Você está na página 1de 12

Psicologia Jurídica

9° Período

Profa Janaína Rodrigues Araújo


O que é Psicologia Jurídica:
Aspectos epistemológicos

Psicologia ? Direito
O que Psicologia Jurídica:
Aspectos epistemológicos
Ponto de Intersecção: O interesse pelo comportamento humano. Ambas
procuram compreender, predizer e controlar a conduta humana,
influenciando-se mutuamente enquanto ciências aplicadas.
Psicologia e Direito possuem o mesmo objeto material mas,
diferem quanto ao seu objeto formal:

Direito: Voltado ao mundo do dever ser

Para discussão filosófica do conceito, buscar:


Kant (Crítica da Razão Pura):
Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito)

Grosso modo, o “dever-ser” está ligado à norma, ao ordenamento de ações dentro do que é esperado e
socialmente permitido. As normas regulam o que acontece de fato e o que se espera que aconteça (segundo
a “ordem” social estabelecida).
O que Psicologia Jurídica:
Aspectos epistemológicos

A psicologia volta-se ao mundo do ser:


Para discussão filosófica do conceito, buscar:
Heidegger, Ser e Tempo.

Para Heidegger, Ser é a maneira como algo se torna presente, manifesto, percebido,
compreendido e finalmente conhecido para o ser humano, designado por ele de ser-aí ou ser
no mundo.
A Conduta Humana
Psicólogo: o ponto de análise está nos processos que governam a natureza
humana; os fenômenos psíquicos, isto é, o conjunto de fatos que formam
subjetivamente, nossa experiência interna e que acusam do ponto de vista
objetivo como manifestações do funcionamento global do organismo humano ou
dito de outro modo, como ações da pessoa. (Mira y López)

Legislador: há uma suposta “regularidade” na conduta humana e assim, legisla


em função do que considera certo ou errado para a convivência humana.
Psicologia e Direito: Ciências Incompatíveis?

Questão: Quem determina quem?

Para Garrido (1994) apud Trindade (2011), se partirmos em busca


de uma relação de causalidade poderemos chegar a uma rua sem
saída, pois, se a Psicologia influencia a Lei, esta também exerce
determinismos sobre o ser (objeto de estudo da psicologia) e sobre
o fazer dos próprios psicólogos.
Psicologia e Direito: Ciências Incompatíveis?

O Plano do ser e do dever ser se justapõem e se entrelaçam


de maneira inextrincável em que um não pode ser
compreendido sem o outro. Não poderíamos entender o mundo
da lei sem o recurso de todos os modelos psicológicos que, de
maneira mais ou menos explícita, o inspiram. E, muito menos,
poderíamos compreender o comportamento humano (individual,
grupal, organizacional) sem intuir como a lei transpassa nossas
fronteiras interiores, sem entender como o direito positivo, as
tradições e os costumes chegam a constituir o nosso próprio
self, nossa identidade, nosso ser social.
Psicologia e Direito: Ciências Incompatíveis?

“(...) a teoria do direito deve atender à premência do processo de


integração dos conhecimentos sociais, pois a crise do
pensamento jurídico contemporâneo está perpassada pela crença
de que o direito é uma ciência autônoma e independente, que
pode desprezar as conexões com os demais ramos do saber, e de
que o jurista é um técnico da subsunção do fato concreto
esterilizado à assepsia da norma abstrata.” (Trindade, 2011:28)
O Direito e a Constituição Subjetiva

 “O Homem, desde seu nascimento e para além da morte está


preso na cadeia simbólica que fundou a linhagem, antes de
que nela seja bordada a história” (Lacan)

 Linguagem

 Leis
O Édipo e a Lei

Édipo é a dolorosa e iniciática passagem de um desejo


selvagem para um desejo socializado, e a aceitação
igualmente dolorosa de que nossos desejos jamais serão
capazes de se satisfazerem totalmente. Nasio

O significante Pai equivale ao significante Lei.


A inauguração do sujeito através do Édipo tematiza para
o sujeito o lugar da Lei como ordenador do seu mundo
interno.

O Nome-do-pai inscreve a paternidade no lugar que lhe é


devido.
A Violência e as Leis

A Lei no singular, é de natureza humana, surge no momento


que o indivíduo é lançado na linguagem e possui uma
dimensão ética, enquanto as “leis” são produtos culturais
que, ao contrário do mito que as supõem criadas para evitar
a violência, são postas por minorias e não prescindem da
força/violência para operar no meio social.

Você também pode gostar