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Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2018 I SÉRIE —

­ Número 255

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

8.º SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. Administração directa e indirecta do Estado e entidades
descentralizadas, e por instituições privadas investidas
AVISO de poderes públicos;
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em cópia b) No domínio das obras privadas e particulares, desde
devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indicações que sejam de reconhecida utilidade pública;
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para c) No domínio da urbanização, quanto ao cumprimento
publicação no «Boletim da República». das disposições legais e regulamentares; e
d) No domínio da indústria da construção, quanto
ao cumprimento das disposições legais no processo
de licenciamento de empreiteiros e consultores
SUMÁRIO de construção civil, bem como na aplicação das
Conselho de Ministros: disposições legais, regulamentares e normas técnicas
na fabricação, importação, comercialização e aplicação
Decreto n.º 83/2018: dos materiais e equipamentos de construção civil.
Cria a Inspecção-Geral de Obras Publicas, Instituto Público. 2. A IGOP, IP, tem a sua sede na Cidade de Maputo.

Artigo 4
CONSELHO DE MINISTROS (Delegações)
1. A IGOP, IP, pode criar delegações ao nível regional,
Decreto n.º 83/2018 provincial ou distrital, mediante autorização do Ministro que
de 31 de Dezembro superintende a área das obras públicas e construção civil, ouvidos
o Ministro que superintende a área das finanças e o representante
Havendo necessidade de adequar o funcionamento da Inspecção do Estado na província onde a delegação pretende ser implantada.
de Obras Públicas, com vista a fazer face à crescente dinâmica 2. A criação das delegações da IGOP, IP, observa o princípio
do sector de construção no País e garantir o acompanhamento, de gradualismo, em harmonia com a capacidade financeira
monitoria e avaliação eficientes dos processos construtivos, ao e humana que estiver reunida para o efeito.
abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 82 da Lei n.º 7/2012, de 8
de Fevereiro, conjugado com o disposto no Decreto n.º 41/2018, Artigo 5
de 23 de Julho, o Conselho de Ministros decreta:
(Tutela)
CAPÍTULO I 1. A IGOP, IP, é tutelada sectorialmente pelo Ministro
Disposições gerais que superintende a área das obras públicas e construção civil
e financeiramente pelo Ministro que superintende a área
Artigo 1
das finanças.
(Criação) 2. A tutela sectorial compreende:
É criada a Inspecção-Geral de Obras Públicas, Instituto a) Aprovar estratégias, directivas e planos anuais
Público, abreviadamente designada por IGOP, IP. e plurianuais de desenvolvimento da IGOP,IP,
e respectivos orçamentos;
Artigo 2 b) Aprovar o Plano e Relatório anuais de actividades
(Natureza) da IGOP, IP;
A IGOP, IP, é um instituto público de categoria B. c) Propor o regime de carreiras profissionais da IGOP, IP,
e o respectivo Quadro de Pessoal à aprovação pelo
Artigo 3 órgão competente;
d) Aprovar os Regulamentos e outros dispositivos
(Âmbito e sede)
normativos aplicáveis à IGOP, IP;
1. A IGOP, IP, exerce a sua acção de inspecção: e) Ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização
a) No domínio das obras públicas promovidas pelos ou auditorias dos actos praticados pelos gestores
órgãos do Estado e por outras instituições da da IGOP, IP;
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f) Ordenar a realização de inquéritos e sindicâncias, quando k) Verificação da qualidade da implementação dos projectos-
necessário; tipo nas edificações do Estado;
g) Proceder ao controlo de desempenho, em especial l) Desenvolvimento de outras acções que lhe sejam
quanto ao cumprimento dos fins e dos objectivos incumbidas superiormente, no âmbito da actividade
estabelecidos; do sector de construção.
h) Exercer a acção disciplinar sobre os gestores da IGOP,
IP, por si nomeados; Artigo 7
i) Autorizar a celebração de acordos com parceiros
(Competências)
de cooperação no âmbito da actividade da IGOP, IP;
j) Autorizar o estabelecimento de relações com organismos Compete à IGOP, IP:
similares e afins, nacionais ou estrangeiros, no âmbito 1. No domínio das obras públicas:
da actividade da IGOP, IP; a) Na fase de projecto, junto das instituições promotoras
k) Autorizar a criação e extinção de outras formas de obras:
de representação da IGOP, IP, ouvidos o Ministro que i. Verificar a conformidade legal dos processos
superintende a área das finanças e o representante de concurso, adjudicação e contratação de
do Estado na província em que a mesma pretende ser projectistas, empreiteiros, fiscais e outros agentes
estabelecida; intervenientes no processo construtivo;
l) Nomear e exonerar o Inspector-Geral e o Inspector-Geral ii. Inspeccionar a razoabilidade dos preços apresentados
Adjunto; pelos projectistas, empreiteiros e fiscais a con-
m) Nomear e exonerar, sob proposta do Inspector-Geral, tratar;
os delegados regionais, provinciais ou distritais; iii. Inspeccionar a conformidade legal de projectos;
n) Homologar os relatórios e contas da IGOP, IP. iv. Inspeccionar a implementação dos projectos-tipo
3. A tutela financeira compreende: nas edificações do Estado;
a) Aprovar o orçamento anual da IGOP, IP, e acompanhar v. Verificar os processos de aprovação dos projectos,
a sua execução; assegurando a observância da lei, dos regu-
b) Aprovar a proposta de alienação ou abate dos bens lamentos, das normas técnicas, ambientais e de
patrimoniais afectos à IGOP, IP; higiene e segurança nas obras;
c) Autorizar quaisquer financiamentos no âmbito do funcio- vi. Verificar a qualificação técnica dos membros de júri
namento da IGOP, IP; de avaliação de propostas dos concorrentes para
d) Ordenar a realização de inspecções financeiras; a contratação de projectistas, empreiteiros
e) Homologar os relatórios e contas da IGOP, IP. e fiscais;
vii. Aplicar sanções por infracções, nos termos
Artigo 6 da legislação aplicável.
(Atribuições) b) Na fase de execução:
São atribuições da IGOP, IP: i. Inspeccionar obras promovidas por entidades
a) Inspecção da aplicação das disposições legais, públicas ou a elas destinadas, verificando a sua
regulamentares e normas técnicas, no âmbito das obras conformidade com a legislação em vigor;
públicas, construção civil, indústria da construção ii. Verificar a conformidade legal dos processos
e urbanização; de concurso, adjudicação e contratação de
b) Inspecção da qualidade das obras e dos materiais a elas empreiteiros, fiscais, gestor de contratos e outros
fornecidos; agentes intervenientes no processo construtivo;
c) Controlo da legalidade dos intervenientes nas obras, iii. Verificar no terreno os projectos de execução
nomeadamente, gestores de contratos de obras aprovados e os processos de consignação,
públicas, projectistas, empreiteiros e fiscais; execução e recepção de obras, assegurando a
d) Verificação da certificação da qualidade dos materiais, observância da lei, dos regulamentos, das normas
componentes de construção e equipamentos fornecidos técnicas, ambientais e de higiene e segurança
ou fabricados para incorporação nas obras; nas obras;
e) Controlo do cumprimento de normas, princípios iv. Inspeccionar, em coordenação com o Laboratório
e procedimentos legais nos processos de construção, de Engenharia de Moçambique, a qualidade das
contratação de projectistas, empreiteiros, fiscais e obras e dos materiais a elas fornecidos;
outros agentes intervenientes em obras públicas, v. Aplicar sanções por infracções, nos termos da
privadas e particulares; legislação aplicável;
f) Controlo da observância das normas na fabricação vi. Embargar obras que não observem a legislação,
de elementos e sistemas construtivos empregues prescrições técnicas e administrativas em vigor
na execução de obras; e propor a sua demolição, em casos mais graves;
g) Verificação do processo de licenciamento de empreiteiros vii. Confirmar no terreno a afectação dos técnicos e
e consultores de construção civil; equipamentos às obras, conforme declarado nas
h) Verificação das condições de robustez técnica, propostas dos concorrentes adjudicatários;
económico-financeira, de equipamento mínimo viii. Verificar a conformidade legal das subcontratações,
e de idoneidade dos empreiteiros e consultores bem como as condições técnicas dos empreiteiros
de construção civil; subcontratados;
i) Inspecção dos materiais, componentes e equipamentos ix. Verificar a certificação da qualidade dos materiais,
de construção importados ou produzidos em unidades componentes de construção e equipamentos
industriais implantadas no País; fornecidos ou fabricados para incorporação nas
j) Verificação da qualidade de projectos; obras;
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x. Recomendar a correcção de desvios nos processos b) No domicílio dos empreiteiros e consultores de cons-
construtivos para prevenir danos e acidentes em trução civil:
obras, bem como em edificações circundantes i. Inspeccionar a manutenção da robustez técnica
e nos transeuntes e utentes; e económico-financeira dos empreiteiros
xi. Inspeccionar o trabalho dos projectistas, fiscais, e consultores de construção civil, bem como
empreiteiros de obras públicas e de construção as condições de equipamento e idoneidade
civil e outros agentes intervenientes; declaradas aquando da obtenção dos respectivos
xii. Inspeccionar a regularidade dos intervenientes alvarás ou licenças;
nas obras. c) Nas unidades de produção de materiais de construção,
2. No domínio das obras privadas e particulares: distribuidores e estaleiros de armazenagem:
Na fase de execução: i. Verificar, em coordenação com outras instituições,
i. Inspeccionar obras promovidas por entidades a qualidade dos materiais, componentes de cons-
privadas e particulares, verificando a sua confor- trução e equipamentos importados ou produzidos
midade com a legislação em vigor; em unidades industriais implantadas no País;
ii. Inspeccionar a regularidade dos intervenientes nas ii. Verificar, em coordenação com outras instituições,
obras; a observância das normas de fabrico, embalagem,
iii. Inspeccionar a conformidade legal de projectos; armazenagem de materiais e componentes
iv. Inspeccionar, em coordenação com o Laboratório de construção;
de Engenharia de Moçambique, a qualidade das iii. Verificar, em coordenação com outras instituições,
obras e dos materiais a elas fornecidos; a observância das normas de higiene e segurança
v. Aplicar sanções por infracções, nos termos da no trabalho em estaleiros de obras;
legislação aplicável; iv. Inspeccionar a observância das normas na fabri-
vi. Embargar obras que não observem a legislação, cação de elementos ou sistemas construtivos
prescrições técnicas e administrativas em vigor empregues na execução de obras.
e propor a sua demolição, em casos mais graves; 5. São também competências da IGOP, IP:
vii. Recomendar a correcção de desvios nos processos a) Pronunciar-se sobre iniciativas que possam pôr em causa
construtivos para prevenir danos e acidentes em
as infra-estruturas;
obras, bem como em edificações circundantes
b) Propor alterações ou melhoramento do regime legal para
e nos transeuntes e utentes;
adequar a actuação no sector de construção;
viii. Verificar a conformidade legal das subcontratações, c) Inspeccionar, em coordenação com outras instituições,
bem como as condições técnicas dos empreiteiros a legalidade e credibilidade dos resultados no funcio-
subcontratados; namento de laboratórios comerciais que actuam
ix. Verificar a certificação da qualidade dos materiais, na área da construção civil.
componentes de construção e equipamentos
fornecidos ou fabricados para incorporação nas Artigo 8
obras;
(Direcção)
x. Inspeccionar o trabalho dos projectistas, fiscais,
empreiteiros de obras de construção civil e outros 1. A IGOP,IP, é dirigida por um Inspector-Geral, coadjuvado
agentes intervenientes. por um Inspector-Geral Adjunto, ambos nomeados pelo Ministro
3. No domínio da urbanização: que superintende a área das obras públicas e construção civil.
a) Na fase de projecto: 2. O mandato do Inspector-Geral e do Inspector-Geral Adjunto
é de quatro anos, renovável uma vez.
i. Inspeccionar o cumprimento das disposições legais
e regulamentares relativas à urbanização; CAPÍTULO II
ii. Inspeccionar o cumprimento da legislação vigente
em zonas de não edificação, bacias de retenção Órgãos Colectivos
ou zonas declaradas vulneráveis a inundações Artigo 9
e erosão;
(Órgãos)
b) Na fase de execução:
São órgãos da IGOP, IP:
i. Inspeccionar o cumprimento das disposições legais
e regulamentares relativas à urbanização; a) Conselho de Direcção;
ii. Inspeccionar o cumprimento da legislação vigente b) Conselho Consultivo;
em zonas de não edificação, bacias de retenção c) Conselho Técnico.
ou zonas declaradas vulneráveis a inundações
Artigo 10
e erosão;
iii. Inspeccionar a conformidade legal dos planos (Conselho de Direcção)
de urbanização nas cidades, vilas e outros 1. O Conselho de Direcção é o órgão de gestão da actividade
aglomerados populacionais; da IGOP, IP, convocado e dirigido pelo Inspector-Geral, ao qual
iv. Embargar obras em zonas de protecção parcial compete:
definidas por lei.
a) Elaborar e submeter à aprovação os planos anuais
4. No domínio da indústria da construção: e os respectivos orçamentos plurianuais de actividades
a) Junto da entidade encarregue do licenciamento de emprei- e assegurar a respectiva execução;
teiros e consultores de construção civil: b) Acompanhar e avaliar sistematicamente as actividades
i. Inspeccionar o processo de licenciamento de emprei- desenvolvidas, a utilização dos meios postos à sua
teiros e consultores de construção civil; disposição e os resultados alcançados;
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c) Elaborar e submeter à aprovação o relatório de acti- e) Os planos de formação ou aperfeiçoamento do pessoal


vidades; em serviço na IGOP, IP;
d) Elaborar o balanço, nos termos da legislação aplicável; f) Estudar e analisar quaisquer outros assuntos
e) Autorizar a realização das despesas e a contratação de natureza técnica e científica, relacionados com
de serviços de assistência técnica, nos termos o desenvolvimento das actividades da IGOP, IP.
da legislação aplicável; 2. O Conselho técnico é convocado e dirigido pelo Inspector
f) Aprovar os projectos de regulamentos necessários -Geral, podendo delegar essa competência ao Inspector-Geral
à materialização das suas atribuições; Adjunto.
g) Praticar os demais actos de gestão decorrentes 3. O Conselho Técnico é composto pelos seguintes membros:
da aplicação do Estatuto Orgânico necessários ao bom
a) Inspector-Geral;
funcionamento dos serviços.
b) Inspector-Geral Adjunto;
2. O Conselho de Direcção tem a seguinte composição: c) Titulares das unidades orgânicas;
a) Inspector- Geral; d) Titulares das unidades internas com interesse
b) Inspector - Geral Adjunto; nos assuntos a tratar;
c) Titulares das unidades orgânicas da IGOP, IP. e) Inspectores superiores e técnicos.
3. Podem participar nas sessões do Conselho de Direcção, 4. Podem participar nas sessões do Conselho Técnico,
na qualidade de convidados, outros especialistas e técnicos, em na qualidade de convidados, outros técnicos, em função
função das matérias a serem tratadas. das matérias a serem tratadas.
4. O Conselho de Direcção reúne, ordinariamente, de quinze 5. O Conselho Técnico reúne, ordinariamente, uma vez por mês
em quinze dias e, extraordinariamente, quando convocado e, extraordinariamente, quando convocado pelo Inspector-Geral.
pelo Inspector-Geral.
CAPÍTULO III
Artigo 11
Gestão orçamental e patrimonial
(Conselho Consultivo) Artigo 13
1. O Conselho Consultivo é o órgão de coordenação da acti-
(Receitas)
vidade da IGOP, IP, ao qual compete:
Constituem receitas da IGOP, IP:
a) Avaliar as actividades das unidades orgânicas centrais
e das representações regionais, provinciais ou distritais, a) Dotações do Orçamento do Estado;
tendentes à realização das atribuições e competências b) O produto das multas aplicadas no âmbito dos processos
da IGOP, IP; sobre contravenções que lhe seja destinado, nos termos
b) Pronunciar-se sobre planos, políticas e estratégias da lei;
relativas às atribuições e competências da IGOP, IP, c) Donativos, subvenções ou comparticipações concedidos
e fazer as necessárias recomendações; por entidades nacionais ou estrangeiras, com as quais
c) Fazer o balanço dos programas, plano e orçamento anual não haja conflito de interesse, nos termos da lei;
das actividades; d) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por
d) Propor e planificar a execução das decisões dos órgãos lei, contrato ou outro título.
centrais do Estado em relação aos objectivos principais
Artigo 14
do desenvolvimento da IGOP, IP.
2. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição: (Canalização da receita)
a) Inspector-Geral; 1. A IGOP, IP, canaliza para a Conta Única do Tesouro a
b) Inspector-Geral Adjunto; totalidade da receita arrecadada, nos termos da legislação
c) Titulares das unidades orgânicas da IGOP, IP; aplicável, a título de receita própria e consignada após a sua
d) Titulares das representações da IGOP, IP, a nível regional, cobrança.
provincial ou local. 2. O Tesouro Público devolve à IGOP, IP, a título de consi-
3. Podem participar nas sessões do Conselho Consultivo, gnação definitiva, a percentagem da receita transferida para
na qualidade de convidados, outros especialistas, parceiros a Conta Única do Tesouro, nos termos a definir por despacho
e técnicos, em função das matérias a serem tratadas. conjunto dos Ministros que exercem a tutela sectorial e financeira.
4. O Conselho Consultivo reúne, ordinariamente, uma vez
por ano e, extraordinariamente, sempre que se mostre necessário, Artigo 15
por convocação do Inspector-Geral.
(Despesas)
Artigo 12 Constituem despesas da IGOP, IP:
(Conselho Técnico) a) Os encargos com o respectivo funcionamento;
1. O Conselho Técnico é um órgão de consulta técnica, b) Os custos de aquisição, manutenção e conservação
ao qual compete apreciar: de bens móveis e imóveis ou serviços que tenham
de utilizar;
a) Questões técnicas relativas às obras públicas, construção c) Outros encargos, nos termos da legislação aplicável.
civil, indústria da construção e urbanização;
b) Quaisquer medidas de carácter técnico que interessam Artigo 16
à actividade da IGOP, IP;
c) A participação da IGOP, IP, em conferências nacionais (Património)
e internacionais ligadas ao seu trabalho; Constituem património à guarda da IGOP, IP, os bens,
d) Os relatórios da Inspecção cuja matéria, pela sua natureza legados ou doações, direitos e outros valores adquiridos no
ou complexidade, for remetida pelo Inspector - Geral; prosseguimento das suas actividades.
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CAPÍTULO IV 2. Sempre que ponderosas razões de segurança o justifiquem,


Do pessoal
os inspectores da IGOP, IP, têm direito a protecção especial para
a sua pessoa, cônjuge, descendentes e seus bens.
Artigo 17
(Regime geral) Artigo 21
O pessoal da IGOP, IP, rege-se pelo regime jurídico da Função (Garantias)
Pública, sendo admissível a celebração de contratos de trabalho, Os inspectores da IGOP, IP, quando em serviço e sempre que
que se regem pelo regime geral, sempre que isso for compatível necessário ao desempenho das suas funções, para além de outras
com a natureza das funções a desempenhar. previstas na lei geral, gozam das seguintes prerrogativas:
Artigo 18 a) Aceder livremente e permanecer nas obras, instalações
da entidade inspeccionada pelo período necessário ao
(Carreiras)
exercício das suas funções, seja quem for o promotor,
O regime de carreiras profissionais da IGOP, IP, integra aos estabelecimentos das indústrias de materiais
qualificadores específicos, devendo atender às especiais de construção, aos processos de obras, aos planos
exigências da função.
de urbanização, às instalações de todos os intervenientes
CAPÍTULO V no processo de construção e de outros agentes ligados
à sua área de intervenção, mediante a exibição
Princípios, direitos, garantias, responsabilidades do respectivo cartão de identificação, no verso do qual
e incompatibilidades
se encontra transcrita a presente disposição;
Artigo 19 b) Requisitar e reproduzir documentos para a consulta,
(Princípios) suporte ou junção aos relatórios, processos ou autos
A IGOP, IP, na sua actuação, orienta-se, sem prejuízo e, ainda, examinar quaisquer elementos em poder de
dos demais princípios que regulam a actividade da Administração entidades cuja actividade seja objecto da intervenção
Pública, pelos princípios da legalidade, do contraditório, da IGOP, IP, sempre que tal se mostre necessário
transparência, igualdade, independência, isenção, ética à acção inspectiva;
e profissionalismo. c) Corresponder-se com quaisquer entidades públicas
Artigo 20 ou privadas sobre assuntos de interesse para o exercício
(Direitos)
da acção inspectiva ou para obtenção dos elementos
que para tal se mostrem indispensáveis;
1. Os inspectores da IGOP, IP, quando em serviço de inspeçcão
e sempre que necessário ao desempenho das suas funções, gozam, d) Requisitar às autoridades policiais e administrativas
para além de outros previstos na lei geral, dos seguintes direitos: a colaboração necessária ao exercício das suas funções.
a) Titularidade de cartão especial de identificação Artigo 22
de Inspector, a ser aprovado pelo Ministro que
superintende a área das obras públicas e construção (Responsabilidades)
civil e assinado pelo Inspector-Geral de Obras Os inspectores e técnicos da IGOP, IP, respondem disciplinar,
Públicas; civil e criminalmente pelos seus actos ou omissões, quando se
b) Examinar, requisitar e reproduzir documentos prove terem actuado deliberadamente para criar danos ao Estado
que se encontrem em poder das pessoas visadas ou a terceiros, ou para tirar proveito a seu favor ou a favor
pela inspecção e que digam respeito à actividade de terceiro.
da inspecção a realizar;
c) Receber informações ou outros elementos em poder Artigo 23
de quaisquer serviços, estabelecimentos e organimos (Incompatibilidades e impedimentos)
do Estado, da Administração directa e indirecta
do Estado, das entidades descentralizadas e das 1.Para além das outras incompatibilidades e impedimentos
entidades particulares com fins de utilidade pública, previstos na Lei, é em especial vedado aos inspectores e técnicos
quando realizam obras públicas; ao serviço da IGOP, IP:
d) Receber qualquer esclarecimento por parte dos técnicos a) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva
ou fiscais de obras sobre a situação real da concepção ou disciplinar em que sejam visados seus cônjuges,
e/ou execução das obras públicas; parentes ou afins em qualquer grau da linha recta
e) Requisitar às autoridades policiais e administrativas ou até terceiro grau da linha colateral;
a colaboração necessária ao exercício das suas b) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva ou
funções, no caso de ilegítima oposição dos visados disciplinar em que sejam visadas as entidades cujos
pela inspecção; dirigentes mantenham ou mantiveram relações tais
f) Exigir o cumprimento integral de todas as obrigações
que possam pôr em causa a sua integridade, isenção
constantes dos projectos de concepção e/ou execução
das obras adjudicadas por parte dos contratados e imparcialidade;
e da entidade contratante; c) Prestar qualquer tipo de serviço a entidade relativamente
g) Fazer recomendações para a entidade contratante àqual tenham realizado nos últimos dois anos quaisquer
e a entidade executora das obras, com conhecimento acções de natureza inspectiva;
da primeira; d) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva
h) Tomar providências necessárias quando perceber falhas ou disciplinar em entidades com as quais tenha
ou atrasos no cumprimento ou execução das obras estabelecido relações profissionais nos últimos 5 anos;
públicas; e) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva ou
i) Exercer outros poderes inspectivos outorgados por leis, disciplinar quando nelas tenham interesse próprio,
regulamentos ou instruções gerais. sejam representantes ou exerçam funções;
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f) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva 2. O prazo para o exercício do direito do contraditório é de 10
ou disciplinar onde tenham interesse relevante dias contados a partir da data da recepção do respectivo relatório.
<<ou que ponha em causa a independência e 3. Compete ao Inspector-Geral de Obras Públicas autorizar
objectividade requeridas. a prorrogação do prazo referido no número anterior, mediante
2. Os inspectores e técnicos ao serviço da IGOP, IP, devem por solicitação devidamente fundamentada do interessado e remetido
meio de requerimento fundamentado, declarar voluntariamente à IGOP, IP.
os impedimentos que sobre eles impendem, ou em virtude da 4. Sem prejuízo do dever de proceder ao acompanhamento
verificação ou conhecimento de alguma das circunstâncias do resultado das recomendações e propostas formuladas nos
mencionadas nas alíneas anteriores, no prazo de 48 horas a contar seus relatórios, as entidades visadas devem fornecer à IGOP,
do momento em que tomaram conhecimento do facto impeditivo, IP, no prazo de 45 dias contados a partir da data de recepção
solicitar ao Inspector-Geral de Obras Públicas a sua substituição. do respectivo relatório, informações sobre recomendações
cumpridas e planos de acção, prazos e responsabilidades em
CAPÍTULO VI
relação às recomendações ainda não cumpridas.
Deveres 5. Decorrido o prazo de 45 dias, caso as entidades visadas não
Artigo 24 comuniquem o estágio de implementação das recomendações,
a IGOP, IP, deve lavrar autos para as instâncias competentes
(Dever de colaboração) visando a adopção de medidas adequadas, consoante os casos.
1. Os titulares dos órgãos das entidades públicas e privadas 6. O prazo referido no número 4 pode ser prorrogado por
sujeitas à intervenção da IGOP, IP, devem prestar as informações, despacho do Inspector-Geral de Obras Públicas, quando razões
esclarecimentos e colaboração necessárias ao bom desempenho técnicas e ponderosas assim o justifiquem.
das tarefas cometidas bem como fornecer a documentação
solicitada pelo pessoal em serviço na IGOP, IP, pontual CAPÍTULO VII
e eficientemente. Disposições finais
2. Aos inspectores e técnicos ao serviço da IGOP, IP,
no exercício das suas funções, devem ser facultadas, pelas Artigo 27
autoridades públicas e entidades sujeitas à sua intervenção, todas (Estatuto Orgânico)
as condições necessárias à garantia da eficácia da sua actuação.
Compete ao Ministro que superintende a área das obras
3. A recusa de fornecimento à IGOP, IP, ou aos inspectores
públicas e construção civil submeter a proposta do Estatuto
e técnicos ao seu serviço, de quaisquer informações ou elementos
Orgânico à aprovação do órgão competente, no prazo de 60 dias
solicitados, bem como a falta injustificada da devida colaboração,
após a publicação do presente Decreto.
por parte de instituições públicas ou privadas, deve ser objecto
de participação ao Ministério Público para além do necessário Artigo 28
procedimento disciplinar, nos termos da legislação que ao caso
couber. (Norma revogatória)
1. É revogado o Decreto n.º 17/98, de 29 de Abril, que cria
Artigo 25 a Inspecção de Obras Públicas, e todas as disposições que
(Dever de participação) contrariem o presente Decreto.
A IGOP, IP, tem o dever de participar às autoridades 2. Os recursos humanos, materiais e financeiros da IOP
transitam para a IGOP, IP, exceptuando os destinados a garantir
competentes ou ao Ministério Público, consoante os casos, os
o funcionamento da área de controlo interno do MOPHRH.
factos apurados no exercício das suas funções, considerados
infracções disciplinares, financeiras ou criminais, praticadas Artigo 29
no âmbito da produção de material de construção, concepção
de projectos, adjudicação, contratação, execução e fiscalização (Entrada em vigor)
de empreitada, bem como na gestão dos contratos de empreitada O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
no âmbito de Obras Públicas. Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 23 de Outubro
de 2018.
Artigo 26
Publique-se.
(Exercício do contraditório)
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
1. A IGOP, IP, tendo em vista objectivos de rigor, transparência,
operacionalidade e eficácia, deve conduzir as suas intervenções Ficam sem efeito o Decreto n.º 83/2018, de 28 de Dezembro, publicado
com observância do princípio do contraditório. no Boletin da República n.º 254, de 28 de Dezembro 2018, I Série.

Preço — 30,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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