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4. No art.

28, parágrafo único, da Lei 9868/99, estão previstas as chamadas “decisões


interpretativas”. Explique o que são essas decisões, quais os seus tipos e efeitos.

Grande parte das normas jurídicas podem oferecer diferentes formas de interpretação.
Isso atinge diretamente o principio da segurança jurídica. Como no caso do artigo em
apreço, cabe ao Supremo Tribunal dizer qual o real sentido do texto de modo que seja
sempre consoante a CF/88. Dessa forma, é possível dizer que no Brasil é adotado as
formas difusa e concentrada quanto as normas Constitucionais. Quanto a nulidade,
poderá ser total (a norma é retirada do ordenamento), parcial (retira apenas a parte
inconstitucional) sem redução do texto (dita que todas as normas divergentes são
inconstitucionais) e interpretação conforme (dita qual a interpretação correta). Os
efeitos serão erga omnes conforme o art. 28 parágrafo único.

5. Considere a edição de lei que atribua 50% (cinquenta por cento) da pontuação total,
nos concursos públicos de provas e títulos para provimento de cargos efetivos de
professor de certo Estado da Federação, em razão de exercício anterior da mesma
função pública (professor do quadro da rede estadual de ensino), na qualidade de
ocupante de cargo em comissão ou contratado temporário. O Procurador Geral da
República efetuou a impugnação do diploma via ação direta de inconstitucionalidade
deflagrada perante o Supremo Tribunal Federal, sendo certo que a medida cautelar para
a suspensão da lei foi deferida por ato singular do relator, ainda pendente o referendo do
Plenário. Ato contínuo, o Governador do Estado declarou a nulidade da investidura de
todos os servidores que ingressaram em cargos públicos de provimento efetivo após a
vigência da referida lei. Ante o quadro, responda aos itens a seguir. A) É constitucional
a referida lei estadual? B) É legítimo o ato do Governador?

A) Muito embora o regime jurídico-administrativo possua prerrogativas e sujeições


(Poderes e limites), a administração deve sempre praticar seus atos consoantes aos
princípios basilares da Constituição. No caso do favorecimento que trata o referido
exercício, o concurso público é obrigatório conforme preceitua a CF/88 em seu art. 37, I
e II. Portanto, a Lei Estadual não é Constitucional por não respeitar os Princípios
Constitucionais como a impessoalidade, finalidade, legalidade e a igualdade.

B) Sim. Uma vez que os atos administrativos devem ser obedecidos independentemente
da vontade do administrado. O cumprimento decorre da supremacia do interesse publico
sobre o privado, denominado como atributo da imperatividade. No entanto, o ato de
declaração de nulidade é nulo de pleno direito, não sendo capaz de produzir efeitos. O
que acarretará na retroatividade da nulidade desde o momento da ilegalidade.

6. Temos um conflito de competência nesse caso. O art. 22, I e XI da CF expressa que


compete a união legislar sobre o direito aeronáutico. Toda via, a Constituição também
estabelece o papel do Município como ente Federativo, de modo que ate mesmo
doutrinadores opinavam sobre a autonomia do ente Municipal. Esse incentivo refletiu
tanto a ponto que a repartição constitucional expandiu a tarefa de legislar
privativamente sobre os “assuntos de interesse local”, oferecendo ainda a possibilidade
de suplementar as Leis Estatuais e Federais e a imposição sobre a competência de
proteção ao meio ambiente e do combate a poluição. Portanto, conforme o art. 225 da
Constituição Federal, “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.

7. É admissível ação declaratória de constitucionalidade formulada em relação a direito


pré-constitucional? Explique

Não. Só é possível o controle de compatibilidade através do critério cronológico, porque


o STF não permite a efetivação do controle de constitucionalidade de normas pré-
constitucionais. Dessa forma, a possibilidade trazida pelo ordenamento é a provocação
da Suprema Corte para deliberar sobre o juízo de recepção das normas pré-
constitucionais através da via concentrada.

8. A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente da Constituição


Federal, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal. Indaga- -se:

a) O que deve ser considerado preceito fundamental decorrente da Constituição?

b) A ofensa a qualquer norma constitucional poderá ser objeto da arguição inscrita no §


1° do art. 102 da Constituição?

A) Muitos doutrinadores definem “preceito fundamental” como algo incompleto,


subjetivo. Contribuindo com a discricionariedade do Poder Judiciário, outros acreditam
que os princípios basilares se enquadram nesse contexto. Por isso, é possível concluir
que os preceitos estão tanto de forma implícita, quanto de forma explícita na
Constituição.

B) Não. Conforme preceitua o art. 4º, §1º da Lei 9.882/99 “Não será admitida arguição
de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz
de sanar a lesividade”. Isso quer dizer que a Lei na qual se refere o exercício em questão
determina que outro meio, desde que eficaz, seja utilizado para sanar a lesividade antes
que precise se valer da arguição de descumprimento de preceito fundamental.

9. Diga o que entende por Inconstitucionalidade Progressiva segundo a jurisprudência


do STF
A Inconstitucionalidade deriva do controle de constitucionalidade, técnica aplicada pelo
Supremo Tribunal Federal quando se trata de normas constitucionais imperfeitas, mas
que ainda precisam permanecer no ordenamento jurídico para fins de segurança jurídica,
uma vez que sua exclusão traria um prejuízo maior que sua permanência.

10. Já se tornou lugar comum na doutrina brasileira recente e na jurisprudência do


Supremo Tribunal Federal a qualificação do processo de controle normativo abstrato de
processo objetivo”. Explique o significado que se tem atribuído à noção de “processo
objetivo” e indique os aspectos processuais que o caracterizam, relativamente à
propositura e tramitação da ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI) e da
ação declaratória de constitucionalidade (ADC), com a respectiva fundamentação
constitucional e legal, se houver.

O processo objetivo tem por finalidade de assegurar a compatibilidade do sistema


infraconstitucional em consonância com a Constituição Federal, por esse motivo o
direito subjetivo é desconsiderado. Essa qualificação tem como principais exemplos os
mecanismos de controle de constitucionalidade. Em relação as ações direta de
inconstitucionalidade genérica e ação declaratória de constitucionalidade, a legitimidade
ativa e a ordem dos procedimentos e sua tramitação estão expressos no art.103 da CF.

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