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Instituto Politécnico De Tomar Escola Superior de Tecnologia

Índice

1. Pontes de Betão Armado


1.1 – Introdução --------------------------------------------------------------------------------2
1.2 – Tipos de Pontes e exemplos ------------------------------------------------------------2

2. Fundações
2.1 – A Função das Fundações ---------------------------------------------------------------8
2.2 – Observação Preliminar ------------------------------------------------------------------8
2.3 – Prospecção Geotécnica -----------------------------------------------------------------9
2.4 – Terreno de Fundação ------------------------------------------------------------------10
2.5 – Vários tipos de Fundações encontradas em obra -----------------------------------10
2.6 – Enquadramento -------------------------------------------------------------------------13
2.7 – Fundações Superficiais Principais Tipos --------------------------------------------13
2.8 – Fundações Profundas Principais Tipos ----------------------------------------------14
2.9 – Estacas -----------------------------------------------------------------------------------14
2.10- Barretas -- -------------------------------------------------------------------------------16
2.11– Adequação do Tipo de Fundação ---------------------------------------------------16
2.12– Bases para Dimensionamento -------------------------------------------------------18

3. Materiais Constituintes
3.1 – Generalidades e Constituintes --------------------------------------------------------21
3.2 – Geometria das Secções ----------------------------------------------------------------24
3.3 - Bases Para Dimensionamento das Estacas e Barretas ----------------------------24
3.3 - Tipos de escavações para o caso especial das barretas e das estacas ----------- 27
3.4 – Superfícies de Amarração -------------------------------------------------------------31
3.5 – Principais tipos de problemas a evitar na moldagem das estacas ----------------34
3.6 – Disposições construtivas --------------------------------------------------------------36

4. Cofragens
4.1 – As cofragens de madeira --------------------------------------------------------------38
4.2 – As cofragens metálicas ----------------------------------------------------------------39
4.3 – Principais requisitos que se impõe as cofragens -----------------------------------42
4.4 – Cofragens de Fundações --------------------------------------------------------------43
4.5 – Modelos de cofragens para fundações ----------------------------------------------49
4.6 – Utilização dos taipais ------------------------------------------------------------------49
4.7 – Reforço das cofragens -----------------------------------------------------------------50
4.8 – Cofragem dos pilares e vários exemplos dos mesmos ----------------------------51
4.9 – Cofragem de Tabuleiros para Pontes ------------------------------------------------68
4.10 – Vários tipos de cofragens e seu desenvolvimento --------------------------------68
4.11 – Alguns elementos acessórios importantes utilizados ----------------------------75

Bibliografia ---------------------------------------------------------------------85

Pontes Fundações e Cofragens 1


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Pontes de betão armado

Introdução
Já sabemos que se entende por ponte de betão armado uma ponte em que a estrutura que
vence o vão ou vãos de betão armado. Freqüentemente basta que a superestrutura seja
deste material para que a ponte tome aquela designação, podendo os encontros ser
também de betão armado, betão simples ou mesmo alvenaria.
Há, em geral, tendência para dedicar muito maior importância as superestruturas que
vence o vão e aos pilares e encontros. A este, por assentarem directamente sobre o
terreno, não se lhes atribui tanta importância. No entanto, atendendo ao problema
económico os encontros representam uma parcela muito importante do custo total da
obra, esta maneira de proceder não é acertada. Deve ligar-se, pelo menos, tanta
importância aos encontros como a superestrutura.
Nos pontões podem os encontros custar mais que a própria superestrutura; assim é
correntemente.
De resto, quer a ponte seja de pequeno ou grande vão, os encontros são praticamente os
mesmos. Com efeito, eles têm de ser tal modo que suportem o impulso das terras e de
continuidade a via, não tendo importância primaria regra geral a variabilidade das
reacções da superestrutura conforme a sua forma e vãos. Quer dizer o custo dos
encontros é praticamente independente da forma e vãos da superestrutura, não
interessando grandemente para efeitos de diminuição do custo dos encontros, um estudo
cuidadoso da superestrutura. Para obter aquele objectivo devem também se estudar
cuidadosamente os encontros.

Existem vários tipos de pontes:

- Tabuleiro apoiado sob pilares;


- Tabuleiro apoiado sobre arcos;
- Tabuleiro atirantado;
- Tabuleiro Suspenso.

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Vários exemplos de tipos de pontes:

A Ponte em estudo é do tipo atirantada :

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Tabuleiro apoiado sob arcos:

Tabuleiro atirantada/Apoiado sob pilares:

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Tabuleiro suspenso:

Tabuleiro apoiado sobre pilares:

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Tabuleiro suspenso:

Tabuleiro apoiado sob arcos e sob pilares

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Tabuleiros sob arcos:

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Fundações

A função das fundações


As fundações têm a função de descarregar através de superestruturas para transmitir para
o solo todas as cargas não permanentes das estruturas, mas também as sobrecargas de
utilização.
O fracasso ou distorção causara a estrutura danos arquitectónicos inaceitáveis.
Cumprindo estas funções a fundação, estrutural e superestrutura deveriam ser
considerada como uma unidade.
Devem ser relacionados o total tolerável e determinação diferencial ou tipos e uso da
estrutura e devem ser relacionados com o ambiente.
Deveriam ser projetadas fundações para ser capazes de construir economicamente e sem
risco de demora.
A fase de construção de fundação não é sujeita freqüentemente a demoras que surgem de
condições do solo imprevistas.
Assim elabora e deveriam ser evitados desígnios sofisticados e técnicas de construção
que dependem de uma pressição dos estratos do solo.
Desígnios deveriam ser a fundo capazes de ajuste fácil ou extensão lateral para permitir
variações em condições de solo e deveria levar conta da necessidade por lidar debaixo de
água.
Desígnios de fundação tem que levar em conta os efeitos da construção em propriedade
adjacente e os efeitos no ambiente de tal factor com vibrações enquanto bombeando as
descargas debaixo de água.
As fundações devem duráveis para resistir a ataques através de substancia agressivas no
mar, rios, terra, pedra e debaixo de água.
Elas também devem ser projectadas para resistir ou acomodar movimentos de causas
externas como mudança de humidade sazonal na terra suspiro de congelação, erosão,
deslizamento de terras, terremotos e apaziguamento mineiro.

Observação preliminar
O estudo do local para uma construção deve ser feito com o desenvolvimento adequado e
em conexão com o anteprojeto, pois indispensável para a correcta elaboração do
projecto, evita-se surpresas e alterações já durante a construção e conduz, portanto a
realização da obra dentro do prazo previsto.
O local em estudo terá que ter as seguintes:
- Reconhecimento do local e da região tendo em consideração os elementos
topográficos e geológicos disponíveis;
- Prospecção da seqüência, espessura e propriedades das diferentes formações do
terreno, até uma formação que se saiba ter uma boa capacidade de carga;
- Estudo dos níveis das águas subterrâneas, e obtenção de outros elementos
considerados de interesse;
- Ensaios “In Situ” e laboratoriais sobre amostras colhidas durante a prospecção.

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Prospecção geotécnica
A prospecção pode ser realizada por farsa de sondagem, poços, valas ou galerias. O
emprego de métodos geofísicos pode também ser útil quando associado a outras
operações de prospecção que permitam a observação do terreno.
A disposição e o espaçamento de poços e sondagens, ou outras operações de prospecção,
devem ser tais que permitam revelar qualquer modificação importante na espessura,
profundidade, estrutura ou propriedades das formações interassadas.
O numero e os tipos das operações de prospecção necessários variam com as dimensões
e a natureza da estrutura a fundar, as características do terreno e a existência ou não de
adequados registos geológicos.
A profundidade da prospecção deve ser tal que permita o esclarecimento das questões
que o reconhecimento tenha deixado em aberto (A estratigrafia e característica dos
estratos existentes e a profundidade de alteração das formações, por ex.) e que possam
condicionar significativamente o comportamento da obra.
A profundidade a tingir pela prospecção será então aquela para a qual as tensões
induzidas pela construção deitem de ter efeitos significativos.
Atendendo a que as tensões induzidas no solo para uma dada construção dependem do
tipo de fundação e em especial da profundidade a que as cargas são transmitidas ao solo,
a profundidade de prospecção depende dessas mesmas circunstâncias.
Pode porem dizer-se que, de uma maneira geral, a prospecção deve atravessar todas as
formações recentes ate penetrar em formações mais antigas a não ser que estas se
encontrem a profundidades exageradas que a importância da obra não justifique atingir.
Em princípio, deve também atravessar a zona alterada ou amolecida destas formações de
modo a reconhece adequadamente a formação não alterada.
Quando na prospecção, antes de se atingirem as profundidades a que seria conduzido
pelas considerações atrás expostas, se encontrem formações rochosas e, pelo
conhecimento geológico, se possa garantir que essas formações possuem grande
espessura, não será necessário levar mais longe a prospecção. Na fixação da
profundidade da prospecção deve também se atender aos métodos construtivos acoitar.
Por exemplo, se os trabalhos vão ser conduzidos dentro de uma ensecadeira, devem
procurar conhecer-se na prospecção formações impermeáveis que possam ser atingidas
por estacas pranchas.
As condições de circulação da água subterrânea devem ser estudadas, especialmente
onde se prevejam escavações profundas. Devem anotar-se a localização e natureza das
formações aqüíferas respectivos níveis piezométricos, época do ano em que foram
efectuadas as observações e as variações de nível no caso de haver influência de Marés.
Devem, sempre que possível, estimar-se os caudais que poderão condicionar a obra e
procurar obter-se informações sobre as suas variações sazonais. As características das
águas devem ser consideradas, e sempre que se receie que contenham substâncias
prejudiciais impõe-se fazer uma analise esclarecedora.

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Terreno de fundação

Num projecto de fundações, deve atender-se aos movimentos a que o terreno estará
sujeito e a possibilidade da sua rotura por corte. Assim devem prever-se fundações que
mantenham eventuais assentamentos relativos dentro de limites para os quais a estrutura
se possa comportar sem danificações, e que restrinjam simultaneamente os
assentamentos absolutos, ate a ponto de não comprometerem as finalidades da
construção ao danificarem as ligações destas com drenos, canalizações etc. Por outro
lado, a estabilidade do conjunto exige que as tensões transmitidas ao terreno sejam
mantidas dentro de valores adequados do ponto de vista da ruptura, ao tipo de terreno de
fundação.

Os estudos efectuado no nosso trabalho existem três tipos de


fundações:
Fundações directas;

Fundações especiais (Estaca prancha e barretas).

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Enquadramento
Encontram-se classificações de acordo com a profundidade: Superficiais e profundas; de
acordo com o método construtivo: métodos coerentes e especiais; de acordo com o
material de construção de betão, de alvenarias metálicas.
Efectuando uma escolha entre as diversas classificações usuais, opta-se nesta exposição
pela primeira, - superficiais e profundas – por se afigurar mais bem ajustada a principal
problemática envolvida, a problemática geotécnica.
Também é usual, dentro desta mesma classificação, usar outra terminologia – fundações
directas e indirectas – querendo com estes termos designar o mesmo que se designa pelos
termos “Superficial” e “profundo”.
Fundamentalmente o que com qualquer destas designações se pretende designar e optar-
se-á nesta exposição pelas denominações “Superficial” e “Profundo” relaciona-se com o
papel desempenhado pelo solo que lateralmente se dispõe adjacente ao elemento de
fundação. Nesta conformidade, por fundação superficial entende-se aquela em que as
solicitações são transmitidas aos solos exclusivamente pela face inferior do elemento de
fundação. Embora as fundações nunca posem rigorosamente a superfície do solo, pois a
sempre necessidade de as enterrar, nem que seja o mínimo requerido por razões obvias
de protecção, o terreno que exista lateralmente para cima da cota da face inferior da
fundação, é tomado como simples sobrecarga.
Numa fundação profunda, como se deduz por simetria lógica, as solicitações
transmitidas são absorvidas partes pela face inferior ao extremo do elemento, e parte por
aderência da parede lateral do elemento – face ao solo lateralmente adjacente.
É verdade que num elemento de fundação se atravesse formações muito moles e vá
atingir uma formação que contraste fortemente em resistência com as camadas
suprajacentes, esta segunda parcela e usualmente desprezada. Trata-se porem de
negligenciar uma grandeza por ela ser pequena em comparação com a outra parcela a
que se adiciona, mas que formalmente poderia ser considerada, dentro da metodologia de
calculo adotada. Numa fundação superficial pelo contrario os métodos de calculo são
formulados em termos de não com aderência lateral do terreno as paredes dos elementos
de fundação.

Fundações superficais principais tipos

Designa-se por sapatas isoladas elementos de fundação de planta quadrada ou


rectangular pouco alongada, com uma menor dimensão horizontal que em regra excede o
dobro ou o triplo da profundidade. Podem ser construídas de alvenaria (Actualmente
uma solução pouco usada) de betão armado ou de betão simples, tomando então a
conformação de blocos perismáticos; é talvez esta ultima a forma construtiva mais
recomendável, por expedita e econômica. Embora às vezes se negligencia este pormenor
construtivo, devem as sapatas isoladas ser ligadas por lienteis de travamento, peças de
dimensões arbitradas, não sendo incluídas na substância do calculo estrutural e
contribuindo, portanto com efeitos de solidarizarão não quantificados, mas que a pratica
tem mostrado serem muito benéficos para um conveniente comportamento do conjunto.
Sapatas corridas são elementos de fundação de planta alongada que acompanham
elementos superestruturais de uma estrutura resistente em painéis, como por exemplo, as
clássicas edificações de paredes resistentes, ou as modernas estruturas de painéis pré-
fabricados.
Ensoleiramentos são peças de fundação de grande desenvolvimento em planta e pequena
espessura, lage de fundação, portanto, constituindo “jangada” sobre a qual repousa toda a

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edificação. Podem ser de espessura constante ou nervurada. Embora conceptualmente


não tenha de haver nenhuma correspondência obrigatória entre a localização das colunas,
ou entre elementos transmissores das cagas verticais da superestrutura, muitas vezes
procura-se que haja coincidência das zonas mais carregadas com a nervuração.

Fundações profundas principais tipos


Há duas sub-divisões principais a considerar: estacas e pegões. Distinguem-se pelos
métodos construtivos e pela esbeltez (relação comprimento / dimensão transversal).
Contudo, porque actualmente certos métodos construtivos se tem desenvolvido que
adaptam bem a construção de elementos quer com a configuração geométrica tradicional
dos pegões quer com a geometria de estacas, resulta que será, sobretudo a dimensão e
configuração da secção transversal e a esbeltez, que deverão servir de critério distinto
entre estacas e pegões.

Estacas
São peças com secções transversais relativamente reduzidas, (no caso de secções
circulares, de diâmetro pouco excedendo 1m, muito freqüentemente com secções ainda
menores) e com esbeltez maior do que seis ou sete.
Há que distinguir dois tipos fundamentais: estacas cravadas e as estacas moldadas no
terreno.
As estacas cravadas podem ser de aço, comportando uma gama muito variada de perfis,
(perfil I, tubulares, perfis compósitos) e como é obvio para ter bom aproveitamento da
alta resistência do aço exibem sempre elevada esbesltez. São também muito freqüentes
estacas cravadas de betão armado em regra de secção quadrada; modernamente são
quase sempre pré-esforcadas, para as robustecer em relação à operação de içamento e
suspensão, muitas vezes para estacas longas, solicitação determinante do
dimensionamento. São também usadas estacas de madeira, hoje pouco freqüentemente e
em regra só para obras provisórias.
Nas estacas moldadas no terreno distinguem-se ainda dois tipos fundamentais: a estaca
em que o tubo moldador é cravado com remoção do terreno interior, e a estaca em que o
tubo moldador, usando um qualquer artifício, é obturado permitindo a sua cravação sem
extração do terreno interior.
Quer num caso quer noutro há ainda duas alternativas: o tubo moldador ficar como
elemento perdido a servir de revestimento ao betão que constitui propriamente um
núcleo resistente da secção; o tubo moldador ser retirado por lanços, conforme a
betonagem da estaca progride, evidentemente havendo sempre desfasagem de posição de
forma que o extremo inferior do tubo moldador esteja bastante abaixo do troço já
betonado. Ter-se-á assim que resultaram quatro modalidades fundamentais:
1. Estacas com extracção de terreno e tubo moldador perdido-atingida a
profundidade desejada, tendo-se extraído o terreno com limpadeiras ou qualquer
outro método apropriado (por exemplo, jacto de água) procede-se á betonagem
com betão fluido. O uso de betões fluidos na construção de estacas é imperativo,
apesar dos inconvenientes para a resistência, para evitar a ensilagem do betão no
tubo. Os segmentos a betunar devem ser relativamente curtos e compactados por
apiloamento ou vibração. Mesmo que as cargas a absorver possam ser suportadas
por betão simples dever-se-á sempre colocar uma armadura nominal, mesmo
ligeira, para conferir menor fragilidade à peça (é necessário ter presente que
mesmo no caso em exame da estaca com tubo metálico perdido a permanência da
integridade deste tubo de parede fina por razões de economia, é bastante
aleatória).
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2. Estacas sem extração de terreno e tubo moldador perdido – o tubo é levado ate a
profundidade desejada com um conveniente obturação, muitas vezes constituída
por um rolhão de betão fortemente apiloado. Outras vezes o tubo é cravado por
apiloamento incidindo directamente no extremo inferior, fechado, quer dizer, a
peça moldadora é constituída por um elemento ôco ligeiramente cônico e de
extremo fechado. Atingida a profundidade pré-fixada procede-se a betonagem
como no caso anterior. São validas as mesmas considerações no que respeita a
betonagem e ao uso de armaduras.
3. Estacas com extração do terreno e tubo moldador recuperado – atingida a
profundidade desejada procede-se como no caso anterior, coloca-se a armadura e
procede-se a betonagem por lanços. No êxito desta técnica de execução está
muito dependente de uma precaução fundamental; nunca subir o tubo moldador
excessivamente garantindo sempre que a altura do betão dentro do tubo seja
suficiente para evitar, pelo seu peso, o refluimento do terreno exterior para dentro
do tubo, dando assim origem a uma estaca com intercalações de solo no fuste. O
uso de armaduras, mesmo nominais, além da missão já apontada de tirar
fragilidade à peça, desempenha neste caso mais este papel de grande importância:
controlando a posição do extremo superior da armadura durante a betonagem é
relativamente fácil detectar um acidente do tipo do acima mencionado.
4. Estacas sem extração do terreno e tubo moldador recuperado – é talvez o mais
freqüente dos tipos de estaca moldado. Atingida a profundidade desejada como
em 2 expulsa-se o roldão (pende-se o tubo moldador a máquina e percute-se
fortemente o rolhão) e efectua-se depois a betonagem procedendo como em 3.

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BARRETAS

Entende-se por barretas elementos de fundação de elevada secção transversal e esbelteza


media a grande.
Terreno com características mecânicas muito deficientes numa profundidade grande (≥ 8
a 10 m) abaixo do piso térreo; Carregamentos pontuais extremamente elevados;
Forças horizontais importantes
Uma das diferenças que existe entre este tipo de fundações e o anterior é que este tem
uma superfície de atrito superior ao caso anterior

Adequação do tipo de fundação


Em certas circunstâncias torna-se evidente qual a fundação mais adequada para uma
dada estrutura num certo solo. Se um solo competente aflora, adotar-se-ão evidentemente
fundações superficiais; sapatas isoladas se as cargas forem concentradas e afastadas;

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Sapatas corridas se as cargas forem distribuídas por elementos em painel

Se os terrenos superficiais forem pouco consistentes e a estrutura afundar de grande


porte ou muito sensível a assentamentos diferenciais a que encarar uma solução em
fundações profundas; se uma camada competente ocorre à profundidade acessível é de
pensar em estacaria ou barretas trabalhando de ponta (com praticamente toda a carga
transmitida a formação subjacente) estacas se as cargas a absorver soa moderadas,
grupos de estacas ou barretas se as cargas forem elevadas.A opção entre o grupo das
estacas e as barretas será normalmente desempatada pela profundidade a que ocorre a
camada resistente: para profundidades moderadas, que permitam a adopção de elementos
de fundação com esbeltez da ordem de cinco ou seis, será presumivelmente preferível à
barreta, se o solo superficial atravessar não deixa prever que vão surgir dificuldades no
seu afundamento.
Se a camada resistente ocorre à profundidade elevada e se as solicitações a absorver são
moderadas é de encarar uma solução em estacaria “flutuante”: estacas em que uma parte
substancial da carga é absorvida por aderência ao longo do fuste.
As estacas moldadas com a extração do terreno durante a cravação do tubo moldador têm
a obvia vantagem de compactar e melhorar o terreno envolvente, mas podem danificar
estacas vizinhas, ou fazê-las subir se elas se encontram relativamente próximas. A
escolha entre os dois tipos depende, portanto de um adequado exame destas variáveis:
distância entre estacas e compacidade dos terrenos atravessados.
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Estacas modadas com revestimento perdido só raramente se justificam: por exemplo,


estacas em que se preveja particular dificuldade de betonagem com grande probabilidade
de poderem ocorrer interrupções de continuidade, por irrupção do solo no tubo
moldador.

Bases para dimensionamento


Sapatas
1. Seqüência de cálculo

O dimensionamento de uma sapata obriga em geral a seqüência de procedimentos


seguinte:
- Determinação das dimensões em planta da sapata, mediante a conjugação das
tensões admissíveis no contacto com o terreno (função das características deste e
dos assentamentos admissíveis na superestrutura) com os esforços combinados
introduzidos pela superestrutura (combinação de acções regulamentares – RSA);
- Definição da correspondente altura da sapata e da cota de fundo da mesma;
- Reverificação das tensões de contacto determinadas inicialmente com eventual
acerto das dimensões em planta e da altura, tendo em conta o valor exacto dos
parâmetros do ponto anterior; no cálculo das tensões de contacto com o solo tem-
se em conta todas as cargas transmitidas pela superestrutura às sapatas e ainda o
peso próprio destas;
- Verificação (ao punçoamento) e dimensionamento (á flexão simples) da sapata
como elemento de betão armado; para este efeito, não se considera o peso próprio
da sapata nem as cargas sobre a mesma (excpeto se foram concentradas);
- Determinação do assentamento (nem sempre necessária).

2. Tensões admissíveis no contacto com o terreno

As tensões admissíveis no contacto solo-fundação deveram ser preferencialmente


estabelecidas através de resultados de sondagens efectudas na zona, para
reconhecimento geotécnico do terreno e determinação das respectivas características
mecânicas; caso não se disponha de sondagens, mas seja conhecido o tipo de solo
através da experiência reconhecida em obras do mesmo tipo em zonas próximas,
poder-se-ão estimar as respectivas características mecânicas com base no
estabelecido na especificação 217 do LNEC, em que são indicadas “tensões de
segurança a ruptura” onde se consideram coeficientes de segurança da ordem dos
três; a verificação do equilíbrio dos elementos de fundação bem como a analise das
tensões geradas no contacto solo-terreno, devem levar-se a cabo pela consideração
dos esforços correspondentes aos estados limites últimos de resistência; assim, as
tensões definidas na especificação 217 deveram ser corrigidas pelos coeficientes
utilizados na determinação dos esforços dos estados limites últimos de resistência (a
partir dos valores correspondentes aos valores característicos); em geral considera-se
que os valores definidos pela E217 podem ser multiplicados por 1.5, excepto no caso
de acção variável de base ser o sismo em que se admite multiplicar esses valores por
dois.

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no caso das tensões sob a sapata não serem uniformes, admite-se que τmax.≤1.3τadm,
desde que a tensão média sob a sapata τméd verifique a condição:

τméd=(τmin + τmáx)/2 ≤ τadm


Em que τadm é o valor da tensão especificado na E217 multiplicada pelos coeficientes
anteriormente definidos (1.5 ou 2);
Para acções de caráter permanente, devem procurar-se evitar diagramas de inter-acções
solo-estrutura do tipo:

Mesmo que conduzam a valores satisfatórios a luz das condições anteriormente


apresentadas;
Situações deste tipo resultantes de excentricidades de actuação das cargas de caráter
permanente podem ser resolvidas deslocando de uma distância conveniente o pilar em
relação ao eixo da sapata, ou seja, criando uma excentricidade geométrica de sinal
contrario ao da excentricidade provocada pelas acções:

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3. Altura da sapata
Se a altura da sapata for insuficiente para a tornar rígida (quando comparada com a
rigidez do solo) o diagrama de tensões debaixo da mesma será do tipo:

Assim e tendo em vista uma distribuição uniforme de tensões sob a sapata face as acções
transmitidas pela superestrutura, deverá adoptar-se uma espessura para a sapata que
permita considera-la “rígida”; em geral, considera-se este objectivo satisfeito quando se
verifica a condição h≥ b/2:

Dimensionamento das armaduras de estacas de betão armado.


Como as estacas de betão armado são elementos de estrutura o REBAP é que esta em
causa essencialmente no que se refere a pilares a flexão composta com tracção ou
compressão. Mas está bem de ver que as estacas não são exactamente pilares, e á mesmo
quem defenda que as disposições do REBAP não lhes são aplicáveis. Realmente as
estacas estão envolvidas por terreno ao qual transmitem as acções exteriores que
recebem da superestrutura; a partir de uma certa profundidade os esforços na estaca
diluiram-se de tal modo que não se encontra justificação teórica para armaduras.
Os diâmetros das estacas contemplados variam 0.30m a 1.20m com intervalos de 0.1m.

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Materiais constituintes
Generalidades

Actualmente as fundações directas e indirectas são em geral executadas em betão


armado. É neste tipo de fundações directas que irá centrar todo o texto a seguir
apresentado. Refere-se de seguida os materiais envolvidos na execução das
fundações superficiais e as respectivas características a satisfazer.

Betão

O comportamento, a produção, a colocação e os critérios de conformidade do


betão são indicados na NP ENV 206, norma essa que pelo decreto de lei 330/95
revogou o regulamento do betão e ligantes hidraulicos. Apresentam-se em
seguida os materiais que poderão fazer parte da composição do betão e as
respectivas propriedades e requisitos normativos a satisfazer.

Cimentos

Podemos definir cimento como sendo ligante hidráulico, composto por materiais
inorgânicos finamente moídos que, quando misturados com a água, formam uma
pasta que faz presa e endurece em virtude das reacções e processos de hidratação,
e que depois de endurecer mantém a sua resistência e estabilidade mesmo
debaixo de água.
Existem vários tipos de cimento produzido pelo nosso País, sendo os mais
utilizados o cimento Portland (CE I), o cimento Portland composto (CE II), o
cimento de alto forno (CE III) e o cimento pozolânico (CE IV). Todos estes
cimentos devem satisfazer os requisitos expressos na NP 2064 que está
harmonizada com a ENV 197- 1/1992. Desde 1990 o Laboratório Nacional de
Engenharia civil (LENEC) tem verificado a conformidade dos cimentos
produzidos em Portugal relativamente á norma a NP 2064 e tem emitido o
respectivo certificado de conformidade.
O cimento pode ser recebido no estaleiro a granel ou ensacado.
Quando o cimento é adquirido a granel deverá ser depositado em silos
apropriados para o efeito. Os silos devem ser estanques e construídos de modo a
impedir espaços mortos nos cantos. Deve-se também ter em conta a forma de
prevenção a evitar a condensação da humidade dentro do silo.
No caso de o cimento ter de ser conservado muito tempo dentro do silo, é
conveniente circulá-lo (descarregando-o na parte inferior e voltando a carrega-lo
na parte superior).
Quando o cimento chega em sacos estes devem ser armazenados ao abrigo da
humidade, não assentando directamente sob o solo e deverão ser cobertos com
materiais impermeáveis isto caso não sejam guardados em armazéns.
Não devem ser empilhados em alturas superiores a 1.5m a 2.0m isto para evitar a
sua compactação e um principio de presa devido á pressão.
Devem ser tomadas medidas quanto ao seu armazenamento de modo a ser
consumido, em primeiro lugar o cimento mais antigo.

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Inertes

Os inertes são constituídos por partículas de rochas com dimensão de 0.1 mm a


200 mm, dispersas pela pasta de cimento, e cujo volume constitui 70 a 80% do
betão.
Os inertes podem classificar-se de acordo com vários critérios:
• Natureza petrográfica
• Baridade
• Modo de obtenção
• Dimensão das partículas

Na classificação segundo a dimensão das partículas, é designada por inerte grosso o que
fica retido no peneiro de 4.76 mm de espessura entre a malha, que pode ser godo se for
de origem sedimentar ou brita quando é partido artificialmente (moído). O inerte que
passa no peneiro citado anteriormente é designado por areia rolada quando natural de
origem sedimentar, ou britada (moída) quando obtida artificialmente.
As principais propriedades que os inertes devem possuir são de natureza geométrica,
física e química, das quais se destacam:
- Forma adequada e dimensões proporcionadas, segundo determinadas regras.
- Adequadas propriedades químicas, relativamente ao ligante e ás acções
exteriores.
- Adequada resistência mecânica;
- Ausência de matéria orgânica (que possa retardar ou eventualmente impedir
parcialmente a presa), sais minerais solúveis que possam provocar
eflorescências, poeiras ou elementos muito finos;
- Reduzida percentagem de argila e não envolvimento do inerte pela argila, o
que, a verificar-se, poderá provocar um efeito plastificante ou retentor de
água.

Os inertes não devem conter constituintes prejudiciais em quantidades tais que possam
afectar a durabilidade do betão ou provocar a corrosão das armaduras.
As propriedades dos inertes para o betão e os requisitos a satisfazer são indicados na
especificação LNEC 373.
O armazenamento dos inertes pode ser feito por meio de silos construídos para o efeito,
ou mais vulgarmente em baias ou pilhas. No seu armazenamento devem ter-se cuidados
para evitar a segregação, não permitir a contaminação com substâncias estranhas, evitar a
rotura das partículas de modo a não alterar a granulometria e uniformizar a humidade.
Os inertes constituídos por uma pré mistura da areia com o inerte grosso segregam com
muita facilidade, durante o transporte, ou durante o armazenamento.
Devem ser construídas divisórias (de madeira, alvenaria, betão) entre os inertes de
diferentes classes de modo a evitar que se misturem. No caso de instalações fixas de
betonarem ou de longa duração, deverá ser executado previamente um massame de betão
para evitar ter de se desprezar cerca de 15 cm, ou mais, da altura do inerte que fica
misturado com a terra, lama ou pó. Este massame deve ser colocado de modo a drenar
facilmente a água que eventualmente molhe o inerte.

Adjuvantes

Consideram-se adjuvantes os produtos adicionados ao betão, em pequenas quantidades


referidas á massa do cimento (inferiores a 5%), antes ou durante a amassadura, ou numa
operação adicional de amassadura, e que provocam as modificações requeridas nas
propriedades normais do betão, quer no estado fluido, quer no estado sólido, quer ainda
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no momento da passagem de um estado para o outro. Os adjuvantes não podem afectar a


durabilidade do betão ou provocar a corrosão das armaduras.
Alguns dos efeitos que se pretendem alcançar com a introdução de adjuvantes são os
seguintes:
- Redução da água de amassadura;
- Aumento da trabalhabilidade do betão;
- Diminuição da permeabilidade do betão;
- Retardamento da pressa;
- Aceleração do endurecimento;
- Introdução de ar (para evitar a sucção);
- Anti-congelamnte;
- Redução da capilaridade;
- Aumento de coesão (floculantes ou espessantes);
- Introdução de propriedades fungicidas, bactericidas, germicidas, etc.;
- Introdução de pigmentos

As propriedades dos adjuvantes para o betão, os requisitos s satisfazer e os métodos de


ensaio para determinação dessas características são indicados na especificação LNEC E
374.

Adições

Definem-se adições como sendo materiais inorgânicos, finamente divididos, que podem
ser adicionadas ao betão (na amassadura), com a finalidade de lhe melhorar certas
propriedades, ou para lhe conferir propriedades especiais. As adições não devem conter
constituintes prejudiciais em quantidades tais que possam afectar a durabilidade do betão
ou provocar a corrosão das armaduras.
Existem dois tipos de adições: adições quase inertes (tipo I) e pozolanas ou adições
hidráulicas latentes (tipo II).
As adições mais correntes e a respectiva normalização associada são as cinzas volantes
(NP 4243), as pozolanas (NP 4220), a escoria granulada de alto forno (LNEC E 375), o
filler calcário (LNEC E 376) e a sílica de fumo (LNEC E 377).
Algumas das propriedades que se pretendem modificar com a introdução de adições são
idênticas ás indicadas para os adjuvantes no ponto anterior.

Água

As águas a utilizar na amassadura do betão não deverão ter constituintes prejudiciais e


em quantidades tais que possam afectar a presa, o endurecimento e a durabilidade do
betão. A água potável das redes de abastecimento publico é, em geral adequada ao
fabrico do betão.
A dosagem efectiva de água inclui, para além da água de amassadura, a água presente na
superfície dos inertes, nos adjuvantes e nas adições.
As propriedades da água de amassadura do betão e os requisitos a satisfazer são
indicados na especificação LNEC E 372.

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Armaduras

As armaduras utilizadas no betão armado são constituídas por elementos de varão de aço
com diâmetros correntes, de 6 a 32 mm, e das classes A235, A400, com comprimentos,
geometria e disposição de acordo com o indicado no respectivo projecto.
O processo construtivo, as características especificam, os métodos de teste e os métodos
de controlo da conformidade do aço das armaduras para betão são definidas na ENV
10080.
As propriedades físicas e mecânicas do aço para o betão armado deverão ser
classificadas pela tensão característica, classe de ductilidade, diâmetro, tipo de superfície
e aptidão para a soldadura.
No que diz respeito á recepção dos varões de aço o fornecedor deverá apresentar a
certificação do material contendo toda a informação necessária para a sua identificação e
outra que se julgue relevante. A certificação garante que o aço das armaduras está em
principio conforme com a regulamentação em vigor.
Na recepção haverá ainda que efectuar:
- A inspecção visual dos varões, de modo a assegurar que estão isentos de
substâncias nocivas que possam afectar o aço, o betão ou a ligação aço/betão;
- A verificação da conformidade da guia de remessa com a nota de encomenda.
Durante a elaboração do plano do estaleiro deverá ser criada uma área destinada à
armazenagem dos varões, a qual deverá se situar dentro do raio de alcance da grua.
No transporte e na armazenagem, o aço deve ser colocado numa posição tal que não lhe
provoque qualquer dano.
O aço deverá ser protegido das intempéries e nunca colocado em contacto directo com o
solo.
A armazenagem deverá ser efectuada por classes do aço e dentro destas por diâmetros,
colocados entre separadores devidamente identificados.

Geometria das secções

Estacas

Barretas

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Bases para o dimensionamento das estacas e das barretas


Recomendações para projecto

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As tensões nas estacas ou nas barretas deveram ser suficientemente baixas para não
afectar a segurança no caso da existência de problemas localizados durante a betonagem
caso se utilizem apenas estacas ou barretas isoladas ou submetidas a forças horizontais
importantes, o calculo das superestruturas não deve ser independente do cálculo das
estacas e barretas.

Escavações
As escavações para as fundações directas são feitas através das maquinas escavadoras,
não é preciso grande inovação em termos de equipamento para a realização deste tipo de
fundações.
Para os outros dois tipos de fundações encontrados nesta obra já exige outro tipo de
equipamento para a realização das escavações:

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Estacas moldadas:
- Com tubo moldador
- Sem tubo moldador

Com tubo moldador:


- Recuperáveis:
1. Com extração do terreno
2. Sem extração do terreno.
- Não recuperáveis:
1. Com extração do terreno
2. Sem extração do terreno

Estacas moldadas

Em terrenos com consistência suficiente para dispensar tubo moldador, mas não
excessivamente duros (argilas rijas), é possível executar o furo até a sua cota de fundo
recorrendo apenas ao trado continuo; Este processo, mais econômico, não é adequado
para solos incoerentes (a água da amassadura do betão penetra no terreno arrastando os
finos e conduzindo a um betão de má qualidade e resistência) e tem como inconvenientes
a maior dificuldade em colocar a armadura após a betonagem e a maior probabilidade de
existirem zonas das estacas com deficiências de betonagem; É possível executar estacas
por este método em situações de nível freático elevado desde que não exista percolação
de água no interior do furo (a água acaba por ser expulsa pelo betão); Da mesma forma,
perante um terreno lodoso mesmo que com nível freático, esta técnica é exeqüível, mas
com recurso a lamas tipo a bentonite (á semelhança das paredes moldadas); Neste caso,
recorre-se a uma limpadeira (equipamento de escavação de garras que se abrem e fecham
e nesta ultima posição, se assemelha a um balde) e a um tubo para introdução das lamas
que são depois recuperadas.

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O trado continuo é um trado (eixo com hélice semelhante a uma broca) em que a hélice
se estende a praticamente a todo o comprimento da haste e no interior do qual existe uma
espécie de mangueira para introdução do betão fluido directamente no fundo do furo; O
trado penetra no terreno, através do movimento de torção complementando com
compressão axial, até a cota do fiando da estaca, a profundidade escavada é controlada
pelo comprimento da haste no interior do furo; Inicia-se a betonagem de baixo para cima
e em simultâneo, o trado vai subindo e trazendo até a superfície o terreno escavado; No
caso de terrenos lodosos, a colocação das armaduras (nas lamas bemtoniticas) precede a
betonagem e esta é feita através de uma tremi (tremonha), uma espécie de mangueira
composta por diversos tubos, que vão sendo retirados à medida que a betonagem
prossegue; Em ambos os casos o betão precisa ser muito fluido; Imediatamente a seguir,
introduzem-se as armaduras da estaca previamente montadas no exterior (as cintas são
normalmente helicoidais e os varões longitudinais de grande diâmetro preferencialmente
diâmetros de ≥ 16mm) no furo, presas na extremidade superior por uma espécie de disco
denteado com um tubo mais resistente no seu interior, com o objetivo de conferir maior
rigidez às armaduras durante a sua penetração no betão nos terrenos lodosos, a pequena
resistência da bentonite à penetração permite prescindir do disco;

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O facto de as estacas serem muito compridas aumenta também o perigo de o peso das
terras no trado poder fazer tombar a maquina; As máquinas de furar existentes no
mercado não permitem ultrapassar os 20 m de profundidade de escavação os espaçadores
das armaduras, necessários a garantia do recobrimento previsto têm em geral formato
cúbico na extremidade inferior para evitar contacto com o fundo e formato alongado nas
faces laterais para diminuir o atrito na penetração das armaduras; Apos as armaduras
atingirem o fluido, retira-se o disco e tubo acoplado; Após o betão ganhar presa, a cabeça
da estaca é saneada (demolição com o martelo pneumático) para se retirar o betão em
mau estado (por se ter misturado com o terreno); Isto tem também a vantagem de
garantir a amarração das armaduras da estaca no maciço de encabeçamento;

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Superfícies de amarração

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Em situações de terreno pouco consistente ou quando existe água corrente (perigo de


arraste dos finos do betão) normalmente recorre-se em obras de pequeno porte a
cravação de um tubo moldador;

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Nas mesmas circunstâncias e am obras de grande porte, o recurso a lamas bentoniticas


pode tornar-se economicamente vantajoso, em face de possibilidade de reciclar as lamas,
amortizando-as, e da não existência de tubo moldador; Se os terrenos forem lodosos é
preciso de qualquer forma introduzir um tubo guia com um comprimento máximo de 6m,
cuja função é guiar o funcionamento do equipamento de escavação; Quando se utiliza
tubo moldador, as suas paredes são denteadas na sua extremidade para, em conjunto com
o movimento de rotação, permitir a penetração mais fácil no terreno; O tubo é
constituído por troços que, à medida que a profundidade da escavação vai aumentando,
vão sendo ligados entre si por intermédio de parafusos, aumentando assim o seu
comprimento total (o inverso se passa quando o tubo é retirado durante a betonagem);
Quando não é feita a extração do terreno do interior do tubo á medida que este vai
penetrando é preciso colocar um cone metálico na ponta do tubo para facilitar a sua
penetração; O cone é perdido independentemente de se recuperar ou não o tubo
moldador, o que encarece estas soluções que têm os inconvenientes das estacas cravadas
(vibração, grande ruído e movimento do terreno) e não têm as vantagens das estacas
moldadas; Dai que, em principio, sejam preferidas em relação às estacas cravadas; As
soluções com tubo perdido encarecem muito a obra pelo que não usuais; Só se justifica
recorrer a elas em obras de grande porte (quer em custos quer em dimensões no nosso
caso temos até 30 m as barretas, mas no caso da ponte Vasco da gama as estacas
chegaram atingir os 60m de comprimento), onde se pretenda ter uma garantia da boa
qualidade da estaca (em termos do betão e do recobrimento das armaduras); Tomam-se
também inevitáveis, quando, por diversas razões se torna impossível retirar o tubo; por
todas estas razões as técnicas mais utilizadas são as do tubo moldador recuperáveis e a
extração do terreno e as moldadas contra o terreno, mas sem tubo moldador, quando é
feita a extração do terreno do interior da escavação a medida que esta vai prosseguindo é
preciso, antes da betonagem, limpar bem o fundo da escavação, recorrendo a uma
limpadeira, para se evitar futuros assentamentos; A retirada do tubo moldador é feita em
simultâneo com a deposição do betão na zona inferior da estaca (a tremi deve estar no
mínimo dentro do betão); O movimento de retirada não pode ser tão rápido que deixe o
betão fresco desprotegido nem tão lento quer permita a aderência do betão ao tubo; O
tempo de espera depende da trabalhabilidade do betão e dos aditivos utilizados;

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Principais tipos de problemas a evitar na moldagem das estacas:


1. Estrangulamento da secção da estaca por adesão do betão às paredes do tubo
quando o tubo é retirado, o respectivo espaço é ocupado pelo betão (se ainda tiver
alguma fluidez) e pelo terreno; Em qualquer dos casos, para efeito de calculo
estrutural da estaca, só se deve contar com o diâmetro interior do tubo; Tal como
para a técnica do trado continuo, a cabeça da estaca deve ser saneada no fim do
processo;

2. Destruição local da secção da estaca por acção da água corrente que lava os finos
do betão.

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Analise comparativa das estacas cravadas e das estacas moldadas

Tipos de estacas Vantagens Desvantagens


1- é mais difícil a corrosão das armaduras 1- origina movimentos do solo
face às condições de fabrico que permitem durante a cravação com
melhor garantir os recobrimentos; repercussões nos edifícios
2- não são afectadas pela água subterrânea vizinhos;
Cravadas (durante a pressa); 2- podem detriorar-se durante a
3- a execução permite que, antes da cravação;
cravação, sejam controlados e garantidos a 3- originam ruídos e vibrações nas
qualidade do betão, as dimensões da mediações durante a operação de
secção e o posicionamento dos varões. cravação.
1- a execução não origina ruído ou 1- a qualidade final do betão não é
vibração dos solos significativos; controlável;
2- afecta pouco as condições iniciais do 2- não dá garantias relativamente
terreno; a não existência de defeitos ao
Moldadas 3- a amostragem do terreno permite ter um longo da superficial lateral da
controlo sobre as características dos solos estaca;
atravessados e atingidos 3- possibilitam desvios de
verticabilidade e arrastamentos do
betão durante a presa.

As estacas moldadas são muito mais utilizadas na prática do que as cravadas cujos
inconvenientes se revelam na maioria das circunstâncias demasiado limitativas.

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Disposições construtivas

A altura H do maciço de fundação deve ser tal que garanta que a rigidez deste é muito
superior á das estacas, para o que deverá ter-se H>φ e H>b/2 deve-se ainda garantir o
comprimento de amarração das armaduras da estaca na vertical.

Patologias

A detecção e estudo da patologia têm um significado muito importante em todas as fases


da execução do elemento fundações.
O conhecimento das causas permitirá uma interligação correcta dos fundamentos
tecnológicos e exigências dando como origem:
- A exigência dos processos construtivos;
- Uma identificação dos pontos essenciais de inspeção e ensaio na fase de
execução da obra;
- Recomendações de métodos adequados nas acções correctivas.
As anomalias deverão ser registadas e dar origem a um intercâmbio entre os vários
intervenientes. Desta forma, criar-se-á uma base de dados com anomalias, causas e
respectivas acções conectivas.

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Estudos realizados indicam que cerca de 4% das anomalias observadas na construção são
derivadas das fundações e que o respectivo custo de reparação representa cerca de 9%
dos custos de reparação. As causas mais comuns das anomalias são as seguintes:
- Concepção e elaboração do projecto;
- Não conformidades na aplicação dos materiais;
- Não conformidades na execução dos trabalhos.
As anomalias devidas ao projecto são mais fáceis de analisar, pois as não conformidades
poderão ser detectadas através de uma análise criteriosa e sistemática das peças escritas e
desenhadas que azem parte dos vários elementos do projecto.
As anomalias devidas á má aplicação dos materiais e á execução dos trabalhos são de
análise mais difícil pelas razões seguintes:
- A não existência de registos de não conformidades e de suas causas;
- A não conformidade não ser detectada em tempo oportuno, levando por vezes
muitos anos a manifestar-se.
Vão de seguida, focar-se apenas as anomalias que tiveram origem na deficiente execução
das fundações. As anomalias derivadas de erros de concepção não serão aqui abordadas,
uma vez que o seu estudo e caracterização fará parte da gestão da qualidade do projecto.

Assentamento ou rotação das fundações

O assentamento ou rotação das fundações poderá ter duas origens:


- Ruptura do solo de fundação por insuficiente capacidade resistente;
- Deformação excessiva do solo de fundação.
Esta anomalia deve-se principalmente á não verificação das características geotécnicas
do solo de fundação quando a sua execução da fundação.

Profundidade insuficiente das fundações


As fundações não foram suficientemente enterradas por forma a permitirem a execução
de outros elementos de construção a um nível superior.
Os principais elementos de conflito são os seguintes:
- Redes de drenagem;
- Tubagens e caixas de esgotos;
- Caixas de elevadores;
- Enrocamentos;
- Massames;
- Isolamentos;
- Outros.

Profundidade excessiva das fundações


As fundações foram executadas a uma profundidade superior á indicada no projecto, sem
se terem alterado os elementos estruturais afetados. O aumento de dimensão dos
elementos verticais da superestrutura vai provocar uma alteração nos esforços desses
elementos, sendo, portanto necessário proceder-se a uma revisão do projecto, algumas
vezes não realizada.

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Incorrecta implantação
A incorrecta implantação das fundações leva a que os elementos da superestrutura sejam
executadas sejam executadas fora das posições em que foram projectados. Além dos
problemas de ordem estrutural que dai advêm, toda a modelação arquitectónica poderá
ser comprometida.
Alguma das patologias originadas por erros de implantação são em seguida apresentadas:
- Fundações incorrectamente implantadas podem originar excentricidades com
o pilar;
- As armaduras de pilares mal implantados sobre a sapata obrigam, por vezes,
ao posterior corte dos varões e a furos e selagem dos varões sobre o betão da
sapata já adulto;
- Os varões com a verticalidade alterada e afastada da posição de montagem
devido ao processo de vibração.

Não conformidade do betão


Quando o betão empregue nas fundações não apresentam as características definidas no
projecto, poderá dar origem a anomalias.
Apesar da não conformidade do betão não ser propriamente uma anomalia pode, no
futuro, pôr em causa a segurança da estrutura ou originar um conjunto lato de anomalias.
Das não conformidades do betão destacam-se:
- A aplicação de betões segregados ou com excesso de água, poderá dar origem
a fissuração que permite, em curto prazo, o ataque do betão e do aço;
- Betão com cura incorreta, manifestando-se esta situação visualmente no
excesso de fissuração que é devida á rápida evaporação superficial da água,
ou ao excessivo de calor de hidratação desenvolvido;
- A aplicação de betões com características resistentes insuficientes.

Cofragens
As cofragens definem a forma e o acabamento de superfície dos elementos de betão. O
material das cofragens não poderá afetar a qualidade e a durabilidade do betão, quer
directa quer indebitamente. Os materiais mais utilizados na execução de cofragens são a
madeira ou sues derivados, o ferro, o plástico ou a conjunção de vários destes materiais.

As cofragens de madeira

As cofragens de madeira são as mais utilizadas para a execução de fundações directas,


pelo que será este tipo de cofragens que será objecto das indicações expressas no texto.
No caso particular das fundações directas o solo poderá funcionar como elemento
cofrante desde que as suas características assim o permitam e desde que sejam tomadas
precauções adicionais na execução (recobrimentos e outros).
O fornecedor do material para as cofragens deverá demonstrar que o material que está a
fornecer cumpra as especificações do caderno de encargos e da regulamentação em
vigor. Para o caso das madeiras, o fornecedor deverá:
- Especificar através de um documento escrito, as características da madeira a
fornecer e o seu eventual tratamento;

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- Garantir para os elementos de madeira:


- Uniformização de comprimentos;
- Larguras de acordo com a nota de encomenda com a tolerância
+ ou - 3cm nas tábuas de solho;
- Espessuras constantes em todas as peças;
- Isenta de defeitos.

Embora a maior parte das madeiras possa ser utilizada para cofragem, por razões
econômicas empregam-se, sobretudo o pinho, o abeto de qualidade inferior e o eucalipto
este ultimo principalmente para prumos.
As madeiras deverão ser isentas de cerneiras, não ardidas nem cardidas sem fendas que
comprometam a sua resistência sem nós viciosos e isenta de caruncho. O numero de
anéis não deve ser inferior a 3 / cm sendo preferível que seja igual ou próximo de 41cm.
Uma inspecção visual poderá eliminar as peças eventualmente não conformes e proceder
a sua devolução. As peças rejeitadas, por não comprimento da geometria especificada
poderão ser recepcionadas para a execução de travessas. Esta aceitação não deverá
exceder 10% do total da encomenda.
A madeira de cofragem, tábuas de solho, barrotes, prumos, vigas e varas deverão ser,
apos a devolução das peças não conformes armazenadas por espécie e por
comprimentos. O arrumo das madeiras deverá ser feito em pilhas, isoladas do terreno de
modo a permitir uma ventilação eficaz.
As dimensões e designações comerciais correntes das madeiras para a cofragem são as
seguintes:

Designação Espessura/Comprimento Dimensões/


comercial Largura
Solho de 25 ou 30 mm 12 a 20 cm
cofragem 2.6 m
Moldura 40mm 16 a 20 cm
2.6m
Prumos ou 10cm 7cm
barrotes 2.6; 3.0; 3.5m
Vigas 16cm 8cm
2.6 a 6.0m

As cofragens metálicas
As cofragens metálicas usam-se pouco. Permitem um maior numero de utilizações, mas
são menos adaptáveis do que as cofragens de madeira. Todavia, alguns processos
engenhosos permitem a adaptação, com uma aproximação de alguns centímetros, de
cofragens metálicas para pilares e pavimentos nervurados. Utiliza-se, sobretudo a chapa
de aço quinada ou reforçada com perfis, mas de há alguns anos para cá se procura
desenvolver o emprego de cofragens em liga de alumínio moldado, o que é interessante
por causa da sua leveza. Tal como nas cofragens de madeira, devem utilizar-se óleos
descofrantes.
Como utensílios de cofragens metálicas temos os seguintes materiais utilizados:

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Os principais requisitos que se impõe ás cofragens são:

1- As juntas da cofragem devem ser suficientemente finas para evitar


a saída da pasta de cimento e outros finos que constituem o betão;
2- Devem manter a sua forma inicial até que o betão tenha
endurecido
3- Devem ser molhadas para evitar a absorção de água do betão
fresco, as cofragens que tenham uma maior tendência para
absorver água;
4- A superfície interna das cofragens deverá estar limpa. Deverão ser
empregues produtos descofrantes, de acordo com o tipo de
material de cofragem e as indicações do fabricante, para evitar a
aderência ao betão.

O facto de se molhar a cofragem antes de betonar, além de evitar a absorção da água de


hidratação do cimento, reduz as juntas entre as tábuas de madeira devido ao respectivo
aumento de volume pela absorção de água. Se a madeira for reutilizada de outras
betonagens deverão ser observadas as suas faces para assegurar que não existem restos
de betão que impeçam o fecho das juntas da cofragem.
A madeira das cofragens é normalmente reutilizada pelo menos três vezes, se for
desmontada após cada utilização, ou oito a dez vezes se não for necessário desmonta-la
caso freqüente que deverão ser previstas Janelas de visita provisórias junto das cofragens
que permitam a saída dos detritos resultantes da lavagem das cofragens.
A execução dos elementos de cofragem deverá ser feita de acordo com os projectos e
detalhes de fabrico, tendo em atenção o aproveitamento das peças de madeira. A união
das peças de madeira faz-se por meio de pregos que deverão poder-se arrancar-se
facilmente quando da desmontagem das cofragens. A montagem dos elementos
constituintes da cofragem, exceto o fabrico dos taipais, é geralmente efectuada no local
final de aplicação.
Os procedimentos de trabalho deverão ser precedidos do estudo do projecto e da
compatibilização entre os vários elementos que o constituem. Para as partes menos
explicitas do projecto deverão ser executados desenhos de fabrico.
Embora a cofragem seja uma estrutura provisória, dado que ela tem de suportar as
solicitações que decorrem durante a betonagem, para além de um correcto
dimensionamento, é importante que não se descure os trabalhos de montagem.
Relativamente á montagem das cofragens podem referir-se algumas regras a observar:
- Cada painel ou taipal deverá ser colocado na posição definitiva, tendo em atenção
a sua identificação e o respectivo projecto;
- Todas as escoras, travessas, separadores, tirantes, cunhas e outros elementos,
deverão ser colocados respeitando os intervalos de afastamento previstos;
- Todas as escoras deverão ser rigidamente ligadas entre si por forma a trabalharem
em conjunto e não como elementos isolados;
- Os elementos de entivação ou escoramento não deverão apoiar-se directamente
no solo, mas sim em elementos horizontais de maior dimensão com o fim de
melhorar a distribuição e diminuir as tensões no terreno e garantir a imobilidade
destes pontos de apoio.
As juntas de betonagem, caso existam, deverão, ser tratadas nesta fase para assegurar
uma boa aderência entre betões de idades diferentes (escovagem, adição de produtos de

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aderência e outros). Deverão ser previstas janelas de visita provisórias junto ao fundo das
cofragens que permitam a saída dos detritos resultantes da lavagem das cofragens.
Para além de cofragem escorada por vezes a cofragem “perdida”, constituída por
desperdícios de alvenaria, que permite reduzir o volume de escavação e dispensar os
escoramentos;
A cofragem das superfícies enterradas é normalmente realizada em madeira (material
barato e versátil na realização de diferentes geometrias);
As tábuas (solho) devem estar perfeitamente limpas, (para se evitar a saída dos
elementos finos do betão);
Deve também ser suficientemente resistentes para manter a sua forma inicial até que o
betão endureça;
As cofragens que tenham tendência para absorver água devem, antes de ser montadas,
ser molhadas para evitar retirar água á amassadura do betão;
Simultaneamente, o facto de a madeira inchar permite fechar melhor as juntas;
Caso se pretenda recuperar a cofragem para reutilização, deve-se aplicar um óleo
descofrante em toda a superfície da mesma que vá estar em contacto com o betão fresco.

Cofragens de Fundações
O terreno

As fundações são os elementos das construções mais intimamente ligados ao terreno


sobre o qual assentam.
Geralmente os alicerces ficam invisíveis, enterrados no solo e por baixo da parte da
construção visível. Por isso, as cofragens podem ser mais toscas, menos cuidadas, além
de poderem ser ainda mais simples, visto utilizar-se parte do terreno como taipal, sempre
que escavado com as dimensões adequadas para as peças de betão projectadas.
Quando a fundação fica totalmente enterrada e o terreno não é duro, de modo que se
possa escavar com taludes verticais e com as dimensões projectadas, não se utiliza
cofragem, dado que os taludes do terreno servem de moldes. Empregando-se cofragem,
perder-se ia a madeira ou não se poderia retira-la, além de não ter qualquer utilidade,
visto o terreno cumprir as mesmas funções.
Nos terrenos soltos, em que não haja possibilidade atrás apontada, mas suficientemente
consistentes para suportar convenientemente a massa do betão que cai sobre eles, tornar-
se-á somente necessário executar a cofragem das partes laterais da peça a betonar,
servindo o fundo da vala de tabuleiro. Neste caso, a largura da escavação tem de ser um
pouco maior do que a projectada, para permitir introduzir e colocar os tabuleiros laterais
com certa facilidade e, bem assim, terminado o período de endurecimento necessário,
poder retirar a madeira com o menor desperdício possível.
Em casos extremos, em que o terreno não possa suportar a carga do betão e as fundações
se construam como vigas entre apoios mais profundos, será necessária a cofragem do
fundo com um tabuleiro. Será um caso semelhante a uma viga. Ter-se á em conta que o
tabuleiro do fundo deve cravar-se por baixo dos costeiros ou laterais, a operação de
descofragem seria mais trabalhosa, pois que ao desprega-lo se teria de fazer esforços
sobre o fundo. Pelo contrario, pregando-se entre os laterais, os pregos tiram-se
lateralmente, apoiando o pé de cabra sobre os ditos laterais.
Para fixar os laterais devem utilizar-se travamentos, apoiando-se uma extremidade no
terreno e a outra contra o tabuleiro, afiançando assim o molde contra o esforço do betão,
escoras ou prumos apoiados em estacas ou barretas. Como medida elementar, limpar-se-
á sempre o terreno onde deva apoiar-se uma peça de travamento de toda a terra vegetal
solta, pelo menos na espessura em que fiquemos seguros de que o terreno é consistente e
duro.
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Preparação dos taipais

Quando se trata de uma obra de pouca envergadura, em que se vão utilizar os tabuleiros
apenas, em geral não convirá que a pregagem seja excessiva. Com esta medida abreviar-
se-á o trabalho do carpinteiro tanto na montagem do tabuleiro como no seu
desmantelamento.
Se os elementos da obra exigem que a cofragem seja duradoura, o que equivale a dizer
que tenha de ser utilizada em várias ocasiões (caso de uma edificação que tenha uma
série de vigas de fundação exatamente iguais), é necessário que se cuidem extremamente
os tabuleiros, para tirar deles o máximo rendimento, dado que a economia na obra é de
notar. Dispor-se-ão de uniões, para dar maior resistência às peças, com pregagem
adequada. Em geral, as cofragens devem preparar-se na oficina, d modo a que na obra só
se proceda á sua montagem, depois de submetidas a ligeiros retoques para encaixar os
diversos elementos no seu lugar. Quando se trate de cofragens ligeiras, estas podem ser
preparadas na própria obra, sendo o mais conveniente montar uma oficina de cofragens
na mesma, de maneira a anular-se o problema de transportes e facilitarem-se as
operações de rectificação e reconstrução de tabuleiros que depois de utilizados tenham
ficado defeituosos, mas com garantias de se poderem empregar em novos moldes.

Dimensionamento
Quando as fundações sobem acima de terreno suficientemente consistente para manter as
paredes da escavação verticais, há que empregar tabuleiros para completar a falta de
altura. Para este tipo de cofragem “média” dispor-se-á de tabuleiros com estacas de
martelar, para os fixar ao terreno. Terão uma viga longitudinal na parte superior, na qual
se fixarão os apoios e escoras. De onde em onde, colocar-se-ão travessas de madeira,
para manter devidamente separados os tabuleiros e anular o esforço das escoras ou
apoios. Regra geral, ao executar a cofragem, a separação entre tabuleiros pode ser um
pouco menor do que a indicada no projecto, visto que, com a pressão do betão, aqueles
terão a tendência de que se abrirem.
Há que ter precaução na adequada disposição das escoras e apoios, pois que, se estes
estão mal colocados, fracos ou com intervalos excessivamente largos, a pressão do
betonado (não só a que produza o betão por si mesmo, como também o resto das
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operações anexas, tais como a vibração da massa, aperto, etc.), pode produzir flexões
laterais que, se na maioria dos casos não são perigosas para a obra, são antiestéticas e
podem induzir em erros no resto dos trabalhos de construção.
Sendo o betão fluido, haverá que cuidar da união das tábuas que compõem o tabuleiro,
pois que, se não for cuidado devidamente, pelas fendas ou aberturas do tabuado passará a
argamassa, reduzindo a dosificação do betão, produzindo chorões nas tábuas, e, o que é
pior ainda, ao sair a parte mais fina do aglomerado, cimento e areia, deixarão ocos nos
referidos lugares.Às vezes, pela especial disposição das escoras, os tabuleiros tendem a
inclinar-se para dentro, quer dizer, a aproximarem-se, pelo que devem utilizar-se arames
que estiquem e levem a cofragem ao lugar. Estes tirantes têm o nome de latiguilhos.
Naturalmente, que quanto mais altos forem os moldes, mais fortes terão de ser, dado que
o betão maior pressão exercerá sobre os tabuleiros, existindo, portanto, mais perigo de
flexionarem e tomarem forma. Em muros de determinada altura, emprega-se o sistema
de betonagem por camadas, com o que se descreve grandemente o perigo da flexão, por
a altura do betão ficar bastante menor.

Sugestões sobre a montagem de taipais

Conhecido o comprimento da peça, começaremos por escolher tábuas da medida


necessária. A maior parte das vezes, teremos de corta-las ou uni-las a outras para se obter
o comprimento exigido. Como regra geral, ter-se-á sempre presente que vale mais
acrescentar do que cortar, se tal for possível, pois que “madeira cortada, madeira
desperdiçada”.
O ideal seria encontrar tábuas do comprimento desejado, a fim de desperdiçar a menor
quantidade possível de material. Uma vez tal conseguido, para obter a largura da peça
unir-se-ão uma ou mais tábuas por meio de barrotes. O primeiro barrote não se deve
colocar topado com as tábuas, quer dizer, que ambos comecem ao mesmo nível, mas sim
pregar o barrote a 2cm ou 3cm aquém do extremo das tábuas. Com isto evita-se que os
barrotes se despreguem por efeito de qualquer pancada que apanhe a ponta do tabuleiro.
Para dar maior resistência aos tabuleiros, os barrotes assim pregados nos extremos
reforçam-se com dois pregos em todas as tábuas, para evitar qualquer deformação.
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Nos restantes barrotes, prega-se com dois pregos as tábuas do cimo e do fundo e as
outras apenas com um prego. Isto é mais que suficiente para se obter um bom tabuleiro.
Não convém espetar os pregos nos pregos nos extremos dos barrotes ou das tábuas; estes
devem ficar a, pelo menos, 2.5cm dos extremos, para evitar que a madeira lasque com
algum golpe ou esforço. Se, ao bater um prego, este se torce, deve arrancar-se
imediatamente. Nunca se deve rebater e colocar outro ao lado seria obra de péssimos
carpinteiros. Mas o mal não acabaria ai, pois prejudicaríamos a tábua, visto que, ao
espetar um prego, abrimos uma ferida ou rasgo nas suas fibras; logo, ao colocar outro ao
lado, esta greta aumentaria, diminuindo, portanto, toda a espécie de resistência. Daí
resulta que tábuas delgadas, ou de madeira má, tenham a tendência de quebrar pelos
pregos. As tábuas a empregar nas cofragens devem ser de boa qualidade, sem
retorcimentos nem outros defeitos que, com pouco uso dos tabuleiros, com a humidade
do betão e os trabalhos a que são submetidas na confecção e desmantelamento das
cofragens, terão de ser substituídas, com grave prejuízo econômico, já que se estraga
material e mão-de-obra, com a natural perda de tempo na boa marcha da betonagem, que
não deve perder o ritmo marcado. A altura ou a largura no sentido transversal das tábuas
e a pressão que a massa de betão exerça sobre a cofragem determinam a distância dos
barrotes a empregar. Para travessas empregam-se esquadrias iguais ou pouco maiores
que as tábuas, isto é, de 25mm*100mm ou mais. Denominaremos por barrotes extremos
os que se encontram no inicio e no fim da peça, aqueles que se colocam a 2.5cm das
extremidades das tábuas. Aos restantes, chamaremos indistintamente centrais, interiores
ou intermédios.
Nem sempre os barrotes são suficientes para suportar os esforços de flexão produzida
pela expressão da massa de betão, não sendo conveniente nem econômico aumentar em
excesso o seu numero. Para lhes dar maior pressão, entre a correia e os cabos
introduzem-se cunhas, até se conseguir uma boa tensão.

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Esquinas
Nas esquinas, sobretudo na parte interior, os dois tabuleiros ficam perfeitamente
encaixados, pois que, ao pregar os barrotes extremos a 2.5cm do principio das tábuas,
que é a grossura das mesmas, se ajustaram ambas as peças, ficando, além disso,
encaixados os dois barrotes, servindo-se mutuamente de reforço. A parte da cofragem
deverá reforçar-se com tábuas verticais, se se previr que o betão vai exercer grande
pressão.

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Aumento dos taipais


Já dissemos que nem sempre o comprimento dos tabuleiros coincide com o das tábuas,
pelo que, na maior parte dos casos, é necessário prolongar as peças. É conveniente que
nem todas as tábuas terminem na mesma vertical, mas, pelo contrário, que se distribuam
de maneira que não coincidam esses pontos débeis que constituem as juntas das tábuas.
É indispensável que sobre as referidas juntas se pregue um barrote, para dar mais
resistência á união. Será, portanto, fundamental que a união das tábuas siga uma ordem
de sucessão, para evitar que caiam mais de duas sobre um mesmo barrote. Ainda que, em
casos extremos, naturalmente, não haja outro remédio senão unir sobre a mesma vertical
mais de três tábuas deve reforçar-se conveniente a travessa de união.

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Modelos de cofragens para fundações


Numa fundação em que se haja aberto a vala com mais largura do que a necessária para a
fundação (o que sucederá terrenos soltos, ou onde se tenha de dar determinada inclinação
ao talude para que se mantenham por si só) e, por isso, o tabuleiro da mesma altura desta
(ou melhor, 2cm mais alto), empregam-se tabuleiros com a forma indicada. A distância
entre as costaneiras será cerca de 80 cm. Quando o terreno é suficientemente consistente
e a sua rasante coincida com a base da fundação, pode empregar-se qualquer dos tipos de
cofragem. Uma vez escolhido o tipo de tabuleiro, executado no estaleiro e transportado
para a obra, proceder-se-á á sua aplicação.

Utilização dos taipais


Antes de levar os tabuleiros para o seu local de utilização, há que verificar bem se as
escavações para as fundações estão não só abertas, mas também nas condições
necessárias. Uma vez abertos os caboucos, de acordo com as necessidades da cofragem,
começar-se-á a preparar os materiais auxiliares, tais como travamentos, apoios, escoras,
alizares e verguinha. É também conveniente ter preparados alguns tacos de madeira,
cunhas, etc, além de, naturalmente, os pregos mais próprios. Para começar, apanharemos
um tabuleiro, segurando-o pelas extremidades, que colocaremos no sitio onde deve ficar.
Colocado assim provisoriamente, veremos onde convém ir espetando as estacas no
terreno, medindo a olho as distâncias de madeira a que, ao colocar as escoras estas
fiquem com a inclinação média de 50°. Depois desta previa operação, voltaremos a
colocar o tabuleiro na posição definitiva, que será determinada pela marcação da obra, de
acordo com a planta de fundações e as posteriores alterações que o projecto tenha
sofrido. Para fixar o tabuleiro podem espetar-se tacos redondos junto á parte exterior do
mesmo. Não havendo estes tacos a mão, coloca-se uma tábua contra o tabuleiro, na parte
inferior, pregando-se a outra extremidade as estacas que tínhamos colocado no inicio,
ficando assim o tabuleiro, inferiormente, na linha desejada. Convencidos de que este já
não se pode deslocar, teremos de o aprumar. Encostar-lhe-emos o nível ou o fio de
prumo em vários pontos, para nos certificarmos da sua total verticalidade; feito isto,
apanharemos escoras, para as colocar de maneira a que o extremo mais alto se apóie na
parte superior de uma costaneira, pregando o outro extremo á estaca. Colocar-se-ão as
escoras que se considerem necessárias para segurar convenientemente o tabuleiro, tendo
em conta que são elas que transmitem as estacas o esforço exercido pelo betão sobre os
tabuleiros, pelo que não devem flectir ou curvar sob esta quantidade de peso. As estacas
deverão ser bem espetadas, pois que, de contrário, o esforço das escoras, uma vez
deitado o betão na cofragem, as descravariam ou moveriam, com grave perigo para a
obra. As escoras podem apoiar-se contra as estacas ou pregar-se lateralmente ambos os
dois sistemas são bons. É também conveniente, quando se prega a escora á estaca, pregar
uma tábua horizontal, ligando esta à parte inferior da costaneira, com o que se reforça a
acção dos outros elementos.
Realizadas todas estas operações com um tabuleiro de cada lado da cofragem começa-se
a trava-los e a fixa-los com tirantes de maneira a não cederem na parte superior.

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Reforço de cofragens
O descrito anteriormente é uma cofragem simples, em que o esforço do betão não é
considerável, pelo que as peças descritas serão suficientes para se não deformarem
durante as operações de betonagem. Porém por diversas causas, tais como a altura da
armação, comprimento, espessura ou qualquer outra que motive o reforço dos tabuleiros,
para melhor exercerem a sua função na construção, deve dispor-se de outras peças que
tornem mais eficaz o trabalho da cofragem. Estas peças podem ser: os escudetes, os
alizares, os duplos alizares, etc.

Cofragem de pilares
Pode dizer-se que a cofragem de pilares é o principal trabalho do carpinteiro de
cofragens. Em todas as obras se encontram estas unidades em grande numero e, dada a
importância que tem o conseguir-se um bom trabalho, todo o bom carpinteiro de
cofragem que se preze, deve pôr todo o seu cuidado e saber para obter boas faces nas
colunas que lhe são confiadas. Além disso, não é corrente mas, bem pelo contrario,
constituiria um raro exemplo, deparar com um projecto em que se encontrassem
projectados de antemão a maneira de efectuar a cofragem de um pilar, o
dimensionamento das suas peças e calculados os esforços a que viriam ficar submetidos.
Assim, pois, tudo se deixa ao técnico de cofragens, em quem o projectista põe toda a
confiança neste ponto.

Tipos diferentes de pilares

Dentro da mesma unidade de pilares, e para o seu melhor estudo, considerá-los-emos em


dois grupos:
a- Atendendo á sua secção transversal, geometricamente teremos pilares de secção
quadrada, quando a sua secção transversal ou planta seja um quadrado; pilares
rectangulares, circulares, poligonais, etc..
b- Atendendo as suas dimensões, teremos pilares grossos, médios e ligeiros. Não é a
mesma coisa executar cofragens de dois pilares de idêntica figura, mas de
dimensões muito diferentes, dado que as peças a empregar não deverão suportar
os mesmos esforços.

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Vamos considerar este pilar como exemplo de cofragem:

Com este tipo de cofragem elevatória auto-portante a mão de obra diminui e não
precisam de montar andaimes pelo motivo deste este tipo de cofragem já trás
incorporados sistemas de andaimes consideravelmente a seu estudo em gabinete foi
efectuado e estudado da seguinte forma das varias fases de cofragem deste pilar

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Outro tipo de secção diferente:

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Cofragem de Tabuleiros para Pontes


Pela rapidez de construção e longa duração, as grandes obras de arte que vencem os vãos
dos rios, vales, ou braços de mar, constroem-se com betão em massa ou armado. Em
muitas ocasiões a que enfrentar problemas de fundações quase insolúveis, montagem de
cimbres, andaimes de apoio e betonagem. Porém, a uma boa técnica, pode dizer-se em
linguagem vulgar, não há ponte que resista.
Na técnica da cofragem de pontes de grande envergadura não entra só o aspecto do
molde, mas a resistência dos elementos que o hão-de suportar. Por vezes, há que
construir verdadeiros castelos para formar armação resistente do molde propriamente
dito.
O mais importante da cofragem das pontes temos que uma grande importância aos
tabuleiros e temos que ter cuidado com as “fundações” das cofragens para os tabuleiros
para não haver assentamentos nas cofragens.

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Alguns elementos utilizados e muito importantes em toda a


cofragem da ponte em estudo:

Soluções para cofragem com sistemas para muros e pilares:

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Técnica autoportante para pilares e torres com elevação através de grua:

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Conjunto trepante com mecanismo de elevação hidráulica permite subir a grandes


alturas:

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Com quatro plataformas trepantes se coloca com segurança todo o perímetro de um


núcleo:

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Superfície com aperto lateral de parafusos ou porcas:

Peça de união para juntas normais de elementos de compressão longitudinal:

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Viga como elemento principal de cofragens:

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Sistema versátil para muros de suporte e de contenção:

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Junção de painéis para vencer grandes vãos:

Elementos diferentes para fazer pilares de varias secções sem utilização de acessórios
especiais:

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Sistemas trepantes de cofragens para poderem trabalhar em ambas as faces:

Sistema de ancoragem:

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Torres de carga para tabuleiros e não só:

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Bibliografia
- Manual Prático de Cofragens José Grinan Edições Cetop;
- Pontes Instituto Superior Técnico Vol II;
- Construções de concreto F. Leonhard / E. Moning Editora
Interciência Vol 3 e 6;
- LNEC (1993 a) Especificação LNEC E 372 – Água de amassadura para
betões: Características de conformidade. Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, Lisboa.
- LNEC (1993 b) Especificação LNEC E 373 – Inertes para argamassas e
betões: Caracterização e verificação da conformidade. Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, Lisboa.
- LNEC (1993) Especificação LNEC E 378 – Betões – Guia para a
utilização de ligantes Hidráulicos. Laboratório Nacional de Engenharia
Civil Lisboa.
- LNEC (1968) Especificação LNEC E 217 – Fundações Directas correntes
– Recomendações.
- Manual de 2000 e 2002 da “Peri (Confragens e Andaimes)”

Agradecimentos
- ICOR – Instituto para Construção Rodoviária / Gestão Empreendimentos
Nº7 Escritórios Fiscalização – Ponte Europa
Especialmente ao Engº Carlos Santinho Horta

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