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Índice

Introdução..........................................................................................................................4

1. Objectivos..................................................................................................................4

1.2. Objectivo geral.......................................................................................................4

1.3. Objectivos específicos............................................................................................4

2. Licença de Prospecção e Pesquisa.............................................................................5

2.1. Validade das Licenças................................................................................................6

3. Requisitos......................................................................................................................6

3.1. Recursos minerais a incluir na licença.......................................................................7

4. Entidade Responsável....................................................................................................7

4.1. Senhas Mineiras..........................................................................................................7

5. Quando Requere............................................................................................................8

6. Garantias........................................................................................................................8

7. Objectivo.....................................................................................................................10

Conclusão........................................................................................................................11

Referências Bibliográficas...............................................................................................12

Legislação........................................................................................................................12

Doutrina...........................................................................................................................12
Introdução

A licença de prospecção e pesquisa é um documento obrigatório para realizar


actividades de exploração mineral, petróleo e gás natural em determinadas áreas. Essa
licença é concedida pelos órgãos competentes, como o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) para a prospecção de minerais e a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a pesquisa de petróleo e gás.

A obtenção da licença de prospecção e pesquisa é fundamental para garantir a


legalidade e a regularidade das actividades realizadas, além de assegurar a protecção do
meio ambiente e dos interesses públicos. Os empreendedores que desejam realizar essas
actividades devem cumprir uma série de requisitos e exigências estabelecidas pelos
órgãos reguladores, como a apresentação de um plano de trabalho detalhado e a
realização de estudos de impacto ambiental.

1. Objectivos

1.2. Objectivo geral

O presente trabalho tem como objectivo geral compreender a licença de prospecção e


pesquisa.

1.3. Objectivos específicos

 Compreender as validades das licenças;


 Abordar sobre a entidade competente; e
 Falar das garantias.

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2. Licença de Prospecção e Pesquisa1

É aquela que é atribuída a pessoa colectiva, constituída e registada em Moçambique,


que demonstre ter capacidade técnica e financeira para o efeito.

A Lei de Minas estabelece os princípios gerais relativos ao uso e aproveitamento de


recursos minerais, acesso e exercício das actividades de prospecção e pesquisa,
desenvolvimento e extracção (produção), processamento e comercialização de produtos
minerais, incluindo a água mineral (e excluindo hidrocarbonetos, sujeitos a lei própria).

A Lei mantem apenas os benefícios de isenções de direitos aduaneiros referentes a


importação de equipamentos e bens necessários a prospecção e pesquisa e exploração
mineira.

Complexifica-se o processo de exportação de amostras para análises laboratoriais para


os detentores da licença de prospecção e pesquisa. A quantidade e qualidade de
informação a ser fornecida à Direcção Nacional de Minas são ampliadas, cabendo esta
emitir a autorização para a exportação de amostras.

O retardamento do início do exercício das actividades para a qual se tenha requerido o


título ou a autorização é um factor que pode conduzir a revogação do título ou da
autorização, ou seja, é fixado um prazo máximo para a realização da actividade mineira
após a emissão da licença ou da concessão.

A preocupação do governo face aos interesses do Estado e da sua estratégia de


socialização do campo é visível. A Lei se mostra mais defensoras dos interesses das
famílias atingidas por essas actividades e, protege ainda mais aquelas que se encontram
integradas aos planos de desenvolvimento planificados.

No artigo 64, referente as restrições à actividade mineira, enxerga-se que os detentores


dos títulos de licença e concessão mineira devem exercer essa actividade "de forma a

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Lei nº20/2014, de 18 de Agosto - Lei de Minas – Moçambique
Glossário
Licença de prospecção e pesquisa – título mineiro atribuído nos termos da presente Lei, que permite
realizar actividades geocientificas e geotécnicas que permitem a avaliação do potencial de recursos
minerais, visando a descoberta, identificação, determinação das características e valor económico dos
respectivos minerais.

5
afectar o menos possível os direitos de utentes ou ocupantes da terra 2 situadas dentro
das áreas sujeitas àqueles títulos mineiros" (MOÇAMBIQUE, 1987a, p.13).

Se no exercício dos direitos mineiros houver prejuízo de culturas, solos, construções ou


benfeitorias ou ainda determine a transferência dos utentes ou os ocupantes da terra, o
artigo 67 impõe a obrigação do titular indemnizar os prejudicados e/ou os deslocados.
Em relação às indemnizações e as transferências, a legislação recorre ao Regulamento
da Lei de Terras de 1979. O artigo 67 impõe que:

2. A obrigação de indemnizar será calculada nos termos previstos no Regulamento da


Lei de Terras para prejuízos da mesma natureza e em caso de transferência esta só será
iniciada após o pagamento da indemnização.

3. Igualmente incorre na obrigação de indemnizar, respondendo solidariamente com o


titular mineiro, o operador. 4. Se os interessados não chegarem a acordo quanto à
obrigação de indemnizar poderão recorrer ao órgão de conciliação previsto no artigo 82
do Regulamento da Lei de Terras, o qual integra obrigatoriamente um representante do
Ministério dos Recursos Minerais e um representante de cada uma das partes
interessadas (MOÇAMBIQUE, 1987a, p.14).

2.1. Validade das Licenças

Os prazos de validade para as licenças são de:

(a) Dois anos, para a exploração de recursos minerais para a construção,


renovável uma vez por igual período; ou

(b) cinco anos, para a exploração de outros recursos minerais, incluindo água
mineral, renovável, por uma vez, por três anos;

3. Requisitos

Pedido de Licença, com os seguintes dados:

Pessoa colectiva:

 Sede;
 Capital;

2
"Para efeitos deste Regulamento considera-se ocupante da terra a pessoa singular ou colectiva que nos
termos do Regulamento da Lei de Terras ocupe ou utilize a terra sem carecer de licença de uso e
aproveitamento da terra ou sem possuir título válido desde que o prazo estabelecido no mesmo
regulamento para a legislação dessa ocupação não tenha expirado" (MOÇAMBIQUE, 1987a, p.13).

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 Identidade;
 Nacionalidade; e
 Endereço dos representantes legais (estrangeiros), domicílio e mandatário legal
(nacionais);

3.1. Recursos minerais3 a incluir na licença

1. Área pretendida;
2. Prazo de exploração (não superior a 2 anos);
3. Preenchimento da ficha de licenciamento;
4. Normas básicas de gestão ambiental;
5. Documentação dos recursos técnicos e financeiros à disposição do requerente;
6. Cópia autenticada da certidão do registo ou dos estatutos, no caso de pessoa
colectiva;
7. Pagamento da taxa de processamento.

Para os detentores das concessões mineiras reforça-se a necessidade de serem pessoas


colectivas, juridicamente registadas em Moçambique, e que apresentem um plano de
lavras

4. Entidade Responsável

Licença de reconhecimento, de prospecção e pesquisa e concessão mineira: é


competente ao Ministro que superintende a área dos recursos minerais. O pedido dá
entrada na Direcção Nacional de Minas ou Direcção Provincial de Recursos Minerais.

Certificado mineiro: é competente ao Director Nacional de Minas, o pedido dá entrada


na Direcção Nacional de Minas ou na Direcção Provincial dos Recursos Minerais e
Energia, consoante o caso.

4.1. Senhas Mineiras

É competente o Director Provincial dos Recursos Minerais, na área sob sua jurisdição (a
atribuição é feita nas áreas designadas de senha mineira).

Em relação à senha mineira, acrescenta-se o fato do titular poder perder o direito de


explorar a área quando os danos ambientais forem significativos (artigo 59).
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Recurso mineral – substância sólida, liquida ou gasosa com valor económico formada na crusta terrestre
por fenómenos geológicos ou a ele ligados.

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Nas cidades de Quelimane, Tete, Pemba e Inhambane (e noutros lugares onde vierem a
ser criados), também pode ser requerido junto dos Balcões Únicos, que são gabinetes de
apoio à implementação de novos empreendimentos, que prestam serviços através do
fornecimento de informações e assistência técnica, para além de, procederem a
tramitação de processos de registo e licenciamento junto das diversas entidades públicas
competentes.

5. Quando Requere

Antes da entrada do pedido, nada consta.

No âmbito do processo de licenciamento, o requerente deve respeitar os seguintes


prazos:

 Sendo notificado da disponibilidade da área, o requerente tem 15 dias para


proceder ao pagamento da publicação dos éditos no jornal, sob pena de o pedido
ser considerado nulo;
 Se for necessário proceder à correcção de erros e/ou fornecimento de qualquer
informação, o prazo máximo será de 15 dias, sob pena de ser considerado nulo;
 Após a comunicação da atribuição da licença, o interessado tem 30 dias para
proceder o seu levantamento, sob pana de cancelamento;
 A partir da data da emissão da licença, o seu titular tem 180 dias para demarcar a
área concedida, sob pena de revogação da respectiva licença. Em caso de
imprecisão da demarcação é estabelecido o prazo máximo de 90 dias para a sua
correcção.

6. Garantias

A nova legislação de minas de 2014 parece ter percebido que as garantias oferecidas aos
investidores estrangeiros eram exageradas e colocavam em causa os benefícios que
poderiam ser gerados para a nação.

Nesse contexto, a legislação retira das garantias oferecidas pelo Estado a de que:

(a) Novas alterações ao regime fiscal não afectariam aos contratos assinados
pelo governo;

(b) aumenta os prazos de pagamento das indemnizações pelo Estado e;

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(c) retira a responsabilidade do Estado em face de alterações de regime fiscal ou
de qualquer outro fato (associado às acções do Estado) que possa causar ao investidor
prejuízos financeiros.

Em relação às transferências para o exterior, a legislação retira o ponto referente ao


produto de indemnização e permite apenas que se exporte o capital estrangeiro
investido, eliminando a possibilidade que existia do investimento ser ou não elegível à
exportação de lucros. Também, acrescenta que, para que se realize a transferência para o
exterior, é necessário que seja apresentado, pelo titular, os documentos comprovativos
de quitação emitidos pela respectiva área fiscal.

Apesar de se registar alterações significativas em relação à Lei de Minas de 2002,


constata-se que a mesma legislação (Lei de Minas de 2014) defende os direitos
adquiridos ao abrigo de contratos mineiros e /ou acordos assinados com o governo, ou
seja, apesar de se retirar algumas garantias e de se "limitar" a circulação descontrolada
das transferências, elas não afectarão os titulares com acordos e/ou contratos celebrados
com o governo. Eles passarão a cumprir esta legislação só no momento em que
requererem a prorrogação dos seus contratos.

Para além das garantias desempenharem um papel importante na atracção de


investimentos estrangeiros, o regime fiscal e as isenções fiscais também jogam um
papel relevante. A Lei de Minas de 1986 isenta as entidades que desenvolvem
actividades mineiras no país de pagarem os impostos referentes a:

(i) Direitos e emolumentos gerais aduaneiros sobre equipamentos,


aparelhos, materiais e sobressalentes importados;
(ii) Direitos e emolumentos gerais aduaneiros sobre a exportação de
recursos minerais; e
(iii) Imposto de circulação. Para incentivar o investimento estrangeiro, o
Estando isenta, também, o pagamento do imposto sobre o rendimento,
sobre a reconstrução nacional e sobre os juros de empréstimos obtidos
no estrangeiro.

7. Objectivo

É interessante notar que o objectivo do regulamento é o desenvolvimento


socioeconómico do país, o que significa colocar as questões do Estado-nação acima de

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tudo, ou seja, se o benefício do deslocamento compulsório for benéfico para o
Estadonação, então as famílias a serem prejudicadas por essas actividades serão
forçadas a abandonar o seu território.

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Conclusão

As áreas de actividades mineiras desempenham um papel crucial na economia de muitos


países, gerando empregos, riqueza e impulsionando o desenvolvimento
socioeconómico.

É importante ressaltar que a licença de prospecção e pesquisa é uma autorização


temporária, válida por um determinado período de tempo, e que a concessão dessa
licença não garante automaticamente a autorização para a exploração dos recursos
minerais ou energéticos encontrados. Após a conclusão das actividades de prospecção e
pesquisa, é necessário solicitar uma nova licença ou autorização para a exploração dos
recursos encontrados.

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Referências Bibliográficas

Legislação

Decreto n.º 31/95 de 25 de Junho – Moçambique.

Lei nº20/2014, de 18 de Agosto - Lei de Minas – Moçambique

Doutrina

Almeida Serra, António M. de. (1991). Política agrária e desenvolvimento económico


na República Popular de Moçambique, 1975-85: contribuição para o estudo da
economia política da República Popular de Moçambique. 791 Tese (Doutorado em
Economia) - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de
Lisboa. Lisboa.

Araújo, Manuel G. M. de. (1989). O sistema das aldeias comunais em Moçambique:


transformações na organização do espaço residencial e produtivo. 479, Tese
(Doutorado em Geografia Humana) - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Lisboa.

Castel-Branco, Carlos N. (1984). Trabalho assalariado e pequena produção mercantil


na estratégia de socialização do campo. Maputo: Centro de Estudos
Africanos/Departamento de Economia do Comité Central do Partido Frelimo.

Centro De Estudos Africanos. (1979). Problemas de transformação rural na província


de Gaza: um estudo sobre a articulação entre aldeias comunais seleccionadas,
cooperativas agrícolas e a unidade de produção do baixo Limpopo. Maputo.

https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Licenciamentos/Actividade-
Mineira

https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Licenciamentos/Actividade-
Mineira/Procedimentos-e-Documentacao

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