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CONTRATO DE EMPREITADA

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Previsão Legal

Regulado nos arts. 610 a 626 CC

Figuras: empreiteiro ou empresário ou locador ou dono da obra, de um lado, e


tomador ou locatário ou comitente, de outro.

Características e diferenciação da prestação de serviço:

Está muito ligado à construção civil, mas também pode-se falar em empreitada na
obrigação de escrever um livro, organizar evento, elaborar programa de
informática, etc.

Não é tão clara e absoluta a distinção da prestação de serviço; a empreitada pode


ser entendida como modalidade da prestação de serviço:
1. Foco da prestação de serviço= atividade
2. Foco da empreitada = conclusão da obra

Venosa: "Na empreitada existe obrigação de entregar obra; na prestação de


serviços, existe obrigação de executar trabalho".

Há "encomenda de obra" na empreitada.

Diferença em relação ao tipo de obrigação:


1. Prestação de serviços, como regra geral, comporta obrigação de meio.
2. Empreitada comporta obrigação de resultado.

Empreitada é via de regra impessoal (art. 626) e prestação de serviços é via de


regra intuitu personae (art. 607).

Para diferenciação, focar no tratamento dado pelo Código Civil para cada um dos
contratos, que é diferenciado.

Via de regra, o contrato de empreitada se alonga no tempo, com pagamento em


prestações periódicas.

Geralmente são fixados termos iniciais e finais para a obra.

Envolve um “saber fazer” e por isso algumas vezes é celebrado intuitu personae
(conforme acima, é via de regra impessoal). Portanto, atentar para o art. 626 CC,
que determina que o contrato de empreitada não se extingue em caso de morte de
quaisquer das partes, a menos que ajustado em vista das qualidades pessoais do
empreiteiro.
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer
das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do
empreiteiro.
Importante também é o art. 622, que trata da possibilidade de confiar a execução
da obra, ou parte dela, a terceiros (subempreitada). Tendência de ocorrer
subempreitada na atualidade, tendo em vista a maior especialização dos diversos
serviços (p. ex.: hidráulicos, elétricos).
Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabilidade
do autor do projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou
fiscalização daquela, ficará limitada aos danos resultantes de defeitos
previstos no art. 618 e seu parágrafo único.

A subempreitada não obriga o dono da obra perante o terceiro, mas apenas o


próprio empreiteiro (neste sentido, TJRS 70021798566). O empreiteiro responde
pelas dívidas trabalhistas em face do trabalho desenvolvido pelos funcionários do
subempreiteiro em virtude do disposto no art. 455 da CLT. Dono da obra não
responde pelas obrigações trabalhistas do empreiteiro, a menos que seja
construtora ou incorporadora (Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1, TST).
Art. 455 (CLT) - Nos contratos de subempreitada responderá o
subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que
celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o
empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do
primeiro.
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei
civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a
este devidas, para a garantia das obrigações previstas neste artigo.
Orientação Jurisprudencial 191 SDI-1
CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO
CIVIL.  RESPONSABILIDADE. (nova redação) - Res. 175/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada
de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas
contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa
construtora ou incorporadora.

Modalidades

São duas modalidades, segundo art. 610 CC:


1. Empreitada de lavor ou de mão de obra, onde é exigida apenas a atividade
do empreiteiro, com o proprietário fornecendo materiais.
2. Empreitada mista, onde o empreiteiro fornece os materiais e executa o
trabalho.

Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu
trabalho ou com ele e os materiais.
§ 1º A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da
vontade das partes.
Atentar ao disposto neste parágrafo!
§ 2º O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de
executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
Salvo estipulação em contrário, não há direito de acrescer o preço, a menos que
haja autorização escrita. Sobre isso, ver suavização da regra do § único do art.
619.
Art. 619, Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o
dono da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos,
segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas
visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.

Riscos

Em fornecendo os materiais, correm por conta do empreiteiro os riscos até o


momento da entrega da obra, a menos que aquele que encomendou a obra esteja
em mora de receber:
Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os
riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou,
se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão
os riscos.

Se o empreiteiro fornece apenas mão-de-obra, a menos que tenha culpa, todos os


riscos correrão por conta do dono da obra (art. 612), mas atentar ao disposto no
art. 613:
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que
não tiver culpa correrão por conta do dono.
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor ( art. 610 ), se a coisa
perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este
perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos
materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.

Também se pode escolher a medição da execução, sem preço único:


Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique
por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o
pagamento na proporção da obra executada.

Havendo diminuição no preço do material ou da mão-de-obra superior a um


décimo do preço global convencionado, poderá ser o preço revisto, para assegurar
a diferença ao dono da obra:
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra
superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto,
a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada.

Termos de contratos de empreitada

Oriundos do direito norte-americano:


1. EPC (engineering, procurement, construction).
a. Engineering - parâmetros técnicos nos quais serão baseados os
estudos econômicos e de viabilidade do projeto.
b. Procurement - procura e compra dos materiais e pessoal
necessário à execução do projeto.
c. Construction - construção civil e montagem.
2. turnkey lump sum = chave na mão, preço global único
3. Contratada - denominada epecista

O prazo de garantia

Dispositivo de grande importância relacionado ao contrato de empreitada é o do


art. 618, que prevê o prazo de cinco anos de garantia pela solidez e segurança dos
edifícios e outras construções.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra
que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

O caput do art. 618 contempla prazo de garantia contra defeitos que abalem a
solidez ou a segurança da obra. Infiltrações podem ser enquadradas neste conceito
(ver, no STJ, REsp 49.891). Não se trata de prazo de prescrição ou de decadência.
Durante estes 5 anos pode-se reclamar do vício sem demonstração de culpa do
construtor (responsabilidade objetiva). Posteriormente ao escoamento deste prazo
de 5 anos também é possível reclamar dos vícios, mas o regime não será o da
responsabilidade objetiva do construtor.

Decadência de 180 dias a contar do aparecimento do vício ou defeito


(parágrafo único art. 618 CC), para o ajuizamento de ações constitutivas,
como a de rescisão contratual.

Para perdas e danos oriundas dos vícios (ação condenatória), resta ainda, mesmo
após os cinco anos do prazo de garantia, o prazo prescricional, ou de 3 anos
conforme o art. 206, §3º, V, CC, ou de 5 anos, conforme o art. 27 do CDC, ou o
prazo de dez anos, aplicando-se o art. 205 do CC. Em fevereiro de 2014 o STJ,
no REsp 1.290.383, decidiu que o prazo é de dez anos, com base no art. 205
do CC. Todavia, não há uniformidade jurisprudencial sobre o assunto, e cada vez
mais os julgadores têm aplicado o art. 27 do CDC, como na Apelação Cível
70049507205, julgada pelo TJRS.

Ver ainda os seguintes Enunciados:

I Jornada de Direito Comercial - Enunciado 34

Com exceção da garantia contida no artigo 618 do Código Civil, os demais


artigos referentes, em especial, ao contrato de empreitada (arts. 610 a 626)
aplicar-se-ão somente de forma subsidiária às condições contratuais acordadas
pelas partes de contratos complexos de engenharia e construção, tais como EPC,
EPC-M e Aliança.

III Jornada de Direito Civil - Enunciado 181

Art. 618: O prazo referido no art. 618, parágrafo único, do CC refere-se


unicamente à garantia prevista no caput, sem prejuízo de poder o dono da obra,
com base no mau cumprimento do contrato de empreitada, demandar perdas e
danos.

Suspensão da obra pelo seu dono:


Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la,
desde que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já
feitos, mais indenização razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se
concluída a obra.
Dono da obra paga ao empreiteiro despesas e lucros relativos ao já executado
mais indenização razoável pelo que teria ganho se concluída a obra.

Suspensão pelo empreiteiro, nas hipóteses do art. 625:

Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:


I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;

II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis


de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes,
de modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se
opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os
preços;
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza,
forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a
arcar com o acréscimo de preço.

Mudanças de projeto: arts. 621 a 622 (proteção do projetista).


Concluída a obra, pode o seu dono rejeitá-la apenas se o empreiteiro tiver se
afastado das instruções recebidas ou das regras técnicas (art. 615).
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o
dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se
afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas
em trabalhos de tal natureza.
Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra
introduzir modificações no projeto por ele aprovado, ainda que a execução
seja confiada a terceiros, a não ser que, por motivos supervenientes ou razões
de ordem técnica, fique comprovada a inconveniência ou a excessiva
onerosidade de execução do projeto em sua forma originária.
Parágrafo único. A proibição deste artigo não abrange alterações de pouca
monta, ressalvada sempre a unidade estética da obra projetada.
Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabilidade
do autor do projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou
fiscalização daquela, ficará limitada aos danos resultantes de defeitos
previstos no art. 618 e seu parágrafo único.

Acórdãos Destacados

STJ
O crédito oriundo de contrato de empreitada para a construção, ainda que parcial, de
imóvel residencial, encontra-se nas exceções legais à impenhorabilidade do bem de
família.
Processo: REsp nº 1.221.372/RS
Relator: Ministro Marco Buzzi
Tribunal de Origem: TJ/RS
Órgão julgador: 4ª Turma do STJ
Data do julgamento: 15/10/2019
Ementa: RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO DE DUPLICATAS REFERENTES
A EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO PARCIAL DA EDIFICAÇÃO - PENHORA
DO PRÓPRIO IMÓVEL OBJETO DO CONTRATO DE EMPREITA - INCIDENTE
DE IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA REJEITADO -
IRRESIGNAÇÃO DOS EXECUTADOS - RECURSO DESPROVIDO.

Sobre o cabimento de denunciação à lide à Caixa Econômica Federal em contrato de


empreitada global vinculado a contrato de empréstimo (contratos coligados):
Processo: Agravo Interno no Agravo Interno no Recurso Especial nº 1.669.244/SP
Relator: Ministro Marco Aurélio Vellizze
Tribunal de Origem: TJ/SP
Órgão julgador: 3ª Turma do STJ
Data do julgamento: 01/07/2019
Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. CONTRATO DE EMPREITADA
GLOBAL VINCULADO A CONTRATO DE EMPRÉSTIMO. SFH. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. COLIGAÇÃO CONTRATUAL.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE À CEF. CABIMENTO. HARMONIA ENTRE O
ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR.
AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

Acórdão paradigma sobre correção monetária em razão de atraso de pagamento de


serviços executados por empreiteiros: dívida deve ser corrigida desde o vencimento.
Processo: REsp nº 419.266/SP
Relator: Ministro Humberto Gomes de Barros
Tribunal de Origem: TJ/SP
Órgão julgador: 1ª Turma do STJ
Data do julgamento: 19/08/2003
Ementa: CIVIL - AÇÃO DE COBRANÇA - EMPREITADA - REMUNERAÇÃO -
INADIMPLÊNCIA - CORREÇÃO MONETÁRIA - JUROS DE MORA - TERMO
INICIAL - DIES INTERPELLAT PRO HOMINE - HONORÁRIOS - ARTIGO 20, §
3º, DO CPC. 1. Atrasado o pagamento da remuneração de serviços executados por
empreiteiro, a dívida há de ser corrigida monetariamente, desde o vencimento. Não faz
sentido honrar, pelo valor histórico, crédito com vinte anos de atraso. 2. Atrasado o
pagamento, em desrespeito a norma contratual, os juros de mora incidem a partir do
momento em que, segundo previsto no contrato, o pagamento deveria ter ocorrido.
Vale, no caso, a regra dies interpellat pro homine, sediada no art. 960, do CC. 3. O
benefício deferido ao Estado, no Art. 20, § 4º do Código de Processo Civil, não
alcança a Companhia do Metropolitano de São Paulo, METRO, que, em sendo
empresa pública, se subordina à regra geral estabelecida no Art. 20, § 3º, do Código
Processual.

Sobre a relação entre duplicata e o contrato de empreitada.


Processo: REsp nº 1.410.997/SP
Relator: Ministro Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região)
Tribunal de Origem: TJ/SP
Órgão julgador: 4ª Turma do STJ
Data do julgamento: 24/10/2017
Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CAMBIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE DUPLICATA DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. CONTRATO DE EMPREITADA. FORNECIMENTO DE MÃO-DE-
OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS. TÍTULO CAUSAL. ACEITE.
AUTONOMIA DA CÁRTULA. AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO. DISCUSSÃO
ACERCA DA CAUSA DEBENDI. EXCEÇÕES PESSOAIS. POSSIBILIDADE.
SUPERVENIENTE RETIRADA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
COMPUTADOS NO VALOR DAS DUPLICATAS. PERDA DO SUBSTRATO
CAUSAL E DA LIQUIDEZ DO TÍTULO. RECURSO IMPROVIDO.

TJ/RS
Resolução de contrato escrito que havia sido alterado verbalmente.
Processo: Apelação Cível nº 70083556175
Relator: Desembargador Guinther Spode
Comarca de Origem: São Luiz Gonzaga
Órgão julgador: 11ª Câmara Cível
Data do julgamento: 16/03/2020
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO
DE RESOLUÇÃO CONTRATUAL. CONTRATO DE EMPREITADA.
COBRANÇA DE SALDO DE CONTRATO ESCRITO E INDENIZAÇÃO PELOS
ACRÉSCIMOS AJUSTADOS VERBALMENTE. INVIABILIDADE. AUSÊNCIA
DE PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. ÔNUS DO
RECORRENTE. ART. 373, INCISO I, DO CPC. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.
Na hipótese, além do pleito estar confrontado com as provas produzidas no feito, nada
restou comprovado quanto ao fato constitutivo do direito vindicado, ônus que era do
demandante.
Destarte, deve ser mantida a sentença de improcedência.
Honorários sucumbenciais do patrono da parte demandada majorados, nos termos do §
11 do artigo 85 do CPC.
APELO IMPROVIDO.

Reconhecimento de contrato empresarial e aplicação da cláusula penal de 10%.


Processo: Apelação Cível nº 70082481987
Relator: Desembargador Pedro Luiz Pozza
Comarca de Origem: Porto Alegre
Órgão julgador: 12ª Câmara Cível
Data do julgamento: 05/03/2020
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO
DE COBRANÇA. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO NÃO
CONHECIDA. QUESTÃO PRECLUSA. TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA.
EMPREITADA. PESSOAS JURÍDICAS. AUSENTE RELAÇÃO DE CONSUMO.
CLÁUSULA PENAL. EXCESSO NÃO CONFIGURADO. FIANÇA. AUSÊNCIA
DE NULIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO QUE COMPETE
AO JULGADOR. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA NO PONTO EM QUE SE
MOSTRA ULTRA PETITA. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO.

Incorreção na execução do contrato e ação de rescisão contratual.


Processo: Apelação Cível nº 70083555854
Relator: Desembargador Giovanni Conti
Comarca de Origem: Passo Fundo
Órgão julgador: 17ª Câmara Cível
Data do julgamento: 12/02/2020
Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO.
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE EMPREITADA DE OBRA CIVIL E
MÃO DE OBRA. AS PROVAS PRODUZIDAS SÃO SUFICIENTES PARA
AMPARAR A SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. LAUDO
PERICIAL ATESTANDO AS INCORREÇÕES DA EXECUÇÃO DO PROJETO.
RESPONSABILIDADE DE CADA PARTE. SENTENÇA MANTIDA.
No caso dos autos, o laudo pericial é conclusivo ao apontar as incorreções da execução
do projeto de estrutura metálica do mezanino da loja do supermercado, objeto da ação.
Responsabilidade adequadamente reconhecida pela sentença, devendo ser mantida a
condenação imposta. Julgamento de parcial procedência da ação é medida que se
impõe.
NEGARAM PROVIMENTO AOS APELOS. UNÂNIME.

Rescisão de contrato com pedido indenizatório em razão de inadimplemento


contratual.
Processo: Apelação Cível nº 70082626466
Relator: Desembargador Gelson Rolim Stocker
Comarca de Origem: Caxias do Sul
Órgão julgador: 17ª Câmara Cível
Data do julgamento: 20/02/2020
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO.
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO C/C INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE
EMPREITADA. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. OBRA INACABADA.
DANOS MATERIAIS. COMPROVADOS.
- A prova materializada nos autos demonstra que o término da relação contratual
havida entre as partes se deu de forma unilateral pelo réu, que descumpriu sua
obrigação contratual.
- Comprovado que o requerido abandonando a obra sem finalizá-la, fazendo com que
o requerente fosse obrigado a contratar novos profissionais para finalizar o serviço, de
rigor a sua condenação a restituir ao autor quantia dependida com a finalização da
obra.
- Ausência de demonstração de fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do
direito do autor, ônus do qual o réu não se desincumbiu, a teor do disposto no art. 373,
II, do CPC.
APELO DESPROVIDO. UNÂNIME.

TJ/SP
Sobre a prescrição em ação de cobrança por inadimplemento em contrato de
empreitada.
Processo: Apelação Cível nº 1009912-45.2019.8.26.0161
Relator: Desembargador Régis Rodrigues Bonvicino
Comarca de Origem: Diadema
Órgão julgador: 21ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 20/02/2020
Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. Extinção. Reconhecimento da prescrição quinquenal,
conforme disposto no artigo 206, § 5º, I, do Código Civil. Contrato de empreitada parcial com
preço global. Inadimplemento. Pretensão de cobrança de dívida líquida constante instrumento
particular e posterior emissão de notas fiscais. Recurso Improvido. Sentença de Extinção e
parcial procedência mantida.

Sobre contrato de empreitada verbal.


Processo: Apelação Cível nº 1024947-92.2017.8.26.0071
Relator: Desembargador Jonize Sacchi de Oliveira
Comarca de Origem: Bauru
Órgão julgador: 24ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 12/03/2020
Ementa: Ação de cobrança. Contrato de empreitada. Procedência. Apelação dos
réus, assistidos por curadoria especial. Contrato verbal válido e eficaz. Acervo
probatório, integrado substancialmente por laudo pericial produzido em causa anterior,
comprovando a celebração da avença e corroborando o preço mencionado na exordial,
além do percentual de conclusão da obra. “Prova emprestada” admitida em
conformidade com o art. 372 do CPC. Observância do contraditório. Inexistência de
alegação ou demonstração de pagamento. Autor que se desincumbiu de provar os fatos
constitutivos de seu direito. Sentança mantida. Recurso desprovido.

Sobre a responsabilidade em contrato de empreitada com subcontratação.


Processo: Apelação Cível nº 1020198-11.2018.8.26.0002
Relator: Desembargador Marco Fábio Morsello
Comarca de Origem: São Paulo
Órgão julgador: 11ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/03/2020
Ementa: Ação de cobrança Sentença de procedência Irresignação da ré - Preliminar
de ilegitimidade passiva rejeitada Teoria da Asserção Denunciação da lide
corretamente indeferida pelo juízo a quo - Duplicatas mercantis emitidas em nome da
ré Contrato de empreitada global para prestação de serviços, incluindo fornecimento
de materiais Subcontratação da autora Ausência de vínculo contratual direto entre a
autora e a ré Responsabilidade da ré perante as empresas subcontratadas
expressamente excluída Sentença reformada Recurso provido, para julgar
improcedente o pedido formulado pela autora, que deverá arcar com o pagamento das
custas, despesas processuais e honorários advocatícios de sucumbência.

Sobre a relação do Poder Judiciário e do Juízo Arbitral:


Processo: Agravo Interno nº 2246125-47.2019.8.26.0000/50000
Relator: Desembargador Renato Sartorelli
Comarca de Origem: São Paulo
Órgão julgador: 26ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 20/02/2020
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
FUNDADA EM CONTRATO DE EMPREITADA - ACOLHIMENTO DE
PRELIMINAR DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM ARGUIDA EM
CONTESTAÇÃO - DECISÃO MANTIDA - COMPETÊNCIA DE UMA DAS
VARAS EMPRESARIAIS E DE CONFLITOS RELACIONADOS À
ARBITRAGEM DA COMARCA DA CAPITAL/SP - INTELIGÊNCIA DO ART. 2º
DA RESOLUÇÃO Nº 763/2016 DO ÓRGÃO ESPECIAL - AGRAVO INTERNO
PREJUDICADO - RECURSO IMPROVIDO. As Varas Empresariais e de Conflitos
relacionados à Arbitragem da Comarca da Capital terão competência para as ações
principais, acessórias e conexas, relativas à matéria prevista no Livro II, Parte Especial
do Código Civil (arts. 966 a 1.195) e na Lei n. 6.404/1976 (sociedades anônimas), bem
como a propriedade industrial e concorrência desleal, tratadas especialmente na Lei n.
9.279/1996, a franquia (Lei n. 8.955/1994) e as ações decorrentes da Lei de
Arbitragem (Lei nº 9.307/96) cessando, em relação às últimas, a competência das
Varas de Falências e Recuperações Judiciais da Capital e de Conflitos relacionados à
Arbitragem da Comarca da Capital, que passam a se chamar 1ª, 2ª e 3ª Varas de
Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital.

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