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Teóricas Direitos
Fundamentais
PROF. PEDRO MONIZ LOPES
MARGARIDA BRANCO
TEÓRICAS FUNDAMENTAIS 4TAN- 2020/2021- DR. PEDRO MONIZ LOPES
-Norma jurídica:
de competência- normas que atribuem competência de criar direito. ex: 164º e 165º CRP
“Pode”- atribui competência para legislar e não regula a conduta. Como não é uma norma regulativa,
é constitutiva. Ela permite, mas não no sentido regulativo. Antes dela não havia competência.
CONSTITUTIVA- condição necessária da condição e direito.
regulativa: permite/proíbe/impõe comportamentos – normas de direitos fundamentais pois governam condutas.
Tem elementos invariantes como seja a previsão, o operador deôntico (sentido normativo/de dever ser) e a
estatuição/consequência. - Se X então Y : X previsão/ Y estatuição.
o Se X então P/PR/I Y
P/PR/I-Sentido ordinatório (operadores deônticos)- permite, proíbe/impõe.
Pode haver conflito entre normas devido à incompatibilidade dos operadores deônticos.
o A previsão tem 3 elementos:
destinatários humanos (animais são ocasiões das normas jurídicas e não destinatários- ex:
proibição jurídica de maus tratos, esta é para quem hipoteticamente os maltratar )
conduta hipotética – se se conceber a possibilidade de não fazer X, então é proibido fazer
X. (ex: não se pode fazer mau tratos aos animais , então é proibido maltratados )
estado de coisas- ocasião normativa. A conduta hipotética de qualquer destinatário é
sempre contextualizada.
Ex: Flag burning (queimar bandeira)- importa saber se não tem nenhum motivo
politico subjacente ou se só esta a fazer como meio de chamara para si a atenção de
um protesto político (liberdade de expressão-cai na emenda)
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TEÓRICAS FUNDAMENTAIS 4TAN- 2020/2021- DR. PEDRO MONIZ LOPES
Lei de Alex: uma norma ou é uma regra ou é um principio. O aspeto axiológico do valor não deixa de ser relevante, mas
essa avaliação em direito relevará saber se a norma é uma regra ou principio. Se a norma é uma regra vai
necessariamente comportar-se como uma regra se um principio é um principio ele vai comportar-se como um
principio.
Não se pode deixar a decisão de saber se temos um principio ou regra consoante a ocasião e o momento.
Dworking (década 70) dizia que os princípios devem ser entendidos como se fossem a historia
literária de uma sociedade que devia ser interpretada pelos juízes. Disse também que as regras
conflituam entre elas em termos de validade e os princípios conflituam entre eles em termos de
peso.
Uma regra se conflituar uma com a outra uma delas será necessariamente invalida numa logica de mandados de
tudo ou nada, ou se aplica a regra na totalidade ou então outra regra prevaleceu sobre ela, ao passo que os
princípios nesta propriedade do peso, funcionam numa logica de mais ou menos. (regente: a graduabilidade dos
princípios)
Em 1984 Robert Alexy escreve a teoria dos direitos fundamentais é absolutamente revolucionária e
dos livros mais relevantes senão o mais relevante dos Direitos Fundamentais.
- Alexy faz uma analise das normas de direitos fundamentais antes de avançar para estes, e diz que os direitos
fundamentais só são bem compreendidos se forem bem compreendidas as normas de direitos fundamentais, e vai
pegar nas ideias de Dworking e explorar as regras e princípios de forma mais elaborada.
- Princípios: operam numa logica de comando de otimização prima facia, os princípios determinam um comando “à
primeira vista”. Exemplo se eu ofender alguém posso à primeira vista invocar a minha liberdade de expressão, mas
depois quando se for a considerar em tribunal veremos que pode haver outros princípios que se sobrepõem.
- Os princípios devem ser entendidos pelos juízes como a história literária de uma sociedade (interpretar é
conhecer os princípios).
- Logica de mais ou menos. Princípios são graduais e não um tudo ou nada.
- Casos difíceis. Critério da Ponderação.
- Exigem algo indeterminado.
O regente indica que ainda assim não é suficientemente claro como distinguir as regras e os princípios à luz destes
argumentos, e diz que se pode ir alem indo à estrutura da norma.
Estrutura da norma:
-Previsão (destinatários + conduta hipotética + ocasião) + operador deôntico + estatuição
- Como diferenciar as regras e os princípios?
* A diferença parece residir na conduta hipotética apenas ou também na ocasião…
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As regras das normas aplicam-se aqui no sentido da necessidade de também os princípios terem uma previsão,
operador deôntico e estatuição, bem como na sua previsão conter os 3 elementos, embora reconhecer que um
principio tem previsão é uma posição minoritária.
Regras: comandos definitivos. Servem para desonerar o processo decisório (não precisamos de ponderar, aplica-se, é
um tudo ou nada).
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Teoria Alexy: Princípios ordenam no máximo das condições fáticas e das condições
jurídicas condições fáticas da realização da norma
o Regente critica: não representa com fidelidade, pois as regras também ordenam no máximo das
condições fáticas e das condições jurídicas (vale para qualquer norma)
Teoria Pura de Kersen:
Direito só regula condutas possíveis não pode regular condutas faticamente impossíveis. Direito não
regula as condutas necessárias (em termos lógicos que vai necessariamente ocorrer).
Alexy:
As regras aplicam-se por subsunção e os princípios aplicam-se por ponderação.
o Regras: ∀x (xa) ʌ (xb) Pr (a)
Condutas específicas
o Princípios: Se C1 ʌ C2 ʌ C3 (condutas especificas) P(c) conduta genérica
O principio engloba as condutas especificas numa relação de indiferença qualquer uma das
condutas, indiferentemente, são permitidas.
NOTA: Principio não e um conjunto de regras
Conduta genérica (ex: expressar livremente). Nessa conduta genérica cabem varias condutas
especificas: Cantar/ Declamar um poema/ Pintar um quadro
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Quando tecemos afirmações genéricas ocorre o erro da categorização, pois a afirmação genérica tolera a
exceção. Quando eu digo os mamíferos não voam, esta afirmação é verdadeira, mas a verdade é que o
morcego é um mamífero e este voa.
Há claramente um paralelismo entre os princípios e as afirmações genéricas um no discurso descritivo e o
outro no discurso assertivo
Todos tem a permissão de se expressar livremente por ter uma previsão genérica e esta previsão prevê
varias condutas especificas que funcionam na generalidade, por defeito todos tem a liberdade de se exprimir
o que não quer dizer que todos em qualquer circunstancia tenha essa liberdade de se exprimir. A norma
tolera á partida que possa não se aplicar, nomeadamente em detrimento de outra norma por exemplo neste
caso o direito à honra.
Um direito é uma posição jurídica tal como um dever ou um ónus ou um encargo e não existem sem
mais, existem porque derivam de normas jurídicas.
Ora as normas de direitos fundamentais são normas que conferem situações jurídicas de vantagem!
Nunca uma norma de direito fundamental vai conferir um ónus.
Poderíamos dizer que as normas de direitos fundamentais seriam apenas as resultantes de normas
permissivas, mas isso não corresponderia à verdade pois vamos ver que há direitos fundamentais que
resultam do operador deôntico de imposição (norma que impõe a prestação de cuidados de saúde ao
estado, confere direito a receber prestação de cuidados de saúde do estado por via dessa norma) e de
proibição (exemplo proibição de tortura permite que alguém não seja torturado…).
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Reis Novais: “os direitos fundamentais são trunfos contra a maioria” uma afirmação
provocatória e pouco democrática. Eles são pouco democráticos porque impedem
formação de maiorias que os contrarie. No sentido que necessita de 4/5 dos deputados em
efetividade de funções… Contra as maiorias “conjeturais” que se formem... e para alterar
essas normas fundamentais tem de passar por provas difíceis de ultrapassar…
É preciso, contudo observar que a constituição deriva de 1976 num contexto histórico em
que os deputados à constituinte foram de tal forma generosos que vieram consagrar que a
CRP não esgota todos os direitos fundamentais… Há aqui uma clausula aberta aos
instrumentos internacionais que consagram direitos fundamentais, mas também não da o
critério para definir direitos fundamentais… E quanto ao facto do preceito de “outros
constantes das leis e das regras” quer dizer que podem os deputados no parlamento criar
direitos fundamentais?
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Isto é um infortúnio porque quantos mais direitos fundamentais forem criados e existirem
mais conflitos irão existir… quantos mais carros eu colocar na estrada mais perigo vou ter
de ocorrer um acidente. Quanto os deputados constituintes criaram esta regra ainda não
estava suficientemente compreendido que o sistema de direitos fundamentais é um
sistema fechado que não há muito mais a consagrar… se formos ao art 26º vemos que
poderemos ter uma grande discordância de saber se uma norma é de direito fundamental
ou não porque pela teoria da fundamentalidade material parece que a CRP se consagra
direitos que não vão propriamente próximos à dignidade da pessoa humana… por
exemplo podemos ter no limite da teoria uma comparação entre um direito à vida e um
direito de livre direito de antena dos partidos políticos.
Se a dignidade da pessoa humana for justificação para tudo então será justificação para
nada, é quase um critério que serve de justificação para tudo… o que pode vir a subverter
a logica dos direitos fundamentais que deve limitar os poderes estatais e não permitir aos
poderes estatais que criem normas que alcancem estatuto constitucional colocando-se
lado a lado com direitos fundamentais consagrados pela assembleia constituinte.
Isto é relevante nas posições jurídicas, que Hohfeld avalia na versão atomística (no mínimo detalhe).
No sentido em que uma norma é passível de aceder varias posições jurídicas…
Ter um direito é adquirir uma posição jurídica que correlativamente implica um dever do outro lado…
A liberdade por seu lado não corresponde a um dever de prestar… (veremos mais tarde)…
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A partir do art. 24º da CRP temos os Direitos Liberdade e Garantias… tudo junto sem haver aqui uma
distinção.
Reparemos que no art. 24º temos um direito à vida , mas também existe uma liberdade de viver… este
direto à vida resulta de uma norma que tem um operado deôntico impositivo ou proibitivo de que é imposto
ter o respeito pela vida e a proibição de atentar contra a vida.
Vivian Brown
X tem o direito de pretensão para que y faça qualquer coisa (direito dirigido)
Correlativo:
Y tem uma obrigação face a x de fazer qualquer coisa… (dever dirigido)
Regente: diz que Brown esta enganada porque esta a confundir direitos com liberdades.
A única coisa que temos de perceber é que o direito a algo, o chamado claim right, ou também chamado
direito-pretensão, tem de ser sempre dirigido! Ou seja eu tenho um direito em que um qualquer sujeito ou
ente publico me forneça um bem, ou prestar um serviço, etc…
Pelo que por outro lado significa que esse sujeito me tem a mim um dever dirigido de me prestar esse bem.
Se virmos o art. 31/1º não pode haver penas com caracter perpetuo, esta norma é proibitiva, mas é um
direito a algo… o cidadão tem o direito de exigir a abstenção do estado de aplicar penas perpetuas, o que
significa que o estado tem o dever de não aplicar penas perpetuas…
Mas este direito não se esgota assim, também compreende o dever de abstenção do estado de fazer algo
faticamente e de fazer algo juridicamente, ou seja que segundo um parâmetro de proporcionalidade, o
estado se abstenha de criar um regime jurídico que prejudique os cuidados de saúde…
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Diferente é uma permissão fraca (eu não estou proibido / não me é imposto)
Outra coisa é eu ter um trunfo permissivo, que me permite perante outras pessoas dizer que me é permitido
fazer qualquer coisa (permissão forte).
A CRP não se limita a dizer que não estamos proibidos de nos manifestar ou de nos reunir. Vai ao ponto de
trocar a expressão de liberdade, por direito (no sentido da palavra).
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Quem tem uma liberdade tem simultaneamente o direito a que não interfiram NAS CONDIÇÕES LOGICAS
que não interfiram nessa liberdade… há um “claim right”, há um direito ao direito de fazer greve, quer dizer
que há um “claim right” no sentido de omissão de não interferir nesse direito greve…
A questão de uma posição jurídica de liberdade ser pacifica no sentido em que ela é atribuída por uma
norma permissiva… o que significa que o seu titular pode ou não exercer essa posição jurídica, esta na sua
discricionariedade. Aqui a norma não aponta a destinatários secundários no sentido de proibir de se opor a
essa liberdade….
Pela simples negação eu não posso dizer que uma coisa seja inexistente… Assim as liberdades não são
tautológicas…
Fica claro que há varias posições jurídicas congregadas na mesma norma de direitos fundamentais:
Ex. direito ao casamento art 36º CRP
Tenho o direito a casar; Tenho direito a não casar;
Claim rights:
Tenho também o direito a que o estado haja normativamente, de existir que o estado crie o código civil e
que este se adeque a esta norma;
Tenho direito que o estado atribua competência a alguém que me case;
Tenho direito que o estado não interfira no casamento, no sentido em que o estado não iniba o casamento
por via de alguma forma… etc
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As normas não exequíveis por si mesmas estão dependentes da criação de um regime que a permita
efetivas. A própria norma exige ainda em si a obrigatoriedade de a regular. Há aqui uma injunção
constitucional de regular determinado regime, sendo que se esse regime não for criado haverá uma
inconstitucionalidade por omissão.
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Isto serve para entender que as posições jurídicas são normas decorrentes da força decorrente dessas
mesmas normas.
A norma de dto. Constitucional em que se proíbe a tortura. A posição jurídica que decorre deste caso de
abstenção de qualquer outra pessoa ou o estado de tortura é uma norma explicita.
Uma liberdade é uma posição jurídica que não tem diretamente um correlativo. Mas é uma posição
jurídica que acede a um direito que assegure os meios a garantir essa liberdade.
Tradicionalmente as normas de direitos liberdade e garantias são normas que tendencialmente
atribuem posições jurídicas de liberdade (isto não quer dizer que há direitos associados)
Só faz sentido interpretar as normas de direitos fundamentais numa perspetiva unitária, depois terão é uma
força normativa, diferente numa perspetiva por exemplo de despesa do estado, o exemplo da habitação…
Mas também não concretamente porque também é um erro de generalização, veja-se que o direito de
sufrágio por exemplo é caríssimo… criar todo o aparelho que garante a votação…
A figura das garantias são para o regente uma espécie de relíquia constitucional, é mais fácil explicar os
princípios e regras, as liberdades e não liberdade.
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Derrotabilidade normativa
Se todos tem direito á liberdade de expressão porque é que há momentos em que algumas pessoas não
podem realizar condutas que são de liberdade de expressão? A resposta é porque as normas são
derrotáveis.
A CRP diz que qualquer manifestação não esta pendente de autorização, mas há uma lei que obriga a
que pelo menos 48h antes seja comunicado ao presidente da CM do município em causa, o local e
manifestação que vai ocorrer.
Por razões puramente logicas diríamos que esta lei que limita esta liberdade seria inconstitucional. Não é
porque a norma que consagra o direito de manifestação é derrotável.
Mas como é que uma norma que é valida e não ficando invalidada, em determinados casos acaba por
ceder? Em que condições pode ocorrer?
Dizer que uma norma é derrotável não quer necessariamente dizer que será derrotada… mesmo a norma
que parece a mais difícil de equacionar como derrotável, ainda o será porque é impossível antecipar todas as
possibilidades futuras de questões que podem surgir que venham a provar o contrario... (exemplo da tabela
de elementos, a rigidez do diamante), seria um erro inclusive determinar que uma norma vai valer por si só…
(numa logica de hierarquização comprovada num sentido em que para uma norma prevalecer sobre outra,
esta constatação deriva de uma norma terceira…)
Ex. metal com calor expande, mas se aumentarmos a pressão atmosférica já não ira expandir.
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A Derrotabilidade e o conflito de normas permite-nos ver que não há exceções implícitas!!! O referido
atrás é uma mentira (alegada por alguma mentira) só pode haver exceções explicitas! O ex da lei que
determina a proibição de entrada de animais num restaurante e que depois as pessoas evocam a
exceção dos cães guias, provem da existência externa de uma terceira norma, neste caso constitucional
que vem resolver um conflito…
Para haver conflito tem de haver uma contrariedade no operado deôntico, num caso será permitido
expressar-me no outro é proibido! Haverá também conflito quando há contrariedade logica!
Ex. norma que tutele a 100 por cento o direito de propriedade VS É obrigatório pagar impostos
Há, contudo, condutas genéricas que não são necessariamente incompatíveis, num plano conflituoso parcial-
parcial, posso expressar sem ofender mas posso expressar ofendendo
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28/10/2020-Conflitos Normativos
Conflito Normativos: ocasião em que o mesmo sujeito [ou uma categoria sobreposta de sujeitos], a respeito de uma conduta
hipotética [ou uma categoria sobreposta de condutas hipotéticas], na mesma ocasião [ou a respeito de uma categoria sobreposta de
ocasiões] não é apto/não tem a possibilidade lógica de realizar essa conduta hipotética sem que isso implique a não satisfação de
uma das normas aplicáveis.
ALF Ross, no livro “On law and justice”(1958), classificou 3 tipos de conflitos em função da previsão das normas:
ex: N3-Todos os alunos estão obrigados a pagar propinas. N4-Os alunos estrangeiros não N4
pagam propinas
b. Há uma norma geral e outra em relação de especialidade [não há contradição deôntica, mas é logicamente
impossível fazer as duas coisas ao mesmo tempo]
ex: N3-Todos os alunos estão obrigados a pagar propinas no valor tabelado. N4-Os alunos estrangeiros estão
obrigados a pagar propinas em metade do valor tabelado.
Ao aplicar a norma geral posso não aplicar a especial
Ao aplicar a especial estou a aplicar necessariamente a geral.
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A ponderação não é arbitrária, mas de acordo com um critério de racionalidade, regulado pelo P. da
Proporcionalidade [e seus subprincípios: aptidão + necessidade + proporcionalidade stricto sensu]
A FÓRMULA DO PESO:
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A Fórmula do Peso retrata apenas a 3ª subvertente do P. Proporcionalidade que tem que ver com a tensão
que existe entre dois direitos fundamentais [doravante DF] em conflito e qual o método a resolver.
Destes três juízos, os dois primeiros são juízos fáticos [aspetos de facto] e o terceiro tem que ver com juízos
estritamente jurídicos. No entanto, são todos eliminatórios. Começamos por analisar as condições fáticas de
aplicação até à escolha de uma medida.
1. Idoneidade :
Tem de aumentar, em termos probabilísticos as possibilidades de maior fazer cumprir o DF em
causa/de alcançar aquela possibilidade.
Não pode restringir o DF contraposto
No final deste passo:
Inedónea Descarto-a
Medida
Idónea Passo 2
2. Necessidade da medida:
Saldo de custos e benefícios fáticos (≠jurídicos do passo 3)
Elencando todas as medidas possíveis idóneas, deve ser selecionada a de maior eficácia tem
maior saldo positivo [menos custos fáticos e mais benefícios fáticos].
Ex: M1 Obrigatório uso de máscara Eficácia/Benefícios – Custos = 10-5=5
M2 Confinamento Total Eficácia/Benefícios – Custos = 10-8=2
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1. TEORIA INTERNA:
há um verdadeiro significado das palavras à espera de ser descoberto
O direito está na CRP a titulo aparente, não pode ser usado no que extravase a sua interpretação
abusivo
Não reconhece a delimitação de direitos [mas na verdade limita-os]
“Mete tudo no saco da interpretação”
1. Conformação stricto sensu de DF: Atribuição de exequibilidade prática às normas de DF, definindo-se as
condições [procedimentais e organizatórias], para um exercício juridicamente coerente de um direito.
3. Concretização de DF: Incide sobre o enunciado do DF, implica uma redução do espectro semântico ou
seja, do âmbito do significado que vem previsto no enunciado dos DF. A especificação do âmbito
semântico significa necessariamente a exclusão de alternativas semânticas
“Paradoxo de Sorites” todas as dimensões qualitativas não são reais, mas inventadas pelos humanos
(ex:calvice).
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Assim sendo:
A liberdade não é renunciável. Não há renuncia, o que há é um exercício negativo.
O direito a algo é renunciável. Há um dever dirigido de outrem a prestar X, mas o próprio [à
partida – há exceções: quando a liberdade de exercer ou não é um dever] pode renunciar.
O Estado deve garantir que haja uma vontade livre e esclarecida, mas sem entrar numa dimensão
paternalista.
Questão epistémica: Estado apurar a própria vontade da pessoa em ultima analise.
a. Elementos extrínsecos que demonstrem a demonstração da vontade de renuncia tem de
ser tidos em conta no dever que o Estado tem enquanto garante do exercício de Dtos
Fundamentais em ultima analise de fazer o possível até um determinado ponto para que
aquela vontade seja livre e esclarecida.
b. Apurar vontade presumida : é preciso criar uma situação “as if” , como se fosse a pessoa a
tomar a decisão.
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18/11/2020- Art.17º
Normas Dtos Fundamentais:
o PJ liberdade
o PJ dto a algo / dever de prestar
Art.18º Restriçoes do Regime Juridico Substancial DLG não há nenhum para os sociais
17º DLG aplica-se 24º e ss + analogia
o Qual é o critério para a analogia?
P. igualdade semelhanças de acordo com um critério comparativo P.
Proporcionalidade para o definir se não for dado a partida APTO para permitir
aplicar o regime das normas fundamentais semelhantes LOGICAMENTE NECESSÁRIO
PML: Critério das posições jurídicas
DLG atribui PJ de liberdade Dtos sociais também atribuem liberdade
DLG também atribuem PJ de dto a algo + dever de não interferência / abstenção /
prestar
Prof David Duarte : “Critério do grau da derrotabilidade”
Maior ou menor probabilidade de derrota
DLG entram menos vezes em conflito e dtos Sociais entram mais vezes em conflito
Art.18º norma mais violada e portanto se só as que estiverem previstas na CRP é que
podem, não faria sentido falar em derrotabilidade das normas objeto impossível e
necessário replica o que já decorre da lógica (vigora sim um costume contrário)
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Ambiguidade:
1.Linguística: o que significa ser digno?
2. Normativa: é uma norma? Ideia? PJ? Enquadramento moral?
2. Ambiguidade Normativa:
Regente: enunciado normativo cuja compreensão só se consegue com a teoria de
suporte/enquadramento [se só tiver DPH não consigo compreender o que é tenho de ter um
enquadramento]
Dignidade é um conceito atrito a divergências radicais
2.1. Há um consenso de sobreposição [matriz mínima (não é geral)].
2.2. Não é um problema intrinsecamente semântico [não há um conceito certo nem um errado]
transcende
Quanto ao sentido:
o Visão individualista/Liberal: Vontade/Autonomia
É digno aquele que tem um dever de abstenção + liberdade de autodeterminar o seu fim
o Visão comunitária/Religiosa :Heterónomas
Há um padrão exterior à própria pessoa/dignidade Canons
Problemas de moral
o DPH conduzida à moral kantiana “Homem não pode usar-se a si próprio para pôr fim ao seu
desgosto”
Imperativo categórico se queres X deves fazer Y. vs imperativo hipotético
o As normas não podem ser autojustificáveis
o Se tudo depender da moral das pessoas problema de fim
o A vontade deve ser livre e esclarecida.
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o Quanto há base legal, existe doutrina que defende que está consagrada no art.27º. Não
obstante, o regente não concorda, pois, esta norma tem que ver com a liberdade física
[liberdade = permissão, e, portanto, excecionada por todas as normas proibitivas e permissivas].
Isto faz com que a questão jurídica seja uma questão de direitos fundamentais –
relevância jus fundamental;
Os deveres fundamentais são exceções à norma de DF de liberdade;
Norma reiterada pelas normas especiais (não constitutivas);
As normas de liberdade (declarativa) especiais não são inoculas;
Interferência de liberdade geral/genérica ≠ interferência liberdade concreta;
Quanto mais especificadas forem as liberdades, maior o peso relativo que lhes é dado à
priori em relação à de sinal contrário;
Todas as condutas de DF são relevantes.
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Aplicação do P. Igualdade:
1. Definição de um critério adequado de comparação Esse critério pode já resultar implicitamente
da CRP ou da Lei (ex:47º/2)) Se não resulta, tem de ser construído com base em normas de DF e
conjugando a norma reguladora de DF com os DF que se pretende exercer.
2. Delimitação das propriedades relevantes quando se compara dois sujeitos / duas realidades /
duas atividades/ 2 objetivos / 2 PJ temos necessariamente de delimitar as propriedades relevantes
para o efeito da comparação. Caso contrario, o universo de aspetos comparáveis seria aberto.
o Ex: reconhecimento casamento entre pessoas do mesmo género há um critério para haver
acesso ao claim right de uma união. Se o critério é o da procriação há um tratamento diferente
[mesmo de sexo diferente podem ser inférteis.]
Esta em causa se a igualdade de género e ou não uma propriedade relevante para existir o direito a
prestação de reconhecimento estatal de uma união efetiva. Aqui discute se o estatuto de casado
(dtos e deveres que decorridos do casamento).
Reis Novais: o art.13º/2) são “cláusulas suspeitas”: fazem incidir um juízo de presunção de
inconstitucionalidade em função de uma discriminação tendo por referencia uma das propriedades
do 13º/2).
o O nº2 acrescenta algo ao nº1?
Na relação entre as normas o nº2 não acrescenta nada em termos de
conteúdo presunção de inconstitucionalidade sujeito a um ónus de
argumentação acrescido regra de repartição de ónus argumentativo.
Ónus de justificação do critério racional para essa discriminação.
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09/12/2020:
A CRP tem o art18 que se aplica apenas ao regime DLG e de natureza análoga 17º
C. determinabilidade/ DPH
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