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Número 91
AVISO CAPÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser Disposições Gerais
remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada
assunto, donde conste, além das indicações necessárias para SECÇÃO I
esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Generalidades
Para publicação no «Boletim da República».
ARTIGO 1
(Objecto)
ARTIGO 4 ARTIGO 8
(Princípios) (Sistema Único de Registo Administrativo e Cadastro)
Sem prejuízo das disposições contidas na Lei das Pescas, 1. É obrigatório o registo administrativo junto da Administração
a pesca nas águas interiores deve ser exercida com a observância das Pescas, sendo condição necessária para o licenciamento
dos seguintes princípios: da actividade de pesca.
2. Sem prejuízo do disposto no regime jurídico da concessão
a) conservação e utilização adequada dos recursos
de direitos de pesca e licenciamento da pesca, na pesca semi-
biológicos aquáticos e dos respectivos ecossistemas;
industrial, estão sujeitos ao registo e cadastro obrigatório, para
b) precaução;
integrarem o sistema único de registo, cadastro e licenciamento
c) gestão participativa dos recursos pesqueiros; da pesca, mediante o pagamento das devidas taxas:
d) cooperação e coordenação internacional, regional
e transfronteiriça; a) as empresas;
e) poluidor pagador; b) entidades públicas ou privadas;
c) as embarcações de pesca;
f) preferência das pessoas nacionais; e
d) as embarcações de operações conexas;
g) reciprocidade nos acordos de pesca e tratados com
e) as artes de pesca; e
terceiros Estados.
f) outros dispositivos e instrumentos susceptíveis de registo.
ARTIGO 5 3. Na pesca artesanal, é obrigatório o registo administrativo e
cadastro, no sistema único de registo, cadastro e licenciamento
(Exercício de actividade de pesca)
da pesca:
1. O exercício da actividade de pesca carece de constituição de a) as empresas;
direitos de pesca e obtenção de licença de pesca, tratando-se de b) os operadores de pesca;
pessoa singular ou colectiva nacional, nos termos do Regulamento c) as embarcações de pesca e operações conexas; e
de Concessão de Direitos de Pesca e Licenciamento da Pesca. d) as artes de pesca artesanal.
2. Nas águas interiores a actividade de pesca é reservada à 4. O pedido de registo referido no número anterior deve ser
pesca artesanal, semi-industrial, de investigação científica, treino instruído com os seguintes documentos:
e formação, experimental ou demonstrativa e à pesca recreativa a) comprovativo de registo comercial ou de Imposto Pessoal
e desportiva. para Pequenos Contribuintes (ISPC);
3. Sem prejuízo do previsto no número 2 do presente artigo, a b) comprovativo de registo no Sistema Nacional
pesca semi-industrial só deve ser exercida na Albufeira de Cahora de Segurança Social;
Bassa e Lago Niassa. c) comprovativo de apólice de seguros para as embarcações
4. De acordo com o desenvolvimento da actividade o órgão de pesca; e
central responsável pelo ordenamento e gestão das pescarias, d) atestado de residência emitido pela autoridade local
adopta outras áreas para o exercício da pesca semi-industrial. competente.
5. O órgão central responsável pelo ordenamento e gestão da 5. Do registo e cadastro administrativo, relativamente à pesca
actividade de pesca estabelece e mantém actualizadas as medidas artesanal, é emitido um cartão de identificação do pescador, no
de conservação e gestão das Organizações Regionais de Gestão qual para além de dados da sua identificação pessoal, devem
das Pescas (ORGP) e de instrumentos regionais e internacionais constar informações relevantes, no quadro do ordenamento
de gestão e controlo da actividade de pesca, de que Moçambique e gestão da pesca.
é Parte. 6. A apresentação do cartão de pescador às autoridades de
ARTIGO 6 administração pesqueira e agentes de fiscalização é obrigatória,
sempre que solicitado, no acto de licenciamento e da fiscalização
(Campanha de Pesca)
da pesca.
1. A Campanha de Pesca é o instrumento de planificação anual 7. O órgão central responsável pelo ordenamento e gestão da
e de gestão que visa a distribuição das oportunidades de pesca actividade de pesca, estabelece, actualiza e mantem operacional
existentes num determinado período, de acordo com a avaliação o sistema único de registo, cadastro e licenciamento da pesca,
do estado dos recursos pesqueiros. integrando informação de registo administrativo dos diferentes
2. Para permitir a planificação, monitorização e avaliação das subsectores da pesca.
metas de produção pesqueira, a Campanha de Pesca decorre no 8. O sistema único de registo, cadastro e licenciamento da
período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro. pesca, deve ser concebido e mantido funcional, em regime de
3. O Ministro que superintende a área das pescas, sob interoperabilidade com o sistema geral de registo e cadastro
proposta do órgão central responsável pelo ordenamento e de embarcações da autoridade de administração e segurança
marítima nacional competente e as directrizes emanadas das
gestão da actividade de pesca, ouvida a Comissão Nacional de
organizações regionais e internacionais.
Administração Pesqueira (CNAP), aprova, até 30 de Novembro
9. O Ministro que superintende a área das pescas, aprova
de cada ano, a Campanha de Pesca referente ao ano seguinte.
por diploma ministerial, o modelo de cartão de identificação do
ARTIGO 7 pescador tendo em conta os seguintes elementos:
a) nome do pescador;
(Dever de Colaboração)
b) província;
Os operadores de pesca nas águas interiores devem colaborar c) endereço;
e fornecer informação para fins de investigação, gestão das d) centro de pesca;
pescarias, registo estatístico, extensão e controlo de qualidade, e) zona de pesca; e
de acordo com a Lei das Pescas. f) arte de pesca autorizada.
13 DE MAIO DE 2022 649
1. Sem prejuízo do disposto na Lei das Pescas, o Ministro Exercício da Pesca nas Águas Interiores
que superintende a área das Pescas, aprova os planos de ARTIGO 12
desenvolvimento relativos às pescarias nas águas interiores,
tendo em conta o quadro legal aplicável, que devem conter, (Pesca por pessoas nacionais)
nomeadamente: 1. O exercício da actividade de pesca por pessoa nacional
a) a identificação das pescarias, respectivas zonas de pesca pressupõe a constituição de direitos de pesca e de licenciamento
e a avaliação do estado do seu aproveitamento; nos termos da Lei das Pescas e regulamentação específica.
b) a indicação dos objectivos a atingir na gestão e no 2. A pesca artesanal nas águas interiores é reservada a
desenvolvimento das pescarias, ou na zona de gestão nacionais, salvo as excepções previstas no presente regulamento.
considerada;
c) a especificação das medidas de gestão e das políticas de ARTIGO 13
desenvolvimento, a serem empreendidas em relação (Pesca em massas de água partilhadas)
às pescarias;
d) a definição de termos, condições e critérios para o acesso 1. A actividade de pesca em massas de águas partilhadas,
às pescarias; pode ser realizada mediante a aplicação de medidas de
e) a identificação do tipo de informação e mecanismos de gestão específicas constantes dos Acordos e Memorandos
recolha e fornecimento de dados das pescarias; de Entendimentos celebrados entre Moçambique e os países
f) a harmonização dos interesses intersectoriais; envolvidos.
g) a definição de estratégias e acções de investigação, 2. Nos acordos e Memorando de Entendimento referidos no
extensão e fomento da pesca; número anterior prevalece o princípio da reciprocidade, devendo-
h) a indicação dos mecanismos de financiamento, monitoria se considerar complementarmente, entre outros, os seguintes
e avaliação dos planos de desenvolvimento; pressupostos:
i) a definição de estratégias de desenvolvimento da cadeia a) realização de estudos e partilha de informação científica;
de valor da pesca e certificação da qualidade dos seus b) condições de acesso à pesca;
produtos; e c) adopção de medidas de gestão consertadas, tratando-se
j) outras medidas necessárias para a gestão e o desenvol- de recursos partilhados;
vimento das pescarias. d) gestão participativa;
2. Na elaboração dos planos de desenvolvimento, são ouvidos e) mecanismos de monitorização, controlo e fiscalização
a Comissão Nacional de Administração Pesqueira, Comité de da pesca conjunta; e
Co-gestão de Pescas, os órgãos de governação descentralizada, os f) coordenação e monitoria da implementação do acordo.
organismos sociais, económicos incluindo a banca, profissionais
e científicos, ligados à actividade de pesca e operações conexas CAPÍTULO II
de pesca ou com ela relacionada, tanto a nível central como local. Gestão da Actividade de Pesca
3. Os planos de desenvolvimento podem ser revistos, em SECÇÃO I
função da evolução de dados biológicos, ambientais, sociais
e económicos, relativos às pescarias. Gestão das Pescarias
ARTIGO 14
ARTIGO 11
(Planos de Gestão das Pescarias)
(Planos de reassentamento)
1. Os planos de gestão são elaborados com fundamento em
1. A elaboração do plano de reassentamento obedece o regime abordagem ecossistémica da pesca, devendo conter, entre outros,
jurídico estabelecido na legislação especifica. os seguintes aspectos:
2. Sem prejuízo do disposto em legislação específica
relativa ao reassentamento resultante do estabelecimento de um a) recomendações científicas e planos de acção das
empreendimento, para os casos em que deste resultem impactos organizações regionais de gestão de pescas aplicáveis
na actividade pesqueira, o proponente obriga-se a incluir nos a Moçambique;
planos de reassentamento uma componente de pesca. b) objectivos de desenvolvimento da gestão, considerando
3. O plano de reassentamento deve resultar dum processo os aspectos biológicos, económicos, sociais, culturais
de auscultação dos grupos, que directa ou indirectamente e ambientais;
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2. O sistema de gestão participativa prossegue os seguintes d) alertar as entidades responsáveis pela administração
objectivos: pesqueira sobre alterações de comportamento dos
a) garantir a existência de parcerias e partilha de recursos pesqueiros ou do ambiente na sua área
responsabilidade na gestão das pescarias e conservação geográfica;
dos ecossistemas aquáticos; e) colaborar no controlo e combate à poluição no meio
b) assegurar a coordenação entre a administração pesqueira aquático; e
e os pescadores artesanais, armadores de pesca, f) implementar na área de pesca de gestão comunitária as
comerciantes, transportadores, processadores de medidas de gestão constantes dos planos de gestão.
produtos da pesca e outros intervenientes com interesse
na actividade; 4. O Ministro que superintende a área das pescas aprova
c) valorizar e partilhar conhecimentos entre os o modelo de Estatuto do CCP, tendo em conta os seguintes
actores envolvidos, entre eles, as entidades da elementos:
administração pesqueira a nível central, provincial, a) requisitos para ser membro dos Conselhos Comunitários
distrital ou municipal, pescadores, armadores de de Pesca;
pesca, comunidades locais, associações de pesca, b) papel dos Conselhos Comunitários de Pesca na gestão
organizações não-governamentais e instituições de participativa das pescarias e seus ecossistemas;
ensino, com interesse na pesca; c) funções na área de fiscalização da pesca e licenciamento
d) assegurar a coexistência da pesca com outras actividades da pesca; e
económicas que ocorrem no meio aquático, incluindo d) forma de actuação e articulação com os órgãos centrais de
a representação das mesmas nos processos consultivos administração pesqueira, suas representações e órgãos
de tomada de decisão; de governação descentralizada.
e) criar um ambiente favorável à coexistência de pescadores
artesanais e armadores de pesca semi-industrial; 5. O requerimento para desenvolver actividades por via de
f) assegurar às comunidades pesqueiras, o direito de acesso CCP é submetido ao órgão distrital responsável pelo ordenamento
às pescarias, tendo em vista a protecção e a promoção e gestão da actividade de pesca acompanhado dos seguintes
do seu bem-estar; documentos:
g) promover a participação das comunidades pesqueiras na a) documentos de identificação dos membros;
planificação e aplicação de medidas de ordenamento b) acta da reunião de constituição; e
pesqueiro; c) proposta de estatutos.
h) fomentar actividades de formação, através da extensão
6. O representante do Estado ao nível de Distrito, ouvido a
pesqueira; e
representação de nivel distrital do órgão central responsável pelo
i) garantir o acesso à informação e participação em
processos consultivos de tomada de decisão sobre ordenamento e gestão da actividade de pesca, autoriza o início
a gestão das pescas. das actividades dos CCP`s e determina a sua cessação, quando
razões ponderosas de interesse público o justifiquem.
3. A Comissão Nacional de Administração Pesqueira (CNAP) e 7. O órgão central responsável pelo ordenamento e gestão da
o Comité de Co-Gestão de Pescas (CCGP) são órgãos consultivos
actividade de pesca e suas representações devem assegurar que no
do sistema de gestão participativa em que todos os grupos de
início de actividade do CCP se proceda ao respectivo registo na
interesse se encontram representados.
4. Os estatutos e atribuições da Comissão Nacional de plataforma do sistema único de registo, cadastro e licenciamento
Administração Pesqueira (CNAP) e o Comité de Co-Gestão de da pesca, incluindo a necessária actualização de dados.
Pescas (CCGP) são definidos em regulamento específico. ARTIGO 22
ARTIGO 21 (Área de Pesca de Gestão Comunitária)
(Conselho Comunitário de Pesca) 1. A área de pesca de gestão comunitária constitui a área
1. No âmbito da gestão participativa das pescarias, o Ministério delimitada de domínio público comunitário, sob gestão de uma
responsável pela área das pescas promove a filiação dos pescadores ou mais comunidades locais, destinada à exploração sustentável
artesanais e outros profissionais afins, nas respectivas áreas de dos recursos pesqueiros, visando realizar os seguintes objectivos:
actuação, em organizações de base comunitária, denominados a) assegurar o uso sustentável dos recursos costeiros
Conselhos Comunitários de Pesca (CCP), os quais constituem e marinhos existentes na área de prática consuetudinária
interlocutores válidos na articulação com a Administração na exploração de recursos pela comunidade, bem
Pesqueira. como a conservação dos recursos naturais, locais
2. Os CCP´s são organizações de base comunitária, dotadas de importância histórica, religiosa e espiritual para
de personalidade jurídica, que colaboram na gestão participativa a comunidade local; e
das pescarias e têm como objectivo garantir o cumprimento b) garantir o maneio sustentável dos recursos costeiros e
de medidas de gestão vigentes e apoiar na gestão de conflitos
marinhos para o desenvolvimento local e sustentável.
resultantes da pesca.
3. Os CCP`s regem-se por estatuto próprio, cabendo-lhes, em 2. Nas áreas de pesca de gestão comunitária é exercida a pesca
especial: artesanal, a pesca de subsistência, a pesca recreativa e desportiva,
a) apoiar os órgãos locais responsáveis pela administração a pesca de investigação científica, a pesca experimental ou
pesqueira no licenciamento e fiscalização da pesca; demonstrativa e a pesca de treino e formação, bem como outras
b) participar na elaboração de propostas e implementação de actividades definidas no plano de gestão ou de maneio.
medidas de gestão na sua área geográfica de actuação; 3. O estabelecimento de áreas de pesca de gestão comunitária
c) participar na implementação de mecanismos de acesso deve ser precedido da elaboração de planos de gestão, nos termos
e restrição à pesca, incluindo a determinação de do presente Regulamento.
número de pescadores, artes e outros, a engajar na 4. Nas áreas de pesca de gestão comunitária, as organizações
actividade da pesca; de base comunitária são responsáveis pela implementação
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4. Os projectos aprovados estão sujeitos a uma avaliação anual 3. As entidades que se dedicam à exploração indirecta
do grau da sua implementação. de espécimes para fins ornamentais e aquariofilia, referidas
5. O órgão responsável pelo ordenamento e gestão na alínea b) do número 1 do presente artigo, devem possuir
da actividade de pesca, no âmbito das suas funções, monitora certificado de autorização, emitido pelo órgão responsável
e controla os projectos de kapenta, designadamente: pelo ordenamento e gestão de actividade de pesca, mediante
a) a nível central, avalia o grau de implementação dos pagamento da respectiva taxa.
projectos e emite pareceres e recomendações; e 4. A comercialização de exemplares de espécimes de espécies
b) a nível provincial, monitora sistematicamente aquáticas para fins ornamentais e aquariofilia, cuja espécie conste
o cumprimento dos termos e condições em que da lista da Convenção Internacional sobre Comércio das Espécies
os projectos foram aprovados elaborando relatórios de Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES),
periódicos e propostas de medidas complementares. deve obedecer as normas estabelecidas em legislação específica.
6. O Ministro que superintende a área das pescas determina 5. As taxas de licenças de pesca de espécimes para fins
o número máximo admissível de embarcações de pesca semi- de ornamentais e aquariofilia consta do Anexo II.
industrial para operar na pescaria da kapenta e o correspondente
número de licenças de pesca a serem concedidas à pessoa singular CAPÍTULO IV
ou colectiva, tendo em conta a sustentabilidade biológica, Artes de Pesca
ambiental e económica da pescaria.
SECÇÃO I
ARTIGO 29
Generalidades
(Pesca de espécimes para fins museológicos) ARTIGO 31
1. A captura de organismos aquáticos, animais ou vegetais (Dimensão da malhagem)
para fins museológicos tem em vista a realização de estudo e
investigação científica, exposição e divulgação do património O valor da dimensão da malhagem mínima da arte de pesca
aquático. autorizada é definido em milímetros e corresponde:
2. Sem prejuízo do disposto no regulamento sobre a concessão a) ao valor resultante da medição do vazio da malha entre
de direitos de pesca e licenciamento da pesca, a pesca para fins dois nós não consecutivos, ou seja, o dobro do obtido
de estudo e investigação científica rege-se por regulamento entre dois nós consecutivos, tratando-se de rede com
específico. nós; e
3. A colecta de espécimes para fins museológicos é permitida b) ao valor resultante da medição obtida entre os meios
sob condições especiais definidas na licença de pesca, mediante de dois entrelaçamentos opostos de uma malha
autorização do órgão central responsável pela área de investigação
completamente esticada, segundo a direcção que
pesqueira.
permita atingir a sua dimensão máxima, em se tratando
4. No pedido de autorização a que se refere o número anterior
de redes sem nós.
deve constar a indicação das espécies a capturar, o número de
espécimes, a área de pesca, a arte de pesca e o método de captura. ARTIGO 32
5. O Ministro que superintende a área das pescas pode
estabelecer por diploma ministerial medidas destinadas a uma (Medição da malha)
melhor gestão, captura, manuseamento e comercialização de 1. Nas águas interiores o modo de medição de malha deve
espécimes para fins museológicos.
ser por meio de bitola com a excepção das pescarias de kapenta
6. As taxas para fins museológicos constam do Anexo II do
e ussipa que é por meio de paquímetro.
presente Regulamento.
2. O valor da dimensão de malhagem é feita mediante
ARTIGO 30 a introdução, na rede, de bitola com 2 mm de espessura
e com configuração triangular, apresentando um adelgaçamento
(Pesca de espécimes para fins ornamentais e aquariofilia)
de 2 cm em cada 8 cm.
1. A captura de organismos aquáticos, animais ou vegetais, para 3. O valor da malhagem de cada uma das partes constituintes
fins ornamentais e aquariofilia só é permitida com embarcação da rede deve corresponder ao valor médio das medições feitas
de pesca artesanal ou sem embarcação de pesca, podendo ser numa carreira de 20 malhas consecutivas, afastadas por fios das
efectuada nas seguintes modalidades: redes, pelo menos, 10 malhas.
a) pesca dirigida: utilizando artes e métodos de pesca para 4. Para as artes com saco, a carreira de 20 malhas consecutivas,
a captura de espécies para fins de ornamentação e a que se refere o número anterior, deve, igualmente, estar afastada
aquariofilia, devendo ser emitida uma licença de pesca 10 malhas da boca e ser paralela ao eixo longitudinal do saco.
para o efeito; e 5. A bitola e o paquímetro para efeitos de medição de artes
b) exploração indirecta: através da recolha de espécies para
de pesca constam dos Anexo III e IV.
fins ornamentais e aquariofilia que ocorrem como
capturas acessórias ou fauna acompanhante, durante o 6. A medição da malhagem deve ser feita com a rede molhada
exercício da actividade de pesca por pescador artesanal e o emprego de qualquer dispositivo susceptível de obstruir ou por
devidamente licenciado. qualquer forma diminuir, efectivamente, a dimensão da malhagem
2. A pesca dirigida de espécies para fins ornamentais da rede, constitui infracção de pesca, nos termos previstos na Lei
e aquariofilia, aludida na alínea a) do número anterior, das Pescas.
é indicada na licença de pesca emitida pelo órgão responsável 7. O órgão central responsável pelo ordenamento e gestão
pelo ordenamento e gestão da actividade de pesca, incluindo da actividade de pesca, adopta especificações técnicas da bitola
as espécies, o número de espécimes, a área de pesca, a arte e de outros instrumentos de medição da malhagem, bem como
e o método de captura. os procedimentos técnicos para a sua medição.
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a) sem nó, com malha igual ou superior a oito milímetros (8 1. As artes de pesca devem possuir as marcas de identificação
mm) e montada num aro ou anel com diâmetro igual definidas pelo órgão central responsável pelo ordenamento
ou inferior a oito metros (8 m); e da pesca e gestão das pescarias.
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2. A embarcação de pesca semi-industrial de kapenta deve a área das pescas e entregue junto da autoridade provincial
possuir as seguintes características: de Administração das Pescas da respectiva área, por pessoa
a) comprimento total igual ou superior a seis metros (6 m) nacional titular de direitos de pesca.
e inferior a quinze metros (15 m), medidos de fora 2. Do requerimento mencionado no número anterior devem
a fora; constar os elementos abaixo indicados:
b) boca até seis metros e cinquenta centímetros (6,50 m); a) identificação completa do adquirente;
c) meios mecânicos de propulsão; b) características da embarcação de pesca e das artes
d) equipamentos com GPS ou outras ajudas à navegação, de pesca a utilizar;
exigidas pela legislação marítima; c) indicação das áreas onde pretende operar e dos recursos
e) dispositivo de localização automática; pesqueiros a explorar;
f) sistema de pesca que consiste em rede de sacada d) minuta do contrato para efeitos de aquisição;
e mecanismo de alagem manual ou mecânico, tendo e) plano de arranjo geral e memória descritiva da
o máximo de duas artes de pesca;
embarcação de pesca, tratando-se de embarcação de
g) lotação mínima de pesca de três tripulantes; e
pesca semi-industrial a incorporar pela primeira vez
h) dois flutuadores paralelos onde é montado um convés e,
sobre este, o alador manual ou mecânico do aparelho na actividade de pesca;
de pesca, o motor propulsor e o gerador de energia f) identificação da embarcação de pesca a substituir, se
eléctrica. aplicável;
g) cópia da última licença de pesca emitida, se a embarcação
3. A embarcação de pesca semi-industrial pode possuir meios
de pesca já tiver exercido a actividade;
de refrigeração que permitam a conservação do pescado.
h) informação sobre o estado geral e localização
ARTIGO 56 da embarcação de pesca; e
i) condições definidas em regulamentação relativa
(Áreas de operação e resguardo) à inspecção e garantia da qualidade dos produtos
1. As embarcações de pesca semi-industrial apenas podem da pesca.
operar nas grandes massas de águas interiores.
2. Na albufeira de Cahora Bassa a pesca semi-industrial da 3. Ao pedido, sempre que considerado conveniente, pode ser
kapenta é somente permitida nos seguintes termos: complementado por uma vistoria, custeada pelo proprietário da
a) à profundidade igual ou superior a vinte metros (20 m); embarcação de pesca.
b) fora das baías, onde a distância da embarcação de pesca 4. A entrada no território e porto nacional da embarcação
à costa seja superior ou igual a quinhentos metros (500 de pesca importada, carece de comunicação ao órgão central
m), a partir de um raio superior a dois quilómetros (2 responsável pelo ordenamento e gestão da actividade de pesca.
km) das embocaduras; e 5. O pedido de aquisição de embarcação de pesca artesanal
c) no período entre 17:00 horas as 06:00 horas. local deve ser dirigido a representação de nível provincial
3. A área de resguardo entre as embarcações de kapenta na do órgão central responsável pelo ordenamento e gestão da
Albufeira de Cahora Bassa é de quatrocentos metros (400 m). actividade de pesca, podendo dar entrada na sua representação
4. A pesca semi-industrial só pode ser exercida fora das áreas distrital, mediante parecer favorável das autoridades locais
de conservação. de administração marítima local.
6. O pedido de aquisição de embarcação de pesca artesanal no
ARTIGO 57 estrangeiro é autorizado pelo Ministro que superintende a área
(Higiene, manuseamento e processamento do pescado abordo) das pescas, quando se destine à projectos de desenvolvimento da
pesca artesanal, previamente aprovados ou para acções de pesca
As embarcações de pesca artesanal e semi-industrial devem experimental.
satisfazer os requisitos higio-sanitários de manuseamento,
conservação e processamento do pescado definidos em ARTIGO 60
regulamentação específica.
(Registo definitivo de embarcação de pesca)
ARTIGO 58
O registo definitivo de embarcação de pesca semi-industrial
(Descargas) adquirida no estrangeiro deve ser efectuado mediante a
1. A descarga dos produtos de pesca deve ser feita no porto- apresentação do certificado de abate no registo do país ou da
base ou locais indicados na respectiva licença de pesca ou outros, bandeira onde a embarcação de pesca esteja registada passado e
mediante aceitação da autoridade da Administração das Pescas. autenticado pela autoridade competente.
2. A descarga é feita mediante assistência dos agentes de
fiscalização de pesca, sem prejuízo das inspecções higio-sanitária. ARTIGO 61
3. A realização de descargas em locais diferentes dos previstos (Autorização para o afretamento de embarcação de pesca
na licença de pesca constitui infracção de pesca, salvo nos casos moçambicana)
de força maior ou caso furtuito.
1. O pedido de autorização para o afretamento de embarcação
SECÇÃO III de pesca moçambicana, para operar nas águas interiores
Aquisição, Afretamento, Construção e Modificação de Embarcação de de Moçambique, é dirigido ao Ministro que superintende a área
Pesca das pescas.
2. Do pedido mencionado no número anterior devem constar
ARTIGO 59
os seguintes elementos:
(Autorização para a aquisição de embarcação de pesca)
a) identificação completa do adquirente;
1. O pedido de autorização para a aquisição de embarcações b) cópia do título de direitos de pesca;
de pesca semi-industrial é dirigido ao Ministro que superintende c) certificado de lotação mínima;
658 I SÉRIE — NÚMERO 91
d) minuta do respectivo contrato de afretamento; e ordenamento da pesca e gestão das pescarias, podendo dar entrada
e) características da embarcação de pesca e das artes na sua representação distrital, mediante parecer favorável das
de pesca a utilizar. autoridades locais de administração marítima.
3. O regime aplicável ao sub-afretamento de embarcação de 5. Compete ao órgão central de administração pesqueira
responsável pelo ordenamento da pesca e gestão das pescarias
pesca moçambicana é o regime estabelecido para o afretamento
e o órgão central de administração pesqueira responsável pela
de embarcação de pesca. fiscalização da pesca em coordenação com à autoridade de
administração e segurança marítima fazer o acompanhamento
ARTIGO 62
do destino da embarcação de pesca a substituir.
(Autorização para a construção ou modificação 6. Quando o pedido de substituição de embarcação dá lugar
de embarcação de pesca) a troca de licença de pesca o órgão central responsável pelo
ordenamento da pesca e gestão das pescarias procede a cobrança
1. O pedido de autorização para a construção ou modificação correspondente da taxa de substituição.
de embarcação de pesca semi-industrial é dirigido ao Ministro 7. A requerimento dos interessados o órgão central responsável
que superintende a área das pescas e submetido à autoridade pelo ordenamento da pesca e gestão das pescarias, pode emitir
provincial de Administração Pesqueira da respectiva área, a qual carta conforto a favor dos operadores de pesca mediante
elabora o parecer. o pagamento da taxa estabelecida para efeito.
2. Do pedido mencionado no número anterior devem constar
CAPÍTULO VI
os seguintes elementos:
a) identificação completa do requerente; Monitorização da Actividade de Pesca
b) características da embarcação de pesca e das artes ARTIGO 64
de pesca a utilizar; (Meios e instrumentos de monitorização)
c) descrição das operações a realizar, indicação da zona
1. Com vista a assegurar a monitorização da actividade
de pesca e recursos pesqueiros a explorar, das artes
de pesca são adoptados os seguintes meios:
de pesca a empregar e da estimativa anual de captura;
d) identificação da embarcação de pesca a substituir, a) Fichas de Captura;
b) Fichas de amostragem;
se aplicável;
c) Sistemas de monitorização de embarcações “VMS”;
e) plano de arranjo geral e memória descritiva d) Sistemas Electrónicos de Relatórios “ERS”;
da embarcação de pesca; e) Relatórios de Inspecção em Porto ou nas águas interiores; e
f) cópia da última licença de pesca emitida, se a embarcação f) Relatórios de embarque e outros documentos afins.
de pesca já tiver exercido a actividade; 2. O Ministro que superintende área das pescas adopta, por
g) informação sobre o estado geral e a localização da Diploma Ministerial, outros meios de monitorização da actividade
embarcação de pesca prestada pela autoridade de pesca.
marítima competente; e
h) minuta do contrato de construção ou modificação, com ARTIGO 65
indicação do estaleiro onde os trabalhos irão decorrer.
(Fichas de capturas e de esforço de pesca)
ARTIGO 63 1. Os operadores de pesca, armadores e os comandantes das
(Autorização para a substituição de embarcação de pesca) embarcações de pesca devem enviar informação decenal, nos
dias 11, 21 e no último dia de cada mês, ao órgão provincial
1. O requerimento solicitando autorização para a substituição de responsável pela gestão da actividade de pesca, do respectivo
embarcação de pesca semi-industrial deve ser dirigido ao Ministro porto base as informações gerais sobre as capturas e o esforço de
que superintende a área das pescas e entregue na representação pesca, de acordo com o modelo constante do Anexo VI.
de nível provincial do órgão central de administração pesqueira 2. A informação referida no número anterior pode ser fornecida
responsável pelo ordenamento da pesca e gestão das pescarias. por documento físico ou via eletrónica.
2. Os pedidos de substituição de embarcações de pesca
são apreciados tendo em conta as características técnicas da ARTIGO 66
embarcação de pesca substituenda, que não deve exceder a (Fichas de Amostragem)
capacidade de pesca da embarcação de pesca substituída.
1. A recolha e tratamento da informação estatística da
3. Do pedido mencionado no número 1 do presente artigo
pesca artesanal obedece ao sistema de amostragem que inclui
devem constar os elementos indispensáveis à apreciação a informação sobre capturas, horas e dias de pesca, identificação
do pedido, nomeadamente: das espécies, tamanhos e peso do pescado.
a) identificação da embarcação de pesca a substituir; 2. Os operadores de pesca artesanal e de subsistência
b) características da embarcação de pesca e das artes têm a obrigação de colaborar no fornecimento dos dados
de pesca a utilizar; e informação referidos no número anterior aos técnicos e agentes
c) plano de arranjo geral e memória descritiva da Administração das Pescas.
da embarcação de pesca;
d) apresentação do destino da embarcação de pesca ARTIGO 67
a substituir; e (Sistema de monitorização de embarcações de pesca)
e) cópia da última licença de pesca emitida, se a embarcação
1. As embarcações de pesca semi-industrial que operam
de pesca já tiver exercido a actividade de pesca.
nas águas interiores devem dispor e manter operacionais os
4. O pedido de substituição de embarcação de pesca equipamentos de navegação, comunicação e localização.
artesanal deve ser dirigido à representação de nível provincial 2. As embarcações de pesca semi-industriais são monitoradas,
do órgão central da administração pesqueira responsável pelo a partir do Centro de Monitorização e Vigilância (CMV).
13 DE MAIO DE 2022 659
d) permitir ao agente de fiscalização a proceder à realização 2. Os valores referidos no número anterior, devem ser
e manutenção na sua posse de registos fotográficos canalizados na totalidade à Direcção da Àrea Fiscal respectiva,
e videográficos da actividade de pesca; através de guia de Modelo apropriado.
e) permitir ao agente de fiscalização a proceder à verificação 3. As taxas e emolumentos referidos na presente disposição
e registo de aspectos relacionados com operações são actualizadas por Diploma Ministerial conjunto, dos Ministros
de pesca, porões e instalações de processamento, que superintendem as áreas das finanças e das pescas.
incluindo a:
CAPÍTULO X
i. capturas a bordo e eventuais descargas e transbordos;
ii. registos de capturas efectuadas ou processadas; Disposições Transitórias e Finais
iii. mapas de informação e registos de bordo; ARTIGO 90
iv. instrumentos, equipamentos de navegação e meios
(Uso da rede de arrasto para terra)
de comunicação electrónicos;
v. tripulação e artes de pesca; e O uso da rede de arrasto para terra interdito no artigo 39 deste
vi. outras facilidades necessárias ao exercício regulamento é permitido durante os primeiros três anos, contados
da fiscalização. a partir da entrada em vigor do presente Regulamento, período
durante o qual Administração das Pescas deve adoptar as medidas
ARTIGO 85 necessárias para desencorajar o uso de redes de arrasto para terra
(Intervenção do Agente de Fiscalização)
mediante a implementação de programas de substituição gradual
das artes de pesca.
1. O agente de fiscalização intervém nas fases de pesca,
cultivo, desembarque, conservação, transporte, processamento, ARTIGO 91
armazenamento e comercialização dos recursos pesqueiros, bem (Derrogação)
como o monitoramento ambiental dos ecossistemas aquáticos.
2. Se o agente de fiscalização no exercício da sua actividade, É derrogado o Decreto n.º 57/2008, de 30 de Dezembro que
constatar a prática de uma infracção criminal, lavra auto de notícia aprova o Regulamento da Pesca nas Águas Interiores, mantendo-
a ser submetido a autoridade policial. -se em vigor o artigo 31 no que concerne as características das
redes de arrasto para praia e o artigo 35 no que diz respeito
SECÇÃO III a malhagem mínima das redes de arrasto para praia.
Processo de Infracção de Pesca ARTIGO 92
ARTIGO 86 (Regime Subsidiário)
(Participação de infracções) Aos casos omissos aplica-se subsidiariamente a Lei
Todo aquele que presenciar ou de outra forma tomar das Pescas e o Regulamento da Pesca Marítima, com as
conhecimento da prática de infracção de pesca relacionada com necessárias adaptações.
actividade de pesca deve participar da ocorrência à entidade
ARTIGO 93
competente que superintende a área das pescas.
(Delegação de Competências)
ARTIGO 87
O Ministro que superintende a área das Pescas pode delegar,
(Processo de Infracção de Pesca) a outras entidades da Administração das Pescas, as competências
As demais matérias relacionadas com infracções de pesca são de gestão que lhe são conferidas nos termos do presente
reguladas pelo Diploma Ministerial n.º 22/2008, de 26 de Março, Regulamento.
e outra legislação aplicável.
CAPÍTULO IX Anexo I
Taxas e Emolumentos Glossário
ARTIGO 88 1. Águas interiores: as águas que se encontram a montante
(Taxas de Serviços Prestados) do mangal, fora da acção das marés, os rios, lagos e lagoas sem
1. Os serviços prestados pela Administração das Pescas têm comunicação com o mar ou de comunicação com o mar somente
como contrapartida a cobrança de taxas, cujos valores constam nas marés vivas, albufeiras, canais e outras massas aquíferas e,
do Anexo IX. de um modo geral, os reservatórios naturais de água susceptíveis
2. As taxas constantes do Anexo IX estão sujeitas à de criação de espécie aquática.
atualização por Diploma Ministerial conjunto, dos Ministros que 2. Água salobra: as águas com salinidade intermediária entre
superintendem as áreas das finanças e das pescas. as águas doce e salina e com 15 ppm a 30 ppm de salinidade.
3. Albufeira: massas de água que constituem lago artificial
ARTIGO 89
formado por uma barragem construída pelo homem e destinada
(Destino das Taxas e Emolumentos) a represar as águas dos rios e das chuvas.
1. As receitas provenientes das taxas e os emolumentos de 4. Área de recuperação de recursos pesqueiros: pode
serviços prestados pela Administração das Pescas tem o seguinte ser demarcada dentro de áreas de pesca de gestão comunitária
destino: ou de uma área de conservação, e destina-se à preservação,
a) 60% para o Tesouro; e regeneração ou restauração dos ecossistemas, incluindo provisão
b) 40% para o órgão responsável pelo ordenamento e gestão dos seus serviços, reprodução, abrigo, alimentação e investigação
da actividade de pesca. de determinados ecossistemas ou espécies aquáticas.
662 I SÉRIE — NÚMERO 91
5. Armador de pesca: pessoa singular ou colectiva que estar a bordo da embarcação de pesca principal ou da embarcação
proceda ao armamento, aparelhamento ou apetrechamento da auxiliar, ou de ser um simples suporte flutuante, não sendo como
embarcação de pesca de sua propriedade ou de terceiros com tal consideradas as luzes de posição, de iluminação geral da
vista a exercer a actividade de pesca e/ou operações conexas de embarcação ou de sinalização das embarcações envolvidas.
pesca, sendo que na pesca artesanal o armador de pesca pode ser 18. Lago ou lagoa: reservatório natural do domínio público,
igualmente pescador artesanal, se fizer parte da tripulação. ocupado permanente ou temporariamente por águas superficiais
6. CNAP: órgão consultivo de nível central coordenado pelo
provenientes de nascentes, das chuvas, dos rios, ou de qualquer
Ministro que superintende a sector das pescas e que integra
representantes dos sectores publico, privado, associações outra fonte de água.
económicas e todos os grupos de interesse. 19. Organização de base comunitária: organização de grupos
7. Comandante de embarcação de pesca: tripulante constante comunitários cuja actividade principal é pesca.
do rol da matrícula de uma embarcação de pesca, responsável pela 20. Pesca experimental: a realizada com objectivo de
sua condução, operação e segurança da embarcação de pesca, experimentar artes de pesca, métodos e embarcações de pesca,
também designado por capitão, mestre ou arrais. introduzir tecnologias, bem como prospectar novos recursos ou
8. Direito de Pesca: direito de capturar uma quantidade zonas de pesca, também designadas por pesca demonstrativa.
específica de recursos pesqueiros ou uma proporção do total
21. Pesca de subsistência - aquela que é praticada com ou sem
admissível de capturas ou direito de uma embarcação ou qualquer
outro equipamento de pesca, de acordo com o especificado nos embarcação de pesca e com artes de pesca artesanais elementares,
planos de gestão das pescarias e na legislação pesqueira. constituindo actividade secundária para quem a pratica, que
9. Defeso: interdição da pesca em áreas ou épocas com vista produz para consumo próprio e só vendendo esporadicamente
a protecção de reprodutores e/ou desova. o excedente das suas capturas.
10. Embarcação de pesca ou barco de pesca: aquela que 22. Pescador Artesanal: aquele que exerce a actividade de
esteja equipada ou seja utilizada para a pesca ou actividades pesca em moldes artesanais, com ou sem recurso a embarcação
conexas de pesca. de pesca, com fins comerciais.
11. Embarcação de pesca moçambicana: embarcação de 23. Pessoa colectiva nacional: a que esteja registada em
pesca registada em Moçambique. Moçambique e tenha a sede e direcção efectiva em território
12. Embarcação de pesca estrangeira: aquela que não seja nacional e cujo capital seja maioritário e efectivamente detido
embarcação de pesca moçambicana.
por moçambicanos.
13. Esforço de pesca: medida da intensidade com que a pesca
é exercida sobre uma espécie aquática determinada, por uma 24. Pessoa singular nacional: pessoa de cidadania
unidade de pesca, embarcação ou arte de pesca, cuja unidade moçambicana.
de medida é variável podendo ser, entre outras, o número 25. Princípio da cooperação e coordenação internacional,
de embarcações de pesca, o número de pescadores, o número regional e transfronteiriça – que consiste em assegurar a
de horas de pesca, a quantidade de artes de pesca ou o número cooperação e coordenação dos diversos usos e actividades
de lances. desenvolvidas no espaço marítimo nacional, tendo em conta os
14. Espécie alvo: espécie ou espécies aquáticas cuja captura efeitos potencialmente decorrentes para os espaços marítimos
está autorizada, que não seja considerada captura acessória ou limítrofes internacionais ou de outros Estados.
fauna acompanhante e para a qual se orienta de forma reiterada 26. Princípio reciprocidade nos acordos de pesca e tratados
o esforço de pesca. com terceiros Estado: implica o direito de igualdade e de respeito
15. Espécie aquática: organismo que encontra na água o seu mútuo entre os Estados.
meio normal ou mais frequente de vida.
27. TAC: quantidade limite que poderá ser capturada num
16. Fiscal de pesca: agente de fiscalização com a categoria
dado período, em relação a uma determinada espécie ou pescaria
profissional de Fiscal de Pesca habilitado para actuar na
fiscalização da pesca. ou ainda à totalidade das pescarias, sem pôr em causa a sua
17. Fonte luminosa para atracção de cardumes: qualquer preservação, renovação e sustentabilidade.
estrutura dispondo de um ou mais focos de luz preparados 28. Veda: interdição da pesca em áreas ou épocas com vista
especificamente para atrair cardumes, independentemente de à protecção de juvenis.
13 DE MAIO DE 2022 663
ANEXO II
Taxas de Licença de Pesca de Espécies para Fins Museologicos e para Fins Ornamentais
e Aquariofilia
(Atinente ao n.º 6 do Artigo 29 e n.º 5 do Artigo 30)
1
664 I SÉRIE — NÚMERO 91
Petrotilapia flaviventris
Petrotilapia genalutea
Petrotilapia sp "yellow ventral"
Placidochromis c.f. electra
"mosambique
Cichlidade Placidochromis
Placidochromis johnstonii
Placidochromis subocularis
Cichlidae Protomelas Protomelas annectens
Pseudotropheus c.f. elongatus
"Mozambique"
Pseudotropheus c.f. minutus
"Mozambique
Pseudotropheus fuscus
Cichlidae Pseudotropheus
Pseudotropheus socolofi
Pseudotropheus sp. "aggressive"
Pseudotropheus sp. "wiliamsi
makanjila"
Pseudotropheus zebra
Tropheops
Tropheops
Tropheops lucerna
Tropheops macrophthalmus
Tropheops macrophthalmus
Cichlidade Tropheops Tropheops novemfasciatus
Tropheops sp. "weed" Cobwe
Tropheops sp. yellow chin Cobwe
NB: A taxa de licença de pesca refere-se ao valor por cada unidade de espécie
2
13 DE MAIO DE 2022 665
Anexo III
Modelo de Bitola
Anexo IV
Modelo de Paquimetro
666 I SÉRIE — NÚMERO 91
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
CÓDIGO DA EMPRESA_________________
NOME DA EMPRESA:
NOME DO BARCO ____________________________
Ano______________ Mês______________
Código do Barco_______________________
Informação estatística
Data Zona de Pesca N.º de Lances Captura total (Kg) Fauna Acom/ Outros (kg) Observação
01
Subtotal
02
Subtotal
03
667
668
Subtotal
04
Subtotal
05
Subtotal
06
Subtotal
07
Subtotal
08
Subtotal
09
Subtotal
10
Subtotal
Total
Anexo VII
Tamanhos Mínimos
(Atinente ao n.º 1 do Artigo 68)
Categoria Nome comum Nome científico Tamanho mínimo (mm)
Anexo VIII
ANEXO IX
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DO MAR, ÁGUAS INTERIORES E PESCAS
1
A Taxa não inclui as despesas com logística necessária incluindo a deslocação, alimentação
e acomodação.
Preço — 130,00 MT