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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAAZ,

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAL E HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

CADEIRA DE DIREITO DE REGISTO E NOTARIADO

VALOR PROBATÓRIO DOS INSTRUMENTOS NOTARIAIS

Discente:

Dandoga Chivaca Docente:

Tutor Mestre Alberto Macualo

Julho de 2021
VALOR PROBATÓRIO DOS INSTRUMENTOS NOTARIAIS

Discente:

Dandoga Chivaca Docente:

Tutor Mestre Alberto Macualo

Trabalho de carácter de revisão de literaturas, a


pedido a corpo do docente referente a Cadeira de
Direito de Registo e Notariado considerado para
fins avaliativos.

Julho de 2021

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ÍNDICE
I. 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................................4

II. 1.2 OBJECTIVOS.......................................................................................................................4

III. 1.2.1 Objectivo Geral...............................................................................................................4

IV. 1.2.2 Objectivos Específicos.....................................................................................................4

V. 2. VALOR PROBATÓRIO DOS INSTRUMENTOS NOTARIAIS......................................5

VI. 2.1 Instrumento público notarial............................................................................................5

VII. 2.2 Finalidade e Valor Jurídico do Instrumento Público.....................................................5

VIII. 2.3 Eficácia Probatória.........................................................................................................6

IX. 2.4 Força Executiva..................................................................................................................7

X. 2.5 Ata notarial............................................................................................................................7

XI. 2.6 Para que serve uma ata notarial?...................................................................................11

XII. 2.7 O que deve conter a ata notarial?...................................................................................11

XIII. 3.CONCLUSÃO..................................................................................................................15

XIV. 4.`REFERENCIAS BIBLLIOGRAFICAS......................................................................16

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I. 1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho da cadeira de Direito de Registo e Notariado, aborda sobre valor probatório dos
instrumentos notariais. Instrumentos notariais são instrumento público autorizado por notário
competente, a requerimento de uma pessoa com interesse legítimo e que, fundamentada nos
princípios da função imparcial e independente, pública e responsável, tem por objectivo constatar a
realidade ou verdade de um fato que o notário vê, ouve ou percebe por seus sentidos, cuja finalidade
precípua é a de ser um instrumento de prova em processo judicial, mas que pode ter outros fins na
esfera privada, administrativa registral, e, inclusive, integradores de uma actuação jurídica não
negocial ou de um processo negocial complexo, para sua preparação, constatação ou execução.

Instrumentos notariais é, enfim, o instrumento público através do qual o notário capta, uma
determinada situação, um determinado fato, e o traslada para seus livros de notas ou para outro
documento. O instrumento decorre do poder geral de autenticação de que é dotado o notário através
de sua fé pública.

II. 1.2 OBJECTIVOS

III. 1.2.1 Objectivo Geral


Descrever sobre o valor probatório dos instrumentos notariais.

IV. 1.2.2 Objectivos Específicos


 Citar os instrumentos público notarial;
 Mencionar a finalidade e Valor Jurídico do Instrumento Público ;
 Falar da Ata notarial.

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V. 2. VALOR PROBATÓRIO DOS INSTRUMENTOS NOTARIAIS

VI. 2.1 Instrumento público notarial


O instrumento público notarial é todo aquele elaborado pelo notário, investido na função de acordo
com a lei, preenchidos todos os requisitos legais, cujo objecto seja lícito, os agentes capazes e a
forma esteja prescrita em lei. O documento notarial tem características de autenticidade, correcção e
exactidão, oferecendo inclusive valor constitutivo em determinados aptos e contratos, servindo
como valor de moeda que movimenta o tráfico jurídico e seu acesso aos registos públicos,
outorgando-lhe valor processual, seja por força executiva, seja por seu valor probatório. O
documento público possui todas essas garantias, graças à participação do notário, titular de uma fé
pública, reconhecida e preservada de acordo com o ordenamento jurídico existente.

Para a segurança de um documento público, faz-se necessária a intervenção notarial, produzindo-lhe


uma força probante, fundada no cumprimento de determinadas formalidades documentais. Na
elaboração de um documento público, o notário age como órgão da administração pública dos
interesses privados, e esse é o critério fundamental para classificarmos um documento, ou seja, o seu
autor, não a pessoa que materialmente o escreve, mas sim o sujeito a quem poderemos imputar a
responsabilidade pelo documento, ou seja, o autor é que o caracteriza como instrumento público. Os
fins fundamentais e essenciais do instrumento público são criar e dar forma aos negócios jurídicos
(quando a forma é necessária para a existência do ato); provar que ocorreu um fato ou que haja
nascido um negócio jurídico e, dar eficácia ao negócio jurídico ou ao fato que reflecte o
instrumento.

VII. 2.2 Finalidade e Valor Jurídico do Instrumento Público


As formas jurídicas, solenes e não solenes, têm papel fundamental no Direito e na realização
espontânea do Direito, pois são decisivas para a certeza jurídica e a paz social. Em virtude disso se
dá a exigência de formas mais solenes à medida que cresce a complexidade, a seriedade e a
importância do ato, como por exemplo, a exigência de escritura pública. Desses fins principais do
instrumento público, surgem outros, quais sejam: tornar executiva a obrigação, substituir a tradição
real e garantir contra terceiros interessados. A intervenção notarial no instrumento público forma
prova pré-constituída, para prevenir e estar em postura favorável em caso de discussão futura.

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VIII. 2.3 Eficácia Probatória
A força probante dos documentos é a eficácia que o direito material ou processual atribui aos
documentos para que sejam probatórios de actos jurídicos, estrito senso, atos-fatos jurídicos e
negócios jurídicos, ou de actos processuais. Importante se faz ressaltar que documento público é
conceito que abrange o de instrumento público e o de documento público. O instrumento público é a
composição redigida em linguagem escrita, por oficial público, no exercício e de acordo com as
atribuições próprias é todo aquele elaborado pelo notário, investido na função de acordo com a lei,
preenchidos todos os requisitos legais, cujo objecto seja lícito, os agentes capazes e a forma esteja
prescrita em lei, com o fito de preservar e provar fato, ato ou negócio jurídico em virtude de cuja
existência foi confeccionado e em virtude de cuja validade é necessária sua confecção; já,
documentos públicos são escritos elaborados por oficial público sem o firo de servir de prova, mas
podendo, eventualmente, assim ser utilizados.

O direito material é que faz irradiar a eficácia da prova se o ato não é puramente processual. Assim,
quando, dispõe que “o documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos
que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário público declara que ocorreram em sua presença”,
implicitamente faz remissão às leis especiais sobre os documentos públicos. O instrumento público
porta pôr fé tudo aquilo que nele se encontre narrado, tanto as declarações dos notários como
aquelas que provêm das partes, posto que o instrumento é uma relação fiel e exacta de um fato, ou
melhor, de uma sucessão de fatos acontecidos perante o notário, em um só ato. O carácter da prova
pré-constituída, que reveste o documento público, tem sido destacado tradicionalmente e
considerado pela doutrina como fundamental para caracterizar a prova.

Se o que prova o instrumento público é um negócio jurídico, é preciso admitir-se que sua eficácia
probatória não se limita aos fatos tangíveis, acontecidos perante o notário, mas sim que alcança um
fato jurídico abstracto ou intangível, qual seja, a constituição, modificação ou extinção de uma
relação jurídica e, consequentemente, as declarações das partes enquanto elemento essencial de tal
negócio. O princípio do livre convencimento motivado do juiz encontra limite nas provas legais, e se
a prova legal existir validamente, o juiz não poderá deixar de lhe atribuir o valor probante que a lei
lhe confere.

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IX. 2.4 Força Executiva
O direito positiva vigente, mais, atribui à escritura pública notarial a força executiva de todas as
obrigações nela constantes, sejam pecuniárias, de fazer, de não fazer, entre outras. A redacção, em
vigor, do, não mais restringe os títulos extrajudiciais às obrigações de pagamento em dinheiro,
admitindo, dada sua amplitude, que os documentos referidos contenham prestações de fazer ou não
fazer, ou de entrega de coisa infungível. Os requisitos da certeza, liquidez e exigibilidade devem
estar ínsitos no título. As apuração de fatos, a atribuição de responsabilidades, a exegese de
cláusulas contratuais tornam necessário o processo de conhecimento e descaracterizam o documento
como título executivo. O ajustado em uma escritura pública deve ser executado indiscutivelmente,
sem apreciação do mérito, fazendo-se cumprir a obrigação, para depois se discutir o mérito de sua
validade, partindo do princípio da força executiva do título público.

X. 2.5 Ata notarial


A ata notarial é um instrumento público (a exemplo da escritura pública) pelo qual o tabelião ou
outra pessoa autorizada no cartório (proposto), por solicitação da pessoa interessada, constata
(relata) fielmente fatos, coisas, pessoas ou situações para comprovar a sua existência ou o seu
estado. É a confirmação, pelo tabelião (ou seus propostos), em razão da fé pública, da existência e
das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto acontecimento juridicamente relevante,
relatado por uma pessoa. Pode ser objecto da ata notarial tudo aquilo que não seja objecto de
escritura pública. A diferença básica entre ambas é a existência, ou não, de declaração de vontade,
que está presente na escritura pública e ausente na ata notarial.

Na ata há a narração de um fato, que caracteriza-se pela ausência de manifestação de vontade. Trata
se de Ata Notarial cujo conteúdo é a declaração de um fato determinado, que possui ampla
publicidade (conhecimento público), nada mais é que a verificação do tabelião (ou substituto) sobre
documentos oficiais ou testemunhais. Esta espécie objetiva se na comprovação e fixação de fatos
notórios, bem como na declaração e reconhecimento de direitos e a legitimação de situações
fundadas em situações que possui relevância social de algum modo. As atas de notoriedade são
aceitas no ordenamento jurídico brasileiro, configurando-se na constatação que o notário faz acerca
da veracidade de um determinado fato em um dado círculo social

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Alguns exemplos de sua aplicabilidade são: averiguação de posse de um Estado, exercício habitual
de uma actividade, constatar insolvência de determinada pessoa, constatar a convivência de duas
pessoas na união estável, entre outros.

2.5.1 Ata de Presença

Na ata de presença o Tabelião faz a constatação do fato, narrando neste instrumento àquilo que está
presenciando sem emitir qualquer juízo de valor. Sobre esta modalidade não existe controvérsia em
relação sua aceitação, sendo recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro, este instrumento
ocorre a partir da simples narrativa de um determinado fato por parte do notário. Leonardo Brandelli
descreve o tema: Define-se Ata Notarial de presença ou de mera percepção o instrumento público
elaborado pelo tabelião de notas, em que se expressa um fato jurídico que, captado por um ou mais
dos sentidos externos do mesmo tabelião (contando que nunca lhe falte a actuação de vista), tenha
sido percepcionado internamente (ou seja, pelos sentidos internos), quer se trate de um sensível
próprio (objecto formal quo do sentido externo correspondente), que dos sensíveis comuns. (2004,
p.57)

O notário actuará como um “terceiro independente e desinteressado”, nas palavras de Leonardo


Brandelli (2004), deste modo ao narrar o fato sem acrescentar juízo de valor por parte do Notário e o
que se observa de relevante é a narrativa dos fatos presentes.

2.5.2 Atas de Subsanação

Atas pelas quais o tabelião, de oficio ou por meio de requerimento, pode corrigir erros materiais ou,
ainda, omissão que estiver presente instrumento público notarial. Segundo Leonardo Brandelli, essa
espécie de Ata não possui validade no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que não há previsão
legal deste tipo de ação por parte do notário, não sendo admitida sua aplicação. Na ata de
Subsanação o notário além de constatar uma omissão ou um erro, age, atua, retificando o erro ou
sanando a omissão. Trata-se, pois, de aplicação do objeto da Ata Notarial, que só pode efetivar-se
mediante autorização legislativa. Não há que se falar aqui em aplicação analógica, por inexistir tal
instituto em outra esfera do direito brasileiro, e nem em interpretação extensiva, por ser instituto
com objeto definido. A função notarial é regida por uma série de princípios, dentre os quais,
encontra-se o rogatório, aborda que o notário não pode agir de ofício.

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Para manifestar se deve ser provocado pela parte interessada, somente depois da provocação da
parte interessada é que poderá o tabelião produzir a Ata Notarial, dando cumprimento àquela
vontade. Deste modo tem-se constituição de outro fato impeditivo sobre a aplicação no notariado
brasileiro da Ata de Subsanação. Por outro lado, Samuel Luiz Araújo(2018) se posiciona pela
aplicabilidade da Ata de Subsanação, o autor destaca que na ausência de vedação por parte dos
princípios que regem o direito Notarial é possível sua aplicação, e também ampara se no princípio
da eficiência nos atos notariais, Conforme relato:

Segundo Leonardo Brandelli, a ata de subsanação é inaplicável ao direito brasileiro, em virtude da


ausência de previsão legislativa. Contudo, deve-se observar a principiologia aplicável a atividade
notarial e não há qualquer um que vede a lavratura da ata de sanação. Nem mesmo o princípio
rogatório, pelo qual não há atuação notarial ex officio poderia obstaculizar a sua lavratura. Seria
ilógico admitir que o notário cometesse um erro evidente em qualquer ato notarial e não pudesse
corrigi-lo de pronto, no momento que dele tomasse conhecimento. Se errou, deve corrigir sobretudo
em virtude do princípio de eficiência. Diante essa controvérsia doutrinária e não havendo
jurisprudência pacífica ou tratamento legislativo especifico acerca de sua admissibilidade, caberá
aos magistrados a apreciação de sua utilização no caso concreto.

2.5.3 Atas de Protocolização

A ata de protocolização tem a finalidade precípua de juntar a Ata Notarial propriamente dita um
documento que se pretende seja anexo a esta. Neste caso o notário faz uma análise do documento e o
descreve, assinalando que ficara acostado a Ata por vontade do requerente. Essa modalidade admite
documentos públicos e particulares, bem como documentos estrangeiros, autenticando sua
existência, conteúdo e data. Esta espécie de Ata Notarial, não tem aplicação no ordenamento
jurídico brasileiro, uma vez que contém declaração da vontade do requerente, no sentindo que deve
manifestar o desejo de protocolização, e também em razão de existir previsão legal especifica, que
se dá por meio de Registro de Títulos e documentos. Tais atas não tem aplicação no nosso direito.
Primeiro, porque contém-as declaração de vontade do requerente para que haja a protocolização, o
que foge ao âmbito de atuação das atas e requer portando autorização legislativa especifica que
existe nos países que utilizam este tipo de ata. Tal abordagem evidencia a inaplicabilidade desta
modalidade no cenário jurídico nacional. Ata de protocolização possui declaração da vontade, já
especificado em lei.
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2.5.4 Ata de Depósito

Trata se de uma espécie de Ata notarial pela qual o notário recebe depósito de documentos ou
valores, essencialmente contratual, com manifestações bilaterais de vontade. Não possui
aplicabilidade no direito brasileiro, porque diante dessas características o judiciário já se utilizada
da escritura pública. A possibilidade de o notário receber coisas móveis em depósito foge
completamente do objeto de atuação notarial típica, que é receptora de vontade e não de coisas.
Ademais, não poderia no direito pátrio, em nosso entender, ser o próprio tabelião depositário em um
contrato de depósito por ele próprio lavrado. Gize-se também que, embora seja possível ao notário
instrumentalizar um contrato de deposito em que não seja parte, deverá fazê-lo por escritura pública,
uma vez que há manifestações de vontade e serem recebidas e lapidadas juridicamente.

A finalidade da Ata de Depósito é a lavratura de ato de entrega de coisa, documentos ou valores em


depósito ante o notário, tal característica afasta o emprego desta Ata no notariado brasileiro, pois o
Tabelião de Notas não possui atribuição de depositário.

2.5.5 Atas de Notificação

Atas de notificação são aquelas nas quais o notário promove a notificação de, a pedido de terceiro,
para eu faça ou deixe de fazer algo. Assim como na anteriores, está espécie não é tutelada no
ordenamento jurídico brasileiro, porque possui atribuição específica no Registro de Títulos e
Documentos, através da notificação extrajudicial. Conforme constata se nos ensinamentos de
Leonardo Brandelli: Não tem igualmente aplicação entre nós, A uma por falta de autorização
legislativa especifica existente nos países onde ela é utilizada e dois por haver no direito pátrio
atribuição específica para o Registro de Títulos e Documentos no que concerne à notificação
extrajudicial. É o instrumento notarial adequado para atender a necessidade de uma pessoa em
constituir prova autêntica, alegando o fato de ter dado conhecimento a outrem acerca de determinada
informação ou notícia.

XI. 2.6 Para que serve uma ata notarial?


A ata notarial serve para pré-constituir prova de fatos, cujo testemunho do tabelião, com fé pública,
confere a veracidade da prova para qualquer fim, inclusive judicialmente. Tem a força de provar a
integridade e a veracidade de fato, atribuir autenticidade, fixar a data e hora, assim como comprovar,
inclusive, a existência do conteúdo ofensivo/criminoso.
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XII. 2.7 O que deve conter a ata notarial?
A ata notarial, em regra, deve conter a qualificação da pessoa que solicita (pessoas físicas capazes e
incapazes maiores de dezesseis, procuradores e pessoas jurídicas), com comprovação da condição, a
data e hora precisas da verificação dos fatos, o local da ocorrência dos fatos ou da constatação (a
exemplo do acesso à internet), a descrição do fato a ser descrito ou presenciado (objecto), que
podem ser caracterizados como lícitos ou ilícitos, físicos, electrónicos e sensoriais e a finalidade do
procedimento (intenção do solicitante). Existem muitas situações onde é possível utilizar a ata
notarial no dia a dia das pessoas, para constituir prova, ainda mais no actual mundo “cibernético”,
que em um momento se publica algo e em outro momento, se exclui. Vejamos alguns tipos de atas
notariais:

 Ata notarial de presença e declaração: ata em que o tabelião fará narrativa fiel, em linguagem
jurídica, da declaração do interessado, puras e simples que atingem direitos próprios (sentido
de se manifestar, fazer valer o direito). Como exemplo atas de reuniões de condomínio,
quando há litígio, um grupo de condôminos pode ser prejudicado pela redacção oficial dos
fatos desenrolados em assembleia e atas de reuniões societárias, quando há um litígio, um
sócio ou um grupo pode prejudicar outros sócios pela redacção oficial dos fatos desenrolados
na reunião ou assembleia;
 b) Ata notarial de verificação de fatos na rede de comunicação de computadores ou internet:
nesta ata o interessado solicita ao tabelião que acesse um determinado website na internet e
verifique um determinado conteúdo, narrando e materializando tudo aquilo que presenciou
(uso indevido de imagens, textos, logomarcas, fatos contendo difamações, injúrias etc.).
 c) Ata notarial de verificação de fatos em diligência: nesta ata descreve-se situações diversas
e imprevisíveis, a exemplo de em diligência, o tabelião encontre algum fato em determinada
parte da cidade, que presencie e verifique um diálogo telefônico que o interessado fará a um
determinado número, de modo que o diálogo será transcrito fielmente para o instrumento
notarial ou que constate a existência de placa publicitária (outdoor) e transcreva seu
conteúdo fielmente. Também, que o tabelião presencie a abertura de cofres bancários, como
prova da existência do conteúdo no momento da abertura, forçada ou não, do cofre, a entrega
de chaves por parte do locatário ou eventual recusa em aceitá-las por parte do locador ou
mesmo ateste o estado físico de um imóvel ou um bem móvel;

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 d) Ata notarial de comparecimento e ausência de outrem: nesta ata o interessado na
qualidade de compromissário-comprador em instrumento particular de compromisso de
compra e venda, já quitado, cujo vendedor tentando impor embaraços ao cumprimento da
obrigação, ou seja, a outorga de escritura definitiva, o interessado poderá notificá-lo a
comparecer em cartório, tal hora, para fins de outorga de escritura definitiva;
 e) Ata notarial de notoriedade: ata que verifique a existência e a capacidade de determinada
pessoa, atestando que reconhece a pessoa como a tal, e que a mesma aparenta boas condições
físicas e mentais, tendo ela declarado a ele, ora tabelião que não se encontra interdita ou em
processo para tanto, o que a capacita para todos os atos da vida civil, conforme a correlata lei
civil.

Por suas características abrangentes e em razão da informatização da comunicação e todas as suas


consequências e evoluções (digitalização de documentos, substituição do papel pelo suporte
electrónico, troca de informações, textos e até assinaturas e autenticação pelo meio

2.8 Objecto e natureza jurídica

O Objecto da Ata Notarial é o ato ou fato que o tabelião de notas presencia e atesta o fato existente,
constatável por sua observação pessoal, pode ocorrer inclusive sobre fatos ilícitos. O poder
autenticatório do tabelião pode ser comparado ao do magistrado, cujos conhecimentos cientifico-
jurídicos se entrelaçam, diferenciando-os somente em razão da matéria. A natureza jurídica da Ata
Notarial se fundamente em uma tripla-função, ou seja, autenticadora, probatória e conservadora.

2.8.1 Objecto

A Ata Notarial pode ter como objecto fatos jurídicos presenciados ou verificados pelo tabelião de
nota que não comportem a lavratura da escritura pública, ou seja, são aqueles que não consistem na
declaração de vontade. Para delimitar corretamente o objecto da Ata Notarial devem ser excluídos
os negócios jurídicos por que possuem carácter negocial, manifestação de vontade bilateral. O
objeto da Ata Notarial é a mera apreensão de um determinado fato jurídico, acompanhada de sua
respectiva transcrição por tabelião público. O objeto pode ser percebido ao diferenciar a Ata
Notarial da Escritura Pública, cuja distinção é que para ser objeto de Ata notarial não pode ser
objeto de Escritura Pública.

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A diferença básica entre ambas é a existência, ou, não, da “declaração de vontade”, que está presente
na escritura, onde o requerente ou as partes devem assinar, e ausente na ata, que não carece da
assinatura do requerente, bastando a do notário. A definição ocorre por meio de exclusão, pois para
ser objeto de ata, a, uma vez que se tratando de ato jurídico em sentindo amplo deve se utilizar da
Escritura Pública, pois este é o instrumento aquedo para manifestação de vontade das partes.
Quando se trata de fato jurídico em sentido estrito, que é isento de manifestação da vontade das
partes deve ser formalizado por meio de Ata Notarial. A teoria do fato jurídico é importante para
definir e delimitar objeto da Ata Notarial, pontuando corretamente excluindo o que versa sobre as
escrituras públicas e não dizem respeito da Ata Notarial. As considerações de Paulo Nader são as
seguintes: É um acontecimento que independente da vontade humana que produz efeitos jurídicos,
criando, modificando ou extinguindo direitos, podendo ser classificado como ordinário ou
extraordinário.

O fato humano é um tipo de acontecimento que depende da vontade humana e inclui atos lícitos e
ilícitos podendo ser classificado como fato humano voluntário e involuntário, o fato humano
voluntário produz os efeitos pretendidos pelo agente nesse caso passa a ser denominada de ato
jurídico em sentido amplo, que abrange o ato jurídico em sentido estrito, se tiver por objetivo mera
realização da vontade do agente e o negócio jurídico que pretende criar normas para composição de
interesse das partes.

Os atos ilícitos podem ser objeto de lavratura de Ata Notarial, isso por que este instrumento possui
finalidade de constituir prova, porém está restrita a declarar somente sobre crimes de ação penal
privada, pois nos casos de ação penal pública a lavratura de Ata Notarial não é permitida, tal
transcrição é de competência da autoridade policial.

2.8.2 Natureza jurídica

A natureza jurídica da Ata notarial se fundamenta numa tripla-função, ou seja, pode ser
autenticadora probatória e conservadora. Quando o tabelião constata e traslada o fato de forma fiel
para o livro de notas, materializa, autentica a realidade dos fatos, constituindo a Ata Notarial.
Quando tratamos da natureza jurídica da Ata Notarial, podemos dizer que se a mesma é um
documento público, que possui a presunção de veracidade, sendo que o tabelião, que é o titula
competente para redigi-la.

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E que, ao presenciar e relatar os fatos, torna –se testemunha, com fé pública, e consequentemente
circunstância, seja jurídica ou judicialmente, um fato ou ato jurídico, de forma imparcial e fiel aos
acontecimentos por ele presenciados. Por tanto a natureza jurídica autenticadora, decorrente do
poder geral de que é dotado o tabelião de narrar determinados fatos com autenticidade.

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XIII. 3.CONCLUSÃO
Tendo efectivado o trabalho, constatei que, o valor probatório dos instrumentos notariais serve para
pré-constituir prova de fatos, cujo testemunho do tabelião, com fé pública, confere a veracidade da
prova para qualquer fim, inclusive judicialmente. Tem a força de provar a integridade e a veracidade
de fato, atribuir autenticidade, fixar a data e hora, assim como comprovar, inclusive, a existência do
conteúdo ofensivo/criminoso.

A utilização da Ata Notarial como meio de prova, tratando-se de fatos produzidos no mundo dos
fatos físicos e levados a lavratura do notário é plenamente aceitável pela doutrina e jurisprudência
pátria, no entanto, com a expansão da internet, passou-se a levar ao conhecimento dos notários para
lavratura em ata, o conteúdo de páginas disponibilizadas na internet, bem como documentos
elaborados completamente no meio digital, razão pela qual se torna necessário transcrever algumas
considerações sobre este meio de prova.

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XIV. 4.`REFERENCIAS BIBLLIOGRAFICAS
 FERREIRA, Paulo Roberto Gaiger; RODRIGUES, Felipe Leonardo. Ata notarial: doutrina,
prática e meio de prova. São Paulo: Quartier Latin, 2010.
 processo,Revista del Notariado. Tradução José Maria. São Paulo. Ed: n°399, 1992.
 KOLLET, Ricardo Guimarães. Manual do tabelião de notas para concursos e
profissionais.2.ed. rev, Rio de Janeiro: Forense, 2008.
 LOURES José Costa; GUIMARÃES, Tais Maria Loures Dolabela. Novo Código Civil
Comentado, Belo Horizonte: Del Rey. 2002. p. 98

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