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Introdução
Nesta mesma linha, a mídia para manter sua audiência em alta, explora o tema
a exaustão, trazendo os detalhes mais sórdidos, mas sanguinários à baila,
assumindo ar de dona da verdade, a última palavra, entendo assim, estar
prestando um serviço ao país. Incrivelmente, trata de um tema de difícil
compreensão de discussões acaloradas, inclusive por estudiosos, como se fosse
de fácil elucidação e, principalmente, de maneira a colocar pavor para o nítido.
Ao longo dos anos temos visto e assistidos inúmeros filmes com a temática de
psicopatia.
O fato é que muitas destas histórias se confundem com a vida real, não é
incomum assistir em noticiários internacionais o surgimento de um novo
psicopata seguido de crime (s) brutal (is), e a dificuldade por obvio da polícia
chegar até o autor.
A ideia não é trazer, e nem poderia se fazer um tratado psiquiátrico sobre o tema,
uma vez que para tanto falta a formação basilar.
Num dos bons artigos escritos sobre o tema se extrai o bom texto:
A psicopatia se desvela como um tipo de comportamento social em que
os sujeitos são desprovidos de consciência moral, ética e humana,
possuem atitudes descompromissadas com o outro e com as regras
sociais, caracterizam-se por uma deficiência significativa de empatia.
(https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/psicopatia-
conceito-avaliacao-e-perspectivas-de-tratamento).
Destarte se mister frangir, ou seja, facetar a questão psicopatia, até por ser
assunto pertinente a questão criminal, se tornando essencial para se deslindar o
aspecto crime.
Assim, não seria demais perceber que a questão mesmo delicada é sobretudo
importante, para evitar equívocos e mal compreensão neste aspecto.
É de bom tom, cada profissional não se estender fora de sua área de atuação,
afinal, existem pessoas que são pesquisadoras e conhecem do tema, e por que
não traze-las a discussão para a informação ser precisa? Cabe à reflexão a este
respeito.
Verifica se com esta descrição haver aspectos que são comuns, o que não os
tornam iguais, a semelhança no comportamento deve ser encarada como traços
nestes dois perfis que se confundem, e não os deixam parelhos, pois há outros
que são totalmente diferentes.
Como se percebe na descrição efetiva do sociopata, é evidente que há uma linha
divisória até porque caso não fosse assim, não haveria necessidade de
separação de um para outro, do sociopata para o psicopata.
O termo serial killer é relativamente novo. Foi usado pela primeira vez
nos anos 70 por Robert Ressler, agente aposentado do FBI11 e grande
estudioso do assunto. Ele pertencia a uma unidade do FBI chamada
Behavioral Sciences Unit — BSU (Unidade de Ciência
Comportamental), que tinha sua base em Quântico, Virgínia tinha sua
base em Quântico, Virgínia. Esta unidade deu continuidade ao trabalho
do psiquiatra James Brussell, pioneiro no estudo da mente de
criminosos. O BSU começou montando uma biblioteca de entrevistas
gravadas com serial killers já condenados e presos em todos os EUA.
Seus investigadores iam até as penitenciárias em diversos estados
americanos, entrevistando os serial killers mais famosos do mundo,
como Emil Kemper, Charles Mason, David Berkowitz. Tentavam entrar
em suas mentes e compreender o que os impulsionava a matar.
Detalhes de todos os crimes americanos eram enviados a esta
unidade, e os “caçadores de mentes” procuravam por pistas
psicológicas em cada caso. (CASOY, 2004, p.14).
Nesta linha que se pode analisar de forma mais lúcida sobre cada um dos
sujeitos, ora apresentados, se pode verificar as diferenças e quantificar inclusive
qual aspecto mais importante, ou divisor se tem de cada um destes
comportamentos desviantes.
Nesta linha percebe-se que isso acaba virando uma patologia: o gosto pela
violência exacerbada, a ponto de torna-la objeto de desejo, anseio todos os dias,
havendo um anseio quase que descontrolado por estas notícias e imagens para
atender seu vício.
Neste aspecto a Televisão, tem agido como grande fonte explorando estes
fatores descortinando toda sorte de melindres, sem, contudo, entender que está
sujeita a qualquer normatização, haja vista se colocar como o quarto poder da
República, acima de qualquer lei, inclusive do bem e do mal, evidentemente há
quem pondere este fator, demonstrando de maneira clara e insipiente como este
meio de comunicação tem se postado;
Este cenário não se esgota nesta assertiva, ao contrário, piora e muito, como se
pode verificar;
O poder que está por trás, escondido nas entrelinhas e que é cunhado
com este propósito. Quando reconhecido, estamos diante do poder
simbólico, [...] O poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o
qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não
querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem”
(BOURDIEU, 1989, p. 7).
A mídia tem se postado desta forma, com invisibilidade quando lhe convém, as
vezes mostrando seus tentáculos, mas sempre sujeitando as pessoas que dela
criam dependência de informação, assim, tentando sempre ocupar seu lugar de
destaque.
Não se pode negar e nem deixar de verificar sua força é impressionante, quanto
se pode alcançar em pouco tempo, como se pode exceder sempre sua marca.
É também inegável que, a forma da apresentação, apelando para o
sensacionalismo, a demonstração com riqueza de detalhes, a descrição do
momento consumativo do crime e, a música escolhida como fundo, geram uma
imagem na mente, um sentimento de medo, de pavor que chega a ser descrito.
Cumpre afirmar que a violência demonstrada de forma cabal gera efeito mental,
reproduzindo no mínimo a ideia de mais violência o que por si só é um perigo a
ser evitado, e sem dúvida muito embora haja a ideia de necessidade de
divulgação, até para informar a população, não se pode olvidar dos riscos que
se pode correr ao divulgar, apresentar e mostrar a violência em sua forma primal.
Nesta linha se percebe que há alguns tipos penais, que apresentam maior
dificuldade para desvendar e investigar o criminoso e o crime praticado.
Desvelando este tema, se encontra a citação muito bem postada;
Não há como não admitir que as sociedades com seus inúmeros habitantes,
vindo de todos os lados do país, e inclusive fora deles, gera a necessidade de
haver um mínimo controle, até para se desenvolver a cultura comunitária.
Por ser o crime uma ação humana, somente o ser vivo, nascido de
mulher, pode ser autor de crime, embora em tempos remotos tenham
sido condenados, como autores de crimes, animais, cadáveres e até
estátuas. A conduta (ação ou omissão) é produto exclusivo do homem.
Juarez Tavares, seguindo essa linha, afirma que: ―A vontade eleva-
se, pois, à condição de espinha dorsal da ação‘. Sem vontade não há
ação, pois, o homem não é capaz nem de cogitar de seus objetivos, se
não se lhe reconhece o poder concreto de prever os limites de sua
atuação. René Anel Dotti destaca, com muita propriedade, que ―O
conceito de ação como atividade humana conscientemente dirigida a
um fim‘ vem sendo tranquilamente (sic) aceito pela doutrina brasileira,
o que implica no poder de decisão pessoal entre fazer ou não fazer
alguma coisa, ou seja, num atributo inerente às pessoas naturais.
(BITENCOURT, 2003, p.10).
Desta feita, não é sem tempo referendar a questão exposta por Nucci, que “É
verdade que é a sociedade que define, em função de seus interesses próprios,
o que deve ser considerado como crime”, desta feita o sensor que estabelece
qual conduta é passiva de ser interpretada como crime, e descreve de forma a
tipificar tal conduta não será tolerada.
Considerações Finais
Não é sem razão, que países com alto índice de pessoas diagnosticada como
psicopata, surge ao largo os já mencionados imitadores que confundem a polícia,
atrapalha a investigação e prolifera a ideia de glamour do crime.
Definitivamente, ao se estudar e perscrutar a criminologia, a intenção é
desbaratar, de forma consciente o papel de cada ator neste teatro do crime, e
promover meios de que se possa contribuir para que seja defenestrado, qualquer
meio de romantização como que num filme quando surge casos que carregam
esta imagem tão pungente.
Referências Bibliográficas
CASO, Ilana. Serial killer: louco ou cruel? / Ilana Casoy. — 6.ed. — São Paulo:
Madras, 2004. Rio de Janeiro: Editora Fontonar. 2008.
Fernandes, Newton. Criminologia integrada. 3ª Ed. Rev. atual. Ampl.- São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 17. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/psicopatia-conceito-
avaliacao-e-perspectivas-de-tratamento
http://www.psiconlinews.com/2014/10/como-distinguir-um-sociopata-de-um.html