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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5
6 REFORÇAMENTO ................................................................................... 32
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7 PUNIÇÃO.................................................................................................. 33
8 EXTINÇÃO................................................................................................ 35
9 ESQUIVA .................................................................................................. 35
10 GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS..................................................... 36
12 MODELAGEM ....................................................................................... 37
14 CONTRAINDICAÇÕES: ........................................................................ 37
18 ESQUEMAS .......................................................................................... 42
28 A AUTO-EFICÁCIA................................................................................ 63
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29 AGRESSÃO........................................................................................... 64
30 TERAPIA ............................................................................................... 65
33 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 70
34 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 72
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Fonte: jppsicologo.com
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Na primeira metade do século XX, a psicanálise, em suas várias orientações,
dominava o campo da psicoterapia. No entanto, ao redor dos anos 50, cientistas
começaram a questionar os fundamentos teóricos e a eficácia da psicanálise,
enquanto que, ao mesmo tempo, a teoria da aprendizagem e dos processos de
condicionamento, e a abordagem comportamental derivada delas, começaram a
influenciar a pesquisa e a clínica psicológicas.
Fonte: claudiacalegari.com.br
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Os princípios fundamentais do behaviorismo, que desafiaram a psicanálise
ortodoxa, podiam ser assim resumidos: a mente não representava um objeto legítimo
de estudo científico; o problema do paciente se limitava ao seu comportamento
observável, contra a necessidade de se invocar processos não-observáveis e não-
testáveis, como os processos inconscientes; o foco da avaliação e tratamento deveria
ser dirigido ao que poderia ser observado, operacionalizado e medido; na modificação
do comportamento, os fatores importantes eram os que concorriam para a
manutenção do problema do paciente, ao invés de sua suposta origem; e, finalmente,
o método científico provia um enquadre legítimo para o desenvolvimento de uma
teoria e uma prática clínica, em que a compreensão e a aplicação de princípios
teóricos e terapêuticos avançaria melhor através da observação empírica sistemática.
Entretanto, o desenvolvimento da terapia comportamental na Inglaterra e nos
Estados Unidos seguiu trajetos paralelos e distintos, até que, com o tempo, essas
distinções se atenuaram.
Terapia Cognitivo- Comportamental (TCC) é um termo genérico que abrange
diversas abordagens, dentro do modelo cognitivo e cognitivo-comportamental, que
tem comprovado sua eficácia no tratamento de diversos transtornos
neuropsiquiátricos em diversas etapas do desenvolvimento humano.
A terapia comportamental mostrou-se promissora, especialmente no
tratamento de fobias e transtornos obsessivo-compulsivos. Entretanto, muito cedo
suas limitações teóricas e aplicadas se tornaram claras, especialmente com relação à
limitada gama de transtornos para os quais se mostrava eficaz.
Nos anos 60, as teorias dominantes em Psicologia mudaram seu foco do poder
do ambiente sobre o indivíduo para os processos racionais, como fonte de direção
das ações humanas, refletidos nas expectativas, decisões, escolhas e controle do
indivíduo, prenunciando os efeitos da revolução cognitiva sobre a clínica, através da
emergência das orientações cognitivas.
9
Fonte: slideplayer.com.br
10
Superando suas resistências, os comportamentais passaram a incluir técnicas
cognitivas em seus programas de tratamento, ao mesmo tempo em que
reconhecidos behavioristas passaram a tomar a cognição como um construto
mediacional entre o ambiente e o comportamento.
No entanto, outra fonte de desconfiança para os behavioristas, incluindo o
próprio Eysenck, referia-se especialmente ao fato de que a terapia cognitiva
desenvolveu--se independente da, ou em paralelo à Psicologia Cognitiva como ciência
básica, violando a máxima behaviorista de que a ciência psicológica deveria
fundamentar a Psicologia Clínica. Mas o sucesso da Terapia Cognitiva no tratamento
da depressão concorreu para neutralizar essas resistências.
Fonte: olhardigital.com.br
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tratamento dos transtornos de ansiedade, o campo onde a terapia comportamental
havia alcançado sucesso incontestável.
A introdução de conceitos e técnicas cognitivos na terapia comportamental
coincidiu com a queda da teoria da aprendizagem de Hull, que provia a fundação
teórica da terapia comportamental. Por outro lado, a absorção de conceitos cognitivos
possibilitava, entre outras vantagens, maior valor explanatório, maior abrangência na
aplicação da terapia comportamental, especificidade mais acurada, e a possibilidade
de ênfase ao conteúdo psicológico, por exemplo, ao especificar o conteúdo cognitivo
dos transtornos de pânico.
Essas vantagens acabaram por garantir a incorporação de técnicas e conceitos
cognitivos à terapia comportamental, resultando na consagração da nova orientação,
a terapia cognitivo-comportamental, entre os comportamentalistas.
Fonte: ethospsi.com
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estruturada e orientada ao presente. A TCC é um conjunto de estratégias e técnicas
terapêuticas com a finalidade de mudança de padrões de pensamentos, esses,
identificados como automáticos e disfuncionais (BECK J. S., 2013).
O modelo cognitivo parte da hipótese de que as emoções, os comportamentos
e a fisiologia de uma pessoa sofrem a influência das percepções que ela tem dos
eventos. Conforme esse modelo não é a situação em si que determina o que a pessoa
sente, mas o modo como ela interpreta a situação (BECK, 1964; ELLIS, 1962 apud
BECK J. S., 2013). O pensamento disfuncional é comum a todos os transtornos
psicológicos, à medida que as pessoas aprendem a avaliar seus pensamentos de
forma mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional
e comportamento (BECK, J. S, 2013).
A TCC visa desenvolver as habilidades da pessoa, capacitando-a identificar e
modificar seus próprios pensamentos disfuncionais, crenças irracionais, emoções
desagradáveis e comportamentos inadequados. Ao longo do processo terapêutico,
terapeuta e paciente trabalham conjuntamente, de modo a facilitar que o paciente
aprenda refletir sobre suas crenças distorcidas buscando evidências que confirmem
ou não as suas hipóteses, a fim de chegar a uma resposta mais adaptativa (RANGÉ,
2001 apud DURÃES, 2016).
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Resumidamente, o modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou
disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a
todos os distúrbios psicológicos.
A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora
no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das
crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
Diversas formas de terapia cognitivo – comportamental foram desenvolvidas
por outros teóricos importantes, notadamente a terapia racional – emotiva de Albert
Ellis (Ellis, 1962), a modificação cognitiva – comportamental de Donald Meichenbaum
(Meichenbaum, 1977) e a terapia multimodal de Arnold Lazarus (Lazarus, 1076).
Contribuições importantes foram feitas por muitos outros, incluindo Michael
Mahoney (1991), Vittorio Guidano e Giovanni Liotti (1983). Panoramas históricos da
área fornecem uma rica descrição de como as diferentes correntes da terapia
cognitiva se originaram e cresceram (Arnkoff & Glass, 1992; Hollon & Beck, 1993).
A terapia cognitiva, conforme desenvolve e refinada por Aaron Beck, é
enfatizada como singular no sentido de que é um sistema de psicoterapia com uma
teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, apoiadas por evidências
empíricas substanciais.
Ela tem uma terapia operacionalizada com uma ampla gama de aplicações
também apoiadas por dados empíricos, que são prontamente derivados da teoria. A
terapia cognitiva foi extensamente testada desde a publicação do primeiro estudo de
resultado, em 1977 (Rush, Beck, Kovacs & Hollon, 1977).
Estudos controlados demonstraram sua eficácia no tratamento do transtorno
depressivo maior ( Ver Dobson, 1989, para uma meta-análise), transtorno de
ansiedade generalizada ( Butler, Fennell, Robson & Gelder, 1991), transtorno do
pânico (Barlow, Craske, Cerney & Klosko, 1989; Beck, Sokol, Clark, Berchick & Wright,
1992; Clarck, Salkovski, Hacmann, Middleton & Geider, 1992), fobia social ( Gelernter
et al., Heimberg et al., 1990), abuso de substância ( Woody et al, 1983), transtornos
alimentares ( Agras et. Al., 1992; Fairburn, Jones, Peveler, Hope & Doll, 1991; Garner
et al., 1993), problemas de casais (Baucom, Syers & Scher, 1990) e depressão de
pacientes internados (Bowers, 1990; Miller, Norman, Keitner, Bishop & Dow, 1989;
Thase, Bowler & Harden, 1991).
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A terapia cognitiva está correntemente sendo aplicada no mundo inteiro como
o único tratamento ou como um tratamento adjuntivo para outros transtornos. Alguns
exemplos são transtorno obsessivo- compulsivo (Salkovskis & Kirk, 1989), transtornos
de estresse pós-traumático (Dancu & Foa1992; Parrot & Howes, 1991), transtorno da
personalidade (Beck et al.., 1990; Layden, Newman, Freeman & Morse, 1993; Youg,
1990), depressão recorrente (R. DeRubeis, comunicação pessoal, outubro 1993), dor
crônica, (Miller, 1991; Turk, Meichenbaum & Genest 1983), Hipocondríase ( Warwick
& Salkovskis, 1989) e esquizofrenia ( Chadwick & Lowe, 1990; Kingdon & Turknington,
1994; Perris, Ingelson & Johnson, 1993).
A terapia cognitiva para populações diferentes de pacientes psiquiátricos está
sendo estudada: internos em prisões, crianças escolares, pacientes médicos com uma
ampla variedade de doenças, entre muitos outros.
Persons, Burns e Perloff (1988) verificaram que a terapia cognitiva é efetiva
para pacientes com diferentes níveis de educação, renda e background. Ela foi
adaptada para trabalho com pacientes de todas as idades, da pré-escola (Knell,1993)
até os idosos (Casey & Grant, 1993; Thopson, Davies, Gallagher & Krantz, 1986).
A terapia cognitiva tem o tratamento individual, e também foi modificada para
terapia de grupo (Beutler et al., 1987; Freeman, Schrodt, Gilson & Ludgate, 1993),
para problemas de casais (Baucom & Epstein, 1990; Dattilio & Padesky, 1990) e para
a terapia familiar (Bedrosian & Bozicas, 1994; Epstein, Schlesinger & Dryden, 1988).
Com tantas aplicações, como a terapia cognitiva permanece
reconhecível?
Em todas as formas de terapia cognitiva que fora derivada do modelo BECK, o
tratamento baseia-se tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico
como em sua aplicação á conceituação ou entendimento do paciente individual.
O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva-
mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente, visando promover
mudança emocional e comportamental duradoura.
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Descontentamentos relacionados aos dois modelos surgiram por estes não se
mostrarem mais suficientes para a tarefa de explicar o fenômeno da depressão. É
neste contexto que a Terapia Cognitiva de Beck surge como uma abordagem
alternativa de teoria e tratamento, observando-se a transição de uma teoria radical
behaviorista estímulo-resposta para uma perspectiva cognitiva de processamento de
informação.
Entretanto, a Terapia Cognitiva não foi um mero resultado de um emergente
zeitgeist cognitivo por volta dos anos 70. O fator de maior influência para o
desenvolvimento do modelo cognitivo foram os experimentos de Beck e suas
observações clínicas.
Segundo Beck, Alford e Clark (1999a), nos anos 60, a teoria e terapia
psicanalítica dominavam a perspectiva psicológica da depressão. Esta era baseada
na formulação psicanalítica freudiana publicada em Luto e Melancolia (Freud, 1917),
que caracterizava a depressão como raiva retrofletida resultado de perda de objetos
próximos que se tornaram parte do ego da pessoa depressiva.
A noção real ou imaginária de perda de um objeto amado junto com o conceito
de raiva retrofletida formavam a pedra fundamental do entendimento psicanalítico da
depressão, e os psicanalistas viam os sintomas como a autocrítica ou a auto
discriminação, muito característicos na depressão, como confirmadores do conceito
de hostilidade retrofletida.
Conceitos posteriores como a proeminência de características da fase anal
(obsessividade) e oral (dependência) presentes na personalidade do depressivo, ou a
perda da autoestima, onde o ego vê-se em uma situação sem esperança e
desamparada, dentre outros, também tomaram lugar na perspectiva psicanalítica mais
do que o conceito de processos intrapsíquicos como a depressão retrofletida.
Apesar da influência dos conceitos psicanalíticos em evolução, havia uma
considerável insatisfação com a teoria e tratamento psicanalíticos uma vez que muitos
dos conceitos centrais do modelo não podiam ser operacionalmente definidos com
suficiente precisão para permitir investigações empíricas.
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Além do mais, quando pesquisas experimentais eram realizadas, predições
derivadas do modelo não eram validadas. Pelo lado behaviorista, o modelo de
depressão nos anos de 1960 e início de 1970 era primariamente baseado no
condicionamento operante da teoria da aprendizagem, que via a depressão como uma
resposta super generalizada (perda de interesse e prazer em uma gama de
atividades), acionada por um determinado estímulo ou evento, e teorias recentes
consideram a redução na efetividade de reforço positivo como o problema central da
depressão.
Apesar da evolução de modelos da depressão, e da compatibilidade com o
método experimental, a deficiência destas teorizações continuou a ser questionada
com relação à validade como modelo clínico da depressão.
Como era de se supor, as teorias e terapias behavioristas e psicanalistas da
depressão sofreram intensas críticas em meados dos anos 70. A teoria mais influente
adotada por behavioristas, a Teoria do Desamparo Aprendido de Martin Seligman
(1975), era na verdade uma teoria que não se baseava exclusivamente em conceitos
comportamentais, e usava construtos cognitivos para explicar os fenômenos da
depressão ou da ansiedade.
Foi durante este período de descontentamento que prevalecia nos modelos
psicológicos da época, que a abordagem de Beck sobre a depressão como transtorno
do pensamento, ganhou o interesse de clínicos e pesquisadores com orientação
behaviorista (Beck et al., 1999a).
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O terapeuta comportamental enfatiza:
A mudança manifesta como principal critério para avaliar o tratamento;
Os determinantes atuais do comportamento em vez de determinantes
históricos;
A especificação do tratamento em termos objetivos.
Pontos ressaltados na avaliação comportamental:
A identificação de comportamentos específicos, frequentemente
chamados de comportamentos- alvo ou respostas-alvo;
A identificação de fatores ambientais específicos que possam ser
manipulados para alterar o comportamento.
A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial” na
determinação e compreensão dos fenômenos relativos a psicologia humana, no
entanto constitui-se como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os fatores
cognitivos da psicopatologia. Vem demonstrando eficácia em pesquisas científicas
rigorosas além de ser uma das primeiras a reconhecer a influência do pensamento
sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente (Shinohara,1997; Shaw &
Segal, 1999).
De acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado a
acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base
nisso comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses sobre
o futuro e sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas variadas a uma
situação específica podendo chegar a conclusões também variadas.
Em alguns momentos a resposta habitual pode ser uma característica geral
dos indivíduos dentro de determinada cultura, em outros momentos estas respostas
podem ser idiossincráticas derivadas de experiências particulares e peculiares a um
indivíduo. Em qualquer situação estas respostas seriam manifestações de
organizações cognitivas ou estruturas.
Uma estrutura cognitiva é um componente da organização cognitiva em
contraste com os processos cognitivos que são passageiros (Beck, 1963; 1964).
Assim, a teoria cognitiva tem como objeto de estudo principal a natureza e a função
dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento de informação que é o ato de
atribuir significado a algo.
18
Fonte: psiconlinews.com
O objetivo da Teoria Cognitiva é descrever a natureza de conceitos (resultados
de processos cognitivos) envolvidos em determinada psicopatologia de maneira que
quando ativados dentro de contextos específicos podem caracterizar-se como mal
adaptativos ou disfuncionais.
O objetivo da terapia cognitiva seria, ainda, o de fornecer estratégias capazes
de corrigir estes conceitos idiossincrásicos (Bahls, 1999; Biggs & Rush, 1999; Beck &
Alford,2000). No processo de psicoterapia cognitiva ocorre algo muito semelhante a
testagem empírica das teorias científicas: os sistemas de crenças pessoais são
testados com relação à suas consequências e funcionalidade para a vida do paciente
dentro de contextos específicos (Lima & Wielenska, 1993).
Este processo de testagem empírica ocorre a partir da aplicação de técnicas e
conceitos desenvolvidos na teoria cognitiva e por esta razão é imprescindível, para a
realização de uma terapia com bases verdadeiramente científicas, que o terapeuta
tenha um embasamento teórico sólido bem como um domínio das técnicas e uma boa
interação com a pessoa que buscou o tratamento, já que deve haver uma parceria
terapeuta-paciente nesta investigação cognitiva (Rangé, 1998a; Beck & Alford, 2000).
Aaron Beck realizou um trabalho de pesquisa com o intuito de verificar os
pressupostos psicanalíticos acerca da depressão.
19
Fonte: sites.google.com
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A teoria cognitiva possui dez axiomas formais que servem de ponto de apoio
para as demais proposições teóricas. O termo axioma refere-se a afirmações que não
podem ser deduzidas sendo independentes das demais afirmações existentes em
uma teoria científica.
O funcionamento psicológico bem como a adaptação psicológica a determinado
contexto estão na dependência de “estruturas de cognição com significado” ou
simplesmente “esquemas”. O termo “significado” é, por sua vez, designado como o
resultado da ação de interpretar uma realidade determinada e a forma de relação
desta realidade com o self. A função da atribuição de significado é a adaptação a um
contexto específico.
Fonte: keyword-suggestions.com
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Este fato denomina-se “especificidade do conteúdo cognitivo”. Os significados
são construídos pelo indivíduo, ou seja, não são componentes preexistentes da
realidade. No entanto tais significados podem constituir-se como corretos ou
incorretos em relação a um contexto ou objetivo específicos. Os significados ditos
incorretos são denominados como “disfuncionais” ou “mal adaptativos” no que se
refere a ativação dos sistemas.
Os erros (“distorções cognitivas” e “preconcepções”) podem acontecer tanto
em relação ao conteúdo cognitivo propriamente dito (significado) como em relação ao
processo de elaboração de significado (processamento cognitivo).
Fonte :behavioristaemacao
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O condicionamento respondente é aquele que ocorre ao ser eliciado
diretamente por um estímulo, sendo uma reação fisiológica do organismo como fechar
o olho diante de algo que se aproxima dele, retirar o braço diante de uma agulhada,
etc. O comportamento respondente se relaciona ao sistema nervoso autônomo e se
caracteriza por respostas desencadeadas por um estimulo eliciador- eventos que
precedem imediatamente. Qualquer reflexo pode ser condicionado a responder a um
estimulo que era anteriormente neutro.
Todos os comportamentos respondentes apresentam as seguintes
características:
Não são aprendidos, são universais;
Surgem involuntariamente;
São controlados pelos estímulos eliciadores, ou seja, pelos eventos que os
precedem.
Os reflexos podem ser não condicionados ou condicionados (Skinner,2003).
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O estimulo neutro, agora chamado de estimulo condicionado, realiza a mesma
ação da resposta não condicionada, nesse contexto nomeado de resposta
condicionada sem ser pareada com o estimulo não condicionado. A relação entre
resposta e estímulo condicionados é conhecida como reflexo condicionado (ou
condicionamento reflexo).
Fonte: veritatissplendoriff.blogspot.com.br
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mero aceno de mão tem como efeito o deslocamento do ar, alguém acenando
de volta é a consequência” parece ser insuficiente em relação ao que se
evidencia a respeito da diferença entre atividade do organismo e suas
interações com os aspectos do meio no qual, de alguma forma, essa atividade
configura uma interação específica. Os próprios conceitos de “estímulo”,
“resposta” e “subsequência” (para não confundir o que se segue a uma
resposta com “consequência” da mesma) são contingências ou eventos
circunstanciais: dependem um do outro para ser o que estão recebendo como
denominação, nesses casos (Todorov, 2013 apud Botomé; 2013).
5 APRENDIZAGEM SOCIAL
25
5.1 O processo de aprendizagem por observação e seus mecanismos
26
5.3 Processos vicários
Por muito tempo a modelação foi rotulada por imitação, algo meramente
reprodutivo, sem considerar os processos de mediação simbólica. Tal ocorrência
pode dar-se, realmente, em experiências de laboratório, onde as respostas não têm
consequências para os sujeitos, os quais participam em pesquisas para receber
recompensa (...) (ROSA,2003).
Mas não se trata no caso de ensinar uma criança a falar ou a expressar seus
sentimentos, necessidades, ensinar outro idioma, ou a se comportar socialmente.
Nesse caso a modelação será beneficiada da observação de modelos capazes.
27
5.6 Modelação, aprendizagem de princípios e regras
Modelos vivos:
São aqueles em que se apresenta um modelo de presença física, como o pai
é para o filho, um amigo para um companheiro e que este modelo tenha uma relação
de convivência, na qual exerça influência sobre a outra.
Modelos representativos:
Podemos descrever como a televisão, os filmes, os meios audiovisuais, em que
não ocorre a presença física do modelo.
Modelos simbólicos:
São encontrados nos livros, em textos escritos, desenhos. Os modelos podem
ser reais ou não, o que os identifica é a forma como eles chegam ao observador.
Representantes religiosos que transmitem força são também considerados modelos
simbólicos.
Fonte: scielo.br
Fonte: pt.slideshare.net
31
Fonte: slideplayer.com.br
6 REFORÇAMENTO
32
Um reforçamento, ou seja, uma operação em que reforçadores são
apresentados;
Um reforçamento enquanto procedimento, ou seja, uma situação em que
alguém intencionalmente fornece consequências, especialmente para
instalar, manter ou manejar o responder de um organismo.
O termo reforçamento refere-se ao processo de aprendizagem que guia os
comportamentos que serão selecionados ao longo da vida de um indivíduo. Constata-
se que um comportamento foi reforçado a partir do momento em que se podem
observar suas consequências no ambiente, com base na frequência com que o
mesmo ato será emitido novamente.
Grande parte da manutenção dos comportamentos decorre da história de vida,
ou seja, daquilo que, ao longo da história individual, foi sendo aprendido e foi adquirido
valor reforçador. Assim, o comportamento é conservado por suas consequências, e
se estas aumentarem a probabilidade do comportamento ocorrer novamente, sendo
possível afirmar que o comportamento foi selecionado, aprendido e, então, reforçado.
Fonte: scienceblogs.com
7 PUNIÇÃO
33
7.1 Punição positiva (+):
Fonte: www.doglink.pt
8 EXTINÇÃO
9 ESQUIVA
Fonte: slideplayer.com
10 GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS
Fonte: slideplayer.com.
Consiste na execução de respostas que são condicionadas perante estímulos
semelhantes, porém não iguais.
Assim a generalização é a capacidade de responder de forma similar a
estímulos que têm uma propriedade comum entre si, ou seja, responder da mesma
maneira a todos os estímulos de uma mesma classe.
11 DISCRIMINAÇÃO DE ESTÍMULOS
36
12 MODELAGEM
Indicações:
Fobias;
Transtornos de Ansiedade;
Transtorno obsessivo-compulsivo;
Disfunções Sexuais;
Dificuldades de relacionamentos interpessoais;
Reabilitação de doentes crônicos;
Depressão;
Transtornos alimentares;
Problemas de comportamento na infância e adolescência;
Abuso e dependência de álcool e drogas;
Autoconhecimento.
14 CONTRAINDICAÇÕES:
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Depressão grave;
Transtornos de personalidade grave, incapacidade de estabelecer um vínculo
com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica);
Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o terapeuta
(personalidade antissocial);
Ausência de motivação.
A terapia comportamental (TC) baseia-se nas teorias e nos princípios da
aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação dos sintomas.
A preocupação inicial da TC está em realizar uma avaliação detalhada dos
problemas do paciente: quais os sintomas, as condições que determinam o seu
aparecimento, seus antecedentes e suas consequências, bem como eventuais
desencadeantes e as situações nas quais se manifestam os fatores que auxiliam a
mantê-los, os pensamentos relacionados e os mecanismos utilizados pelo paciente
para reduzir a ansiedade.
Fonte: estresse.com.br
Segundo Beck & Alford (2000) a teoria cognitiva pode ser sumarizada em
10 axiomas ou postulados formais:
O principal caminho do funcionamento ou da adaptação psicológica consiste
em estruturas de cognição com significado, denominadas esquemas.
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“Significado” refere-se à interpretação da pessoa sobre um determinado
contexto e da relação daquele contexto com o self.
A função da atribuição de significado (tanto a nível automático como
deliberativo) é controlar os vários sistemas psicológicos (Ex: comportamental,
emocional, atenção e memória). Portanto o significado ativo estratégias para
adaptação.
As influências entre sistemas cognitivos e outros sistemas são interativas.
Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões
específicos de emoção, atenção, memória e comportamento. Isto é
denominado especificidade do conteúdo cognitivo.
Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões
específicos de emoção, atenção, memória e comportamento. Isto é
denominado especificidade do conteúdo cognitivo.
Embora os significados sejam construídos pela pessoa, em vez de serem
componentes preexistentes da realidade, eles são corretos ou incorretos em
relação a um determinado contexto ou objetivo. Quando ocorre distorção
cognitiva ou preconcepção, os significados são disfuncionais ou mal
adaptativos (em termos de ativação de sistemas). As distorções cognitivas
incluem erros no conteúdo cognitivo (significado) no processamento cognitivo
(elaboração de significado), ou ambos.
Os indivíduos são predispostos a fazer construções cognitivas, falhas
específicas (distorções cognitivas). Estas predisposições a distorções
específicas são denominadas vulnerabilidades cognitivas.
As vulnerabilidades cognitivas específicas predispõem as pessoas a síndromes
específicas; especificidade cognitiva e vulnerabilidade cognitiva estão inter-
relacionadas.
A psicopatologia resulta de significados mal adaptativos, construídos em
relação ao self, ao contexto ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos), que
juntos são denominados de tríade cognitiva.
Cada síndrome clínica tem significados mal adaptativos característicos,
associados com os componentes da tríade cognitiva. Todos os três
componentes são interpretados negativamente na depressão.
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Na ansiedade, o self é visto como inadequado (devido a recursos deficientes),
o contexto é considerado perigoso, e o futuro parece incerto.
Na raiva e nos transtornos paranoides, o Self é visto como sendo maltratado
ou abusado pelos outros, e o mundo é visto como injusto e em oposição aos
interesses das pessoas. A especificidade do conteúdo cognitivo está
relacionada desta maneira à tríade cognitiva.
Há dois níveis de significado:
O significado público ou objetivo de um evento, que pode ter poucas
implicações significativas para um indivíduo;
O significado pessoal ou privado. O significado, ao contrário do significado
público, inclui implicações, significação ou generalizações extraídas da
ocorrência do evento.
O nível de significado pessoal corresponde ao conceito de “domínio pessoal”.
Há três níveis de cognição:
O pré-consciente, o não intencional, o automático (pensamentos automáticos);
O nível consciente;
O nível meta-cognitivo, que inclui respostas “realísticas” ou “racionais”
(adaptativas).
Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente, e são
neste sentido estruturas teleonômicas. Portanto, um determinado estado
psicológico (constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem
mal adaptativo em si, depende do ambiente social e físico mais amplo no qual
a pessoa está inserida.
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É preciso que o paciente se sinto acolhido, que haja uma aliança
terapêutica segura. Ao final das sessões, mas não em todas, o terapeuta
deve indagar ao paciente como ele se sentiu na sessão.
O cliente vai estar ativo, participando de sua melhora. No início,
conforme o caso, o terapeuta assume o direcionamento e, de acordo
com a melhora. O cliente vai participando mais ativamente;
É orientada em meta e focaliza problemas;
Enfatiza o presente, mas em três casos recorre ao passado:
Quando o paciente fala muito do passado;
Quando o trabalho atual não está dando resultado, fez-se tudo para
mudar as crenças, mas não foi possível, então volta-se ao passado;
Quando o terapeuta julga que é importante entender como e quando
ideias disfuncionais se originaram e como elas afetam o hoje;
A terapia cognitiva é educativa. Ao sair da terapia, o cliente poderá fazer
autoterapia;
Visa ter um tempo limitado, não tem intenção de deixar ninguém pelo
resto da vida em terapia;
As sessões são estruturadas. O terapeuta verifica o humor do cliente
naquele dia e prepara a agenda da sessão, obtém feedback da sessão
anterior, revisa a tarefa de casa, resume a sessão e busca feedback
final;
Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus
pensamentos e crenças disfuncionais;
Utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e
comportamento do cliente.
41
Cognição e Consciência
O termo cognição é aplicado para designar o conjunto de atividades e
processos pelos quais um organismo adquire informação e desenvolve
conhecimentos. São mecanismos mentais que agem sobre as informações sensoriais,
buscando sua interpretação, classificação e organização.
Beck e colaboradores identificaram três níveis básicos de processamento
cognitivo: consciência, esquemas e pensamentos automáticos (Beck,1997; Clark et
al.,1999).
O nível mais alto da cognição é a consciência, um estado de atenção no
qual decisões podem ser tomadas racionalmente. A atenção consciente nos
permite:
Monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente;
Ligar memórias passadas às exigências presentes;
Controlar e planejar ações futuras (Sternberg,2008).
Na TCC, os terapeutas incentivam o desenvolvimento e a aplicação de
processos conscientes adaptativos de pensamento, como pensamento racional e a
solução de problemas.
18 ESQUEMAS
42
As informações dissonantes com os esquemas tendem a ser descartadas ou
modificadas pelo indivíduo, a fim de manter-se adequado a estas matrizes; então a
tendência é que estas estruturas se perpetuem e sejam muito resistentes à mudança.
Clark, Beck e Alford (1999) propõe a existência de três grupos principais
de esquemas:
Esquemas simples: são regras sobre a natureza física do ambiente,
gerenciamento prático das atividades cotidianas ou leis da natureza que
podem ter pouco ou nenhum efeito sobre a psicopatologia.
Crenças e pressupostos intermediários- são regras condicionais como
afirmações do tipo se então..., que influenciam a autoestima e a regulação
emocional.
Crenças nucleares sobre si mesmo- são regras globais e absolutas para
interpretar as informações ambientais relativas à autoestima.
Todas as pessoas têm uma mistura de esquemas adaptativos (saudáveis)
e crenças nucleares desadaptavas.
O objetivo da TCC é identificar e desenvolver esquemas adaptativos e, ao
mesmo tempo, tentar modificar ou reduzir a influência dos esquemas desadaptativos.
43
Durante grande parte de suas vidas, a maioria das pessoas pode manter as
crenças centrais relativamente positivas (por exemplo, “ Eu estou substancialmente
em controle”; “ Eu posso fazer a maioria das coisas de forma competente”; “ Eu sou
um ser humano funcional “; “ Eu sou amável”; “ Eu sou digno”).
As crenças centrais negativas podem vir à tona apenas durante momentos de
aflição psicológica. (Alguns pacientes com transtorno de personalidade, no entanto,
podem ter as crenças centrais negativas quase que continuamente ativadas).
Frequentemente, ao contrário dos pensamentos automáticos, a crença central que
os pacientes “ sabem” ser verdade sobre si mesmos não é totalmente percebida até
que o terapeuta descasque as camadas, continuando a perguntar pelo sentido dos
pensamentos do paciente como no exercício da flecha descendente.
É importante também observar que os pacientes também podem ter as crenças
centrais negativas sobre outras pessoas e seus mundos, como, por exemplo, “ As
outras pessoas não são confiáveis”; “ As outras pessoas vão magoar-me”; “ O mundo
é um lugar corrompido”. Ideias supergeneralizadas, estabelecidas, como essas, com
frequência precisam ser avaliadas e modificadas além das crenças centrais sobre o
eu. As crenças centrais negativas são usualmente globais, supergenarilzadas e
absolutistas. Quando uma crença central é ativada, o paciente é facilmente capaz
de processar informações que apoiam, mas ele frequentemente falha em reconhecer
distorce as informações que são contrárias à crença central.
O terapeuta começa a formular uma conceituação (incluindo as crenças
centrais) desde o início da terapia, fazendo isso a princípio mentalmente ou
particularmente no papel. Em algum momento na terapia, ele partilha sua
conceituação com o paciente, apresentando –a em forma de hipótese e perguntando
se isso “ parece ser verdadeiro” para ele.
A fim de decidir quando e quanto de sua conceituação partilha com um
paciente, o terapeuta considera o seguinte:
Quão forte é a sua aliança terapêutica, quão fortemente o paciente acredita no
modelo cognitivo, quão ativadas estão suas crenças centrais na sessão, o quanto de
insight ele já tem, quão concreto é o seu pensamento, e assim por diante. Então,
embora o terapeuta tenha estado conceituando as crenças centrais do paciente
desde o início, ele cuidadosamente escolhe quando e como tentará começar a
modificar a crença central.
44
Os terapeutas em geral ensinam os pacientes a aprender as ferramentas de
identificar, avaliar e adaptativamente responder aos pensamentos automáticos e
crenças intermediarias utilizando as mesmas ferramentas para as crenças centrais.
Ás vezes, no entanto, o terapeuta e o paciente automaticamente tentam avaliar, no
início da terapia, uma crença central pelo fato de ela ter sido expressa em forma de
um pensamento automático, e tal avaliação frequentemente exerce pouco efeito.
Em um outro caso, o terapeuta pode intencionalmente testar a modificabilidade
de uma crença central mesmo antes que eles tenham feito muito trabalho em nível
de pensamento automático e de crença intermediária.
O grau de dificuldade para identificar e modificar as crenças centrais varia de
paciente para paciente. Em geral, os pacientes que estão em aflição emocional
significativa são os mais facilmente capazes (do que os outros) de expressar as suas
crenças centrais pelo fato de essas crenças estarem ativadas na sessão.
45
Crenças nucleares de desamor (Unlovability): Crenças sobre ser
indesejável, incapaz de ser gostado, incapaz de ser amado, sem atrativos, rejeitado,
abandonado, sozinho.
Crenças nucleares de desvalor (Unworthness): Crenças sobre ser incapaz,
incompetente, inadequado, ineficiente, falho, defeituoso, enganador, fracassado, sem
valor.
O modelo básico da TCC se baseia na premissa da inter-relação entre
cognição, emoção e comportamento. Para cada situação diferente há um pensamento
relacionado à mesma, para cada pensamento há uma emoção e subsequente um
comportamento, o que justifica diferentes pessoas (WRIGHT, 2008).
Dessa forma, os eventos ativam os pensamentos, que geram como
consequência, emoções e comportamento, como mostra a figura:
Fonte: docplayer.com
46
Desta maneira se quebra a sequência do esquema, e em última instância,
altera o sentido estrutural, fazendo com que haja diminuição de valência da crença
central. O paciente aprende a questionar os pensamentos e chegar junto com o
problema, se auto monitorando, para intervir antes de o problema se manifestar,
tornando-se assim seu próprio terapeuta.
20 PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
Fonte:www.masci.com.br
São cognições que passam rapidamente por nossas mentes, quando estamos
em meio a situações ou relembrando acontecimentos.
Embora os indivíduos possam estar conscientes da presença de pensamentos
automáticos em um nível subliminar, normalmente não se costuma efetuar a análise
racional e cuidadosa dessas cognições. Este tipo de pensamentos se desenvolver a
partir das crenças centrais e são interpretações imediatas, rápidas, espontâneas e
involuntárias das experiências. Elas são pré-conscientes e, na maior parte do tempo,
permanecem despercebidos, coexistindo com os fluxos de pensamentos mais
manifestos.
47
Os pensamentos automáticos revelam a maneira como as situações são
significadas pelo indivíduo, e que distorções ele faz da realidade. Pensamentos
automáticos parecem surgir espontaneamente e, em geral, a pessoa está mais ciente
da emoção sentida em decorrência deles do que do próprio pensamento. Inclusive,
um dos indícios mais importantes de que os pensamentos automáticos podem estar
ocorrendo é a presença de emoções fortes.
Quando treinado, é possível ao indivíduo reconhecer estes pensamentos e
identificar as crenças centrais vinculadas a eles, e a partir de aí realizar a análise
racional sobre seu funcionamento.
Fonte: psicologosp.com
21 DISTORÇÕES COGNITIVAS
48
Por exemplo, uma pessoa pode dizer a si mesmo: “Eu falho sempre que tento
fazer algo novo, eu, por conseguinte, fracasso em tudo que tento”. Este é um exemplo
do pensamento absolutista do tipo: “preto ou branco” (ou polarizado). A pessoa só vê
as coisas em termos absolutos. A pessoa acha que, se falhar numa determinada
coisa, faz com que no futuro fracasse em todas as coisas. O que pode levar à
construção da crença: “Devo ser um perdedor e um fracassado”, o que também seria
um exemplo de generalização.
A pessoa falha numa tarefa específica e generaliza para a sua própria
identidade. Ao aprender a identificar corretamente esse tipo de “pensamento
desajustado “, a pessoa pode agir de forma construtiva sobre o pensamento negativo
e, refutá-lo. Ao refutar o pensamento negativo uma e outra vez, aos poucos este
perderá a sua força e será automaticamente substituído por um pensamento mais
racional e equilibrado.
Aaron Beck, foi o psicólogo que popularizou as distorções cognitivas. Os
erros de cognição mais comuns são:
Leitura mental: Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sem ter
evidências suficientes. A pessoa acha que sabe o que os outros estão
pensando e não considera outras possibilidades mais prováveis. Por exemplo:
“Ele acha que sou um fracasso”. “Ele está pensando que eu não sei nada sobre
esse projeto”. “Ele pensa que sou uma idiota”. É possível perceber essa
distorção cognitiva quando se apresenta um trabalho acadêmico em público,
pois normalmente a pessoa estará fazendo a seguinte leitura mental: “Ele está
me olhando assim pois deve estar pensando que estou falando abobrinhas.
Adivinhação do futuro: Você prevê o futuro – que as coisas vão piorar ou que
há perigos pela frente. Você acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é
tão terrível e insustentável que não será capaz de suportar. A pessoa prevê o
futuro negativamente sem considerar outros resultados mais prováveis. Por
exemplo: “Seria horrível se eu fracassasse”. “Vou ser reprovado no exame” ou
“Não conseguirei o emprego”.
Catastrofização: É quando nós aumentamos a gravidade das coisas,
transformando uma dificuldade em uma impossibilidade, e uma situação difícil
em uma catástrofe. Meu filho ainda não chegou, deve ter acontecido algo
ruim. Esperarei mais um pouco, pois não conseguirei dormir mesmo”, ou “Meu
49
namorado não atende o celular, deve estar com outra. Tudo está bem entre
nós, mas sei que logo começará a me desapontar, pois não chegou ainda”.
Rotulação: Você atribui traços negativos a si mesmo e aos outros. Quando a
pessoa se habitua a colocar um rótulo global e fixo sobre si mesmo ou sobre
os outros sem considerar as ocorrências. Por exemplo: “Sou indesejável” ou
“Ele é uma pessoa imprestável” ou “Eu sou idiota mesmo! ” Ou “Quão burra eu
sou! Ou” “Ele é um simplório! ” Ou “Os homens são todos iguais! ” Esses rótulos
são simplesmente abstrações que levam à raiva, ansiedade, frustração e baixo
amor próprio.
Desqualificação dos aspectos positivos: Você afirma que as realizações
positivas, suas ou alheias, são triviais.”. A pessoa diz para si mesmo que
experiências, atos ou qualidades positivas não contam. Por exemplo: “É isso
que se espera das esposas de modo que não conta quando ela é legal comigo”
ou “Esses sucessos são fáceis, de modo que não importam” “Eu fiz bem aquele
projeto, mas isso não significa que eu seja competente; eu apenas tive sorte. ”
A pessoa rejeita experiências positivas insistindo que elas não contam.
Desqualificar o positivo tira a alegria da vida e faz a pessoa se sentir
inadequada e não recompensada. Este é o preço que a pessoa paga por não
qualificar as coisas que acontecem em seu cotidiano.
Filtro negativo: Você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e
raramente nota os positivos. Por exemplo: “Veja todas as pessoas que não
gostam de mim”.
Supergeneralização: Você percebe um padrão global de aspectos negativos
com base em um único incidente. A pessoa tira uma conclusão negativa radical
que vai muito além da situação atual. Exemplo: “Nessa escola não tenho
amigos, assim como era no colégio anterior. ” A pessoa vê um episódio
negativo como uma rejeição amorosa e estabelece um padrão de pensamento
para situações similares. Outros exemplos comuns: “Todos os meus
namorados irão me trair. ”, “Isso geralmente me acontece. Parece que eu
fracasso em muitas coisas”.
Pensamento dicotômico: Pensamento preto-e-branco, polarizado e tudo ou
nada, é 8 ou 80: A pessoa vê uma situação em apenas duas categorias em vez
de em várias alternativas. Exemplo: “Se eu não for um sucesso total, eu serei
50
um fracasso. ” A pessoa perfeccionista normalmente faz uso constante desse
erro de pensamento e isso faz com que se sinta inadequado e desvalorizado
quando o sucesso esperado não vem. Pensamentos dicotômicos tendem a
contribuir para episódios depressivos e separações conjugais. Por exemplo:
“Sou rejeitado por todos” ou “Tudo isso foi perda de tempo”.
Afirmações do tipo “deveria”: Você interpreta os eventos em termos de como
as coisas devem ser, em vez de simplesmente concentrar-se no que elas são.
Ditadura dos deverias: É muito comum em personalidades do tipo Obsessivo-
Compulsiva, pois emprega constantemente os termos: “eu deveria”, “eu tenho
que”. Pessoas com características perfeccionistas utilizam esse erro de
pensamento diariamente gerando ansiedade constante. A pessoa também cria
expectativas exageradas em relação ao comportamento dos outros, gerando
afetos negativos quando estas não são preenchidas, bem como, adoecimento
psicológico do tipo: estresse, ansiedade generalizada, depressão. E, também,
acontecimentos indesejáveis como separação conjugal são pertinentes a esse
tipo de distorção cognitiva. Bem como, conflitos entre pais e filhos, educadores
e educandos, gerências e subordinados, entre outras relações interpessoais.
Por exemplo: “Eu deveria me sair bem. Caso contrário, serei um fracasso”.
Personalização: Você atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados
pelos outros, quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira
responsabilidade sobre um evento que não está sob seu controle. Por exemplo:
“Eu não cuidei bem do meu filho, por isso ele está internado no hospital”. “Meu
namorado me traiu porque eu estava estressada. ” “Meu casamento terminou
porque falhei”.
Atribuição de culpa/ Síndrome da Vítima: Você se concentra na outra pessoa
como fonte de sentimentos negativos e se recusa a assumir a responsabilidade
da mudança. Por exemplo: “Estou me sentindo assim agora por culpa dela” ou
“Meus pais são a causa de todos os meus problemas”.
Comparações injustas: Você interpreta os eventos em termos de padrões
irrealistas, comparando-se com pessoas que se saem melhor do que você e
concluindo, então, que é inferior a elas. Por exemplo: “Ela é mais bem-sucedida
do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”.
51
Orientação para o remorso: Você fica preso à ideia de que poderia ter se
saído melhor no passado, em vez de pensar no que pode fazer melhor agora.
Por exemplo: “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse
tentado” ou “Eu não deveria ter dito isso”.
E se…? Você faz uma série de perguntas do tipo “e se” alguma coisa
acontecer, e nunca fica satisfeito com as respostas. Por exemplo: “Sim, mas e
se eu não conseguir respirar? “E se eu perder o emprego? ”. Essa distorção
gera muita ansiedade.
Raciocínio emocional: Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação
da realidade. A pessoa pensa que algo deve ser verdade porque “sente” (em
realidade, acredita) isso da maneira tão convincente que acaba por ignorar ou
desconsiderar fatos e evidências. Exemplo: “Eu sei que eu faço muitas coisas
certas no trabalho, mas eu ainda me sinto como se eu fosse um fracasso”. Por
exemplo: “Sinto-me deprimida; consequentemente, meu casamento não está
dando certo”.
Incapacidade refutar: Você rejeita qualquer evidência ou argumento que
possa contradizer os pensamentos negativos. Por exemplo, quando você
pensa “Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante qualquer evidência de
que as pessoas gostem de você. Consequentemente, o pensamento não é
refutado. Outro exemplo: “Esse não é o problema real. Há problemas mais
profundos, existem outros fatores.
Buscar lógica em tudo (onde não há lógica). Exemplo: “Querer entender o
porquê de acontecimentos que ocorrem ao acaso encontrar o motivo ou o
culpado para tudo.
22 FALÁCIA DA MUDANÇA
52
23 FOCO NO JULGAMENTO
A pessoa tende a deixar tudo para depois e vai adiando tarefas e acumulando
várias atividades, geralmente a procrastinação é desencadeada pela insegurança.
Essa distorção promove muita culpa. Exemplo: na próxima semana começarei meu
regime.
25 TRÍADE COGNITIVA
53
Para tal, submeteu-se, inicialmente, aos métodos de estudo oriundos do
modelo aplicado nas Ciências vigentes, principalmente os métodos advindos da
Física, da Fisiologia, das Ciências Biológica, com forte influência da Teoria
Evolucionista.
As Principais influências de base das Psicoterapias Comportamentais, foram o
Comportamentalismo (Método de Pesquisa, observação de eficácia e efetividade), a
Psicanálise (Representações Mentais), a Psicologia do Ego (insight – pensar a
respeito do próprio pensamento e dar-se conta de suas disfunções para modificá-las)
e, o Humanismo rogeriano (Espírito Colaborativo).
A partir dos anos 60’, a Psicoterapia Cognitiva, teve como base as Escolas de
Modificação do Comportamento Cognitivo (Joseph Wolpe: Dessenssibilização
Sistemática; Beck: Terapia Cognitivo-comportamental e Ellis: Terapia Racional
Emotiva Comportamental).
A Psicoterapia Cognitiva-comportamental, conforme Beck, 1964, “pauta-se por
ser um Psicoterapia Breve, estruturada e orientada ao presente, direcionada a
resolver problemas atuais e modificar os pensamentos e os comportamentos
disfuncionais”. O Objetivo das TCC’s, segundo Beck, 1997, é produzir a mudança
cognitiva, no pensamento e no sistema de crenças, visando promover mudança
emocional e comportamental duradoura, através de estratégias cognitivas e
comportamentais.
Como característica, a TCC, valoriza a tríade ambiente/indivíduo e
comportamento, sendo o pensamento a chave da abordagem, onde através do
Empirismo Colaborativo, onde paciente e terapeuta trabalham juntos.
Fonte:pt.slideshare.net
54
A Terapia Racional Emotiva Comportamental, fundada por Albert Ellis em
1955, foi precursora ao evidenciar a influência de processos cognitivos sobre
sentimentos e comportamentos.
Ellis, inicia experimentando estilos de terapias diferentes, como a terapia
analítica eclética, influenciado pela filosofia grega e romana estoica. Utiliza-se dos
conceitos advindos do Comportamentalismo, da Aprendizagem Social, da
Metacognição e do Modelo Dialético.
O princípio fundamental está sustentado no pressuposto de que as
circunstâncias não perturbam as pessoas, mas as pessoas perturbam-se pela sua
visão das circunstâncias. Assume, em decorrência deste princípio, que pensamento,
emoção e comportamento são inter-relacionados, numa relação sistêmica e, devem
ser trabalhados juntos, através do Sistema ABCDE, onde: A (acontecimento ativador),
B (crenças irracionais), C (consequências emocionais e comportamentais), D
(debate), E (nova filosofia).
Com o objetivo de mudar a baixa tolerância à frustração e promover a mudança
emocional e comportamental profunda, adota métodos cognitivos, comportamentais e
emocionais. Utiliza-se de técnicas tais como a inundação, a dessensibilização, a
exposição ao vivo, treino de habilidades sociais acompanhado de mudanças básicas
em crenças irracionais.
Ellis trabalha com a categorização de regras para minimizar a vulnerabilidade
biológica – base biológica da “irracionalidade humana”, sede das “perturbações
emocionais”, tais como a “procrastinação” e a “falta de disciplina”.
Através de uma atitude enérgica, realiza o “questionamento ativo das filosofias
perturbadoras e auto derrotistas”, para desenvolver um sistema de “crenças mais
racionais, adaptativas e saudáveis”, para minimizar as perturbações do “ego “e do
“desconforto”, ampliando a flexibilidade cognitiva, fundamental para o equilíbrio
emocional. Almeja uma mudança dessas “filosofias perturbadoras”, do sistema de
Crenças Absolutistas”, baseado em obrigações e imperativos, base dos
“Pensamentos Disfuncionais”, centra-se, assim, nos sistemas de valores dos
pacientes, questionando o “absolutismo das afirmações”, tais como: “Devo,
absolutamente”; “Devo ser tratado por, absolutamente”; “As condições sob as quais
vivo, devem ser absolutamente confortáveis, prazerosas e valiosas”.
55
Para finalizar, conforme as metas consoantes com a TREC, e para atingir um
grau de “felicidade razoável” devemos priorizar algumas crenças racionais que todo
ser humano deve ter desenvolvidas, tais como, o “auto interesse”, “interesse social”,
“auto direção”, “tolerância”, “flexibilidade”, “aceitação da incerteza”,
“comprometimento”, “pensamento científico”, “auto aceitação”, “correr riscos”
e “expectativas realistas”.
A TREC toma como valores a “sobrevivência “e a “felicidade”, minimizando o
desconforto emocional e as ocorrências de comportamentos “auto derrotistas”.
Fonte: slideplayer.com.br
56
Se conseguirmos fazer avaliações positivas que nos fortaleçam, podemos gerar
bons resultados e um menor nível de estresse.
O benefício da psicoterapia é que ao mudarmos nossa maneira de pensar
podemos nos sentir melhor mesmo que a situação não possa ser mudada.
Existem alguns padrões comuns de distorções no pensamento, que se
relacionam diretamente perturbações emocionais e comportamentais.
O trabalho psicoterapêutico é identificar e mudar estes padrões de
pensamento. Ao reformular nossa forma de pensar, melhoramos a habilidade de lidar
com o estresse e a ansiedade, e podemos nos sentir melhor com as adaptações nas
situações diversas.
57
Portanto não há uma ligação entre um estímulo e uma resposta, ou entre
comportamento e reforço, como havia no caso do sistema de Skinner. Entretanto, há
um mecanismo mediador, interposto entre os dois; esse mecanismo são os processos
cognitivos da pessoa. E, a modelagem ou a aprendizagem observacional envolve, em
grande parte esses processos cognitivos.
Uma das principais contribuições de Bandura foi a explicação de como o
comportamento foi adquirido na ausência de reforçamento. Este processo foi
denominado como aprendizagem observacional e pode ser encontrado também com
os nomes aprendizagem vicariante ou modelação.
De acordo, com Bandura, observar os modelos e o comportamento desses
modelos não é apenas questão de uma simples imitação; a aprendizagem
observacional também compreende processos cognitivos ativos. Bandura considera
que muitos aspectos do funcionamento da personalidade envolvem a interação do
indivíduo com outros.
Fonte: psicoativo.com
58
De acordo com Kazdin (1978), a partir da década de 60, a maior experiência
dos terapeutas comportamentais com o contexto clínico levou-os a se preocupar com
temas comuns às psicoterapias tradicionais, tais como: a relação terapeuta-cliente, a
queixa relatada pelo cliente (ao invés da abordagem direta e restrita aos problemas
comportamentais identificados pelo terapeuta), aceitação de evidências clínicas (não
experimentais) e a valorização dos eventos privados.
Com essas mudanças, diminuíram as diferenças entre uma terapia
comportamental e não-comportamental, o que levou muitos terapeutas a postularem
o título de “comportamental” para técnicas que não estavam subordinadas à teoria da
aprendizagem, além de algumas tentativas de combinar procedimentos
comportamentais e não comportamentais em uma única abordagem clínica (cf.
Meichenbaum, 1986).
Foi nesse contexto de mudanças e indefinições que Bandura (1977a) passou a
criticar a terapia comportamental por um suposto determinismo ambiental excessivo,
embora estivesse fazendo referência principalmente ao modelo respondente de
análise do comportamento. Para Bandura (1986), os processos de aprendizagem por
condicionamento não eram suficientes para explicar a aquisição de comportamentos
complexos. Nesse sentido, o autor tomou a teoria da aprendizagem social como base
teórica para desenvolver o conceito de aprendizagem vicariante ou por observação,
que se caracteriza como um processo de aprendizagem, no qual o indivíduo aprende
uma resposta, a partir da observação de sua emissão por outra pessoa.
Tal aprendizagem dependeria da intermediação de processos cognitivos, por
meio dos quais seriam elaboradas concepções sobre como as respostas observadas
ocorrem e, posteriormente, essa "construção simbólica" serviria como base para
ações futuras.
O indivíduo também teria a capacidade de representar futuras consequências,
ampliando o papel da cognição não só para a aquisição, mas também para a
manutenção de certos comportamentos (Bandura, 1977b).
A valorização dos aspectos cognitivos para a alteração comportamental
também se refletiu nas propostas de Bandura para um modelo de intervenção
terapêutica, favorecendo ainda mais a aproximação entre a terapia comportamental e
as psicoterapias que partem do pressuposto de que a mudança das cognições do
59
cliente sobre ele próprio e sobre o mundo é condição sine qua non para a alteração
do seu comportamento (cf. Bandura, 1977b).
Em resumo, a teoria da aprendizagem social (Bandura, 1977; Rotter, 1982)
parte do pressuposto de que o ambiente, as características temperamentais e o
comportamento situacional de uma pessoa determinam-se reciprocamente e que o
comportamento é um fenômeno dinâmico, em evolução. Os contextos influenciam
comportamento, e este, por sua vez, molda os contextos ” (p. 14).
Bandura usa o termo modelagem, enquanto que Miller usou o termo imitação e
Freud, identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa a
duplicação exata do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se numa
incorporação indiscriminada dos modelos de comportamento.
Utiliza o termo modelagem porque os efeitos psicológicos da exposição aos
modelos são muito mais amplos do que o simples mimetismo da resposta, contido no
termo imitação; e as características definidoras da identificação são empiricamente
questionáveis.
Uma das grandes contribuições de Bandura ao ponto de vista do behaviorismo
consiste na ênfase da aprendizagem por modelos. Não é essencial executar-se a
resposta e esta ser reforçada para que ocorra aprendizagem.
60
Muitos padrões de comportamento são aprendidos através da observação de
modelos, mesmo se não é identificado nem mesmo uma atuação de reforçamento
vicário (reforço ao modelo, tendo um efeito sobre o comportamento do observador).
Há três efeitos que os modelos podem produzir:
Aquisição de novos comportamentos.
Aumento ou diminuição de inibições do comportamento observado
Facilitação social, ou seja, aparecimento de comportamentos que não
são novos no repertório do observador, mas que não podem ser
atribuídos a fatores de inibição ou desinibição por se tratar de
comportamentos socialmente aceitos.
Num estudo que se tornou famoso, Bandura observou o resultado ao submeter
crianças a uma determinada situação, utilizando o adulto como modelo. Ele separou
um grupo de crianças - Os Alunos do "João Bobo". Escolheu uma mulher para ser
filmada batendo num grande boneco de plástico inflável, tipo "João Bobo".
A moça o socou, gritando "boboca", o chutou, o golpeou com um martelinho e
gritou muitas frases agressivas. Bandura mostrou este filme às crianças do jardim da
infância que, como ele esperava, adoraram. Quando foram brincar, muitos
observadores as esperavam com o lápis, prancheta na mão e, para as crianças, um
"João Bobo" novo e alguns martelinhos. Os observadores registraram que muitas
delas fizeram exatamente o que viram a moça do filme fazer.
O que surpreende é o fato de que as crianças mudaram seu comportamento
sem que tivessem sido recompensadas por suas aproximações ao novo
comportamento, e isto não se encaixa ao padrão de aprendizagem do behaviorismo.
Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem por Observação ou Modelagem, e
sua teoria é comumente chamada Teoria da Aprendizagem Social. Quando o estudo
foi criticado sob a alegação de que o boneco "João Bobo" foi criado mesmo para
apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma pessoa vestida de palhaço.
Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala do palhaço
vivo e não tiveram dúvidas: bateram nele! Dessas variações, Bandura pôde
observar alguns passos envolvidos no processo de modelagem:
Atenção: para prender qualquer coisa é preciso prestar atenção. Do
mesmo modo, quando a atenção é tirada não se obtém uma boa
aprendizagem, mesmo a aprendizagem por observação. Estar
61
sonolento, embriagado, drogado, nervoso, também atrapalha a
aprendizagem. As características do modelo também determinam o grau
de atenção. Quanto mais colorido, dramático, mais ele será atrativo, e
se o modelo for semelhante ao observador, mais ele lhe prestará
atenção. Estas conclusões levaram Bandura a uma análise dos efeitos
da televisão sobre as crianças.
Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É
aí que entram a imagem e a linguagem: é possível armazenar
mentalmente o formato ou descrição verbal do modelo e depois
relembra-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio comportamento.
Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu
comportamento é preciso ter condições de repeti-lo. Observar uma
ginasta profissional não basta para que uma pessoa comum saia
imitando-a, mas se a pessoa tem um certo treinamento, ao observar o
atleta olímpico pode levá-la a se aperfeiçoar. Nossa habilidade para
imitar aprimoramentos por meio da prática do comportamento envolvido
também é importante, assim como conseguir imaginar como será nossa
performance e buscar por ela. Muitos atletas fazem isso.
Motivação: deve se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura
enumerou algumas motivações:
Reforço anterior: behaviorismo tradicional.
Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.
Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado. Estes itens
são tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que
eles não só proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é
aprendido. Por isso, caracteriza estes itens como motivos.
Há também, as motivações negativas que levam a pessoa a não imitar um
comportamento:
Castigo anterior
e. Castigo prometido (ameaça)
f. Castigo vicarial: Como grande behaviorista tradicional, Bandura afirma
que o castigo, em qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma
recompensa, e ainda se corre o risco de ser alvo de uma vingança.
62
28 A AUTO-EFICÁCIA
63
29 AGRESSÃO
Fonte: cnsr-ce.com
64
A agressão é mantida por vários fatores. É mantida por consequências externas
recompensas materiais, recompensas sociais e status. Ela é também reforçada
quando as pessoas aliviam o tratamento primitivo através de recursos defensivos. O
desempenho da agressão é afetado pelas recompensas ou punições observadas
reforço substitutivo. Uma das melhores maneiras de reduzir a agressão é através do
fortalecimento de outras respostas que tenham valor funcional.
Por exemplo, verifica-se que pessoas que recorrem à agressão física para
resolver seus conflitos interpessoais geralmente têm baixa habilidade verbal (daí uma
ocorrência maior de agressão física na classe social baixa). Se aprenderem a resolver
verbalmente este tipo de conflito, o comportamento de agressão decresce. Outra
maneira de modificar o comportamento agressivo é através da apresentação de
modelos que exibam respostas socialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No
livro sobre agressão, Bandura destaca quatro formas diferentes para tentar reduzir a
modelagem comercial da violência na televisão. Uma delas refere-se ao controle pelo
Congresso. É através da proibição daquilo que não tem valor que as mudanças de
comportamento são bem estabelecidas.
A segunda abordagem é o autocontrole da produção. Como o gênero ação-
aventura é econômico, os programas violentos tornaram-se predominantes na
televisão. Outra abordagem é o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível
de violência e por último, o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora
dos meios comerciais, através da qual influenciaria a televisão comercial.
30 TERAPIA
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30.1 As principais características da terapia cognitiva, como um sistema de
psicoterapia, são:
31 TERAPIA DO AUTO-CONTROLE
32 TERAPIA DE MODELAGEM
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Assim os autores Beck e Alford (2011) elucidam que com a TCC é possível
ajudar o paciente a adquirir objetividade frente a suas reações automáticas e
neutralizá-las. O propósito da TCC é facilitar a transferência a partir do terapeuta e
internalizar como se dá a TCC para o paciente. Tal fenômeno, ocorre por meio do
questionamento socrático.
Assim, o paciente é levado a refletir de forma crítica as evidências que
confirmem ou refutem seu pensamento ora distorcido. Uma característica da TCC é
que avalia pensamentos de forma diretiva e apoiadora, assim o terapeuta tem uma
postura didática para se comunicar com o paciente (BECK & ALFORD, 2011).
Beck diz que na depressão o modo de organizar o pensamento é primitivo, os
julgamentos são amplos e globais, com significados extremos, negativos e
absolutamente críticos. De forma geral o terapeuta modifica o pensamento a fim de
corrigir crenças e reduzir os sintomas bem como prevenir recaídas.
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33 BIBLIOGRAFIA
BECK, A.T., RUSH, Shaw &Emery (1996) Terapia Cognitiva da Depressão, Porto
Alegre: Ed. Artes Medicas
BECK, Aaron T.; ALFORD, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto
Alegre: Artmed, 2000.
BECK, A.T. (1976). Cognitive therapy and the emotional disorders. New York:
International Universities Press.
BECK, A.T. Alford, A.B. Depressão: Causas e Tratamento. Tradução: Daniel Bueno.
Porto Alegre, Artmed, 2011.
70
HALLL,C.S;LINDZEY, G.;Campbell,J.B.Teorias da Personalidade.4ª Edição.Porto
Alegre: Artmed,2000.
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34 BIBLIOGRAFIA
Aaron T. Beck, Denise Davis e Arthur Freeman/ Livro: Terapia Cognitiva dos
Transtornos da Personalidade/ ISBN – 9788582714119/ Edição ou reimpressão: 03-
2017/ Idoma: português – 440 páginas.
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