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NOTARIALE
REGISTRAL
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DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL
No âmbito Constitucional, é competência privativa da União legislar sobre registros públicos, conforme
art. 22, XXV, sendo, desta forma, a Lei Federal n.8.935/94 regulamentadora do artigo 236 da Consti-
tuição que dispõe sobre os serviços notariais e de registro.
Os notários e registradores são considerados pela doutrina como agentes públicos, que no dizer de
Maria Sylvia Zanella di Pietro é "toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas
da Administração Indireta". A expressão agente público é mais ampla (que servidor público) e designa
genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao poder público, necessitando para sua caracteri-
zação o requisito objetivo, revestido pela natureza estatal da atividade desempenhada e o requisito
subjetivo, a investidura na atividade estatal, não podendo, desta forma, os notários e registradores
serem enquadrados como servidores públicos.
Os notários e registradores, como agentes públicos, receberam, de Celso Antônio Bandeira de Mello,
a classificação de particulares em colaboração com a Administração através de delegação de função
ou ofício público. Hely Lopes Meirelles classifica-os como agentes delegados conceituados como:
Particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço pú-
blico e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a
permanente fiscalização do delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos,
nem representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores do Poder
Público. Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissionários de obras e serviços pú-
blicos, os serventuários de ofícios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos,
as demais pessoas que recebem delegação para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de
interesse coletivo.
A remuneração dos notários e registradores não é feita diretamente pelo Estado, e sim pelos particula-
res usuários do serviço, através do pagamento de emolumentos e custas, que são fixados por cada
Estado. A lei federal estabelece normas gerais para fixação de emolumentos, sendo complementada
pela competência concorrente dos Estados.
O caráter privado do serviço notarial e de registro não retira a obrigatoriedade de ingresso na atividade
por concurso público de provas e títulos, tanto para provimento ou remoção, conforme preceitua o § 3°,
do art. 236, da Constituição Federal. Cabe lembrar que a delegação tem caráter personalíssimo, po-
dendo somente o Delegado transferir aos seus prepostos, poderes para a prática dos atos notariais,
não podendo ocorrer a figura da cessão da Delegação.
O direito notarial pode ser conceituado conforme Larraud como o "conjunto sistemático de normas que
estabelecem o regime jurídico do notariado".
Para Néri "o direito notarial pode definir-se como o conjunto de normas positivas e genéricas que go-
vernam e disciplinam as declarações humanas formuladas sob o signo da autenticidade pública".
Leonardo Brandelli define o direito notarial como o "aglomerado de normas jurídicas destinadas a re-
gular a função notarial e o notariado"
Após a conceituação do direito notarial como o conjunto de normas que regulam a função do notário,
veremos a função notarial e nos outros capítulos a sua aplicação nos outros ramos do direito e nos
negócios imobiliários.
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A atuação do notário visa garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos
preventivamente, desobstruindo o Judiciário do acúmulo de processos instaurados no intuito de resta-
belecer a Ordem Jurídica do país, e atuando como instrumento de pacificação social.
Para um melhor entendimento da função notarial deve-se discorrer sobre seus caracteres, abarcando
seu caráter jurídico, cautelar, imparcial, público, técnico e rogatório.
A atividade notarial apresenta seu caráter jurídico quando o Tabelião orienta as partes e concretiza a
sua vontade na formulação do instrumento jurídico adequado à situação jurídica apresentada. Através
da orientação prévia, nota-se o caráter cautelar da atividade.
Leonardo Brandelli afirma que "o caráter de imparcialidade do agente notarial tem sido posto a coberto
pelo legislador mediante um regime de incompatibilidades e inibições, bem como a obrigação de se-
gredo profissional e um sistema de responsabilidades civil, administrativa e criminal, tudo a fim de
mantê-lo intacto e sempre presente".
A atividade notarial é exercida por particulares em colaboração com o Poder Público, através de dele-
gação da função pública. Apesar de ser exercida em caráter privado, a atividade notarial exerce uma
função pública, de garantia da segurança jurídica dos atos praticados pelos Tabeliães.
Os preenchimentos dos requisitos formais do ato praticado é essencial à sua validade jurídica, demons-
trando o seu caráter técnico.
O notário precisa da provocação da parte interessada para agir, tendo em vista o caráter rogatório da
função notarial, não podendo exercer o seu mister por iniciativa própria.
"O notário exara pareceres jurídicos a seus clientes, esclarecendo-os sobre a possibilidade jurídica de
realizar-se determinado ato, sobre a forma jurídica adequada, bem como sobre as conseqüências que
serão engendradas pelo ato."
A aplicação do seu mister de acordo com os ditames do Direito, e o zelo pela autonomia da vontade.
Quanto ao primeiro aspecto, revela o dever do notário de desempenhar sua função em consonância
com o ordenamento jurídico; deve receber a vontade das partes e moldá-la de acordo com o Direito,
dentro de formas jurídicas lícitas. (...) O outro aspecto contempla a obrigação do tabelião de velar pela
autonomia da vontade daqueles que o procuram; deve ele assegurar às partes, dentro do possível,
uma situação de igualdade, bem como assegurar a livre emissão da vontade, despida de qualquer
vício, recusando-se a desempenhar sua função caso apure estar tal vontade eivada por algum vício
que a afete.
Os atos notariais são revestidos de forma (forma ad probationem) que documenta a realização do ato
jurídico, com a finalidade primordial de constituição de prova.
Representam tarefas do notário a investigação dos elementos levados pelos particulares para realiza-
ção de um ato, o seu parecer jurídico acerca de sua concretização, a instrumentalização da vontade
das partes, buscando os meios mais adequados e condizentes com o sistema jurídico-normativo e a
guarda de documentos, com a intenção de revestir o ato de maior segurança jurídica.
O direito registral imobiliário, segundo Maria Helena Diniz, "consiste num complexo de normas jurídico-
positivas e de princípios atinentes ao registro de imóveis que regulam a organização e o funcionamento
das serventias imobiliárias".
A função registral tem por finalidade constituir ou declarar o direito real, através da inscrição do título
respectivo, dotando as relações jurídicas de segurança, dando publicidade registral erga omnes (ou
seja, a todos indistintamente), até prova em contrário.
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A relação de títulos passíveis de registro está enumerada no Código Civil, essa enumeração é taxativa,
não podendo-se acrescentar ou retirar situações de constituição de direitos reais. Veremos cada caso,
nos capítulos seguintes.
Nicolau Balbino Filho, ao analisar a função registral nos ensina ser uma pretensão constante que "o
Registro seja uma fiel reprodução da realidade dos direitos imobiliários. A vida material dos direitos
reais, bem como a sua vida tabular, deveriam-se desenvolver paralelamente, como se a segunda fosse
espelho da primeira. Com efeito, esta é uma ambição difícil de se concretizar, mas em se tratando de
um ideal, nada é impossível; basta perseverar".
2.5 - Fé Pública
3 – Princípios Constitucionais
Mesmo posicionamento é compartilhado pelo notário mineiro João Teodoro da Silva, notadamente com
referência à atividade notarial e de registro entende que:
O exercício em caráter privado significa fundamentalmente autonomia funcional (...). A autonomia, en-
tretanto, é de ser entendida nos limites da obediência aos princípios constitucionais da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade e da publicidade, do que resulta estarem os atos sujeitos à fiscalização
do Poder Judiciário.
Diante do caráter público da função notarial, de ser o notário e o registrador agentes públicos em cola-
boração com a Administração mediante delegação, e diante da autonomia funcional, ditada pelo exer-
cício em caráter privado da função, ficam os mesmos adstritos à obediência aos princípios basilares da
administração pública.
A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. (...) As leis admi-
nistrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem
mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm ver-
dadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. Por outras palavras, a natureza da fun-
ção pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de
cumprir os deveres que a lei lhes impõem.
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No que diz respeito a notários e registradores, o art. 3° da Lei 8.935/94 os qualifica como profissionais
do direito. Logo, têm o dever de conhecer os princípios e normas atinentes aos seus ofícios. As suas
competências são taxativamente definidas em lei (art. 6°/13). Outrossim, o art. 31, I, considera infração
sujeita a sanção disciplinar, a inobservância das prescrições legais e normativas.
Exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar que esse atributo deve ser observado em
relação aos administrados como à própria Administração. No primeiro sentido, o princípio estaria rela-
cionado com a finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Ad-
ministração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que
é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. No segundo sentido, o prin-
cípio significa, segundo José Afonso da Silva baseado na lição de Gordillo que os atos e provimentos
administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade adminis-
trativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão
que formalmente manifesta a vontade estatal."
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter cará-
ter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou ima-
gens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello o princípio da impessoalidade não é senão o princípio da igual-
dade ou isonomia.
O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o
clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu
fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente
como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio também deve ser entendido para excluir a
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas (CF,
art. 37, § 1°). E a finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo;
o interesse público. Todo ato que se apartar desse objetivo sujeitar-se-á a invalidação por desvio de
finalidade.
Na função notarial e registral os atos praticados devem ser de modo impessoal, no sentido de não
privilegiar e não prejudicar qualquer pessoa que venha utilizar esses serviços. Neste sentido o trata-
mento dado às pessoas usuárias do serviço é isonômico, sendo que se praticado em desconformidade
com o princípio da impessoalidade, o notário ou registrador estará sujeito às sanções administrativas
impostas pela Corregedoria de Justiça, órgão que fiscaliza os serviços.
Para Rogério Medeiros Garcia de Lima "no que importa aos serviços notariais e registrais, o art. 30, II,
da Lei n°. 8.935/94, impõe o dever de tratar a todos, indistintamente, com urbanidade e presteza."
O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública.
Na esfera administrativa o sigilo só se admite a teor do art. 5°, XXXIII quando imprescindível à segu-
rança da Sociedade e do Estado.
De acordo com o inciso XXXIII, do art. 5°, da Constituição "todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas àquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado".
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Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos.
Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que produzem conseqüências jurídicas fora dos
órgãos que os emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes
e terceiros. (...) A publicidade, como princípio de administração pública abrange toda atuação estatal,
não só pelo aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento
da conduta interna de seus agentes.
Conforme Walter Ceneviva "os registros públicos previstos pela Lei n°. 6.015/73 dão publicidade aos
atos que lhe são submetidos."
Para o fornecimento de certidões o oficial poderá cobrar emolumentos, que representam a sua remu-
neração, e poderá recusar o seu fornecimento se não houver clareza do objeto solicitado.
Conforme o caput do art. 19 da Lei n°. 6.015/73, verbis: "A certidão será lavrada em inteiro teor, em
resumo, ou em relatório, conforme quesitos, e devidamente autenticada pelo oficial ou seus substitutos
legais, não podendo ser retardada por mais de 5 (cinco) dias."
O prazo para a emissão das certidões que menciona o artigo supra citado é de 5 (cinco) dias úteis,
sendo que Walter Ceneviva já alerta sobre a imperfeição da redação legislativa.
O art. 20, do mesmo diploma legal, estabelece que em caso de recusa ou retardamento na expedição
da certidão, o interessado poderá reclamar à autoridade competente, in casu, à Corregedoria de Jus-
tiça, que aplicará, se for o caso, a pena disciplinar cabível.
Ainda, conforme Walter Ceneviva "a publicidade legal própria da escritura notarial registrada é, em
regra, passiva, estando aberta aos interessados em conhecê-la, mas obrigatória para todos, ante a
oponibilidade afirmada em lei."
Para Rogério Medeiros Garcia de Lima "no campo das atividades de notários e registradores, a publi-
cidade é a razão da sua existência, conforme dispõe o art. 1° da Lei 8.935/94. A fé pública, definida
pelo art. 3°, é – como observou um dirigente da associação paulista da categoria – o seu "produto".
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, de acordo com o princípio da moralidade administrativa:
A Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. Violá-los implicará
violação ao próprio Direito, configurando ilicitude que assujeita a conduta viciada a invalidação, por-
quanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art. 37 da Constituição. Com-
preendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. [24]
Hely Lopes Meirelles preleciona que a moralidade administrativa tornou-se, juntamente com o princípio
da legalidade e da finalidade, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública. Ele, con-
forme os ensinamentos de Hauriou, a moral comum da moral administrativa, sendo esta "imposta ao
agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade
de sua ação: o bem comum."
O art. 30 da lei 8.935/94 estabelece os deveres éticos atribuídos aos notários e registradores.
O princípio da eficiência foi inserido como princípio da Administração Pública, no art. 37, da Constituição
Federal através da Emenda Constitucional n°. 19, de 04.06.1998, que tratou da reforma administrativa.
Dever de eficiência é o que se impõe a toda agente público de realizar suas atribuições com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço
público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
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Os serviços notariais e de registro subordinam-se aos princípios da Administração Pública, dentre eles,
o da eficiência. Walter Ceneviva buscou na economia os preceitos do taylorismo para o alcance do
princípio da eficiência.
Walter Ceneviva trata dos princípios do taylorismo relacionando-os com os serviços notariais e destaca
os seguintes:
Princípio do método – Em cada serventia, apesar da semelhança de muitas das atividades que lhe são
atribuídas, cabe ao titular o estudo sistemático de cada um dos segmentos destinados ao cumprimento
de suas finalidades legais.
O estudo tem o escopo de obter deles o melhor rendimento, de modo a satisfazer os requisitos de
eficácia e de adequação de cada um de tais segmentos, estabelecendo normas de trabalho válidas
para todos os escreventes e auxiliares.
Princípio da técnica – Embora haja na atividade de cada escrevente ou auxiliar, um elemento intelectual
de avaliação do ato a ser praticado, o bom andamento do trabalho, no notariado e no registro, decorre
da criação de treinamentos e rotinas, explicitados em instruções claras, através dos quais cada setor
saiba precisamente o que deve fazer, quando fazer e como fazer, de modo a habilitar, mesmo os menos
dotados, à realização segura e pronta da tarefa que lhes competir.
A especialização é necessária nos serviços notariais e de registro. Princípio da definição das tarefas –
Cada escrevente e cada auxiliar deve saber o trabalho que lhe é atribuído, ainda que compreenda mais
de uma atividade específica, de modo a facilitar a execução, com maior qualidade e em menor tempo.
Percebe-se na fé pública três categorias distintas, a fé pública administrativa, que tem por função cer-
tificar atos da administração pública; a fé pública judicial, envolvendo procedimentos judiciais, na área
puramente litigiosa; e a fé pública notarial, inerente à função dos notários.
A fé pública notarial, "corresponde à especial confiança atribuída por lei ao que o delegado declare ou
faça, no exercício da função, com presunção de verdade; afirma a eficácia de negócio jurídico ajustado
com base no declarado ou praticado pelo registrador e pelo notário"
A lei atribui aos Notários e Registradores a fé pública, mas por outro lado impõe um regime severo de
responsabilidades civis, administrativas e criminais, apurados mediante fiscalização do Judiciário. A fé
pública é inerente à função notarial, dela sendo indissociável.
A fé pública além de exigir pessoa autorizada a praticar a função notarial, requer o atendimento aos
requisitos formais exigidos em cada ato notarial, para que seja assegurada.
O serviço prestado pelos notários, tendo a finalidade de segurança jurídica de seus atos, se perfaz
através de sua fé pública, como forma de dar eficácia à vontade das partes, que buscam uma maneira
mais ágil e eficaz de justiça, de forma a prevenir a instauração de um processo judicial, para garantir a
tutela de seus direitos subjetivos.
4.2 - Forma
A forma pública dos atos notariais são essenciais a sua formalização, estando revestida de juridicidade,
ou seja, adequada às normas de direito. Para Walter Ceneviva os atos notariais devem ser praticados
por profissionais habilitados, em livros próprios, sempre de modo a preservar a intenção e a verdade
da manifestação neles contida.
A inobservância do requisito formal dos atos notariais podem gerar a nulidade, em casos como a lavra-
tura de testamento público, do pacto antenupcial, e a anulabilidade conforme o caso.
4.3 - Autenticação
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O princípio da autenticação para Walter Ceneviva "significa a confirmação, pela autoridade da qual o
notário é investido, da existência e das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto acontecimento
juridicamente relevante".
Comentando a doutrina de Néri, Kollet aplica à autenticação a idéia de certeza da existência de um fato
ou ato jurídico, atestado pelo notário em instrumento solene.
Além dos princípios acima citados, conforme Néri, Luiz Egon Richter acrescenta o princípio da inde-
pendência funcional, representado principalmente pelo exercício em caráter privado da função notarial,
isto é: gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro sob responsabili-
dade exclusiva do titular, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, investimento e pessoal
(art. 21); inexigência de autorização para a prática dos atos necessários à organização e execução dos
serviços (art. 41); independência no exercício de suas atribuições, com direito à percepção dos emolu-
mentos integrais pelos atos praticados na serventia e garantia de permanência da delegação (art. 28).
O princípio de inscrição significa que a constituição, transmissão, modificação ou extinção dos direitos
reais sobre imóveis só se operam entre vivos, mediante sua inscrição no registro. Ainda que uma trans-
missão ou oneração de imóveis haja sido estipulada negocialmente entre particulares, na verdade só
se consumará para produzir o deslocamento da propriedade ou de direito real do transferente ao ad-
quirente pela inscrição
Agustín Washington Rodriguez define a publicidade imobiliária como "o meio pelo qual se leva ao co-
nhecimento do público o estado jurídico dos bens imóveis."
Portanto, a todos os atos submetidos a Registro Público está assegurada a sua publicidade.
b) sacrifica parcialmente a privacidade e a intimidade das pessoas, informando sobre bens e direitos
seus ou que lhes sejam referentes, a benefício das garantias advindas do registro;
O sistema registrário brasileiro adota a presunção relativa quanto à fé pública registral, que encontra
fundamento no art. 1231, do Código Civil, verbis: "Art. 1231. A propriedade se presume plena e exclu-
siva, até prova em contrário".
Desta forma, "a fé pública registral se estende a todas as relações jurídicas passíveis ao registro, res-
pondendo positivamente à existência dos direitos reais ali estabelecidos, ou negativamente, se houver
direitos reais inscritos que proíbam a disponibilidade"
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Para Luiz Antônio Galiani, "não basta ter o direito real adquirido por um título transcrito no registro de
imóveis competente, é preciso que este se origine de título hábil, elaborado por órgão competente. Aos
notários cabe, pois, a tarefa de instrumentalizar os acordos de vontade entre as partes, que requer
forma especial, e, aos registradores, compete dar a força probante da validade e legalidade da relação
jurídica, garantindo que, por título válido, o direito real pertence á pessoa em nome de quem está trans-
crito"
Portanto, presume-se que tudo o que estiver inscrito no Registro de Imóveis tem presunção de veraci-
dade, até prova em contrário. Através desse princípio é que encontra-se segurança jurídica para a
realização do negócio aquisitivo imobiliário.
De acordo com o art. 182 da Lei n°. 6015/73 (LRP): "Todos os títulos tomarão no protocolo o número
de ordem que lhes competir em razão da seqüência rigorosa de sua apresentação".
Com base nesse princípio é que o Registrador deve observar de forma rigorosa a ordem cronológica
de apresentação dos títulos, pois o número do protocolo é que determinará a prioridade do título e a
preferência do direito real.
Havendo títulos com direitos reais contraditórios, será registrado o que primeiro for apresentado, ocor-
rendo a preferência excludente, pois o segundo título será recusado por ser incompatível com o pri-
meiro. Se, porém, os títulos forem compatíveis e de mesma natureza ou de natureza diversa, apresen-
tará superioridade o que tiver sido registrado em primeiro lugar.
Pelo princípio da especialidade ou determinação significa que o imóvel deverá estar precisamente des-
crito e caracterizado, conforme preceitua o art. 176, § 1°, da Lei n°. 6.015/73, devendo ter cada imóvel
matrícula própria, está o número de ordem, a data, a identificação do imóvel, que será feita com indi-
cação; se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas ca-
racterísticas, confrontações, localização e área; se urbano, de suas características e confrontações,
localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver.
Desta forma, há uma precisão da descrição do bem objeto do direito real registrável, dando maior se-
gurança jurídica para o sistema registrário que adota o do fólio real, ou seja, que pressupõe o ordena-
mento por imóveis, quer seja dos títulos ou dos direitos reais que sobre eles recaem.
Pelo princípio da qualificação, legalidade ou legitimidade, o Registrador deverá examinar o título apre-
sentado e fazer uma apreciação quanto à forma, validade e conformidade com a lei.
Ao receber o título para registro, antes mesmo de examiná-lo sob a luz dos princípios da disponibili-
dade, especialidade e continuidade, mister que o analise, primeiramente, sob o aspecto legal, e isto
deverá ser feito tomando-se em canta:
a) se o imóvel objeto da relação jurídica que lhe é apresentado está situado em sua circunscrição
imobiliária;
b) se o título que lhe é apresentado se reveste das formalidades legais exigidas por lei;
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Na verificação da legalidade dos títulos que lhe são apresentados, não poderá o Oficial ir além dos
limites estabelecidos em lei, em razão da função pública que exerce. Deverá analisar somente os as-
pectos formais do título.
Há que se fazer constar, também, por meio de averbações, todas as ocorrências que, por qualquer
modo, alterem o registro, quer em relação à coisa, quer em relação ao titular do direito registrado. Da
mesma forma, para constituir um gravame, deverá estar previamente registrado o imóvel ou o direito
real sobre o qual ele irá recair. Para que se possa proceder ao cancelamento motivado pela extinção
de um direito, é necessário que ele esteja previamente registrado.
A história registral como encadeamento dos atos ou de fatos jurídicos, e como sobreposição dos as-
sentos, constitui a finalidade primordial e um sólido critério de organização, no qual o registro deve
manter uma efetiva conexão entre os diferentes negócios modificativos da situação jurídico-real, por
meio de assentamentos registrários.
Pelo princípio da instância o rogação o Oficial do Registro de Imóveis não poderá agir de ofício, para
que atue deverá haver o pedido do interessado.
A solicitação de qualquer ato registral é simples, independe de forma especial e pode ser expressa ou
tácita. É expressa quando o requerente manifesta claramente ao registrador sua vontade de obter o
lançamento registrário. A pretensão é tácita quando o registrador, por experiência própria, detecta a
vontade do interessado. Como regra geral entende-se que o mero fato de apresentar documentos ao
registro constitui uma solicitação para a prática dos atos registrais inerentes a todo o seu conteúdo.
No direito pátrio a solicitação expressa pode ser escrita ou verbal. São escritas todas aquelas previstas
no art. 167, II, n. 4 e 5, da LRP, ou seja, da mudança de denominação e de numeração dos prédios, da
edificação, da reconstrução, da demolição, do desmembramento e do loteamento de imóveis; e da
alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de outras circunstâncias que, de qualquer
modo, tenham influência no registro ou nas pessoas nele interessadas. Essas averbações, conforme
determina o parágrafo único do art. 246 da LPR, serão feitas a requerimento dos interessados, com
firma reconhecida, instruído com documento comprobatório fornecido pela autoridade competente. A
alteração do nome só poderá ser averbada quando devidamente comprovada por certidão do registro
civil.
Resumindo, a inscrição dos títulos no registro poderá ser pedida indistintamente: a) pelo adquirente do
direito; b) pelo transmitente do direito; c) por quem tenha interesse em assegurar o direito que deva ser
inscrito; d) pelo representante legal de qualquer deles.
Há exceções ao princípio da instância, que encontram-se no art. 13, art. 167, II, n.13, e art. 213, da Lei
6.015/73:
Art. 13. Salvo as anotações e as averbações obrigatórias, os atos do registro serão praticados:
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II – a averbação: (...)
13) ex officio, dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder público. (…)
d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção de coordenadas geore-
ferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais;
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das medidas perimetrais
constantes do registro;
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objeto de retifi-
cação;
g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes, comprovada por documentos
oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de outras provas;
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
TÍTULO I
Dos Serviços Notariais e de Registros
CAPÍTULO I
Natureza e Fins
Art. 2º (Vetado).
§ 1º O serviço de registro civil das pessoas naturais será prestado, também, nos sábados,
domingos e feriados pelo sistema de plantão.
CAPÍTULO II
Dos Notários e Registradores
SEÇÃO I
Dos Titulares
I - tabeliães de notas;
SEÇÃO II
Das Atribuições e Competências dos Notários
II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma
legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados,
conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo;
IV - reconhecer firmas;
V - autenticar cópias.
Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligências
necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo o que couber, sem
ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato.
Art. 8º É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio das partes ou
o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio.
Art. 9º O tabelião de notas não poderá praticar atos de seu ofício fora do Município para o
qual recebeu delegação.
II - intimar os devedores dos títulos para aceitá-los, devolvê-los ou pagá-los, sob pena de
protesto;
IV - lavrar o protesto, registrando o ato em livro próprio, em microfilme ou sob outra forma
de documentação;
VI - averbar:
a) o cancelamento do protesto;
VII - expedir certidões de atos e documentos que constem de seus registros e papéis.
SEÇÃO III
Das Atribuições e Competências dos Oficiais de Registros
Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das pessoas
jurídicas, civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas compete a prática dos atos
relacionados na legislação pertinente aos registros públicos, de que são incumbidos,
independentemente de prévia distribuição, mas sujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis
das pessoas naturais às normas que definirem as circunscrições geográficas.
III - expedir certidões de atos e documentos que constem de seus registros e papéis.
TÍTULO II
Das Normas Comuns
CAPÍTULO I
Do Ingresso na Atividade Notarial e de Registro
Art. 14. A delegação para o exercício da atividade notarial e de registro depende dos
seguintes requisitos:
II - nacionalidade brasileira;
Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder Judiciário, com a participação, em
todas as suas fases, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um notário e
de um registrador.
§ 3º (Vetado).
Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente, duas terças partes por concurso
público de provas e títulos e uma terça parte por concurso de remoção, de provas e títulos, não
se permitindo que qualquer serventia notarial ou de registro fique vaga, sem abertura de
concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente, duas terças partes por concurso
público de provas e títulos e uma terça parte por meio de remoção, mediante concurso de
títulos, não se permitindo que qualquer serventia notarial ou de registro fique vaga, sem
abertura de concurso de provimento inicial ou de remoção, por mais de seis
meses. (Redação dada pela Lei nº 10.506, de 9.7.2002)
Parágrafo único. Para estabelecer o critério do preenchimento, tomar-se-á por base a data
de vacância da titularidade ou, quando vagas na mesma data, aquela da criação do serviço.
Art. 17. Ao concurso de remoção somente serão admitidos titulares que exerçam a
atividade por mais de dois anos.
Art. 18. A legislação estadual disporá sobre as normas e os critérios para o concurso de
remoção.
Parágrafo único. Aos que ingressaram por concurso, nos termos do art. 236 da Constituição
Federal, ficam preservadas todas as remoções reguladas por lei estadual ou do Distrito
Federal, homologadas pelo respectivo Tribunal de Justiça, que ocorreram no período anterior à
publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.489, de 2017)
Art. 19. Os candidatos serão declarados habilitados na rigorosa ordem de classificação no
concurso.
CAPÍTULO II
Dos Prepostos
§ 5º Dentre os substitutos, um deles será designado pelo notário ou oficial de registro para
responder pelo respectivo serviço nas ausências e nos impedimentos do titular. (Vide ADIN
1183)
CAPÍTULO III
Da Responsabilidade Civil e Criminal
Art. 22. Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e seus
prepostos causem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos
primeiros direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos.
Art. 22. Os notários e oficiais de registro, temporários ou permanentes, responderão pelos
danos que eles e seus prepostos causem a terceiros, inclusive pelos relacionados a direitos e
encargos trabalhistas, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros
direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos. (Redação dada pela Lei nº
13.137, de 2015)
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem
ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso. (Redação dada pela
Lei nº 13.286, de 2016).
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da
data de lavratura do ato registral ou notarial. (Redação dada pela Lei nº 13.286, de 2016).
CAPÍTULO IV
Das Incompatibilidades e dos Impedimentos
§ 1º (Vetado).
Parágrafo único. Poderão, contudo, ser acumulados nos Municípios que não
comportarem, em razão do volume dos serviços ou da receita, a instalação de mais de um dos
serviços.
Art. 27. No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar,
pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes,
na linha reta, ou na colateral, consangüíneos ou afins, até o terceiro grau.
CAPÍTULO V
Dos Direitos e Deveres
VII - afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos
em vigor;
VIII - observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;
X - observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;
XI - fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar;
XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente; e (Redação dada
pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
XV - admitir pagamento dos emolumentos, das custas e das despesas por meios eletrônicos, a
critério do usuário, inclusive mediante parcelamento. (Incluído pela Medida Provisória nº
1.085, de 2021)
XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente; e (Redação dada
pela Lei nº 14.382, de 2022)
XV - admitir pagamento dos emolumentos, das custas e das despesas por meio eletrônico, a
critério do usuário, inclusive mediante parcelamento. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
CAPÍTULO VI
Das Infrações Disciplinares e das Penalidades
Art. 31. São infrações disciplinares que sujeitam os notários e os oficiais de registro às
penalidades previstas nesta lei:
Art. 32. Os notários e os oficiais de registro estão sujeitos, pelas infrações que praticarem,
assegurado amplo direito de defesa, às seguintes penas:
I - repreensão;
II - multa;
IV - perda da delegação.
II - a de multa, em caso de reincidência ou de infração que não configure falta mais grave;
Art. 34. As penas serão impostas pelo juízo competente, independentemente da ordem de
gradação, conforme a gravidade do fato.
§ 2º (Vetado).
Art. 36. Quando, para a apuração de faltas imputadas a notários ou a oficiais de registro,
for necessário o afastamento do titular do serviço, poderá ele ser suspenso, preventivamente,
pelo prazo de noventa dias, prorrogável por mais trinta.
§ 3º Absolvido o titular, receberá ele o montante dessa conta; condenado, caberá esse
montante ao interventor.
CAPÍTULO VII
Da Fiscalização pelo Poder Judiciário
Art. 37. A fiscalização judiciária dos atos notariais e de registro, mencionados nos artes. 6º
a 13, será exercida pelo juízo competente, assim definido na órbita estadual e do Distrito
Federal, sempre que necessário, ou mediante representação de qualquer interessado, quando
da inobservância de obrigação legal por parte de notário ou de oficial de registro, ou de seus
prepostos.
Parágrafo único. Quando, em autos ou papéis de que conhecer, o Juiz verificar a
existência de crime de ação pública, remeterá ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 38. O juízo competente zelará para que os serviços notariais e de registro sejam
prestados com rapidez, qualidade satisfatória e de modo eficiente, podendo sugerir à
autoridade competente a elaboração de planos de adequada e melhor prestação desses
serviços, observados, também, critérios populacionais e sócio-econômicos, publicados
regularmente pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
CAPÍTULO VIII
Da Extinção da Delegação
I - morte;
III - invalidez;
IV - renúncia;
CAPÍTULO IX
Da Seguridade Social
TÍTULO III
Das Disposições Gerais
Art. 41. Incumbe aos notários e aos oficiais de registro praticar, independentemente de
autorização, todos os atos previstos em lei necessários à organização e execução dos
serviços, podendo, ainda, adotar sistemas de computação, microfilmagem, disco ótico e outros
meios de reprodução.
Art. 42. Os papéis referentes aos serviços dos notários e dos oficiais de registro serão
arquivados mediante utilização de processos que facilitem as buscas.
Art. 42-A. As centrais de serviços eletrônicos, geridas por entidade representativa da atividade
notarial e de registro para acessibilidade digital a serviços e maior publicidade, sistematização
e tratamento digital de dados e informações inerentes às atribuições delegadas, poderão fixar
preços e gratuidades pelos serviços de natureza complementar que prestam e disponibilizam
aos seus usuários de forma facultativa. (Incluído pela Lei nº 14.206, de 2021) (Revogado
Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
§ 1º (Vetado).
§ 2º Em cada sede municipal haverá no mínimo um registrador civil das pessoas naturais.
Art. 45. São gratuitos para os reconhecidamente pobres os assentos do registro civil de
nascimento e o de óbito, bem como as respectivas certidões.
Art. 45. São gratuitos os assentos do registro civil de nascimento e o de óbito, bem como
a primeira certidão respectiva. (Redação dada pela Lei nº 9.534, de 10.12.1997)
TÍTULO IV
Das Disposições Transitórias
Art. 47. O notário e o oficial de registro, legalmente nomeados até 5 de outubro de 1988,
detêm a delegação constitucional de que trata o art. 2º.
Art. 51. Aos atuais notários e oficiais de registro, quando da aposentadoria, fica
assegurado o direito de percepção de proventos de acordo com a legislação que anteriormente
os regia, desde que tenham mantido as contribuições nela estipuladas até a data do
deferimento do pedido ou de sua concessão.
§ 2º Os proventos de que trata este artigo serão os fixados pela legislação previdenciária
aludida no caput.
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se também às pensões deixadas, por morte, pelos
notários, oficiais de registro, escreventes e auxiliares.
Art. 52. Nas unidades federativas onde já existia lei estadual específica, em vigor na data
de publicação desta lei, são competentes para a lavratura de instrumentos traslatícios de
direitos reais, procurações, reconhecimento de firmas e autenticação de cópia reprográfica os
serviços de Registro Civil das Pessoas Naturais.
Art. 53. Nos Estados cujas organizações judiciárias, vigentes à época da publicação desta
lei, assim previrem, continuam em vigor as determinações relativas à fixação da área territorial
de atuação dos tabeliães de protesto de títulos, a quem os títulos serão distribuídos em
obediência às respectivas zonas.
ITAMAR FRANCO
Alexandre de Paula Dupeyrat Martins
*
LEI Nº 15.424, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004
SUMÁRIO
TÍTULOS ARTIGOS
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 1º a 5º
CAPÍTULO II - DOS EMOLUMENTOS E DA TAXA DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Seção I - Normas Gerais 6º a 18
Seção II - Das Isenções 19 a 22
Seção III - Do Recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária 23 e 24
Seção IV - Da Fiscalização Tributária 25 a 27
CAPÍTULO III - DA FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA 28 a 30
CAPÍTULO IV - DA COMPENSAÇÃO DOS ATOS GRATUITOS E DA COMPLEMENTAÇÃO
DE RECEITA ÀS SERVENTIAS DEFICITÁRIAS
Seção I - Disposições Gerais 31 a 40
Seção II - Da Fiscalização da Compensação dos Atos Sujeitos à Gratuidade Estabelecida em 41 a 43
Lei Federal
Seção III - Disposições Transitórias 44 e 45
CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES FINAIS 46 a 52
ANEXOS
TABELA 1 - ATOS DO TABELIÃO DE NOTAS TABELA 1
TABELA 2 - ATOS DO OFICIAL DO REGISTRO DE DISTRIBUIÇÃO TABELA 2
TABELA 3 - ATOS DO TABELIÃO DE PROTESTO DE TÍTULOS TABELA 3
TABELA 4 - ATOS DO OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS TABELA 4
TABELA 5 - ATOS DO OFICIAL DE REGISTROS DE TÍTULOS E DOCUMENTOS TABELA 5
TABELA 6 - ATOS DO OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS TABELA 6
TABELA 7 - ATOS DO OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E DO TABELA 7
JUIZ DE PAZ
TABELA 8 - ATOS COMUNS A REGISTRADORES E NOTÁRIOS TABELA 8
LEI Nº 15.424, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004
(MG de 31/12/2004)
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou, e eu, em seu nome,
promulgo a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º A fixação, a contagem, a cobrança e o pagamento de emolumentos relativos aos atos
praticados pelos serviços notariais e de registro de que trata o art. 277 da Constituição do
Estado, o recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária e a forma de compensação prevista
no art. 8º da Lei Federal n.º 10.169, de 29 de dezembro de 2000, concernente aos atos sujeitos
à gratuidade estabelecida na legislação federal, obedecerão às disposições desta Lei.
Art. 2º Os emolumentos são a retribuição pecuniária por atos praticados pelo Notário e pelo
Registrador, no âmbito de suas respectivas competências, e têm como fato gerador a prática
de atos pelo Tabelião de Notas, Tabelião de Protesto de Títulos, Oficial de Registro de Imóveis,
Oficial de Registro de Títulos e Documentos, Oficial de Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Oficial de Registro de Distribuição.
§ 2º Na hipótese de contagem ou cotação a menor dos valores devidos para a prática do ato
notarial ou de registro caberá ao interessado a sua complementação.
Art. 3º A Taxa de Fiscalização Judiciária tem como fato gerador o exercício do poder de
polícia atribuído ao Poder Judiciário pela Constituição da República, em seu art. 236, § 1º, e
legalmente exercido pela Corregedoria-Geral de Justiça e pelo Juiz de Direito Diretor do Foro.
CAPÍTULO II
DOS EMOLUMENTOS E DA TAXA DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Seção I
Normas Gerais
(17) § 1º Na cotação, faculta-se o uso de carimbo que indique os valores expressos nas
tabelas constantes no Anexo desta Lei.
(18) § 3º Para efeitos do disposto no caput deste artigo, será exigida a utilização de
equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF - ou de nota fiscal, na forma em que dispuser o
regulamento.
Art. 9º Na hipótese de não se realizar o ato notarial ou de registro, os valores recebidos serão
restituídos ao usuário, deduzidas as quantias relativas às certidões porventura fornecidas.
Art. 10. Os atos específicos de cada serviço notarial ou de registro, para cobrança de valores,
nos termos das tabelas constantes no Anexo desta Lei, são classificados em:
II - atos relativos a situações jurídicas com conteúdo financeiro e valores fixos, ou fixados
mediante a observância de faixas que estabeleçam valores mínimos e máximos, nas quais
enquadrar-se-á o valor constante do documento apresentado aos serviços notariais e de
registro.
(46) § 1º - A averbação será considerada com conteúdo financeiro quando implicar majoração
do valor do contrato ou da dívida constante no registro, em virtude da liberação de um crédito,
ou quando houver constituição, transferência, modificação ou renúncia de direito real, reversão
da propriedade, cessão de direito, caução, cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis,
termo de securitização de créditos imobiliários, cessão de crédito imobiliário ou sub-rogação de
dívida.
II - valor do imóvel estabelecido no último lançamento efetuado pelo Município, para efeito de
cobrança de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, ou pelo órgão federal
competente, para efeito de cobrança de imposto sobre a propriedade territorial rural;
III - o valor do bem ou direito objeto do ato notarial ou registral utilizado para fins do
recolhimento do imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição, ou do imposto sobre transmissão
causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
(46) IV - o resultado da divisão do valor do contrato pelo número de imóveis, nos registros e
escrituras de direitos reais de garantia, quando dois ou mais imóveis forem dados em garantia,
estejam ou não situados na mesma circunscrição imobiliária, tenham ou não igual valor;
VII - o valor da soma das doze primeiras parcelas mensais do contrato ou do total de meses,
em contrato de leasing, quando o prazo for inferior a doze meses;
X - o resultado da divisão do valor da dívida exeqüenda pelo número de imóveis nos registros
de penhora, arresto e seqüestro, quando dois ou mais imóveis forem objeto de constrição,
estejam ou não situados na mesma circunscrição imobiliária, tenham ou não igual valor, em
relação a cada um dos registros;
a) o valor da soma dos aluguéis mensais, tratando-se de contrato com prazo determinado;
(19) XIII - o valor total dos bens móveis e semoventes e o valor de cada unidade imobiliária
transmitidos, excluída a meação, na lavratura de escritura de inventário e partilha,
independentemente do número de quinhões e herdeiros;
(19) XIV - o valor correspondente ao que exceder a meação, na lavratura de escritura de
separação ou divórcio consensuais, independentemente da quantidade de bens e direitos
partilhados;
(46) XV - o valor dos bens e direitos a serem registrados, quando se tratar de registro do
formal de partilha.
§ 4º Para fins do enquadramento a que se refere o § 3º deste artigo, serão considerados ainda
os seguintes parâmetros:
I - para cálculo dos valores devidos por registro de contrato, título e documento, cujas quantias
venham expressas em moeda estrangeira, far-se-á a conversão em moeda nacional, com a
utilização do valor de compra do câmbio oficial do dia em que for apresentado o documento;
§ 5º Na hipótese em que, por força de lei, deva ser utilizado valor decorrente de avaliação
judicial ou fiscal, o parâmetro para a cobrança dos emolumentos e da Taxa de Fiscalização
Judiciária será o valor nela considerado.
(47) I - acervo previamente digitalizado pelo próprio usuário ou por terceiros a pedido do
usuário, mediante apresentação dos originais;
(47) III - acervo previamente digitalizado pelo próprio usuário ou por terceiros a pedido do
usuário, sem apresentação dos suportes físicos originários ao cartório para fins de conferência,
circunstância essa que constará da certificação de registro do respectivo índice e de
posteriores certidões, inclusive de documento específico.
(21) Art. 10-A. Após o registro do parcelamento do solo ou da incorporação imobiliária e até
a emissão da carta de habite-se, as averbações e registros relativos à pessoa do incorporador
ou referentes a direitos reais de garantias, cessões ou demais negócios jurídicos que envolvam
o empreendimento serão realizados na matrícula de origem do imóvel e em cada uma das
matrículas das unidades autônomas eventualmente abertas.
Art. 11. As intervenções ou anuências de terceiros, desde que não impliquem outros atos, não
autorizam acréscimos de valores de emolumentos.
(15) § 1° Não serão devidos emolumentos, Taxa de Fiscalização Judiciária nem quaisquer
outras despesas pela Fazenda Pública credora quando esta solicitar a desistência ou o
cancelamento do protesto por remessa indevida, bem como no caso de sustação judicial.
(15) § 2° Constituem documentos de dívida pública para os fins desta lei as certidões de
dívida ativa inscritas na forma da lei, as certidões de dívida previdenciária expedidas pela
Justiça do Trabalho, os acórdãos dos Tribunais de Contas e as sentenças cíveis
condenatórias.
(58) Art.12-B - Os emolumentos e a respectiva Taxa de Fiscalização Judiciária fixados
nas tabelas constantes no Anexo desta lei e demais despesas, devidos pela apresentação e
distribuição a protesto de títulos e documentos de dívida, serão pagos pelos interessados nos
seguintes momentos:
(58) § 1º - Os valores cobrados dos interessados serão os previstos nas tabelas em vigor
na data da prática do ato pelo tabelião.
(16) Art. 13. Os valores devidos pelos registros de penhora e de protesto decorrente de
ordem judicial serão pagos, na execução trabalhista, ao final, pelo executado, de acordo com
os valores vigentes à época do pagamento.
Art. 14. Os valores devidos pelo registro e pela averbação de cédulas e notas de crédito rural,
de crédito industrial e de crédito comercial, de cédulas de produto rural e de crédito imobiliário
são os estabelecidos nas tabelas constantes no Anexo desta Lei.
(7) Art. 15. A cobrança de valores pelos atos relacionados com o Sistema Financeiro da
Habitação deverá ser efetuada atendendo-se ao seguinte:
(8) I - no caso dos emolumentos, serão observadas as reduções estabelecidas em lei federal;
(8) II - no caso da Taxa de Fiscalização Judiciária, esta será reduzida em 50% (cinquenta por
cento).
(40) § 1º
(23) Art. 15-A. Não serão devidos os emolumentos, as custas e a Taxa de Fiscalização
Judiciária referentes a escritura pública, a registro de alienação de imóvel e das
correspondentes garantias reais e aos demais atos registrais e notariais relativos ao primeiro
imóvel residencial adquirido ou financiado pelo beneficiário do Promorar-Militar, com recursos
do Fundo de Apoio Habitacional aos Militares do Estado de Minas Gerais - FAHMENG -,
instituído pela Lei nº 17.949, de 22 de dezembro de 2008, com renda familiar mensal de até
três salários mínimos.
(23) I - 90% (noventa por cento), quando o imóvel residencial for destinado a beneficiário com
renda familiar mensal superior a três e inferior ou igual a seis salários mínimos;
(23) II - 80% (oitenta por cento), quando o imóvel residencial for destinado a beneficiário com
renda familiar mensal superior a seis e inferior ou igual a dez salários mínimos.
(24) I - 75% (setenta e cinco por cento) para os imóveis residenciais adquiridos do Fundo de
Arrendamento Residencial - FAR - e do Fundo de Desenvolvimento Social - FDS;
(24) lI - 50% (cinquenta por cento) para os imóveis residenciais dos demais empreendimentos
do Programa Minha Casa, Minha Vida.
I - cobrar do usuário quantias não previstas nas tabelas constantes no Anexo desta Lei, ainda
que sob fundamento de analogia;
II - cobrar do usuário emolumentos e Taxa de Fiscalização Judiciária por atos não previstos
nos dispositivos e tabelas constantes no Anexo desta Lei;
III - cobrar do usuário emolumentos por ato retificador ou renovador em razão de erro imputável
aos respectivos serviços notariais e de registro;
(7) IV - cobrar acréscimo quando ocorrer, nos atos notariais e de registro, transcrição de
alvará, mandado, guia de recolhimento ou documento de arrecadação de tributos ou certidões
em geral.
VII - cobrar valores maiores que os previstos nas tabelas constantes no Anexo desta Lei;
(49) Parágrafo único - A despesa com publicação de edital pela imprensa, bem como com
acesso a sistemas informatizados, previsto em lei, correrá por conta do interessado e deverá
ser providenciada pelo serviço notarial ou de registro competente.
(11) Art. 18-A. Os emolumentos, bem como as taxas referentes aos documentos eletrônicos,
formalizados e expedidos pelos serviços notariais e registrais, serão cotados nos valores e
parâmetros especificados nesta Lei.
Seção II
Das Isenções
(16) Art. 19. O Estado de Minas Gerais e suas autarquias e fundações ficam isentos do
pagamento de emolumentos e da Taxa de Fiscalização Judiciária, bem como de qualquer outra
despesa, pela prática de atos notariais e de registro de seu interesse.
(7) Art. 20. Fica isenta de emolumentos e da Taxa de Fiscalização Judiciária a prática de
atos notariais e de registro:
(8) d) quando a parte for representada por Defensor Público Estadual ou advogado dativo
designado nos termos da Lei n° 13.166, de 20 de janeiro de 1999;
(8) e) quando a parte não estiver assistida por advogado, nos processos de competência dos
juizados especiais de que tratam as Leis Federais nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
10.259, de 12 de julho de 2001;
(8) II - de penhora ou arresto, nos termos do inciso IV do art. 7° da Lei Federal n° 6.830, de 22
de setembro de 1980;
(8) III - de escritura e registro de casa própria de até 60m² (sessenta metros quadrados) de
área construída em terreno de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), quando
vinculada a programa habitacional federal, estadual ou municipal destinado a pessoa de baixa
renda, com participação do poder público;
(8) IV - de interesse da União, nos termos do Decreto-Lei Federal n° 1.537, de 13 de abril de
1977;
(8) VII - a que se refere o § 3° do art. 1.124-A da Lei Federal n° 5.869, de 11 de janeiro de
1973, que institui o Código de Processo Civil;
(25) IX - de certidões expedidas pelo Registro Civil das Pessoas Naturais solicitadas por
órgãos públicos federais ou municipais, bem como por órgãos de outros Estados;
(51) X - relativos a bem ou direito havidos por transmissão causa mortis que tenham sido
doados ao Estado, suas autarquias e fundações pelo sucessor ou beneficiário;
(51) XI - relativos a bem ou direito havidos por doação que tenham sido doados ao Estado,
suas autarquias e fundações pelo donatário do excedente de meação de que trata o inciso IV
do caput do art. 1º da Lei nº 14.941, de 29 de dezembro de 2003.
(8) § 1° A concessão da isenção de que trata o inciso I do caput deste artigo fica
condicionada a pedido formulado pela parte perante o oficial, no qual conste a sua expressa
declaração de que é pobre no sentido legal e de que não pagou honorários advocatícios, para
fins de comprovação junto ao Fisco Estadual, e, na hipótese de constatação da improcedência
da situação de pobreza, poderá o notário ou registrador exigir da parte o pagamento dos
emolumentos e da Taxa de Fiscalização Judiciária correspondentes.
(8) § 2° A isenção a que se refere o inciso III do caput deste artigo aplica-se às legitimações
de terras devolutas, quando efetuadas pelo Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais, em
cumprimento à Lei n° 7.373, de 3 de outubro de 1978.
(8) § 3° A isenção a que se refere o inciso V do caput deste artigo destina-se às entidades
que efetivamente prestam serviços de assistência social no cumprimento dos objetivos
previstos nos incisos I a V do art. 3° da Lei n° 12.262, de 1996, não se aplicando às entidades
mantenedoras cujas sedes funcionem apenas como escritório administrativo, sem atuar
diretamente na área da assistência social.
Art. 22. O fornecimento de Certidão Negativa de Registro, para fins de usucapião, será
gratuito para o pobre no sentido legal.
Seção III
Do Recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária
Art. 23. O recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária será regulamentado por ato
normativo conjunto da Secretaria de Estado de Fazenda e da Corregedoria-Geral de Justiça,
observadas as necessidades de controle e fiscalização tributária e judiciária da Secretaria de
Estado de Fazenda e da Corregedoria-Geral de Justiça, respectivamente.
Art. 24. A falta de pagamento da Taxa de Fiscalização Judiciária ou seu pagamento a menor
ou intempestivo acarretará a aplicação de multa, calculada sobre o valor da taxa devida, nos
seguintes termos:
a) 0,15% (zero vírgula quinze por cento) do valor da taxa por dia de atraso, até o trigésimo dia;
b) 9% (nove por cento) do valor da taxa, do trigésimo primeiro ao sexagésimo dia de atraso;
c) 12% (doze por cento) do valor da taxa, após o sexagésimo dia de atraso;
II - havendo ação fiscal, será cobrada multa de revalidação de 50% (cinqüenta por cento) do
valor da taxa, observadas as seguintes reduções:
a) a 40% (quarenta por cento) do valor da multa, quando o pagamento ocorrer no prazo de dez
dias do recebimento do Auto de Infração;
b) a 50% (cinqüenta por cento) do valor da multa, quando o pagamento ocorrer após o prazo
previsto no item "a" e até trinta dias contados do recebimento do Auto de Infração;
c) a 60% (sessenta por cento) do valor da multa, quando o pagamento ocorrer após o prazo
previsto no item "b" e antes de sua inscrição em dívida ativa.
(42) III - a partir da inscrição em dívida ativa, a multa de mora será de 25% (vinte e cinco por
cento) do valor da taxa não recolhida, na hipótese de crédito tributário declarado pelo sujeito
passivo em documento destinado a informar a apuração do seu valor.
(53) II - a partir da inscrição em dívida ativa, quando o crédito tributário tiver sido declarado
pelo sujeito passivo em documento destinado a informar ao Fisco a apuração do tributo.
II - reduzida em conformidade com o inciso II do caput deste artigo, com base na data de
pagamento da entrada prévia, em caso de ação fiscal.
Seção IV
Da Fiscalização Tributária
Art. 25. Constatada infração relativa à Taxa de Fiscalização Judiciária, cabe ao fiscal da
Secretaria de Estado de Fazenda lavrar auto de infração para a formalização do crédito
tributário, assegurada a ampla defesa, observada a tramitação e os procedimentos previstos na
Lei n.º 6.763, de 26 de dezembro de 1975, e na Lei n.º 13.470, de 17 de janeiro de 2000,
naquilo que for aplicável.
Art. 26. São obrigados a exibir os documentos e os livros relacionados com os atos notariais e
de registro e com a Taxa de Fiscalização Judiciária, bem como a prestar as informações
solicitadas pelo Fisco Estadual e a não embaraçar a ação fiscal:
II - os notários e os registradores;
Parágrafo único. Além da obrigação prevista no caput deste artigo, o Notário e o Registrador
remeterão mensalmente, à Secretaria de Estado de Fazenda, até o décimo quinto dia útil do
mês subseqüente ao da prática do ato, relatório circunstanciado contendo a quantidade de atos
praticados, por espécie e por situação jurídica com e sem conteúdo financeiro, indicando o
valor dos emolumentos cobrados e o valor da Taxa de Fiscalização Judiciária recolhida ao
Estado, assim como as informações relativas à utilização, ao estoque e ao controle do selo de
fiscalização de que trata o art. 28 desta Lei, por eles comprado, conforme dispuser o
regulamento.
Art. 27. Constituem infrações relativas à Taxa de Fiscalização Judiciária, apuradas de ofício
pelo Fisco, conforme dispuser o regulamento, sem prejuízo de outras medidas administrativas
e disciplinares e de outras sanções previstas em Lei, bem como do tributo devido e seus
acréscimos legais:
(28) III - o descumprimento do disposto no parágrafo único do art. 26, no que se refere ao
relatório circunstanciado, sujeitando o notário e o registrador às seguintes penalidades:
(28) a) pela falta de entrega: R$2.000,00 (dois mil reais) por vez;
(28) b) pela entrega fora do prazo: R$1.000,00 (mil reais) por vez;
(28) c) pela entrega com dados incompletos ou incorretos: R$2.000,00 (dois mil reais) por vez.
CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Art. 28. A fiscalização judiciária relacionada com a prática dos atos notariais e de registro e o
cumprimento, pelo Notário, Registrador e seus prepostos, das disposições e tabelas constantes
no Anexo desta Lei será exercida pela Corregedoria-Geral de Justiça ou pelo Juiz de Direito
Diretor do Foro, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público ou do interessado.
§ 5º Poderá ser exigida a utilização de selo de série e cor diferenciadas, ou outro critério de
diferenciação, para o ato notarial e de registro em razão de sua natureza, espécie, valor ou
faixa de valores, bem como do valor ou faixa de valores da respectiva Taxa de Fiscalização
Judiciária.
(11) Art. 28-A. Como meio acessório da fiscalização de que trata o art. 28 desta Lei, os
notários e registradores adotarão papel padronizado, com requisitos de segurança que
impeçam a adulteração e a falsificação dos atos notariais.
Art. 29. Relativamente ao selo de fiscalização, até que seja expedido o ato normativo conjunto
de que trata o § 3º do art. 28 desta Lei, continuam em vigor as normas expedidas pelo Tribunal
de Justiça do Estado e pela Corregedoria-Geral de Justiça.
Art. 30. Sem prejuízo de outras sanções, o Notário e o Registrador ficam sujeitos a multa de,
no mínimo, R$750,00 (setecentos e cinqüenta reais) e, no máximo, R$7.500,00 (sete mil e
quinhentos reais), nas seguintes hipóteses:
I - não afixar a tabela de valores dos emolumentos relativos a atos de sua especialidade nas
dependências do serviço, em lugar visível e de fácil leitura e acesso ao público, em
conformidade com as tabelas constantes no Anexo desta Lei;
III - desobedecer às vedações que lhe são impostas no art. 16 desta Lei;
(2) IV - não afixar cartazes conforme disposto no art. 21-A desta Lei;
(62) V -
§ 1º A multa a que se refere o caput será imposta pelo Corregedor-Geral de Justiça ou pelo
Juiz de Direito Diretor do Foro, mediante processo administrativo-disciplinar, garantida a ampla
defesa.
§ 3º Para a gradação da pena de multa prevista neste artigo, serão considerados, entre outros
critérios, os antecedentes disciplinares do infrator.
§ 4º A multa prevista neste artigo constituirá receita do Estado, devendo seu recolhimento e a
restituição devida ao interessado ser efetuados pelo infrator no prazo de cinco dias úteis
contados do trânsito em julgado da decisão.
§ 5º O não-recolhimento da multa a que se refere o caput implicará sua inscrição como débito
na dívida ativa do Estado.
CAPÍTULO IV
DA COMPENSAÇÃO DOS ATOS GRATUITOS E DA COMPLEMENTAÇÃO
DE RECEITA ÀS SERVENTIAS DEFICITÁRIAS
Seção I
Disposições Gerais
(4, 6) Art. 31. Fica estabelecida, sem ônus para o Estado, a compensação ao Oficial do
Registro Civil das Pessoas Naturais pelos atos gratuitos por ele praticados em decorrência de
lei, conforme o disposto no art. 8º da Lei Federal nº 10.169, de 29 de dezembro de 2000, bem
como a compensação pelos atos gratuitos praticados pelos registradores de imóveis em
decorrência da aplicação da Lei nº 14.313, de 19 de junho de 2002.
Parágrafo único. A compensação de que trata o caput deste artigo será realizada com
recursos provenientes do recolhimento de quantia equivalente a 5,66% (cinco vírgula sessenta
e seis por cento) do valor dos emolumentos recebidos pelo Notário e pelo Registrador.
(7) Art. 32. O recolhimento a que se refere o parágrafo único do art. 31 desta Lei será feito
mediante depósito mensal em conta bancária específica, aberta pelo Sindicato dos Oficiais de
Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais - Recivil - e administrada pela
comissão de que trata o art. 33.
(8) § 1° A partir do recebimento dos emolumentos, o notário ou o registrador constitui-se
depositário dos valores devidos à compensação prevista no art. 31, até o efetivo depósito na
conta a que se refere o caput deste artigo.
(8) § 2° A conta a que se refere o caput será identificada como “Recompe-MG - Recursos de
Compensação”.
(29) Art. 33. A gestão e os devidos repasses dos recursos serão realizados por comissão
gestora integrada por cinco membros efetivos e respectivos suplentes, assim distribuídos:
(29) III - três representantes indicados pelo Sindicato dos Oficiais do Registro Civil das
Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais - Recivil.
(34) IV -
(30) § 1º Entre os representantes dos registradores civis das pessoas naturais e os dos
notários e registradores, no mínimo um representante será oriundo de serventia com sede no
interior do Estado.
(11) § 5° A comissão gestora a que se refere o caput elaborará escrituração contábil de sua
movimentação econômica e financeira observando os princípios fundamentais e as normas
brasileiras editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
(31) Art. 34. A destinação dos recursos previstos neste capítulo atenderá à seguinte ordem
de prioridade, após a dedução de 8% (oito por cento) para custeio e administração:
I - compensação aos registradores civis das pessoas naturais pelos atos gratuitos praticados
em decorrência de lei;
II - complementação de receita bruta mínima mensal das serventias deficitárias, até o limite de
R$780,00 (setecentos e oitenta reais) por serventia.
(5) III - compensação aos registradores de imóveis pelos atos gratuitos praticados em
decorrência da aplicação da Lei nº 14.313, de 2002, tendo como limite máximo o valor
constante na tabela de emolumentos correspondente.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, compõe a receita bruta das serventias a soma dos valores
recebidos a título de emolumentos, inclusive de atos praticados por serviços notariais e
registrais anexos, se houver, e a compensação de que trata esta Lei.
(4) § 1º Para os fins deste artigo, serão encaminhados à comissão gestora, até o quinto dia
útil do mês subsequente ao da prática dos atos:
(4) I - pelos titulares das serventias a serem beneficiadas pela compensação prevista no art.
31 desta Lei, certidão declarando o número de atos gratuitos praticados, divididos por espécie,
segundo modelo a ser fornecido pela comissão;
(4) § 2º Os valores referidos nesta Lei serão recolhidos pelo notário e pelo registrador até o
quinto dia útil do mês subsequente ao da prática do ato ou no dia seguinte àquele em que a
soma dos valores devidos ultrapassar a quantia de R$1.000,00 (mil reais).
Art. 36. Considera-se deficitária a serventia cuja receita bruta, somados os emolumentos
recebidos, inclusive os originários de atos de outros serviços notariais ou registrais anexos, se
for o caso, e os valores recebidos a título de compensação por atos gratuitos, não ultrapassar
R$780,00 (setecentos e oitenta reais) mensais.
(7) Art. 37. Em caso de superávit dos valores destinados à compensação de atos gratuitos e
à complementação da receita bruta mínima mensal das serventias deficitárias de todas as
especialidades, o excedente será aplicado na seguinte ordem:
(32) II - ampliação dos valores pagos a título de gratuidade do registro civil das pessoas
naturais até o limite de 50 (cinquenta) Ufemgs para os atos de nascimento e óbito e do valor da
tabela para os casamentos, observando-se o percentual de 38% (trinta e oito por cento)
incidente sobre o saldo superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente
anterior;
(32) III - compensação dos atos gratuitos praticados por todas as especialidades em
decorrência de lei, observando-se o percentual de 5% (cinco por cento) incidente sobre o saldo
superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente anterior;
(32) IV - ampliação do valor da receita bruta mínima mensal paga nos termos do inciso II do
art. 34, observando-se o percentual de 10% (dez por cento) incidente sobre o saldo
superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente anterior;
(32) V - ampliação dos valores pagos a título de compensação da gratuidade de todas as
especialidades, tendo como limite o valor mínimo dos emolumentos fixados nas tabelas
constantes no Anexo desta lei, observando-se o percentual de 18% (dezoito por cento)
incidente sobre o saldo superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente
anterior;
(32) VI - pagamento pelo envio dos mapas e relatórios obrigatórios feito pelos registradores
civis de pessoas naturais aos diversos órgãos e autarquias da administração até o limite, por
cada mapa ou relatório, de 5 (cinco) Ufemgs, para o envio das informações em meio impresso,
ou de 10 (dez) Ufemgs, para o envio das informações mediante transmissão de dados
eletrônicos, quando atenderem aos requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil - e aos Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico, observando-se o
percentual de 2% (dois por cento) incidente sobre o saldo superavitário apurado em razão do
fechamento do mês imediatamente anterior;
(32) VII - pagamento das comunicações feitas pelos registradores civis das pessoas naturais
em razão do disposto no parágrafo único do art. 106 da Lei Federal nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, até o limite, por cada comunicação, de 3 (três) Ufemgs, para as
comunicações feitas em meio impresso, ou de 5 (cinco) Ufemgs, para as comunicações feitas
mediante transmissão de dados eletrônicos, quando atenderem aos requisitos da Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil - e aos Padrões de Interoperabilidade de Governo
Eletrônico, observando-se o percentual de 2% (dois por cento) incidente sobre o saldo
superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente anterior;
(32) IX - custeio de ações sociais realizadas pelo Recivil, em parceria com entidades
congêneres ou com o Poder Executivo federal, estadual ou municipal, para a erradicação do
sub-registro no Estado, ou para a promoção da cidadania, mediante a obtenção da
documentação civil básica, observando-se o percentual de 1% (um por cento) incidente sobre o
saldo superavitário apurado em razão do fechamento do mês imediatamente anterior.
(33) Parágrafo único. Os eventuais saldos acumulados mensalmente em cada uma das
ações superavitárias previstas nos incisos I a IX poderão ser objeto de remanejamento, sendo
destinados na ordem sequencial prevista no “caput” deste artigo.
Art. 38. A comissão gestora a que se refere o art. 33 desta Lei informará os valores
arrecadados e repassados às serventias, discriminadamente, mediante demonstrativos
mensais de resultado a serem entregues à Secretaria de Estado de Fazenda,
preferencialmente em meio magnético, até o dia 30 do mês subseqüente ao de referência da
prática dos atos.
(10) I - a arrecadação discriminada por item de cada uma das tabelas constantes no Anexo
desta Lei;
(10) II - os valores repassados pela comissão gestora às serventias, discriminado por espécie
de ato notarial e de registro gratuito.
Art. 40. O disposto neste capítulo não poderá gerar ônus para o Estado.
Seção II
Da Fiscalização da Compensação dos Atos Sujeitos
à Gratuidade Estabelecida em Lei Federal
Art. 41. Pela falta de recolhimento ou pelo recolhimento insuficiente dos recursos destinados à
compensação de que trata este capítulo, ficam o Notário e o Registrador sujeitos ao
pagamento dos valores atualizados, acrescidos de juros de mora e demais encargos legais.
Art. 42. A fiscalização da compensação dos atos sujeitos à gratuidade estabelecida em Lei
federal será exercida pela Corregedoria-Geral de Justiça ou pelo Juiz de Direito Diretor do
Foro, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público ou do interessado.
Art. 43. Constituem infrações relativas à compensação de que trata o art. 31 desta Lei,
apuradas de ofício pela autoridade judiciária, sem prejuízo das medidas administrativas e a
aplicação de outras sanções:
Seção III
Disposições Transitórias
Art. 44. A gestão dos recursos destinados à compensação dos atos gratuitos do registro civil
das pessoas naturais e à complementação da receita mínima será exercida pela Corregedoria-
Geral de Justiça, enquanto não for implementado o funcionamento da comissão gestora de que
trata o art. 33 desta Lei.
Art. 45. A Corregedoria-Geral de Justiça informará os valores arrecadados e repassados às
serventias, discriminadamente, mediante demonstrativos mensais de resultado, a serem
disponibilizados à Secretaria de Estado de Fazenda e às entidades representativas dos
notários e registradores e dos oficiais do registro civil das pessoas naturais, preferencialmente
em meio magnético, até o dia 25 do mês subseqüente ao de referência da prática dos atos.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 47. É vedada a propaganda relativa aos serviços notariais e de registro e a sua
agenciação, ficando o infrator sujeito a penalidades disciplinares.
Art. 48. A parte que discordar da contagem, cobrança ou pagamento de valores poderá
reclamar à Corregedoria-Geral de Justiça ou ao Juiz de Direito Diretor do Foro.
Art. 49. Considera-se folha, para efeito de cobrança de valores, a manuscrita, a datilografada
ou a impressa por sistema de computação.
§ 1º A folha manuscrita terá no mínimo vinte linhas, e a linha, no mínimo, quarenta letras.
§ 3º A folha impressa por sistema de computação terá o padrão A4, fonte tamanho 12,
margens superior, inferior, direita e esquerda não superiores a 3,5cm, contendo, no mínimo,
cinqüenta linhas, e a linha, no mínimo, noventa caracteres.
§ 4º Quando a folha do documento contiver menor número de linhas que as fixadas nos §§ 1º
a 3º, mas abranger ou encerrar o contexto do pedido, será cotada como se fosse integral.
(11) II - prestação de serviços públicos ou de utilidade pública, desde que autorizada por lei
federal, estadual ou municipal ou por ato normativo próprio de quem detenha poder
regulamentar sobre atividade de serviços públicos ou de utilidade pública.
(11) Parágrafo único. O notário ou registrador deverá encaminhar ao Juiz Diretor do Foro de
sua comarca, por meio de ofício descritivo das atividades, cópia do contrato ou do convênio
firmado nos termos deste artigo.
(54) Art. 49-B - Os notários e registradores ficam autorizados a divulgar, por qualquer meio
de comunicação, a importância de suas atividades, para a eficácia do negócio jurídico perfeito
e para a proteção e a garantia do interesse social.
Art. 50. Os valores constantes no texto e nas tabelas que integram o Anexo desta Lei serão
atualizados anualmente pela variação da Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais - UFEMG,
prevista no art. 224 da Lei n.º 6.763, de 26 de dezembro de 1975, devendo a Corregedoria-
Geral de Justiça publicar as respectivas tabelas sempre que ocorrerem alterações.
(55) § 1º. Na hipótese de extinção da UFEMG, a atualização dos valores far-se-á pela
variação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - IGP-DI -, da Fundação Getúlio
Vargas, ou de outro índice que vier a substituí-lo.
(60) § 2º -
(60) § 3º -
Art. 51. Esta Lei entra em vigor noventa dias após a data de sua publicação.
Art. 52. Ficam revogadas as Leis nºs 12.727, de 30 de dezembro de 1997; 13.314, de 21 de
setembro de 1999; 13.438, de 30 de dezembro de 1999; 14.083, de 6 de dezembro de 2001;
14.576, de 15 de janeiro de 2003; 14.579, de 17 de janeiro de 2003; e o § 6º do art. 224 da Lei
n.º 6.763, de 26 de dezembro de 1975.
AÉCIO NEVES
Danilo de Castro
Antonio Augusto Junho Anastasia
Fuad Noman
ANEXO
(a que se refere § 1º do art. 2º da Lei nº 15.424, de 30 de dezembro de 2004)
(39) Efeitos a partir de 14/08/2012 - Redação dada com base nos arts. 17 e 18 da Lei
nº 20.379, de 13/08/2012 e na Razão do Veto do Governador, permanecendo a hipótese
de incidência original com os valores atualizados na data de 14/08/2012.