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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5

2 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL ................................................................................................. 6

2.1 Origem da tcc e o modelo cognitivo ................................................... 12

2.2 O contexto histórico da terapia cognitiva ............................................ 13

3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DAS


TERAPIAS COMPORTAMENTAIS ........................................................................... 17

4 PRINCIPAIS CONCEITOS QUE FUNDAMENTAM A PRÁTICA


PSICOTERÁPICA NAS ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS: ............................ 22

4.1 Condicionamento respondente ........................................................... 22

4.2 Resposta não condicionada ............................................................... 23

4.3 Estímulo condicionado ....................................................................... 23

4.4 Condicionamento operante ................................................................ 24

5 APRENDIZAGEM SOCIAL ....................................................................... 25

5.1 O processo de aprendizagem por observação e seus mecanismos .. 26

5.2 Modelagem e comportamento agressivo ............................................ 26

5.3 Processos vicários ............................................................................. 27

5.4 Ambiente, fatores pessoais e comportamento ................................... 27

5.5 A modelação e imitação ..................................................................... 27

5.6 Modelação, aprendizagem de princípios e regras .............................. 28

5.7 Modelação verbal e modelação de comportamento ........................... 28

5.8 A modelação e comportamento criativo ............................................. 29

5.9 Modelos vivos, representativos e simbólicos...................................... 29

5.10 O professor e a modelação ............................................................. 29

5.11 Análise funcional do comportamento .............................................. 30

6 REFORÇAMENTO ................................................................................... 32
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7 PUNIÇÃO.................................................................................................. 33

7.1 Punição positiva (+): ........................................................................... 34

7.2 Punição negativa (-): .......................................................................... 34

8 EXTINÇÃO................................................................................................ 35

9 ESQUIVA .................................................................................................. 35

10 GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS..................................................... 36

11 DISCRIMINAÇÃO DE ESTÍMULOS ...................................................... 36

12 MODELAGEM ....................................................................................... 37

13 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS TERAPIAS


COMPORTAMENTAIS (TC)...................................................................................... 37

14 CONTRAINDICAÇÕES: ........................................................................ 37

15 POSTULADOS FORMAIS DA TEORIA COGNITIVA ............................ 38

16 PRINCÍPIOS DA PSICOTERAPIA COGNITIVA .................................... 40

17 PRINCIPAIS CONCEITOS DAS TCC ................................................... 41

18 ESQUEMAS .......................................................................................... 42

19 CRENÇAS CENTRAIS E INTERMEDIÁRIAS ....................................... 43

19.1 Crenças intermediárias ................................................................... 45

20 PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS ........................................................ 47

21 DISTORÇÕES COGNITIVAS ................................................................ 48

22 FALÁCIA DA MUDANÇA ....................................................................... 52

23 FOCO NO JULGAMENTO .................................................................... 53

24 DEPOIS EU FAÇO: PROCRASTINAÇÃO: ............................................ 53

25 TRÍADE COGNITIVA ............................................................................. 53

26 TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL DE ALBERT


ELLIS 53

27 TEORIA SÓCIO- COGNITIVA ............................................................... 57

28 A AUTO-EFICÁCIA................................................................................ 63

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29 AGRESSÃO........................................................................................... 64

30 TERAPIA ............................................................................................... 65

30.1 As principais características da terapia cognitiva, como um sistema


de psicoterapia, são: .............................................................................................. 66

31 TERAPIA DO AUTO-CONTROLE ......................................................... 67

32 TERAPIA DE MODELAGEM ................................................................. 68

32.1 O terapeuta na tcc........................................................................... 68

33 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 70

34 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 72

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

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2 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

Fonte: jppsicologo.com

Na década de 50, nos Estados Unidos, devido à emergência das ciências


cognitivas, o contexto já sinalizava uma transição generalizada para a perspectiva
cognitiva de processamento de informação, com clínicos defendendo uma abordagem
mais cognitiva aos transtornos emocionais.
Nessa época, observou-se uma convergência entre psicanalistas e
behavioristas com respeito à sua insatisfação com os próprios modelos de depressão,
respectivamente, o modelo psicanalítico da raiva retroflexa e o modelo behaviorista
do condicionamento operante. Clínicos apontavam para a validade questionável
desses modelos como modelos de depressão clínica.
Nas décadas de 60 e 70, observou – se o afastamento da psicanálise e do
behaviorismo radical por vários de seus adeptos. Em 1962, Ellis, propôs a (Rational
Emotive Therapy –Terapia emocional racional), a primeira psicoterapia
contemporânea com ênfase cognitiva. Behavioristas como Bandura (Princípios de
modificação do comportamento, 1969, Teoria da Aprendizagem Social, 1971),
Mahoney (Cognitionan Behavior Modification, 1974 – Modificação do Comportamento
Cognitivo) e Meichenbaum (Cognitionan Behavior Modification - Modificação do
Comportamento Cognitivo, 1977) publicaram importantes obras, em que apontaram
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os processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação do comportamento,
bem como estratégicas cognitivas e comportamentais para intervenção sobre
variáveis cognitivas. Martin Seligman, na mesma época, propôs a Teoria do
Desamparo Aprendido, uma teoria essencialmente cognitiva, e suas revisões, que
resultaram na Teoria dos Estilos de Atribuição, como relevantes para processos
psicológicos na depressão.
Fundamentalmente, a influência mais importante, e a que deu origem à Terapia
Cognitiva, foram os experimentos e observações clínicas do próprio Beck. Na área de
seus experimentos, Beck inicialmente explorou o modelo psicanalítico da depressão
como agressão retroflexa, através de estudos de exploração do conteúdo dos sonhos
e de manipulação de humor e desempenho com depressivos.
Contrariando o modelo psicanalítico, Beck reuniu dados que apontaram para
a depressão como refletindo simplesmente padrões negativos de processamento de
informação.
Na área de suas observações clínicas, Beck observou que, durante a livre-
associação, pacientes não relatavam um fluxo de pensamentos automáticos, pré-
conscientes, rápidos e específicos. Investigando, notou que tais fluxos de
pensamentos funcionavam como uma variável mediacional entre a ideação do
paciente e sua resposta emocional e comportamental.
Em contraposição ao modelo psicanalítico motivacional da depressão, esses
pensamentos expressavam uma negatividade, ou pessimismo, geral do indivíduo
contra si, o ambiente e o futuro.
Com base em suas observações clínicas e experimentais, Beck propôs a teoria
cognitiva da depressão. A negatividade geral expressa pelos pacientes, segundo ele,
não era um sintoma, mas desempenhava uma função central na instalação e
manutenção da depressão. Depressivos sistematicamente distorciam a realidade,
aplicando um viés negativo em seu processamento de informação.
Beck aponta a cognição, e não a emoção, como o fator essencial na depressão,
conceituando-a, portanto, como um transtorno de pensamento e não um transtorno
emocional. E propõe a hipótese de vulnerabilidade cognitiva, como a pedra
fundamental do novo modelo de depressão, e a noção de esquemas cognitivos.

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Na primeira metade do século XX, a psicanálise, em suas várias orientações,
dominava o campo da psicoterapia. No entanto, ao redor dos anos 50, cientistas
começaram a questionar os fundamentos teóricos e a eficácia da psicanálise,
enquanto que, ao mesmo tempo, a teoria da aprendizagem e dos processos de
condicionamento, e a abordagem comportamental derivada delas, começaram a
influenciar a pesquisa e a clínica psicológicas.

Fonte: claudiacalegari.com.br

Pavlov, o cientista que primeiro descreveu e analisou os processos de


condicionamento, expressou seu interesse em suas possíveis aplicações clínicas. Nos
anos pós-guerra, a teoria da aprendizagem, proposta por Clark Hull, mostrou-se a
orientação dominante na maioria dos departamentos de Psicologia, especialmente
nos Estados Unidos.
Em seguida, porém, encontrando obstáculos teóricos que resultaram em seu
enfraquecimento e descrédito, cedeu lugar às propostas de B.F. Skinner. Os primeiros
teóricos-clínicos, nesse estágio precoce, acreditavam firmemente que a terapia
comportamental deveria continuar intimamente associada ao behaviorismo dos anos
50 e 60.

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Os princípios fundamentais do behaviorismo, que desafiaram a psicanálise
ortodoxa, podiam ser assim resumidos: a mente não representava um objeto legítimo
de estudo científico; o problema do paciente se limitava ao seu comportamento
observável, contra a necessidade de se invocar processos não-observáveis e não-
testáveis, como os processos inconscientes; o foco da avaliação e tratamento deveria
ser dirigido ao que poderia ser observado, operacionalizado e medido; na modificação
do comportamento, os fatores importantes eram os que concorriam para a
manutenção do problema do paciente, ao invés de sua suposta origem; e, finalmente,
o método científico provia um enquadre legítimo para o desenvolvimento de uma
teoria e uma prática clínica, em que a compreensão e a aplicação de princípios
teóricos e terapêuticos avançaria melhor através da observação empírica sistemática.
Entretanto, o desenvolvimento da terapia comportamental na Inglaterra e nos
Estados Unidos seguiu trajetos paralelos e distintos, até que, com o tempo, essas
distinções se atenuaram.
Terapia Cognitivo- Comportamental (TCC) é um termo genérico que abrange
diversas abordagens, dentro do modelo cognitivo e cognitivo-comportamental, que
tem comprovado sua eficácia no tratamento de diversos transtornos
neuropsiquiátricos em diversas etapas do desenvolvimento humano.
A terapia comportamental mostrou-se promissora, especialmente no
tratamento de fobias e transtornos obsessivo-compulsivos. Entretanto, muito cedo
suas limitações teóricas e aplicadas se tornaram claras, especialmente com relação à
limitada gama de transtornos para os quais se mostrava eficaz.
Nos anos 60, as teorias dominantes em Psicologia mudaram seu foco do poder
do ambiente sobre o indivíduo para os processos racionais, como fonte de direção
das ações humanas, refletidos nas expectativas, decisões, escolhas e controle do
indivíduo, prenunciando os efeitos da revolução cognitiva sobre a clínica, através da
emergência das orientações cognitivas.

Para um melhor entendimento do caminhar evolutivo da Terapia Cognitiva,


faz-se necessário observar os estudos relacionados ao desenvolvimento na
teoria e tratamento da depressão, iniciado por Beck na década de 60. O
modelo cognitivo do tratamento da depressão surgiu como uma alternativa
aos modelos psicanalítico e behaviorista, preponderantes na época (Beck,
Clark e Alford, 1999 apud; Gonçalves Carlos 2014)

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Fonte: slideplayer.com.br

Em vista do reduzido sucesso no tratamento da depressão por terapeutas


comportamentais, e a despeito da resistência da terapia comportamental a conceitos
e técnicas cognitivos, quando Beck (1970) declarou que: "embora auto relatos de
experiências privadas não sejam verificáveis por outros observadores, esses dados
introspectivos provêm uma riqueza de hipóteses testáveis", ele encontrou uma
audiência interessada.
Além disso, havia ainda o fato de que ele estava articulando preocupações de
um número crescente de clínicos, que advogavam a atenção dos behavioristas para
uma fonte valiosa de dados e compreensão clínica: a cognição.
Reassegurados por características do modelo cognitivo proposto por Beck, que
incluía tarefas comportamentais, sessões estruturadas, prazo limitado de tratamento,
comprovação científica, e registro diário de experiências mal adaptativas, etc., os
escritos de Beck encontraram surpreendente interesse por parte dos
comportamentais.

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Superando suas resistências, os comportamentais passaram a incluir técnicas
cognitivas em seus programas de tratamento, ao mesmo tempo em que
reconhecidos behavioristas passaram a tomar a cognição como um construto
mediacional entre o ambiente e o comportamento.
No entanto, outra fonte de desconfiança para os behavioristas, incluindo o
próprio Eysenck, referia-se especialmente ao fato de que a terapia cognitiva
desenvolveu--se independente da, ou em paralelo à Psicologia Cognitiva como ciência
básica, violando a máxima behaviorista de que a ciência psicológica deveria
fundamentar a Psicologia Clínica. Mas o sucesso da Terapia Cognitiva no tratamento
da depressão concorreu para neutralizar essas resistências.

A Psicologia Cognitivo-comportamental vem ganhando espaço entre as


diversas abordagens teóricas, principalmente pela sua objetividade e eficácia
terapêutica, o que pode ser considerado uma vantagem no tratamento de
diversos problemas, bem como de alguns transtornos psiquiátricos
(NEUFELD; CAVENAGE, 2010; apud Karbonara K; 2014).

Fonte: olhardigital.com.br

Curiosamente, à medida que conceitos cognitivos eram incorporados à prática


comportamental, dando dessa forma origem às terapias cognitivo-comportamentais,
notou-se que além da superioridade em eficácia no tratamento da depressão, as
técnicas cognitivas demonstraram eventualmente também sua superioridade no

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tratamento dos transtornos de ansiedade, o campo onde a terapia comportamental
havia alcançado sucesso incontestável.
A introdução de conceitos e técnicas cognitivos na terapia comportamental
coincidiu com a queda da teoria da aprendizagem de Hull, que provia a fundação
teórica da terapia comportamental. Por outro lado, a absorção de conceitos cognitivos
possibilitava, entre outras vantagens, maior valor explanatório, maior abrangência na
aplicação da terapia comportamental, especificidade mais acurada, e a possibilidade
de ênfase ao conteúdo psicológico, por exemplo, ao especificar o conteúdo cognitivo
dos transtornos de pânico.
Essas vantagens acabaram por garantir a incorporação de técnicas e conceitos
cognitivos à terapia comportamental, resultando na consagração da nova orientação,
a terapia cognitivo-comportamental, entre os comportamentalistas.

Fonte: ethospsi.com

2.1 Origem da tcc e o modelo cognitivo

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi desenvolvida por Aaron Beck,


na década de 60, com intuito de resolver problemas atuais, de depressão e a modificar
os pensamentos e comportamentos dos indivíduos, atuando como psicoterapia breve,

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estruturada e orientada ao presente. A TCC é um conjunto de estratégias e técnicas
terapêuticas com a finalidade de mudança de padrões de pensamentos, esses,
identificados como automáticos e disfuncionais (BECK J. S., 2013).
O modelo cognitivo parte da hipótese de que as emoções, os comportamentos
e a fisiologia de uma pessoa sofrem a influência das percepções que ela tem dos
eventos. Conforme esse modelo não é a situação em si que determina o que a pessoa
sente, mas o modo como ela interpreta a situação (BECK, 1964; ELLIS, 1962 apud
BECK J. S., 2013). O pensamento disfuncional é comum a todos os transtornos
psicológicos, à medida que as pessoas aprendem a avaliar seus pensamentos de
forma mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional
e comportamento (BECK, J. S, 2013).
A TCC visa desenvolver as habilidades da pessoa, capacitando-a identificar e
modificar seus próprios pensamentos disfuncionais, crenças irracionais, emoções
desagradáveis e comportamentos inadequados. Ao longo do processo terapêutico,
terapeuta e paciente trabalham conjuntamente, de modo a facilitar que o paciente
aprenda refletir sobre suas crenças distorcidas buscando evidências que confirmem
ou não as suas hipóteses, a fim de chegar a uma resposta mais adaptativa (RANGÉ,
2001 apud DURÃES, 2016).

2.2 O contexto histórico da terapia cognitiva

A terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron T. Beck, na Universidade da


Pensilvânia no início da década de 60, como uma psicoterapia breve, estruturada,
orientada ao presente, para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a
modificar os pensamentos e os comportamentos e os comportamentos disfuncionais
(Beck, 1964).
Desde aquela época, Beck e outros vêm adaptando com sucesso essa terapia
para um conjunto surpreendentemente diverso de populações e desordens
psiquiátricas (ver, por exemplo, Freeman & Beck, 1989). Essas adaptações mudaram
o foco, a tecnologia e a duração do tratamento, porém os pressupostos teóricos em si
permaneceram constantes.

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Resumidamente, o modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou
disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a
todos os distúrbios psicológicos.
A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora
no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das
crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
Diversas formas de terapia cognitivo – comportamental foram desenvolvidas
por outros teóricos importantes, notadamente a terapia racional – emotiva de Albert
Ellis (Ellis, 1962), a modificação cognitiva – comportamental de Donald Meichenbaum
(Meichenbaum, 1977) e a terapia multimodal de Arnold Lazarus (Lazarus, 1076).
Contribuições importantes foram feitas por muitos outros, incluindo Michael
Mahoney (1991), Vittorio Guidano e Giovanni Liotti (1983). Panoramas históricos da
área fornecem uma rica descrição de como as diferentes correntes da terapia
cognitiva se originaram e cresceram (Arnkoff & Glass, 1992; Hollon & Beck, 1993).
A terapia cognitiva, conforme desenvolve e refinada por Aaron Beck, é
enfatizada como singular no sentido de que é um sistema de psicoterapia com uma
teoria da personalidade e da psicopatologia unificadas, apoiadas por evidências
empíricas substanciais.
Ela tem uma terapia operacionalizada com uma ampla gama de aplicações
também apoiadas por dados empíricos, que são prontamente derivados da teoria. A
terapia cognitiva foi extensamente testada desde a publicação do primeiro estudo de
resultado, em 1977 (Rush, Beck, Kovacs & Hollon, 1977).
Estudos controlados demonstraram sua eficácia no tratamento do transtorno
depressivo maior ( Ver Dobson, 1989, para uma meta-análise), transtorno de
ansiedade generalizada ( Butler, Fennell, Robson & Gelder, 1991), transtorno do
pânico (Barlow, Craske, Cerney & Klosko, 1989; Beck, Sokol, Clark, Berchick & Wright,
1992; Clarck, Salkovski, Hacmann, Middleton & Geider, 1992), fobia social ( Gelernter
et al., Heimberg et al., 1990), abuso de substância ( Woody et al, 1983), transtornos
alimentares ( Agras et. Al., 1992; Fairburn, Jones, Peveler, Hope & Doll, 1991; Garner
et al., 1993), problemas de casais (Baucom, Syers & Scher, 1990) e depressão de
pacientes internados (Bowers, 1990; Miller, Norman, Keitner, Bishop & Dow, 1989;
Thase, Bowler & Harden, 1991).

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A terapia cognitiva está correntemente sendo aplicada no mundo inteiro como
o único tratamento ou como um tratamento adjuntivo para outros transtornos. Alguns
exemplos são transtorno obsessivo- compulsivo (Salkovskis & Kirk, 1989), transtornos
de estresse pós-traumático (Dancu & Foa1992; Parrot & Howes, 1991), transtorno da
personalidade (Beck et al.., 1990; Layden, Newman, Freeman & Morse, 1993; Youg,
1990), depressão recorrente (R. DeRubeis, comunicação pessoal, outubro 1993), dor
crônica, (Miller, 1991; Turk, Meichenbaum & Genest 1983), Hipocondríase ( Warwick
& Salkovskis, 1989) e esquizofrenia ( Chadwick & Lowe, 1990; Kingdon & Turknington,
1994; Perris, Ingelson & Johnson, 1993).
A terapia cognitiva para populações diferentes de pacientes psiquiátricos está
sendo estudada: internos em prisões, crianças escolares, pacientes médicos com uma
ampla variedade de doenças, entre muitos outros.
Persons, Burns e Perloff (1988) verificaram que a terapia cognitiva é efetiva
para pacientes com diferentes níveis de educação, renda e background. Ela foi
adaptada para trabalho com pacientes de todas as idades, da pré-escola (Knell,1993)
até os idosos (Casey & Grant, 1993; Thopson, Davies, Gallagher & Krantz, 1986).
A terapia cognitiva tem o tratamento individual, e também foi modificada para
terapia de grupo (Beutler et al., 1987; Freeman, Schrodt, Gilson & Ludgate, 1993),
para problemas de casais (Baucom & Epstein, 1990; Dattilio & Padesky, 1990) e para
a terapia familiar (Bedrosian & Bozicas, 1994; Epstein, Schlesinger & Dryden, 1988).
Com tantas aplicações, como a terapia cognitiva permanece
reconhecível?
Em todas as formas de terapia cognitiva que fora derivada do modelo BECK, o
tratamento baseia-se tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico
como em sua aplicação á conceituação ou entendimento do paciente individual.
O terapeuta busca, de uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva-
mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente, visando promover
mudança emocional e comportamental duradoura.

Para um melhor entendimento do caminhar evolutivo da Terapia Cognitiva,


faz-se necessário observar os estudos relacionados ao desenvolvimento na
teoria e tratamento da depressão, iniciado por Beck na década de 60. O
modelo cognitivo do tratamento da depressão surgiu como uma alternativa
aos modelos psicanalítico e behaviorista, preponderantes na época (Beck,
Clark e Alford, 1999 apud; Gonçalves Carlos 2014).

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Descontentamentos relacionados aos dois modelos surgiram por estes não se
mostrarem mais suficientes para a tarefa de explicar o fenômeno da depressão. É
neste contexto que a Terapia Cognitiva de Beck surge como uma abordagem
alternativa de teoria e tratamento, observando-se a transição de uma teoria radical
behaviorista estímulo-resposta para uma perspectiva cognitiva de processamento de
informação.
Entretanto, a Terapia Cognitiva não foi um mero resultado de um emergente
zeitgeist cognitivo por volta dos anos 70. O fator de maior influência para o
desenvolvimento do modelo cognitivo foram os experimentos de Beck e suas
observações clínicas.
Segundo Beck, Alford e Clark (1999a), nos anos 60, a teoria e terapia
psicanalítica dominavam a perspectiva psicológica da depressão. Esta era baseada
na formulação psicanalítica freudiana publicada em Luto e Melancolia (Freud, 1917),
que caracterizava a depressão como raiva retrofletida resultado de perda de objetos
próximos que se tornaram parte do ego da pessoa depressiva.
A noção real ou imaginária de perda de um objeto amado junto com o conceito
de raiva retrofletida formavam a pedra fundamental do entendimento psicanalítico da
depressão, e os psicanalistas viam os sintomas como a autocrítica ou a auto
discriminação, muito característicos na depressão, como confirmadores do conceito
de hostilidade retrofletida.
Conceitos posteriores como a proeminência de características da fase anal
(obsessividade) e oral (dependência) presentes na personalidade do depressivo, ou a
perda da autoestima, onde o ego vê-se em uma situação sem esperança e
desamparada, dentre outros, também tomaram lugar na perspectiva psicanalítica mais
do que o conceito de processos intrapsíquicos como a depressão retrofletida.
Apesar da influência dos conceitos psicanalíticos em evolução, havia uma
considerável insatisfação com a teoria e tratamento psicanalíticos uma vez que muitos
dos conceitos centrais do modelo não podiam ser operacionalmente definidos com
suficiente precisão para permitir investigações empíricas.

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Além do mais, quando pesquisas experimentais eram realizadas, predições
derivadas do modelo não eram validadas. Pelo lado behaviorista, o modelo de
depressão nos anos de 1960 e início de 1970 era primariamente baseado no
condicionamento operante da teoria da aprendizagem, que via a depressão como uma
resposta super generalizada (perda de interesse e prazer em uma gama de
atividades), acionada por um determinado estímulo ou evento, e teorias recentes
consideram a redução na efetividade de reforço positivo como o problema central da
depressão.
Apesar da evolução de modelos da depressão, e da compatibilidade com o
método experimental, a deficiência destas teorizações continuou a ser questionada
com relação à validade como modelo clínico da depressão.
Como era de se supor, as teorias e terapias behavioristas e psicanalistas da
depressão sofreram intensas críticas em meados dos anos 70. A teoria mais influente
adotada por behavioristas, a Teoria do Desamparo Aprendido de Martin Seligman
(1975), era na verdade uma teoria que não se baseava exclusivamente em conceitos
comportamentais, e usava construtos cognitivos para explicar os fenômenos da
depressão ou da ansiedade.
Foi durante este período de descontentamento que prevalecia nos modelos
psicológicos da época, que a abordagem de Beck sobre a depressão como transtorno
do pensamento, ganhou o interesse de clínicos e pesquisadores com orientação
behaviorista (Beck et al., 1999a).

O Cognitivismo é uma abordagem mais recente, que acredita que grande


parte do comportamento humano pode ser compreendida a partir de como as
pessoas pensam, sendo o Cognitivismo, em parte, uma síntese das formas
anteriores de análise como o Gestaltismo e o Behaviorismo (Sternberg, 2010
apud Gonçalves Carlos 2014).

3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DAS


TERAPIAS COMPORTAMENTAIS

Os terapeutas comportamentais empregam técnicas baseadas na moderna


teoria da aprendizagem e, empregam técnicas derivadas de pesquisa científica e
prática clínica;

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O terapeuta comportamental enfatiza:
 A mudança manifesta como principal critério para avaliar o tratamento;
 Os determinantes atuais do comportamento em vez de determinantes
históricos;
 A especificação do tratamento em termos objetivos.
Pontos ressaltados na avaliação comportamental:
 A identificação de comportamentos específicos, frequentemente
chamados de comportamentos- alvo ou respostas-alvo;
 A identificação de fatores ambientais específicos que possam ser
manipulados para alterar o comportamento.
A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial” na
determinação e compreensão dos fenômenos relativos a psicologia humana, no
entanto constitui-se como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os fatores
cognitivos da psicopatologia. Vem demonstrando eficácia em pesquisas científicas
rigorosas além de ser uma das primeiras a reconhecer a influência do pensamento
sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente (Shinohara,1997; Shaw &
Segal, 1999).
De acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado a
acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base
nisso comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses sobre
o futuro e sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas variadas a uma
situação específica podendo chegar a conclusões também variadas.
Em alguns momentos a resposta habitual pode ser uma característica geral
dos indivíduos dentro de determinada cultura, em outros momentos estas respostas
podem ser idiossincráticas derivadas de experiências particulares e peculiares a um
indivíduo. Em qualquer situação estas respostas seriam manifestações de
organizações cognitivas ou estruturas.
Uma estrutura cognitiva é um componente da organização cognitiva em
contraste com os processos cognitivos que são passageiros (Beck, 1963; 1964).
Assim, a teoria cognitiva tem como objeto de estudo principal a natureza e a função
dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento de informação que é o ato de
atribuir significado a algo.

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Fonte: psiconlinews.com
O objetivo da Teoria Cognitiva é descrever a natureza de conceitos (resultados
de processos cognitivos) envolvidos em determinada psicopatologia de maneira que
quando ativados dentro de contextos específicos podem caracterizar-se como mal
adaptativos ou disfuncionais.
O objetivo da terapia cognitiva seria, ainda, o de fornecer estratégias capazes
de corrigir estes conceitos idiossincrásicos (Bahls, 1999; Biggs & Rush, 1999; Beck &
Alford,2000). No processo de psicoterapia cognitiva ocorre algo muito semelhante a
testagem empírica das teorias científicas: os sistemas de crenças pessoais são
testados com relação à suas consequências e funcionalidade para a vida do paciente
dentro de contextos específicos (Lima & Wielenska, 1993).
Este processo de testagem empírica ocorre a partir da aplicação de técnicas e
conceitos desenvolvidos na teoria cognitiva e por esta razão é imprescindível, para a
realização de uma terapia com bases verdadeiramente científicas, que o terapeuta
tenha um embasamento teórico sólido bem como um domínio das técnicas e uma boa
interação com a pessoa que buscou o tratamento, já que deve haver uma parceria
terapeuta-paciente nesta investigação cognitiva (Rangé, 1998a; Beck & Alford, 2000).
Aaron Beck realizou um trabalho de pesquisa com o intuito de verificar os
pressupostos psicanalíticos acerca da depressão.

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Fonte: sites.google.com

Os estudos de Beck o levaram a deparar-se com resultados de outra


natureza:
Alguns pacientes apresentaram melhoras em resposta a algumas experiências
bem-sucedidas e não resistiram a estas mudanças, contrariando o esperado (Beck &
Alford,2000). Isto fez com que Beck e demais pesquisadores iniciassem uma
sequência de novos e diversos estudos sobre a depressão que passou a ser vista
como um transtorno cuja principal característica seria uma tendência negativa onde a
pessoa deprimida apresenta, muito frequentemente, expectativas negativas com
relação ao resultado de seus comportamentos e uma visão também negativa de si
mesma, do contexto em que está inserida e de seus objetivos (Beck, Rush, Shaw &
Emery, 1979).
A partir disso os demais estudos desenvolveram-se de forma a testar
estratégias de modificação de tais tendências negativas existentes na depressão bem
como a extensão da testagem deste novo modelo a outros transtornos. Beck e Alford
(2000) definem cognição como a “função que envolve deduções sobre nossas
experiências e sobre a ocorrência e o controle de eventos futuros” ou ainda “... o
processo de identificar e prever relações complexas entre eventos, de modo a facilitar
a adaptação a ambientes passíveis de mudança”.

20
A teoria cognitiva possui dez axiomas formais que servem de ponto de apoio
para as demais proposições teóricas. O termo axioma refere-se a afirmações que não
podem ser deduzidas sendo independentes das demais afirmações existentes em
uma teoria científica.
O funcionamento psicológico bem como a adaptação psicológica a determinado
contexto estão na dependência de “estruturas de cognição com significado” ou
simplesmente “esquemas”. O termo “significado” é, por sua vez, designado como o
resultado da ação de interpretar uma realidade determinada e a forma de relação
desta realidade com o self. A função da atribuição de significado é a adaptação a um
contexto específico.

Fonte: keyword-suggestions.com

As estratégias adaptativas são ativadas a partir da atribuição de significado já


que este tem a função de “controle dos vários sistemas psicológicos” tais como o
comportamental, o emocional, os sistemas de atenção e da memória.
Ocorrem influências entre os “sistemas cognitivos” e os demais sistemas
psicológicos de forma a interagirem. Uma “categoria de significado” apresenta
implicações que são padrões específicos de emoção, atenção, memória e
comportamento.

21
Este fato denomina-se “especificidade do conteúdo cognitivo”. Os significados
são construídos pelo indivíduo, ou seja, não são componentes preexistentes da
realidade. No entanto tais significados podem constituir-se como corretos ou
incorretos em relação a um contexto ou objetivo específicos. Os significados ditos
incorretos são denominados como “disfuncionais” ou “mal adaptativos” no que se
refere a ativação dos sistemas.
Os erros (“distorções cognitivas” e “preconcepções”) podem acontecer tanto
em relação ao conteúdo cognitivo propriamente dito (significado) como em relação ao
processo de elaboração de significado (processamento cognitivo).

...levado à conclusão que certos padrões cognitivos podem ser responsáveis


pela tendência dos pacientes em fazerem julgamentos com tendências
negativas de si, do mundo e do futuro. Os padrões cognitivos, embora menos
proeminentes em períodos de não depressão, se tornam ativados durante a
depressão. (Beck 185 apud Gonçalves Carlos 2014).

4 PRINCIPAIS CONCEITOS QUE FUNDAMENTAM A PRÁTICA


PSICOTERÁPICA NAS ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS:

4.1 Condicionamento respondente

Fonte :behavioristaemacao

22
O condicionamento respondente é aquele que ocorre ao ser eliciado
diretamente por um estímulo, sendo uma reação fisiológica do organismo como fechar
o olho diante de algo que se aproxima dele, retirar o braço diante de uma agulhada,
etc. O comportamento respondente se relaciona ao sistema nervoso autônomo e se
caracteriza por respostas desencadeadas por um estimulo eliciador- eventos que
precedem imediatamente. Qualquer reflexo pode ser condicionado a responder a um
estimulo que era anteriormente neutro.
Todos os comportamentos respondentes apresentam as seguintes
características:
 Não são aprendidos, são universais;
 Surgem involuntariamente;
 São controlados pelos estímulos eliciadores, ou seja, pelos eventos que os
precedem.
Os reflexos podem ser não condicionados ou condicionados (Skinner,2003).

De início, é importante observar que o interesse de clínicos analítico -


comportamentais pelo estudo das relações respondentes pode vir a ser
restrito, na medida em que estas se referem apenas a instâncias
comportamentais de cunho fisiológico responsáveis pela adaptação do
organismo a mudanças no ambiente (Skinner, 1953/ 1965 apud Leonardi J;
et al., Nico Y; 2009).

4.2 Resposta não condicionada

É aquela que ocorre de forma automática e imediatamente após o estímulo não


condicionado. Estas respostas não requerem aprendizagem, pois são aparentemente
comuns em todas as espécies. A relação entre estímulo e resposta não condicionados
é conhecida como reflexo não condicionado.

4.3 Estímulo condicionado

É inicialmente um estímulo neutro que não desencadeia resposta. Contudo,


quando um estimulo neutro é pareado com um estimulo não condicionado ocorre a
aprendizagem.

23
O estimulo neutro, agora chamado de estimulo condicionado, realiza a mesma
ação da resposta não condicionada, nesse contexto nomeado de resposta
condicionada sem ser pareada com o estimulo não condicionado. A relação entre
resposta e estímulo condicionados é conhecida como reflexo condicionado (ou
condicionamento reflexo).

4.4 Condicionamento operante

O condicionamento operante é compreendido como o procedimento no qual


uma resposta é modelada no organismo através de reforço diferencial e aproximações
sucessivas. Neste tipo de condicionamento, a resposta gera uma consequência que
afeta a probabilidade de que ocorra novamente.
Quando a consequência é reforçada, a probabilidade de que o comportamento
ocorra aumenta, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência
futura, gera outros efeitos colaterais.

Fonte: veritatissplendoriff.blogspot.com.br

Dizer que “operante” é uma forma de comportamento (Todorov, 2013) e dizer


que “sua definição como a interação da qual faz parte parece vir de uma
confusão entre efeito e consequência”, e completar com um exemplo que “um

24
mero aceno de mão tem como efeito o deslocamento do ar, alguém acenando
de volta é a consequência” parece ser insuficiente em relação ao que se
evidencia a respeito da diferença entre atividade do organismo e suas
interações com os aspectos do meio no qual, de alguma forma, essa atividade
configura uma interação específica. Os próprios conceitos de “estímulo”,
“resposta” e “subsequência” (para não confundir o que se segue a uma
resposta com “consequência” da mesma) são contingências ou eventos
circunstanciais: dependem um do outro para ser o que estão recebendo como
denominação, nesses casos (Todorov, 2013 apud Botomé; 2013).

5 APRENDIZAGEM SOCIAL

Capacidade de reproduzir um comportamento observado. Este tipo de


aprendizagem distingue-se de outros tipos de aprendizagem por estar pautada na
imitação e, portanto, no fato de quem sem ela tais comportamentos dificilmente seriam
apreendidos. Neste paradigma, considera-se que a aprendizagem seria muito mais
demorada e deficiente se dependesse exclusivamente dos resultados do
comportamento. Em situações sociais, a aprendizagem ocorre principalmente através
da observação de modelos sociais, por meio da imitação e reprodução do
comportamento dos outros.
O paradigma da aprendizagem social comporta três pressupostos:
1. A aprendizagem ocorre por observação de um modelo, o que implica a
ocorrência de quatro fases:
 Modelagem (observação em si);
 Reprodução ou prática do comportamento observado;
 Monitorização (feedback que se recebe após a execução do comportamento);
 Fase do aperfeiçoamento e reforço
2. As pessoas, comportamentos e ambientes interagem reciprocamente.
3. A auto eficácia estabelece que, tanto as aprendizagens que se verifiquem
diretamente através da pratica, quanto as que se verifiquem indiretamente
através da observação ou persuasão, são sempre orientadas
cognitivamente através da construção de teorias de auto eficácia que
regulam o comportamento dos indivíduos, estabelecendo as tarefas que
escolhem, bem como o esforço e a persistência na realização das
mesmas.

25
5.1 O processo de aprendizagem por observação e seus mecanismos

Atenção: para que a aprendizagem ocorra é necessário a atenção quanto aos


comportamentos exibidos pelo modelo e suas consequências. A valoração dada à
atividade é atribuída a sua utilidade, contribuindo para fortalecer a atenção.
Retenção: O comportamento observado é retido na memória por meio de um
sistema de codificação para que possa posteriormente ser resgatado. Esses
acontecimentos são transformados na memória em representações mentais, em
forma de imagens simbólicas ou símbolos verbais. Os comportamentos podem ser
mentalmente praticados, antecipando prováveis consequências, dessa forma tornam-
se quase que automáticos, proporcionando a pessoa espaço para novas
aprendizagens.
Reprodução Motora: nessa fase o comportamento observado é retido,
organizado e adaptado pela utilização posterior de acordo com as circunstâncias e
capacidades individuais.
Reforço e Motivação: nem todos os padrões comportamentais retidos pela
memória são postos em prática, para Bandura existe distinção entre aquisição e
desempenho. O desempenho depende de reforçamentos anteriores. Esses fatores
determinam a decisão de agir ou de manifestar alguma atitude.

5.2 Modelagem e comportamento agressivo

Em sua teoria Bandura, caracteriza os fatores internos e externos que


interferem nos processos humanos de aprendizagem. Sua teoria conta com mais de
cinquenta obras publicadas, e iniciou seus estudos, pelo comportamento agressivo,
relevando o comportamento da observação de modelos reais e simbólicos nas pautas
imitativas de agressão, demonstrando que as crianças expostas a modelos de
comportamento agressivo, não só apresentam a resposta imitativa como também
podemos salientar que elas se apresentam em maior número que o modelo. O modelo
agressivo proporciona um comportamento desinibitório para a agressão, tanto para a
criança como para o adulto.

26
5.3 Processos vicários

Os fenómenos de aprendizagem direta podem ocorrer levando em


consideração o processo vicariante, que se dá pela observação do comportamento de
outra pessoa e suas consequências, dessa forma observando se aprende a falar, a
nadar. Se o modelo apresentar um comportamento desastrado o observador
provavelmente não irá se engajar no mesmo comportamento e inversamente se um
comportamento apresentar consequências positivas, dependerá de o observador
imitar o modelo.

5.4 Ambiente, fatores pessoais e comportamento

Dentro da perspectiva cognitivo-social existe uma relação de equivalências


entre o ambiente, os fatores pessoais e o comportamento. Bandura conceitua essa
equivalência de reciprocidade triádica, mas isso não representa equidade quanto à
intensidade. As influências exercidas por esses fatores variam no indivíduo e de
acordo com a situação, podendo assim um prevalecer o outro em maior peso.
Podemos exemplificar com um ambiente educativo muito diretivo, muito estruturado
que exerce uma pressão ambiental, solicitando ao aluno uma resposta determinada.
O contrário pode também ocorrer em lugares com pressões ambientais muito brandas
em que os fatores pessoais tomarão a função preponderante no sistema regulador.

5.5 A modelação e imitação

Por muito tempo a modelação foi rotulada por imitação, algo meramente
reprodutivo, sem considerar os processos de mediação simbólica. Tal ocorrência
pode dar-se, realmente, em experiências de laboratório, onde as respostas não têm
consequências para os sujeitos, os quais participam em pesquisas para receber
recompensa (...) (ROSA,2003).
Mas não se trata no caso de ensinar uma criança a falar ou a expressar seus
sentimentos, necessidades, ensinar outro idioma, ou a se comportar socialmente.
Nesse caso a modelação será beneficiada da observação de modelos capazes.

27
5.6 Modelação, aprendizagem de princípios e regras

Nesse caso a modelação apresenta um conjunto específico de resposta, e


verifica logo após a aprendizagem de seus observadores. Apesar de parecer somente
uma imitação do modelo, observa-se que as crianças continuam apresentando esses
comportamentos em diversas situações sem a presença de seus modelos.
Quando o observador tem um modelo que trata as pessoas que estão ao seu
redor com respeito e consideração, o observador mesmo em situações novas irá
apresentar comportamentos idênticos ao do seu modelo, tratando com respeito e
consideração a todos.
Dessa forma a modelação vai gerar um comportamento de respostas
apropriadas quando o observador se encontrar em situações de padrões
semelhantes. Esse processo necessita de não somente de imitação de
comportamento, mas abstração, generalização e elaboração de princípios, de funções
cognitivas sofisticadas.
Bandura demonstrou que a aprendizagem por observação permite a aquisição
de regras, conceitos e estratégias de seleção, procura de processamento da
informação. As crianças ao observarem modelos adultos realizando tarefas inferiam
as regras de classificação e as generalizavam em novos estímulos. Portanto
demonstrou-se que a modelação no ensino de regras pode ser maior que a
experiência direta.

5.7 Modelação verbal e modelação de comportamento

O desenvolvimento de novas respostas, requer organização e uma clara


representação de elementos de comportamento em padrões de sequências,
portanto o comportamento complexo pode se dar pela modelação verbal e da
modelação de comportamento.
A modelação verbal ocorre quando a resposta a ser aprendida é por meio de
instruções verbais e quanto mais detalhadas elas forem, melhor será o desempenho
dos aprendizes.
A modelação de comportamento é aprendida pelo observador na observação
de um modelo, para posteriormente reproduzi-la, para as crianças pequenas essa
modelação é mais eficaz que a verbal.
28
5.8 A modelação e comportamento criativo

A modelação não produz somente a reprodução do comportamento de outrem,


mas também enseja padrões criativos e inovadores. Dessa forma, fica evidente a
influência da modelação na implementação de mudanças psicológicas mais amplas e
complexas.

5.9 Modelos vivos, representativos e simbólicos

Modelos vivos:
São aqueles em que se apresenta um modelo de presença física, como o pai
é para o filho, um amigo para um companheiro e que este modelo tenha uma relação
de convivência, na qual exerça influência sobre a outra.
Modelos representativos:
Podemos descrever como a televisão, os filmes, os meios audiovisuais, em que
não ocorre a presença física do modelo.
Modelos simbólicos:
São encontrados nos livros, em textos escritos, desenhos. Os modelos podem
ser reais ou não, o que os identifica é a forma como eles chegam ao observador.
Representantes religiosos que transmitem força são também considerados modelos
simbólicos.

5.10 O professor e a modelação

O professor do ponto de vista da teoria da aprendizagem social, é alguém que


representa o modelo de comportamento, modelo verbal e simbólico o resultado
dependerá da consistência do modelo, de sua adequação quanto aos alunos, da
afetividade ou atratividade do professor como modelo. Não só o professor se
apresenta como modelo, mas também os próprios alunos, que podem ser se tornar
um importante recurso.
O estudo referente a Teoria da Aprendizagem Social de Albert Bandura vai
além dos conhecimentos tão divulgados de Skinner, no Condicionamento Operante,
pois sua teoria comprova que o ser humano é capaz de envolver as funções
superiores cognitivas em suas observações e nas consequências delas, podendo
29
memorizar, adaptar, organizar e adequar seus comportamentos. Para Bandura os
principais modelos que uma criança possui são seus pais e seus professores,
cabendo a eles um dos papéis sociais mais importantes em que a criança adquire
padrões de comportamento. Os padrões de comportamento poderão variar de acordo
com seus modelos, portanto tanto a família, como o professor devem representar o
melhor modelo possível para a criança, recordando que ela observa os adultos em
todas as situações de modelação.

5.11 Análise funcional do comportamento

Fonte: scielo.br

O objetivo da análise funcional é identificar o comportamento-alvo da


intervenção- aquele que está inadequado- e os elementos do ambiente que estão
ocasionando e mantendo esse comportamento.
Devem ser analisados:
 O produto do comportamento
 Seu contexto de ocorrência
 As operações motivadoras subjacentes a esse comportamento;
 A história de vida do sujeito.
Etapas da análise funcional:
 Observação do comportamento
 Identificação do comportamento- problema
 Identificação do produto do comportamento
30
 Identificação do contexto de ocorrência do comportamento
 Identificação das operações que motivam esse comportamento
 Ampliação da análise funcional do comportamento.
Avaliação A-B-C (antecedente- comportamento-consequente):

Fonte: pt.slideshare.net

Conhecida também como tríplice contingência- é a relação de interdependência


entre estímulos e respostas. A análise do comportamento utiliza a representação
gráfica sobre como determinados comportamentos estão relacionados, para estudar
e entender como estes comportamentos se relacionam com os estímulos que a eles
se seguem.
Nesta relação, o estímulo consequente a uma classe de respostas altera a
probabilidade de emissão desta mesma classe de respostas no futuro, em uma
situação semelhante.
As contingências de reforçamento descrevem a probabilidade de ocorrência do
estabelecimento do controle de estímulos anteriores à resposta, em função da
resposta e dos eventos produzidos por ela. Todos os elementos da contingencia
influenciam-se mutuamente, por isso a necessidade de descrever todas as possíveis
relações entre eles.

31
Fonte: slideplayer.com.br

A análise de relações funcionais representa um modelo de interpretação e


investigação dos fenômenos naturais que estará presente no projeto
skinneriano de constituição da psicologia como ciência do comportamento.
Originalmente, o conceito foi empregado por Skinner com o sentido atribuído
pelo físico Ernst Mach (1838-1916): identificação de relações ordenadas
entre eventos da natureza. Na proposição do reflexo como unidade básica de
análise de uma ciência comportamental, descrição e explicação científicas
foram interpretadas como coincidindo com a especificação de relações
ordenadas entre (classes de) estímulos e respostas, portanto requerendo a
análise funcional (cf. Skinner, 1931/1961apud Neno S; 2003).

6 REFORÇAMENTO

Por reforçamento pode-se entender qualquer operação que altere a chance de


uma resposta ocorrer no futuro. As operações como reforçamento positivo,
reforçamento negativo, extinção, punição positiva e punição negativa fazem parte de
um único e amplo conceito chamado reforçamento.
A palavra reforço pode ter três significados distintos:
 Um reforçador, ou seja, um estímulo que quando produzido por uma
resposta, aumenta sua probabilidade de ocorrência;

32
 Um reforçamento, ou seja, uma operação em que reforçadores são
apresentados;
 Um reforçamento enquanto procedimento, ou seja, uma situação em que
alguém intencionalmente fornece consequências, especialmente para
instalar, manter ou manejar o responder de um organismo.
O termo reforçamento refere-se ao processo de aprendizagem que guia os
comportamentos que serão selecionados ao longo da vida de um indivíduo. Constata-
se que um comportamento foi reforçado a partir do momento em que se podem
observar suas consequências no ambiente, com base na frequência com que o
mesmo ato será emitido novamente.
Grande parte da manutenção dos comportamentos decorre da história de vida,
ou seja, daquilo que, ao longo da história individual, foi sendo aprendido e foi adquirido
valor reforçador. Assim, o comportamento é conservado por suas consequências, e
se estas aumentarem a probabilidade do comportamento ocorrer novamente, sendo
possível afirmar que o comportamento foi selecionado, aprendido e, então, reforçado.

Fonte: scienceblogs.com

7 PUNIÇÃO

Punição se refere à operação de se apresentar um estímulo aversivo- aquele


que aumenta a probabilidade de uma resposta que o remova- ou de se retirar um
estímulo reforçador positivo, de modo contingente a uma dada resposta, ocasionando
a diminuição temporária da frequência dessa mesma resposta.

33
7.1 Punição positiva (+):

Promove a diminuição da frequência do comportamento, através da


apresentação de uma consequência desagradável, após a realização de um
comportamento não desejado.

7.2 Punição negativa (-):

Promove a diminuição da frequência do comportamento, através da remoção


de um evento agradável, após a realização de um comportamento não desejado.

Fonte: www.doglink.pt

A punição diminui a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer,


porém não faz o organismo desaprender aquela relação com o seu ambiente
(comportamento), pois apenas diminui temporariamente as chances do
comportamento ocorrer, apenas enquanto esse comportamento puder ser punido.
A punição não altera a motivação, apenas suprime temporariamente a
resposta. As punições fazem com que os indivíduos apenas tornem-se especialistas
em fuga e esquiva.
O comportamento continua como potência, estando apenas impedido de ser
realizado. O que skinner propõe é que apenas os estímulos positivos são capazes de
eliciar uma mudança mais efetiva no comportamento.

Na linguagem popular e jurídica, “ punição” significa, em termos gerais,


aplicação planejada de castigo ou de penalidade, com finalidade corretiva ou
34
meramente retributiva (Mulick, 1990; Greco, 2008 apud Gogora, et a., Mayer
e Mota; 2009).

8 EXTINÇÃO

A extinção é o processo que consiste em diminuir a frequência de ocorrência


de uma resposta, por supressão do reforço que a mantinha. A extinção é considerada
um modo efetivo para se eliminar uma resposta do repertório comportamental de um
indivíduo.
Na extinção, o comportamento tende a diminuir de frequência, em função da
retirada de reforços contingentes à resposta (aqueles que são responsáveis pela sua
manutenção), o que pode diminuir ou eliminar sua emissão.

9 ESQUIVA

Fonte: slideplayer.com

A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos condicionados e


incondicionados estão separados por um intervalo de tempo, permitindo que o
indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a
intensidade do segundo.
35
As ocorrências passadas de reforçadores negativos condicionados são
responsáveis pela esquiva. Quando os estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro
torna-se um reforçador negativo condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é
reforçada pelo condicionamento operante.

10 GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS

Fonte: slideplayer.com.
Consiste na execução de respostas que são condicionadas perante estímulos
semelhantes, porém não iguais.
Assim a generalização é a capacidade de responder de forma similar a
estímulos que têm uma propriedade comum entre si, ou seja, responder da mesma
maneira a todos os estímulos de uma mesma classe.

11 DISCRIMINAÇÃO DE ESTÍMULOS

Consiste na capacidade de discernir estímulos semelhantes, produzindo a


resposta apenas no estímulo correto. A discriminação é uma resposta às diferenças
entre os estímulos. O procedimento de discriminação ocorre condicionando-se uma
resposta na presença de um estímulo e extinguindo-a na presença de outro.

36
12 MODELAGEM

O instrumento fundamental de modelagem é o reforço. Através de reforçamento


diferencial de respostas sucessivas, instalam-se novas respostas, ainda não
existentes no repertório comportamental de um organismo, facilitando a aprendizagem
destas respostas. Este processo é conhecido também como método das
aproximações sucessivas.
Através do reforçamento positivo, são instaladas novas respostas por meio de
um processo gradativo de aprendizagem, em face de um dado comportamento.
Portanto, a modelagem consiste no processo de reforçar gradualmente as
respostas mais adequadas, com o intuito de obter o comportamento desejado.

13 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS TERAPIAS


COMPORTAMENTAIS (TC)

 Indicações:
 Fobias;
 Transtornos de Ansiedade;
 Transtorno obsessivo-compulsivo;
 Disfunções Sexuais;
 Dificuldades de relacionamentos interpessoais;
 Reabilitação de doentes crônicos;
 Depressão;
 Transtornos alimentares;
 Problemas de comportamento na infância e adolescência;
 Abuso e dependência de álcool e drogas;
 Autoconhecimento.

14 CONTRAINDICAÇÕES:

 Níveis de ansiedade muito elevados ou incapacidade de tolerar aumento dos


níveis de ansiedade (transtorno de ansiedade borderline, histriônica);

37
 Depressão grave;
 Transtornos de personalidade grave, incapacidade de estabelecer um vínculo
com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica);
 Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o terapeuta
(personalidade antissocial);
 Ausência de motivação.
A terapia comportamental (TC) baseia-se nas teorias e nos princípios da
aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação dos sintomas.
A preocupação inicial da TC está em realizar uma avaliação detalhada dos
problemas do paciente: quais os sintomas, as condições que determinam o seu
aparecimento, seus antecedentes e suas consequências, bem como eventuais
desencadeantes e as situações nas quais se manifestam os fatores que auxiliam a
mantê-los, os pensamentos relacionados e os mecanismos utilizados pelo paciente
para reduzir a ansiedade.

Fonte: estresse.com.br

15 POSTULADOS FORMAIS DA TEORIA COGNITIVA

Segundo Beck & Alford (2000) a teoria cognitiva pode ser sumarizada em
10 axiomas ou postulados formais:
 O principal caminho do funcionamento ou da adaptação psicológica consiste
em estruturas de cognição com significado, denominadas esquemas.

38
“Significado” refere-se à interpretação da pessoa sobre um determinado
contexto e da relação daquele contexto com o self.
 A função da atribuição de significado (tanto a nível automático como
deliberativo) é controlar os vários sistemas psicológicos (Ex: comportamental,
emocional, atenção e memória). Portanto o significado ativo estratégias para
adaptação.
 As influências entre sistemas cognitivos e outros sistemas são interativas.
 Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões
específicos de emoção, atenção, memória e comportamento. Isto é
denominado especificidade do conteúdo cognitivo.
 Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões
específicos de emoção, atenção, memória e comportamento. Isto é
denominado especificidade do conteúdo cognitivo.
 Embora os significados sejam construídos pela pessoa, em vez de serem
componentes preexistentes da realidade, eles são corretos ou incorretos em
relação a um determinado contexto ou objetivo. Quando ocorre distorção
cognitiva ou preconcepção, os significados são disfuncionais ou mal
adaptativos (em termos de ativação de sistemas). As distorções cognitivas
incluem erros no conteúdo cognitivo (significado) no processamento cognitivo
(elaboração de significado), ou ambos.
 Os indivíduos são predispostos a fazer construções cognitivas, falhas
específicas (distorções cognitivas). Estas predisposições a distorções
específicas são denominadas vulnerabilidades cognitivas.
 As vulnerabilidades cognitivas específicas predispõem as pessoas a síndromes
específicas; especificidade cognitiva e vulnerabilidade cognitiva estão inter-
relacionadas.
 A psicopatologia resulta de significados mal adaptativos, construídos em
relação ao self, ao contexto ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos), que
juntos são denominados de tríade cognitiva.
 Cada síndrome clínica tem significados mal adaptativos característicos,
associados com os componentes da tríade cognitiva. Todos os três
componentes são interpretados negativamente na depressão.

39
 Na ansiedade, o self é visto como inadequado (devido a recursos deficientes),
o contexto é considerado perigoso, e o futuro parece incerto.
 Na raiva e nos transtornos paranoides, o Self é visto como sendo maltratado
ou abusado pelos outros, e o mundo é visto como injusto e em oposição aos
interesses das pessoas. A especificidade do conteúdo cognitivo está
relacionada desta maneira à tríade cognitiva.
Há dois níveis de significado:
 O significado público ou objetivo de um evento, que pode ter poucas
implicações significativas para um indivíduo;
 O significado pessoal ou privado. O significado, ao contrário do significado
público, inclui implicações, significação ou generalizações extraídas da
ocorrência do evento.
 O nível de significado pessoal corresponde ao conceito de “domínio pessoal”.
Há três níveis de cognição:
 O pré-consciente, o não intencional, o automático (pensamentos automáticos);
 O nível consciente;
 O nível meta-cognitivo, que inclui respostas “realísticas” ou “racionais”
(adaptativas).
 Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente, e são
neste sentido estruturas teleonômicas. Portanto, um determinado estado
psicológico (constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem
mal adaptativo em si, depende do ambiente social e físico mais amplo no qual
a pessoa está inserida.

16 PRINCÍPIOS DA PSICOTERAPIA COGNITIVA

Aaron Beck propôs os princípios da teoria cognitiva, enquanto sua filha


Judith Beck enumerou os princípios da Psicoterapia Cognitiva (Beck,1997):
 O paciente tem desenvolvimento contínuo, tanto antes quanto depois do
tratamento. Delimita-se o problema a ser tratado, formulando-se a sua
hipótese;

40
 É preciso que o paciente se sinto acolhido, que haja uma aliança
terapêutica segura. Ao final das sessões, mas não em todas, o terapeuta
deve indagar ao paciente como ele se sentiu na sessão.
 O cliente vai estar ativo, participando de sua melhora. No início,
conforme o caso, o terapeuta assume o direcionamento e, de acordo
com a melhora. O cliente vai participando mais ativamente;
 É orientada em meta e focaliza problemas;
Enfatiza o presente, mas em três casos recorre ao passado:
 Quando o paciente fala muito do passado;
 Quando o trabalho atual não está dando resultado, fez-se tudo para
mudar as crenças, mas não foi possível, então volta-se ao passado;
 Quando o terapeuta julga que é importante entender como e quando
ideias disfuncionais se originaram e como elas afetam o hoje;
 A terapia cognitiva é educativa. Ao sair da terapia, o cliente poderá fazer
autoterapia;
 Visa ter um tempo limitado, não tem intenção de deixar ninguém pelo
resto da vida em terapia;
 As sessões são estruturadas. O terapeuta verifica o humor do cliente
naquele dia e prepara a agenda da sessão, obtém feedback da sessão
anterior, revisa a tarefa de casa, resume a sessão e busca feedback
final;
 Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus
pensamentos e crenças disfuncionais;
 Utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e
comportamento do cliente.

Beck, reforça que é necessário aprender a descobrir e especificar os


problemas que muitas vezes impedem o processo terapêutico, pois a sua
análise serve para conceituar como surgiram e planejar como remediá-los,
(Beck 1997; 2006 apud Andretta I, 2011).

17 PRINCIPAIS CONCEITOS DAS TCC

A seguir apresentaremos os principais conceitos que fundamentam a


prática terapêutica nas abordagens cognitivo-comportamentais:

41
Cognição e Consciência
O termo cognição é aplicado para designar o conjunto de atividades e
processos pelos quais um organismo adquire informação e desenvolve
conhecimentos. São mecanismos mentais que agem sobre as informações sensoriais,
buscando sua interpretação, classificação e organização.
Beck e colaboradores identificaram três níveis básicos de processamento
cognitivo: consciência, esquemas e pensamentos automáticos (Beck,1997; Clark et
al.,1999).
O nível mais alto da cognição é a consciência, um estado de atenção no
qual decisões podem ser tomadas racionalmente. A atenção consciente nos
permite:
 Monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente;
 Ligar memórias passadas às exigências presentes;
 Controlar e planejar ações futuras (Sternberg,2008).
Na TCC, os terapeutas incentivam o desenvolvimento e a aplicação de
processos conscientes adaptativos de pensamento, como pensamento racional e a
solução de problemas.

18 ESQUEMAS

São estruturas cognitivas que permitem a formação de significados, ou seja,


matrizes ou regras fundamentais para o processamento de informações, os quais
começam a ser desenvolvidos desde cedo e que nos auxiliam a interpretar e explicar
o mundo (Clark et al.,1999; Wrigth et al.;2003).
Esses esquemas permitem ao ser humano selecionar, filtrar, codificar e atribuir
significado às informações vindas do meio ambiente (Wrigth et al.;2003).
As estruturas cognitivas são formadas a partir das primeiras relações com o
ambiente e as figuras cuidadoras, desde então a criança vai formando um sentido de
si e do mundo que a cerca.
Os esquemas são os núcleos iniciais e servem como modelo de processamento
das experiências posteriores, conduzindo o modo como a realidade é percebida e
formando a identidade.

42
As informações dissonantes com os esquemas tendem a ser descartadas ou
modificadas pelo indivíduo, a fim de manter-se adequado a estas matrizes; então a
tendência é que estas estruturas se perpetuem e sejam muito resistentes à mudança.
Clark, Beck e Alford (1999) propõe a existência de três grupos principais
de esquemas:
 Esquemas simples: são regras sobre a natureza física do ambiente,
gerenciamento prático das atividades cotidianas ou leis da natureza que
podem ter pouco ou nenhum efeito sobre a psicopatologia.
 Crenças e pressupostos intermediários- são regras condicionais como
afirmações do tipo se então..., que influenciam a autoestima e a regulação
emocional.
 Crenças nucleares sobre si mesmo- são regras globais e absolutas para
interpretar as informações ambientais relativas à autoestima.
 Todas as pessoas têm uma mistura de esquemas adaptativos (saudáveis)
e crenças nucleares desadaptavas.
O objetivo da TCC é identificar e desenvolver esquemas adaptativos e, ao
mesmo tempo, tentar modificar ou reduzir a influência dos esquemas desadaptativos.

19 CRENÇAS CENTRAIS E INTERMEDIÁRIAS

As crenças centrais, são ideias mais centrais da pessoa a respeito do self, e


alguns autores referem-se a elas pela denominação de esquemas. Beck (1964),
diferencia os dois conceitos sugerindo que os esquemas são estruturas cognitivas
dentro do pensamento, cujo o conteúdo específico são as crenças centrais.
Ademais, ele teoriza ainda que as crenças centrais negativas essencialmente
se encaixam em duas categorias amplas; as associadas a desamparo e as
associadas ao fato de não ser amado (Beck, no prelo). Alguns pacientes têm crenças
centrais que se encaixam em uma das categorias, enquanto outros tem crenças
centrais que se encaixam em ambas as classes. Essas crenças se desenvolvem na
infância à medida que a criança interage com outras pessoas significativas e
encontra uma série de situações que confirmem essa ideia.

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Durante grande parte de suas vidas, a maioria das pessoas pode manter as
crenças centrais relativamente positivas (por exemplo, “ Eu estou substancialmente
em controle”; “ Eu posso fazer a maioria das coisas de forma competente”; “ Eu sou
um ser humano funcional “; “ Eu sou amável”; “ Eu sou digno”).
As crenças centrais negativas podem vir à tona apenas durante momentos de
aflição psicológica. (Alguns pacientes com transtorno de personalidade, no entanto,
podem ter as crenças centrais negativas quase que continuamente ativadas).
Frequentemente, ao contrário dos pensamentos automáticos, a crença central que
os pacientes “ sabem” ser verdade sobre si mesmos não é totalmente percebida até
que o terapeuta descasque as camadas, continuando a perguntar pelo sentido dos
pensamentos do paciente como no exercício da flecha descendente.
É importante também observar que os pacientes também podem ter as crenças
centrais negativas sobre outras pessoas e seus mundos, como, por exemplo, “ As
outras pessoas não são confiáveis”; “ As outras pessoas vão magoar-me”; “ O mundo
é um lugar corrompido”. Ideias supergeneralizadas, estabelecidas, como essas, com
frequência precisam ser avaliadas e modificadas além das crenças centrais sobre o
eu. As crenças centrais negativas são usualmente globais, supergenarilzadas e
absolutistas. Quando uma crença central é ativada, o paciente é facilmente capaz
de processar informações que apoiam, mas ele frequentemente falha em reconhecer
distorce as informações que são contrárias à crença central.
O terapeuta começa a formular uma conceituação (incluindo as crenças
centrais) desde o início da terapia, fazendo isso a princípio mentalmente ou
particularmente no papel. Em algum momento na terapia, ele partilha sua
conceituação com o paciente, apresentando –a em forma de hipótese e perguntando
se isso “ parece ser verdadeiro” para ele.
A fim de decidir quando e quanto de sua conceituação partilha com um
paciente, o terapeuta considera o seguinte:
Quão forte é a sua aliança terapêutica, quão fortemente o paciente acredita no
modelo cognitivo, quão ativadas estão suas crenças centrais na sessão, o quanto de
insight ele já tem, quão concreto é o seu pensamento, e assim por diante. Então,
embora o terapeuta tenha estado conceituando as crenças centrais do paciente
desde o início, ele cuidadosamente escolhe quando e como tentará começar a
modificar a crença central.

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Os terapeutas em geral ensinam os pacientes a aprender as ferramentas de
identificar, avaliar e adaptativamente responder aos pensamentos automáticos e
crenças intermediarias utilizando as mesmas ferramentas para as crenças centrais.
Ás vezes, no entanto, o terapeuta e o paciente automaticamente tentam avaliar, no
início da terapia, uma crença central pelo fato de ela ter sido expressa em forma de
um pensamento automático, e tal avaliação frequentemente exerce pouco efeito.
Em um outro caso, o terapeuta pode intencionalmente testar a modificabilidade
de uma crença central mesmo antes que eles tenham feito muito trabalho em nível
de pensamento automático e de crença intermediária.
O grau de dificuldade para identificar e modificar as crenças centrais varia de
paciente para paciente. Em geral, os pacientes que estão em aflição emocional
significativa são os mais facilmente capazes (do que os outros) de expressar as suas
crenças centrais pelo fato de essas crenças estarem ativadas na sessão.

19.1 Crenças intermediárias

Composta por atitudes, regras, e suposições criadas para que o indivíduo


consiga se adaptar e sobreviver à ideia absoluta e negativa que ele tem a respeito de
si mesmo e também são mecanismos de sobrevivência para adaptação do indivíduo.
As crenças intermediárias correspondem ao segundo nível de pensamento e não são
diretamente relacionadas às situações, ocorrendo sob a forma de suposições ou
regras, derivam e reforçam as crenças centrais.
As crenças nucleares são nossas ideias e conceitos mais enraizados e
cristalizados acerca de nós mesmo, dos outros e do mundo, são constituídas desde
as nossas experiências ainda na infância e se solidificam e se fortalecem ao longo da
vida, moldando desta maneira o jeito de ser e agir do ser humano.
O que não é modificando ou corrigido em fase desadaptativa, tratando –se de
crenças disfuncionais, pode chegar à fase adulta como verdades absolutas (KNAPP.
2004).
Judith Beck (1997) propõe que, as crenças centrais disfuncionais podem
ser divididas em três grupos:
Crenças nucleares de desamparo (Helpless-ness): Crenças sobre
impotente, frágil, vulnerável, carente, desamparado, necessitado.

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Crenças nucleares de desamor (Unlovability): Crenças sobre ser
indesejável, incapaz de ser gostado, incapaz de ser amado, sem atrativos, rejeitado,
abandonado, sozinho.
Crenças nucleares de desvalor (Unworthness): Crenças sobre ser incapaz,
incompetente, inadequado, ineficiente, falho, defeituoso, enganador, fracassado, sem
valor.
O modelo básico da TCC se baseia na premissa da inter-relação entre
cognição, emoção e comportamento. Para cada situação diferente há um pensamento
relacionado à mesma, para cada pensamento há uma emoção e subsequente um
comportamento, o que justifica diferentes pessoas (WRIGHT, 2008).
Dessa forma, os eventos ativam os pensamentos, que geram como
consequência, emoções e comportamento, como mostra a figura:

Fonte: docplayer.com

Os indivíduos também possuem crenças nucleares disfuncionais a respeito dos


outros e do mundo. As crenças nucleares são absolutistas, generalistas e
cristalizadas, podendo permanecer latente o tempo todo, e ativadas nos transtornos
emocionais, com isso, o processo da informação torna –se tendencioso no sentido de
extrair da realidade apenas informações que confirmam a crença disfuncional.
(KNAPP, 2004).
Por fim, segundo (CAMINHA, 2003) o sucesso da terapia começa quando o
paciente se torna capaz de anotar, perceber e responder aos pensamentos
automáticos, realizando assim, exercícios de metacognição, pensar sobre o que se
está pensando.

46
Desta maneira se quebra a sequência do esquema, e em última instância,
altera o sentido estrutural, fazendo com que haja diminuição de valência da crença
central. O paciente aprende a questionar os pensamentos e chegar junto com o
problema, se auto monitorando, para intervir antes de o problema se manifestar,
tornando-se assim seu próprio terapeuta.

Em suma, as crenças centrais requerem um trabalho sistemático consistente.


Algumas técnicas, aplicáveis à reestruturação de pensamentos automáticos
e crenças intermediárias, podem ser usadas em combinação com técnicas
mais especializadas orientadas especificamente em direção a crenças
centrais (Beck, 1997, pg. 199, apud Alvarenga R.2008).

20 PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

Fonte:www.masci.com.br

São cognições que passam rapidamente por nossas mentes, quando estamos
em meio a situações ou relembrando acontecimentos.
Embora os indivíduos possam estar conscientes da presença de pensamentos
automáticos em um nível subliminar, normalmente não se costuma efetuar a análise
racional e cuidadosa dessas cognições. Este tipo de pensamentos se desenvolver a
partir das crenças centrais e são interpretações imediatas, rápidas, espontâneas e
involuntárias das experiências. Elas são pré-conscientes e, na maior parte do tempo,
permanecem despercebidos, coexistindo com os fluxos de pensamentos mais
manifestos.

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Os pensamentos automáticos revelam a maneira como as situações são
significadas pelo indivíduo, e que distorções ele faz da realidade. Pensamentos
automáticos parecem surgir espontaneamente e, em geral, a pessoa está mais ciente
da emoção sentida em decorrência deles do que do próprio pensamento. Inclusive,
um dos indícios mais importantes de que os pensamentos automáticos podem estar
ocorrendo é a presença de emoções fortes.
Quando treinado, é possível ao indivíduo reconhecer estes pensamentos e
identificar as crenças centrais vinculadas a eles, e a partir de aí realizar a análise
racional sobre seu funcionamento.

Fonte: psicologosp.com

21 DISTORÇÕES COGNITIVAS

As distorções cognitivas são simplesmente maneiras que a nossa mente


arranja, convencendo-nos de algo que não é realmente verdade. Estes pensamentos
imprecisos são normalmente utilizados para reforçar o pensamento e/ou emoções
negativas, dizendo-nos coisas (nosso diálogo interno) que parecem racionais e
precisas, mas na verdade só servem para fazer-nos sentir mal acerca de nós
mesmos.

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Por exemplo, uma pessoa pode dizer a si mesmo: “Eu falho sempre que tento
fazer algo novo, eu, por conseguinte, fracasso em tudo que tento”. Este é um exemplo
do pensamento absolutista do tipo: “preto ou branco” (ou polarizado). A pessoa só vê
as coisas em termos absolutos. A pessoa acha que, se falhar numa determinada
coisa, faz com que no futuro fracasse em todas as coisas. O que pode levar à
construção da crença: “Devo ser um perdedor e um fracassado”, o que também seria
um exemplo de generalização.
A pessoa falha numa tarefa específica e generaliza para a sua própria
identidade. Ao aprender a identificar corretamente esse tipo de “pensamento
desajustado “, a pessoa pode agir de forma construtiva sobre o pensamento negativo
e, refutá-lo. Ao refutar o pensamento negativo uma e outra vez, aos poucos este
perderá a sua força e será automaticamente substituído por um pensamento mais
racional e equilibrado.
Aaron Beck, foi o psicólogo que popularizou as distorções cognitivas. Os
erros de cognição mais comuns são:
 Leitura mental: Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sem ter
evidências suficientes. A pessoa acha que sabe o que os outros estão
pensando e não considera outras possibilidades mais prováveis. Por exemplo:
“Ele acha que sou um fracasso”. “Ele está pensando que eu não sei nada sobre
esse projeto”. “Ele pensa que sou uma idiota”. É possível perceber essa
distorção cognitiva quando se apresenta um trabalho acadêmico em público,
pois normalmente a pessoa estará fazendo a seguinte leitura mental: “Ele está
me olhando assim pois deve estar pensando que estou falando abobrinhas.
 Adivinhação do futuro: Você prevê o futuro – que as coisas vão piorar ou que
há perigos pela frente. Você acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é
tão terrível e insustentável que não será capaz de suportar. A pessoa prevê o
futuro negativamente sem considerar outros resultados mais prováveis. Por
exemplo: “Seria horrível se eu fracassasse”. “Vou ser reprovado no exame” ou
“Não conseguirei o emprego”.
 Catastrofização: É quando nós aumentamos a gravidade das coisas,
transformando uma dificuldade em uma impossibilidade, e uma situação difícil
em uma catástrofe. Meu filho ainda não chegou, deve ter acontecido algo
ruim. Esperarei mais um pouco, pois não conseguirei dormir mesmo”, ou “Meu

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namorado não atende o celular, deve estar com outra. Tudo está bem entre
nós, mas sei que logo começará a me desapontar, pois não chegou ainda”.
 Rotulação: Você atribui traços negativos a si mesmo e aos outros. Quando a
pessoa se habitua a colocar um rótulo global e fixo sobre si mesmo ou sobre
os outros sem considerar as ocorrências. Por exemplo: “Sou indesejável” ou
“Ele é uma pessoa imprestável” ou “Eu sou idiota mesmo! ” Ou “Quão burra eu
sou! Ou” “Ele é um simplório! ” Ou “Os homens são todos iguais! ” Esses rótulos
são simplesmente abstrações que levam à raiva, ansiedade, frustração e baixo
amor próprio.
 Desqualificação dos aspectos positivos: Você afirma que as realizações
positivas, suas ou alheias, são triviais.”. A pessoa diz para si mesmo que
experiências, atos ou qualidades positivas não contam. Por exemplo: “É isso
que se espera das esposas de modo que não conta quando ela é legal comigo”
ou “Esses sucessos são fáceis, de modo que não importam” “Eu fiz bem aquele
projeto, mas isso não significa que eu seja competente; eu apenas tive sorte. ”
A pessoa rejeita experiências positivas insistindo que elas não contam.
Desqualificar o positivo tira a alegria da vida e faz a pessoa se sentir
inadequada e não recompensada. Este é o preço que a pessoa paga por não
qualificar as coisas que acontecem em seu cotidiano.
 Filtro negativo: Você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e
raramente nota os positivos. Por exemplo: “Veja todas as pessoas que não
gostam de mim”.
 Supergeneralização: Você percebe um padrão global de aspectos negativos
com base em um único incidente. A pessoa tira uma conclusão negativa radical
que vai muito além da situação atual. Exemplo: “Nessa escola não tenho
amigos, assim como era no colégio anterior. ” A pessoa vê um episódio
negativo como uma rejeição amorosa e estabelece um padrão de pensamento
para situações similares. Outros exemplos comuns: “Todos os meus
namorados irão me trair. ”, “Isso geralmente me acontece. Parece que eu
fracasso em muitas coisas”.
 Pensamento dicotômico: Pensamento preto-e-branco, polarizado e tudo ou
nada, é 8 ou 80: A pessoa vê uma situação em apenas duas categorias em vez
de em várias alternativas. Exemplo: “Se eu não for um sucesso total, eu serei

50
um fracasso. ” A pessoa perfeccionista normalmente faz uso constante desse
erro de pensamento e isso faz com que se sinta inadequado e desvalorizado
quando o sucesso esperado não vem. Pensamentos dicotômicos tendem a
contribuir para episódios depressivos e separações conjugais. Por exemplo:
“Sou rejeitado por todos” ou “Tudo isso foi perda de tempo”.
 Afirmações do tipo “deveria”: Você interpreta os eventos em termos de como
as coisas devem ser, em vez de simplesmente concentrar-se no que elas são.
Ditadura dos deverias: É muito comum em personalidades do tipo Obsessivo-
Compulsiva, pois emprega constantemente os termos: “eu deveria”, “eu tenho
que”. Pessoas com características perfeccionistas utilizam esse erro de
pensamento diariamente gerando ansiedade constante. A pessoa também cria
expectativas exageradas em relação ao comportamento dos outros, gerando
afetos negativos quando estas não são preenchidas, bem como, adoecimento
psicológico do tipo: estresse, ansiedade generalizada, depressão. E, também,
acontecimentos indesejáveis como separação conjugal são pertinentes a esse
tipo de distorção cognitiva. Bem como, conflitos entre pais e filhos, educadores
e educandos, gerências e subordinados, entre outras relações interpessoais.
Por exemplo: “Eu deveria me sair bem. Caso contrário, serei um fracasso”.
 Personalização: Você atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados
pelos outros, quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira
responsabilidade sobre um evento que não está sob seu controle. Por exemplo:
“Eu não cuidei bem do meu filho, por isso ele está internado no hospital”. “Meu
namorado me traiu porque eu estava estressada. ” “Meu casamento terminou
porque falhei”.
 Atribuição de culpa/ Síndrome da Vítima: Você se concentra na outra pessoa
como fonte de sentimentos negativos e se recusa a assumir a responsabilidade
da mudança. Por exemplo: “Estou me sentindo assim agora por culpa dela” ou
“Meus pais são a causa de todos os meus problemas”.
 Comparações injustas: Você interpreta os eventos em termos de padrões
irrealistas, comparando-se com pessoas que se saem melhor do que você e
concluindo, então, que é inferior a elas. Por exemplo: “Ela é mais bem-sucedida
do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”.

51
 Orientação para o remorso: Você fica preso à ideia de que poderia ter se
saído melhor no passado, em vez de pensar no que pode fazer melhor agora.
Por exemplo: “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse
tentado” ou “Eu não deveria ter dito isso”.
 E se…? Você faz uma série de perguntas do tipo “e se” alguma coisa
acontecer, e nunca fica satisfeito com as respostas. Por exemplo: “Sim, mas e
se eu não conseguir respirar? “E se eu perder o emprego? ”. Essa distorção
gera muita ansiedade.
 Raciocínio emocional: Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação
da realidade. A pessoa pensa que algo deve ser verdade porque “sente” (em
realidade, acredita) isso da maneira tão convincente que acaba por ignorar ou
desconsiderar fatos e evidências. Exemplo: “Eu sei que eu faço muitas coisas
certas no trabalho, mas eu ainda me sinto como se eu fosse um fracasso”. Por
exemplo: “Sinto-me deprimida; consequentemente, meu casamento não está
dando certo”.
 Incapacidade refutar: Você rejeita qualquer evidência ou argumento que
possa contradizer os pensamentos negativos. Por exemplo, quando você
pensa “Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante qualquer evidência de
que as pessoas gostem de você. Consequentemente, o pensamento não é
refutado. Outro exemplo: “Esse não é o problema real. Há problemas mais
profundos, existem outros fatores.
 Buscar lógica em tudo (onde não há lógica). Exemplo: “Querer entender o
porquê de acontecimentos que ocorrem ao acaso encontrar o motivo ou o
culpado para tudo.

22 FALÁCIA DA MUDANÇA

Esperamos que as outras pessoas mudem para se adequarem a nós se


fizermos pressão ou as convencermos o suficiente. Precisamos de mudar as pessoas,
porque as nossas esperanças de felicidade parecem depender inteiramente delas.

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23 FOCO NO JULGAMENTO

Você avalia a si próprio, os outros e os eventos em termos de preto-e-branco


(bom-mau ou superior-inferior), em vez de simplesmente descrever, aceitar ou
compreender. Está continuamente se avaliando e avaliando os outros segundo
padrões arbitrários e concluindo que você e os outros deixam a desejar. Você se
concentra nos julgamentos dos outros e de si mesmo. Por exemplo: “Não tive um bom
desempenho na faculdade” ou “Se eu for aprender tênis, vou me sair mal” ou “Veja
como ela faz sucesso. Eu não consigo”.

24 DEPOIS EU FAÇO: PROCRASTINAÇÃO:

A pessoa tende a deixar tudo para depois e vai adiando tarefas e acumulando
várias atividades, geralmente a procrastinação é desencadeada pela insegurança.
Essa distorção promove muita culpa. Exemplo: na próxima semana começarei meu
regime.

25 TRÍADE COGNITIVA

Este conceito diz respeito à forma como o indivíduo vê a si mesmo, o mundo e


o seu futuro. A tríade cognitiva surge a partir de esquemas e crenças ou conceitos
inflexíveis (um conjunto de elementos cognitivos disfuncionais), modelados em
experiências anteriores. Estes padrões geram pensamentos, pressuposições
premissas e desadaptativos.

26 TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL DE ALBERT ELLIS

A Moderna Psicologia, desde seus primórdios, interessada em estudar o


Comportamento e Funções Mentais, trava árdua luta para buscar seu reconhecimento
como disciplina independente.

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Para tal, submeteu-se, inicialmente, aos métodos de estudo oriundos do
modelo aplicado nas Ciências vigentes, principalmente os métodos advindos da
Física, da Fisiologia, das Ciências Biológica, com forte influência da Teoria
Evolucionista.
As Principais influências de base das Psicoterapias Comportamentais, foram o
Comportamentalismo (Método de Pesquisa, observação de eficácia e efetividade), a
Psicanálise (Representações Mentais), a Psicologia do Ego (insight – pensar a
respeito do próprio pensamento e dar-se conta de suas disfunções para modificá-las)
e, o Humanismo rogeriano (Espírito Colaborativo).
A partir dos anos 60’, a Psicoterapia Cognitiva, teve como base as Escolas de
Modificação do Comportamento Cognitivo (Joseph Wolpe: Dessenssibilização
Sistemática; Beck: Terapia Cognitivo-comportamental e Ellis: Terapia Racional
Emotiva Comportamental).
A Psicoterapia Cognitiva-comportamental, conforme Beck, 1964, “pauta-se por
ser um Psicoterapia Breve, estruturada e orientada ao presente, direcionada a
resolver problemas atuais e modificar os pensamentos e os comportamentos
disfuncionais”. O Objetivo das TCC’s, segundo Beck, 1997, é produzir a mudança
cognitiva, no pensamento e no sistema de crenças, visando promover mudança
emocional e comportamental duradoura, através de estratégias cognitivas e
comportamentais.
Como característica, a TCC, valoriza a tríade ambiente/indivíduo e
comportamento, sendo o pensamento a chave da abordagem, onde através do
Empirismo Colaborativo, onde paciente e terapeuta trabalham juntos.

Fonte:pt.slideshare.net

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A Terapia Racional Emotiva Comportamental, fundada por Albert Ellis em
1955, foi precursora ao evidenciar a influência de processos cognitivos sobre
sentimentos e comportamentos.
Ellis, inicia experimentando estilos de terapias diferentes, como a terapia
analítica eclética, influenciado pela filosofia grega e romana estoica. Utiliza-se dos
conceitos advindos do Comportamentalismo, da Aprendizagem Social, da
Metacognição e do Modelo Dialético.
O princípio fundamental está sustentado no pressuposto de que as
circunstâncias não perturbam as pessoas, mas as pessoas perturbam-se pela sua
visão das circunstâncias. Assume, em decorrência deste princípio, que pensamento,
emoção e comportamento são inter-relacionados, numa relação sistêmica e, devem
ser trabalhados juntos, através do Sistema ABCDE, onde: A (acontecimento ativador),
B (crenças irracionais), C (consequências emocionais e comportamentais), D
(debate), E (nova filosofia).
Com o objetivo de mudar a baixa tolerância à frustração e promover a mudança
emocional e comportamental profunda, adota métodos cognitivos, comportamentais e
emocionais. Utiliza-se de técnicas tais como a inundação, a dessensibilização, a
exposição ao vivo, treino de habilidades sociais acompanhado de mudanças básicas
em crenças irracionais.
Ellis trabalha com a categorização de regras para minimizar a vulnerabilidade
biológica – base biológica da “irracionalidade humana”, sede das “perturbações
emocionais”, tais como a “procrastinação” e a “falta de disciplina”.
Através de uma atitude enérgica, realiza o “questionamento ativo das filosofias
perturbadoras e auto derrotistas”, para desenvolver um sistema de “crenças mais
racionais, adaptativas e saudáveis”, para minimizar as perturbações do “ego “e do
“desconforto”, ampliando a flexibilidade cognitiva, fundamental para o equilíbrio
emocional. Almeja uma mudança dessas “filosofias perturbadoras”, do sistema de
Crenças Absolutistas”, baseado em obrigações e imperativos, base dos
“Pensamentos Disfuncionais”, centra-se, assim, nos sistemas de valores dos
pacientes, questionando o “absolutismo das afirmações”, tais como: “Devo,
absolutamente”; “Devo ser tratado por, absolutamente”; “As condições sob as quais
vivo, devem ser absolutamente confortáveis, prazerosas e valiosas”.

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Para finalizar, conforme as metas consoantes com a TREC, e para atingir um
grau de “felicidade razoável” devemos priorizar algumas crenças racionais que todo
ser humano deve ter desenvolvidas, tais como, o “auto interesse”, “interesse social”,
“auto direção”, “tolerância”, “flexibilidade”, “aceitação da incerteza”,
“comprometimento”, “pensamento científico”, “auto aceitação”, “correr riscos”
e “expectativas realistas”.
A TREC toma como valores a “sobrevivência “e a “felicidade”, minimizando o
desconforto emocional e as ocorrências de comportamentos “auto derrotistas”.

Fonte: slideplayer.com.br

Trata-se de um modelo para identificar a relação entre as adversidades “A”, os


pensamentos e crenças “B” e as emoções e comportamentos “C”. Ele nos habilita a
detectar os pensamento e avaliações feitas diante das situações, e também a
perceber o impacto dos mesmos em nossas emoções e comportamentos.
A crença ou avaliação podem ser entendidas como nosso diálogo interno, o
que cada um fala consigo mesmo internamente no pensamento, diante de qualquer
situação. Cada um tem suas características pessoais de dialogar internamente, o
importante é estarmos o mais consciente possível de nossas falar internas.

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Se conseguirmos fazer avaliações positivas que nos fortaleçam, podemos gerar
bons resultados e um menor nível de estresse.
O benefício da psicoterapia é que ao mudarmos nossa maneira de pensar
podemos nos sentir melhor mesmo que a situação não possa ser mudada.
Existem alguns padrões comuns de distorções no pensamento, que se
relacionam diretamente perturbações emocionais e comportamentais.
O trabalho psicoterapêutico é identificar e mudar estes padrões de
pensamento. Ao reformular nossa forma de pensar, melhoramos a habilidade de lidar
com o estresse e a ansiedade, e podemos nos sentir melhor com as adaptações nas
situações diversas.

27 TEORIA SÓCIO- COGNITIVA

A teoria da aprendizagem social explica o comportamento humano em termos


da interação recíproca e contínua entre determinantes cognitivos, ambientais e
comportamentais.
Apesar da teoria cognitiva social de Bandura ser uma forma de
comportamentalismo menos extrema do que a de Skinner, a abordagem permanece
ainda comportamentalista. Bandura procura concentrar-se na observação do
comportamento dos indivíduos em interação. E ressalta o papel do reforço na
aquisição e modificação dos comportamentos.
Para Bandura, as respostas comportamentais não são automaticamente
"produzidas" por estímulos externos como a de um robô ou uma máquina, mas sim,
as reações a estímulos são auto ativadas. Quando um reforço exterior altera o
comportamento, ele o faz porque o indivíduo tem percepção consciente do que está
sendo reforçado e antecipa o mesmo reforço por comportar-se da mesma maneira.
Mesmo concordando com Skinner que o comportamento humano pode
modificar-se ao reforço, Bandura acredita, porém, que a imitação é um princípio de
aprendizagem em si próprio e que a aprendizagem pode-se fazer por reforçamento,
seja ao próprio indivíduo, seja a um modelo. Essa capacidade para aprender pelo
exemplo supõe a aptidão de antecipar e avaliar consequências apenas observadas
em outras pessoas e ainda não vivenciadas.

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Portanto não há uma ligação entre um estímulo e uma resposta, ou entre
comportamento e reforço, como havia no caso do sistema de Skinner. Entretanto, há
um mecanismo mediador, interposto entre os dois; esse mecanismo são os processos
cognitivos da pessoa. E, a modelagem ou a aprendizagem observacional envolve, em
grande parte esses processos cognitivos.
Uma das principais contribuições de Bandura foi a explicação de como o
comportamento foi adquirido na ausência de reforçamento. Este processo foi
denominado como aprendizagem observacional e pode ser encontrado também com
os nomes aprendizagem vicariante ou modelação.
De acordo, com Bandura, observar os modelos e o comportamento desses
modelos não é apenas questão de uma simples imitação; a aprendizagem
observacional também compreende processos cognitivos ativos. Bandura considera
que muitos aspectos do funcionamento da personalidade envolvem a interação do
indivíduo com outros.

Fonte: psicoativo.com

Ele afirma que o ser humano é capaz de pensamento e de autorregulação que


lhe permitem controlar seu ambiente tanto quanto ser moldado por ele. As
representações simbólicas de acontecimentos passados e da situação atual norteiam
o comportamento, e os processos autorreguladores possibilitam que as pessoas
exerçam controle sobre o próprio comportamento (Hall, Lindzey e Campbell,2000).

58
De acordo com Kazdin (1978), a partir da década de 60, a maior experiência
dos terapeutas comportamentais com o contexto clínico levou-os a se preocupar com
temas comuns às psicoterapias tradicionais, tais como: a relação terapeuta-cliente, a
queixa relatada pelo cliente (ao invés da abordagem direta e restrita aos problemas
comportamentais identificados pelo terapeuta), aceitação de evidências clínicas (não
experimentais) e a valorização dos eventos privados.
Com essas mudanças, diminuíram as diferenças entre uma terapia
comportamental e não-comportamental, o que levou muitos terapeutas a postularem
o título de “comportamental” para técnicas que não estavam subordinadas à teoria da
aprendizagem, além de algumas tentativas de combinar procedimentos
comportamentais e não comportamentais em uma única abordagem clínica (cf.
Meichenbaum, 1986).
Foi nesse contexto de mudanças e indefinições que Bandura (1977a) passou a
criticar a terapia comportamental por um suposto determinismo ambiental excessivo,
embora estivesse fazendo referência principalmente ao modelo respondente de
análise do comportamento. Para Bandura (1986), os processos de aprendizagem por
condicionamento não eram suficientes para explicar a aquisição de comportamentos
complexos. Nesse sentido, o autor tomou a teoria da aprendizagem social como base
teórica para desenvolver o conceito de aprendizagem vicariante ou por observação,
que se caracteriza como um processo de aprendizagem, no qual o indivíduo aprende
uma resposta, a partir da observação de sua emissão por outra pessoa.
Tal aprendizagem dependeria da intermediação de processos cognitivos, por
meio dos quais seriam elaboradas concepções sobre como as respostas observadas
ocorrem e, posteriormente, essa "construção simbólica" serviria como base para
ações futuras.
O indivíduo também teria a capacidade de representar futuras consequências,
ampliando o papel da cognição não só para a aquisição, mas também para a
manutenção de certos comportamentos (Bandura, 1977b).
A valorização dos aspectos cognitivos para a alteração comportamental
também se refletiu nas propostas de Bandura para um modelo de intervenção
terapêutica, favorecendo ainda mais a aproximação entre a terapia comportamental e
as psicoterapias que partem do pressuposto de que a mudança das cognições do

59
cliente sobre ele próprio e sobre o mundo é condição sine qua non para a alteração
do seu comportamento (cf. Bandura, 1977b).
Em resumo, a teoria da aprendizagem social (Bandura, 1977; Rotter, 1982)
parte do pressuposto de que o ambiente, as características temperamentais e o
comportamento situacional de uma pessoa determinam-se reciprocamente e que o
comportamento é um fenômeno dinâmico, em evolução. Os contextos influenciam
comportamento, e este, por sua vez, molda os contextos ” (p. 14).

Fonte: pt. slideshare

Bandura usa o termo modelagem, enquanto que Miller usou o termo imitação e
Freud, identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa a
duplicação exata do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se numa
incorporação indiscriminada dos modelos de comportamento.
Utiliza o termo modelagem porque os efeitos psicológicos da exposição aos
modelos são muito mais amplos do que o simples mimetismo da resposta, contido no
termo imitação; e as características definidoras da identificação são empiricamente
questionáveis.
Uma das grandes contribuições de Bandura ao ponto de vista do behaviorismo
consiste na ênfase da aprendizagem por modelos. Não é essencial executar-se a
resposta e esta ser reforçada para que ocorra aprendizagem.

60
Muitos padrões de comportamento são aprendidos através da observação de
modelos, mesmo se não é identificado nem mesmo uma atuação de reforçamento
vicário (reforço ao modelo, tendo um efeito sobre o comportamento do observador).
Há três efeitos que os modelos podem produzir:
 Aquisição de novos comportamentos.
 Aumento ou diminuição de inibições do comportamento observado
 Facilitação social, ou seja, aparecimento de comportamentos que não
são novos no repertório do observador, mas que não podem ser
atribuídos a fatores de inibição ou desinibição por se tratar de
comportamentos socialmente aceitos.
Num estudo que se tornou famoso, Bandura observou o resultado ao submeter
crianças a uma determinada situação, utilizando o adulto como modelo. Ele separou
um grupo de crianças - Os Alunos do "João Bobo". Escolheu uma mulher para ser
filmada batendo num grande boneco de plástico inflável, tipo "João Bobo".
A moça o socou, gritando "boboca", o chutou, o golpeou com um martelinho e
gritou muitas frases agressivas. Bandura mostrou este filme às crianças do jardim da
infância que, como ele esperava, adoraram. Quando foram brincar, muitos
observadores as esperavam com o lápis, prancheta na mão e, para as crianças, um
"João Bobo" novo e alguns martelinhos. Os observadores registraram que muitas
delas fizeram exatamente o que viram a moça do filme fazer.
O que surpreende é o fato de que as crianças mudaram seu comportamento
sem que tivessem sido recompensadas por suas aproximações ao novo
comportamento, e isto não se encaixa ao padrão de aprendizagem do behaviorismo.
Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem por Observação ou Modelagem, e
sua teoria é comumente chamada Teoria da Aprendizagem Social. Quando o estudo
foi criticado sob a alegação de que o boneco "João Bobo" foi criado mesmo para
apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma pessoa vestida de palhaço.
Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala do palhaço
vivo e não tiveram dúvidas: bateram nele! Dessas variações, Bandura pôde
observar alguns passos envolvidos no processo de modelagem:
 Atenção: para prender qualquer coisa é preciso prestar atenção. Do
mesmo modo, quando a atenção é tirada não se obtém uma boa
aprendizagem, mesmo a aprendizagem por observação. Estar

61
sonolento, embriagado, drogado, nervoso, também atrapalha a
aprendizagem. As características do modelo também determinam o grau
de atenção. Quanto mais colorido, dramático, mais ele será atrativo, e
se o modelo for semelhante ao observador, mais ele lhe prestará
atenção. Estas conclusões levaram Bandura a uma análise dos efeitos
da televisão sobre as crianças.
 Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É
aí que entram a imagem e a linguagem: é possível armazenar
mentalmente o formato ou descrição verbal do modelo e depois
relembra-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio comportamento.
 Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu
comportamento é preciso ter condições de repeti-lo. Observar uma
ginasta profissional não basta para que uma pessoa comum saia
imitando-a, mas se a pessoa tem um certo treinamento, ao observar o
atleta olímpico pode levá-la a se aperfeiçoar. Nossa habilidade para
imitar aprimoramentos por meio da prática do comportamento envolvido
também é importante, assim como conseguir imaginar como será nossa
performance e buscar por ela. Muitos atletas fazem isso.
Motivação: deve se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura
enumerou algumas motivações:
 Reforço anterior: behaviorismo tradicional.
 Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.
 Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado. Estes itens
são tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que
eles não só proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é
aprendido. Por isso, caracteriza estes itens como motivos.
Há também, as motivações negativas que levam a pessoa a não imitar um
comportamento:
 Castigo anterior
 e. Castigo prometido (ameaça)
 f. Castigo vicarial: Como grande behaviorista tradicional, Bandura afirma
que o castigo, em qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma
recompensa, e ainda se corre o risco de ser alvo de uma vingança.

62
28 A AUTO-EFICÁCIA

A auto eficácia é descrita como um julgamento sobre a própria capacidade de


conseguir um determinado desempenho ou resultado, uma sensação de adequação
e eficiência em tratar dos problemas da vida. Através de suas obras, Bandura mostrou
que pessoas de auto eficácia elevada acreditam que são capazes de lidar com todas
as situações de sua vida. Como elas esperam superar obstáculos, buscam desafios e
mantêm um alto nível de confiança em sua capacidade para ter êxito.
Entretanto, as pessoas de baixa auto eficácia sentem-se incapazes de realizar
algo. Muitas vezes desistem de tentar resolver os problemas quando seus esforços
iniciais fracassam. Quanto ao desenvolvimento do auto eficácia, Bandura considera
que ambientes que proporcionam oportunidades para experiência, facilitam a
aquisição do senso de auto eficácia; a família como fonte de aprendizagem de auto
eficácia; a escola como ambiente básico para a manutenção e validação social desta;
e tanto na adolescência como na vida adulta, há nossos desafios à percepção de auto
eficácia e na meia idade há as redefinições de metas e projetos e de readaptação do
senso desta.
Para as pessoas que possuem auto eficácia baixa, Bandura recomenda
três passos:
 Trabalhando a auto-observação - conhecer-se e ter certeza de ter uma
visão exata de seu comportamento.
 Trabalhando os padrões - certificar-se de que os padrões que a pessoa
estabeleceu não sejam inatingíveis. Não se destinar ao fracasso.
Padrões muitos baixos também não têm sentido.
 Trabalhando a auto resposta – não se castigar. Celebrar as vitórias e
não se perder sobre os fracassos. Portanto, quanto maior a auto eficácia
maior o esforço e a persistência. E nas situações de escolha, a auto
eficácia influi na decisão de fazer ou não alguma coisa. Quanto a
produção do comportamento, afeta a motivação, mas não cria novas
habilidades.

63
29 AGRESSÃO

Primeiramente, Bandura começou estudando a agressão em crianças.


Juntamente com Dick Walters, fizeram um estudo de campo sobre antecedentes
familiares na agressão, e descobriram que os melhores precursores eram o estilo de
vida que as famílias exemplificavam e reforçavam. O comportamento que os pais
mostravam e as atitudes que eles exibiam quanto a expressão da agressão, tanto em
casa como fora dela, emergiram como determinantes de importância. Começou,
então, a desenvolver estudos de laboratório e também paradigmas de modelagem,
para examinar sistematicamente os efeitos da exposição a modelos agressivos sobre
o comportamento das crianças.
Os estudos experimentais em que foram utilizadas metodologias rigorosas,
demonstraram que, a curto prazo, a exposição a modelos agressivos na televisão
conduz a comportamentos agressivos nas crianças expectadoras, o que confirma a
posição teórica de Bandura a respeito do fator modelo na aquisição e manutenção de
comportamentos. Ou seja, o comportamento agressivo se adquiri através do exemplo,
através da experiência direta e também da interação com fatores estruturais.
As pessoas são instigadas à agressão por influências modeladoras, vendo
outros agredirem. E através de experiências adversativas – insultos pessoais, ataques
físicos, oposição ao comportamento dirigido a uma meta, reduções adversas na
qualidade da vida.

Fonte: cnsr-ce.com

64
A agressão é mantida por vários fatores. É mantida por consequências externas
recompensas materiais, recompensas sociais e status. Ela é também reforçada
quando as pessoas aliviam o tratamento primitivo através de recursos defensivos. O
desempenho da agressão é afetado pelas recompensas ou punições observadas
reforço substitutivo. Uma das melhores maneiras de reduzir a agressão é através do
fortalecimento de outras respostas que tenham valor funcional.
Por exemplo, verifica-se que pessoas que recorrem à agressão física para
resolver seus conflitos interpessoais geralmente têm baixa habilidade verbal (daí uma
ocorrência maior de agressão física na classe social baixa). Se aprenderem a resolver
verbalmente este tipo de conflito, o comportamento de agressão decresce. Outra
maneira de modificar o comportamento agressivo é através da apresentação de
modelos que exibam respostas socialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No
livro sobre agressão, Bandura destaca quatro formas diferentes para tentar reduzir a
modelagem comercial da violência na televisão. Uma delas refere-se ao controle pelo
Congresso. É através da proibição daquilo que não tem valor que as mudanças de
comportamento são bem estabelecidas.
A segunda abordagem é o autocontrole da produção. Como o gênero ação-
aventura é econômico, os programas violentos tornaram-se predominantes na
televisão. Outra abordagem é o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível
de violência e por último, o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora
dos meios comerciais, através da qual influenciaria a televisão comercial.

30 TERAPIA

A forma de terapia comportamental de Bandura é famosa e tem sido utilizada


em diversos estudos experimentais. Ela tem se mostrado eficaz na eliminação de
fobias com relação a cobras, espaços fechados, espaços abertos e lugares altos, e
no seu tratamento de distúrbios obsessivo-compulsivos, disfunções sexuais e
algumas formas de ansiedade. Também se mostrou útil no aumento da auto eficácia,
sendo aplicada amplamente em situações da sala de aula e na indústria.

65
30.1 As principais características da terapia cognitiva, como um sistema de
psicoterapia, são:

 Constitui um sistema de psicoterapia integrado. Combina o modelo


cognitivo de personalidade e de psicopatologia a um modelo aplicado,
que reúne um conjunto de princípios, técnicas e estratégias terapêuticas
fundamentado diretamente em seu modelo teórico. Conta, ainda, com
comprovação empírica através de um volume respeitável de estudos
controlados de eficácia. Em outras palavras, satisfaz os critérios básicos
que lhe conferem o status de sistema de psicoterapia.
 Demonstra aplicabilidade eficaz, segundo estudos controlados, em
várias áreas: na área tradicional da Psicologia Clínica, em que TCC é
aplicada à depressão, aos transtornos de ansiedade (ansiedade
generalizada, fobias, pânico, hipocondria, transtorno obsessivo
compulsivo), à dependência química, aos transtornos alimentares, aos
transtornos de stress pós-traumático, aos transtornos de personalidade,
à terapia com casais e em grupo etc., com adultos, crianças e
adolescentes. A Terapia Cognitiva padrão, reunindo técnicas e
estratégias terapêuticas destinadas à realização de seus objetivos
básicos, é modificada para aplicação a diferentes áreas de
especialidade, refletindo modelos teóricos e aplicados particulares para
cada classe de transtorno.
 Aplica-se ainda às áreas de educação, esportes e organizações, sendo
também utilizada com sucesso como coadjuvante no tratamento de
distúrbios orgânicos, área em que conta com um grande volume de
estudos científicos. E, no caso particular das psicoses, as publicações
se avolumam nas áreas de esquizofrenia e transtorno bipolar, indicando
resultados encorajadores. Representa um processo terapêutico diretivo
e semiestruturado, orientado à resolução de problemas. É colaborativa,
ou seja, reflete um processo em que ambos, terapeuta e paciente, têm
um papel ativo e estabelecem colaborativamente metas terapêuticas, as
agendas de cada sessão, tarefas entre sessões etc. Requer a
socialização do paciente ao modelo, a fim de que ele possa
desempenhar seu papel como colaborador ativo. Envolve uma relação
66
genuína entre terapeuta e paciente, baseada em empatia terapêutica,
em que o terapeuta é amigável, caloroso e genuíno.
 As sessões, bem como o processo terapêutico, são semiestruturadas,
envolvendo tarefas entre as sessões. É focal, requerendo uma definição
concreta e específica dos problemas do paciente e das metas
terapêuticas.
 Tem um caráter didático, em que o objetivo não é unicamente ajudar o
paciente com seus problemas, mas dotá-lo de um novo instrumental
cognitivo e comportamental, através de prática regular, a fim de que ele
possa perceber e responder ao real de forma funcional, sendo o
funcional definido como aquilo que concorre para a realização de suas
metas. Nesse sentido, as intervenções são explícitas, envolvendo
feedback recíproco entre o terapeuta e o paciente. É um processo
terapêutico de tempo curto e limitado, podendo sua aplicação variar
entre aproximadamente 12 e 24 sessões, tornando-a apropriada ao
contexto socioeconômico atual, e possibilitando sua utilização pelo
sistema de saúde público, bem como pelos convênios e seguros de
saúde.

Mostra-se eficaz para diferentes populações, independentemente de cultura


e níveis socioeconômico e educacional (Serra et al., 2001 apud, 2014).

A reunião de todas essas características seguramente nos permite afirmar que


a terapia cognitiva representa uma mudança de paradigma no campo das
psicoterapias.

31 TERAPIA DO AUTO-CONTROLE

Os fundamentos da Auto eficácia são incorporados às técnicas de terapia


chamada Terapia do Autocontrole. Ela tem apresentado sucesso na solução de
problemas de hábitos como fumar, comer muito ou problemas com estudo.

 A Auto-observação requer que a pessoa controle de perto seu


comportamento, tanto antes quanto depois de iniciar as mudanças. Isto
pode envolver coisas tão simples como contar quantos cigarros a pessoa
67
fuma por dia, e até comportamentos mais complexos. Com essas
observações diárias, tem se uma ideia da dimensão do hábito e
conhecerá o que está relacionado ao hábito: fuma-se mais após as
refeições, com café, com certos amigos, em certos lugares?
 Começa-se a alterar o meio em que a pessoa vive: livrar-se dos
cinzeiros, trocar o café pelo chá, afastar-se do companheiro fumante.
Analisa-se qual movimento e lugar é apropriado para incentivar um bom
comportamento: quando e onde a pessoa acha que estuda melhor, por
exemplo.
 A pessoa deve recompensar-se quando seguir seu plano, e arranjar um
possível castigo caso não consiga desenvolve-lo. Estes contratos devem
ser redigidos e testemunhados (terapeuta, por exemplo), e os detalhes
devem ser bem especificados.

32 TERAPIA DE MODELAGEM

A terapia de modelagem é utilizada na modificação do comportamento, levando


os sujeitos a observarem um modelo numa situação que consideram assustadora ou
causadora de ansiedade. Por exemplo, crianças que temem cão, observam outra
criança de sua idade aproximando-se progressivamente de um cachorro; em seguida,
afagando-o através das barras de um cercado e depois entrando neste para brincar
com o cão. Como resultado desta aprendizagem observacional, o medo da criança se
reduz pronunciadamente. Também são utilizados outros objetivos temidos como uma
cobra.

32.1 O terapeuta na tcc

A terapia cognitiva comportamental se baseia, em que a pessoa deprimida ou


propensa à depressão tem certos padrões de comportamento, ou seja, cognições,
com esquemas próprios idiossincráticos que podem ser ativados por estresse ou não
dominando o pensamento do sujeito produzindo formas de sentir e pensar associados
a depressão (BECK & ALFORD, 2011).

68
Assim os autores Beck e Alford (2011) elucidam que com a TCC é possível
ajudar o paciente a adquirir objetividade frente a suas reações automáticas e
neutralizá-las. O propósito da TCC é facilitar a transferência a partir do terapeuta e
internalizar como se dá a TCC para o paciente. Tal fenômeno, ocorre por meio do
questionamento socrático.
Assim, o paciente é levado a refletir de forma crítica as evidências que
confirmem ou refutem seu pensamento ora distorcido. Uma característica da TCC é
que avalia pensamentos de forma diretiva e apoiadora, assim o terapeuta tem uma
postura didática para se comunicar com o paciente (BECK & ALFORD, 2011).
Beck diz que na depressão o modo de organizar o pensamento é primitivo, os
julgamentos são amplos e globais, com significados extremos, negativos e
absolutamente críticos. De forma geral o terapeuta modifica o pensamento a fim de
corrigir crenças e reduzir os sintomas bem como prevenir recaídas.

Segundo Beck e Alford, (2011, p. 255) o terapeuta deve oferecer o melhor


tratamento possível e ajudar o paciente a aplicar os princípios da terapia;
fazer uma tentativa autêntica de compreender o paciente do ponto de vista
dele; ajudá-lo a estabelecer tarefas de casa; Tomar a iniciativa de guiar e
dirigir o desenvolvimento das intervenções (Beck e Alford 2011; apud Lóss J
et al., Dias V; Boechat H; Souza C; 2013).

69
33 BIBLIOGRAFIA

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Ballejo Canto, Editora responsável por esta obra: Amanhã Munari.

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