Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Taboão da Serra
Taboão da Serra SP
2023
1
PSICOPATIA À LUZ DO CÓDIGO PENAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Campus Taboão da Serra. como parte dos
requisitos para conclusão do curso de Direito para a obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Jurídicas
Taboão da Serra SP
2023
2
RESUMO
LOPES, Jacqueline Pereira. Psicopatia a Luz do Código Penal: abordagem a
psicopatia de acordo com o código penal. São Paulo, 2023. 22 fls. Artigo cientifico
(Graduação em Direito) – Universidade Capital Federal-FECAF, 2023.
O artigo cientifico foi realizado principalmente através de pesquisas bibliográficas em
livros, doutrinas, artigos publicados em revistas e sites, teve como objetivo analisar a
psicopatia a luz do Direito Penal e explicar como o sistema penal brasileiro se comporta
diante de crimes cometidos por indivíduos psicopatas. Dessa forma, são apresentados os
conceitos, a possível origem deste transtorno e as espécies existentes atualmente, bem como,
uma análise, de como o ordenamento jurídico aborda e observar como o Direito Penal é
aplicado na prática.
ABSTRACT
LOPES, Jacqueline Pereira. Psychopathy in the Light of the Penal Code: approach to
psychopathy according to the penal code. São Paulo, 2023. 22 pgs. Scientific article
(Graduation in Law) – Universidade Capital Federal-FECAF, 2023.
The scientific article was carried out mainly through bibliographical research in books,
doctrines, articles published in magazines and websites, aimed to analyze psychopathy in the
light of Criminal Law and explain how the Brazilian penal system behaves in the face of
crimes committed by psychopathic individuals. In this way, the concepts, the possible origin
of this disorder and the currently existing species are presented, as well as an analysis of how
the legal system approaches and observe how the Criminal Law is applied in practice.
3
Introdução
4
exemplo, são destacados casos: Ca Francisco Costa Rocha, o “Chico Picadinho”; Susane von
Richthofen.
1. PSICOPATIA
Acreditava-se que uma pessoa que entra em estado psicótico estivesse possuída por
um demônio, e que um "ser" não identificado teria entrado no corpo do indivíduo e causado
os delitos cometidos por tal. As sociedades primitivas que adoravam deuses vinculavam as
atitudes dos indivíduos a lugares e objetos que poderiam levar ao seu castigo.
5
Os romanos da Roma antiga foram os primeiros a classificar os criminosos,
colocando-os em três estados como um tipo de transtorno mental: possuído, demoníaco e
energúmenos. (SILVA, José Américo, 2007, p. 01).
Diante dessa situação, é difícil julgar essas pessoas já que esses crimes não eram
comuns a quaisquer sintomas convencionais de loucura (FOUCAULT, 2003), exceto a falta
de motivo real para praticar o comportamento. O conceito de psicopatia, originário da
Grécia, surgiu na ciência forense em meados do século XIX. Todas as pessoas com
problemas ou doenças mentais eram diagnosticadas como psicopatas, até que os médicos da
época descobriram que muitos criminosos cruéis e malignos não tinham nenhum problema
mental ou doença. E foi a partir desse levantamento que a chamada “tradição clínica da
psicopatia” se baseou e observou em estudos de caso, entrevistas e observações de
psicopatas reais (GARDENAL, 2018).
6
aspectos afetivos e interpessoais. Seguindo os passos de Hervey, vários estudos
experimentais foram realizados com o objetivo de definir os vários níveis de psicopatia.
O código penal brasileiro define estágios e graus, tratando de anormalidades que vão
desde as mais leves até as mais graves, que não podem ser confundidas com a psiquiatria, pois
7
são transtornos mentais, sendo a psiquiatria a especialidade médica capaz de estudar tais
transtornos mentais e suas causas.
Com base nessa pesquisa, concluímos que o que mais interessa à psicopatologia são os
sinais comportamentais do indivíduo, sua convivência com a sociedade e suas queixas quando
está insatisfeito com algo. É tanto uma ciência da natureza da doença mental quanto um
estudo que busca entender o mais completamente possível o que leva as pessoas a se
comportarem de maneira tão antinatural.
1.2 Conceito
1.3 CARACTERISTICAS
Em geral, pode-se dizer que os psicopatas têm o córtex frontal, região do cérebro onde
se localizam todas as emoções, com irregularidades em seu funcionamento que também estão
associadas à personalidade, principalmente ao comportamento social, por isso uma das
principais características das pessoas com esse transtorno é a falta de empatia.
9
Não há uma causa específica, embora cientificamente, algumas pesquisas mostraram
que há uma forte influência genética no desenvolvimento do transtorno, de modo que a
psicopatia difere da sociopatia por não resultar de um trauma ou situação que ocorreu durante
a vida.
São pessoas de extremo poder de sedução, que falam super bem, conquistando a
confiança das pessoas, mas que quase nunca cumprem o que falam.
Uma das características mais marcantes no transtorno. Uma vez que ele não é capaz de
ter sentimentos, ele não tem culpa. O tornando capaz de cometer qualquer atrocidade, como
roubar, matar, estuprar ou extorquir.
Outra das características bem marcante quanto ao psicopata, pois a sua incapacidade
em ter sentimentos sociais como, pena, piedade, compaixão o impede de se colocar no lugar
do outro.
10
Eles são ótimos mentirosos e não se constrangem ao serem pegos na mentira, e usam
dessa habilidade para manipular e trapacear. Estão dispostos sempre dispostos a utilizar
dessas artimanhas para conquistar o que querem.
Apesar de não serem capazes de ter bons sentimentos eles sentem, entre tanto seus
sentimentos rudimentares que não cria conexão com as pessoas e sociedade. Os sentimentos
mais comuns nos psicopatas é a raiva e frustação de não conquistar o que querem e acham que
tem direito.
1.3.6 Impulsividade
A impulsividade no psicopata é muito racional, ele sabe o que faz, quando faz, e como
faz. Diferente da impulsividade comum ele escolherá melhor hora, e local para cometer o
crime, e sanar sua impulsividade por se achar merecedor daquele ato de prazer e ou diversão.
Mais típicos em psicopatas mais graves, que são aqueles que por uma coisa mínima,
são capazes de matar por exemplo. Principalmente quando estão em ambientes onde se sente
mais confortáveis, onde estão no controle.
Ele acredita não ter responsabilidade para com seus atos, ele acreditar ser seu direito
cometer tais atos, como se o universo devesse isso à ele. E esse comportamento surge de
maneira precoce, desde a infância.
11
Após analisarmos as características do psicopata, agora farei uma breve classificação
dos tipos de psicopatas.
1.4.1 Hipertímico
1.4.2 Depressivo
Ele é um daqueles psicopatas com um espírito sombrio, embora nem sempre seja fácil
identificar essa característica neles, já que eles tendem a esconder seus sentimentos. Em
algumas pessoas, a melancolia pode assumir o controle, enquanto em outras pode ocorrer
depressão ou paranoia. Tanto este tipo quanto o primeiro são propensos ao alcoolismo.
Pessoas com depressão paranoide podem se tornar muito insensíveis.
1.4.3 Inseguro
1.4.4 Fanáticos
12
A característica distintiva desse psicopata é a vaidade. Eles precisam agir mais do que
realmente são, tanto para si mesmos quanto para os outros. Eles mentem de propósito e
acreditam neles.
Eles fingem suas emoções para não criar intimidade e não sabem amar. Existem
excêntricos (que chamam a atenção para si por seu comportamento incomum), fanfarrões (que
se gabam) e hipócritas (que organizam fantasias estruturadas para enganar os outros).
1.4.6 Lábil
Este é um tipo de psicopata que pode ser confundido com depressão. Nesse caso,
porém, a pessoa sente uma tristeza muito intensa ou mau humor, como uma tempestade, mas
depois passa quase que inesperadamente. Eles costumam ser viciados e podem cometer
crimes emocionais ou ocasionais.
1.4.7 Explosivo
Os psicopatas explosivos têm um humor violento que pode ser desencadeado até
mesmo por causas triviais. Na maioria dos casos, corresponde a mulheres com menos de 50
anos.
1.4.8 Desalmado
Eles representam os doentes mentais no seu melhor, sem empatia, vergonha ou culpa.
Caracteriza-se pelo baixo desenvolvimento da consciência. Eles tendem a ser mal-humorados,
distantes e antissociais.
Eles cometeram vários tipos de crimes e contravenções, muitos dos quais podem
incluir atos de crueldade. No entanto, muitos deles conseguem viver impunemente sem
infringir oficialmente a lei.
1.4.9 Abúlico
13
indivíduos podem simplesmente cometer crimes devido à pressão dos colegas ou do ambiente.
Schneider os coloca no grupo mais jovem.
1.4.10 Astênico
2 PSICOPATA CRIMINOSO
Nesse ponto será analisado brevemente a teoria do crime e sua relação com a
psicopatia, antes disso, é necessária uma compreensão ampla do conceito, trazendo uma breve
visão geral das tendências analíticas sobre os conceitos de crime bipartidário e tripartido.
14
2.2 Teoria tripartida
A teria tripartida deriva da teoria clássica, ela diz que o crime é composto por fato típico, fato
ilícito e fato culpável. O dolo e a culpa sediam na culpabilidade, de modo que faltando algum
não há crime.
Deste modo a culpabilidade perdeu seu principal sentido, servindo apenas como um
papel valorativo na aplicação da pena.
A teoria tripartida é defendida por Nelson Hungria, Juarez Tavares e Cezar Roberto
Bittencourt, já a teoria tripartida é defendida por Damásio de Jesus, Fernando Capez, Celso
Delmanto, Renê Ariel Dotti, Julio Fabbrini Mirabete, Flavio Augusto Monteiro de Barros,
José Frederico Marques, Renato Nalini Fabbrini, Maggiore, Cleber Masson, entre outros.
Mas a teoria que de fato é usada no brasil é a bipartida, pois vejamos, fazendo uma
análise de forma literal o diz o artigo 1° do nosso código penal, que é o principio da
legalidade, que diz, “Não há crime sem lei anterior que o defina.” E mais adiante no mesmo
código no artigo 23 do Código Penal,” não há crime quando o fato é cometido em estado de
necessidade, legítima defesa ou em cumprimento de dever legal. Para as pessoas que tem o
dever de enfrentar o perigo, como policiais e bombeiros, o estado de necessidade não isenta
de punição, mas pode reduzi-la, a depender do caso”, ou seja, a lei fala, “não há crime”, mais
adiante no artigo 26 do código penal que trata da excludente de culpabilidade, percebemos
que a lei não fala que há crime, ela diz que “É isento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento”.
15
Dessa forma podemos perceber que os únicos dispositivos do no código penal que
trata não haver crime, é o artigo 1° do principio da legalidade, e o artigo 23 da excludente de
ilicitude, logo, através de uma analise literal a teoria que vigora no brasil é a bipartida.
2.5 Culpabilidade
Para que a culpabilidade seja estabelecida, é necessário que a pessoa tenha capacidade
de entender a gravidade da ação e de escolher entre fazer ou não fazer aquilo que se tem em
mente. Isso significa que, caso ela tenha algum problema mental que a impeça de
compreender as consequências de suas ações e escolhas, ela não poderá ser considerada
culpada.
No entanto, é importante ressaltar que existem casos em que a pessoa pode ser
considerada culpada, mesmo que tenha algum problema mental. Isso ocorre quando ela tinha
ciência de que sua conduta era ilegal, mesmo que não compreendesse completamente as
consequências de suas ações.
16
O problema é que a psicopatia não é reconhecida como uma doença mental pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) nem pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V). Portanto, o psicopata não se enquadra nos requisitos legais
para ser considerado inimputável ou semi-imputável. Por outro lado, alguns estudiosos
defendem que o psicopata tem uma anomalia psíquica que afeta sua capacidade de
compreender e seguir as normas sociais e jurídicas, o que justificaria uma atenuação ou
isenção da pena.
Diante desse impasse, cabe ao juiz analisar cada caso concreto, levando em conta as
circunstâncias do crime, a personalidade do agente, os laudos periciais e os princípios
constitucionais. O objetivo é garantir a aplicação da justiça e da segurança pública, sem violar
os direitos fundamentais do acusado nem os interesses da sociedade.
Apesar da teoria funcionar muito bem, o fato é, a legislação existente, tem tido
dificuldade em encontrar soluções viáveis para lidar com psicopatas, uma vez que o problema
é real e que há uma necessidade urgente de uma política criminal voltada especificamente
para psicopatas e pessoas com outros transtornos de personalidade.
17
O Decreto nº 24.559 de 1934, que ainda hoje funciona, foi o primeiro texto normativo
a discutir a psicopatia. A norma discute psicopatas e o âmbito jurídico.
Logo após, foi promulgada a Lei nº 10.216 de 2001, "dispondo proteção e direitos das
pessoas com transtornos mentais e reorientação do paradigma assistencial em saúde mental”
(PLANALTO, 2001).
O sistema penal nacional não aplica a pena de morte ou tão pouco de prisão perpetua,
como em muitos outros países. Nesse raciocínio, é compreensível que, em primeiro lugar, a
impossibilidade de mudança de regime tivesse alguns efeitos de longo prazo, mas as decisões
18
grosseiras nos levam a acreditar que o Brasil deve adotar um sistema mais eficiente. (Aguiar,
2008).
No entanto, a lei sabe que existem garantias básica, elencadas a Constituição Federal
as chamadas Cláusulas de Pedra descritas no art. 5º que não podem ser alteradas em virtude
do art. 60 § 4º inciso IV.
Mas uma vez que os psicopatas são considerados semi-imputáveis, eles ficam sujeitos
a medidas de segurança por tempo indeterminado e a tratamento médico psiquiátrico. A
principal medida a ser tomada diante dos psicopatas e as implicações enfrentadas no sistema
jurídico atual. O sistema jurídico executa as penas aos psicopatas de forma regrada, ou seja,
passa por um longo tratamento por meio das medidas de segurança. Para os crimes
envolvendo os psicopatas como autores, mesmo que tenha cessado as penas (seja medida de
segurança ou privativa de liberdade) deveria ser monitorado perpetuamente.
Com isso, psicopatas criminosos tendem a reincidir em crimes mais graves, colocando
a sociedade em constante risco, no sentido que afirma Palomba:
19
personalidade psicopática são aproximadamente de três a quatro vezes propensos a apresentar
recidivas de seu quadro do que os não psicopatas”. (2003, p.186).
A referida lei dispõe quanto a necessidade de uma legislação especial para pacientes
que precisam realizar o tratamento de forma contínua e além do prazo permitido pela
Constituição. Esses projetos estão disponíveis na PL 4.500/2001 aguardando para a
apreciação do Plenário. Há também a PL 6.858/2010, que trata de maneira mais direta quanto
aos psicopatas.
Nesta linha de raciocínio, Ana Beatriz Barbosa Silva (2010), disserta sobre o tema da
seguinte forma:
“Senhoras e senhores, não trago boas novas. Com raras exceções as terapias biológicas
(medicamentos) e as psicoterapias em geral se mostram, até o presente momento, ineficazes
para a psicopatia. Para os profissionais de saúde, este é um fator intrigante e ao mesmo tempo
desanimador, uma vez que não dispomos de nenhum método eficaz que mude a forma de um
psicopata se relacionar com os outros e perceber o mundo ao seu redor. É lamentável dizer
que, por enquanto, tratar um deles costuma ser uma luta inglória”. (p.169).
5 Caso concreto
20
A partir das análises e estudos realizados até o momento, já foi possível vislumbrar o
conceito histórico da psicopatia. O conceito mais aceito atualmente fora vislumbrado a partir
de uma visão jurídica sobre as implicações e formas de tratamento. Para uma compreensão
realística e factual, demonstrar os conhecimentos já demonstrados aplicados na prática.
Em 21 de março de 1974, após oito anos de prisão pelos crimes acima mencionados,
Chico foi solto por recomendação da Junta Médica, que provou que poderia se reintegrar à
sociedade (Sacramento, 2012).
Logo após sua libertação, no dia 16 de outubro de 1976, sozinho com Ângela Sousa da
Silva no apartamento de um amigo de sua mãe, ele a matou e dividiu seu corpo em onze
partes, usando facas, lâminas de barbear e serras. e outros, 2016). Posteriormente condenado a
pena privativa de liberdade.
21
concluir sua periculosidade, a qual colocaria em risco tanto os demais. quanto ele mesmo,
caso fosse posto imediatamente em liberdade (DJSP, 26
de abril de 2017).
Segundo a acusação, o crime foi planejado por Suzane, que queria ficar com a herança
da família, estimada em cerca de R$ 11 milhões, e ter liberdade para viver com Daniel, que
era rejeitado pelos pais dela. A defesa de Suzane alegou que ela sofria abusos psicológicos dos
pais e que foi manipulada por Daniel, que tinha interesse no dinheiro dela. Os três foram
condenados por homicídio qualificado: Suzane a 39 anos e seis meses de prisão; Daniel a 39
anos e dois meses; e Cristian a 38 anos e seis meses.
Ao longo dos anos, os réus tentaram obter benefícios penais, como redução da pena,
progressão de regime e liberdade condicional. Para isso, eles precisaram cumprir requisitos
como tempo de cumprimento da pena, bom comportamento, trabalho e estudo na prisão. Além
disso, eles foram submetidos a testes criminológicos, que avaliaram o perfil psicológico e a
capacidade de reinserção social de cada um. Em 2023, Suzane foi a primeira a conseguir a
progressão ao regime aberto, após passar por um teste favorável. Daniel e Cristian ainda
cumprem pena no regime semiaberto.
Suzane von Richthofen é uma das criminosas mais conhecidas do Brasil, por ter
planejado e facilitado o assassinato de seus pais em 2002, junto com seu namorado Daniel
Cravinhos e o irmão dele, Cristian. O caso chocou a opinião pública pela brutalidade e frieza
dos envolvidos, que alegaram ter cometido o crime por não aceitarem a proibição do
relacionamento amoroso entre Suzane e Daniel. Muitos se perguntam se Suzane é uma
psicopata, ou seja, se ela possui um transtorno de personalidade caracterizado pela falta de
empatia, remorso, culpa ou arrependimento, além de manipulação, impulsividade e violação
das normas sociais.
22
A resposta a essa questão não é simples, pois depende de uma análise jurídica e
psicológica do caso. Do ponto de vista jurídico, Suzane foi considerada imputável, ou seja,
capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta e de se determinar de acordo com esse
entendimento. Ela foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão por duplo homicídio
qualificado. A imputabilidade não exclui a possibilidade de existir uma psicopatia, mas indica
que ela não é suficiente para afetar a capacidade de discernimento do agente.
Do ponto de vista psicológico, Suzane foi submetida a diversos exames e laudos que
tentaram traçar seu perfil psíquico. Alguns especialistas afirmaram que ela apresentava traços
de psicopatia, como egocentrismo, narcisismo, insensibilidade afetiva e ausência de culpa.
Outros apontaram que ela sofria de transtorno afetivo bipolar, que causa alterações de humor
e impulsividade. Há ainda quem defenda que ela foi influenciada pelo namorado e pelo irmão
dele, que seriam os verdadeiros psicopatas
6 CONCLUSÃO
Podemos concluir então, a partir do presente instrumento e da interseção entre Direito
Penal, Psicopatologia, Psiquiatria e Psicologia, é possível concluir que o possuidor de
personalidade psicopática é capaz de compreender o caráter ilícito de seus atos. O destino do
psicopata será em regra uma das unidades do sistema prisional, mas que existem exceções que
devem ser analisado caso a caso.
E que também o assunto deveria ser abordado pelos legisladores, afim de criar leis
mais eficazes quanto a psicopatia, que idealmente deveria receber tratamento diferente dos
internos comuns e apropriado às suas peculiaridades.
23
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/evolucao-historica-do-psicopata-na-sociedade/
604499552
https://izabelabgardenal.jusbrasil.com.br/artigos/604499552/evolucao-historica-
dohttps://izabelabgardenal.jusbrasil.com.br/artigos/604499552/evolucao-historica-do-
psicopata-na-sociedadepsicopata-na-sociedade. Acesso em 24/11/2020
https://amenteemaravilhosa.com.br/tipos-de-psicopatas-kurt-schneider/
https://jus.com.br/artigos/68505/culpabilidade-dos-psicopatas-prisao-ou-tratamento
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/analise-do-caso-suzane-von-richthofen-sob-a-
otica-da-psicologia-juridica/1196959902
24
ANDRADE, Haroldo da Costa. Das Medidas de Segurança. 1. ed. São Paulo: América
Jurídica, 2014
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.
BRASIL. Lei nº 10.2016, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental
BRASIL. Lei nº 10.2016, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental
BRASIL. PL 5613/2005. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei. Altera os dispositivos
da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, Lei de Execução Penal, para criar comissão técnica
independente da administração prisional e a execução da pena do condenado psicopata,
estabelecendo a realização do exame criminológico, condenado, pena privativa de liberdade,
nas hipóteses que especifica. Disponível em: http://www.câmara.gov.br/proposicoesWeb/fich
adetramitacao?idProposicao=293481>.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral. 23ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2019.
25
26