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UFCD 8534

SISTEMAS DE
SEGURANÇA SOCIAL

Formadora: Sandra Macedo


Formadora: Sandra Macedo

Objetivos:

 Caraterizar o sistema de segurança social em Portugal.

 Caraterizar os regimes de relação jurídica de vinculação e contributiva.

 Interpretar a documentação obrigatória do sistema social.

Conteúdos:

 Segurança social em Portugal

 Direito à segurança social

 Princípios básico

 Regime geral contributivo do Sistema Providencial

 Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

 Relação jurídica de vinculação: Regime e documentação obrigatória

 Relação jurídica contributiva: Regime e documentação obrigatória

 Folha de contribuições

 Incidência contributiva

 Isenções

 Taxas contributivas

 Trabalhadores integrados em categorias ou situações específicas

Formadora: Sandra Macedo


INDICE

1 A Segurança Social em Portugal 

1.1 Direito à Segurança Social

1.2 Princípios básicos da Segurança Social

1.3 Regime geral contributivo do Sistema Previdencial

1.4 Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

2 Relação jurídica de vinculação: Regime e documentação obrigatória

3 Relação jurídica contributiva: Regime e documentação obrigatória

4 Folha de contribuições

5 Incidência contributiva

6- Isenções

7 Taxas contributivas

8 Trabalhadores integrados em categorias ou situações específicas

Conclusão

Bibliografia

Formadora: Sandra Macedo


 
3

Introdução
A segurança social tem de ser entendida na dupla perspetiva de direito social dos cidadãos,
que compete ao Estado garantir, e de princípio axiológico das modernas sociedades
democráticas, assente no valor fundamental da solidariedade como instrumento essencial do
direito de cidadania. Assim, qualquer reflexão sobre o sistema de segurança social tem de passar,
por um lado, por uma reflexão sobre o conteúdo dos direitos sociais dos cidadãos e dos
correspetivos deveres que nesse domínio cabem ao Estado e, por outro lado, pela análise de
valores fundamentais que presidem à conceção desses direitos e deveres tal como vertidos na
Constituição da República enquanto lei fundamental da nossa ordem jurídica. Qualquer medida
proposta que vise alterar a conceção do sistema de segurança social terás sempre de conter-se
dentro dos parâmetros definidos pela Constituição ao qualificar o Estado como Estado
democrático e social, mediante uma extensa enumeração dos direitos sociais garantidos a todos
os cidadãos.

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1 A Segurança Social em Portugal
1.1 Direito à Segurança Social

A Segurança Social Portuguesa constitui o sistema nacional de segurança social de Po r t u g a l .
Trata-se de um organismo criado pelo Estado para prover condições de provisionamento e
condições de vida a todos os cidadãos portugueses. Para tal,
retirada uma comissão percentual em todos os rendimentos ou proveitos de trabalhadores
dependentes, independentes ou pessoa coletiva, de modo a criar
umfundo comunitário. Esse fundo, existe para situações de desemprego, reformas pensionárias,
salário mínimo garantido, Prestações Familiares, cuidados de saúde e outras regalias sociais.

A Segurança Social Portuguesa é composta por três sistemas:

1. Sistema de proteção social de cidadania: tem por objetivo garantir direitos básicos
dos cidadãos e igualdade de oportunidades, bem como promover o bem-estar e a
coesão sociais. É composto por três subsistemas:

- O Subsistema de ação social


: tem como objetivos fundamentais a prevenção e reparação de situações de carência e
desigualdade socioeconómica, de dependência, de disfunção, exclusão ou vulnerabilidade
sociais, bem como a integração e promoção comunitárias das pessoas e o
desenvolvimento das respetivas capacidades. Assegura ainda especial proteção aos
grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças, jovens,
pessoas com deficiência e idosos, bem como a outras pessoas em situação 
decarência económica ou social.

- O Subsistema de solidariedade:

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destina-se a assegurar - com base na solidariedade de toda a comunidade - direitos essenciais por
forma a prevenir e a erradicar situações de pobreza e de exclusão, bem como a garantir
prestações em situações de comprovada necessidade pessoal ou familiar, não incluídas no
sistema previdencial. Pode abranger também - nos termos a definir por lei -situações de
compensação social ou económica em virtude de insuficiências contributivas ouprestacionais do
sistema previdencial,

- O Subsistema de proteção familiar: visa assegurar a compensação de


encargos familiares acrescidos quando ocorram as eventualidades legalmente previstas;

2 Sistema previdencial: visa garantir - assente no princípio de solidariedade de base


profissional - prestações pecuniárias substitutivas de rendimentos de trabalho perdido em
consequência da verificação das eventualidades legalmente definidas;

3 Sistema complementar: compreende um regime público de capitalização e regimes


complementares de iniciativa coletiva e de iniciativa individual.

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1.2 - Princípios básicos da Segurança Social-
Princípio da universalidade: consiste no acesso a todas as
pessoas à proteção social assegurada pelo sistema, nos termos definidos por lei;

- Princípio da igualdade
:   consiste na não discriminação dos beneficiários, designadamente em razão do
sexo e da nacionalidade, sem prejuízo, quanto a esta, de condições de residência e
de reciprocidade;

 - Princípio da solidariedade
: consiste na responsabilidade coletiva das pessoas entre si na realização das finalidades do
sistema e envolve o concurso do Estado no seu financiamento, nos termos definidos pela
Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro.
Este princípio concretiza-se em 3 planos

•Nacional
, através da transferência de recursos entre os cidadãos, de forma a permitir a todos uma
efetiva igualdade de oportunidades e a garantia de rendimentos sociais mínimos para
os mais desfavorecidos;
• Laboral
, através do funcionamento de mecanismos redistributivos no âmbito da
proteção de base profissional;
•Intergeracional
, através da combinação de métodos de financiamento em regime de repartição e
de capitalização.
- Princípio da equidade social:
 consiste no tratamento igual de situações iguais e no tratamento diferenciado de situações
desiguais;

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- Princípio da diferenciação positiva
consiste na flexibilização e modulação das prestações em função dos rendimentos, das
eventualidades sociais e de outros fatores, nomeadamente de natureza familiar, social, laboral e
demográfica;

- Princípio da subsidiariedade
assenta no reconhecimento do papel essencial as
pessoas, das famílias e de outras instituições não públicas na prossecução dos objetivos da
Segurança Social, designadamente no desenvolvimento da ação social;

- Princípio da inserção social
caracteriza-se pela natureza ativa, preventiva  p ersonalizada das ações desenvolvidas no âmbito
do sistema, com vista a eliminar as causas de marginalização e exclusão social e a promover a
dignificação humana;

- Princípio da coesão intergeracional


implica um ajustado equilíbrio e equidade geracionais na assunção das responsabilidades
do sistema.6

- Princípio do primado da responsabilidade pública:


 consiste no dever do Estado de criar as condições necessárias
à efetivação do direito à Segurança Social e de organizar, coordenar e subsidiar o sistema de
Segurança Social;

- Princípio da complementaridade
consiste na articulação das várias formas de proteção social públicas, sociais, cooperativas,
mutualistas e privadas com o
objetivode melhorar a cobertura das situações abrangidas e promover a partilha dasresponsabilid
ades nos diferentes patamares da proteção social;

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- Princípio da unidade
: pressupõe uma atuação articulada dos diferentes sistemas,
subsistemas e regimes de Segurança Social no sentido da sua harmonização e
complementaridade;

- Princípio da descentralização:
manifesta-se pela autonomia das instituições, tendo
em vista uma maior aproximação às populações, no quadro da organização eplaneamento do
sistema e das normas e orientações de âmbito nacional, bem comodas funções de supervisão
e fiscalização das autoridades públicas;

- Princípio da participação:
  envolve a responsabilização dos interessados na definição, no planeamento e gestão do sistema
e no acompanhamento e avaliação do seu funcionamento;

- Princípio da eficácia:
 consiste na concessão oportuna das prestações legalmente previstas, para uma adequada
prevenção e reparação das eventualidades e promoção de condições dignas de vida;

- Princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos


em formação
: v i s a assegurar o respeito por esses direitos, nos termos definidos pela Lei n.º 4/2007, de 16
de janeiro;

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- Princípio da garantia judiciária:
 assegura aos interessados o acesso aos tribunais, em tempo útil, para fazer valer o seu direito às
prestações;

- Princípio da informação
: consiste na divulgação a todas as pessoas, quer dos seus direitos e deveres, quer da sua situação
perante o sistema e no seu atendimento personalizado.

1.3- Regime geral contributivo do Sistema


Previdencial
O Subsistema Previdencial, de base contributiva, aplica-se à generalidade dostrabalhadores por c
onta de outrem – ou equiparados – e aos trabalhadoresindependentes (embora estes últimos
estejam sujeitos a condições
especiais).Visa apoiar financeiramente trabalhadores que perderam os seus rendimentos dotrabal
ho em consequência de diversas eventualidades (tais como, doença,parentalidade, desemprego, d
oenças profissionais, invalidez, velhice e morte), dependendo do especificamente regulado
para cada eventualidade. O elenco das eventualidades protegidas pode ser reduzido em
função de determinadas situações e categorias de beneficiários, ou alargado em função da
necessidade de dar cobertura a novos riscos sociais. O Sistema Público de Segurança Social
não abrange os acidentes de trabalho cabendo
às entidades empregadoras (ou, no caso dos trabalhadores independentes, aospróprios) a respons
abilidade pelo financiamento integral da proteção  d o s   s e u s empregados contra esta
eventualidade. Normalmente, a sua cobertura, bem como um sistema complementar de
cobertura de doenças profissionais, são assegurados por  companhias de seguros
contratadas pelas empresas. Os trabalhadores independentes devem adquirir os seus próprios
contratos às companhias seguradoras. A inscrição das entidades empregadoras na Segurança
Social é um ato administrativo
obrigatório, único e definitivo, mediante o qual se vinculam ao Sistema deSolidariedade e
Segurança Social. A inscrição é feita oficiosamente na data da sua constituição sempre que esta

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obedeça ao regime especial de constituição imediata de sociedades e associações ou ao regime
especial de constituição on-line
de sociedades. Este disposto aplica-se ainda à criação imediata de representações permanentes
em Portugal de entidades
estrangeiras. A inscrição de pessoas coletivas e de representações permanentes de entidadesestra
ngeiras que não seja efetuada nos termos acima referidos, bem como a das pessoas singulares,
que beneficiam da atividade profissional de terceiros, prestada em regime de contrato de
trabalho, é feita oficiosamente na data da participação de início do exercício de
atividade. As empresas estão também obrigadas a um conjunto de procedimentos perante oMinis
tério da Solidariedade e Segurança Social, como é o caso da entrega dos Mapas dos Quadros
de Pessoal, feita por meio informático para os empregadores com mais de 10
trabalhadores. O Ministério da Solidariedade e Segurança Social requer, igualmente, às empresas
entrega de um Relatório da Atividade dos Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
(Relatório SHST) durante o mês de abril do ano seguinte àquele a que diz respeito.
8
Desde 1 de Janeiro de 2011 que entrou em vigor, em Portugal, o Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, aprovado pela Lei n.
º110/2009, de 16 de setembro, alterada pela Lei n.º 119/2009, de 30 de dezembro, e
pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro. Este Código Contributivo regula, entre
outros, os regimes abrangidos pelo sistema previdencial aplicáveis aos trabalhadores por conta
de outrem, ou em situação legalmente equiparada para efeitos de Segurança social, e
aos trabalhadores independentes.

1.4- Regime geral dos trabalhadores por conta de


outrem
São abrangidos pelo regime geral, com carácter de obrigatoriedade, os trabalhadores que
exercem atividade profissional remunerada ao abrigo de contrato de trabalho nos termos do
disposto no Código do Trabalho.
 

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2-Relação jurídica de vinculação: Regime
e documentação obrigatória
 A inscrição dos beneficiários é obrigatória e vitalícia, permanecendoindependentemente dos
regimes em cujo âmbito o indivíduo se enquadre. Cabe às entidades empregadoras a
comunicação da admissão de trabalhadores ao seu serviço, através de qualquer meio escrito ou
on-line no sítio da Internet da Segurança Social.
A comunicação é efetuada:
 Nas 24 horas anteriores ao início da produção de efeitos do contrato de trabalho; b) Nas
24 horas seguintes ao início da atividade ligada à celebração de contratos de
trabalho de muito curta duração ou à prestação de trabalho por turnos, sempre que a
comunicação não possa ser efetuada no prazo previsto na alínea a).Em termos normais as
inscrições das Pessoas Coletivas são consideradas desde logo nos serviços
informativos dos Centros Distritais de Segurança Social, e dos registos
constarão os seguintes elementos preenchendo o mod. RV 1011/2003 – DGSS:

 Razão social e Nome comercial;


Morada  ( codificada para efeitos de identificação do respetivo bairro fiscal ou Repartição
de Finanças);

 Código de atividade exercida;

 Data de início de atividade declarada nas Finanças;

 Data de entrada do Boletim de Identificação de Contribuinte e restante documentação

 Morada para correspondência;

 Tipo de contribuinte (com ou sem fins lucrativos);

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 Natureza do contribuinte (regime geral c/ ou s/ fins lucrativos, clero e
associações religiosas, agrícolas diferenciados e indiferenciados, pesca artesanal);

 Postos (taxas-percentagens de contribuições a que os contribuintes estão


sujeitos sempre que houver lugar ao pagamento das mesmas); • Data à qual se reportam
aquelas contribuições;

 NIF – Número de Identificação Fiscal ou NIPC - Número de Identificação de Pessoa


Coletiva ou ainda Empresário em nome individual ou singular;

 Fundamento de inscrição (documento que serviu de base àquela inscrição);


Estatuto jurídico e Forma jurídica;

 Situação contributiva (obrigatoriedade ou não de pagamento de contribuições,
designadamente em relação aos MOE’s).
Conforme a natureza jurídica da Empresa que se apresenta parainscrição/enquadramento 
assim são exigidos determinado número de documentos, como exemplo:

 Cartão de Contribuinte de pessoa coletiva;

 Escritura de constituição;

 Declaração de início de atividade nas Finanças;

 Modelos 22 do IRC (caso seja necessário);

 Acta(s) de nomeação dos órgãos estatutários e a sua situação quanto à forma de


remuneração;

 Declaração de vínculo a um regime de Segurança Social Obrigatório, se nãoremunerados;

 Fotocópia do cartão de contribuinte fiscal de pessoa singular e B.I.’s dos MOE’s.

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3-Relação jurídica contributiva:
Regime e documentação obrigatória

Regime e documentação obrigatória A obrigação contributiva constitui-se com o início do


exercício de atividade profissional pelos trabalhadores ao serviço das entidades
empregadoras.10
A obrigação contributiva das entidades contribuintes compreende a declaração emrelação a cada
um dos trabalhadores ao seu serviço, dos tempos de trabalho, do valor das remunerações devidas
aos trabalhadores e o pagamento das contribuições e das quotizações, de acordo com a taxa
contributiva aplicável. A obrigação contributiva vence-
se no último dia de cada mês do calendário. As
entidades empregadoras, para efeitos de segurança social, são consideradasentidades
contribuintes. A declaração atrás prevista deve ser efetuada até ao dia 10 do mês seguinte àquele
a que diga respeito. Sem prejuízo do disposto nos termos do Código do
Procedimento Administrativo, a falta ou a insuficiência das declarações previstas nos itens
anteriores podem ser supridas oficiosamente pela instituição de segurança social
competentedesignadamente por recurso aos dados de que disponha no seu sistema deinformação,
no sistema de informação fiscal ou decorrente de ação de fiscalização.

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4-Folha de contribuições
A situação contributiva está regularizada quando
: • Não existem dívidas de contribuições, quotizações e juros de mora e de outros valores
devidos pelos contribuintes para com a Segurança Social;
• Se existem dívidas, foi autorizado pagamento em prestações, enquanto estiverem a ser
cumpridas as condições da autorização.
• Existindo dívidas, o contribuinte tenha reclamado, recorrido, apresentado oposição ou
impugnado judicialmente a dívida, desde que tenha sido prestada garantia para o efeito.

Pode pedir a Declaração de Situação Contributiva:

Por Internet - no serviço Segurança Social Direta através de preenchimento do pedido on-line.

Pelo correio – por carta dirigida ao Centro Distrital de Segurança Social da área da sede da
empresa.

Presencialmente - num Serviço de Atendimento da Segurança Social que, se não for o da área da
sede da empresa, remeterá o pedido ao Centro Distrital respetivo 

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5-Incidência contributiva

Para a determinação do montante das contribuições das entidades empregadoras e das


quotizações dos trabalhadores, considera-se base de incidência contributiva
aremuneração ilíquida devida em função do exercício da atividade profissional oudecorrente da
cessação do contrato de trabalho nos termos do presente Código. Isto não prejudica a fixação de
bases de incidência convencionais ou a sua sujeição a limites mínimos ou máximos. As bases
de incidência convencionais são fixadas por referência ao valor do indexante dos apoios sociais
(IAS) e a atualização desta base de incidência produz efeitos a partir do 1.º dia do mês seguinte
ao da publicação do diploma que concretize a atualização do IAS. Integram a base de incidência
contributiva, designadamente, as seguintes prestações verificando-se que as que são alterações à
anterior legislação estão assinaladas com
• A remuneração base, em dinheiro ou em espécie;
• As diuturnidades e outros valores estabelecidos em função da antiguidade dos trabalhadores ao
serviço da respetiva entidade empregadora;
• As comissões, os bónus e outras prestações de natureza análoga;
• Os prémios de rendimento, de produtividade, de assiduidade, de cobrança, decondução, de econ
omia e outros de natureza análoga que tenham carácter deregularidade;
• A remuneração pela prestação de trabalho suplementar;
• A remuneração por trabalho noturno;
• A remuneração correspondente ao período de férias a que o trabalhador tenha direito;
• Os subsídios de Natal, de férias, de Páscoa e outros de natureza análoga;
• Os subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de trabalho;
• Os subsídios de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações equiparadas;
• Os subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza análoga, que tenham carácter
de regularidade;
• Os valores atribuídos a título de despesas de representação, desde que se encontrem
predeterminados e dos quais não tenham sido prestadas contas até ao termo doexercício;12

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• As gratificações, pelo valor total atribuído, devidas por força do contrato ou das normas que o
regem ou dos usos, como contrapartida de trabalho, ainda que a sua atribuição esteja
condicionada aos bons serviços dos trabalhadores bem como as que pela sua importância e
carácter regular e permanente, devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante
da remuneração;
• Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros
daempresa, desde que ao trabalhador não esteja assegurada pelo contrato umaremuneração certa,
variável ou mista adequada ao seu trabalho
• As despesas resultantes da utilização pessoal, pelo trabalhador, de viaturaautomóvel, que gere
encargos para a entidade empregadora, nos termos do conceito de regularidade;
• As despesas de transporte, pecuniárias ou não, suportadas pela entidadeempregadora para
custear as deslocações em benefício dos trabalhadores na medida em que estas não se traduzam
na utilização de meio de transporte disponibilizado pela entidade empregadora ou em que
excedam o valor de passe social ou, na
inexistênciadeste, o que resultaria da utilização de transportes coletivos, desde que quer a
disponibilização daquele quer a atribuição destas tenha carácter geral
• Os valores despendidos obrigatória ou facultativamente pela entidade empregadora com
aplicações financeiras, a favor dos trabalhadores, designadamente seguros do ramo «Vida»,
fundos de pensões e planos de poupança reforma ou quaisquer regimes complementares de
segurança social, quando sejam objeto de resgate, adiantamento, remissão ou qualquer outra
forma de antecipação de correspondente disponibilidade ou em qualquer caso de recebimento de
capital antes da data da passagem à situação de pensionista, ou fora dos condicionalismos
legalmente definidos
• As prestações relacionadas com o desempenho obtido pela empresa quando, quer no respetivo
título atributivo quer pela sua atribuição regular e permanente, revistam carácter estável
independentemente da variabilidade do seu montante

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6-Isenções

Todos os trabalhadores independentes devem pagar as contribuições a partir da data de


produção de efeitos do enquadramento no regime ou da cessação da isenção da
obrigação de contribuir.
Ainda que tenha de ser enquadrado obrigatoriamente como trabalhador independente, pode haver
lugar à isenção da obrigação de contribuir, em determinadas situações:

1  Quando um trabalhador acumule atividade independente com outra atividade
profissional abrangida por sistema de proteção social obrigatório, d e s d e   q u e   s e
verifiquem cumulativamente as seguintes condições:

-   O exercício da atividade independente e a outra atividade sejam prestados aentidades
empregadoras distintas e que não tenham entre si uma relação de domínio ou de grupo;

- O exercício da atividade por conta de outrem determine o enquadramento obrigatório outro


regime de proteção social que cubra a totalidade das eventualidades abrangidas pelo regime
dos trabalhadores independentes;

- O valor da remuneração anual considerada para o outro regime seja igual ou superior a 12
vezes o valor do IAS. Consideram-se regimes obrigatórios de proteção social o
regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, o regime de proteção
social convergente dos trabalhadores que exercem funções públicas e os regimes de
proteção social estrangeiros relevantes para efeitos de coordenação comos regimes de segurança
social portugueses.

3 Quando o trabalhador independente for simultaneamente pensionista de invalidez ou de


velhice de regime de proteção social nacionais ou estrangeiros e a atividade
profissional seja legalmente cumulável com a respetiva pensão.

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4 Quando o trabalhador for simultaneamente titular de pensão resultanteda verificação de
risco profissional e que sofre de incapacidade para o trabalho igual ou superior a 70%.

5 Quando se tenha verificado a obrigação do pagamento de contribuições pelo período de 1


ano resultante de rendimento relevante igual ou inferior a 6 vezes o valor do IAS
(2.515,32€). Se um trabalhador independente ficar isento por este motivo e na altura do
reposicionamento seguinte mantiver rendimento relevante igual ou inferior a 6vezes o
valor do IAS, a isenção mantém-se até ao reposicionamento anual em que essa situação
deixe de se verificar.

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7-Taxas contributivas
 
 A taxa contributiva do regime geral é determinada, de forma global, de harmonia com o seu
âmbito material, e integra o custo correspondente a cada uma das eventualidades, sendo este
calculado em função do valor de cada uma das seguintes parcelas:
• Custo técnico das prestações;
• Encargos de administração;
• Encargos de solidariedade laboral;
• Encargos com políticas ativas de emprego e valorização profissional.

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8-Trabalhadores integrados em categorias
situações específicas

Membros dos Orgãos Estatutários das Pessoas Colectivas e EntidadesEquipa
radas
- São obrigatoriamente abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, na qualidade
de beneficiários, os membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades
equiparadas, ainda que sejam seus sócios ou membros.

Trabalhadores no Domicílio
 - São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os trabalhadores em regime
de trabalho no domicílio, nos termos definidos na legislação laboral.

Praticantes Desportivos Profissionais
- São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os desportistas profissionais
que, através da celebração de contrato de trabalho desportivo e após a necessária formação
técnico-profissional, praticam uma modalidade desportiva como profissão exclusiva ou principal,
auferindo por via dela uma remuneração, nos termos de legislação própria.

Trabalhadores em regime de contrato de trabalho de muito curta


duração
São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os trabalhadores em regime de
contrato de trabalho de muito curta duração

Trabalhadores em situação de pré-reforma


-São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os trabalhadores por conta de
outrem com 55 ou mais anos que nos termos estabelecidos na legislação laboral tenham
celebrado acordo de pré-reforma com as respetivas entidades empregadoras.

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Pensionistas em atividade

São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os pensionistas de invalidez e


velhice de qualquer regime de proteção social que cumulativamente exerçam atividade
profissional. Trabalhadores em regime de trabalho intermitente - São abrangidos pelo regime
geral, com algumas especificidades, os trabalhadores com contrato de trabalho intermitente ou
em exercício intermitente da prestação de trabalho, nos termos do disposto na
legislação laboral aplicável.

Trabalhadores de atividades agrícolas


São abrangidos pelo regime geral,
comalgumas especificidades, os trabalhadores que exercem atividades agrícolas ouequiparadas, s
ob a autoridade de uma entidade empregadora, prestadas emexplorações que tenham por objeto
principal a produção agrícola, sem prejuízo do disposto no artigo 80.º (trabalho de muito
curta duração). São ainda abrangidos
ostrabalhadores que exercem a respetiva atividade em explorações de silvicultura, pecuária,
hortifruticultura, floricultura, avicultura e apicultura, e em atividades agrícolas ainda que a terra
tenha uma função de mero suporte de instalações, as quais são equiparadas a atividades e
explorações agrícolas.

Trabalhadores da pesca local e costeira


 São abrangidos pelo regime geral, com algumas especificidades, os trabalhadores inscritos
marítimos que exercem atividade profissional na pesca local e costeira, sob a autoridade de um
armador de pesca ou do seu representante legal.

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Conclusão
Ao longo desta UFCD foi feita a descrição dos regimes contributivos da segurançasocial
definidos no Código Contributivo, bem como efetuada uma descrição geral do sistema de
segurança social em Portugal. 
A conceção do direito à segurança social no quadro da Constituição da República Portuguesa
aponta em vários sentidos e a sua estruturação do sistema de segurança social nacional é efetuada
em três pilhares o Código Contributivo regula os regimes do sistema previdencial da segurança
social.

 
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Formadora: Sandra Macedo

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