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1. Introdução
Ao se defrontar com o tema, percebe-se não ser algo novo, uma vez que a
filosofia num todo, procura lidar com as perguntas, dúvidas ou questionamentos
resultantes da vivência humana, da natureza, bem como o mundo de uma forma
geral.
A religião em sua convivência social, traz em seu bojo, uma série de questões
ainda não totalmente resolvidas, outras ainda não vistas e, para ampliar a
questão, dogmas, em quase toda manifestação religiosa, que depende muito
mais da chamada “fé”, do que se consegue explicar, definir ou até conceituar,
tornando esta questão em especial, o dogma, um manifesto intricado, difícil de
aceitar de forma geral.
Desta feita, se propõe começar do mais simples para o mais complicado, para
que haja alguma possibilidade de explicação e quiçá entendimento.
O mesmo se pode propor, com ligeiras mudanças, sobre a morte: Por que
existe? Para onde se vai após a morte? Como encara-la?
2. Conceitos da Religião
Num conceito geral a vida vem de graça, recebe-se ao nascer, vindo de uma
implementação entre o óvulo feminino e o espermatozoide masculino.
Estas duas correntes são aceitas por parte de algumas igrejas e outras a
rejeitam. Por exemplo, há religiões que aceitam parte do evolucionismo e parte
do criacionismo, contudo há outras que marcam posição única e exclusivamente
com o criacionismo, não dando sequer margem para o evolucionismo.
A vida em sua existência não é tão alvo de respostas, como a morte. Isso porque,
a morte desperta curiosidade obvia por ensejar o que vem após, ou seja, para
onde se vai depois da morte?
Interessante notar que uma vida com sentido, pouco ou nada tem a ver com
quantidade de tempo vivido. Antes, porém, é a vontade aplicada no tempo
que se vive. O sentido não está em prolongar a vida, mas em saciar-se com
o tempo que se tem. Por isso, a premeditação da morte é tão importante,
porque meditar previamente sobre a morte é meditar previamente sobre a
liberdade. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição. Não se fica
escravo do tempo ou dos apegos de glória e riqueza, mas ajuda-nos a
aproveitar o que se tem e enquanto se tem, contente com o que Deus e a
natureza permitem viver. Desmascarando a realidade das coisas e das
pessoas, o que resta é a mesma morte, da qual ninguém escapa e sobre a
qual não se tem controle algum. (https://diocesevaladares.com.br/o-sentido-
da-vida/).
Estes dois assuntos vida e, principalmente a morte, desperta a milhares de anos
dúvidas e questionamentos, os mais diversos, uma vez que não há resposta fácil
para esta questão.
Por exemplo, após a morte o ser humano vai para onde? Ou então, o que
acontece, com a vida após a morte?
Agostinho em sua máxima, maneja a filosofia grega, para dar azo a sua
explicação sobre alma, trazendo com afinco ainda a extensão desta concepção;
São as três partes de que consta o homem: espírito, alma e corpo, que por
outro lado se dizem duas, porque com frequência se denomina a alma
juntamente como o espírito; pois aquela parte do mesmo racional, de que os
brutos carecem, chama-se espírito; o principal de nós é o espírito; em
segundo lugar, a vida pela qual estamos unidos ao corpo se chama alma;
finalmente, o corpo mesmo por ser visível é o último de nós (AGOSTINHO,
1998, p. 411).
Nesta mesma linha é bom dizer que nem a Bíblia, explica claramente a questão
da alma, tanto que há religiões, que não entende a criação, como Santo
Agostinho, traçando uma compreensão diferente, e crença tão qual bem
diferente quanto a esta ditada pelo teólogo/filosofo.
Para bem tratar deste tema da imortalidade da alma, se faz mister apontar este
tema, existir muito antes de que professado pelo filosofo em questão;
O filosofo Platão sem dúvida um dos grandes porta-voz da filosofia grega, com
entendimento avançado para sua época, trouxe a baile este ensinamento da
alma, de forma a defender suas ideias e princípios.
Esta concepção é bem razoável e até aceitável em suas premissas, uma vez
que aparentemente, a ideia primal é que o conhecimento precisa se aperfeiçoar
se libertando das questões limitadoras, e projetando a mente para uma amplitude
maior do que se está gerando novas e melhores ideias.
Cumpre dizer que a filosofia e nenhum outro ramo da ciência tem a pretensão
de responder a tudo, no que tange ao teatro da vida.
Dentro desta ótica e buscando este rigor a filosofia segue uma métrica possível
para que seus ensinamentos, conceitos e variedade, seja um todo, embora
divisível, não um amontoado de ideias jogadas no espaço.
Para tanto, se faz mister compreender o que vem a ser a questão de fundo, ou
seja, o que tenta demonstrar a capitulação do ensinamento.
Muito longe de expor intriga ou até prosperar argumento que exsurja contra tal
escrito, se está apenas e tão somente, ponderando sobre algo relacionado a
filosofia da religião, de forma sistemática, através de argumentos que podem ser
considerados válidos, independente, da aceitação da predicação de tal conceito.
Na linha deste pensamento importa compreender que além de propor algo fora
da ótica alcançável da filosofia da religião, esquece-se da filosofia e fica só a
religião, que não precisa de defesa, pois tem um fator preponderante que é a fé
como sua sustentação crucial.
A defesa de Platão ao tema tem muito a ver com os costumes de sua época e
também a religiosidade, perceba-se, não religião, mas a prática desta,
empreendida pelos habitantes da Grécia é bom que se compreenda, daí seus
textos exprimia uma questão essencial a esta situação cotidiana.
[...] quando não recebem a atenção de seus familiares diretos, através dos
ritos fúnebres e sacrifícios, curtem a infelicidade vinda da privação de gêneros
e honra, caindo, assim, no esquecimento, e por conseguinte, sendo
“engolidos” por lethe, condenados a penar as amarguras desse abandono.
(PROVETTI, 2000. p. 13.).
No texto em comento, Hades era o assunto principal, que tenciona este texto,
então se é importante experenciar quem ou o que significa esta palavra, que
normalmente aparece na mesma frase da palavra alma.
Não é o significado de alma, mas é certo que tal façanha em estar perto de Hades
a palavra alma, pode transmitir a ideia geral do porquê desta combinação tão
visada que salta os olhos, poder vê-las juntas, significando algo importante a ser
observado.
Veja que ao verter a ideia que coexistia à época; Hades como deus do
submundo, do reino dos mortos; era de entender a necessidade da alma, como
ela estando viva, necessitando como um ser animado de atenção, além de
apresentar o onde coexistia com o corpo, e depois para onde iria, Hades.
Desta forma fica claro o que Platão escreveu sobre alma, sendo uma extensão
do corpo humano. Além desta conclusão para lá de obvia a partir dos seus
escritos a ideia bem alinhada sobre o tema.
Platão, num dos seus diálogos, põe na boca de Sócrates a afirmação que me
fez insistir em utilizar o termo alma (psukhé): "o ser humano é a sua alma"
(Alcebíades primeiro, 130c). A alma, tal qual entendemos hoje em dia como
a interioridade do homem, é um conceito que devemos a Sócrates. Nossa
compreensão de alma supõe aquela parte do homem que não conhece
destruição, supõe o interior que identifica cada ser humano, a partir do qual o
ser humano pode afirmar "Eu sou”. (CARDOSO, 2006. p. 25.).
Esta dualidade de pensamento, demonstra o ponto aqui suscitado, uma vez que
aceitar o pensamento de Platão não sugere a aceitação de nenhum livro, já o
segundo caso, além de aceitar o livro, deve se ter fé nele, o que para filosofia
não é totalmente cabível.
A filosofia depende apenas de seus ensinos, bem como seus filósofos para
construir a sua defesa, se é que pode se dizer isso. Já a apologética, depende
dos pensadores, da Bíblia, e uma defesa compartida da fé.
Considerações Finais
A base de todos os conflitos é o ser humano e sua mania de impor suas ideias
sem levar em consideração, o que pensa o outro, ou como este vai lidar com
esta ou aquela informação.
Talvez esta seja a marca da filosofia em geral, não obrigar, nem defenestrar o
pensamento alheio, mas sim, respeitar e até estuda-lo, sem contudo, ataca-lo.
Referências Bibliográficas
AGOSTINHO, Santo. A Vida Feliz, Tradução: Nair de Assis Oliveira. 2.ed. São
Paulo: Paulus,1998.
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/platao.htm
https://diocesevaladares.com.br/o-sentido-da-vida/
https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/o-que-e-a-filosofia.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/o-que-filosofia.htm
https://www.respostas.com.br/apologetica/
https://revistaplaneta.com.br/alma-o-que-dizem-as-cinco-grandes-religioes-
sobre-sua-existencia/