Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivos
O objetivo final na utilização desses regimes é um título que
permita o aproveitamento do recurso mineral que, no caso, é uma
portaria do Ministro das Minas e Energia, denominada corriqueiramente
de Portaria de Lavra (Artigo 43 do Código de Mineração).
Campo de Aplicação
Os Regimes de Autorização e de Concessão podem ser utilizados
para todas as substâncias minerais, com exceção daquelas protegidas por
monopólio (petróleo, gás natural e substâncias minerais radioativas).
Áreas Máximas
- 2.000 ha: substâncias minerais metálicas, substâncias minerais
fertilizantes, carvão, diamante, rochas betuminosas e pirobetuminosas,
turfa, e sal-gema;
- 1.000 ha: rochas para revestimento, e demais substâncias
minerais.
- 50 ha: as substâncias minerais relacionadas no art. 1º da Lei nº
6.567, de 1978; águas minerais e águas potáveis de mesa; areia, quando
adequada ao uso na indústria de transformação; feldspato; gemas
(exceto diamante) e pedras decorativas, de coleção e para confecção de
artesanato mineral; e mica.
Guia de Utilização
É admitido, em caráter excepcional, o aproveitamento de
substâncias minerais em área titulada, antes da outorga da Concessão de
Lavra, mediante prévia autorização da ANM, observada a legislação
ambiental pertinente (§ 2º do Artigo 22 do Código de Mineração), através
de um documento denominado Guia de Utilização, fundamentado em
critérios técnicos.
Para efeito de concessão da Guia de Utilização, serão consideradas
como excepcionais as seguintes situações:
. Aferição da viabilidade técnico-econômica da lavra da substância
mineral no mercado nacional e/ou internacional;
. Extração de substâncias minerais para análise e ensaios industriais
antes da outorga da Concessão de Lavra; e
. Comercialização de substâncias minerais face à necessidade de
fornecimento continuado da substância visando garantia de mercado,
bem como para custear a pesquisa.
A primeira Guia de Utilização será pleiteada pelo titular do direito
minerário em requerimento a ser protocolizado na Superintendência
da ANM em cuja circunscrição está localizada a área objeto do processo
administrativo do qual se originou o Alvará de Pesquisa, dirigido ao
respectivo Chefe da Superintendência, devendo conter os seguintes
elementos de informação e prova:
Justificativa técnica e econômica, elaborada por profissional
legalmente habilitado, descrevendo, no mínimo, as operações de
decapeamento, desmonte, carregamento, transporte,
beneficiamento, se for o caso, sistema de disposição de materiais e
as medidas de controle ambiental, reabilitação da área minerada e
as de proteção à segurança e à saúde do trabalhador;
Indicação da quantidade de substância mineral a ser extraída;
.Planta em escala apropriada com indicação dos locais onde
ocorrerá a extração mineral, por meio de coordenadas em sistema
global de posicionamento - GPS, datum SIRGAS2000, dentro dos
limites do Alvará de Pesquisa, sendo plotados em bases
georreferenciadas.
Dados adicionais julgados necessários à análise do pedido poderão
ser solicitados a critério da ANM.
Requerimento de Lavra
Requerente: Pessoa jurídica.
Documentação e Procedimentos (Artigo 38 do Código de
Mineração): O requerimento de Concessão de Lavra para cada área
individualmente deverá ser dirigido, pelo titular da Autorização de
Pesquisa, ou seu sucessor, ao Ministro de Minas e Energia, entregue
mediante recibo no protocolo da Superintendência da ANM em cuja
jurisdição encontra-se a área, bem como instruído com os seguintes
elementos de informação e prova:
. Certidão de registro da entidade constituída, no órgão de registro
do comércio;
. Designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação
do Alvará de Pesquisa outorgado, e de aprovação do respectivo
Relatório;
. Denominação e descrição da localização do campo pretendido para
a lavra,
. Definição gráfica da área pretendida, delimitada por figura
geométrica formada, obrigatoriamente, por segmentos de retas com
orientação Norte-Sul e Leste-Oeste verdadeiros, com 2 (dois) de seus
vértices, ou excepcionalmente 1 (um), amarrados a ponto fixo e
inconfundível do terreno
. Servidões de que deverá gozar a mina;
. Plano de Aproveitamento Econômico da jazida, com descrição
das instalações de beneficiamento, acompanhado da Anotação de
responsabilidade técnica - ART do engenheiro de minas responsável por
sua elaboração;
. Prova de disponibilidade de fundos ou da existência de
compromissos de financiamento, necessários para execução do Plano de
Aproveitamento Econômico e operação da mina.
Portaria de Lavra
A documentação concernente ao requerimento de lavra será
analisada na ANM e, estando bem instruída, ensejará a Concessão pelo
Ministro de Minas e Energia de uma Portaria.
Condições de Outorga
. A jazida deverá estar pesquisada, com o Relatório
aprovado pela ANM;
. A área de lavra deverá ser adequada à condução técnico-
econômico dos trabalhos de extração e beneficiamento, respeitados os
limites da área de pesquisa.
Deveres do Titular: O titular da Concessão ficará obrigado a:
. Iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo
de 06 (seis) meses, contados da data da publicação da Portaria de
Concessão;
. Lavrar a jazida de acordo com o plano de lavra aprovado
pela ANM;
. Extrair somente as substâncias minerais indicadas na Portaria de
Concessão;
. Comunicar imediatamente a ANM o descobrimento de qualquer
outra substância mineral não incluída na Portaria de Concessão;
. Executar os trabalhos de mineração com observância das normas
regulamentares;
. Confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de lavra a
técnico legalmente habilitado ao exercício da profissão;
. Não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o
aproveitamento ulterior da jazida;
. Responder pelos danos e prejuízos a terceiros;
. Promover a segurança e a salubridade das habitações existentes
no local;
. Evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar
danos e prejuízos aos vizinhos;
. Evitar poluição do ar, ou da água, que possa resultar dos trabalhos
de mineração;
. Proteger e conservar as fontes, bem como utilizar as águas
segundo os preceitos técnicos quando se tratar de lavra de jazida desta
substância;
. Tomar as providências indicadas pela fiscalização dos órgãos
federais;
. Não suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação
a ANM;
. Manter a mina em bom estado, no caso de suspensão temporária
dos trabalhos de lavra, de modo a permitir a retomada das operações;
. Apresentar a ANM, até o dia 15 (quinze) de março de cada ano,
relatório das atividades realizadas no ano anterior;
. Requerer aa ANM a Posse da Jazida, dentro de 90 (noventa) dias
a contar da data da publicação da respectiva Portaria no Diário Oficial da
União;
. Recolher a CFEM - na base de 2 a 3%;
. Pagar a participação mínima do proprietário do solo nos resultados
da lavra na base de 50% do valor da CFEM;
. Responder pelos danos causados ao meio-ambiente.
Regime de Licenciamento
Objetivos
Registrar na ANM licença expedida pela prefeitura do município de
situação da área pretendida.
Campo de Aplicação
O aproveitamento mineral por Licenciamento, destinado a
substâncias de emprego imediato na construção civil, argila vermelha, e
calcário para corretivo de solos. É facultado exclusivamente ao
proprietário do solo ou a quem dele obtiver expressa autorização.
Consideram-se substâncias minerais de emprego imediato na
construção civil:
. Areia, cascalho e saibro, quando utilizados in natura na construção
civil e no preparo de agregado e argamassas;
. Material sílico-argiloso, cascalho e saibro empregados como
material de empréstimo;
. Rochas, quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, sarjetas,
moirões ou lajes para calçamento;
. Rochas, quando britadas para uso imediato na construção civil.
Área Máxima: 50 ha.
Requerimento de Registro de Licença
O Registro de Licença deverá ser pleiteado mediante formulário
padronizado de pré-requerimento eletrônico, disponível para
preenchimento no sítio da ANM na internet, após o que deverá ser
impresso pelo interessado para protocolização na Superintendência da
ANM em cuja circunscrição situa-se a área pretendida.
O requerimento impresso de Registro de Licença deverá conter,
obrigatoriamente:
. Em se tratando de pessoa física, comprovação da nacionalidade
brasileira, ou, tratando-se de pessoa jurídica, comprovação do número de
registro da sociedade no Órgão de Registro do Comércio de sua sede e do
CNPJ;
. Licença específica expedida pela autoridade administrativa
competente do(s) município(s) de situação da área requerida;
. Declaração de ser o requerente proprietário de parte ou da
totalidade do solo e/ou instrumento de autorização do(s) proprietário(s)
para lavrar;
. Memorial descritivo da área objetivada;
. Anotação de responsabilidade técnica - ART original do profissional
responsável pela elaboração do memorial descritivo;
. Plano de aproveitamento econômico, assinado por profissional
legalmente habilitado, acompanhado da respectiva Anotação de
responsabilidade técnica;
O requerente deverá apresentar a ANM, no prazo de até 60
(sessenta) dias contados da protocolização do pedido de Registro de
Licença, a Licença Ambiental de instalação ou de operação, ou
comprovar que a requereu através de cópia do protocolo do órgão
ambiental competente.
Registro de Licença
A outorga do Registro de Licença ficará condicionada à
apresentação da Licença Ambiental expedida pelo órgão ambiental
competente.
O Registro de Licença será autorizado pelo Diretor-Geral da ANM,
valendo como título de licenciamento.
É delegada competência aos superintendentes da ANM para, em
suas respectivas jurisdições, decidir sobre requerimento e título de
Registro de Licença em todas as suas fases.
Lavra
Outorgado o título de licenciamento, a extração efetiva da
substância mineral ficará condicionada à emissão e à vigência da Licença
Ambiental de operação.
A responsabilidade técnica pelos trabalhos de lavra deverá ser
exercida por profissional legalmente habilitado.
Regime de Extração
Objetivos: Declaração de Registro de Extração, expedida pelo
Diretor-Geral da ANM (Artigo 7º do Decreto nº 3.358/00).
Declaração de Registro
Atendidos os requisitos previstos, o Diretor-Geral da ANM expedirá
declaração de Registro de Extração pretendida com base nos dados
informados no requerimento, dela formalizando-se extrato a ser publicado
no Diário Oficial.
O Registro de Extração terá prazo determinado, admitida uma única
prorrogação.
Campo de Aplicação
Este regime aplica-se às substâncias minerais garimpáveis,
definidas no DECRETO Nº 9.406, DE 12 DE JUNHO DE 2018. (Art. 11.
Considera-se lavra garimpeira o aproveitamento imediato de substância
mineral garimpável, compreendido o material inconsolidado,
exclusivamente nas formas aluvionar, eluvionar e coluvial, que, por sua
natureza, seu limite espacial, sua localização e sua utilização econômica,
possa ser lavrado, independentemente de trabalhos prévios de pesquisa,
segundo os critérios estabelecidos pela ANM).
Áreas Máximas: 50 ha
Condições de Outorga
A Permissão de Lavra Garimpeira será outorgada a brasileiro ou a
cooperativa de garimpeiros, autorizadas a funcionar como empresa de
mineração, sob as seguintes condições:
. A permissão vigorará pelo prazo de até cinco anos,
sucessivamente renovável a critério da ANM;
. O título é pessoal e, mediante anuência da ANM, transmissível a
quem satisfaça os requisitos legais.
. A área de permissão não excederá cinquenta hectares, salvo,
excepcionalmente, quando outorgada à cooperativa de garimpeiros, a
critério da ANM.
Licenciamento Ambiental
Sob quaisquer dos regimes citados, para obtenção dos títulos, há
necessidade de apresentação pelo interessado de Licenças Ambientais,
emitidas pelos órgãos estaduais de meio-ambiente, além do o Plano de
Controle de Impactos Ambientais na Mineração.
Os procedimentos para obtenção de Licenças Ambientais nos
empreendimentos de aproveitamento dos recursos minerais estão
explicitados em duas resoluções do CONAMA - Conselho Nacional de
Meio-Ambiente. A Resolução CONAMA nº 09/90 trata do licenciamento
ambiental das áreas sob o Regime de Autorização e Concessão. Por sua
vez, o Regime de Licenciamento é abordado na Resolução CONAMA nº
10/90.
Para os outros regimes não existem resoluções CONAMA
específicas, sendo assunto tratado através de portarias e instruções
normativas no âmbito do MME, como foi visto nos capítulos anteriores.