,
lotações, relação de cargos, carreiras, patentes e funções, jornada de
trabalho, horário contratual, ambientes de trabalho e outras
necessárias para verificação da integridade dos eventos periódicos e

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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não periódicos, deverão ser enviadas previamente à transmissão de
qualquer evento que requeira essas informações.

Os eventos iniciais e de tabelas são compostos pelos seguintes


eventos e tabelas:

S-1000 Informações do Empregador/Contribuinte/Órgãos Públicos

S-1005 Tabela de Estabelecimentos, Obras ou Unidades de Órgãos Públicos

S-1010 Tabela de Rubricas

S-1020 Tabela de Lotações Tributárias

S-1070 Tabela de Processos Administrativos/Judiciais

12.2 Eventos não periódicos e de SST

Os eventos não periódicos são chamados dessa forma por não possu-
írem uma data prevista para ocorrer, ou seja, a data dependerá dos
acontecimentos na relação de trabalho entre empregado e empre-
gador.

Esses eventos dependem dos acontecimentos na relação trabalhista


na vida da empresa e do trabalhador, como contratação, afastamen-
tos, demissões, entre outros.

Esses fatos influenciam na concessão de direitos e no cumprimento


de deveres trabalhistas, previdenciários e fiscais, por exemplo, a
admissão de um empregado, alteração de salário, exposição do tra-
balhador a agentes nocivos, desligamento etc. Após confirmada a

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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sua ocorrência, esses fatos/eventos passam a ter prazo específico de
transmissão ao eSocial. O melhor momento para seu envio é imedia-
tamente após a sua ocorrência.

Nesse grupo, está incluso o cadastramento inicial dos vínculos dos


empregados ativos, servidores ativos, mesmo que afastados, dos mili-
tares e dos beneficiários dos Regimes Próprios de Previdência Social
(RPPS). Esse cadastro inicial deverá ser transmitido antes da data de
início da obrigatoriedade do eSocial para aquele empregador/órgão
público.

Tais informações serão enviadas no evento S-2200 após o envio do


grupo de eventos de tabelas.

Os eventos não periódicos são compostos pelos seguintes eventos:

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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S-2190 Admissão de Trabalhador — Registro Preliminar

S-2200 Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de trabalhador

S-2205 Alteração de Dados Cadastrais do Trabalhador

S-2206 Alteração de Contrato de Trabalho

S-2210 Comunicação de Acidente de Trabalho

S-2220 Monitoramento da Saúde do Trabalhador

S-2230 Afastamento Temporário

S-2231 Cessão/Exercício em outro Órgão

S-2240 Condições Ambientais do Trabalho — Agentes Nocivos

S-2298 Reintegração/Outros provimentos

S-2299 Desligamento

S-2300 Trabalhador sem Vínculo de Emprego/Estatutário — Início

S-2306 Trabalhador sem Vínculo de Emprego/Estatutário — Alteração Contratual

S-2399 Trabalhador sem Vínculo de Emprego/Estatutário — Término

S-2400 Cadastro de Benefícios Previdenciários — RPPS

S-2405 Alteração de Dados Cadastrais do Beneficiário — Entes Públicos

S-2410 Cadastro de Benefícios — Entes Públicos

S-2416 Alteração do Cadastro de Benefícios — Entes Públicos

S-2418 Reativação de Benefícios

S-2420 Cadastro de Benefícios — Entes Públicos — Término

S-2500 Processo Trabalhista

S-2501 Informações dos Tributos Decorrentes de Processo Trabalhista

S-3000 Exclusão de Eventos

S-3500 Exclusão de Eventos – Processo Trabalhista

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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12.3 Eventos periódicos

São os eventos que têm periodicidade previamente definida para sua


ocorrência. Seu prazo de transmissão é até o dia 15 do mês seguinte,
antecipando o vencimento para o dia útil imediatamente anterior em
caso de não haver expediente bancário.

Os eventos periódicos são compostos por informações de folha de


pagamento, de apuração de outros fatos geradores de contribuições
previdenciárias e de retenção do imposto sobre a renda retido na
fonte sobre pagamentos.

Vale frisar que o eSocial recepciona e registra os fatos geradores rela-


tivos aos eventos periódicos S–1200 — Remuneração do Trabalhador
utilizando-se do regime de competência enquanto o evento periódi-
co S–1210 — Pagamento de Rendimentos do Trabalho se submete ao
regime de Caixa.

Os eventos periódicos são compostos pelas informações previstas


nos seguintes leiautes:

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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S-1200 Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social

S-1202 Remuneração do servidor vinculado ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)

S-1207 Benefícios – Entes Públicos

S-1210 Pagamentos de Rendimentos do Trabalho

S-1260 Comercialização da Produção Rural Pessoa Física

S-1270 Contratação de Trabalhadores Avulsos Não Portuários

S-1280 Informações Complementares aos Eventos Periódicos

S-1298 Reabertura dos Eventos Periódicos

S-1299 Fechamento dos Eventos Periódicos

12.3.1 Movimento e período de apuração para os eventos


periódicos

Juntando as consequências tributárias dos eventos periódicos, com a


devida vinculação aos períodos de apuração do tributo, forma-se um
conjunto de informações que correspondem a um movimento.

O movimento relativo à folha de pagamento será considerado aberto


com o envio do evento S-1200 — Remuneração do Trabalhador, bem
como com o envio dos eventos S–1210 a S–1280. O fechamento da
folha se dará com o envio do evento S–1299 — Fechamento dos
Eventos Periódicos.

12.3.2 Situação sem movimento

Para o grupo de eventos periódicos S–1200 a S–1280, a situação sem


movimento para o empregador/contribuinte ocorrerá somente
quando não houver informações a serem enviadas.
28
Nesse caso, o empregador/contribuinte enviará o evento S–1299 —
Fechamento dos Eventos Periódicos como sem movimento na
primeira competência em que essa situação ocorrer. Caso a situação
sem movimento persista nos anos seguintes, o
empregador/contribuinte não precisará repetir esse procedimento
na competência janeiro de cada ano como era previsto, já que houve
a dispensa da situação sem movimento a partir de janeiro de 2023,
conforme Página 36 do MOS S-1.1.

12.4 Eventos totalizadores

Os eventos totalizadores são eventos de retorno ao contribuinte, ou


seja, eles serão retornados ao empregador de forma automática pelo
ambiente nacional do eSocial após o envio dos eventos S–1200,
S–1299, S–2299 e S–2399.

S-5001 Informações das contribuições sociais consolidadas por trabalhador

S-5002 Imposto de Renda Retido na Fonte por Trabalhador

S-5003 Informações do FGTS por Trabalhador

S-5011 Informações das Contribuições Sociais Consolidadas por Contribuinte

S-5012 Imposto de Renda Retido na Fonte Consolidado por Contribuinte

S-5013 Informações do FGTS Consolidadas por Contribuinte

S-5501 Informações Consolidadas de Tributos Decorrentes de Processo Trabalhista

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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13. PENALIDADES

As penalidades aplicáveis nos casos de falta ou atraso na entrega das


informações ou da retificação em atraso dos sistemas eSocial são as
mesmas das penalidades aplicáveis às irregularidades das
obrigações acessórias que o eSocial sucedeu, tais como RAIS, CAGEG,
SEFIP, entre outras.

No que tange às obrigações trabalhistas a serem informadas no


eSocial, a inclinação é a de que possam ser aplicadas as mesmas
multas definidas na CLT e na legislação trabalhista de modo geral,
desde que compatíveis com a matéria.

eSocial: Considerações gerais para conhecimento e prática na implantação do sistema


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14. CONCLUSÃO

O eSocial é uma obrigação acessória que forma um grande banco de


dados disponível para os órgãos responsáveis pela arrecadação dos
tributos e fiscalização da aplicação da legislação.

Por se tratar de uma ferramenta com uma quantidade grande de


informações e estando os empregadores sujeitos à aplicação de pe-
nalidades no caso de prestação de informações erradas ou descum-
primentos legais, cabe aos mesmos observar o que está sendo exigi-
do em cada campo do eSocial para manter a situação regular perante
as autoridades e evitar essas penalidades.

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