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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DO LESTE DE MINAS GERAIS

CURSO DE DIREITO

CIBELLY CRISTINA PIRES OLIVEIRA

A INEFICÁCIA DAS SANÇÕES PENAIS BRASILEIRA FRENTE AO AGENTE


PSICOPATA

Coronel Fabriciano
2023
CIBELLY CRISTINA PIRES OLIVEIRA

A INEFICÁCIA DAS SANÇÕES PENAIS BRASILEIRA FRENTE AO AGENTE


PSICOPATA

Artigo de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Direito do Centro Universitário
Católica do Leste de Minas Gerais como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Orientador (a): Taiane Martins Oliveira

Coronel Fabriciano
2023
CIBELLY CRISTINA PIRES OLIVEIRA

A INEFICÁCIA DAS SANÇÕES PENAIS BRASILEIRA FRENTE AO AGENTE


PSICOPATA

Artigo de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Direito do Centro Universitário
Católica do Leste de Minas Gerais como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Orientador (a): Taiane Martins Oliveira

Banca examinadora
A INEFICÁCIA DAS SANÇÕES PENAIS BRASILEIRA FRENTE AO AGENTE
PSICOPATA

CIBELLY CRISTINA PIRES OLIVEIRA1

TAIANE MARTINS OLIVEIRA2

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo analisar a forma como o ordenamento jurídico penal
brasileiro se posiciona frente aos crimes cometidos por indivíduos que apresentam o
transtorno de personalidade antissocial, conhecido como psicopatia. O tema se
demostra importante devido à falta de uma matéria específica no nosso atual Código
Penal que verse sobre a psicopatia. Para desenvolvimento do tema do presente artigo,
foi utilizada a metodologia indutiva, através de pesquisa bibliográfica e documental.
Para tanto, o trabalho foi distribuído da seguinte maneira: no primeiro capítulo o termo
psicopatia será abordado sob a ótica da Psicologia e da Psiquiatria, visando
apresentar a atual definição do termo, bem como traçar um perfil destes indivíduos.
Ainda no mesmo capítulo serão apresentadas as formas de diagnósticos e tratamento
existentes. Já no segundo capítulo o termo será abordado sob a ótica do Direito Penal
Brasileiro, tendo como fonte pesquisas em doutrinas, jurisprudências brasileiras
(especificamente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais) e as leis do nosso
ordenamento jurídico. O objetivo é analisar a culpabilidade e a imputabilidade destes
agentes, levando em consideração os critérios estabelecidos pelo Código Penal
Brasileiro. O artigo será concluído com uma análise de possíveis soluções para o
problema principal da presente pesquisa.

Palavras-chave: Psicopatia. Direito Penal Brasileiro. Imputabilidade.


Responsabilidade.

1
Graduanda do curso de Direito pelo Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. E-mail:
cibelly17oliveira@hotmail.com.
2 Professora do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais, Unileste. Mestre em Ciências

da Religião pela Faculdade Unida de Vitória. E-mail: taiane.martins@p.unileste.edu.br.


INTRODUÇÃO

A finalidade do presente artigo é analisar como o direito penal brasileiro pune os


agentes que possuem a psicopatia, através da análise do perfil destes indivíduos sob
a ótica da psicologia e do direito, verificando se as sanções aplicadas são adequadas
e cumprem sua função. A pesquisa foi desenvolvida através do método dedutivo com
análise de artigos científicos, doutrinas e a legislação brasileira. Sob o prisma da
psicologia foram utilizadas as abordagens da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa e do
psicólogo canadense Robert D. Hare, especialista em psicologia criminal, já sob o
prisma do direito foi utilizado a obra do jurista Guilherme de Souza Nucci, para
embasamento legal.

Para tanto, a pesquisa foi dividida em quatro tópicos, o primeiro tópico abordará o
conceito de psicopatia e a evolução do termo no decorrer dos anos. O objetivo é
demonstrar a importância da evolução histórica do conceito para a área médica e
como estas mudanças influenciam as áreas relacionadas ao direito. Para melhor
entendimento, ainda no primeiro tópico serão apresentadas as características do perfil
de um psicopata, as formas de diagnóstico e tratamento, demonstrando o nível de
periculosidade destes indivíduos para a sociedade, tendo em vista as características
que eles apresentam.

Posteriormente, no segundo tópico serão apresentadas as medidas impostas pelo


ordenamento jurídico brasileiro para com os criminosos psicopatas, as penas e
medidas de segurança previstas no código penal brasileiro. Para isto inicialmente se
faz necessário entender sobre a culpabilidade destes agentes, sendo assim, será
analisado a imputabilidade destes agentes, mediante análise da legislação e da
doutrina. No terceiro tópico será realizada uma análise da jurisprudência do tribunal
de justiça do estado de Minas Gerais dos julgados que possuem agentes psicopatas,
visando entender qual o posicionamento dos juízes diante do caso concreto. Desta
feita, entende-se que o tema psicopatia ainda é considerado complexo, e carrega
consigo, ainda atualmente, uma série de incertezas e questionamentos.
1 PSICOPATIA

O objetivo deste tópico é a definição do termo psicopatia. Para tanto, as ideias foram
estruturadas na seguinte ordem: no primeiro subtópico será abordado o conceito geral
do termo sobre o prisma da psicologia, bem como um breve contexto histórico; o
segundo tópico tratará sobre as características do perfil psicopata, maneiras de
diagnóstico e a possibilidade de tratamentos disponíveis. Por meio dessas
abordagens, pretende-se alcançar substrato necessário para o entendimento do
problema da presente pesquisa.

1.1 Conceito do termo Psicopata e sua evolução histórica

Inicialmente é necessário entender a definição do termo Psicopatia, para que assim


seja possível discutir como ela influencia áreas relacionadas ao Direito. De acordo
com Kothe e Cruz (2015, p. 17), o termo grego pode ser traduzido simplesmente como
“psiquicamente doente” e, por isso, foi utilizada ao longo do século XIX para se referir
a todas as morbidades psíquicas.
No que se diz respeito as problemáticas referentes a psicopatia, é correto afirmar que
sempre existiram casos que se enquadram nas características daquilo que atualmente
acabam por revelar, numa perspectiva científica, um indivíduo tendente a uma
personalidade psicopática. Porém, insta salientar, que nem sempre o tema em
questão foi tratado no campo científico e pautado na racionalidade.
A psicopatia, assim como outras doenças psicológicas, por muitos anos esteve
relacionada a questões mitológicas e até teológica, ligadas ao sobrenatural. Em
virtude disto, até o início do século XIX, estes indivíduos eram atendidos em
instituições mantidas pela igreja, em casas de misericórdia. (Falauniversidades,2019).
Gadernal expõe em seu artigo que:
As pessoas em estados psicóticos eram consideradas possuídas por
demônios, acreditava-se que um “ser” não identificado havia entrado no corpo
do psicótico e causado nele vários distúrbios. Nesta sociedade primitiva,
crente em divindades, relacionava as atitudes dos indivíduos a lugares e
objetos que poderiam levá-los a serem castigados (GARDENAL, 2018, p.1).

Este entendimento começou a ser superado a partir do trabalho do médico francês


Philipe Pinel, no ano de 1809. Seus estudos inovaram ao definir o comportamento dos
indivíduos com a expressão manie sans delire (insanidade sem delírio) (SADALLA,
2015 apud Haidar, 2021). Ao contrário do que se acreditava na época, de que todos
que possuíam transtornos mentais eram delirantes, Pinel demonstrou através de sua
pesquisa que seus pacientes embora apresentassem ações extremamente violentas
possuíam total entendimento da gravidade e descreveu um padrão de comportamento
marcado por falta de remorso e ausência de contenção. Vejamos:
O alienismo francês tem como sua primeira obra de síntese o Traité médico-
philosophique sur l’aliénation mentale ou La manie (1801/2007) de Pinel, no
qual já há referência a casos de súbita agressividade e violência física em
pacientes que não padeciam de nenhum delírio cognitivo. Tais casos levaram
Pinel a criar a categoria de “mania sem delírio”, que representava um claro
contrassenso perante as classificações das alienações mentais do período,
pois era precisamente o delírio que permitia as definir enquanto
manifestações de loucura. (ALMEIDA, 2007)

Para Pinel, a mania sem delírio era uma espécie de alienação, onde o
paciente não possuía alterações em seu entendimento, raciocínio ou
julgamento, entretanto, era pouco afetuoso, impulsivo e violento, embora
ausente qualquer tipo de delírio que justificasse tal comportamento. o (PINEL,
apud PAULO, 2020, p.22).

A partir da desconstrução do termo apresentada por Pinel, várias teorias foram criadas
ao longo de décadas. Dentre elas vale ressaltar a apresentada pelo psiquiatra alemão
Emil Kraepelin que apresentou a expressão “personalidade psicopática” para
descrever o comportamento destes indivíduos - termo este que foi difundido por Kurt
Schneider em 1923, reforçando a ideia de que os psicopatas possuem capacidades
mentais perfeitas. (CRUZ, 2017)
A retirada dos estudos do transtorno do campo teológico para a área da saúde foi de
grande importância para o desenvolvimento dos conhecimentos acerca do termo.
Para Hauck o conceito de psicopatia surge dentro da medicina legal, quando médicos
se depararam com o fato de que muitos criminosos agressivos e cruéis não
apresentavam os sinais clássicos de insanidade (HAUCK FILHO et al., 2009, p. 341).
Tais estudos foram de grande importância para chegarmos ao conceito que
atualmente conhecemos, embora ainda seja um termo bastante complexo.
Do ponto de vista médico atual a psicopatia é considerada um transtorno de
personalidade, não sendo mais compreendido como uma doença mental, além de
possuir características específicas. Atualmente o termo encontra-se definido e
uniformizado pelo Código Internacional de Doenças, Décima Edição (CID-10),
formulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “Transtorno de
Personalidade Dissocial”, sob o código F60.2.
O CID é um importante método de classificação de doenças e problemas relacionados
à saúde utilizada por médicos e outros profissionais da área.
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde, frequentemente designada pela sigla CID (em
inglês: International Statistical Classification of Diseases and Related Health
Problems - ICD) fornece códigos relativos à classificação de doenças e e uma
grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas,
circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. (
(AUTOR, ano, online)

A psicopatia também é definida pelo Manual de diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais, DSM-V, (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders),
formulado pela Associação Americana de Psiquiatria, que o define como Transtorno
de Personalidade Antissocial. (American Psychiatric Association, 2015, p.659).

1.2 Psicopatia: formas de diagnóstico e tratamento e principais características


Atualmente tanto DSM-V assim como o CID-10 definem a psicopatia e trazem
informações acerca das características e do perfil dos indivíduos que possuem este
transtorno.
Tendo em vista que por se tratar de um transtorno de personalidade e não uma doença
mental, temos então “um modo de ser”, uma personalidade que foge do padrão, sendo
assim o diagnóstico e o tratamento se demonstra complicado.
As causas do surgimento deste transtorno, segundo alguns psiquiatras e psicólogos
são ainda complexas de se definir, embora alguns afirmem que fatores biológicos e
sociais podem interferir, conforme explica Davoglio et al. no artigo “Personalidade e
Psicopatia: implicações diagnósticas na infância e adolescência” (2012):“para clínicos
e pesquisadores, são transtornos que não surgem de modo repentino, tendo
precursores de suas características básicas presentes ainda na infância,
consolidando-se e estabilizando-se posteriormente”

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa (2008, p.160) reforça a ideia de que “a psicopatia
apresenta dois elementos causais fundamentais: uma disfunção neurobiológica e o
conjunto de influências sociais e educativas que o psicopata recebe ao longo de sua
vida.” Ou seja, a forma como estes indivíduos são tratados pela família e pela
sociedade pode interferir na forma como o transtorno vai se desenvolver, podendo
este durar a vida toda e se manifestar de forma moderada, leve ou alta.

O manual de diagnóstico de saúde mental (DSM-V) recomenda que o diagnóstico de


transtorno de personalidade seja realizado depois dos 18 anos, embora acreditem que
ele se desenvolva desde a infância.
Para haver o diagnóstico é necessário que o indivíduo tenha no mínimo
18 anos de idade e apresentar alguns sintomas de transtorno da
conduta antes dos 15 anos. O transtorno da conduta envolve um
padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual os direitos
básicos dos outros ou as principais normas ou regras sociais
apropriadas à idade são violados. Os comportamentos específicos
característicos do transtorno da conduta encaixam-se em uma de
quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de
propriedade, fraude ou roubo ou grave violação a regras. (DSM-V,
2014, p. 659, recurso eletrônico)

O manual, que é utilizado por psiquiatras e psicólogos, para realizar diagnóstico


apresenta os critérios e características de diagnósticos, além dos fatores de risco e
prognóstico. Algumas características do perfil encontram-se elencadas em um rol,
conforme se observa abaixo.

Transtorno da Personalidade Antissocial Critérios de diagnósticos 301.7


(F60.2)
A. Um padrão difuso de B. O indivíduo tem no mínimo C. Há evidências de Transtorno
desconsideração e violação dos 18 anos de idade. da Conduta com surgimento
direitos das outras pessoas que anterior aos 15 anos de idade.
ocorre desde os 15 anos de D. A ocorrência do
idade, conforme indicado por comportamento antissocial não
três (ou mais) dos seguintes: se dá exclusivamente durante o
curso de Esquizofrenia ou
Episódio Maníaco.

1. fracasso em ajustar-se às
normas sociais relativas a
comportamentos legais,
conforme indicado pela
repetição de atos que
constituem motivo de detenção.
2. Tendência à falsidade,
conforme indicado por mentiras
repetidas, uso de nomes falsos
ou de trapaça para ganho ou
prazer pessoal.

3. Impulsividade ou fracasso em
fazer planos para o futuro.

4. Irritabilidade e agressividade,
conforme indicado por
repetidas lutas corporais ou
agressões físicas.

5. Descaso pela segurança de


si ou dos outros.

6. Irresponsabilidade reiterada,
conforme indicado por falha
repetida em manter uma
conduta consistente no trabalho
ou honrar obrigações
financeiras.

7. Ausência de remorso,
conforme indicado pela
indiferença ou racionalização
em relação a ter ferido,
maltratado ou roubado outras
pessoas.

Fonte: (American Psychiatric Association, 2015, p.659)

Através das informações apresentas no DSM-V é possível analisar o quadro de um


paciente e estabelecer se ele possui o transtorno de personalidade, para tanto deve-
se constatar no mínimo três destes critérios estabelecidos.
O manual apresenta como características deste perfil a falta de empatia, o cinismo, e
arrogância e um charme desinibido. Destaca como característica essencial do
transtorno de personalidade antissocial um padrão difuso de indiferença e violação
dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e
continua na vida adulta.” (DSM-V, 2015, p.659)
Devido à presença dessas características estes indivíduos costumam apresentar
problemas em relação à convivência social, pois embora possuam capacidade mental
perfeita eles não desenvolvem o aspecto emocional; Robert D. Hare os descreve em
sua obra com a expressão “daltonismo moral”.
A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa (2008, p.19) destaca em seu livro que “a parte
racional ou cognitiva dos psicopatas é perfeitamente íntegra, por isso sabem
perfeitamente o que estão fazendo. Quanto aos sentimentos, porém, são
absolutamente deficitários, pobres, ausentes de afeto”. A partir desse raciocínio, vê-
se que, embora cientes do que é bom ou ruim eles não se importam em como as
atitudes afetam outros indivíduos. Uma vez tendo conhecimento das principais
características da psicopatia é necessário agora entender qual o parâmetro utilizar
para diferenciar o nível entre normal e loucura destes comportamentos. Para isto é
importante destacar um dos mais importantes recursos clínicos utilizados para fazer
tal avaliação, o PCL-R, criado por Robert D. Hare, denominado “escala Hare”.
O teste que é validado no Brasil é composto por um checklist que contém 20 itens, e
possui uma pontuação que vai de zero a dois para cada item, perfazendo um total de
40 pontos. Um resultado acima de 30 pontos é considerado um psicopata típico. De
acordo com Abdalla Filho, os 20 elementos que compõem a escada PCL-R são os
seguintes:
1. Loquacidade/charme superficial (1); 2. Autoestima inflada (1); 3.
Necessidade de estimulação/tendência ao tédio (2); 4. Mentira patológica (1);
5. Controlador/manipulador (1); 6. Falta de remorso ou culpa (1); 7. Afeto
superficial (1); 8. Insensibilidade/falta de empatia (1); 9. Estilo de vida
parasitário (2); 10. Frágil controle comportamental (2); 11. Comportamento
sexual promíscuo; 12. Problemas comportamentais precoces (2); 13. Falta de
metas realistas em longo prazo (2); 14. Impulsividade (2); 15.
Irresponsabilidade (2); 16. Falha em assumir responsabilidade; 17. Muitos
relacionamentos conjugais de curta duração; 18. Delinquência juvenil (2); 19.
Revogação de liberdade condicional (2); 20. Versatilidade criminosa (Abdalla-
Filho,2005, p.X).
Algumas destas características são comuns em pessoas mesmo que não possuam
este transtorno, por isto se demonstra necessário uma análise profunda nos
indivíduos. Embora existam estas ferramentas para diagnóstico o judiciário ainda
esbarra com problemas como: profissionais treinados para realizá-lo, pois para que
estes métodos auxiliem no diagnóstico é necessário um olhar rigoroso do examinador.
Segundo salienta Morana os psicopatas são “tipicamente indivíduos manipuladores,
eles podem tentar exercer um controle sobre sua própria fala durante a perícia,
simular, dissimular, enfim, manipular suas respostas ao que lhe for perguntado”
(MORANA, 2006, p.74).

Para profissionais da área da saúde, a psicopatia não tem cura, por se tratar de um
conjunto de características que formam uma personalidade. No livro “Mentes
Perigosas” a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva afirma ainda que o tratamento
psicológico para os indivíduos diagnosticados com psicopatia se demonstra ineficaz,
tendo em vista que eles não demonstram constrangimento, nem incomodo com suas
ações. Robert D. Hare (2013, p.108) também afirma que estes indivíduos não se
arrependem nem se quer olham para o futuro com preocupação. Sendo assim embora
se conheça as características do perfil do psicopata, não há atualmente uma forma de
prevenção nem de tratamento para estes indivíduos.

2. O tratamento dado pelo ordenamento jurídico brasileiro a psicopatia


O objetivo deste tópico é compreender como o psicopata é tratado no atual
ordenamento jurídico penal brasileiro. Neste tópico, a intenção é demonstrar quais as
penas e medidas de segurança a serem aplicadas nestes casos e quais são os
critérios utilizados para tal aplicação.
É de conhecimento público que os presídios encontram superlotados e em situações
precárias. Segundo informações apresentadas no site do SISDEPEN, conforme o
gráfico apresentado abaixo, em um levantamento realizado no período de janeiro a
junho de 2022 o número total de presos era de 654.704 (incluindo regimes aberto,
semiaberto, fechado, provisório e medidas de segurança).
Figura 1- Presos em unidades prisionais no Brasil no período de janeiro a
junho de 2022

Fonte: SISDEPEN,2022.

Sendo assim surge o problema de como realizar um diagnóstico de forma segura


quando se possui um número tão grande de presos. E qual o lugar definido dentro do
sistema criminal para estes indivíduos? São eles imputáveis, semi-imputáveis ou
inimputáveis? A realidade é de que não existe uma matéria específica no nosso
ordenamento jurídico para este problema.
Segundo Nucci, “crime é o fato típico, antijurídico e culpável”, entendimento este que
prevalece pela legislação brasileira (NUCCI, 2013, p. 180). Para que um fato possa
ser considerado crime e consequentemente ser punido é necessário considerar
alguns pressupostos obrigatórios, são eles a tipicidade, a culpabilidade e a ilicitude.
Ainda segundo Nucci a tipicidade é compreendida como uma adequação de um fato
à uma descrição que encontra na lei penal; já por ilicitude ou antijuridicidade ele
entende como a contrariedade de uma conduta com o direito que causa lesão a um
bem jurídico protegido e a culpabilidade trata -se de um juízo de reprovação social,
incidente sobre o fato e seu autor, devendo o agente atuar com consciência potencial
de ilicitude, bem como ter a possibilidade e a exigibilidade de atuar de outro modo,
segundo as regras Impostas pelo Direito. (Nucci, 2014, p. 255-300).
É neste cenário que se desenrola a problemática a respeito da culpabilidade do agente
psicopata, tendo em vista que para psicólogos e profissionais da área da saúde eles
possuem capacidade normal de entendimento, porém os tribunais os enquadram
como semi-imputáveis, presumindo então uma capacidade reduzida de entendimento
em virtude do transtorno. Qual seria então a forma correta de os classificar? Eles são
então imputáveis, semi-imputáveis ou inimputáveis?
No ordenamento jurídico brasileiro não há nenhum diploma legal que trate sobre o
tema de maneira específica, não há na lei um artigo que trate especificamente sobre
a psicopatia, então o que ocorre é de serem encaixados nos artigos que versam sobre
doença mental. Sendo assim estes indivíduos têm as seguintes possibilidades de
tratamento frente ao ordenamento jurídico brasileiro: a primeira opção é serem
considerados imputáveis e assim aplicar a pena privativa de liberdade; a segunda
opção é serem reconhecidos como semi-imputáveis e serem julgados com uma
redução de pena ou; a terceira e última opção é de serem considerados inimputáveis
e sofrerem medidas de segurança. Atualmente o entendimento majoritário é de se
aplicar a imputabilidade.

Para estabelecer a forma como eles se enquadram no ordenamento jurídico é


necessário inicialmente entender o conceito de imputabilidade. A Imputabilidade penal
para Nucci “é o conjunto de condições pessoais, envolvendo inteligência e vontade,
que permite ao agente ter entendimento do caráter ilícito do fato, comportando-se de
acordo com esse conhecimento” (NUCCI,2014, p.271). Já a inimputabilidade, é a
“impossibilidade do agente do fato típico e antijurídico de compreensão do caráter
ilícito do fato ou de se comportar de acordo com esse entendimento, uma vez que não
há sanidade mental ou maturidade” (NUCCI,2014, p.271).
O código penal trata a imputabilidade em seu artigo 26, caput, CP, que dispõe:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

O caput do artigo versa sobre a incapacidade total de entender o caráter ilícito dos
atos, em virtude de doença mental, ou seja, trata da inimputabilidade. Já no parágrafo
único ele dispõe sobre a possibilidade de redução de pena, em virtude de não ser
completamente capaz de entender a ilicitude de seus atos, neste caso trata da semi-
imputabilidade, conforme se demonstra abaixo:
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Feita estas considerações, conclui-se que uma vez verificada que o agente é semi-
imputável, ele responderá pelo crime, no entanto, com a diminuição prevista no
parágrafo único do art. 26, CP. Ou seja entende-se que ele possui capacidade parcial
de entendimento, assim, a responsabilidade penal deverá ser mais branda. Já na
inimputabilidade prevista no caput do artigo não haverá prisão pelo crime, podendo
ser imposta medida de segurança.

Nucci (2011, p.310) aponta que as personalidades antissociais “não são consideradas
doenças mentais, razão pela qual não excluem a culpabilidade, por não afetar a
inteligência e a vontade”. Porém tanto o juiz quanto o perito devem ter muita cautela
em relação a esses indivíduos visto que “não chegam a constituir normalidade, já que
se trata de personalidade antissocial, mas também não caracterizam a anormalidade
a que faz referência o art. 26” (2011, p.310).
Ou seja, quando diante de um agente psicopata, nos deparamos com o impasse de
qual seria o caminho correto a seguir, tendo em vista que no decorrer do artigo ficou
evidente que a psicopatia não tem cura e ainda que devido a personalidade destes
agentes eles podem demonstrar comportamentos extremamente violentos e
manipuladores.
Considerando que os psicopatas sejam tratados como inimputável, a medida aplicada
será a medida de segurança, a qual, se encontram prevista no artigo 96, parágrafos I
e II, do Código Penal. São elas: a internação em hospital de custódia e tratamento ou
tratamento ambulatorial.
A Medida de segurança é considerada como “uma forma de sanção penal, com caráter
preventivo e curativo, visando a evitar que o autor de um fato havido como infração
penal, inimputável ou semi-imputável, mostrando periculosidade, torne a cometer
outro injusto e receba tratamento adequado.” (NUCCI,2014, p.467)
3. ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIAS DO TJMG SOBRE PSICOPATIA
A doutrina e a jurisprudência divergem acerca da posição jurídica destes indivíduos,
visto que há um vácuo a ser preenchido acerca das limitações e periculosidade que
este transtorno causa.
Foi realizado um levantamento dos julgados proferidos pelo Tribunal de Justiça de
Minas Gerais, através do banco de jurisprudências que consta no site www.tjmg.jus.br.
Para tanto foram utilizadas as palavras chaves “psicopatia” e “transtorno de
personalidade antissocial”. Assim, inicialmente foram encontrados 15 (quinze)
resultados para o termo psicopatia e 4 (quatro) resultados para o termo transtorno de
personalidade antissocial. Vejamos:
Quando pesquisado o termo “psicopatia” os seguintes julgados retornaram:
apelações 1.0342.18.008549-6/001, 1.0720.04.015517-1/001 e 1.0702.08.437451-
2/001, nos quais o termo psicopatia aparece apenas na ementa e nas citações
doutrinárias que foram utilizados para embasar a decisão. Enquanto, na
apelação.0024.13.268337-6/001 foi reconhecida a inimputabilidade do réu e aplicada
a medida de internação, mas não se refere a psicopatia. Na
apelação.0479.15.000007-9/002 foi apresentado recurso requerendo a alteração da
medida de segurança imposta, vez que reconhecida a inimputabilidade e aplicada a
medida de segurança consistente em tratamento ambulatorial, porém, também, não
se tratava de psicopatia.
Na apelação Criminal 1.0024.19.039490-8/001 e 1.0080.18.001935-0/001 o termo
psicopatia aparece apenas na ementa e nas citações doutrinárias que foram utilizados
para embasar a decisão, no entanto no primeiro julgado o laudo pericial apresentado
concluiu que o réu é acometido de uma doença mental (F20.0 - esquizofrenia
paranoide) associada a uma perturbação de saúde mental e no segundo que o agente
possui desenvolvimento mental retardado.
Na Apelação Criminal 1.0428.13.002722-3/001 não há informações de que o réu
possua psicopatia, pois no processo o laudo pericial apenas diz que concluiu que ele
é "dependente químico ao álcool" e sua vontade apresenta "inconstância,
impulsividade, não controla o consumo em termos de início, término ou níveis", o
termo psicopatia aparece apenas na ementa e nas citações doutrinárias que foram
utilizados para embasar a decisão. Já nas apelações 1.0024.14.107799-0/001,
1.0245.11.010079-0/001 e 1.0024.14.329032-8/001 os agentes tinham um quadro
psicotiforme, o quê neste caso é considerado doença mental, o termo psicopatia
aparece apenas na ementa e nas citações doutrinárias que foram utilizados para
embasar a decisão. Por fim, os julgados 1.0555.15.001110-7/001, 1.0024.07.771098-
6/001, 1.0223.12.023492-5/001 e 1.0000.00.231778-2/000, não tratam de matéria
criminal.
Quando pesquisado o termo “personalidade antissocial” os seguintes julgados
retornaram: apelação.0043.20.000356-4/001 reconheceu a semi-imputabilidade do
réu. O agravo em execução 1.0145.13.002236-4/001 pretendia a desinternação do
reeducando. Enquanto o agravo em execução 1.0145.05.264544-0/001discutia se se
podia impor medida de segurança imposta por tempo indeterminado. Por fim, o
julgado 1.0024.03.995397-1/001 versava sobre matéria cível.
Dentre os 19 (dezenove) casos analisados foram escolhidos três deles para serem
expostos logo abaixo. A escolha destes casos se deu em virtude de o artigo abordar
a psicopatia na esfera criminal, sendo assim foram selecionados processos criminais
onde houvessem um laudo pericial no processo que comprovasse a psicopatia,
conforme será visto a seguir.
Na Apelação Criminal n° 1.0043.20.000356-4/001 foi reconhecida a semi-
imputabilidade do réu, tendo em vista o resultado apresentado pelo laudo pericial, que
conclui que o réu possui "transtorno de personalidade antissocial”, sendo aplicada no
caso a medida de segurança de tratamento ambulatorial pelo mínimo de um ano.
Inicialmente o réu havia sido condenado pelo crime previsto no artigo 33, caput, da
Lei n.º 11.343/06 à sanção de 04 anos e 08 meses de reclusão e 466 dias-multa, em
regime inicial fechado, após análise do recurso apresentado a pena foi reduzida para
02 anos e 02 meses de reclusão e 216 dias-multa, e substituída por medida de
segurança de tratamento ambulatorial.
Já na Apelação Criminal 1.0024.13.268337-6/001 embora reconhecida a
inimputabilidade do réu, foi aplicada a medida de internação. Para sua aplicação o juiz
considerou a natureza do crime cometido, o potencial de periculosidade do réu e o
grau da psicopatia, sendo assim aplicou a medida mais severa, a medida de
segurança de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, por um
período mínimo de 03 (três) anos, pela prática do delito previsto no artigo 214, c/c
artigos 224, "a", 226, inciso II e 71 (três vezes) do Código Penal.
Na Apelação Criminal 1.0479.15.000007-9/002 foi apresentado recurso requerendo a
alteração da medida de segurança imposta a ré Jacira. Inicialmente foi reconhecida a
sua inimputabilidade e aplicada a medida de segurança consistente em tratamento
ambulatorial, tendo como fundamento o laudo pericial, realizado nos autos de
incidente de insanidade mental, que concluiu que a ré era inimputável à época dos
fatos, sendo inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito. A decisão da primeira
instância foi mantida.
Durante a análise dos julgados analisados, foi possível perceber que em nove deles
o termo psicopatia aparecia tão somente na ementa e nas citações de doutrinas,
sendo que o agente do caso concreto possuía ou uma doença mental ou outro tipo de
transtorno, ou seja nota-se uma tendência a utilizar o termo de uma forma geral.
Tendo em vista os julgados apresentados, pode-se concluir que não há uma
unanimidade em casos que envolvam agentes psicopatas. Por não haver um
dispositivo legal que verse especificamente sobre o tema os casos concretos são
analisados levando em consideração o laudo apresentado pelos peritos e o
entendimento de cada juiz, que conforme visto acima analisam a periculosidade do
agente para decidir qual medida de segurança aplicar.
CONCLUSÃO

O presente artigo não buscou exaurir o tema, apenas destacar os estudos mais
relevantes para demonstrar a complexidade do assunto tratado. Sendo assim, foi
possível concluir, que embora a psicopatia já tenha sido considerada uma doença
mental, tal posicionamento já foi superado. Atualmente, especialistas a qualificam
como um transtorno de personalidade onde o indivíduo apresenta características
disfuncionais, marcadas pela falta de empatia e desprezo as normas.
A psicopatia está descrita no Manual de Diagnóstico Estatísticos de Transtornos
Mentais (DSM-V) como “transtorno de personalidade antissocial”, porém, é necessário
lembrar que a psicopatia só se desenvolve na forma mais grave do transtorno, ou seja,
há indivíduos que possuem transtorno de personalidade antissocial e que não
desenvolvem psicopatia. O transtorno de personalidade aparece desde a infância e
se desenvolve no decorrer da vida, o diagnóstico só pode ser realizado após os 18
anos e atualmente não possui uma forma de tratamento, tendo em vista que os
métodos tradicionais, como a terapia, não funcionam com estes indivíduos.
Foram apresentadas no decorrer do artigo as características do perfil destes
indivíduos, as formas de tratamento e diagnóstico, além das posições doutrinárias a
respeito do tema. Com isto foi possível concluir que o atual ordenamento jurídico não
possui formas de punir adequada para agentes psicopatas, uma vez que as penas e
medidas de segurança aplicadas não se demonstram eficientes, visto o alto índice de
reincidência criminal destes indivíduos. Além de não dispor de métodos eficazes para
diagnóstico, nem ambientes prisionais adequados para estes indivíduos.
Ficou evidente a insegura jurídica, pois ao decidir no caso concreto sempre surge a
dúvida acerca da imputabilidade do agente, embora a corrente majoritária entenda
pela aplicação da semi-imputabilidade disposta no caput do art. 26 do código penal,
por não haver uma disposição específica para o caso cada juiz pode aplicar conforme
seu entendimento, como foi demonstrado no terceiro capítulo do presente artigo, além
das divergências quanto à aplicação da pena ou medida de segurança.
Diante das exposições feitas foi possível concluir que o agente psicopata possui plena
capacidade mental, sendo assim não seria possível aplicar redução de pena prevista
no caput do artigo acima referido, pois ele considera que em virtude de doença mental
o agente se encontra impossibilitado, de certa forma, de entender o caráter ilícito do
ato.
Feita todas as considerações, ficou evidente a necessidade de uniformização nos
entendimentos sobre o agente psicopata na esfera do direito, além da necessidade
de aplicação de penas que condizem com as peculiaridades do transtorno e que visem
evitar a reincidência destes indivíduos, além de estudos de métodos alternativos para
combater o presente problema, como por exemplo a terapia ocupacional.
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