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SUPLEMENTO
SUMÁRIO mineiras, com observância dos padrões de qualidade ambiental
legalmente estabelecidos e com vista a um desenvolvimento
Assembleia da República: sustentável de longo prazo, visando a realização dos seguintes
objectivos:
o
Lei n. 14/2002:
a) reconhecimento;
Aprova a Lei de Minas e revoga a Lei n ° 2/86, de 16 de Abril,
b) prospecção e pesquisa;
e a Lei n ° 5/94, de 13 de Setembro
c) mineração;
Lei no 15/2002:
d) tratamento e processamento;
Estabelece os princípios de organização do Sistema Tributário
da República de Moçambique, define as garantias e obrigações e) comercialização ou outras formas de dispor do produto
do contribuinte e da administração tributária, e revoga a Lei mineral;
n ° 3/87, de 19 de Janeiro e a Lei n ° 8/88, de 21 de Dezembro f ) outros fins relacionados com os acima descritos.
Lei no 16/2002:
ARTIGO 3
Cria a Ordem dos Engenheiros de Moçambique e aprova o seu
estatuto (Definições)
2. O certificado mineiro não é atribuído em área que seja 2. Para além de quaisquer outras condições que possam
considerada por lei como vedada à actividade mineira, ou em estar estabelecidas em conformidade com a lei, o titular de
certificado mineiro deve:
qualquer área que tenha sido designada como área de senha
mineira. a) submeter as informações e os relatórios periódicos;
3. O certificado mineiro não é atribuído para qualquer área b) permitir investigações científicas por instituições do
de licença de prospecção e pesquisa ou de concessão mineira Estado e educacionais nos termos previstos no
a pessoa que não seja o titular da licença de prospecção e pes- artigo 39 da presente Lei;
quisa ou concessão mineira relativos a essa área. c) manter a área do certificado e as operações mineiras
em estado seguro em cumprimento dos regula-
4. O certificado mineiro é emitido por um período máximo
mentos de gestão, saúde e de segurança mineiras;
de dois anos, prorrogavel por períodos sucessivos não supe-
riores a dois anos, desde que a actividade mineira em curso o d) cumprir com as exigências de protecção, gestão e
justifique. restauração ambiental;
e) permitir o acesso através da área do certificado a qual-
5. O certificado mineiro é transmissível, nos termos a
quer terra contígua desde que tal não interfira com
regulamentar.
as operações mineiras;
6. A área sujeita a certificado mineiro não excede a área f ) permitir a construção e utilização na área do certifi-
necessária às operações mineiras de pequena escala e não é cado de valas, canais, condutas, gasodutos, esgotos,
supenor a quinhentos hectares, não podendo cada titular deter drenagens, fios, linhas de transporte de energia,
mais de quatro títulos para áreas contíguas. estradas e infra-estruturas públicas, desde que não
7. As características e limitações que distinguem as opera- interfiram com as operações mineiras,
ções mineiras de pequena escala para fins de certificado g) compensar os utentes da terra por quaisquer danos à terra
mineiro, das outras operações mineiras, serão fixadas por e propriedades resultantes das operações mineiras;
regulamento. li) demarcar e manter os limites da área de certificado.
3 O certificado mineiro pode ser revogado se o titular não d) respeitar os termos e condições que estejam estabele-
observar o estabelecido no n.° 2, alíneas c), d) e g) do presente cidos na senha;
artigo, ou se o titular do certificado mineiro violar qualquer
e) devolver a senha em çaso de revogação da presente.
termo ou condição que tenha sido estabelecido e esse termo
2 As senhas mineiras podem ser revogadas colectivamente,
ou condição preveja que a sua violação seja penalizada com
segundo o previsto no n.° 1 do artigo 19.
a revogação do certificado.
SECÇÃO VII
SECÇÃO VI
Transmissão e revogação
Senha mineira
ARTIGO 2 3
ARTIGO 1 9
(Transmissão de título mineiro)
(Designação de áreas)
A transmissão dos títulos mineiros está sujeita à autorização
1. Determinada terra pode, nos termos a regulamentar, ser prévia, nos termos a regulamentar e implica a transmissão do
designada como área de senha mineira. respectivo título de uso e aproveitamento da terra, nos termos
da legislação sobre terras.
2. A área designada de senha mineira é declarada onde seja
aprcpriado o uso de métodos não sofisticados de prospecção e ARTIGO 2 4
C A P Í T U L O III
1. O imposto sobre a superfície é devido anualmente pelos
titulares de licença de reconhecimento, licença de prospecção e
Regime fiscal pesquisa, concessão mineira ou certificado mineiro e é
ARTIGO 2 7 determinado na base da área sujeita a título mineiro.
(Impostos devidos na actividade mineira) 2. A taxa do imposto sobre a superfície a ser estabelecida nos
termos a regulamentar, contemplará, na sua distribuição, os
1. As pessoas que exercem actividade mineira, suas con- serviços locais onde o empreendimento é realizado.
tratadas, subcontratadas e operadores, es,tão sujeitas aos 3. O montante anual do imposto sobre a superfície devido nos
impostos em vigor na República de Moçambique, incluindo termos dos números anteriores é calculado pela multiplicação
o autárquico. da respectiva taxa do imposto sobre a superfície pela área sujeita
2. São especificamente devidos os seguintes impostos a título mineiro, expressa em hectares, na data da emissão do
pelas pessoas referidas no número anterior: título mineiro e posteriormente em data definida em regulamento.
a) o imposto sobre a produção; 4. O pagamento do imposto sobre a superfície exclui o
b) o imposto sobre a superfície. pagamento da taxa anual de uso e aproveitamento da terra, sendo
porém devido o pagamento da taxa de autorização nos termos da
3. Fica autorizado o Conselho de Ministros a fixar as formas legislação sobre terras.
de tributação, os benefícios fiscais e aduaneiros aplicáveis à
actividade mineira, nomeadamente a realização de operações ARTIGO 3 1
2. O imposto sobre a produção incide também sobre o valor 1. O investimento directo estrangeiro e nacional podem
do produto mineiro: revestir, isolada ou cumulativamente, as formas seguintes,
desde que susceptíveis de avaliação pecuniária:
a) comercializado; ou
a) moeda livremente convertível, ou numerário no caso
b) utilizado para qualquer fim comercial ou industrial, de investimento directo nacional;
que não seja a construção nos termos do n.° 2 do b) equipamentos e respectivos acessórios, materiais e
artigo 40, na área sujeita ao título mineiro. outros bens importados;
3. Para efeitos do presente artigo, a expressão comerciali- c) no caso de investimento directo nacional, infra-estru-
zação inclui a alienação, comercialização, exportação, con- turas, instalações e a cedência de direitos relativos
signação, garantia e qualquer outra forma de disposição ao uso da terra, concessões, licenças e outros direitos
gratuita ou onerosa, de natureza económica, comercial ou tecnológica,
4. As taxas do imposto sobre a produção são fixadas pelo cl) cedência, em casos específicos e nos termos acordados
Conselho de Ministros de 10% a 12% para os diamantes e e sancionados pelas entidades competentes dos
3% a 8% para os restantes produtos minerais. direitos de utilização de tecnologia patenteada e de
marcas registadas e cuja remuneração se limitar à
5. Os titulares de licença de prospecção é pesquisa e de participação na distribuição dos lucros da empresa
concessão mineiro têm a obrigação de efectuar o pagamento do resultantes das actividades em que tais tecnologias
imposto sobre a produção, mesmo no caso de títulos e autoriza- ou marcas tiverem sido ou forem aplicadas,
ções concedidos para a realização de testes, ensaios ou análises e) valor pago em moeda livremente convertível pela
dos produtos mineiros ou amostras obtidas a partir das áreas de aquisição de participações sociais em empresa
título, desde que os produtos mineiros se destinem posterior- constituída em Moçambique ou do título em si no
mente à comercialização. caso de transmissão parcial ou total.
2. O valor do investimento directo abrange as despesas, ARTIGO 3 4
devidamente contabilizadas e confirmadas por empresa de
(Transferência de fundos para o exterior)
auditoria de idoneidade reconhecida, incorridas em operações
de reconhecimento, p r o j e c ç ã o e pesquisa, desenvolvi- O Estado garante, de acordo com as condições que tiverem
mento e outras operações mineiras relativas a produção mineira sido fixadas em instrumentos jurídicos pertinentes" ao inves-
numa mina objecto de uma concessão mineira ou certificado timento, a transferência para o exterior de:
mineiro. a) lucros exportáveis resultantes de investimentos elegí-
3. Para efeitos do gozo das garantias que constam dos veis à exportação de lucros;
artigos 33 e 34 e dos benefícios fiscais e aduaneiros que b) royalties ou outros rendimentos de remuneração de
fazem parte do regime fiscal mineiro, o valor mímmo de investimentos indirectos associados à cedência ou
investimento directo é o seguinte: transferência de tecnologia;
a) no caso de investimento directo nacional, o montante c) amortizações e juros de empréstimos contraídos no
equivalente a 50 mil dólares dos Estados Unidos mercado financeiro internacional e aplicados em
da América, projectos de investimentos realizados no país;
b) no caso de investimento directo estrangeiro, o mon- ã) produto de indemnização nos termos do n.° 3 do artigo
tante equivalente a 50 mil dólares dos Estados anterior;
Unidos da América. e) capital estrangeiro investido e reexportável, indepen-
ARTIGO 3 3
dentemente de o respectivo projecto de investimento
ser ou não elegível à exportação de lucros;
(Garantias ao investimento)
f) montantes correspondentes a pagamento de obrigações
1. O Estado garante a segurança e protecção jurídica da para com outras entidades não residentes.
propriedade sobre os bens e direitos, incluindo os direitos de
CAPÍTULO V
propriedade industrial compreendidos no âmbito dos inves-
timentos autorizados e realizados na actividade mineira ao Gestão ambiental da actividade mineira
abrigo de título mineiro emitido nos termos da presente Lei
ARTIGO 3 5
e demais legislação aplicável.
(Princípios)
2. O Estado garante, uma vez emitida licença de prospecção
e pesquisa, concessão mineira ou certificado mineiro objecto A actividade mineira deve ser exercida em conformidade:
de um projecto reconhecido de investimento directo estrangeiro a) com as leis e os regulamentos pertinentes ao uso e
ou nacional, que o regime fiscal aplicável à actividade mineira aproveitamento dos recursos minerais, bem como à
em vigor na altura da emissão do título acima referido não é protecção e preservação do ambiente, incluindo os
alterado, a não ser em benefício do detentor do título mineiro. aspectos sociais, económicos e culturais, em vigor;
3. A expropriação de bens e de direitos de propriedade b) com as boas práticas mineiras, a fim de minimizar o
privada no âmbito de um título mineiro sõ pode ter lugar por desperdício e as perdas de recursos naturais e de
causa do interesse público e está sujeita ao pagamento de uma protegê-los contra danos desnecessários.
indemnização justa.
ARTIGO 3 6
4. Decorridos mais de noventa dias sem que as eventuais
(Instrumentos de gestão ambienta)
reclamações submetidas, por escrito, à entidade competente
tenham sido solucionadas e quando desse facto resultem ou São instrumentos fundamentais de gestão ambiental no
tenham resultado prejuízos de ordem financeira decorrentes da âmbito da aplicação da presente Lei:
imobilização de capitais investidos ou da alteração do regime a) a avaliação do impacto ambiental;
fiscal mineiro ou qualquer outro elemento constante na legis-
b) o programa de gestão ambiental;
lação mineira, os respectivos investidores têm direito a uma
c) o plano de gestão ambiental;
indemnização justa pelos prejuízos incorridos por exclusiva
responsabilidade de instituições do Estado. d) o programa de monitorização ambiental;
e) o programa de encerramento da mina;
5. A avaliação de bens ou direitos expropriados, bem como
f ) a auditoria ambiental;
de prejuízos de ordem financeira sofridos por investidores
g) o programa de controlo de situação de risco e emergência.
por explícita responsabilidade do Estado, para efeitos de deter-
minação do valor da indemnização prevista nos n.°s 1 e 3 ARTIGO 3 7
do presente artigo, é efectuada no prazo de noventa dias,
(Classificação ambiental das actividades mineiras)
por mútuo acordo, por uma comissão especialmente consti-
tuída para esse efeito ou por uma empresa de auditoria de 1. Pata efeitos da presente Lei, as actividades mineiras
idoneidade e competência reconhecidas, classificam-se em actividades de nível 1, nível 2 e nível 3,
6. O pagamento da indemnização referida nos números consoante a envergadura das operações a realizar e a complexi-
dade do equipamento a utilizar.
anteriores é efectuado pelo órgão do Estado competente e
tem lugar no prazo de noventa dias, ou outro prazo acordado 2. Constituem actividades de nível 1, as operações de
mutuamente, contados a partir da data da tomada de decisão pequena escala levadas a cabo por indivíduos ou coopera-
da comissão ou da apresentação do relatório pela empresa tivas, bem como as actividades de reconhecimento, prospecção
de auditoria, na base da avaliação efectuada nos termos do e pesquisa que não envolvam métodos mecanizados.
número anterior. O tempo de apreciação para efeitos de 3. Constituem Actividades de nível 2, as operações mineiras
tomada de decisão sobre a avaliação efectuada e apresentada em pedreiras o u actividades de extracção e de exploração de
ao órgão competente do Estado não deve exceder quarenta e outros recursos minerais para a construção, as actividades de
cinco dias, contados a partir da data de entrega e recepção do prospecção e pesquisa e as actividades mineiras que envolvam
dossier de avaliação. equipamento mecanizado, bem como os projectos piloto.
4. Constituem actividades de nível 3, as actividades mi- 6. A compensação pode, na falta de acordo, ser reclamada
neiras não incluídas nos números anteriores e que envolvam e determinada por acção competente.
métodos mecanizados.
ARTIGO 4 0
5. Quando uma actividade seja susceptível de causar
(Recursos minerais para construção)
impactos ambientais negativos e possa ser enquadrada em
mais do que um nível, a mesma rege-se pelas normas do nível 1 Sem prejuízo do disposto no n.° 3 do artigo 5, a extracção
superior. de produtos minerais para a construção é titulada, nos termos
ARTIGO 3 8 da presente Lei.
(Normas de gestão ambiental) 2. A extracção de produtos minerais para a construção não
carece de título mineiro, em áreas não sujeitas a título mineiro ou
1. A gestão ambiental para os efeitos da actividade mineira, autorização mineira, quando feita por:
rege-se pelas seguintes normas:
a) qualquer cidadão, na medida e pela forma permitida
a) normas básicas de gestão ambiental para as activi-
pelos costumes locais e na terra onde é usual realizar
dades de nível 1;
essa extracção, quando esses materiais são para ser
b) plano de gestão ambiental para as actividades de usados para a construção de habitações e outras
nível 2; instalações dessa pessoa ou para a produção artesanal
c) estudo de impacto ambiental para as actividades de de cerâmica, incluindo a construção de habitações,
nível 3. armazéns e instalações nessa terra, tratando-se de
2. As actividades de nível 2 estão sujeitas à prévia aprovação utentes de terra na sua própria terra;
do plano de gestão ambiental pela entidade competente. b) pessoas em projectos de construção, reabilitação ou
3. O processo de avaliação, gestão e controlo ambiental da manutenção de estradas, linhas férreas, barragens
actividade mineira é feito em conformidade com legislação e outros trabalhos de engenharia ou infra-estruturas
específica. de interesse público em terra sujeita a título de uso e
apro-veitamento ou com isenção concedida para
C A P Í T U L O VI esse projecto, mediante aprovação da autoridade
Disposições diversas competente.
ARTIGO 3 9
3. A extracção de produtos minerais para construção que
esteja a ser realizada, nos termos previstos no n.° 2 do presente
(investigação geológica pelo Estado e instituições
educacionais) artigo, pode a qualquer altura ser limitada ou suspensa e sujeitar
essa extracção à obtenção de concessão mineira, certificado
1. O Estado promove ou realiza, através de entidades Es- mineiro ou senha mineira, quando vendidos ou transferidos
tatais especializadas, investigações geocientíficas, mapeamento para fins comerciais.
geológico sistemático do território nacional e outros estudos
geológico-mineiros e metalúrgicos que se julgar apropriados, 4. As pessoas que extraiam produtos minerais ao abrigo
de modo a inventariar e avaliar o potencial de recursos mi- da autorização prevista neste artigo, cumprem com todas
nerais do país e, para além disso, criar condições conducentes disposições dos regulamentos aplicáveis à gestão, saúde e
à atribuição de títulos mineiros e minimizar o risco relacionado segurança mineiras
com esse trabalho. ARTIGO 4 1
2. Compete ao Conselho de Ministros autorizar a realiza- (Água mineral)
ção de investigações geológicas em qualquer área do país
Não pode ser atribuída a nenhum agente autorizado, nos ter- 1. A prospecção, pesquisa e captação de água mineral é
mos do presente número, a realizar investigações geológicas, titulada em conformidade com a presente Lei.
uma concessão mineira sobre qualquer área que esse agente 2 A concessão para a captação de água mineral, pelo
tenha pesquisado em nome do Estado. Ministério que superintende a actividade mineira, é atribuída
3. As instituições educacionais ou de investigação cien- ouvidas as entidades previstas no artigo 18 da Lei n.° 16/91,
tífica regidas nos termos das leis de Moçambique podem, de 3 de Agosto.
com prévia autorização da entidade competente, realizar
ARTIGO 4 2
estudos científicos em qualquer área do país que não esteja
vedada a actividades mineiras por esta ou demais legislação (Áreas declaradas reservadas para a actividade mineira)
em vigor.
1 Quando o desenvolvimento, uso e aproveitamento de
4 A investigação geológica e os estudos científicos rea- certos recursos minerais é considerado como sendo de inte-
lizados nos termos dos n os 1, 2 e 3 do presente artigo não resse público para a economia nacional ou para o desen-
carecem de título mineiro, mas só são autorizados se não volvimento futuro da região em que eles ocorrem, o
prejudicarem significativamente a actividade mineira Conselho de Ministros pode declarar que a teria na qual os
5. Quando uma entidade estatal, agente ou instituição recursos minerais estão localizados seja reservada, especi-
educacional, autorizada nos termos dos n.°s 1, 2 e 3 do ficando os tipos de actividades que não são permitidas na
presente artigo, realiza uma investigação geológica, é respon- área reservada, com o objectivo de preservai essa teira para a
sável por compensar o utente ou titular de direitos sobre atribuição de um título mineiro ou para áreas designadas de
essa terra por qualquer dano causado por essa investigação. senha mineira.
2. A declaração da terra c o m o uma reserva mineral não C A P Í T U L O VII
prejudica quaisquer direitos anteriormente adquiridos.
Disposições finais e transitórias
3. A não ser que esteja vedada à actividade mineira por
lei, qualquer área declarada como área de reserva mineral é ARTIGO 45
aberta a pedidos por qualquer pessoa que reúna os necessários (Registo)
requisitos para obter título mineiro.
A aquisição, modificação, transmissão e extinção de títulos
ARTIGO 4 3 mineiros estão sujeitos a registo nos termos do que estiver
regulamentado.
(Uso e ocupação da terra)
ARTIGO 4 6
1 O uso e ocupação da terra necessária para a realização
(Revogação da lei)
de actividade mineira é regulada petas disposições
sobre o uso e aproveitamento da terra constantes da Lei 1. Sao revogadas a Lei n.° 2/86, de 16 de Abril, a Lei n.° 5/94,
n.° 19/97, de 1 de Outubro, sem prejuízo das disposições de 13 de Setembro e demais legislação que contrarie as
dos dois números seguintes. disposições da presente Lei.
2 O uso da terra para operações mineiras tem prioridade 2. Ficam ressalvados os direitos adquiridos ao abrigo da
sobre outros usos da terra quando o benefício económico e Lei n.° 5/94, de 13 de Setembro e legislação subsidiária por
social relativo das operações mineiras seja superior. detentores de títulos mineiros emitidos antes da entrada em
vigor da presente Lei.
3. Os títulos de uso e aproveitamento da terra obtidos nos
termos da Lei de Terras e a licença ambiental que são atri- ARTIGO 4 7
buídas com o fim de exploração mineira ao abrigo de uma (Regularização de direitos mineiros)
concessão mineira ou certificado mineiro, tem um período
1. Os títulos mineiros e direitos mineiros existentes à data
de validade e dimensão consistentes com o definido na con-
da entrada em vigor da presente Lei passam a ser regulados
cessão minetra ou certificado mineiro e são automaticamente
pelas disposições da presente Lei.
renovadas quando estes títulos forem renovados.
2. Os titulares dos direitos referidos no número anterior
4 . No caso de uma ãrea designada de senha mineira ser requerem a regularização dos direitos referidos no número
declarada ou ser emitida uma concessão mineira ou certificado anterior dentro do período e de acordo com os termos a serem
mineiro, sobre terra sujeita a direitos de uso e aproveita- definidos por regulamento.
mento da terra, esses direitos anteriormente existentes são
ARTIGO 4 8
considerados extintos após o pagamento de uma indemni-
zação justa e razoável ao titular dos direitos anteriores, pelo (Direitos atribuídos ao abrigo de acordos em vigor)
Estado no caso de uma área de senha mineira, e pelo titular
1. Os acordos ou contratos celebrados com o Conselho de
do direito mineiro, no caso de concessão mineira ou certi-
Ministros» antes da entrada em vigor da presente Lei, man-
ficado mineiro.
têm-se em vigor e continuam a ser regulados pelas disposições
5. O reconhecimento autorizado ao abrigo de licença de desses acordos ou contratos.
reconhecimento não confere direito de uso e aproveitamento 2. É concedida aos titulares mineiros que tenham celebrado
da terra para o s fins, objectivos e requisitos da Lei de Terras. contratos com o Estado, a opção de se regerem integralmente
pelas disposições da presente Lei, devendo tal opção 'ser exer-
ARTIGO 4 4
cida no prazo de 360 dias a contar da data da promulgação da
(Competência do Conselho de Ministros) presente Lei,
7. Área de concessão mineira — área sujeita a concessão 20. Licença de prospecção e pesquisa — título mineiro
mineira. atribuído nos t e r m o s da presente Lei, q u e p e r m i t e a p r o s p e c ç ã o e
pesquisa d e recursos minerais.
8. Auditoria ambiental—instrumento d e gestão e avaliação
sistemática, documentada e objectiva, do funcionamento e 21. L i c e n ç a de r e c o n h e c i m e n t o — título m i n e i r o atribuído
organização d o sistema d e gestão e d o s processos d e controlo e nos t e r m o s da presente Lei, q u e permite o r e c o n h e c i m e n t o de
p r o t e c ç ã o d o ambiente. r e c u r s o s minerais.
1. As normas de direito internacional que vigorem directa- a) liquidar, proceder à retenção na fonte e efectuar o paga-
mente na ordem interna prevalecem sobre a lei ordinária. mento do tributo de um modo correcto e tempestivo;
2. Os benefícios contemplados em convenções interna- b) manter registos dos rendimentos pagos ao contribuinte
cionais paia a atenuação ou eliminação de dupla tributação não e dos respectivos tributos retidos e pagos, estando
são concedidos ao residente do Estado contratante da con- ainda obrigado a possuir registos separados por
venção, caso esta convenção seja utilizada por terceiro, não contribuinte; e
residente daquele Estado, com o fim de obtenção dos referidos
c) cumprir outras obrigações estabelecidas em normas
benefícios.
tributárias
C A P Í T U L O II
4. Em caso de violação ou cumprimento defeituoso das
Definições obrigações, o substituto tributário é responsável, nos termos
ARTIGO 8
aplicáveis ao contribuinte, conforme estabelecido nesta Lei ou
noutras normas tributai ias.
(Sujeitos activo e passivo)
5. A substituição tributária é efectivada através do mecanismo
1. O sujeito activo da relação tributária é a entidade de de retenção na fonte do imposto devido.
direito público, titular de direito de exigir o cumprimento
das obrigações tributárias, quer directamente quer através de ARTIGO 1 2
representante. (Retenção na fonte)
2. O sujeito passivo da relação tributária é a pessoa singu-
lar ou colectiva, o património ou a organização de facto ou Constituem retenção na fonte as deduções de valores
de direito que, nos termos da lei, está vinculado ao cumpri- pecuniários efectuadas aos rendimentos pagos ou postos
mento da prestação tributária, seja como contribuinte directo, à disposição do titular pelo substituto tributário, que devem
substituto ou responsável. ser entregues por este aos cofres do Estado, nos prazos deter-
minados por lei
ARTIGO 9
ARTIGO 2 5
(Atraso na liquidação)
(Informações de terceiros) 1. Sempre que, por facto imputável ao contribuinte, for retar-
dada a liquidação de parte ou totalidade do imposto devido, a
As entidades que efectuem pagamentos de qualquer tipo, esta acrescem juros, sem prejuízo da multa cominada ao infractor.
nomeadamente os relativos a bens ou serviços, estão obrigadas
2. O juro é contado dia a dia, desde o termo do prazo para
a informar a administração tributária os referidos pagamentos,
o cumprimento da obrigação de que resultou atraso na liqui-
bem como os respectivos beneficiários, conforme estipulado
dação, até à data em que vier a ser suprida ou corrigida a falta.
nesta Lei ou em outras normas tributárias.
ARTIGO 3 1
C A P Í T U L O II
contribuinte, de informações disponíveis ou com recurso à (Formas de extinção das prestações tributárias)
utilização do método de retenção na fonte.
1. As prestações tributárias são pagas em moeda corrente ou
2. No caso de tributos cobrados através do método de re- por cheque, débito em conta, transferência conta a conta, vale
tenção na fonte e não possuindo a administração tributária postal ou outros meios utilizados pelos serviços dos correios ou
informações acerca da situação tributána do contribuinte, a pelas instituições de crédito, que a lei expressamente autorize
liquidação processa-se com base no imposto retido sobre os 2. A dação em cumprimento, a compensação e a anulação do
pagamentos efectuados, durante o período fiscal imposto são admitidas nos casos expressamente previstos na lei
ARTIGO 28 3. Os contribuintes ou terceiros que efectuem o pagamento
devem indicar os tributos e períodos de tributação a que se
(Notificação da liquidação) referem.
O contribuinte deve ser notificado da liquidação efectuada 4. Em caso de o montante a pagar ser inferior ao devido, o
pela administração tributária e a notificação deve incluir a se- pagamento é sucessivamente imputado pela seguinte ordem a.
guinte informação: a) juros moratórios;
a) nome do contribuinte; b) outros encargos legais;
b) número de identificação tributária; c) multas e coimas;
c) a data da notificação; d) dívida tributária, incluindo juros compensatórios.
ARTIGO 3 3 ARTIGO 3 9
ARTIGO 3 5 CAPÍTULO V
(Delegação de competência)
1. As multas e coimas podem ser de montante fixo ou variável.
2. As multas ou coimas podem ser graduadas em função do 1. Salvo nos casos previstos na lei, os órgãos da administração
grau de culpabilidade do infractor, dolo ou negligência. tributária podem delegar a competência dos procedimentos
3. No caso de pagamento espontâneo, pode haver lugar a no seu imediato inferior hierárquico.
extinção ou redução da multa ou coima. 2. A competência referida no número anterior pode ser
subdelegada, com autorização do delegante, salvo nos casos em
ARTIGO 4 7
que a lei o proíba.
(Denúncia)
ARTIGO 5 3
A denúncia de infracção tributária pode dar origem ao
(Competências dos serviços de inspecção e fiscalização)
procedimento criminal, caso o denunciante se identifique e
não seja manifesta a falta de fundamento da denúncia. 1. Os órgãos competentes podem, nos termos da lei, desen-
volver todas as diligências necessárias ao apuramento da
ARTIGO 4 8
situação tributária dos contribuintes, nomeadamente:
(Extinção da responsabilidade por infracções tributárias)
a) ter acesso livre às instalações ou locais onde possam
Constituem causas de extinção da responsabilidade por existir elementos relacionados com a sua actividade
infracções tributárias: ou com a dos demais obrigados tributários;
a) o pagamento voluntário ou coercivo, das multas ou b) examinar e visar os seus livros e registos da contabi-
coimas; lidade ou escrituração, bem como todos os elementos
ti) a morte do infractor; susceptíveis de esclarecer a sua situação tributária;
c) a amnistia; c) aceder, consultar e testar o seu sistema informático,
d) a prescrição. incluindo a documentação sobre a sua análise,
programação e execução;
C A P Í T U L O VI
d) solicitar a colaboração, de quaisquer entidades pú-
Recursos
blicas, necessária ao apuramento da sua situação
ARTIGO 4 9 tributária ou de terceiros com quem mantenham
(Reclamação) relações económicas;
1. O procedimento de reclamação visa a anulação total ou e) requisitar documentos dos notários, conservadores
parcial dos actos tributários por iniciativa do contribuinte, e outras entidades oficiais;
incluindo, nos termos da lei, os substitutos, representantes e f ) utilizar as suas instalações quando tal seja necessário
responsáveis tributários. para o exercício da acção inspectiva.
2. Do indeferimento total ou parcial da reclamação cabe 2. O acesso à informação protegida pelo sigilo profissional,
recurso hierárquico no prazo legalmente estipulado. bancário ou qualquer outro dever de sigilo legalmente regulado
depende de autorização judicial, nos termos da legislação
ARTIGO 5 0
aplicável.
(Recurso hierárquico) 3. Só pode haver mais de um procedimento externo de
1. As decisões dos órgãos da administração tributária são fiscalização respeitante ao mesmo sujeito passivo, imposto e
susceptíveis de recurso hierárquico. período de tributação, mediante decisão fundamentada com
base em factos novos, do dirigente máximo dos serviços, 3 O dever de confidencialidade comunica-se a quem quer
salvo se a fiscalização visar apenas a confirmação dos pressu- que, ao abrigo do número anterior, obtenha elementos prote-
postos de direito que o contribuinte invoque perante a admi- gidos pelo segredo fiscal, nos mesmos termos do sigilo da
nistração tributária e sem prejuízo do apuramento da situação administração tributária
tributária do sujeito passivo por mero de inspecção ou ins-
TITULO III
pecções dirigidas a terceiros com quem mantenha relações
económicas Sistema Tributário da República de Moçambique
4. A falta de cooperação na realização das diligências CAPÍTULO I
previstas no n ° 1 deste artigo só é legítima quando as mesmas
impliquem: Os Impostos do Sistema Tributário
a) acesso à habitação do contribuinte, ARTIGO 5 6
f ) realizar inspecções em consonância com as leis tribu- 1 O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas —
tárias em vigor, IRPC incide sobre os rendimentos obtidos, ainda que provenientes
g) emitir instruções e circulares em assuntos da sua de actos ilícitos, no período da tributação, pelos sujeitos passivos
competência 2 São sujeitos passivos do IRPC.
a) as sociedades comerciais ou civis sob forma comercial,
ARTIGO 5 5
as cooperativas, as empresas públicas e as demais pes-
(Confidencialidade) soas colectivas de direito público ou privado com sede
ou direcção efectiva em território moçambicano,
1 Os dirigentes, funcionários e agentes da administração
tributária estão obrigados a guardar sigilo sobre os dados b) as entidades desprovidas de personalidade jurídica,
recolhidos, relativos a situação tributária dos contribuintes e com sede ou direcção efectiva em território moçam-
os elementos de natureza pessoal que obtenham no procedi- bicano, cujos rendimentos não sejam tributados em
IRPS ou IRPC na titularidade das pessoas singu-
mento, nomeadamente os decorrentes do sigilo profissional ou
lares ou colectivas que as integram,
qualquer outro dever de segredo legalmente regulado
c) as entidades, com ou sem personalidade jurídica, que
2 O dever de sigilo cessa em caso de. não tenham sede nem direcção efectiva em território
cr) autorização do contribuinte para a revelação da sua moçambicano e cujos rendimentos nele obtidos
situação tributária; não estejam sujeitos ao IRPS
b) cooperação legal da administração tributária com outras 3 Exceptuam-se do disposto na alínea a) do número ante-
entidades públicas, na medida dos seus poderes; rior as sociedades civis não constituídas sob forma comercial e
as sociedades de profissionais, cujos lucros ou perdas são
c) assistência mútua e cooperação da administração tribu-
imputados aos respectivos sócios e tributados em IRPS ou
tária com as administrações tributárias de outros países IRPC, conforme a sua participação nos lucros
decorrente de convenções internacionais a que a
República de Moçambique esteja vinculada, sempre 4. Relativamente às entidades com sede ou direcção efectiva
em território moçambicano, o IRPC incide sobre a totalidade
que estiver prevista reciprocidade,
dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território e
d) colaboração com a justiça nos termos do Código de neste caso pode deduzir o imposto pago no estrangeiro, nos
Processo Civil e Código de Processo Penal. termos a regulamentar.
5 As entidades que não tenham sede nem direcção efectiva 2. Para efeitos deste imposto são considerados rendimentos
em território moçambicano ficam sujeitas a IRPC apenas quanto empresariais e profissionais, os obtidos por pessoas singulares:
aos rendimentos nele obtidos. a) decorrentes do exercício de qualquer actividade
6. A taxa do IRPC é estabelecida pelo Conselho de Ministros comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;
até o limite máximo de 35 por cento, podendo ser fixadas, b) no exercício, por conta própria, de qualquer actividade
transitoriamente, taxas diferenciadas em função das actividades. de prestação de serviços, ainda que conexas com
7. São tributados em IRPC por taxas liberatórias até vinte qualquer actividade mencionada na alínea anterior;
por cento, os rendimentos obtidos no território moçambicano c) provenientes do direito sobre a propriedade intelectual
por entidades que não tenham a sua sede nem direcção efectiva ou industrial ou da prestação de informações res-
em Moçam-bique e os mesmos não sejam imputáveis a estabe- peitantes a uma experiência adquirida no sector
lecimento estável aí situado. industrial, comercial ou científico, quando auferidos
8 Fica autorizado o Conselho de Ministros a regulamentar o pelo seu autor ou titular originário,
estabelecido no número anterior e os regimes de retenção na 3. Consideram-se rendimentos de capitais: os juros e os lucros,
fonte para determinados rendimentos e operações realizadas incluindo os apurados na liquidação, colocados à disposição dos
por entidades sujeitas ao IRPC. sócios das sociedades ou do associado num contrato de associação
em participação ou de associação à quota, bem como as quantias
ARTIGO 5 9
postas à disposição dos membros das cooperativas a título de
(Isenções do IRPC) remuneração do capital; os rendimentos derivados de títulos de
participação, certificados de fundos de investimento, obrigações,
1. Ficam isentos deste imposto:
e outros análogos ou de operações de reporte; os rendimentos
a) o Estado; originados pelo diferimento no tempo de uma prestação ou pela
b) as autarquias locais e as associações ou federações de mora no pagamento; os rendimentos provenientes de contratos
municípios, quando exerçam actividades cujo objecto que tenham por objecto a cessão ou utilização temporária de
não vise a obtenção do lucro; direitos de propriedade intelectual ou industrial ou prestação de
informações respeitante a uma experiência adquirida no sector
c) as entidades de bem público, social ou cultural, quando
industrial, comercial ou científico, quando não auferidos pelo
estas não tenham por objecto actividades comerciais,
seu autor ou titular originário, ou ainda os derivados de assistência
industriais ou agrícolas;
técnica e do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola,
d) as instituições de segurança social legalmente reconhe- industrial, comercial ou científico.
cidas e bem assim as instituições de previdência
social. 4. Constituem mais-valia tributáveis em IRPS os ganhos
resultantes de transmissão onerosa de bens imóveis ou de partes
2, A Lei define os termos em que, de acordo com objectivos
sociais e outros valores mobiliários, da cessão do arrendamento
de política económica e social, as cooperativas podem gozar de
e de outros direitos e bens afectos, de modo duradouro, ao
isenção total ou parcial do IRPC, sem prejuízo da tributação dos
exercício de actividades profissionais independentes, da
seus rendimentos sujeitos a este imposto por retenção na fonte.
transmissão onerosa da propriedade intelectual ou industrial ou
ARTIGO 6 0 científico, quando o transmitente não for o seu autor ou titular
(Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares -IRPS) originário.
5 Consideram-se rendimentos prediais os decorrentes da
1. O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares — locação, total ou parcial, de prédios rústicos ou urbanos e da cessão
IRPS, obedece aos princípios da unidade e da progressividade de exploração de estabelecimentos comerciais ou industriais,
e o seu regime tem em conta as necessidades e os rendimentos incluindo a dos bens móveis naqueles existentes.
do agregado familiar.
6. Consideram-se outros rendimentos os ganhos em nume-
2. O IRPS, incide sobre o valor global anual dos rendimen- rário, pagos ou postos à disposição provenientes de quaisquer
tos, m e s m o quando provenientes de actos i l í c i t o s , das modalidades de lotarias, rifas, apostas mútuas, loto, bingo,
categorias seguintes, depois de feitas as correspondentes sorteios, concursos e outras modalidades de jogos de diversão
deduções e abatimentos: social, bem como os incrementos patrimoniais, desde que não
a) primeira categoria: rendimentos do trabalho dependente; considerados rendimentos de outras categorias,
b) segunda categoria: rendimentos empresariais e pro-
ARTIGO 6 2
fissionais;
(IRPS - Incidência subjectiva)
c) terceira categoria: rendimentos de capitais e das mais
valia; 1. O IRPS é devido pelas pessoas singulares que residam em
d) quarta categoria: rendimentos prediais; território moçambicano e pelas que, nele não residindo, aqui
e) quinta categoria: outros rendimentos. obtenham rendimento.
2. Tratando-se de contribuintes residentes em território
ARTIGO 6 1
moçambicano, o IRPS incide sobre a totalidade dos seus
(Conceitos de rendimentos das pessoas singulares) rendimentos, ainda que obtidos fora desse território e neste caso
1. Consideram-se rendimentos do trabalho dependente todas podem deduzir o imposto pago no estrangeiro, nos termos a
as remunerações provenientes do trabalho por conta de outrem, regulamentar
prestado quer por servidores do Estado e das demais pessoas 3 Os contribuintes não residentes em território moçambicano
colectivas de direito público, quer em resultado de contrato de ficamsujeitos a IRPS unicamente pelos rendimentos nele obtidos
trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado Incluem-se 4 Se os contribuintes forem casados e não separados judi-
no rendimento de trabalho dependente as pensões e rendas vita- cialmente de pessoas e bens, ambos os cônjuges ficam sujeitos
lícias ou rendimentos de natureza equiparável. a IRPS relativamente aos rendimentos do agregado familiar.
5 N o caso dos contribuintes enquadrados na Segunda b) Imposto sobre Consumos Específicos - ICE, e
Categoria, conforme o n ° 2 do artigo 6 0 , o Conselho de Ministros c) os Direitos Aduaneiros
pode estabelecer regimes de tributação simplificada, em função
ARTIGO 6 7
do volume de negócios e número de trabalhadores
(Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA)
ARTIGO 6 3
ARTIGO 4 Membros
(Representação da ordem) ARTIGO 7
seguintes (Órgãos)
a) membro,
1 São órgãos sociais da Ordem dos Engenheiros:
b) membro sénior;
c) membro conselheiro. a) a Assembleia Geral;
ARTIGO 2 6
Direitos e deveres dos membros
(Conselho d e A d m i s s ã o e Qualificação) ARTIGO 2 8
(Congresso)
C A P I T U L O VI
1. A Ordem dos Engenheiros realiza, com frequência não
Acção disciplinar
inferior a dois anos, um congresso de índole técnica, científica e
ARTIGO 3 6 profissional.
(Acção disciplinar) 2 A organização dos congressos compete ao Conselho Direc-
tivo, que conta, para a sua organização, com uma comissão
1. Os engenheiros estão sujeitos à acção disciplinar da Ordem organizadora
dos Engenheiros, exercida nos termos do presente Estatuto e dos 3. Compete ao Bastonário nomear a Comissão Organizadora
respectivos regulamentos. do Congresso e o respectivo Secretário, sob proposta dos
2. A acção disciplinar é independente de eventual respon- Presidentes dos Conselhos de Colégios.
sabilidade civil ou criminal. ARTIGO 4 4
ARTIGO 4 9 ARTIGO 5 6
Os mandatos iniciam-se com a tomada de posse do Bastonário, 1. É constituída uma Comissão de Fiscalização, composta pelo
na mesma data do início do seu primeiro exercício anual. Presidente da Mesa da Assembleia Geral e por um representante
de cada uma das listas concorrentes ou proponentes, a qual inicia
ARTIGO 5 0
as suas funções no dia seguinte ao da abertura do processo de
(Vacatura do cargo) eleições.
1. Nos casos de demissão, exoneração, incapacidade pro- 2. Os representantes de cada lista concorrente devem ser
longada, alheamento do cargo ou perda da qualidade de membro indicados conjuntamente com a apresentação das respectivas
efectivo do Bastonário e do Vice-Presidente ou dos Presidentes candidaturas.
e os Vice-Presidentes dos Conselhos Directivos das Regiões, 3. Se o Presidente da Mesa da Assembleia Geral for candidato
simultânea ou sucessivamente, os lugares são preenchidos, por às eleições a realizar, é substituído por um dos vogais ou por um
eleição, nos três meses seguintes à verificação das referidas membro da Ordem dos Engenheiros designado pela Mesa.
situações.
ARTIGO 5 7
2. Se idêntica situação se verificar para qualquer outro cargo,
o lugar vago pode ser preenchido por escolha, com a aprovação (Competência da comissão de fiscalização)
de pelo menos dois terços dos membros em exercício do Compete a comissão de fiscalização:
respectivo órgão, mas procede-se a eleição se tal maioria não for
atingida e, bem assim, quando o número de lugares a preencher a) fiscalizar o processo eleitoral ou referendo;
seja superior a um terço do número de membros previstos para b) elaborar relatórios sobre o decurso do processo eleitoral
cada órgão. a entregar à correspondente Mesa da Assembleia.
3. Os membros eleitos ou nomeados em consequência do ARTIGO 5 8
disposto nos números anteriores terminam o mandato do mem-
(Sufrágio)
bro substituído.
1. O sufrágio é universal e por voto secreto.
ARTIGO 5 1
2. Têm direito a voto os membros efectivos da Ordem dos
(Eleições ordinárias e extraordinárias) Engenheiros que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos.
1. As eleições para os órgãos da Ordem dos Engenheiros
ARTIGO 5 9
são ordinárias e extraordinárias.
(Recurso)
2. As eleições ordinárias destinam-se a eleger os membros dos
órgãos da Ordem dos Engenheiros para mandatos completos. Pode ser interposto recurso do acto eleitoral com fundamento
3. As eleições extraordinárias visam eleger os membros para em irregularidade, junto dos tribunais competentes.
o preenchimento de lugares vagos. ARTIGO 6 0
A organização do processo eleitoral compete à Mesa da Constituem receitas da Ordem dos Engenheiros;
Assembleia Geral que deve nomeadamente- a) as quotas e jóias fixas pela Assembleia Geral;
a) promover a constituição da Comissão de Fiscalização, b) o produto da venda de publicações editadas,
b) organizar os cadernos eleitorais e apreciar as respectivas c) os resultados da realização do congresso e eventos
reclamações; científicos;
d) os resultados de outras actividades, 5 O Conselho Directivo estabelece o Regulamento que
e) as heranças, legados e doações, define as formas de funcionamento e coordenação de delegações
f ) os rendimentos dos bens que lhes estejam afectos, regionais ou formas de representação local que vierem a ser
g) os juros de contas de depósitos. estabelecidas, tal como preconizado no artigo 12 e no n ° 2 do
artigo 13
ARTIGO 6 3
ARTIGO 6 5
(Despesas e contabilidade)
(Organização das primeiras eleições)
Os procedimentos para despesas, bem como os demais do
âmbito da contabilidade da Ordem dos Engenheiros é objecto 1 As primeiras eleições são organizadas por uma Comissão
de regulamentação a cargo do Conselho Directivo Nacional, Eleitoral eleita em Assembleia de Engenheiros e composta por
ouvido o Conselho Fiscal. cinco membros e é empossada na Assembleia Geral Constitutiva.
CAPITULO X 2 A Comissão Eleitoral referida no ponto um do presente
Disposições transitórias e finais artigo deve organizar as eleições de acordo com o Regulamento
Eleitoral aprovado na referida Assembleia Geral Constitutiva.
ARTIGO 6 4
ARTIGO 6 6
(Outros regulamentos)
(Posse do Bastonário eleito nas primeiras eleições)
1 Os Regulamentos de Funcionamento do Conselho Directivo,
Conselho Fiscal, Conselho Jurisdicional e do Conselho de 1 O presidente da Comissão Eleitoral confere a posse ao
Admissão e Qualificação são elaborados pelos próprios órgãos e Bastonário eleito nas primeiras eleições.
aprovados pela Assembleia Geral.
2. O Bastonário confere a posse aos demais órgãos.
2. O Regulamento Eleitoral e o Código Deontológico são
elaborados pelo Conselho Jurisdicional, aprovados em primeira ARTIGO 6 7
instância pelo Conselho Directivo e finalmente pela Assembleia (Comissão instaladora)
Geral
3. Não podem ser realizadas alterações ao regulamento de 1. Enquanto o presente Estatuto não entrar em vigor e até a
eleições durante o processo eleitoral, que tem início com a tomada de posse dos órgãos sociais eleitos, cabe à Comissão
constituição da Comissão de Fiscalização, nem nos noventa Instaladora servir de interlocutor e representante da Ordem dos
dias precedentes. Engenheiros junto de instituições públicas e privadas.
4. Os Regulamentos que definem as condições de funcio- 2. Para as primeiras eleições dos órgãos sociais da Ordem dos
namento dos Conselhos de Colégio são elaborados pelos Engenheiros, é obedecido o Regulamento Eleitoral para o efeito
respectivos Conselhos e aprovados pelo Conselho Directivo. aprovado pela Assembleia dos Engenheiros.