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Observação: rever a ordem de todos os slides.

Slide 3: Inicialmente, cumpre-nos conceituar a cessão de


crédito.

A cessão de crédito é o negócio jurídico, em geral de caráter


oneroso, através do qual o sujeito ativo de uma obrigação (cedente) a
transfere a terceiro (cessinário), estranho ao negócio original, a sua
qualidade creditória contra o devedor (cedido) com todos os acessórios
e todas as garantias, independentemente da anuência do devedor.

Slide 4: Explicação foto

O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente. O


terceiro a quem são eles transmitidos, investindo-se na sua
titularidade, é o cessionário. O outro personagem, devedor ou
cedido, não participa necessariamente da cessão, que pode ser
realizada sem a sua anuência. Deve ser, no entanto, dela
comunicado, para que possa solucionar a obrigação ao novo e
legítimo detentor do crédito. Entretanto, é comunicado só para esse
fim, uma vez que sua anuência ou intervenção é dispensável.

Slide 5: transmissibilidade
O contrato de cessão é simplesmente consensual, pois torna-
se perfeito e acabado com o acordo de vontades entre cedente e
cessionário, não exigindo a tradição do documento para se aperfeiçoar.

Todavia, em alguns casos a natureza do título exige a entrega,


como sucede com os títulos de crédito, assimilando-se então aos
contratos reais.

Slide 6: responsabilidade

Quanto à responsabilidade do cedente em relação ao cedido, a


cessão de crédito pode ser:

1) pro soluto: em que o cedente apenas garante a existência do


crédito, sem responder, todavia, pela solvência do devedor;

2) pro solvendo: quando o cedente obriga-se a pagar se o


devedor cedido for insolvente. Nesta última modalidade, portanto, o
cedente assume o risco da insolvência do devedor”.

Slide 7: formas

Em regra, a cessão convencional não exige forma especial para valer


entre as partes, salvo se tiver por objeto direitos em que a escritura pública
seja da substância do ato, caso em que a cessão efetuar-se-á também por
escritura pública. Nessa consonância, a escritura pública deverá ser utilizada
na cessão de crédito hipotecário ou de direitos hereditários.

Slide 9: artigo 292


Dispõe o art. 292 do Código Civil:
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter
conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de
mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta,
com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar
de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

Além disso, qualquer dos intervenientes, cessionário ou cedente, tem


qualidade para efetuar a notificação, que pode ser judicial ou extrajudicial.
Porquanto o maior interessado é o cessionário, pois o devedor ficará
desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagar ao credor
primitivo conforme o artigo 292 do CC.

Se não notificado, a cessão é inexistente para ele, e válido se tornará


o pagamento feito ao cedente. Mas não se desobrigará se pagar este (diga-se
cedente) depois de cientificado da cessão. Caso esta obrigação seja solidária,
devem ser notificados todos os codevedores.

Slide 8: Notificação do devedor

Dispõe o art. 290 do Código Civil:


“A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão
quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito
público ou particular, se declarou ciente da cessão feita”.

A notificação do devedor, expressamente exigida, é medida destinada


a preservá-lo do cumprimento indevido da obrigação, evitando-se os prejuízos
que causaria, pois ele poderia pagar ao credor-cedente, ou seja, o credor
primário da obrigação.

Slide 11: Conceito de assunção


Trata-se de negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a outrem sua
posição na relação jurídica. Segundo a doutrina, é um negócio jurídico
bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor, transfere a
um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais, de modo que este
assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela
dívida, que subsiste com os seus acessórios.

Slide 12: foto

Enquanto a cessão de crédito parte de uma manifestação de vontade


no pólo ativo, dos credores, a assunção de dívida gira em torno do pólo
passivo, dos devedores.

Com a assunção de dívida, muda o devedor, não o credor. O efeito


básico é haver novo devedor. A dívida é a mesma, porém, o devedor é
diferente.

Slide 13: requisitos

São requisitos do instituto jurídico da assunção da dívida:

6.1. Consentimento do credor: Para que surta os desejados efeitos


jurídicos, o primeiro requisito, e senão o de maior relevância, é que o credor
deva consentir, ou seja, autorizar expressamente e inequivocamente que o
devedor daquela dívida – ou qualquer outra obrigação – a transmita à um
terceiro chamado de assuntor.

Há única exceção na qual não necessita a anuência do devedor é a


prevista no artigo 303.

Como regra, não é possível transmitir a obrigação sem a anuência do


credor. Há única exceção na qual não necessita a anuência do devedor é a
prevista no artigo 303.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o


pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em
trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

6.2. Validade do negócio jurídico: Lógica é a regra de que para


qualquer negócio jurídico necessário se faz: a) agente capaz, acima de 18
anos, ou emancipado; b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
c) forma prescrita ou não defesa em lei.

6.3. Solvência do novo devedor: Se o novo devedor for insolvente, ou


seja, incapaz de quitar a dívida, na transmissão da obrigação, sem o
conhecimento do credor, a obrigação retornará ao devedor primitivo, regra
esta prevista no caput do artigo 299.

“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o


consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo,
salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.”

Slide 18:

Expromissão e delegação

Tanto a expromissão quanto a delegação são formas de assunção de


dívida. No primeiro caso, o expromitente, novo devedor, assume a dívida
diretamente com o credor, sem acordo com o devedor primitivo. Já a
delegação, como o nome indica, ocorre quando o antigo devedor delega sua
dívida a uma outra pessoa.

Slide 19:

ASSUNÇÃO LIBERATÓRIA E ASSUNÇÃO CUMULATIVA.

Liberatória: é aquela em que o devedor, ao ser substituído por terceiro,


libera-se da obrigação e tem seu vínculo com o credor excluído, respondendo
o novo devedor pela integralidade da dívida.

Cumulativa: quando o expromitente ingressa na obrigação como novo


devedor, ao lado do devedor primitivo. Ele passa a ser devedor solidário,
mediante declaração expressa nesse sentido, podendo o credor, nesse caso,
reclamar o pagamento de qualquer deles.

Slide 20: efeitos da asunção da dívida.

Principais efeitos:

a) substituição do devedor na relação obrigacional, que permanece a


mesma.
Há modificação apenas no polo passivo, com liberação, em regra, do
devedor originário. Essa liberação pode não ocorrer, como visto, se houver
opção pela forma cumulativa. Os encargos obrigacionais transferem-se ao
novo devedor, que assume a mesma posição do devedor originário.

Além disso, o novo devedor não pode opor ao credor “as exceções
pessoais que competiam ao devedor primitivo”, como preceitua o art. 302 do
Código Civil. Pode arguir vícios concernentes ao vínculo obrigacional existente
entre credor e primitivo devedor, não podendo, todavia, alegar, por exemplo, o
direito de compensação que este possuía em face do credor.

b) extinção das garantias especiais originariamente dadas pelo devedor


primitivo ao credor, salvo assentimento expresso daquele.

As garantias especiais, prestadas em atenção à pessoa do devedor,


como, por exemplo, as dadas por terceiros sob a modalidade de fiança,
aval e hipoteca, que não são da essência da dívida, só subsistirão se houver
concordância expressa do devedor primitivo e dos referidos terceiros. No
entanto, as garantias reais prestadas pelo próprio devedor originário não são
atingidas pela assunção e continuam válidas, a não ser que o credor abra mão
delas expressamente.
Slide 21: Cessão de contrato

Trata-se a cessão de contrato de figura que apresenta certa importância


em alguns ramos do comércio jurídico não estando, no entanto,
regulamentada no Código Civil de 2002, tendo como referência algumas leis
especiais e alguns dispositivos esparsos dentro do referido código.
Assim como o crédito, o contrato integra o patrimônio dos contraentes,
sendo também este motivo o que permite ao contrato ser objeto de negócio.

Slide 22 : conceito

Para o autor Silvio Rodrigues, “a cessão de contrato, ou melhor, a


cessão de posição contratual, consiste na transferência da inteira posição
ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma
pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda
não concluída. ”

Slide 23 relação

A cessão do contrato ou da posição contratual envolve três


personagens:

1) o cedente (que transfere a sua posição contratual);

2) o cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida);

3) e o cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo


cedente).
Slide 24 aplicabilidade

A cessão de contrato tem grande aplicação, por exemplo, nos contratos


de cessão de locação, fornecimento, empreitada, financiamento e,
especialmente, no mútuo hipotecário para aquisição da casa própria.

Na cessão de locação, por exemplo, se transfere a posição de um


dos contratantes, com os direitos e as obrigações que simultaneamente a
integram.
Cedendo a locação a terceiro, o locatário não transfere ao cessionário
apenas
o direito de usar e fruir temporariamente o imóvel, mas também, a
obrigação de pagar o aluguel ao locador.

Slide 25 distinção

O que distingue basicamente a cessão da posição contratual da


cessão de crédito e da assunção de dívida é o fato de a transmissão abranger
simultaneamente direitos e deveres de prestar (créditos e débitos), enquanto
a cessão de crédito compreende apenas um direito de crédito e a assunção
de dívida cobre somente um débito.

Slide 26 efeitos

Com relação aos seus personagens, a cessão contratual acarreta uma


série de consequências jurídicas, sendo elas:
1) Efeitos entre o cedente e o contraente cedido (quais sejam, as
partes originárias do contrato.

Quanto aos efeitos do cedente frente ao cedido interessante saber a


cerca da liberação do cedente, frente ao contrato primitivo, após ser cedida
sua posição.

Então como regra, teremos a liberação total do cedente quanto ao


contrato-base e a uma possível inadiplência do cessinário. No entanto, se
preferirem as partes, poderá ser acordado, mediante cláusula escrita, que o
cedente ficará responsabilizado por uma possível inadimplência do
cessionário.

Slide 27

2) Efeitos entre o cedente e o cessionário

Ao transferir a posição contratual, o cedente deve garantir que tal


posição exista, bem como que ela seja o legítimo possuidor da mesma, já que
a ninguém é permitido transferir mais direitos do que aqueles que possui, sob
pena de invalidade do negócio jurídico da cessão.

Então nesses casos de inexistência do contrato ou sua invalidade, bem


como quando há vícios ou defeitos referentes à posição contratual, aplica-se
analogamente os dispositivos na cessão de crédito, determinando que em tais
casos o negócio resolver-se-á em perdas e danos, concomitantemente com a
devolução da quantia acordada pela cessão. Também poderá gerar direito a
indenização nos casos em que a cessão for gratuita, quando essa incorrer em
manifesto e incontestável dolo por parte do cedente.

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3) Efeitos entre o cessionário e o cedido

Com a substituição do cedente pelo cessionário, o cedido passa a ser


novo responsável por determinadas obrigações, de quem passará a exigir
cobranças (que antes seriam exigidas do cedente). Da mesma maneira, o
cedente, apesar de agora ter obrigações a cumprir perante o cedido, possui
agora, também, direitos exigíveis sobre este.

O que há pra se falar aqui é que apenas não se transferem ao


cessionário os direitos potestativos do cedente. quais sejam, aqueles direito
nos quais não se admitem contestações, por exemplo, no caso de um
empregador que dispensa um empregado, nesse caso, cabe a ele aceitar esta
condição. Então, se o contraente originário que cedeu sua posição foi vítima
de dolo no ato do negócio por parte do cedido, e esse vício só foi descoberto
após a cessão, restará ao contraente originário o direito de ingressar em juízo.

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