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Psicologia Jurídica

9° Período

Profa Janaína Rodrigues


Araújo
Formação

 Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais


(UFMG)

 Mestre em Psicologia Social pela (UFMG)

 Especialista em Criminologia pela Escola Superior de Magistratura


Tocantinense (ESMAT/TJ/TO)

 Psicóloga do Napsi/TJ/TO

 Psicóloga Clínica desde 2002


Da Psicologia Jurídica ao
panorama atual da mesma
A Psicologia do, no e para o direito: Diferenciações

1) A psicologia do direito: cujo objetivo seria explicar a essência do


fenômeno jurídico, isto é, a fundamentação psicológica do direito, uma vez
que todo o direito está repleto de conteúdos psicológicos. Recebeu a
denominação de psicologismo jurídico. Formulação eminentemente teórica
e pouco investigada
2)A psicologia no direito: que estudaria a estrutura das normas jurídicas
enquanto estímulos vetores das condutas humanas. As normas jurídicas
destinam-se a produzir ou evitar determinadas condutas e, nesse sentido,
carregam inúmeros conceitos de natureza psicológica. Nesse aspecto, a
psicologia no direito é uma disciplina aplicada e prática.
Da Psicologia Jurídica ao
panorama atual da mesma
A Psicologia do, no e para o direito: Diferenciações

1)3) A psicologia do direito: cujo objetivo seria explicar a essência do


fenômeno jurídico, isto é, a fundamentação psicológica do direito, uma vez
que todo o direito está repleto de conteúdos psicológicos. Recebeu a
denominação de psicologismo jurídico. Formulação eminentemente teórica
e pouco investigada
Psicologia Forense

Forense: Do latim forensis. Segundo Trindade (2011), parece remeter a uma


situação geográfica, limitando a ideia da psicologia jurídica àquilo que
acontece no espaço do fórum, aquele local onde se reunia a assembleia
romana para tratar de assuntos judiciais.

Forense é tudo aquilo que é relativo ao foro, cortes ou tribunais e, nesse


sentido, traz consigo conotação de público. Para o autor, também a expressão
“legal” restringe-se àquilo que está contido apenas na lei, na norma
formulada, e não no direito, representando apenas uma parcela dentro de um
leque de possibilidades que a Psicologia Jurídica oferece.
Psicologia Jurídica

A denominação Psicologia Jurídica é expressão já


utilizada por Emílio Mira y López em sua obra Manual de
Psicologia Jurídica, que teve sua primeira edição
(espanhola) lançada em 1932. Em 1955, saiu a primeira
edição em português
Atuais inserções da
Psicologia no âmbito do Direito

A Psicologia Penitenciária:
Inserção, ou reinserção, de presos e egressos do sistema carcerário a seu
contexto social.
Ex: Programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
que desde 2019 tem suas atividades desenvolvidas a partir de Escritórios
Sociais.

Psicologia Criminal:
Dedica-se ao estudo do comportamento criminoso. Busca-se a construção do
percurso de vida do indivíduo criminoso e todos os processos psicológicos
que o possam ter conduzido à criminalidade, bem como desenvolver
estratégias para avaliação, prevenção e intervenção em crimes.
Atuais inserções da
Psicologia no âmbito do Direito

Psicologia Jurídica junto ao direito de Família:


Mediação em divórcios, aconselhamento para questões
de guarda de crianças, acompanhamento de processos de
Adoção, avaliação de alienação parental, aconselhamento
Terapêutico para famílias em conflito e perícias.
Atuais inserções da
Psicologia no âmbito do Direito

Psicologia do Testemunho:
Mira y López dedicou um capítulo inteiro de sua obra Manual de Psicologia
Jurídica ([1932] 1955) ao tema psicologia do testemunho.

Análise do testemunho considerando cinco fatores:


a) O modo como percebeu o acontecimento;
b) Do modo como sua memória o conservou;
c) Do modo como é capaz e evocá-lo
d) Do modo como quer expressá-lo
e) Do modo como pode expressá-lo

Rovinski (2009: 17) argumenta que esta área é a de menor desenvolvimento


em nosso país com muitos profissionais ainda por conhecê-la.
Atuais inserções da
Psicologia no âmbito do Direito

Psicologia Jurídica junto à Infância e Juventude:


Varas de Infância e Juventude (Poder Judiciário) e instituições de internação
para medidas protetivas e socioeducativas (Poder Executivo), Conselhos
Tutelares e instituições não -governamentais – como lares de acolhida ou
entidades voltadas diretamente à adoção

Psicologia da Vítima ou Vitimológica:


Dentro da Criminologia, se concentra na compreensão da vítimas de crimes
e seus comportamentos, bem como nas consequências físicas, psicológicas e
sociais de terem sido vítimas. A vitimologia busca examinar as
características das vítimas, suas interações com os agressores e o sistema de
justiça criminal, além de explorar formas de prevenir e mitigar os danos
causados às vítimas.
Psicologia Jurídica

O desafio da Psicologia Jurídica, enquanto disciplina em


construção é sincronizar as áreas de intersecção entre direito e
psicologia. “Alguns termos, conceitos e princípios têm a
especificidade própria da lei, do direito e da justiça, enquanto
outros parecem possuir um sentido exclusivo no campo da
psicologia. Esses termos nem sempre são bem compreendidos
quando se cruzam na Psicologia Jurídica” (Trindade, 2011:33).
Psicologia Jurídica no Brasil

Rio de Janeiro: Psicologia Jurídica aparece vinculada diretamente


ao surgimento da Psicologia como uma área de conhecimento
independente dentro das instituições universitárias e da própria
regulamentação da profissão de Psicólogo.
Vinda de profissionais estrangeiros: Waclaw Radecke chegou ao Brasil na
década de 1920, e foi o responsável pela criação do Laboratório de
Psicologia da Colônia de Psicopatas de Engenho de Dentro, que, em 1937,
foi incorporado pela Universidade do Brasil (atual UFRJ).

A profissão de psicólogo foi regulamentada no Brasil


pela Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962.
Psicologia Jurídica no Brasil

Elizier Schneider, que teve a formação inicial em Direito, e depois dirigiu seu interesse à
Medicina Legal e à Psicologia, buscava a compreensão e a discussão da personalidade do
criminoso, do papel da punição e a influência do sistema penal na recuperação, ou não, do
delinquente..
Segundo Rovinski, a trajetória dos psicólogos, iniciando suas atividades em instituições
jurídicas da área penal, parece repetir-se com certa semelhança na maioria dos estados do
Brasil.

A implantação do Serviço de Psicologia no Tribunal de Justiça em São Paulo iniciou na


década de 1980, quando alguns profissionais iniciaram suas atividades na qualidade de
voluntários, com um trabalho de caráter clínico, colaborando com o Serviço de
atendimento às famílias.

Através da revisão bibliográfica realizada por Rovinski (2009), é possível constatar que o
foco inicial do trabalho do psicólogo foi a compreensão da conduta humana quanto às
motivações e possibilidades de reincidência no crime.
Marcos legais importantes para a consolidação do trabalho
do Psicólogo no campo jurídico no Brasil
Lei Federal n.7.210/84 (Lei de Execução Penal):
TÍTULO II
Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I
Da Classificação
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a
individualização da execução penal.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da
pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e
composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social,
quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Lei 7.209/84 (Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e dá outras
providências.
TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícicito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Marcos legais importantes para a consolidação do trabalho
do Psicólogo no campo jurídico no Brasil
Lei Federal nº 8069 de 13/7/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Apresentam normas
voltadas ao atendimento psicossocial da criança, o que torna o trabalho do psicólogo
essencial e ampliado. Tais profissionais estão envolvidos tanto em atividades na área pericial
quanto em atividades de acompanhamento, inclusive em instituições para internação por
medidas protetivas ou socioeducativas.

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