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Quinta-feira, 28 de Outubro de 2021 I SÉRIE —

­ Número 208

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. ARTIGO 2


(Natureza)

AVISO O InOM é uma pessoa colectiva de direito público, de


investigação e pesquisa científica, de desenvolvimento de
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve capital de conhecimento, tecnológico e de inovação, dotada de
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma personalidade jurídica, autonomia científica, administrativa,
por cada assunto, donde conste, além das indicações financeira e patrimonial.
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim ARTIGO 3
da República». (Sede, Âmbito e Representação)

1. O InOM tem a sua sede na Cidade de Maputo e exerce


a sua actividade em todo o território nacional.
2. O Ministro de tutela sectorial por despacho pode, ouvidos
SUMÁRIO o Ministro de tutela financeira e o representane do Estado na
província, mediante proposta fundamentanda do Conselho de
Conselho de Ministros: Direcção, criar centros, estações, laboratórios e outras formas de
Decreto n.º 87/2021: representação do InOM, em qualquer parte do território nacional.
Cria o Instituto Oceanográfico de Moçambique, abreviadamente ARTIGO 4
designado por InOM.
(Tutela)
Decreto n.º 88/2021:
1. A tutela sectorial do InOM é exercida pelo Ministro
Cria o Instituto Nacional do Mar, IP, abreviadamente designado que superintende as áreas do mar, águas interiores e pescas
INAMAR, IP. e compreende, designadamente, a prática dos seguintes actos:
a) aprovar as linhas estratégicas e políticas de investigação;
b) aprovar o Regulamento Interno do InOM;
c) propor o quadro de pessoal para aprovação pelo órgão
CONSELHO DE MINISTROS competente;
d) proceder ao controlo do desempenho, em especial, no
que tange ao cumprimento dos fins e dos objectivos
Decreto n.º 87/2021 estabelecidos;
de 28 de Outubro e) suspender, revogar ou anular, nos termos da legislação
aplicável, os actos dos órgãos do InOM, que sejam
Havendo necessidade de integrar, numa única entidade, contrários à lei e outros instrumentos normativos
as acções de investigação e pesquisa científica marinha e em e de gestão;
águas interiores, no domínio de oceanografia, limnologia, f) exercer poder disciplinar sobre os membros dos órgãos
hidrografia, cartografia náutica, ecossistemas marinhos do InOM, nos termos da legislação aplicável;
e costeiros, biodiversidade, espécies aquáticas, doenças de g) ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização
organismos aquáticos, bem como de desenvolvimento do capital ou auditoria dos actos praticados pelos órgãos;
de conhecimento sobre o mar e águas interiores, ao abrigo do h) ordenar a realização de inquéritos ou sindicâncias
disposto no n.º 1 do artigo 82 da Lei n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro, aos serviços do InOM;
conjugado com o número 1 do artigo 12 do Decreto n.º 15/2019, i) propor ao Primeiro-Ministro a nomeação do Director-
de 14 de Março, o Conselho de Ministros decreta: Geral e do Director Científico do InOM, nos termos
da legislação aplicável;
CAPÍTULO I j) aprovar todos os actos que careçam de autorização prévia
Disposições Gerais da tutela sectorial;
k) praticar outros actos de controlo da legalidade.
ARTIGO 1
2. A tutela financeira do InOM é exercida pelo Ministro
(Criação) que superintende a área das finanças, compreendendo a prática
É criado o Instituto Oceanográfico de Moçambique, dos seguintes actos:
abreviadamente designado por InOM. a) aprovar os planos de investimento;
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b) aprovar a alienação de bens próprios do InOM, nos ou a editar, bem como de todos os levantamentos
termos da legislação aplicável; topográficos das áreas cartografadas, a fim de serem
c) aprovar a contratação de empréstimos externos e internos considerados para efeitos de segurança e actualização
de créditos correntes com a obrigação de reembolso dos documentos náuticos.
até dois anos;
d) ordenar a realização de inspecções financeiras; ARTIGO 6
e) praticar outros actos de controlo financeiro, nos termos
(Competências)
do diploma de criação e demais legislação aplicável.
1. São competências gerais do InOM:
ARTIGO 5
a) propor legislação e definição de políticas, estratégias,
(Atribuições) programas e planos orientados para o desenvolvimento
de bases científicas e tecnológicas do conhecimento
São atribuições do InOM:
sobre a sua área de mandato;
a) o exercício da autoridade de investigação e pesquisa b) aplicar a legislação e instruções conexas com as
científica nos espaços marítimo, fluvial e lacustre, actividades que se insiram no quadro das suas
incluindo os respectivos ecossistemas; atribuições e competências;
b) a realização e regulação do exercício de actividades de c) executar políticas governamentais definidas em relação
cartografia hidrográfica, através da disponibilização de à investigação aquática e pesqueira, de acordo com as
especificações técnicas para produção de cartografia, prioridades estabelecidas nos planos sectoriais;
da fiscalização das actividades de produção, da d) elaborar e implementar planos estratégicos com vista
homologação de produtos cartográficos e do registo a melhorar o conhecimento científico;
de entidades privadas produtoras de cartografia; e) propor o estabelecimento de centros nacionais
c) a promoção e realização de acções de investigação e internacionais de investigação e pesquisa científica
aplicada, estudos e trabalhos no domínio da aquática;
hidrografia e cartografia hidrográfica, da navegação, f) realizar, participar, observar e fiscalizar as actividades de
da oceanografia, incluindo a química, a poluição pesquisa aquática em cruzeiros científicos;
e a geologia marinha, do ambiente marinho e do g) assegurar a disponibilização de dados e informação
aproveitamento dos recursos naturais; destinados ao ordenamento dos espaços marítimo,
d) a realização de investigação aplicada, monitorização, fluvial, lacustre e zonas costeiras;
aconselhamento, e promoção da formação científica h) realizar investigação em matérias de pesca, aquacultura,
e de desenvolvimento da literacia sobre o mar, pesca, biodiversidade, veterinária aquática, ambiente,
aquacultura, biodiversidade, veterinária aquática, oceanografia, limnologia, hidrografia e em outras
ambiente, oceanografia e limnologia nos domínios disciplinas, em coordenação e colaboração com
marinho, costeiro, fluvial e lacustre, com vista universidades, institutos e outras entidades, tendo em
a contribuir para a conservação e gestão de ecossistemas conta a agenda de desenvolvimento do país;
e uso sustentável de recursos aquáticos; i) acompanhar auditorias e inspecções ambientais, assim
e) a definição das prioridades de investigação e pesquisa, como actividades nos domínios costeiro, marinho,
em articulação com as entidades relevantes, com vista fluvial, lacustre e da pesca, em coordenação com outras
a assegurar o ordenamento de actividades, optimização entidades relevantes;
da exploração, conservação, gestão sustentável j) desenvolver e manter sistemas de recolha, registo,
e integrada do ecossistema e ambiente aquático arquivo e divulgação de dados de pesca, aquacultura,
e costeiro; biodiversidade, veterinária aquática, ambiente,
f) a prestação de assistência técnico-científica, na área oceanografia limnologia, hidrografia, cartografia
de mandato, a instituições governamentais e outras náutica e sinalização marítima nacional;
organizações nos domínios costeiro, marinho, fluvial k) pronunciar-se sobre a introdução e o cultivo de espécies
e lacustre; aquáticas exóticas;
g) a coordenação e a interligação entre a investigação l) monitorar actividades de investigação aquática e de
científica aquática realizada por outras entidades, pescas, de qualquer natureza e proveniência, nos
nacionais, estrangeiras ou internacionais, com as termos da legislação aplicável;
políticas e estratégias nacionais, nos domínios costeiro, m) emitir parecer sobre processos de licenciamento de
marinho, fluvial e lacustre; actividades ou projectos a desenvolver na costa e
h) o desenvolvimento, coordenação, promoção nos domínios costeiro, marinho, fluvial e lacustre,
e acompanhamento de actividades de investigação por entidades públicas ou privadas, incluindo a
no domínio da hidrografia, cartografia náutica conservação in-situ e ex-situ;
e navegação; n) assegurar a formação e treinamento em matérias de pesca,
i) a administração de uma infra-estrutura de dados aquacultura, biodiversidade, veterinária aquática,
georreferenciados do meio aquático, zonas costeiras ambiente, oceanografia, limnologia, hidrografia,
e ribeirinhas, no âmbito da qualidade de autoridade cartografia náutica e navegação nos domínios
hidrográfica, oceanográfica e limnológica nacional, marítimo, costeiro, fluvial e lacustre;
disponibilizando a outras entidades a informação o) formular projectos de investigação e monitorização,
técnico-científica, sem prejuízo da necessária bem como mobilizar recursos necessários à sua
divulgação da informação genérica acessível ao concretização;
público; p) conceber e implementar programas de cooperação
j) a execução de projectos, obras e trabalhos que possam e parcerias no âmbito do seu mandato, com entidades
afectar cartas ou planos hidrográficos editados nacionais e estrangeiras;
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q) promover e acompanhar a monitorização do uso iv. produzir conhecimento com vista a garantir
e conservação dos recursos naturais aquáticos a utilização e gestão sustentável da biodiversidade
e costeiros; aquática para apoiar o desenvolvimento do país;
r) participar na elaboração de planos de maneio nos v. realizar e promover a divulgação de estudos de
domínios costeiro, marinho, fluvial e lacustre; ecologia das espécies aquáticas e costeiras, com
s) promover a divulgação do conhecimento resultante da vista a melhorar o seu conhecimento e gestão;
investigação e pesquisa para sua disponibilização aos vi. avaliar e estabelecer a estimativa do valor ecológico
usuários, designadamente, sociedade em geral, sector e económico das espécies aquáticas e costeiras,
e outras entidades interessadas; por forma a promover a sua valoração económica;
t) prestar serviços relacionados com a sua área de actividade, vii. avaliar o estado de conservação das espécies
por solicitação de entidades do sector e outras; aquáticas e costeiras por forma a assegurar a sua
u) promover e incentivar a investigação e pesquisa científica exploração sustentável;
junto de instituições de ensino, investigação, pesquisa, viii. avaliar o impacto da pesca e outras actividades
agências de financiamento, agências reguladoras humanas na biodiversidade aquática e costeira;
e outras entidades, no dominio da pesquisa marinha, ix. propor e promover a criação de Áreas de Conservação
aguas interiores e aquicola; Marinha;
v) adoptar um sistema de prémios e incentivos que assegure x. promover a realização de pesquisas nas Áreas de
a participação dos investigadores e colaboradores Conservação Marinha, com vista a avaliar o nível
nos benefícios económicos obtidos pelo InOM, na de prestação dos serviços ecossistémicos.
exploração dos direitos provenientes de invenções, c) No âmbito da Pesca e Aquacultura:
criações, inovações, projectos de investigação,
i. estudar e produzir recomendações sobre formas
pesquisa e de publicações;
de aproveitamento sustentável e partilhado dos
w) representar o país em organizações internacionais da
recursos biológicos aquáticos, salvaguardando
especialidade e cruzeiros científicos.
a sua capacidade de renovação e estabilidade
2. São competências específicas do InOM: ecológica;
a) No âmbito do Ambiente Aquático: ii. coordenar a realização de actividades de investigação
i. assegurar a vigilância oceanográfica nacional das e pesquisa sobre artes e tecnologias de pesca
marés, da agitação marítima, fluvial e lacustre das e estabelecer conclusões sobre a sua aplicabilidade
correntes, em articulação com outras entidades no país;
competentes, através da operação de redes de iii. realizar a prospecção, avaliação e monitorização
monitorização do meio marinho; de recursos pesqueiros, com vista a assegurar
ii. contribuir para o desenvolvimento tecnológico na a optimização da sua exploração;
área da engenharia oceanográfica, assegurando iv. determinar os potenciais de pesca no território
a manutenção, calibração, concepção, nacional, por forma a assegurar a exploração
desenvolvimento e construção de sistemas e sustentável dos recursos pesqueiros nacionais;
equipamentos de observação do oceano; v. realizar estudos de biologia e ecologia pesqueira
iii. realizar estudos e acompanhar a monitorização necessários para o garante do uso sustentável dos
do estado do ambiente, incluindo a poluição, recursos;
mudanças climáticas e seus impactos; vi. realizar investigação e pesquisa de doenças em
iv. realizar e coordenar a realização de actividades espécies aquáticas;
de investigação e pesquisa nos domínios da vii. assegurar a vigilância epidemiológica em espécies
oceanografia e limnologia nas águas sob jurisdição aquáticas;
nacional; viii. exercer medicina veterinária aquática em espécies
v. realizar e coordenar a realização de actividades de selvagens e cultivadas;
investigação e pesquisa sobre a poluição, lixo ix. realizar investigação e monitorização com vista
e qualidade da água no ambiente aquático a manutenção de espécies em cativeiro;
e costeiro; x. realizar investigação com vista a subsidiar a promoção
vi. realizar estudos sobre a interação entre os sistemas da aquacultura sustentável no País;
aquáticos e a atmosfera; xi. realizar pesquisas sobre rações para a aquacultura;
vii. realizar estudos sobre a interação entre os factores xii. certificar a qualidade de reprodutores, alevinos,
ou processos bióticos e abióticos; rações e matrizes de espécies produzidas no País;
viii. realizar estudos e monitoria sobre a degradação xiii. emitir autorização para importação de matrizes
e restauração de ecossistemas aquáticos e costeiros; com vista a garantir a biossegurança da actividade
ix. realizar estudos sobre a função e serviços prestados aquícola;
pelos ecossistemas aquáticos e costeiros. xiv. promover a proteção do material genético aquático
b) No âmbito da Biodiversidade e Conservação Aquática nacional, em coordenação com outras entidades;
e Costeira: xv. desenvolver métodos melhorados que visam elevar
i. realizar a inventariação, mapeamento e monitorização a produtividade da aquacultura;
da biodiversidade aquática e costeira no território xvi. realizar o melhoramento genético de espécies com
nacional; potencial para a aquacultura;
ii. mapear as zonas de pesca e ou com potencial para tal; xvii. investigar, colectar e conservar o património
iii. coordenar a realização de actividades de investigação genético inerente a espécies do meio aquático;
que visem a valorização, conservação e recuperação xviii. criar e manter um banco genético de espécies
de ecossistemas aquáticos e costeiros, bem como aquáticas, por forma a assegurar a conservação do
dos respectivos recursos; material genético aquático nacional.
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d) No âmbito da Hidrografia e Sinalização Marítima: c) elaborar o relatório de actividades;


i. definir regimes hidrográficos nas águas marítimas, d) elaborar o balanço, nos termos da legislação aplicável;
fluviais e lacustres nacionais; e) autorizar a realização das despesas e a contratação
ii. realizar estudos e disponibilizar informação de serviços de assistência técnica, nos termos da
necessária à sinalização nas águas marítimas, legislação aplicável;
fluviais e lacustres sob jurisdição nacional, tendo f) aprovar projectos de regulamentos previstos no estatuto
em vista a protecção de infra-estruturas instaladas orgânico e os que sejam necessários ao desempenho
no mar e garantir uma navegação segura; das atribuições;
iii. executar a sinalização nas águas marítimas, fluviais g) praticar os demais actos de gestão decorrentes da
e lacustres nacionais, tendo em vista a protecção de aplicação do estatuto orgânico necessários ao bom
infra-estruturas, de qualquer natureza, instaladas, funcionamento dos serviços;
excepto nas áreas de jurisdição portuária; h) harmonizar as propostas de relatórios de balanço do Plano
iv. emitir parecer técnico sobre projectos de Económico e Social;
assinalamento marítimo provisórios e definitivos, i) exercer outros poderes que constem do presente diploma,
ou sobre propostas de alteração ao assinalamento do estatuto orgânico e demais legislação aplicável.
existente, nos espaços marítimo, fluvial e lacustre
do território nacional; 2. O Conselho de Direcção tem a seguinte composição:
v. avaliar impactos de iniciativas de desenvolvimento a) Director-Geral;
e de implantação de infra-estruturas, sobre os b) Director Científico;
recursos aquáticos e respectivos ecossistemas, bem c) Titulares das unidades orgânicas que respondem
como promover a regulamentação das medidas de directamente ao Director-Geral.
redução e mitigação dos impactos negativos; 3. Podem ser convidados a participar nas sessões do Conselho
vi. assegurar a gestão e execução dos contratos de de Direcção, pelo Director-Geral, outros técnicos em função da
concessão dos sistemas de sinalização nas águas
matéria a tratar.
marítimas, fluviais e lacustres nacionais, excepto
4. O Conselho de Direcção reúne de acordo com a periodicidade
nas áreas de jurisdição portuária;
estabelecida no estatuto orgânico.
vii. editar, disponibilizar ou vender cartas náuticas
e outros mapas temáticos, incluindo os demais ARTIGO 9
documentos relativos às águas marítimas, fluviais
e lacustres nacionais; (Direcção)
viii. promover a coordenação dos serviços de avisos à 1. O InOM é dirigido por um Director-Geral, coadjuvado
navegação e a divulgação dos avisos aos navegantes por um Director Científico, ambos nomeados por despacho do
nas águas marítimas, fluviais e lacustres nacionais, Primeiro-Ministro, sob proposta do Ministro que superintende
excepto nas áreas de jurisdição portuária; as áreas do mar, águas interiores e pescas, para um mandato
ix. emitir pareceres e recomendações técnicas sobre
de 4 (quatro) anos, renovável uma única vez.
projectos de dragagem, obras hidráulicas marítimas
2. A nomeação do Director-Geral obedece a critérios de
e nos domínios fluvial e lacustre, bem como outras
comprovada capacidade técnica, profissional e científica.
que possam alterar os regimes hidrográficos, para
efeitos de autorização e monitorização da sua 3. O Director Científico é selecionado de um conjunto de
execução. investigadores e pesquisadores avaliados em concurso público,
pelo Conselho Científico, obedecendo a critérios de comprovada
CAPÍTULO II capacidade técnica, profissional e científica.
4. O mandato do Director-Geral e o do Director Científico do
Sistema Orgânico InOM pode cessar antes do seu termo, por decisão fundamentada
ARTIGO 7 da entidade competente para os nomear, com base em justa causa,
(Órgãos) sem direito a qualquer indemnização ou compensação.

São órgãos do InOM: ARTIGO 10


a) O Conselho de Direcção; (Competências do Director-Geral)
b) O Conselho Científico;
c) O Conselho Técnico; Compete ao Director-Geral do InOM:
d) O Conselho Fiscal. a) dirigir o InOM;
b) presidir as reuniões do Conselho de Direcção e assegurar
ARTIGO 8 o funcionamento regular do InOM;
(Conselho de Direcção) c) executar e fazer cumprir a lei, as resoluções e as
1. O Conselho de Direcção do InOM é o órgão de coordenação deliberações do Conselho de Direcção;
e gestão das actividades do InOM e que exerce as seguintes d) coordenar a elaboração do plano do plano anual de
competências: actividades do InOM;
a) elaborar os planos anuais e plurianuais de actividades e) exercer os poderes de direcção, gestão e disciplina do
e os respectivos orçamentos, bem como assegurar pessoal;
a respectiva execução; f) representar o InOM, em juízo ou fora dele;
b) acompanhar e avaliar sistematicamente a actividade g) controlar a arrecadação de receitas do InOM;
desenvolvida, designadamente a utilização dos meios h) realizar outras actividades que lhe sejam acometidas por
postos à sua disposição e os resultados atingidos; lei ou estatuto orgânico.
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ARTIGO 11 g) Estabelecer parcerias e angariar apoios para actividades


(Conselho Científico)
de investigação e pesquisa;
h) organizar eventos científicos e de pesquisa a nível
1. O Conselho Científico é o órgão consultivo responsável nacional;
pela apreciação e acompanhamento da actividade de investigação i) propor a agenda e secretariar as sessões do Conselho
e pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação Científico;
do InOM que exerce as seguintes competências: j) exercer as demais competências que lhe forem acometidas.
a) aprovar o Regulamento Interno do Conselho;
b) definir protocolos e modelos de investigação científica; ARTIGO 13
c) criar comissões para avaliação interna de manuscritos (Conselho Técnico)
e propostas de investigação científica;
1. O Conselho Técnico é o órgão de carácter consultivo que
d) emitir parecer sobre projetos de investigação, programas,
assiste o Director-Geral nas matérias técnicas de especialidade
relatórios de actividade científica e assuntos de
inerentes às actividades do InOM e exerce as seguintes
natureza técnico-científica;
competências:
e) pronunciar-se sobre a orientação geral e os resultados
da actividade de investigação científica e de a) analisar e pronunciar-se sobre planos anuais e plurianuais
desenvolvimento tecnológico desenvolvida pelo de actividades e respectivos balanços;
InOM; b) estudar e analisar quaisquer outros assuntos de natureza
f) fazer recomendações sobre as linhas de investigação técnica relacionados com o desenvolvimento das
do InOM, a relevância dos projetos e da actividade actividades do InOM;
científica para a prossecução dos objetivos nacionais c) analisar e emitir pareceres técnicos, sobre programas
de política científica e tecnológica; e projectos relacionados com a actividade do InOM
g) emitir parecer sobre a criação ou extinção de núcleos tendo em conta os planos de desenvolvimento
de investigação e grupos de trabalho de investigação; aprovados;
h) emitir parecer sobre o regulamento de atribuição de d) analisar e emitir pareceres técnicos sobre a organização
bolsas de investigação; e programação da realização das atribuições
i) dar parecer sobre relatórios de projetos de investigação e competências do InOM.
e pesquisa autorizados; 2. O Conselho Técnico tem a seguinte composição:
j) pronunciar-se sobre o recrutamento e contratação do
a) Director-Geral;
pessoal de investigação;
b) Director Científico;
k) exercer as demais competências que lhe sejam fixadas
c) Titulares das unidades orgânicas que respondem
por lei.
directamente ao Director-Geral.
2. O Conselho Científico tem a seguinte composição:
3. Podem ser convidados a participar nas sessões do Conselho
a) Director-Geral; Técnico, pelo Director-Geral, outros técnicos em função da
b) Director Científico; matéria a tratar.
c) Titulares das unidades orgânicas científicas que 4. O Conselho Técnico reúne ordinariamente uma vez por
respondem directamente ao Director-Geral; semana e, extraordinariamente, sempre que o Director-Geral
d) Instituições académicas, cientistas e outras personalidades o convocar.
de reconhecido mérito nos âmbitos de actuação do
InOM que o Diretor-Geral, por iniciativa própria ou ARTIGO 14
por deliberação do Conselho, decida convidar.
(Conselho Fiscal)
3. Podem ser convidados a participar nas sessões do Conselho
Científico, pelo Director-Geral, outros técnicos em função da 1. O Conselho Fiscal é o órgão responsável pelo controlo
matéria a tratar. interno da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira
4. O Conselho Científico reúne de acordo com a periodicidade e patrimonial do InOM que exerce as seguintes competências:
estabelecida no estatuto orgânico. a) acompanhar e controlar com regularidade o cumprimento
das leis e demais diplomas legais aplicáveis,
ARTIGO 12 a execução orçamental, a situação económica,
(Competências do Director Científico) financeira e patrimonial do InOM;
b) analisar a contabilidade do InOM;
Compete ao Director Científico do InOM: c) proceder à verificação prévia e dar o respectivo parecer
a) elaborar propostas de investigação e pesquisa e submetê- sobre o orçamento, suas revisões e alterações, bem
-las ao Conselho Científico para aprovação; como sobre o plano de actividades na perspectiva da
b) propor ao Conselho Científico a aprovação de protocolos sua cobertura orçamental;
e modelos de investigação e pesquisa; d) emitir parecer sobre o relatório de gestão de exercício
c) coordenar as actividades de investigação e pesquisa das e contas de gerência, incluindo documentos de
unidades orgânicas responsáveis pela investigação certificação legal de contas;
e pesquisa; e) emitir parecer sobre a aquisição, arrendamento, alienação,
d) promover sessões científicas entre investigadores alienação e oneração de bens imóveis;
e pesquisadores; f) emitir parecer sobre a aceitação de doações, heranças
e) coordenar a elaboração e publicação de relatórios sobre ou legados;
os resultados dos trabalhos científicos realizados; g) emitir parecer sobre a contratação de empréstimos,
f) representar o InOM nos fora de investigação científica; quando a InOM, esteja habilitado a fazê-lo;
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h) manter o Conselho de Direcção informado sobre os d) taxas provenientes de prestação de serviços de ajuda
resultados das verificações e exames a que proceda; à navegação, exceptuando as relativas às áreas de
i) elaborar relatórios da sua acção fiscalizadora, incluindo jurisdição portuária;
relatório anual global; e) taxas provenientes da certificação de qualidade de
j) propor ao Ministro de tutela financeira e ao Conselho de insumos de aquacultura;
Direcção a realização de auditorias externas, quando f) o produto de venda de embarcações e equipamentos
isso se revelar necessário ou conveniente; em hasta pública como resultado de sanção aplicada
k) verificar, fiscalizar e apreciar a legalidade da organização por realização de investigação e pesquisa científica
e funcionamento da InOM; marinha não autorizada;
l) avaliar a eficiência, eficácia, e efectividade dos processos g) o produto de venda de material, equipamento ou outros
de descentralização e desconcentração de competências bens patrimoniais considerados obsoletos;
e verificar o seu funcionamento; h) as receitas resultantes da prestação de serviços de
m) verificar a eficácia dos mecanismos e técnicas adoptados sinalização marítima, consultoria, bem como de
pelo InOM, para o atendimento e prestação de serviços concessão de exploração de infra-estruturas e
públicos; equipamentos de sinalização marítima, excluindo as
n) fiscalizar a aplicação do estatuto orgânico do InOM, do de áreas de jurisdição portuária;
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado i) os financiamentos externos consignados pelo governo;
e demais legislação relativa ao pessoal, ao procedimento j) subsídios, comparticipações, subvenções ou doações
administrativo e ao funcionamento da instituição, bem atribuídas por quaisquer entidades públicas ou
como outra legislação de carácter geral aplicável privadas, nacionais ou estrangeiras;
à Administração Pública; k) o produto da aplicação de multas pagas ao abrigo da
o) aferir o grau de resposta dada pelo InOM, às solicitações legislação aplicável;
dos cidadãos ou da classe servida; l) quaisquer outros rendimentos, bens ou direitos que
p) averiguar o nível de alinhamento dos planos de provenham da sua actividade ou que, por lei, lhe sejam
actividades adoptados e implementados pelo InOM, atribuídos.
com os objectivos e prioridades do Governo; 2. A receita arrecadada deve ser canalizada na sua totalidade,
q) aferir o grau de observância das instruções técnicas nos termos da legislação aplicável, a título de receita própria,
e metodológicas emitidas pela entidade de tutela para a Conta Única do Tesouro que, após a sua cobrança,
sectorial; é consignada ao InOM.
r) aferir o grau de alcance das metas periódicas definidas 3. O Tesouro Público, no prazo de cinco dias úteis após
pelo InOM, bem assim pelo Ministro ou entidade de a receitação, procede à devolução ao InOM, a título de
tutela; consignação definitiva, a percentagem da receita transferida para
s) pronunciar-se sobre os assuntos que lhe sejam a Conta Única do Tesouro.
submetidos pelo Conselho de Direcção, pelo Tribunal 4. A devolução da receita referida no número anterior
Administrativo e pelas entidades que integram o é efectuada mediante requisição/registo de necessidades no
sistema de controlo interno da administração financeira e-SISTAFE.
do Estado.
ARTIGO 16
2. Os membros do Conselho Fiscal são nomeados por despacho
conjunto dos Ministros que superintendem as áreas de finanças, (Dotações do Orçamento do Estado)
função pública e de tutela sectorial.
3. O Presidente do Conselho Fiscal representa a entidade de O InOM beneficia, ainda, de dotações do Orçamento do Estado
tutela financeira. para o seu funcionamento.
4. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de 3 (três) ARTIGO 17
anos, podendo ser renovado uma única vez.
5. O Conselho Fiscal reúne ordinariamente uma vez por (Despesas)
trimestre.
Constituem despesas do InOM:
6. Os membros do Conselho Fiscal participam obrigatoriamente
nas reuniões do Conselho de Direcção em que se aprecia a) as despesas com o funcionamento e as resultantes
o relatório e contas e a proposta de orçamento. do exercício das suas atribuições e competências;
b) as despesas resultantes de estudos, investigação e pesquisa
CAPÍTULO III científica nas áreas de pesca e aquacultura, hidrografia,
oceanografia, ambiente marinho, navegação e outros
Regime Orçamental e Patrimonial
afins ao seu mandato;
ARTIGO 15 c) as despesas resultantes da formação e gestão do pessoal
(Receitas) do InOM;
d) as contribuições resultantes da filiação do InOM em
1. Constituem receitas próprias do InOM, nos termos da organismos nacionais e internacionais de especialidade.
legislação aplicável:
a) as taxas provenientes da autorização do exercício da ARTIGO 18
actividade de investigação e pesquisa científica
(Planos e Orçamentos)
marinha;
b) as taxas e emolumentos provenientes da prestação de 1. Os planos de actividades e respectivos orçamentos anuais
serviços; do InOM são compatibilizados com as instruções emanadas
c) as receitas provenientes da venda de mapas temáticos, pelas tutelas e de acordo com as estratégias e planos do Governo
cartas náuticas, planos hidrográficos e outros e submetidos à aprovação do Ministro de tutela sectorial, nos
documentos náuticos; termos legais.
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2. O InOM elabora, com referência a cada ano económico, os em função da especificidade da actividade desenvolvida e
respectivos orçamentos operacionais e de investimento, os quais de aprovação de suplementos adicionais pelos Ministros que
são aprovados pelos Ministros de tutela sectorial e financeira. superintendem as áreas de finanças e da função pública.
3. O InOM submete trimestralmente aos Ministros de tutela 2. Os critérios do regime das remunerações aplicável ao
sectorial e financeira os relatórios e contas de execução orçamental Director-Geral e Director Científico são aprovados pelo Conselho
acompanhados dos relatórios do órgão de fiscalização. de Ministros, sob proposta dos Ministros que superintendem as
4. Compete ao Ministro de tutela sectorial submeter o plano áreas da função pública e das finanças.
de actividades e orçamento até 31 de Agosto ao Ministro de 3. As remunerações do Director-Geral e do Director Científico
tutela financeira. são fixadas por Despacho conjunto dos Ministros de tutela
sectorial e financeira, com a observância dos critérios fixados
ARTIGO 19 pelo Conselho de Ministros.
(Relatórios e Contas) 4. Os membros do Conselho Fiscal têm direito a senha de
presença, por cada sessão em que estejam presentes, cujo valor
1. O InOM, com referência a 31 de Dezembro de cada ano, é fixado por Despacho único dos Ministros que superintendem as
elabora os seguintes documentos: áreas da função pública e das finanças, nos termos da legislação
a) Relatórios do Conselho de Direcção, indicando como aplicável.
foram atingidos os objectivos do InOM e analisando
a eficiência dos mesmos nos vários domínios de CAPÍTULO V
actuação; Disposições Finais e Transitórias
b) Balanço e mapa de demonstração de resultados; ARTIGO 24
c) Mapa de fluxo de caixa.
(Estatuto Orgânico)
2. Os documentos referidos no número anterior são aprovados
por Despacho do Ministro de tutela sectorial, tendo em Compete ao Ministro que superintende as áreas do mar
consideração o parecer do Conselho Fiscal. e águas interiores submeter ao órgão competente, no prazo de
60 (sessenta) dias contados da data de publicação do presente
ARTIGO 20 Decreto, a proposta de Estatuto Orgânico do InOM, para
(Património) aprovação.
O património do InOM é constituído pela universalidade dos ARTIGO 25
seus bens, nomeadamente:
(Disposição Revogatória)
a) os que transitam do IIP e do CEPAM para o InOM, por
força do presente Decreto; São revogados o Decreto n.º 63/98, de 20 de Novembro,
b) os que transitam do INAHINA para o InOM, nos termos o Decreto n.º 27/2004, de 20 de Agosto e o Decreto n.º 16/2007,
do disposto no artigo 5 do Decreto n.º 17/2019, de 18 de 10 de Abril, ficando consequentemente extintos o Instituto
de Março; Nacional de Investigação Pesqueira (IIP), o Instituto Nacional
c) os demais bens de qualquer natureza que venha a adquirir, de Hidrografia e Navegação (INAHINA) e o Centro de Pesquisa
que lhe forem afectos ou doados, incluindo legados. e Ambiente Marinho e Costeiro (CEPAM).

ARTIGO 21 ARTIGO 26
(Gestão Financeira e Patrimonial) (Transição dos Recursos)

A gestão financeira e do património afecto ao InOM rege-se 1. Os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais
pelas normas aplicáveis aos órgãos e instituições do Estado, do INAHINA transitam para o InOM, nos termos do disposto
nomeadamente pela Lei do Sistema de Administração Financeira no artigo 5 do Decreto n.° 17/2019, de 18 de Março.
do Estado, Plano Geral de Contabilidade, regime da tesouraria 2. Os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais
do Estado, em particular, o princípio e as regras da unidade de do IIP e do CEPAM, ora extintos, transitam para o InOM.
tesouraria, e demais legislação aplicável.
ARTIGO 27
CAPÍTULO IV (Entrada em vigor)
Regime do Pessoal e Remuneratório O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
ARTIGO 22 Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 14 de Setembro
(Regime do Pessoal) de 2021.
O pessoal do InOM observa o regime juridico estabelecido Publique-se.
no Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, bem O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
como da demais legislação do funcionalismo público, com a
possibilidade de celebração de contratos, regidos pela Lei do
Trabalho, nos termos da legislação aplicável.
Decreto n.º 88/2021
ARTIGO 23 de 28 de Outubro
(Regime Remuneratório)
Havendo necessidade de assegurar a administração, segurança,
1. Sem prejuízo dos direitos adquiridos, o regime remuneratório protecção e fiscalização marítima, prevenção e combate à poluição
aplicável ao pessoal do InOM é o dos funcionários e agentes do marinha, fluvial e lacustre, bem como a regulação de actividades
Estado, com a possibilidade de adopção de tabelas diferenciadas no mar, águas interiores e no domínio público marítimo, ao
1734 I SÉRIE — NÚMERO 208

abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 82 da Lei n.º 7/2012, b) aprovar a alienação de bens próprios do INAMAR, IP,
de 8 de Fevereiro, conjugado com o n.º 1 do artigo 8 do Decreto nos termos da legislação aplicável;
n.º 41/2018, de 23 de Julho, o Conselho de Ministros decreta: c) aprovar a contratação de empréstimos externos e internos
de créditos correntes com a obrigação de reembolso
CAPÍTULO I até dois anos;
Disposições Gerais d) ordenar a realização de inspecções financeiras;
ARTIGO 1 e) praticar outros actos de controlo financeiro, nos termos
do diploma de criação e demais legislação aplicável.
(Denominação)

O artigo 1 do Decreto n.º 32/2004, de 18 de Agosto, que cria ARTIGO 5


o INAMAR passa a ter a seguinte redacção: (Atribuições)
“Artigo 1. É criado o Instituto Nacional do Mar, IP, São atribuições do INAMAR, IP:
abreviadamente designado INAMAR, IP.”
a) o exercício da autoridade marítima nas áreas de jurisdição
ARTIGO 2 marítima, lacustre, fluvial e zonas costeiras, bem como
(Natureza)
nos domínios da administração, segurança e protecção
marítimas;
O INAMAR, IP é uma pessoa colectiva de direito público, b) o ordenamento do espaço marítimo e do domínio público
dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, marítimo da zona costeira;
financeira e patrimonial, de categoria A. c) fiscalização de actividades nos espacos marítimo,
ARTIGO 3 fluvial e lacustre e de domínio público marítimo da
zona costeira, bem como do cumprimento de normas
(Sede, Âmbito e Representação) relativas à protecção dos ecossistemas marinhos e
1. O INAMAR, IP tem a sua sede na Cidade de Maputo costeiros e das condições de conservação e exploração
e exerce a sua actividade em todo o território nacional. das áreas de conservação marinha;
2. O Ministro de tutela sectorial, ouvidos o Ministro que d) o desenvolvimento e aplicação de medidas que assegurem
superintende a área das finanças e o representante do Estado na a exploração sustentável, conservação e preservação
Província pode, mediante proposta fundamentada do Conselho de dos ecossistemas aquáticos;
Administração, por despacho, criar ou extinguir representações e) a realização e ou coordenação, de actividades de busca
do INAMAR, IP., em qualquer parte do território nacional. e salvamento, bem como de salvação de bens, nos
espaços marítimo, fluvial e lacustre, com envolvimento
ARTIGO 4 de outras entidades relevantes.
(Tutela)
ARTIGO 6
1. A tutela sectorial do INAMAR, IP, é exercida pelo Ministro
que superintende as áreas do mar e águas interiores e compreende, (Competência)
designadamente, a prática dos seguintes actos: 1. São competências gerais do INAMAR, IP:
a) aprovar as políticas gerais, os planos anuais e plurianuais, a) propor políticas, legislação e estratégias concernentes às
bem como os respectivos orçamentos; áreas de administração e gestão do espaço marítimo,
b) aprovar o Regulamento Interno do INAMAR, IP;
segurança, protecção e fiscalização marítimas, lacustre
c) propor o quadro de pessoal para aprovação pelo órgão
competente; e fluvial, bem como de preservação do meio ambiente
d) proceder ao controlo do desempenho, em especial, no marinho e costeiro;
que tange ao cumprimento dos fins e dos objectivos b) cooperar com outras entidades que exercem o poder
estabelecidos; de autoridade marítima desenvolvendo acções
e) suspender, revogar ou anular, nos termos da legislação conjuntas de fiscalização e inspecção, incluindo
aplicável, os actos dos órgãos do INAMAR, IP, que a disponibilização e ou partilha de meios para o
sejam contrários à lei e outros instrumentos normativos cumprimento das respectivas missões;
e de gestão; c) aplicar e zelar pelo cumprimento da legislação nacional
f) exercer poder disciplinar sobre os membros dos órgãos e de instrumentos jurídicos internacionais relativos
do INAMAR, IP, nos termos da legislação aplicável; aos assuntos do mar que o País tenha ratificado, bem
g) ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização como de directivas de boas práticas de utilização do
ou auditoria dos actos praticados pelos órgãos; espaço marítimo, fluvial e lacustre;
h) ordenar a realização de inquéritos ou sindicâncias aos d) autorizar, licenciar e emitir títulos para o exercício de
serviços do INAMAR, IP;
actividades no mar, águas interiores e zonas costeiras,
i) nomear os membros do Conselho de Administração do
INAMAR, IP, nos termos da legislação aplicável; no âmbito do seu mandato;
j) aprovar todos os actos que careçam de autorização prévia e) fiscalizar e inspeccionar a observância da legislação,
da tutela sectorial; regulamentos e procedimentos relativos às actividades
k) praticar outros actos de controlo da legalidade. que se realizem no espaço marítimo, águas interiores
e zonas costeiras;
2. A tutela financeira do INAMAR, IP, é exercida pelo Ministro f) supervisar a segurança das operações que se realizem no
que superintende a área das finanças, compreendendo a prática mar e águas interiores;
dos seguintes actos: g) certificar e licenciar equipamento e material marítimo,
a) aprovar os planos de investimento; excepto o destinado ao transporte marítimo;
28 DE OUTUBRO DE 2021 1735

h) promover a realização de estudos de especialidade no xx. avaliar e emitir parecer sobre projectos relacionados
âmbito do seu mandato; com a realização de pesquisas de natureza
i) representar o país nas organizações internacionais arqueológica e achados no mar, em coordenação
relacionadas com os assuntos de administração, com as entidades competentes;
segurança e protecção marítimas e combate à poluição xxi. avaliar e emitir parecer sobre projectos de instalação
marinha; de infra-estruturas, plataformas fixas e móveis, bem
j) proceder à cobrança de taxas e emolumentos devidos como flutuantes, ilhas artificiais, cabos e ductos
pelos serviços prestados. submarinos e respectivo equipamento e material
2. São competências específicas do INAMAR, IP: marítimo;
xxii. emitir parecer sobre projectos de investigação
a) No âmbito do ordenamento e administração do mar:
e pesquisa científica no mar e águas interiores,
i. coordenar a elaboração dos instrumentos em coordenação com outros órgãos ou entidades
de ordenamento do espaço marítimo; relevantes.
ii. assegurar a gestão do Plano de Ordenamento do
b) No âmbito da segurança, fiscalização e inspecção
Espaço Marítimo;
marítimas:
iii. emitir parecer sobre projectos de investigação
científica no mar e águas interiores, em coordenação i. fiscalizar a utilização dos espaços marítimo, fluvial
com outros órgãos ou entidades relevantes; lacustre, bem como do domínio público da zona
iv. criar e manter actualizado o Cadastro de Usos costeira, em coordenação com outras entidades
e Actividades no espaço marítimo e garantir o seu relevantes;
funcionamento; ii. monitorar e fiscalizar, embarcações e plataformas fixas
v. estabelecer um ambiente favorável ao desenvolvimento e móveis, por forma a prevenir e detectar quaisquer
de actividades económicas no mar e nas zonas actividades de poluição do meio marinho e águas
costeiras, à luz dos princípios da economia azul; interiores, designadamente por hidrocarbonetos
vi. criar mecanismos e instrumentos necessários ao e outras substâncias potencialmente poluidoras,
fortalecimento do exercício de coordenação entre em coordenação com outras entidades relevantes;
os órgãos centrais, locais e municipais na utilização iii. fiscalizar e supervisionar, em coordenação com
do mar, seus recursos e das zonas costeiras; a entidade hidrográfica e oceanográfica competente,
vii. coordenar com outras entidades competentes, as actividades de prospecção marinha, pesquisa
a reparação de danos causados aos ecossistemas oceanográfica, exploração do fundo do mar
marinhos e costeiros; e outras actividades científicas marinhas realizadas
viii. licenciar a instalação de infra-estruturas, plataformas de acordo com as normas prescritas na legislação
fixas e móveis, bem como flutuantes, ilhas aplicável;
artificiais cabos e ductos submarinos e o respectivo iv. monitorizar a realização de pesquisas geofísicas
equipamento e material marítimo que demandem a e ou geológicas, com vista à proteção dos
ocupação e utilização dos espaços marítimo, fluvial espécimes marinhos, nomeadamente mamíferos
e lacustre e domínio público costeiro; e outras afins, bem como assegurar o cumprimento
ix. emitir Títulos de Utilização Privativa do Espaço dos actos de autorização de investigação e pesquisa
Marítimo e outros afins; por parte das entidades envolvidas;
x. licenciar entidades para o exercício da actividade v. avaliar e decidir sobre planos de construção,
modificação e reparação de plataformas fixas ou
de formação em mergulho marítimo incluindo
móveis implantados nos espaços marítimo, fluvial
o exercício da actividade de mergulho marítimo;
e lacustre;
xi. autorizar o exercício de actividades de desporto vi. autorizar e monitorizar a entrada e permanência de
náutico; embarcações estrangeiras em águas territoriais
xii. licenciar, credenciar e reconhecer actividades de nacionais, em cumprimento de leis e regulamentos
busca, salvamento, prevenção e combate a poluição nacionais e de acordos internacionais de que o país
marinha e nas águas interiores; seja parte, para fins especificos de investigação
xiii. licenciar e credenciar as entidadade classificadoras científica ou outra similar;
de navios; vii. coordenar as actividades de busca e salvamento
xiv. autorizar e monitorizar a actividade de dragagem e marítimo e de salvação de bens, nos espaços
extracção de inertes no espaço marítimo e águas marítimo, fluvial e lacustre;
interiores, em coordenação com outras entidades; viii. participar na investigação de acidentes e incidentes
xv. licenciar o exercício da actividade de assistência marítimos, bem como de processos de infracções
e salvação marítimas; marítimas;
xvi. licenciar o exercício da actividade de recuperação ix. inspeccionar e monitorar o manuseamento de cargas
de objectos ou cargas no fundo do mar e águas perigosas, em coordenação com outras entidades
interiores; competentes.
xvii. licenciar e autorizar o exercício da actividade de x. fiscalizar, no espaço marítimo, águas interiores e zonas
navegação de recreio; costeiras, as actividades de pesca e aquacultura,
xviii. garantir a realização de actividades de protecção incluindo a pesca recreativa e desportiva, em
do património ecológico e cultural subaquático, coordenação com outras entidades competentes;
envolvendo outras entidades competentes; xi. monitorizar e fiscalizar a actividade da frota
xix. coordenar o Processo de planeamento e gestão pesqueira nacional e estrangeira que demandam
territorial das zonas costeiras de domínio público os portos nacionais, bem como as actividades da
maritimo, fluvial e lacustre; frota pesqueira nacional nas águas sob jurisdição
1736 I SÉRIE — NÚMERO 208

nacional e em Estados terceiros, em coordenação CAPÍTULO II


com outras entidades competentes; Sistema Orgânico
xii. certificar a legalidade das capturas do pescado de
ARTIGO 7
acordo com as normas nacionais e internacionais;
xiii. fiscalizar as actividades relativas à náutica de recreio (Órgãos)
e de mergulho marítimo; No INAMAR, IP funcionam os seguintes órgãos:
xiv. autuar e penalizar os infractores por violação da
legislação e procedimentos relacionados com a a) O Conselho de Administração;
investigação e pesquisa científica marinha, pesca, b) O Conselho Técnico;
prevenção da poluição marinha e utilização c) O Conselho Fiscal.
privativa do espaço marítimo, fluvial e lacustre;
ARTIGO 8
xv. manter uma base de dados e estatísticas sobre as
infracções cometidas no espaço marítimo nacional (Conselho de Administração)
é águas interiores, com vista ao estabelecimento do 1. O Conselho de Administração do INAMAR, IP é constituído
cadastro de infractores, bem como partilhar referida por três (03) administradores executivos, sendo um deles
informação, com outras entidades de inteligência o Presidente.
e investigação competentes; 2. Compete ao Conselho de Administração:
xvi. fiscalizar outras actividades marítimas que, por lei,
estejam acometidas. a) elaborar os planos estratégicos, os planos anuais e os
respectivos orçamentos plurianuais de actividades
c) No Âmbito da Preservação do Ambiente Marinho: e assegurar a respectiva execução;
i. tomar medidas para prevenção, controlo e combate b) acompanhar e avaliar sistematicamente a actividade
à poluição do meio ambiente marinho proveniente desenvolvida, especificamente a utilização dos meios
de embarcações ou de outros meios flutuantes postos à sua disposição e os resultados atingidos;
e fixos no mar, em coordenação com outras c) propor ao Ministro de tutela sectorial o regulamento
entidades relevantes; interno do INAMAR, IP e medidas de alteração ou
ii. zelar pelo cumprimento de normas e boas práticas melhoramento da sua organização e funcionamento;
e procedimentos de carácter internacional d) elaborar o relatório de actividades;
e regional para prevenir, reduzir, controlar e) elaborar o balanço, nos termos da legislação vigente;
e combater a poluição do meio ambiente marinho; f) autorizar a realização de despesas e a contratação
iii. zelar pela gestão dos ecossistemas marinhos e das de serviços de assistência técnica, nos termos da
águas interiores com vista a garantir a sua saúde, legislação aplicável;
equilíbrio e integridade; g) aprovar os projectos dos regulamentos previstos no
iv. prevenir a contaminação tóxica prejudicial ou nociva, estatuto orgânico e os que sejam necessários ao
proveniente de fontes terrestres e da atmosfera ou desempenho das atribuições;
através dela, ou por alijamento; h) praticar os demais actos de gestão decorrentes da
v. prevenir e combater à poluição marinha, fluvial, lacustre aplicação do estatuto orgânico necessários ao bom
e dos respectivos ecossistemas, provenientes de funcionamento dos serviços;
todas as fontes susceptíveis de causar danos ao i) estudar e analisar quaisquer outros assuntos de
ambiente aquático e costeiro, em coordenação com natureza técnica e científicos relacionados com o
outras entidades relevantes; desenvolvimento do INAMAR, IP;
vi. prevenir, controlar e actuar sobre acções que resultam j) apreciar outras matérias que venham a ser indicadas pelo
Presidente do Conselho de Administração ou sugeridas
em descarga intencional ou não de lixo no mar,
por qualquer um dos Administradores;
águas interiores e zonas costeiras;
k) harmonizar as propostas dos relatórios do balanço
vii. articular com outras entidades competentes na gestão periódico do Plano Económico e Social;
dos ecossistemas marinhos e das águas interiores, l) zelar pelo cumprimento das leis, regulamentos,
bem como na elaboração e implementação de normas, instruções e procedimentos administrativos
Planos de Maneio nas áreas de conservação marinha e financeiros;
e terras húmidas sob regime de conservação, com m) submeter à apreciação do Tribunal Administrativo e
vista a trazer impactos positivos na qualidade de outros órgãos competentes as contas do INAMAR, IP;
vida e na adaptação às mudanças climáticas; n) apreciar, deliberar e submeter à homologação da entidade
viii. emitir pareceres sobre a constituição ou extinção de tutela os principais instrumentos de gestão da
de áreas de conservação marinha e terras húmidas; INAMAR, IP, designadamente os orçamentos e os
ix. emitir pareceres relativos a pedidos de exercício de relatórios anuais de actividade e de contas;
actividades nas áreas de conservação marinha e o) exercer outros poderes que constem do diploma de
terras húmidas sob regime de conservação; criação, do estatuto orgânico e demais legislação
x. implementar planos de inventariação e de aplicável.
monitorização de acções e impactos de exploração 3. O Conselho de Administração reúne de acordo com a
de recursos marinhos e de integração de tecnologias periodicidade estabelecida no estatuto orgânico.
de informação e comunicação, em articulação com 4. O Presidente do Conselho de Administração é nomeado
outras entidades competentes. pelo Conselho de Ministros, sob proposta do Ministro de
28 DE OUTUBRO DE 2021 1737

tutela sectorial, de entre pessoas de reconhecida idoneidade, 3. O Conselho Técnico tem a seguinte composição:
independência e competência técnica e profissional na área do a) um representante do Ministério que superintende a área
mar, para um mandato de 4 (quatro) anos, renovável por uma da Defesa Nacional;
única vez. b) um representante do Ministério que superintende a área
5. Os restantes membros do Conselho de Administração são dos transportes marítimos;
selecionados em concurso público aberto para o efeito e nomeados
c) um representante do Ministério que superintende a área
pelo Ministro de tutela sectorial, para um mandato de 4 (quatro)
dos Recursos Minerais;
anos, renovável por uma única vez.
d) um representante do Ministério que superintende a área
6. O mandato dos membros do Conselho de Administração
pode cessar antes do seu termo, por decisão fundamentada da do Ambiente;
entidade competente para os nomear, com base em justa causa, e) um representante do Ministério que superintende a área
sem direito a qualquer indemnização. da Ordem e Segurança;
f) um representante do Ministério que superintende a área
ARTIGO 9 de Migração;
(Competências do Presidente do Conselho de Administração)
g) um representante do Ministério que superintende a área
das Alfândegas;
1. Compete ao Presidente do Conselho de Administração: h) um representante do Ministério que superintende a área
a) dirigir o INAMAR, IP; da Administração Local.
b) convocar e presidir as reuniões do Conselho de 4. Podem ser convidados a participar das sessões do Conselho
Administração e assegurar o funcionamento regular Técnico outros técnicos em função da matéria a ser abordada.
do INAMAR, IP; 5. O Conselho Técnico reúne ordinariamente uma vez por ano
c) executar e fazer cumprir a lei, as normas e as deliberações e, extraordinariamente, sempre que o Presidente do Conselho de
do Conselho de Administração;
Administração o convocar.
d) coordenar a elaboração dos planos estratégicos, anuais
e respectivos orçamentos plurianuais de actividades ARTIGO 11
do INAMAR, IP;
e) exercer os poderes de direcção, gestão e disciplina do (Conselho Fiscal)
pessoal; 1. O Conselho Fiscal é composto de três membros, sendo
f) representar o INAMAR, IP em juizo e fora dele; um Presidente e dois vogais, representando as áreas de tutela
g) coordenar a arrecadação de receitas do INAMAR, IP; financeira, da função pública e do sector de actividade.
h) realizar outras actividades que lhe sejam acometidas por 2. Os membros do Conselho Fiscal são nomeados por despacho
lei ou estatuto orgânico; conjunto dos Ministros que superintendem as áreas das finanças,
i) representar o INAMAR, IP em quaisquer actos ou função pública e de tutela sectorial.
contratos, em juízo ou fora dele, podendo delegar a 3. O Presidente do Conselho Fiscal representa a entidade de
representação a qualquer um dos Administradores; tutela financeira.
j) nomear colaboradores para o exercício de cargos de 4. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de três anos,
direcção e chefia no INAMAR, IP; podendo ser renovado uma única vez.
k) exercer as competências, praticar os actos e assumir as 5. O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez em
funções previstas noutros instrumentos legais ou na cada trimestre.
legislação e regulamentação aplicável aos Fundos 6. Compete ao Conselho Fiscal:
Públicos.
a) acompanhar e controlar com regularidade o cumprimento
2. O Presidente do Conselho de Administração é substituído das leis e demais diplomas legais aplicáveis,
nas suas faltas e impedimentos por um Administrador por ele a execução orçamental, a situação económica,
designado. financeira e patrimonial do INAMAR, IP;
b) analisar a contabilidade do INAMAR, IP;
ARTIGO 10 c) proceder à verificação prévia e dar o respectivo parecer
(Conselho Técnico) sobre o orçamento, suas revisões e alterações, bem
como sobre o plano de actividades na perspectiva da
1. O Conselho Técnico é o órgão de consulta inter-sectorial sua cobertura orçamental;
dirigido pelo Presidente do Conselho de Administração. d) dar parecer sobre o relatório de gestão de exercício
2. São competências do Conselho Técnico: e contas de gerência, incluindo documentos de
a) apreciar e emitir pareceres nos âmbitos da segurança certificação legal de contas;
e protecção marítimas, fiscalização marítima, e) dar parecer sobre a aquisição, arrendamento, alienação,
preservação do ambiente marinho e administração alienação e oneração de bens imóveis;
marítima; f) dar parecer sobre a aceitação de doações, heranças ou
b) estudar e propor a forma adequada de coordenação legados;
técnica, na formação e capacitação do pessoal g) dar parecer sobre a contratação de empréstimos, quando
marítimo; o INAMAR, IP, esteja habilitado a fazê-lo;
c) estudar e propor formas adequadas de coordenação técnica, h) manter o Conselho de Administração informado sobre
para a implementação de planos de contingência de os resultados das verificações e exames que proceda;
prevenção e combate à poluição marinha; i) elaborar relatórios da sua acção fiscalizadora, incluindo
d) propor medidas adequadas de busca e salvamento relatório anual global;
marítimo; j) propor ao Ministro de tutela financeira e ao Conselho
e) propor medidas relativas à prevenção de acidentes de Administração a realização de auditorias externas,
e incidentes marítimos. quando isso se revelar necessário ou conveniente;
1738 I SÉRIE — NÚMERO 208

k) verificar, fiscalizar e apreciar a legalidade da organização para prestação de serviço de assistência nas águas
e funcionamento do INAMAR, IP; sob jurisdição nacional, excepto o concernente às
l) avaliar a eficiência, eficácia, e efectividade dos processos operações portuárias;
de descentralização e desconcentração de competências h) a resultante da venda de embarcações e outros
e verificar o seu funcionamento; instrumentos e equipamentos apresados, no âmbito
m) verificar a eficácia dos mecanismos e técnicas adoptadas do exercício de investigação e pesquisa cientifica
pelo INAMAR, IP, para o atendimento e prestação de marinhas;
serviços públicos; i) as taxas resultantes da prestação de serviços de vistoria
n) fiscalizar a aplicação do estatuto orgânico do INAMAR, à actividade de bunkering;
IP, do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do j) as taxas resultantes de licenças especiais emitidas nas
Estado e demais legislação relativa ao pessoal, ao áreas de conservação marinha e terras húmidas
procedimento administrativo e ao funcionamento da sob regime de conservação e de responsabilidade
instituição, bem como outra legislação de carácter geral ambiental;
aplicável à Administração Pública; k) as taxas sobre o licenciamento ambiental no meio
o) aferir o grau de resposta dada pelo INAMAR, IP, às aquático e zonas costeiras;
solicitações dos cidadãos ou da classe servida; l) subsídios, comparticipações, subvenções ou doações
p) averiguar o nível de alinhamento dos planos de actividades atribuídas por quaisquer entidades públicas ou privadas
adoptados e implementados pelo INAMAR, IP, com nacionais ou estrangeiras;
os objectivos e prioridades do Governo; m) outra receita como tal que lhe seja destinada.
q) aferir o grau de observância das instruções técnicas 2. A receita arrecadada deve ser canalizada na sua totalidade,
e metodológicas emitidas pela entidade de tutela nos termos da legislação aplicável, a título de receita própria, para
sectorial; a Conta Única do Tesouro que, após a sua cobrança, é consignada
r) aferir o grau de alcance das metas periódicas definidas ao INAMAR, IP.
pelo INAMAR, IP, bem assim pelo Ministro ou 3. O Tesouro Público, no prazo de cinco dias úteis após a
entidade de tutela; receitação, procede à devolução ao INAMAR, IP, a título de
s) pronunciar-se sobre os assuntos que lhe sejam submetidos consignação definitiva, a percentagem da receita transferida para
pelo Conselho de Administração, pelo Tribunal a Conta Única do Tesouro.
Administrativo e pelas entidades que integram o 4. A devolução da receita referida no número anterior é
sistema de controlo interno da administração financeira efectuada mediante requisição e registo de necessidades no
do Estado; e-SISTAFE.
t) participar, obrigatoriamente, nas reuniões do Conselho de
Administração em que se aprecia o relatório e contas ARTIGO 13
e a proposta de orçamento.
(Dotações do Orçamento do Estado)

CAPÍTULO III O INAMAR, IP beneficia, ainda, de dotações do Orçamento


Regime Orçamental e Patrimonial do Estado, para o seu funcionamento.
ARTIGO 12 ARTIGO 14
(Receitas) (Despesas)
1. Constituem receitas próprias do INAMAR, IP, nos termos Constituem despesas do INAMAR, IP:
da legislação aplicável:
a) as que resultem do exercício das suas atribuições
a) as taxas e emolumentos relativos à prestação de serviços e competências;
decorrentes do exercício das suas competências; b) as remunerações dos respectivos funcionários, dos
b) as taxas resultantes de concessão, bem como de licença de
membros do Conselho de Administração e do
utilização privativa do espaço marítimo e de domínio
Conselho Fiscal;
público marítimo e costeiro para diferentes finalidades;
c) as resultantes da aplicação de multas por infracções c) encargos com o funcionamento corrente da actividade
contravencionais à legislação marítima, pesqueira e do INAMAR, IP;
afim; d) outras despesas admitidas por lei.
d) uma percentagem do valor de salvados do mar;
ARTIGO 15
e) uma percentagem do valor do contrato celebrado, entre
armadores e empresas nacionais e estrangeiras, para (Planos e Orçamentos)
prestação de serviço de assistência e de salvação, nas 1. Os planos de actividades e respectivos orçamentos anuais do
águas sob jurisdição nacional; INAMAR, IP são compatibilizados com as instruções emanadas
f) uma percentagem do valor do contrato celebrado, entre pelas tutelas e de acordo com as estratégias e planos do Governo
armadores e empresas nacionais e estrangeiras, e submetidos à aprovação do Ministro de tutela sectorial, nos
para prestação de serviço de reboque nas águas termos legais.
sob jurisdição nacional, excepto o concernente às 2. O INAMAR, IP elabora, com referência a cada ano
operações portuárias; económico, os respectivos orçamentos operacionais e de
g) uma percentagem do valor do contrato celebrado investimento, os quais são aprovados pelos Ministros de tutela
entre armadores e empresas nacionais e estrangeiras sectorial e financeira.
28 DE OUTUBRO DE 2021 1739

3. O INAMAR, IP submete aos Ministros de tutela desenvolvida e de aprovação de suplementos adicionais pelos
sectorial e financeira os relatórios e contas de execução Ministros que superintendem as áreas de finanças e da função
orçamental acompanhados dos relatórios do órgão de fiscalização pública.
trimestralmente. 2. Os critérios do regime das remunerações aplicável ao
4. Compete ao Ministro de tutela sectorial submeter o plano Conselho de Administração são aprovados pelo Conselho de
de actividades e orçamento até 31 de Agosto, ao Ministro de
Ministros, sob proposta dos Ministros que superintendem as áreas
tutela financeira.
ARTIGO 16 da função pública e das finanças.
3. Os critérios a observar na remuneração dos membros do
(Relatórios e Contas)
Conselho de Administração são fixados por despacho conjunto
1. O INAMAR, IP, com referência a 31 de Dezembro de cada dos Ministros de tutela sectorial e financeira com observância
ano, elabora os seguintes documentos: dos critérios fixados pelo Conseho de Ministros.
a) Relatórios do Conselho de Administração, indicando 4. Os membros do Conselho Fiscal têm direito a senha de
como foram atingidos os objectivos do INAMAR,
presença, por cada sessão em que estejam presentes, cujo valor
IP e analisando a eficiência dos mesmos nos vários
domínios de actuação; é fixado por Despacho único dos Ministros que superintendem as
b) Balanço e mapa de demonstração de resultados; áreas da função pública e das finanças, nos termos da legislação
c) Mapa de fluxo de caixa. aplicável.
2. Os documentos referidos no número anterior são aprovados
por Despacho do Ministro de tutela sectorial, tendo em CAPÍTULO V
consideração o parecer do Conselho Fiscal. Disposições Finais e Transitórias
ARTIGO 17 ARTIGO 21
(Património) (Estatuto Orgânico)

O património do INAMAR, IP é constituído pela universalidade Compete ao Ministro que superintende as áreas do mar e
dos seus bens, nomeadamente: águas interiores submeter ao órgão competente, no prazo de
a) os que transitam do INAMAR para o INAMAR, IP, por 60 (sessenta) dias contados da data de publicação do presente
força do presente Decreto; Decreto, a proposta de Estatuto Orgânico do INAMAR, IP, para
b) os demais bens de qualquer natureza que venha a adquirir, aprovação.
que lhe forem afectos ou doados, incluindo legados.
ARTIGO 22
ARTIGO 18
(Disposição Revogatória)
(Gestão Financeira e Patrimonial)

A gestão financeira e do património afecto ao INAMAR, IP Com excepção do artigo 1, são revogadas as demais
rege-se pelas normas aplicáveis aos órgãos e instituições do disposições do Decreto n.º 32/2004, de 18 de Agosto, que cria o
Estado, nomeadamente pela Lei do Sistema de Administração Instituto Nacional da Marinha (INAMAR).
Financeira do Estado, Plano Geral de Contabilidade, regime da
tesouraria do Estado, em particular, o princípio e as regras da ARTIGO 23
unidade de tesouraria, e demais legislação aplicável.
(Transição dos Recursos)
CAPÍTULO IV 1. Os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais
Regime do Pessoal e Remuneratório do INAMAR, partilhados nos termos do disposto no artigo 5
ARTIGO 19 do Decreto n.º 18/2019, de 18 de Março, transitam para
o INAMAR, IP.
(Regime do Pessoal)
2. Os recursos humanos, materiais e financeiros afectos à
O pessoal do INAMAR, IP, observa o regime estabelecido no Direcção Nacional de Operações do Ministério do Mar, Águas
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado e demais
legislação aplicável do funcionalismo público sendo, porém, Interiores e Pescas, doravante extinta, transitam para o INAMAR,
excepcionalmente admissível a celebração de contratos de IP.
trabalho, sempre que seja compatível com a natureza das funções ARTIGO 24
a desempenhar, nos termos da legislação aplicável.
(Entrada em Vigor)
ARTIGO 20 O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
(Regime Remuneratório) Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 14 de Setembro
1. Sem prejuízo dos direitos adquiridos, o regime remuneratório de 2021.
aplicável ao pessoal do INAMAR, IP é o dos funcionários e Publique-se.
agentes do Estado, com a possibilidade de adopção de tabelas
diferenciadas em função da especificidade da actividade O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
Preço — 70,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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