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Sexta-feira, 8 de Novembro de 2019 I SÉRIE — Número 216

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. b) às embarcações nacionais e estrangeiras, tripuladas


ou não, que naveguem no espaço marítimo nacional
AVISO e onde quer que se encontrem;
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser c) aos objectos marítimos, incluindo cabos, ductos,
remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada
LQVWDODo}HVHHVWUXWXUDVPDUtWLPDVHLOKDVDUWLÀFLDLV
d) às infra-estruturas, instalações e equipamento marítimo,
TXHVHMDPGHDSRLRjQDYHJDomRRXSDUDRXWURVÀQV
assunto, donde conste, além das indicações necessárias para
e) jV SODWDIRUPDV PDUtWLPDV À[DV HRX PyYHLV jV LQV
esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado:
Para publicação no «Boletim da República».
talações, às estruturas e equipamentos usados
em actividades diversas, como as de exploração
de recursos naturais vivos e não-vivos, de investigação
e de pesquisa de qualquer natureza;
SUMÁRIO f) às entidades singulares ou colectivas vinculadas
Assembleia da República: a actividades marítimas que se realizem dentro
dos limites de jurisdição do Estado moçambicano,
Lei n.º 20/2019:
sem prejuízo da legislação específica aplicável
Lei de Revisão da Lei n.º 4/96, de 4 de Janeiro, Lei do Mar. às actividades que ocorram no mar.
2. Salvo nos casos em que disponha de modo diverso,
a presente Lei não se aplica à embarcações e ao pessoal
da Marinha de Guerra Nacional e de Estado estrangeiro.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
ARTIGO 3
Lei n.º 20/2019 'HÀQLo}HV
de 8 de Novembro Os termos e expressões empregues na presente Lei
Havendo necessidade de proceder à revisão da Lei n.º 4/96, VmRGHÀQLGRVQR*ORVViULRHPDQH[RTXHGHODpSDUWHLQWHJUDQWH
de 4 de Janeiro – Lei do Mar, de modo a adequar aos instrumentos ARTIGO 4
internacionais, tendo em vista assegurar a conservação,
(Interpretação)
a preservação e utilização para o desenvolvimento sustentável
do espaço marítimo nacional, ao abrigo do disposto no número 2 As disposições da presente Lei são interpretadas em confor-
do artigo 6 conjugado com o número 1 do artigo 178, ambos da midade com os princípios e normas do direito interno e do direito
Constituição da República, a Assembleia da República determina: internacional, designadamente as previstas na Convenção das
1Do}HV8QLGDVVREUHR'LUHLWRGR0DUGHUDWLÀFDGDSHOD
CAPÍTULO I Resolução n.º 21/96, de 26 de Novembro, adiante designada
apenas por Convenção, bem como noutros instrumentos
Disposições Gerais internacionais, relativos ao mar, ratificados pela República
ARTIGO 1 de Moçambique.
(Objecto) ARTIGO 5
A presente Lei tem por objecto estabelecer o regime jurídico
(Princípios)
aplicável ao exercício dos poderes de soberania e de jurisdição
sobre o espaço marítimo nacional, à exploração dos recursos Sem prejuízo de outros princípios afins, na aplicação
marinhos vivos e não-vivos, bem como à utilização do domínio da presente Lei são observados os seguintes princípios:
público marítimo. a) GD DERUGDJHP HFRVVLVWpPLFD ² TXH WHP HP FRQWD
a natureza complexa e dinâmica dos ecossistemas,
ARTIGO 2 tendo em vista a preservação do bom estado ambiental
(Âmbito de aplicação)
do meio marinho e das zonas costeiras;
b) da cooperação e coordenação internacional, regional
1. A presente Lei aplica-se: e transfronteiriça – que consiste em assegurar a coo-
a) ao espaço marítimo nacional, incluindo as águas peração e coordenação dos diversos usos e actividades
QDYHJiYHLVGRGRPtQLRODFXVWUHHÁXYLDOHUHVSHFWLYR desenvolvidas no espaço marítimo nacional, tendo
leito e subsolo sujeitos à jurisdição marítima, bem em conta os efeitos potencialmente decorrentes
como ao domínio público adjacente às referidas águas, para os espaços marítimos limítrofes internacionais
nos termos da lei; ou de outros Estados;
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c) da gestão adaptativa – que tem em consideração a dinâ- ARTIGO 9


mica dos ecossistemas e a evolução do conhecimento
(Linha de base)
e das actividades neles realizadas;
d) da gestão multidisciplinar, transversal e integrada – que se 1. A linha de base da República de Moçambique deve ser
traduz em assegurar a coordenação e a compatibilização formada pela combinação de linhas de base rectas e linha de base
do ordenamento e da gestão dos espaços marítimos com normal, de acordo com o disposto nos artigos 5 e 7 da Convenção.
DVSROtWLFDVGHGHVHQYROYLPHQWRHFRQyPLFRHVRFLDO 2. A linha de base referida no número 1 do presente artigo
GH DPELHQWH H GH RUGHQDPHQWR GR WHUULWyULR H DLQGD pGHÀQLGDSRUFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDVUHVXOWDQWHVGDFRPELQDomR
com as políticas sectoriais, garantindo a adequada da linha de base normal e das linhas de fecho e de base rectas que
ponderação dos interesses públicos e privados em suplementam a linha de base normal.
causa e a sua coerência com o ordenamento do espaço &RPSHWHDR*RYHUQRDSURYDUDVFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDV
marítimo nacional, em especial, das zonas costeiras; dos pontos que definem a linha de base da República de
e) da gestão sustentável – que se traduz, por um lado, Moçambique.
no imperativo de preservação do espaço marítimo
CAPÍTULO II
nacional e, por outro, na necessidade da sua exploração
SDUDÀQVHFRQyPLFRVHSHODVFRPXQLGDGHVFRVWHLUDV Espaço Marítimo Nacional
que vivem da pesca; SECÇÃO I
f) do rendimento máximo sustentável – que se traduz
Composição do espaço marítimo
na obrigação do Estado e de outros sujeitos de não
SRUHPHPULVFRSHORH[FHVVRGHFDSWXUDGDVHVSpFLHV ARTIGO 10
vivas existentes no espaço marítimo nacional; (Enumeração)
g) do poluidor pagador – que consiste na obrigação
de o poluidor assumir os custos de reposição do O espaço marítimo sob soberania e jurisdição do Estado
ambiente marinho poluído, em resultado do desenvol- moçambicano compreende as seguintes zonas marítimas:
YLPHQWRGHDFWLYLGDGHVHFRQyPLFDVRXRXWUDVDFo}HV a) zona costeira;
h) da precaução – que se traduz na obrigação do Estado b) águas interiores marítimas;
adoptar medidas para a protecção, conservação, c) mar territorial;
sustentabilidade da biodiversidade e dos ecossistemas d) zona contígua;
e de estabelecer sistemas de prevenção de actos lesivos e) ]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD
ao meio ambiente; f) plataforma continental.
i) de utilizador pagador – segundo o qual, o acesso
e a utilização do mar e seus recursos marinhos SECÇÃO II
e costeiros têm como contrapartida o pagamento Delimitação das zonas marítimas
de uma taxa pelos respectivos utilizadores; Subsecção I
j) GD YDORUL]DomR H IRPHQWR GH DFWLYLGDGHV HFRQyPLFDV
Disposições gerais
– que consiste, numa perspectiva de longo prazo,
em garantir a utilização efectiva das faculdades ARTIGO 11
atribuídas pelos títulos de utilização privativa, &DUWDVPDUtWLPDVHOLVWDVGHFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDV
nas condições neles estabelecidas.
1. As linhas de base para medir a largura do mar territorial
ARTIGO 6 e zona contígua determinadas em conformidade com o dis-
posto nos artigos 7, 9 e 10 da Convenção ou os limites delas
(Domínio público marítimo) decorrentes, e as linhas de delimitação traçadas em conformidade
O domínio público marítimo da República de Moçambique com o disposto nos artigos 12 e 15 da Convenção, devem
compreende as águas interiores marítimas, o mar territorial, bem constar em cartas de escala ou escalas adequadas para a
FRPRDIDL[DGHWHUUDTXHRUODDViJXDVPDUtWLPDVDWpPHWURV determinação da sua posição, podendo estas serem substituídas
medidos a partir da linha de preia-mar. SRUOLVWDVGHFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDVGHSRQWRVHPTXHFRQVWHP
HVSHFLÀFDPHQWHDVXDRULJHPJHRGpVLFD
ARTIGO 7 $VOLQKDVGHOLPLWHH[WHULRUGD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD
'RPtQLRVS~EOLFRODFXVWUHHÁXYLDO e as linhas de delimitação traçadas em conformidade com
2VGRPtQLRVS~EOLFRODFXVWUHHÁXYLDOFRPSUHHQGHPROHLWR o disposto no artigo 74 da Convenção, devem ser indicadas
HDViJXDVODFXVWUHVHÁXYLDLVQDYHJiYHLVEHPFRPRDVUHVSHFWLYDV em cartas de escala ou escalas adequadas para a determinação
IDL[DV GH WHUUD DWp  PHWURV D SDUWLU GH OLQKD Pi[LPD GH WDLV
da sua posição, podendo estas serem substituídas por listas
de coordenadas geográficas de pontos em que conste,
HVSHFLÀFDPHQWHDVXDRULJHPJHRGpVLFD
águas constituem respectivamente os domínios públicos lacustres
HÁXYLDLV
3. A linha do limite exterior da plataforma continental
ARTIGO 8 e as linhas de delimitação, traçadas em conformidade com
o disposto nos números 1 e 2 do artigo 76 da Convenção,
(Alteração dos limites dos domínios públicos) são indicadas em cartas de escala ou escalas adequadas para
Os limites das faixas de terra que orlam as águas marítimas, a determinação da sua posição, podendo estas serem substituídas
ODFXVWUHVHÁXYLDLVDTXHVHUHIHUHPRVDUWLJRVHGDSUHVHQWH SRUOLVWDVGHFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDVGHSRQWRVHPTXHFRQVWHP
Lei podem ser alterados por lei, com fundamento em razões HVSHFLDOPHQWHDVXDRULJHPJHRGpVLFD
HVSHFtILFDV FRQH[DV DRV LQWHUHVVHV HFRQyPLFRV FXOWXUDLV  &RPSHWH DR *RYHUQR SURFHGHU DR GHSyVLWR QDV 1Do}HV
DPELHQWDLVLQFOXLQGRDGLYHUVLGDGHELROyJLFDHDSURWHFomRGH Unidas e publicar em Boletim da República as cartas marítimas
ecossistemas associados, ou por outros motivos ponderosos. HOLVWDVGHFRRUGHQDGDVJHRJUiÀFDVDWLQHQWHVjVOLQKDVGHEDVH
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5161

linhas de medição da largura do mar territorial e zona contígua, continental e pelo talude e elevação continental, não abrangendo,
GROLPLWHH[WHULRUGD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDGDSODWDIRUPD nem os grandes fundos oceânicos com as suas cristas oceânicas,
continental nos termos do disposto nos números 1, 2 e 3 nem o seu subsolo, nos termos do disposto no número 3 do ar-
do presente artigo. tigo 76 da Convenção.
3. O limite da plataforma continental referido no número 2
Subsecção II do presente artigo pode variar consoante a extensão admissível
Zona costeira DWpPLOKDVQiXWLFDVRXPLOKDVQiXWLFDVPHGLGDVDSDUWLU
ARTIGO 12 GD LVyEDWD QRV WHUPRV GR GLVSRVWR QRV Q~PHURV    H 
do artigo 76 da Convenção.
(Extensão) 4. A plataforma continental da República de Moçambique
A zona costeira constitui a faixa terrestre compreendida pHVWUHLWDQRQRUWHDODUJDVHQRFHQWURHpGLIXVDQRVXOGR3DtV
entre o limite das águas interiores marítimas, no mar, que inclui sendo esta última onde o País deve delimitar a extensão do limite
a faixa da orla marítima e no contorno de ilhas, baías e estuários, exterior da plataforma continental conforme descrito no número
PHGLGDGDOLQKDGDVPi[LPDVSUHLDPDUHVDWpPHWURVSDUD 3 do presente artigo.
RLQWHULRUGRWHUULWyULRVDOYRQRVFDVRVHPTXHH[WHQVmRPDLRU
esteja casuisticamente estabelecida por lei. SECÇÃO III

Subsecção III Fronteiras marítimas


Águas interiores marítimas e mar territorial ARTIGO 18
ARTIGO 13 (Delimitação das fronteiras marítimas)
(Águas interiores marítimas) 'DGDDORFDOL]DomRJHRJUiÀFDGD5HS~EOLFDGH0RoDPELTXH
São águas interiores marítimas as situadas no interior da linha na delimitação das fronteiras marítimas, toma-se em consideração
de base, a partir da qual se mede a largura do mar territorial, nos a existência de zonas de sobreposição com outros Estados
termos do disposto no artigo 8 da Convenção. costeiros, tanto adjacentes como opostos.
2. A delimitação das fronteiras marítimas deve ser feita
ARTIGO 14 mediante acordo entre a República de Moçambique e cada
(Extensão do mar territorial) um dos Estados costeiros interessados, nos termos do direito
O mar territorial da República de Moçambique compreende LQWHUQDFLRQDODÀPGHVHFKHJDUDXPDVROXomRHTXLWDWLYD
DIDL[DGRPDUFXMDODUJXUDVHHVWHQGHDWpPLOKDVQiXWLFDV 3. Na ausência de acordo, recorre-se aos procedimentos
medidas a partir das linhas de base, nos termos do disposto nos previstos na Parte XV da Convenção.
artigos 3 e 4 da Convenção.
ARTIGO 19
Subsecção IV
(Delimitação da plataforma continental)
Zona contígua
1. A delimitação da plataforma continental entre a República
ARTIGO 15 de Moçambique e Estados costeiros, com sobreposição, adjacentes
(Extensão da zona contígua) RXVLWXDGRVGRODGRRSRVWRjVXDpIHLWDSRUDFRUGRQRVWHUPRV
$ ]RQD FRQWtJXD DR PDU WHUULWRULDO GHYH VHU GHÀQLGD FRPR
do direito internacional.
DIDL[DGRPDUDGMDFHQWHDRPDUWHUULWRULDODTXDOVHHVWHQGHDWp
2. Na ausência de acordo, recorre-se aos procedimentos
previstos na parte XV da Convenção.
24 milhas náuticas, medidas a partir da linha de base.
Subsecção V
CAPÍTULO III
Zona económica exclusiva Poderes de Soberania e Jurisdição do Estado
ARTIGO 16 Moçambicano
SECÇÃO I
(Extensão da zona económica exclusiva)
$]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDGD5HS~EOLFDGH0RoDPELTXH Âmbito dos poderes e entidades competentes
GHYH FRPSUHHQGHU D IDL[D GR PDU DOpP H DGMDFHQWH DR PDU ARTIGO 20
WHUULWRULDOTXHVHHVWHQGHDWpjGLVWkQFLDGHPLOKDVQiXWLFDV
medidas a partir da linha de base, da qual se mede o mar territorial, (Âmbito dos poderes)
em conformidade com o disposto no artigo 57 da Convenção. Os poderes a exercer pelo Estado moçambicano no espaço
marítimo nacional compreendem, sem prejuízo do estabelecido
ARTIGO 17
em legislação especial, aqueles que estejam consagrados:
(Limites da plataforma continental) a) em normas e princípios do direito internacional que
1. A plataforma continental da República de Moçambique vinculem o Estado moçambicano;
deve compreender o leito das áreas submarinas, que se estendem b) nas disposições da presente Lei e legislação complementar.
DOpP GR PDU WHUULWRULDO H ]RQD FRQWtJXD HP WRGD D H[WHQVmR
GRSURORQJDPHQWRQDWXUDOGRVHXWHUULWyULRWHUUHVWUHDWpDRERUGR ARTIGO 21
H[WHULRU GD PDUJHP FRQWLQHQWDO RX DWp XPD GLVWkQFLD GH 
(Entidades competentes e cooperação)
milhas náuticas a partir da linha de base, da qual se mede a largura
do mar territorial, nos termos do disposto no número 1 do ar- 1. Compete a entidades, serviços, organismos e agentes
tigo 76 da Convenção. públicos exercerem o poder de Autoridade Marítima do Estado
2. A margem continental deve compreender o prolongamento moçambicano no espaço marítimo sob sua soberania e jurisdição
VXEPHUVR GD PDVVD WHUUHVWUH GR WHUULWyULR GD 5HS~EOLFD HQRDOWRPDUQRVWHUPRVGHÀQLGRVQDSUHVHQWH/HL&RQYHQomR
GH0RoDPELTXHHpFRQVWLWXtGRSHOROHLWRHVXEVRORGDSODWDIRUPD e legislação complementar.
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2. As entidades, serviços, organismos ou agentes públicos do d) entrada por razões de força maior – aquela que se realiza
Estado, referidos no número 1 do presente artigo, têm o dever de VHPDXWRUL]DomRSUpYLDGDVDXWRULGDGHVFRPSHWHQWHV
FRRSHUDUHQWUHVLGHVHQYROYHQGRDFo}HVFRQMXQWDVGHÀVFDOL]DomR moçambicanas do porto de entrada, com fundamento
e inspecção, incluindo a disponibilização e/ou partilha de meios HP DYDULDV WpFQLFDV GH JUDQGH HQYHUJDGXUD IRUWHV
para o cumprimento das respectivas missões. WHPSHVWDGHV RX QHFHVVLGDGH GH HPHUJrQFLD PpGLFD
desde que, quatro horas antes da entrada do navio em
SECÇÃO II
águas territoriais, as autoridades do porto a escalar,
Zona costeira sejam avisadas da ocorrência e das razões desse
ARTIGO 22 procedimento.
(Natureza jurídica dos poderes) 2. Compete ao Governo estabelecer as normas para a entrada
de navios estrangeiros no espaço marítimo nacional.
1. O Estado moçambicano exerce plenamente a sua soberania
na zona costeira, em conformidade com as normas do direito SECÇÃO IV
interno e do direito internacional.
2. Compete a entidade do Governo responsável pela área Mar territorial
do mar proceder a gestão e ordenamento da zona costeira. ARTIGO 26
3. A entidade do Governo responsável pela área do mar,
SRGHGHOHJDUSRUDFRUGRDRVyUJmRVORFDLVGR(VWDGRyUJmRVGH
(Poderes do Estado)

JRYHUQDomRGHVFHQWUDOL]DGDHDXWiUTXLFRVPDWpULDVHVSHFtÀFDV 1. O Estado moçambicano exerce soberania no mar territorial,


no âmbito da gestão e ordenamento da zona costeira, tendo em LQFOXLQGRRVHXOHLWRVXEVRORHRHVSDoRDpUHRVREUHMDFHQWHQRV
conta a legislação aplicável. termos do disposto no artigo 2 da Convenção.
2. O Estado moçambicano, por via das entidades competentes
SECÇÃO III do Governo, exerce plena jurisdição e soberania sobre a actuação
Águas interiores marítimas das embarcações nacionais e estrangeiras, bem como sobre
a actuação individual dos seus tripulantes, a investigação,
ARTIGO 23
a prospecção e a pesquisa científica de qualquer natureza,
(Natureza jurídica dos poderes) a protecção e a preservação do meio marinho, instalação de infra-
1. O Estado moçambicano exerce plenamente a sua jurisdição -estruturas e demais actividades nas águas interiores marítimas,
nas águas interiores marítimas, em conformidade com as normas nos termos do direito interno e internacional.
do direito interno e do direito internacional.
2. O Estado moçambicano, por via das entidades competentes ARTIGO 27
do Governo, exerce plena jurisdição e soberania sobre a actuação (Critério pessoal)
das embarcações nacionais e estrangeiras, a actuação individual
O Estado moçambicano, nos termos do disposto nos artigos 27
dos seus tripulantes, a investigação, a prospecção e pesquisa
FLHQWtÀFDGHTXDOTXHUQDWXUH]DDSURWHFomRHSUHVHUYDomRGRPHLR
e 28 da Convenção, exerce jurisdição sobre a actuação individual
dos tripulantes dos navios e embarcações não nacionais que
marinho, a instalação de infra-estruturas e demais actividades nas
águas interiores marítimas, nos termos do direito interno. SDVVHPSHORVHXWHUULWyULRHPPDWpULDH[FOXVLYDPHQWHFULPLQDO
desde que a infracção praticada:
ARTIGO 24 a) tenha consequência para o Estado moçambicano;
(Entrada de navios estrangeiros) b) possa perturbar a paz no País ou a ordem no mar
1. A entrada, passagem e permanência de navios de guerra territorial;
estrangeiros e outras embarcações de Estado estrangeiro, não c) tenha sido solicitada a intervenção das autoridades locais,
HPSUHJXHVSDUDÀQVFRPHUFLDLVQDViJXDVLQWHULRUHVPDUtWLPDV pelo capitão do navio, pelo representante diplomático
da República de Moçambique, realiza-se mediante autorização de ou pelo funcionário consular do Estado de bandeira;
entrada concedida pelo Governo, por via diplomática, ao Estado d) VHMDSDUDDUHSUHVVmRGRWUiÀFRLOtFLWRGHSHVVRDVDUPDV
de bandeira do navio. HVWXSHIDFLHQWHV RX GH VXEVWkQFLDV SVLFRWUySLFDV
2. Qualquer entrada, passagem e permanência de navio ou de outra natureza.
não autorizada pelo Governo está sujeita à aplicação de normas
de natureza civil e criminal, nos termos do disposto nos artigos ARTIGO 28
26, 27 e 35 e da presente Lei. (Critério material)

ARTIGO 25 1. O Estado moçambicano exerce jurisdição civil sobre


navio estrangeiro que transite pelo seu mar territorial em casos
(Tipos de entrada) H[FHSFLRQDLVVySRGHQGRWRPDUVREUHRPHVPRQDYLRPHGLGDV
1. O Governo da República de Moçambique concede o seguinte H[HFXWyULDVRXPHGLGDVFDXWHODUHVHPPDWpULDFLYLOSRUIRUoDGH
tipo de entradas: obrigações assumidas pelo navio, ou de responsabilidades que
a) HQWUDGDGHYLVLWDRÀFLDO²FRQFHGLGDSDUDSDUWLFLSDomR o mesmo haja incorrido durante a navegação ou devido a esta,
HPFHULPyQLDVGH(VWDGRHRXWUDVFHULPyQLDVRÀFLDLV quando da sua passagem por águas jurisdicionais moçambicanas.
b) HQWUDGDGHYLVLWDQmRRÀFLDO²FRQFHGLGDFRPREMHFWLYR 2. O Estado moçambicano exerce jurisdição penal sobre os
GHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDSURVSHFomRHSHVTXLVDSDUD navios que passam pelo seu mar territorial, nos termos do disposto
estudos ou actividades similares; nos artigos 19, 20, 21, 22, 23 e 27 da Convenção, por violações do
c) entrada por razões operacionais – concedida com o direito de passagem inofensiva e nos casos em que igual regime
objectivo de reabastecimento, de descanso de pessoal seja aplicável, nos termos do disposto nos artigos 21, 22, 23
ou por motivos táctico-operativos; e 27 da Convenção.
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ARTIGO 29 ARTIGO 31
$FWLYLGDGHVGHÀVFDOL]DomRHH[HUFtFLRGRGLUHLWRGHYLVLWD (Navios estrangeiros de propulsão nuclear e navios transportando
O Estado moçambicano, no âmbito das actividades substâncias radioactivas ou outras intrinsecamente perigosas
GHÀVFDOL]DomRH[HUFHQRVWHUPRVGRGLUHLWRLQWHUQRHGRGLUHLWR ou nocivas)
internacional, o direito de visita no mar territorial a todos os Ao exercer o direito de passagem inofensiva pelo mar
QDYLRVHPEDUFDo}HVRXRXWURVGLVSRVLWLYRVÁXWXDQWHVQDFLRQDLV territorial, os navios estrangeiros de propulsão nuclear e os navios
ou estrangeiros, à excepção daqueles que gozem de imunidade, transportando substâncias radioactivas ou outras substâncias
quando existam motivos fundados para presumir que a passagem intrinsecamente perigosas ou nocivas devem, em qualquer
GHVVH QDYLR p SUHMXGLFLDO j SD] j ERD RUGHP RX j VHJXUDQoD dos casos, ter a bordo os respectivos documentos e observar
nacional. as medidas especiais de precaução estabelecidas nos acordos
ARTIGO 30 internacionais.

(Passagem inofensiva) ARTIGO 32


1. Nos termos previstos na presente Lei, os navios de qualquer (Navios de guerra estrangeiros e outras embarcações
Estado costeiro, insular ou sem litoral, gozam do direito não empregues em comércio)
de passagem inofensiva pelo mar territorial do Estado
1. Sem prejuízo do disposto nos números 2 e 3 do presente
moçambicano, que consiste em:
artigo, os navios de guerra estrangeiros e outras embarcações
a) atravessar o mar territorial de forma contínua e rápida, de Estado estrangeiro não empregues para fins comerciais,
sem entrar nas águas interiores marítimas do Estado TXDQGRWUDQVLWHPDWUDYpVGRPDUWHUULWRULDOJR]DPGHLPXQLGDGH
moçambicano, nem fundear, fazer escala numa ilha
nos termos do direito internacional.
DUWLÀFLDOQXPDQFRUDGRXURRXLQVWDODomRSRUWXiULDRX
2. Quando um navio de guerra estrangeiro, ou outra embarcação
GH(VWDGRHVWUDQJHLURQmRHPSUHJXHHPFRPpUFLRQmRFXPSUH
outras instalações, estruturas situadas fora das águas
interiores;
a lei moçambicana ou não leve em conta qualquer pedido
b) dirigir-se para as águas interiores marítimas, ou delas
no sentido da sua observância, exige-se que tal navio ou emba-
sair ou fazer escala num desses ancoradouros ou
rcação saia imediatamente do mar territorial moçambicano.
instalações portuárias.
2. O acto de passagem inofensiva inclui, ainda, o parar 3. Quando um navio de guerra estrangeiro, ou outra embarcação
e o fundear, apenas quando estes resultem de incidentes comuns de Estado estrangeiro, não cumpre a lei moçambicana relativa
de navegação ou sejam impostos por motivos de força maior jSDVVDJHPLQRIHQVLYDDWUDYpVGRPDUWHUULWRULDOHFDXVHSHUGDV
RX SRU GLÀFXOGDGH JUDYH RX WHQKDP SRU ÀP SUHVWDU DX[tOLR ou danos ao Estado moçambicano, cabe ao Estado de bandeira
DSHVVRDVQDYLRVRXDHURQDYHVHPSHULJRRXHPGLÀFXOGDGHJUDYH dessa embarcação a responsabilidade pela reparação dos danos
$SDVVDJHPGHXPQDYLRHVWUDQJHLURpSUHMXGLFLDOjSD] causados.
à ordem e segurança do Estado moçambicano, sempre que
realizar actividades contra a ordem e os bons costumes nos termos ARTIGO 33
do disposto no número 2, do artigo 19 da Convenção. (Submarinos)
4. No acto de passagem inofensiva, os navios devem observar
1. Os submarinos e outros veículos submersíveis devem,
todas as leis, regulamentos e normas nacionais sobre as seguintes
PDWpULDV quando estejam no mar territorial moçambicano, navegar
à superfície e arvorar a respectiva bandeira.
 2 (VWDGR PRoDPELFDQR DR YHULÀFDU R LQFXPSULPHQWR
a) segurança da navegação e tráfego marítimo;
b) protecção das instalações existentes e do auxílio
jQDYHJDomRHGHRXWURVVHUYLoRVDÀQV
do disposto no número 1 do presente artigo considera
c) protecção de cabos e ductos; que os submarinos em causa incorrem no disposto no número 2
d) pesca e conservação dos recursos vivos do mar; do artigo 19 da Convenção.
e) preservação do meio ambiente e conservação da bio- 3. O Estado moçambicano, por via das entidades competentes
diversidade; do Governo, deve exigir que os submarinos referidos no número 2
f) controlo da poluição marinha; do presente artigo saiam imediatamente do mar territorial.
g) LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD H OHYDQWDPHQWRV KLGURJUiÀFRV
HRFHDQRJUiÀFRV ARTIGO 34
h) trabalho marítimo; (Direito de perseguição)
i) SUHYHQomRGHLQIUDFo}HVDGXDQHLUDVÀVFDLVGHLPLJUDomR
1. O Estado moçambicano tem o direito de empreender
e sanitárias.
perseguição a um navio ou embarcação, quando tenha motivos
&RPYLVWDDJDUDQWLUDVHJXUDQoDGDQDYHJDomRRyUJmRGR fundados de que o mesmo infringiu a legislação em vigor na
Governo responsável pela área do mar pode exigir que os navios
República de Moçambique, em qualquer das zonas marítimas
estrangeiros que exerçam o direito de passagem inofensiva pelo
do espaço marítimo nacional, nos termos do disposto no ar-
mar territorial moçambicano, utilizem as rotas marítimas e os
sistemas de separação de tráfego designados ou prescritos na tigo 111 da Convenção.
regulamentação da passagem. 2. Para os efeitos do disposto no 1 do presente artigo, considera-
6. Em particular, pode-se exigir que os navios-tanque, os navios -se igualmente que um navio ou embarcação infringiu a legislação
de propulsão nuclear e outros navios que transportem substâncias em vigor na República de Moçambique quando aquele, mesmo
RX PDWpULDV UDGLRDFWLYDV RX RXWURV SURGXWRV LQWULQVHFDPHQWH que não tenham entrado nas águas marítimas moçambicanas,
perigosos ou nocivos, utilizem unicamente, as rotas marítimas esteja em conluio ou haja contribuído para a violação da legislação
referidas no número 5 do presente artigo. moçambicana.
5164 I SÉRIE — NÚMERO 216

SECÇÃO V SECÇÃO VI

Zona contígua Zona económica exclusiva


ARTIGO 35 ARTIGO 39
(Limite dos poderes) (Natureza jurídica dos poderes)
1. O Estado moçambicano exerce plena jurisdição sobre O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto nas alíneas a)
a actuação das embarcações não nacionais, bem como sobre e b) do número 1 do artigo 56 da Convenção exerce sobre a zona
a actuação individual dos seus tripulantes, na zona contígua, HFRQyPLFDH[FOXVLYDRVVHJXLQWHVSRGHUHV
nos termos do direito internacional. a) GLUHLWRV GH VREHUDQLD SDUD ÀQV GH H[SORUDomR H DSUR
2. Na zona contígua ao mar territorial, o Estado moçambicano veitamento, conservação e gestão dos recursos
exerce controlo necessário para: naturais vivos ou não vivos existentes na coluna
a) a prevenção da violação das leis e regulamentos de água abrangida pela zona, bem como sobre as
DGXDQHLURVÀVFDLVGHLPLJUDomRHVDQLWiULRVYLJHQWHV SRWHQFLDOLGDGHVHQHUJpWLFDVGHVVDFROXQDGHiJXDHGD
QRWHUULWyULRPRoDPELFDQR FDPDGDDpUHDTXHVREUHHODDVVHQWD
b) a repressão das infracções às leis e regulamentos referidos b) direitos de jurisdição sobre a utilização e colocação
na alínea a) do número 2 do presente artigo. GH LOKDV DUWLÀFLDLV H RXWUDV HVWUXWXUDV VREUH GXFWRV
H FDERV VREUH D LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD SURVSHFomR
ARTIGO 36 e pesquisa marinhas de qualquer natureza;
(Critério pessoal) c) direitos de jurisdição quanto a criação de reservas naturais
SDUDÀQVGHSURWHFomRHSUHVHUYDomRGRPHLRPDULQKR
O Estado moçambicano, nos termos do disposto na alínea b)
do número 1 do artigo 33 da Convenção, exerce jurisdição penal ARTIGO 40
sobre os tripulantes a bordo de navio estrangeiro na sua zona
(Direitos de jurisdição)
contígua, se a actuação do tripulante do navio consubstanciar
numa infracção a legislação moçambicana. 1. O Estado moçambicano, com fundamento no disposto
no número 5 do artigo 27 da Convenção, exerce jurisdição penal
ARTIGO 37 VREUH RV QDYLRV TXH VH DFKHP QD ]RQD HFRQyPLFD H[FOXVLYD
(Critério material)
quando violem a parte XII da Convenção ou violem a legislação
adoptada em conformidade com a parte V da Convenção.
1. O Estado moçambicano exerce jurisdição civil sobre 2. O Estado moçambicano exerce jurisdição penal, com
os navios estrangeiros que se achem na sua zona contígua,
as limitações impostas nos artigos 73 e 220, ambos da Convenção,
nos termos do disposto na alínea a) do número 1 do artigo 33 da
&RQYHQomRDWUDYpVGHPHGLGDVFDXWHODUHVHPPDWpULDFLYLOSDUD
os quais, em geral, não admitem a aplicação de penas privativas
HYLWDULQIUDFo}HVjOHJLVODomRDGXDQHLUDÀVFDOGHLPLJUDomRRX de liberdade.
sanitária em vigor na República de Moçambique. ARTIGO 41
2. O Estado moçambicano, nos termos do disposto na alínea b)
do número 1 do artigo 33 e do artigo 303, ambos da Convenção, (Direitos de outros Estados)
exerce jurisdição penal sobre os navios que se encontrem na  1D ]RQD HFRQyPLFD H[FOXVLYD WRGRV RV (VWDGRV TXHU
VXD]RQDFRQWtJXDDWUDYpVGDDGRSomRGHPHGLGDVSDUDUHSULPLU costeiros, quer sem litoral, gozam, sem prejuízo das disposições
as infracções à legislação em vigor às suas leis ou regulamentos da presente Lei, de liberdade de navegação, sobrevoo e colocação
GRVHXWHUULWyULRLQFOXLQGRDUHPRomRGHREMHFWRVDUTXHROyJLFRV de cabos e ductos submarinos, bem como de outros usos lícitos
HKLVWyULFRVDFKDGRVQHVVHHVSDoRPDUtWLPRVHPDVXDDXWRUL]DomR do mar, relativos a tais liberdades.
EHPFRPRWRGDVDVPDWpULDVDTXHDOXGHPRVDUWLJRV 2. No exercício dos direitos referidos no número 1 do presente
e 27 da Convenção. artigo, os Estados têm o dever de cumprir a legislação adoptada
pelo Estado moçambicano, em conformidade com o disposto no
ARTIGO 38 número 3 do artigo 58 da Convenção.
(Fiscalização, inspecção e exercício do direito de visita) ARTIGO 42
1. Nos termos do direito interno e do direito internacional,
(Protecção e preservação do meio marinho)
compete às entidades do Governo moçambicano que exercem o
poder de autoridade marítima, dentro dos limites do seu mandato, 1. O Estado moçambicano adopta legislação de carácter
ÀVFDOL]DURXLQVSHFFLRQDUWRGDVDVDFWLYLGDGHVEHPFRPRH[HUFHU internacional para prevenir, reduzir e controlar a poluição
o direito de visita, sobre as embarcações ou outros dispositivos do meio marinho.
ÁXWXDQWHVQDFLRQDLVRXHVWUDQJHLURVjH[FHSomRGDTXHOHVTXH 2. O Governo, visando a protecção e preservação sustentável
gozem de imunidade, quando se mostre necessário, para: dos recursos naturais no espaço marítimo nacional, estabelece,
entre outras, as seguintes proibições, no meio marinho:
a) evitar ou reprimir infracções à legislação aduaneira,
ÀVFDOGHLPLJUDomRRXVDQLWiULDQRHVSDoRPDUtWLPR a) DHPLVVmRGHVXEVWkQFLDVWy[LFDVSUHMXGLFLDLVRXQRFLYDV
nacional; especialmente, as não degradáveis, provenientes
b) HYLWDU LQIUDFo}HV UHODWLYDV DR SDWULPyQLR HFROyJLFR GH IRQWHV WHUUHVWUHV GD DWPRVIHUD RX DWUDYpV GHOD
e cultural subaquático, ocorridas naquela zona ou por alijamento;
ou no mar territorial. b) a poluição proveniente de embarcações, incluindo
2. As entidades referidas no número 1 do presente artigo, a que resulta de baldeamento e transbordo de cargas
DRH[HUFHUDDFomRGHÀVFDOL]DomRLQVSHFomRHGLUHLWRGHYLVLWD perigosas;
e ao abrigo do disposto no artigo 110 da Convenção, têm em c) as descargas intencionais ou não de lixo;
FRQWDTXHVyGHYHPID]HUTXDQGRWHQKDPRPtQLPRGHVXVSHLWDGD d) a poluição proveniente de instalações e estruturas
prática eminente de qualquer infracção à legislação moçambicana utilizadas na exploração ou aproveitamento
ou que o navio pretende demandar qualquer dos seus portos. dos recursos naturais do leito do mar e do seu subsolo;
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5165

e) a poluição proveniente de instalações e dispositivos ARTIGO 44


que funcionem no meio marinho;
f) D UHDOL]DomR GH SHVTXLVD JHRItVLFD HRX JHROyJLFD VHP
(Conservação e gestão de recursos vivos)

levar a bordo do navio ou embarcação, equipamento 1. Compete ao Governo fixar as capturas permitidas
de detecção e observação contínua de mamíferos, num dos recursos vivos e a quantidade de pescado passível de ser
raio de 500 metros; capturado, com vista à exploração sustentável dos recursos,
g) GHSURVVHJXLUFRPSHVTXLVDVJHRItVLFDVHRXJHROyJLFDV assegurando a reprodução do pescado e evitando a extinção
no caso de detecção da presença de mamíferos no raio GDVHVSpFLHV
indicado na alínea f) do presente número, sem tomar  1D À[DomR GRV OLPLWHV GH FDSWXUD R *RYHUQR REVHUYD
medidas de prevenção. os princípios consagrados no número 2 do artigo 61 da Convenção,
 &RPSHWH DR *RYHUQR TXDQGR WHQKD VpULRV PRWLYRV SDUD GHPRGRDQmRS{UHPULVFRSHORH[FHVVRGHFDSWXUDDVHVSpFLHV
suspeitar que determinada embarcação que se ache no espaço YLYDVH[LVWHQWHVQD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD
marítimo nacional violou regras e normas internacionais 3. Para efeitos do número 2 do presente artigo, o Governo,
aplicáveis para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio
respeita os acordos internacionais, intercâmbios de informação
marinho, bem como a degradação dos ecossistemas, inter alia,
no exercício dos seus poderes de jurisdição civil ou criminal: FLHQWtÀFDHGHFRRSHUDomRFHOHEUDGRVQRVHLRGHRUJDQL]Do}HV
regionais, internacionais ou mundiais, nos termos do disposto
a) exigir que o capitão ou comandante da embarcação
nos números 3 e 5 do artigo 61 da Convenção.
forneça informações sobre a identidade da embarcação
H R SRUWR GR VHX UHJLVWR D VXD ~OWLPD H SUy[LPD ARTIGO 45
escalas, bem como outras informações pertinentes para
determinar se alguma infracção foi cometida; (Conservação e gestão das populações de peixes transzonais
b) proceder à inspecção material da embarcação, quando e altamente migratórias)
WHQKD VpULRV PRWLYRV SDUD DFUHGLWDU TXH FRPHWHX 1. O Estado moçambicano observa os regimes especiais previstos
alguma das infracções referidas no número 3 do ar- no artigo 63 e seguintes da Convenção e, complementarmente,
tigo 220 da Convenção, que tenha tido como resultado o disposto nos artigos 116, 117, 118 e 119 da Convenção.
uma descarga substancial que provoque ou ameace 2. O Estado moçambicano concerta, directamente
provocar poluição grave ao meio marinho e essa RXSRULQWHUPpGLRGDVRUJDQL]Do}HVVXEUHJLRQDLVDSURSULDGDV
embarcação se tenha negado a fornecer informações, as medidas necessárias para coordenar e assegurar a conservação
ou se as informações fornecidas estiverem em e o desenvolvimento das referidas populações.
manifesta contradição com a situação factual evidente;
c) iniciar procedimentos, incluindo a detenção da emba- ARTIGO 46
rcação, em conformidade com o seu direito interno
e respeitando as garantias para o exercício do seu (Mecanismos para exploração de recursos vivos)
poder de polícia previstas nos artigos 223 a 232 da 1. O Estado moçambicano, para o exercício dos direitos
Convenção, quando exista prova manifesta e objectiva GHVREHUDQLDQD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDDSURYDDWUDYpVGRV
de que essa embarcação cometeu uma das infracções yUJmRVFRPSHWHQWHVSDUDRVHIHLWRVGRGLVSRVWRQDVDOtQHDVa) a j)
referidas no número 3 do artigo 220 da Convenção do número 4 do artigo 62 da Convenção, leis e regulamentos que
e que tenha tido, como resultado, uma descarga À[DPUHJUDVTXHGLVS}HPinter aliaVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV
que tenha provocado ou ameace provocar danos
consideráveis para o litoral ou para os interesses a) concessão de licenças de pesca, incluindo o pagamento
conexos do Estado moçambicano ou para quaisquer de taxas e outros encargos;
UHFXUVRVGRVHXPDUWHUULWRULDORXGD]RQDHFRQyPLFD b) GHWHUPLQDomR GH HVSpFLHV TXH SRGHP VHU FDSWXUDGDV
exclusiva. HDÀ[DomRGHTXRWDVGHFDSWXUD
4. Compete ainda ao Governo, ao abrigo do disposto no artigo c) UHJXODPHQWDomRGDVpSRFDVH]RQDVGHSHVFDGRWLSR
221 da Convenção, tomar e executar medidas proporcionais tamanho e número de aparelhos, bem como do tipo,
ao dano efectivo ou potencial sobre uma embarcação ou navio tamanho e número de embarcações de pescas que
poluidor, ou perante a ameaça de poluição no espaço marítimo podem ser utilizados;
nacional, resultante de um acidente marítimo. d) À[DomRGHLGDGHHWDPDQKRGRVSHL[HVHGHRXWUDVHVSpFLHV
5. Para efeitos do presente artigo, entende-se por acidente que podem ser capturadas;
marítimo o abalroamento, encalhe ou incidente de navegação ou e) indicação de informações que devem ser fornecidas
acontecimento a bordo de uma embarcação ou no seu exterior, pelas embarcações da pesca, incluindo estatísticas das
de que resultem danos materiais ou ameaça eminente de danos capturas e do esforço de pesca e informações sobre a
materiais à embarcação ou à sua carga. posição das embarcações;
6. A jurisdição civil e criminal do Estado moçambicano f) autorização e controlo da execução de determinados
a que se refere o número 3 do presente artigo aplica-se, com programas de investigação no âmbito das pescas
as necessárias adaptações, à poluição proveniente de instalações, e de regulamentação da investigação, incluindo a
HVWUXWXUDV SODWDIRUPDV LOKDV DUWLÀFLDLV RX RXWURV GLVSRVLWLYRV amostragem de capturas, destino das amostras e
que funcionem no meio marinho. FRPXQLFDo}HVGRVGDGRVFLHQWtÀFRVFRQH[RV
g) embarque de observadores ou de estagiários a bordo
ARTIGO 43
de tais embarcações;
(Baldeação e transbordo de cargas perigosas) h) termos e condições relativas a parcerias em regimes
Tendo em vista a salvaguarda do meio marinho, as operações societários e de associação não-societária das
de baldeação e transbordo de cargas perigosas no espaço marítimo empresas que se dedicam à pesca, ou a outras formas
QDFLRQDO FDUHFHP GH SUpYLD DXWRUL]DomR GR yUJmR GR *RYHUQR de cooperação;
responsável pela área do mar, tendo em conta o direito interno i) estabelecimento de quotas que devem ser, obrigatoriamente,
e internacional. descarregadas em portos moçambicanos;
5166 I SÉRIE — NÚMERO 216

j) UHJLVWRVHPPDWpULDGHIRUPDomRGHSHVVRDOHGHWUDQV 2. O Estado moçambicano pode, quando o considere


ferência de tecnologia de pesca, incluindo o reforço necessário, criar, em redor de ilhas artificiais, plataformas,
da capacidade do Estado moçambicano, para instalações e estruturas, zonas de segurança razoável, dentro
HPSUHHQGHULQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD das quais pode tomar medidas adequadas para garantir, tanto
2. O Estado moçambicano para assegurar a observância a segurança da navegação quanto a das ilhas artificiais,
do cumprimento da legislação referida no número 1 do presente plataformas, instalações e estruturas.
artigo, no âmbito da sua jurisdição civil, administrativa e penal, 3. O Estado moçambicano define a extensão das zonas
ÀVFDOL]DLQVSHFFLRQDHH[HUFHRGLUHLWRGHYLVLWDEHPFRPRDGRSWD de segurança e concebe de modo a responder à natureza e às
medidas de execução para apresamento de embarcações, incluindo IXQo}HV GDV LOKDV DUWLÀFLDLV GDV SODWDIRUPDV LQVWDODo}HV RX
o estabelecimento de mecanismos judiciais e processuais que das estruturas, não excedendo uma distância de 500 metros em
entenda necessários. seu redor, medida a partir de cada ponto do seu bordo exterior,
salvo autorização ou recomendação de normas internacionais
ARTIGO 47 consuetudinárias ou convencionais em contrário.
4. O Estado moçambicano procede a devida notificação
(Mecanismos para exploração de recursos não vivos)
da extensão das zonas de segurança.
$H[SORUDomRGHUHFXUVRVJHROyJLFRVHRXJHRItVLFRVREHGHFH
ao estabelecido para a utilização privativa do espaço marítimo ARTIGO 50
nacional, nos termos previstos nos artigos 80 e 81 da presente Lei.
$FWLYLGDGHVGHÀVFDOL]DomRHGLUHLWRGHYLVLWDHLQVSHFomR
2. A concessão dos direitos para pesquisa e produção
GHUHFXUVRVJHROyJLFRVHRXJHRItVLFRVpIHLWDjOX]GHOHJLVODomR O Estado moçambicano, no âmbito das actividades
específica, em conformidade com o disposto no artigo 82 GHÀVFDOL]DomRH[HUFHQRVWHUPRVGRGLUHLWRLQWHUQRHGRGLUHLWR
da presente Lei. LQWHUQDFLRQDORGLUHLWRGHÀVFDOL]DomRHGHYLVLWDHLQVSHFomRQD
3. A informação e os dados obtidos no âmbito da pesquisa ]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDVREUHWRGRVRVQDYLRVHPEDUFDo}HV
H SURVSHFomR GH UHFXUVRV JHROyJLFRV HRX JHRItVLFRV VmR RX RXWURV GLVSRVLWLYRV ÁXWXDQWHV H VXEPHUVRV QDFLRQDLV RX
fornecidos pelo operador à entidade do Governo que autorizou estrangeiros, à excepção daqueles que gozem de imunidade, no
DVUHIHULGDVDFWLYLGDGHVQRSUD]RGHÀQLGRQRUHVSHFWLYRFRQWUDWR quadro:
de pesquisa ou prospecção. a) do direito de soberania relativo à exploração, ao aprovei-
4. As entidades do Estado moçambicano, com competência para tamento, à conservação e à gestão dos recursos naturais,
conceder licenças ao direito de pesquisa e produção de recursos vivos ou não vivos e à exploração e aproveitamento
JHROyJLFRV HRX JHRItVLFRV VXEPHWHP DR yUJmR GR *RYHUQR GHVWD]RQDSDUDÀQVHFRQyPLFRV
responsável pela área do mar, informação e dados referidos no b) do exercício de jurisdição no que concerne à protecção
número 3 do presente artigo, no formato e dimensão que forem e à preservação do meio marinho, investigação
GHÀQLGRV SDUD HIHLWRV GH FDGDVWUR GH XVRV H DSURYHLWDPHQWR científica, ilhas artificiais, instalações e outras
do espaço marítimo nacional. estruturas.

ARTIGO 48 SECÇÃO VII

&RORFDomRHXWLOL]DomRGHLOKDVDUWLÀFLDLVGHLQVWDODo}HV Plataforma continental


HVWUXWXUDVSODWDIRUPDVÀ[DVHPyYHLVHHTXLSDPHQWRV ARTIGO 51
1. O Estado moçambicano tem o direito exclusivo de construir,
(Natureza jurídica dos poderes exercidos na plataforma
autorizar e regulamentar a construção, operação e utilização de: continental)
a) LOKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVHHVWUXWXUDVSODWDIRUPDVÀ[DV 1. O Estado moçambicano, em conformidade com o dis-
HPyYHLVSDUDRVÀQVSUHYLVWRVQDDOtQHDa) do número posto no número 1 do artigo 77 da Convenção, exerce, sobre
GRDUWLJRGD&RQYHQomRHSDUDRXWUDVÀQDOLGDGHV DSODWDIRUPDFRQWLQHQWDOGLUHLWRVGRPLQLDLVSUySULRVHGHUDL]
HFRQyPLFDVTXHQmRLQWHUÀUDPQRH[HUFtFLRGRVVHXV VREUHDSUySULDSODWDIRUPDLQFOXLQGRRVHXOHLWRHVXEVROREHP
GLUHLWRVQDVXD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD como sobre os recursos vivos e não vivos nela existentes.
b) instalações e estruturas que possam interferir no exercício 2. O Estado moçambicano exerce os direitos referidos
GRVVHXVGLUHLWRVQDVXD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD no número 1 do presente artigo, tendo em conta os direitos
$ FRQVWUXomR FHUWLÀFDomR RX KRPRORJDomR LQVWDODomR
de outros Estados e sempre em observância ao disposto
na Convenção.
UHJLVWRHLQVSHFomRGDVLOKDVDUWLÀFLDLVSODWDIRUPDVLQVWDODo}HV
3. Os direitos do Estado moçambicano sobre a sua plataforma
HVWUXWXUDVHHTXLSDPHQWRVQD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDREHGHFH continental, em conformidade com o disposto no número 3
a condições e procedimentos estabelecidos pelo Governo. do artigo 77 da Convenção, são independentes da sua ocupação
$V LOKDV DUWLÀFLDLV SODWDIRUPDV LQVWDODo}HV HVWUXWXUDV UHDORXÀFWtFLDRXGHTXDOTXHUGHFODUDomRH[SUHVVD
e equipamentos são instalados em condições de segurança 4. Os direitos do Estado moçambicano sobre a plataforma
marítima, tendo em conta as prescrições constantes na regu- continental, em conformidade com o disposto no número 2
ODPHQWDomRSUySULD do artigo 77 da Convenção, têm carácter exclusivo, no sentido
ARTIGO 49 de que, se o Estado moçambicano não explora a plataforma ou
QmRDSURYHLWDRVVHXVUHFXUVRVQDWXUDLVQLQJXpPSRGHHPSUHHQGHU
)LVFDOL]DomRGHLOKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVHHVWUXWXUDVSODWDIRU- estas actividades, sem o seu expresso consentimento.
PDVÀ[DVHPyYHLV 5. Os recursos naturais, a que se refere o número 1 do presente
1. O Estado moçambicano tem jurisdição exclusiva sobre ilhas artigo, compreendem os recursos minerais e outros recursos não
DUWLÀFLDLVSODWDIRUPDVLQVWDODo}HVHHVWUXWXUDVFRPSUHHQGHQGR vivos do leito do mar e subsolo, os organismos vivos pertencentes
inter alia SRGHUHV GH FDUiFWHU ÀVFDO DOIDQGHJiULR VDQLWiULR D HVSpFLHV VHGHQWiULDV EHP FRPR DTXHOHV TXH QR SHUtRGR
de segurança e de imigração. GHFDSWXUDHVWHMDPLPyYHLVQROHLWRGRPDURXQRVXEVRORRX
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5167

TXHVySRVVDPPRYHUVHHPFRQVWDQWHFRQWDFWRItVLFRFRPHVVH devendo observar a legislação vigente, bem como ter em conta


leito ou subsolo. os cabos e ductos submarinos já instalados.
3. O disposto no número do 2 do presente artigo não
ARTIGO 52 prejudica a reserva do direito do Estado moçambicano de tomar
(VSHFLÀFLGDGHGRVGLUHLWRVGHMXULVGLomRHGHÀVFDOL]DomR medidas razoáveis para a exploração da plataforma continental,
o aproveitamento dos recursos naturais nela existentes, a prevenção
O Estado moçambicano dispõe de direitos de jurisdição
HVSHFtÀFRVVREUH
e o controlo da poluição causada por ductos submarinos.
4. Compete ao Governo, ao abrigo do disposto no número 4
a) a colocação de cabos e ductos submarinos; GRDUWLJRGD&RQYHQomRHVWDEHOHFHUHPGLSORPDHVSHFtÀFR
b) DFRQVWUXomRHXWLOL]DomRGHLOKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HV condições para a instalação de cabos e ductos que penetrem no
e estruturas; seu mar territorial, bem como assegurar o exercício dos poderes
c) a sua plataforma continental; de jurisdição sobre cabos e ductos construídos ou utilizados em
d) as perfurações na sua plataforma continental; relação com a exploração da sua plataforma continental ou com
e) a escavação de túneis; o aproveitamento dos seus recursos, ou com o funcionamento
f) a protecção e preservação do meio marinho; GDVLOKDVDUWLÀFLDLVGDVLQVWDODo}HVHGDVHVWUXWXUDVVREMXULVGLomR
g) DLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDSURVSHFomRHSHVTXLVDPDULQKDV do Estado moçambicano.
de qualquer natureza, nos termos do disposto nos
artigos seguintes da presente Lei. ARTIGO 55
ARTIGO 53 ,OKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVHVWUXWXUDVSODWDIRUPDVÀ[DV
e móveis)
(Protecção e preservação do meio marinho)
1. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no artigo 80
1. Compete ao Governo, a título preventivo, tomar medidas e da conjugado com a alínea a) do número 1 do artigo 60, ambos
para evitar acidentes de poluição previstas na Convenção,
da Convenção, tem o direito exclusivo de construir, autorizar
utilizando, para o efeito, os meios mais viáveis de que disponha
e em conformidade com as suas possibilidades, devendo esforçar- e regulamentar a construção, operação e utilização de ilhas
-se por harmonizar as suas políticas a esse respeito. DUWLÀFLDLV GH SODWDIRUPDV LQVWDODo}HV H GH HVWUXWXUDV VREUH
2. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no número DSODWDIRUPDFRQWLQHQWDOSDUDRVÀQVSUHYLVWRVQDDOtQHDa) do
1 do artigo 208 da Convenção, adopta legislação para prevenir, Q~PHURGRDUWLJRGD&RQYHQomRHSDUDRXWUDVÀQDOLGDGHV
reduzir e controlar a poluição do meio marinho, proveniente HFRQyPLFDV TXH QmR LQWHUÀUDP QR H[HUFtFLR GRV VHXV GLUHLWRV
directa ou indirectamente de actividades relativas aos fundos na sua plataforma continental.
marinhos da sua plataforma continental e a proveniente de ilhas 2. O Estado moçambicano, nos termos das disposições
DUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVHHVWUXWXUDVDÀQV conjugadas do artigo 80 e do número 2 do artigo 60 da Convenção,
3. Visando a protecção e preservação do meio marinho, ao tem jurisdição exclusiva sobre as referidas ilhas artificiais,
abrigo do disposto no número 2 do artigo 208 da Convenção, são plataformas, instalações e estruturas, compreendendo, entre
estabelecidas, entre outras, as seguintes proibições: RXWURV RV SRGHUHV GH FDUiFWHU ÀVFDO DOIDQGHJiULR VDQLWiULR
a) a poluição do meio marinho, proveniente directa ou de segurança e de imigração.
indirectamente de actividades relativas aos fundos 3. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no ar-
marinhos da plataforma continental e a proveniente tigo 80 conjugado com o número 4 do artigo 60 da Convenção
GH LOKDV DUWLÀFLDLV GH LQVWDODo}HV RX GH HVWUXWXUDV pode, quando o considere necessário, criar, em redor das ilhas
existentes sobre a plataforma continental; artificiais, plataformas, instalações e estruturas, zonas de
b) D HPLVVmR GH VXEVWkQFLDV Wy[LFDV SUHMXGLFLDLV segurança razoável, nas quais pode tomar medidas adequadas
especialmente as não degradáveis, provenientes SDUDJDUDQWLUDVHJXUDQoDGDQDYHJDomRHDGDVLOKDVDUWLÀFLDLV
GDDWPRVIHUDRXDWUDYpVGHODRXSRUDOLMDPHQWR instalações e estruturas.
c) a realização do alijamento sem autorização da Autoridade  2 UHJLVWR GDV LOKDV DUWLÀFLDLV SODWDIRUPDV LQVWDODo}HV
da Administração Marítima competente nacional; e estruturas no mar produz efeitos equiparados aos do registo
d) a poluição do meio marinho proveniente de quaisquer de embarcações nacionais.
fontes. 5. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no ar-
4. O Estado moçambicano, nos termos do disposto no número tigo 80 conjugado com o número 5 do artigo 60 da Convenção,
 GR DUWLJR GD &RQYHQomR H DFWXDQGRSRU LQWHUPpGLRGH WHPFRPSHWrQFLDSDUDGHÀQLUDH[WHQVmRGDV]RQDVGHVHJXUDQoD
organizações internacionais competentes ou de uma conferência e concebe de modo a responder à natureza e às funções das ilhas
diplomática, estabelece regras, normas, práticas e procedimentos DUWLÀFLDLVSODWDIRUPDVLQVWDODo}HVRXHVWUXWXUDVQmRH[FHGHQGR
recomendados, de carácter regional ou internacional para uma distância de 500 metros em seu redor, medida a partir de cada
prevenir, reduzir e controlar a poluição por alijamento que, com ponto do seu bordo exterior, salvo autorização ou recomendação
periodicidade necessária, devem ser reexaminadas. de normas internacionais consuetudinárias ou convencionais.
6. Para os efeitos do disposto no presente artigo, o Estado
ARTIGO 54 PRoDPELFDQRSURFHGHjGHYLGDQRWLÀFDomRGDH[WHQVmRGDV]RQDV
(Colocação de cabos e ductos submarinos) de segurança.
1. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no número ARTIGO 56
3 do artigo 79 da Convenção, tem competência para autorizar
o traçado da linha para a colocação de cabos ou ductos na sua (Perfurações)
plataforma continental. O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no artigo 81
2. A colocação e manutenção de cabos e ductos submarinos na da Convenção, tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar
SODWDIRUPDFRQWLQHQWDOSRUHVWUDQJHLURVÀFDVXMHLWDjDXWRUL]DomR as perfurações na sua plataforma continental, quaisquer que sejam
SUpYLD GR yUJmR GR *RYHUQR UHVSRQViYHO SHOD iUHD GR PDU RVVHXVÀQVQRVWHUPRVGDOHJLVODomRQDFLRQDODSOLFiYHO
5168 I SÉRIE — NÚMERO 216

ARTIGO 57 3. O disposto no número 2 do presente artigo não se aplica


quando a entidade requerente comprove que nenhuma entidade
(Escavação de túneis)
e ou instituição nacional demonstrou interesse em celebrar
O Estado moçambicano, ao abrigo do disposto no artigo 85 FRQWUDWRVRXDFRUGRVSDUDDUHDOL]DomRGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
da Convenção, tem o direito de aproveitar o subsolo da sua marinha solicitada.
plataforma continental por meio de escavações de túneis, qualquer
que seja a profundidade das águas no local considerado. ARTIGO 61
ARTIGO 58 'HVHQYROYLPHQWRFLHQWtÀFRHWHFQROyJLFR
$FRQWULEXLomRSDUDRGHVHQYROYLPHQWRFLHQWtÀFRWHFQROyJLFR
(Mecanismos jurisdicionais para o controlo da poluição marinha)
nacional, incluindo a transferência de conhecimentos para o País,
1. Compete ao Governo, ao abrigo do disposto no artigo 214 pFRQGLomRIXQGDPHQWDOSDUDFRQFHVVmRGDDXWRUL]DomRGHTXH
da Convenção, assegurar a execução da legislação adoptada trata o artigo 60 da presente Lei, devendo a entidade interessada
HPFRQIRUPLGDGHFRPRDUWLJRGD&RQYHQomRFRPRÀP HP UHDOL]DU D LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD PDULQKD DSUHVHQWDU DR
de prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho, yUJmR GR *RYHUQR UHVSRQViYHO SHOD iUHD GR PDU XP SURMHFWR
proveniente directa ou indirectamente de actividades relativas aos de pesquisa que enuncia, de forma inequívoca, as vantagens
fundos marinhos da sua plataforma continental e provenientes de concretas para o País.
LOKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVRXHVWUXWXUDVVREUHDVXDSODWDIRUPD
continental. ARTIGO 62
2. Compete ao Governo, ao abrigo do disposto no artigo 221
5HTXLVLWRSDUDUHDOL]DULQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
da Convenção, tomar medidas proporcionais ao dano efectivo ou
SRWHQFLDOVREUHLOKDVDUWLÀFLDLVLQVWDODo}HVRXHVWUXWXUDVVREUHD A investigação científica marinha nas águas marítimas
sua plataforma continental contra a poluição ou perante a ameaça moçambicanas bem como na plataforma continental devem ser
de poluição resultante de acidente marítimo. UHDOL]DGDVSDUDÀQVH[FOXVLYDPHQWHSDFtÀFRVHGHDFRUGRFRP
3. Para efeitos do presente artigo, entende-se por acidente o disposto na presente Lei e demais legislação nacional aplicável,
marítimo o abalroamento, encalhe ou outro incidente de bem como nos actos internacionais nos quais a República
QDYHJDomRRXDFRQWHFLPHQWRQXPDLOKDDUWLÀFLDOLQVWDODomRRX de Moçambique esteja vinculado.
estruturas sobre a plataforma continental de que resultem danos
ARTIGO 63
materiais ou ameaça eminente de danos materiais à embarcação
ou à sua carga.  &RQGLo}HVSDUDDUHDOL]DomRGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
4. O Estado moçambicano exerce jurisdição penal sobre ilhas As instituições e entidades interessadas em realizar investigação
DUWLÀFLDLV LQVWDODo}HV H HVWUXWXUDV LQIUDFWRUDV SRU LQWHUPpGLR FLHQWtÀFD PDULQKD QDV iJXDV PDUtWLPDV PRoDPELFDQDV EHP
GHIXQFLRQiULRVRÀFLDOPHQWHKDELOLWDGRVHQDYLRVGHJXHUUDRX como, na plataforma continental devem satisfazer, entre outras,
aeronaves militares, ou outros navios ou aeronaves que possuam as seguintes condições:
VLQDLVFODURVHVHMDPLGHQWLÀFiYHLVFRPRHVWDQGRDRVHUYLoRGR a) garantir a reserva de vagas a bordo dos navios e/ou
Estado moçambicano, e autorizados para o efeito, e aos quais a aeronaves, que serão utilizados durante os trabalhos,
Convenção atribui poderes para o exercício de poderes de polícia D ÀP GH TXH XP UHSUHVHQWDQWH LQGLFDGR SHOR yUJmR
em relação às embarcações estrangeiras para a execução dessas do Governo responsável pela área do mar e, no
medidas, em observância da parte XII da Convenção. mínimo, um cientista indicado por algum dos sectores
SECÇÃO VIII e instituições interessados, participem e acompanhem
WRGDVDVRSHUDo}HVUHODWLYDVjLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
,QYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD pretendida, sem qualquer despesa para o Estado;
ARTIGO 59 b) IRUQHFHU DR yUJmR GR *RYHUQR UHVSRQViYHO SHOD iUHD
GR PDU  GLDV DSyV R WpUPLQR GD LQYHVWLJDomR
FLHQWtÀFDUHODWyULRVSUHOLPLQDUHV
(Âmbito)
$ LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD PDULQKD FRPSUHHQGH R FRQMXQWR c) HQYLDUDRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHOSHODiUHDGRPDU
GH WUDEDOKRV H[HFXWDGRV FRP ÀQDOLGDGH SXUDPHQWH FLHQWtÀFD DWpGLDVDSyVRWpUPLQRGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
TXHLQFOXDPHVWXGRVRFHDQRJUiÀFRVKLGURJUiÀFRVOLPQRJUiÀFRV todos os dados, informações e resultados obtidos,
HGHSURVSHFomRJHROyJLFDHRXJHRItVLFDHPSUHJDQGRQDYLRV acompanhados de uma avaliação detalhada e completa,
DHURQDYHV H RXWURV PHLRV DWUDYpV GD DPRVWUDJHP RSHUDo}HV bem como, sempre que solicitado por aplicável,
GHUHJLVWRÀOPDJHQVIRWRJUDÀDVVRQGDJHQVHRXWUDV fornecer todas as amostras colectadas que possam ser
GLYLGLGDVVHPSUHMXt]RGRVHXYDORUFLHQWtÀFR
ARTIGO 60
d) SURSRUFLRQDU DR UHSUHVHQWDQWH GR yUJmR GR *RYHUQR
$XWRUL]DomRGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD responsável pela área do mar e aos cientistas
 &RPSHWH DR yUJmR GR *RYHUQR UHVSRQViYHO SHOD iUHD moçambicanos indicados para acompanhar
do mar autorizar e acompanhar o desenvolvimento de actividades os trabalhos nos navios e ou aeronaves, amplo acesso
UHODFLRQDGDV FRP D LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD PDULQKD UHDOL]DGD a todos os compartimentos, equipamentos, instrumentos
nas águas marítimas moçambicanas, bem como, na plataforma e registros de bordo;
continental, ao abrigo do disposto nos números 1, 2 e 3 do ar- e) assegurar a inclusão de nacionais em estudos conjuntos,
tigo 246 da Convenção. SyVFUX]HLUR UHODWLYRV D LQYHVWLJDomR FLHQWLILFD
$VDXWRUL]Do}HVSDUDDUHDOL]DomRGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD realizada;
marinha, solicitadas por estrangeiros, pessoa física ou jurídica, f) retirar, salvo acordo em contrário, todas as estruturas
organização governamental ou privada ou por organizações e equipamentos instalados nas águas marítimas
internacionais, são concedidas, apenas, quando decorrentes de moçambicanas, logo que termine a pesquisa ou inves-
contratos ou acordos celebrados com instituições nacionais. WLJDomRFLHQWtÀFD
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5169

g) divulgar, no plano nacional e internacional, mediante marinha são obrigados a possuir seguro de responsabilidade
SUpYLDDXWRUL]DomRGRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHO civil que cubra eventuais danos causados a terceiros e ao Estado
pela área do mar, os resultados da investigação em consequência da navegação em actividades de investigação
FLHQWtÀFDHPTXHKDMDLQFLGrQFLDGLUHFWDQDH[SORUDomR FLHQWtÀFDPDULQKD
e aproveitamento dos recursos naturais vivos e não
YLYRVDSyVDVXDHQWUHJDDR(VWDGRPRoDPELFDQR CAPÍTULO IV

ARTIGO 64 Embarcações
SECÇÃO I
(Navios e aeronaves autorizados)
1. Os navios e aeronaves autorizados a realizar investigação 1DWXUH]DMXUtGLFDHFODVVLÀFDomR
FLHQWtÀFDTXDQGRQDYHJDQGRHPiJXDVPDUtWLPDVPRoDPELFDQDV ARTIGO 69
devem, entre outras obrigações:
a) WHU D ERUGR XP UHSUHVHQWDQWH GHVLJQDGR SHOR yUJmR (Natureza jurídica)
do Governo responsável pela área do mar; $VHPEDUFDo}HVVmRUHSXWDGDVEHQVPyYHLVVXMHLWDVDUHJLVWR
b) LQIRUPDU GLDULDPHQWH HP KRUD GHWHUPLQDGD DR yUJmR nos termos da presente Lei e demais legislação aplicável.
do Governo responsável pela área do mar, a sua posição
HP FRRUGHQDGDV JHRJUiÀFDV EHP FRPR RV UXPRV ARTIGO 70
e velocidades a adoptar em cada 24 horas.
&ODVVLÀFDomR
6HPSUHTXHVROLFLWDGRVSHORyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHO
pela área do mar, os navios e aeronaves estrangeiros devem levar $FODVVLÀFDomRGHHPEDUFDo}HVFRQVRDQWHRVWLSRVFDWHJRULDV
a bordo um tripulante que tenha domínio do idioma português, IXQo}HV H FDUDFWHUtVWLFDV REVHUYD D QRPHQFODWXUD H FULWpULRV
SDUDVHUYLUGHLQWpUSUHWHSDUDRVPRoDPELFDQRVHPEDUFDGRVFRP HVWDEHOHFLGRVSHOR*RYHUQRHPUHJXODPHQWDomRHVSHFtÀFD
RVHVWUDQJHLURVTXHSDUWLFLSDPGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
SECÇÃO II
ARTIGO 65 &RQVWUXomRDTXLVLomRDOLHQDomRUHJLVWRHFHUWLÀFDomR
(Navios em trânsito) ARTIGO 71
Aos navios em trânsito em águas marítimas moçambicanas
&RQVWUXomRDTXLVLomRHDOLHQDomR
QmR p SHUPLWLGD D FROHFWD GH TXDLVTXHU GDGRV RX LQIRUPDo}HV
FLHQWtÀFDVRXOHYDQWDPHQWRVKLGURJUiÀFRV A construção, aquisição ou alienação de embarcações carecem
de autorização do Governo, nos termos estabelecidos em diploma
ARTIGO 66 HVSHFtÀFR
5HVXOWDGRVGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
ARTIGO 72
$DQiOLVHGRVUHVXOWDGRVGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
FDEHDRVyUJmRVGR*RYHUQRUHVSRQViYHLVSHODViUHDVGRPDUHGD  5HJLVWRHFHUWLÀFDomR
FLrQFLDHWHFQRORJLDEHPFRPRDRVGHPDLVyUJmRVLQWHUHVVDGRV 1. O registo e certificação de embarcações obedecem
que solicitem os dados para sua análise, quando aplicável. DSUHVFULo}HVHPPDWpULDVGHVHJXUDQoDPDUtWLPDHSURFHGLPHQWRV
&DEHDRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHOSHODiUHDGRPDU estabelecidos pelo Governo.
encaminhar, às demais instituições nacionais interessadas,
R PDWHULDO UHFHELGR GRV H[HFXWRUHV GD LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD
2. As normas relativas à atribuição de nacionalidade
marinha. à embarcações, decorrente do seu registo e certificação,
consubstanciando o direito de arvorar a bandeira nacional, são
ARTIGO 67 estabelecidas pelo Governo, tendo em conta o disposto nos artigos
91 e 92, ambos da Convenção.
6XVSHQVmRHFDQFHODPHQWRGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
3. As embarcações estrangeiras afretadas para operarem
&RPSHWH DR *RYHUQR VXVSHQGHU RX DWp FDQFHODU DV DXWR QR 3DtV FDUHFHP GH UHJLVWR H FHUWLÀFDomR SUpYLD QRV WHUPRV
rizações que tiver entretanto, concedido para a realização
GHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDVH
a regulamentar.
a) as actividades de investigação não se realizarem SECÇÃO III
em conformidade com as informações transmitidas,
nos termos do disposto no artigo 248 da Convenção Controlo de tráfego marítimo, responsabilidade e segurança
e nas quais se tenha fundamentado o consentimento de embarcações
do Estado moçambicano; ARTIGO 73
b) o Estado ou a organização internacional competente
que realizar as actividades de investigação, não (Responsabilidade do proprietário da embarcação)
cumprir o disposto na presente Lei e no artigo 249 da 4XDQGRXPDHPEDUFDomRHVWLYHUHPGRFDVHFDRXÁXWXDQWH
Convenção, no que se refere aos direitos do Estado estaleiro de construção ou de reparação, seja qual for o seu estado
FRVWHLURUHODWLYRVDRSURMHFWRGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD ou condição e ocorra um sinistro a bordo ou em conexão com
marinha. essa embarcação, o proprietário incorre em responsabilidade civil
pelas faltas na tomada de medidas de precaução e pelas perdas,
ARTIGO 68
danos em pessoas e bens daí resultantes, salvo nos casos em que
(Seguro de responsabilidade civil) VHSURYHTXHDQHJOLJrQFLDpLPSXWiYHODRXWUDSHVVRD
Os armadores, proprietários ou gestores de navios 2. O disposto no número 1 do presente artigo não se aplica
ou embarcações e aeronaves nacionais e/ou estrangeiras em prejuízo de outras disposições legais ou regulamentos relativos
DXWRUL]DGRVDGHVHQYROYHUDFWLYLGDGHVGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD à responsabilidade dos proprietários das embarcações.
5170 I SÉRIE — NÚMERO 216

ARTIGO 74 3. Ficam excluídos da alçada de investigação de acidentes


e incidentes marítimos por parte da CPIAM os seguintes casos:
(Sistemas de separação e controlo de tráfego marítimo)
a) embarcações ou navios de guerra ou de transporte
1. Compete ao Governo estabelecer e actualizar, em
de forças de defesa e segurança;
UHJXODPHQWRHVSHFtÀFRRXHPFDUWDVPDUtWLPDVGHDFRUGRFRP b) embarcações sem propulsão mecânica e/ou de madeira
as disposições aplicáveis e o direito internacional, rotas marítimas de construção artesanal;
e sistemas de separação de tráfego a que deve dar publicidade, c) HPEDUFDo}HVGHUHFUHLRTXHQmRVHGHGLTXHPDRFRPpU
tendo em conta: cio, excepto se forem tripuladas e transportarem mais
a) as recomendações da organização internacional GHSDVVDJHLURVSDUDÀQVFRPHUFLDLV
competente; d) embarcações de pesca de comprimento inferior a 10
b) os canais que se utilizam, habitualmente, para a nave- metros.
gação internacional;
c) as características especiais de determinadas embarcações; ARTIGO 78
d) a densidade do tráfego.
(Organização e funcionamento da CPIAM)
2. Compete ainda ao Governo estabelecer o sistema de controlo
O sistema de organização e funcionamento da CPIAM
pGHÀQLGRHPHVWDWXWRSUySULRDVHUDSURYDGRSHOR*RYHUQR
de tráfego no espaço marítimo nacional.

CAPÍTULO V CAPÍTULO VII


Regime Laboral Marítimo Política do Mar
ARTIGO 75 ARTIGO 79
(Regime aplicável ao trabalho marítimo) (Objectivos)
Compete ao Governo estabelecer o regime aplicável $3ROtWLFDGR0DUGD5HS~EOLFDGH0RoDPELTXHpDGRSWDGD
ao trabalho marítimo decorrente da legislação laboral e das con- tendo como objectivos:
venções internacionais de que a República de Moçambique seja a) reforçar o exercício da soberania do Estado moçambicano
parte ou venha a ser parte. sobre as águas jurisdicionais marítimas;
b) desenvolver no mar uma economia azul, rentável
ARTIGO 76
e sustentável;
(Sujeição de marítimos) c) promover o empoderamento do cidadão e empresas
7RGR R LQGLYtGXR TXH H[HUoD XPD SURÀVVmR PDUtWLPD HVWi QDFLRQDLVSDUDRH[HUFtFLRGHDFWLYLGDGHVHFRQyPLFDV
VXMHLWRjMXULVGLomRGRVyUJmRVGR*RYHUQRUHVSRQViYHLVSHODV no mar e nas zonas costeiras;
áreas do mar e do trabalho e à inscrição marítima, nos termos d) SURPRYHURGHVHQYROYLPHQWRWHFQROyJLFRHFLHQWtÀFRQR
À[DGRV QD OHJLVODomR HVSHFtÀFD RV TXDLV WrP D GHVLJQDomR
mar e nas zonas costeiras, priorizando a investigação,
JHQpULFDGHPDUtWLPRV
a inovação e a extensão;
e) estabelecer princípios e mecanismos para o ordenamento
CAPÍTULO VI do espaço marítimo e das zonas costeiras;
f) adoptar uma governação do mar e das zonas costeiras
Acidentes e Incidentes Marítimos abrangente, coordenada e coerente;
ARTIGO 77 g) promover a cooperação internacional ligada ao mar para
DV PDWpULDV UHODWLYDV DRV UHFXUVRV FRPSDUWLOKDGRV
(Investigação) e à delimitação de fronteiras marítimas;
1. Para a coordenação da investigação de acidentes e incidentes h) promover a utilização sustentável do mar e das zonas
PDUtWLPRVEHPFRPRUHFRPHQGDUPHGLGDVGHSUHYHQomRpFULDGD costeiras para manifestações desportivas, culturais
a Comissão Permanente de Investigação de Acidentes e Incidentes e religiosas;
0DUtWLPRV DEUHYLDGDPHQWH GHVLJQDGD &3,$0 yUJmR WpFQLFR i) SURWHJHUHYDORUL]DURSDWULPyQLRDUTXHROyJLFRH[LVWHQWH
HVSHFLDOL]DGRGHQtYHOFHQWUDOWXWHODGRSHORyUJmRGR*RYHUQR no mar e nas zonas costeiras;
responsável pela área do mar. j) promover a adequação e a adopção sistemática
2. Os actos de investigação de acidentes e incidentes marítimos de conteúdos sobre o mar e as zonas costeiras nos
sob alçada do CPIAM, compreendem: programas de ensino.
a) navios que arvoram a bandeira nacional; 2. Compete ao Governo aprovar a Política do Mar, bem como
b) os que ocorram no espaço marítimo nacional; adoptar normas e planos para a prossecução dos objectivos
c) os que tenham causado danos ou colocado em grave referidos no número 1 do presente artigo.
perigo o meio ambiente marinho, incluindo as águas ARTIGO 80
QDYHJiYHLVGRVGRPtQLRVS~EOLFRODFXVWUHHÁXYLDO
(Coordenação)
d) os que tenham dado origem a/ou ameacem provocar,
graves danos ao Estado moçambicano, às suas A acção do Estado Moçambicano, na implementação
instalações ou estruturas sobre as quais está autorizado GD 3ROtWLFD GR 0DU p UHDOL]DGD VRE FRRUGHQDomR GR yUJmR
a exercer soberania ou jurisdição; do Governo responsável pela área do mar.
e) dos quais tenha resultado a perda de vidas humanas, ou ARTIGO 81
ferimentos graves de cidadãos nacionais e estrangeiros;
f) dos quais resulte o encalhe ou inutilização de uma (Conselho Nacional do Mar)
embarcação ou envolvimento numa colisão ou 1. É criado o Conselho Nacional do Mar, abreviadamente
abarloamento; GHVLJQDGRSRU&10yUJmRFRQVXOWLYRGR*RYHUQRHQFDUUHJXH
g) resultem danos materiais em infra-estruturas, instalação, de acompanhar e pronunciar-se sobre a execução da Política do
LOKDVDUWLÀFLDLVSODWDIRUPDVPDUtWLPDVÀ[DVRXPyYHLV mar.
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5171

$R &RQVHOKR 1DFLRQDO GR 0DU SDUD DOpP GDV IXQo}HV 2. Os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo
consultivas, compete, nomeadamente: constituem representações descritivas e geo-espaciais que
a) manter o Governo informado sobre os aspectos estabelecem a distribuição espacial e temporal dos usos
críticos e recorrentes que afectem a exploração e/ou e actividades existentes e potenciais.
desenvolvimento de actividades no mar, bem como 3. Compete ao Governo aprovar o Plano de Situação
sua conservação e dos recursos vivos e não vivos nele e os Planos de Afectação.
existentes;
b) identificar as limitações institucionais, de recursos SECÇÃO II
KXPDQRV ILQDQFHLURV H HFRQyPLFRV TXH DIHFWHP
a prossecução dos objectivos da Política do Mar Utilização do espaço marítimo
e propor soluções adequadas; ARTIGO 85
c) propor planos, programas, projectos e medidas
(Utilização comum)
necessárias ao desenvolvimento de actividades
sustentáveis no Espaço Marítimo Nacional, incluindo  2 HVSDoR PDUtWLPR QDFLRQDO p GH XVR H IUXLomR FRPXP
o desenvolvimento da economia azul; nomeadamente nas suas funções de lazer.
d) recomendar a adopção de medidas específicas 2. As utilizações comuns do espaço marítimo nacional como
RXRGHVHQYROYLPHQWRGHDFo}HVSRUSDUWHGRVyUJmRV a pesca, a navegação marítima e o desporto náutico ou de recreio
centrais e locais do Estado e demais organismos com não estão sujeitas a títulos de utilização, desde que respeitem
competência funcional e/ou com interesses no mar. D OHL H RV FRQGLFLRQDPHQWRV GHÀQLGRV QRV SODQRV DSOLFiYHLV
3. Compete, ainda ao Governo definir a composição e não prejudique o bom estado ambiental do meio marinho e das
e o funcionamento do CNM. zonas costeiras.
CAPÍTULO VIII ARTIGO 86
Ordenamento e Utilização do Espaço Marítimo Nacional
(Utilização privativa)
SECÇÃO I
É admissível a utilização privativa do espaço marítimo
Ordenamento do espaço marítimo nacional, mediante reserva de área ou volume, para um
ARTIGO 82 aproveitamento do meio ou dos recursos marinhos ou serviços
dos ecossistemas superior ao obtido por utilização comum, desde
(Objectivos do ordenamento e gestão do Espaço Marítimo)
que resulte em vantagem para o interesse público.
O ordenamento e a gestão do Espaço Marítimo Nacional têm
como objectivos: ARTIGO 87
a) SURPRYHUDH[SORUDomRHFRQyPLFDVXVWHQWiYHOUDFLRQDO (Títulos de utilização privativa)
HHÀFLHQWHGRVUHFXUVRVPDULQKRVHGRVHFRVVLVWHPDV
garantindo a compatibilidade e a sustentabilidade dos 1. A utilização privativa do espaço marítimo nacional carece
diversos usos e das actividades nele desenvolvidos, de atribuição de um título de utilização, emitido nos termos e
atendendo à responsabilidade inter e intrageracional condições previstos na presente Lei e demais legislação aplicável,
na utilização do espaço marítimo nacional e visando tendo como contrapartida o pagamento da respectiva taxa.
a criação do emprego; 2. O direito de utilização privativa do espaço marítimo nacional
b) atender à preservação, protecção e recuperação pDWULEXtGRSRUFRQFHVVmROLFHQoDRXDXWRUL]DomRTXDOTXHUTXH
dos valores naturais, biodiversidade e dos ecossistemas seja a natureza e forma jurídica do seu titular.
costeiros e marinhos e à manutenção do bom estado 3. Os títulos de utilização privativa caducam no termo
ambiental do meio marinho, assim como a prevenção GRSUD]RQHOHVÀ[DGRVHH[WLQJXHPVHQDVFRQGLo}HVSUHYLVWDV
HPGLSORPDSUySULR
de riscos e à minimização dos efeitos decorrentes
de catástrofes naturais, de alterações climáticas
ou da acção humana; 4. A atribuição de um título de utilização privativa obriga
c) garantir a segurança jurídica e a transparência dos pro- o seu titular a uma utilização efectiva e determina o dever
cedimentos de atribuição dos títulos de utilização de assegurar, a todo o tempo, a adopção de medidas necessárias
privativa, e permitir o exercício dos direitos para a obtenção e manutenção do bom estado ambiental do meio
de informação e participação. PDULQKRHGDV]RQDVFRVWHLUDVHVWDQGRREULJDGRDSyVDH[WLQomR
do referido título, a executar as diligências necessárias para
ARTIGO 83 a reconstituição das condições físicas que tenham sido alteradas
(Elaboração dos instrumentos de ordenamento) HTXHQmRVHWUDGX]DPQXPEHQHItFLRQRVWHUPRVDGHÀQLUHP
Os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional GLSORPDHVSHFtÀFR
que respeitem à zona entre a linha de base e o limite exterior
ARTIGO 88
GRPDUWHUULWRULDOj]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDDWpjVPLOKDV
PDUtWLPDVHDSODWDIRUPDFRQWLQHQWDOSDUDDOpPGDVPLOKDV (Emissão de outras concessões, licenças ou autorizações)
marítimas, são elaborados e aprovados pelo Governo ou a quem 1. A atribuição de um título de utilização privativa não concede
este delegar. ao seu titular o direito à utilização ou exploração de recursos
do espaço marítimo nacional.
ARTIGO 84
2. Nos casos em que o exercício de um uso ou de uma
(Instituição e aprovação de instrumentos de ordenamento) DFWLYLGDGHGHSHQGDSDUDDOpPGRWtWXORGHXWLOL]DomRSULYDWLYD
1. São instituídos, como instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional, da emissão de outras concessões,
do espaço marítimo nacional, o Plano de Situação e os Planos licenças ou autorizações, os vários procedimentos aplicáveis são
de Afectação. articulados nos termos a desenvolver em legislação complementar.
5172 I SÉRIE — NÚMERO 216

SECÇÃO III $V DFo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD QD iUHD GH H[HUFtFLR
'HVHQYROYLPHQWRGDHFRQRPLDGRPDUHiUHDVDÀQV
de actividades no mar, incidem, entre outros, sem prejuízo
GHOHJLVODomRHVSHFtÀFDVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV
ARTIGO 89
a) controlo e monitoria da actividade de investigação
0HFDQLVPRSDUDÀQDQFLDPHQWR FLHQWtÀFDPDULQKD
2*RYHUQRSRGHFULDUSRUGLSORPDOHJDOHVSHFtÀFRPHFDQLVPRV b) inspecção do trabalho marítimo;
H FULWpULRV DSURSULDGRV SDUD R ILQDQFLDPHQWR GH HQWLGDGHV c) ILVFDOL]DU D DFWLYLGDGH GH H[SORUDomR HFRQyPLFD
actividades ou projectos no contexto de desenvolvimento da e da utilização do espaço marítimo.
HFRQRPLDGRPDUÀVFDOL]DomRHVHJXUDQoDPDUtWLPDLQYHVWLJDomR $VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDGHSUHVHUYDomR
FLHQWtÀFD H WHFQROyJLFD H SURWHFomR H PRQLWRUL]DomR GR PHLR do ambiente marinho, incidem, entre outros, sem prejuízo
marinho. GHOHJLVODomRHVSHFtÀFDVREUHRVVHJXLQWHV
CAPÍTULO IX a) garantia da preservação e protecção do meio marinho
e subaquático;
Fiscalização do Espaço Marítimo Nacional
b) garantia do controlo e da prevenção da poluição das águas
ARTIGO 90 no espaço marítimo.
(Objecto) $V DFo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD QD iUHD GH SURWHFomR
1. A fiscalização do espaço marítimo tem por objecto e saúde pública, incidem, entre outros, sem prejuízo de legislação
o controlo, monitoria e vigilância das actividades que demandam HVSHFtÀFDVREUHRVVHJXLQWHV
a sua utilização, incluindo a inspecção e segurança de embar- a) inspecção sanitária de navios;
FDo}HV HVWUXWXUDV SODWDIRUPDV À[DV RX PyYHLV EHP FRPR b) controlo e mitigação do lixo marinho;
a autuação e sancionamento das infracções de natureza criminal c) saneamento da orla marítima.
e contravencional.
1RH[HUFtFLRGDIXQomRÀVFDOL]DGRUDR(VWDGRPRoDPELFDQR ARTIGO 92
H[HUFHMXULVGLomRSRULQWHUPpGLRGHIXQFLRQiULRVRÀFLDOPHQWH &RRUGHQDomRGDÀVFDOL]DomRPDUtWLPD
habilitados e apoiados por navios de guerra, aeronaves militares
 3DUD JDUDQWLU XPD HÀFLHQWH H HÀFD] ÀVFDOL]DomR GH DFWL
ou outros navios e aeronaves que possuam sinais claros e sejam
LGHQWLÀFiYHLVFRPRHVWDQGRDRVHUYLoRGR(VWDGRPRoDPELFDQR YLGDGHV TXH RFRUUHP QR HVSDoR PDUtWLPR QDFLRQDO p FULDGR
mandatados para o efeito. o Centro de Coordenação de Operações de Fiscalização Marítima
abreviadamente designado por CEFMAR, que integra todas
ARTIGO 91 DVHQWLGDGHVFRPIXQo}HVGHÀVFDOL]DomRQRHVSDoRPDUtWLPR
ÇPELWRGDÀVFDOL]DomRPDUtWLPD
nacional, no âmbito do previsto no artigo 91 da presente Lei.
 1R H[HUFtFLR GDV VXDV IXQo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD
1. As acções de fiscalização marítima na área de ordem LQWHJUDGDR&()0$5FRRUGHQDDSODQLÀFDomRHSURJUDPDomR
e segurança, incidem, entre outras, sem prejuízo de legislação
operativa de actividades e da utilização conjunta dos recursos
HVSHFtÀFDVREUHDVPDWpULDVVHJXLQWHV
humanos e institucionais, os meios operativos requeridos,
a) controlo, prevenção e repressão da criminalidade, jGLVSRVLomRGDVHQWLGDGHVFRPIXQo}HVGHÀVFDOL]DomRQRkPELWR
da imigração clandestina, do terrorismo, da pirataria, previsto no artigo 91 da presente Lei.
dos crimes ambientais e da poluição no mar; 3. Ao CEFMAR incumbe, ainda, participar da coordenação,
b) garantia da segurança da faixa costeira do domínio SODQLÀFDomR SURJUDPDomR LQWHJUDomR QR FRQWH[WR QDFLRQDO
público marítimo; HPDWHULDOL]DomRGHRSHUDo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDFRQMXQWD
c) protecção civil com incidência no mar e na faixa litoral. que decorrem da implementação de compromissos regionais
$VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDÀVFDOLQFLGHP e internacionais, assumidos pela República de Moçambique.
HQWUHRXWURVVHPSUHMXt]RGHOHJLVODomRHVSHFtÀFDQDSUHYHQomR 4. As entidades referidas no número 2 do presente artigo
e repressão do contrabando. devem empenhar os recursos humanos e institucionais e meios
$VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDGHVHJXUDQoD requeridos de que disponham, na materialização dos objectivos,
marítima, incidem, entre outros, sem prejuízo de legislação SODQRVHSURJUDPDVGHÀQLGRVHDVVXPLGRVQRkPELWRGDVIXQo}HV
HVSHFtÀFDVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV do CEFMAR, quer para responder a acções operativas
programadas, como às de alerta pontual.
a) JDUDQWLDGDVHJXUDQoDÀVFDOL]DomRHFRQWURORGDQDYH 2&()0$5pUHVSRQViYHOSHODFROHFWDDQiOLVHHSDUWLOKD
gação; GH LQIRUPDo}HV UHODFLRQDGDV FRP RSHUDo}HV GH ÀVFDOL]DomR
b) LQVSHFomRGDVHVWUXWXUDVSODWDIRUPDVÀ[DVRXPyYHLV marítima, no âmbito da plataforma.
construídas e ou implantadas no espaço marítimo bem 2&()0$5SRGHÀUPDUSDUFHULDVRXFRQWUDWDUVHUYLoRVMXQWR
FRPRÀVFDOL]DURFXPSULPHQWRGDOHJLVODomRDSOLFiYHO de entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais,
ao seu funcionamento; com vista a criar as condições e capacidade operativa necessárias
c) ÀVFDOL]DomRGRFXPSULPHQWRGDVLQDOL]DomRHEDOL]DJHP DR FXPSULPHQWR HÀFD] GDV PLVV}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD
marítimas, dos acessos, da segurança marítima, das integrada, desde que devidamente autorizado.
ajudas e avisos à navegação e de rádio balizagem 7. Cabe ainda ao CEFMAR emitir o alerta necessário
marítima pelas embarcações; ao desencadeamento de acções de intervenção no âmbito
d) a supervisão, coordenação e manutenção das condições GDÀVFDOL]DomRPDUtWLPDLQWHJUDGD
de segurança nos portos, fundeadouros, bacias 8. O CEFMAR exerce as suas funções sob coordenação
de manobra e canais de acesso; GRyUJmRGR*RYHUQRTXHVXSHULQWHQGHDiUHDGRPDU
e) salvamento da vida humana no mar e realização 9. Compete ao Governo regulamentar sobre as funções,
de operações de busca e salvamento marítimo. organização e regime de funcionamento do CEFMAR.
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5173

CAPÍTULO X l) DIDOVLÀFDomRGHGRFXPHQWRVUHODWLYRVDFDUJDWUDQVSRUWDGD
numa embarcação, bem como furtar-se as autoridades,
Crimes e Contravenções
FRPDÀQDOLGDGHGHHYDVmRÀVFDOVHQGRRDXWRUSXQLGR
ARTIGO 93 com a pena de prisão de dois a oito anos e multa
(Crimes) correspondente;
1. São crimes marítimos, sem prejuízo do disposto em m) a apropriação ilícita ou exercício intencional de força
OHJLVODomRHVSHFtÀFDRVGHÀQLGRVQR&yGLJR3HQDOHQR&yGLJR ou por outra forma de intimidação, do controlo
Disciplinar da Marinha Mercante, e os seguintes: GHXPDSODWDIRUPDLOKDDUWLÀFLDORXTXDOTXHUHVWUXWXUD
ou instalação, sendo o autor punido com a pena de
a) a poluição do espaço marítimo nacional ou, por prisão de doze a dezasseis anos e multa correspondente;
qualquer forma, degradar as suas qualidades, e o meio n) a prática intencional de violência contra uma pessoa
ambiente marinho por fonte de qualquer natureza sem a bordo de uma plataforma, se o acto colocar em
observância das disposições legais, regulamentares ou perigo a sua segurança náutica, sendo o autor punido
obrigações impostas por autoridade competente, bem com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
como da Convenção Internacional para a Prevenção correspondente;
da Poluição por Navios (MARPOL) sendo o autor o) D GHVWUXLomR GH SODWDIRUPD LOKD DUWLÀFLDO RX TXDOTXHU
punido com pena de prisão de dois a oito anos e multa estrutura ou instalação, sendo o autor punido
correspondente; com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
b) a destruição, sem a devida autorização ou por correspondente;
inobservância da licença, da fauna, da flora, dos p) a colocação ou fazer colocar por outrem numa plataforma,
PDQJDLV GRV FRUDLV H GH RXWUDV HVSpFLHV PDULQKDV por qualquer meio, um dispositivo ou uma substância
ODFXVWUHV RX ÁXYLDLV SURWHJLGDV RX SURLELGDV EHP que a possa destruir ou pôr em perigo a sua segurança
como a erosão ou alteração de corpos hídricos, sendo náutica, sendo o autor punido com a pena de prisão de
o autor punido com pena de prisão de oito a doze anos doze a dezasseis anos e multa correspondente;
e multa correspondente; q) o cometimento de ofensas corporais ou homicídio em
c) o processamento, embalagem, importação, exportação, qualquer pessoa, em consequência dos crimes previstos
comercialização, fornecimento, transporte, guarda, nas alíneas m) a p), do presente artigo, bem como
DUPD]HQDPHQWRRXDEDQGRQRGDVHVSpFLHVPDULQKDV das respectivas tentativas, sendo o autor punido com
protegidas ou proibidas, sem autorização e posto que a pena de prisão de dezasseis a vinte anos e multa
não se prove ser o autor da captura e abate das referidas correspondente;
HVSpFLHVpDSOLFDGDVHQGRRDXWRUSXQLGRFRPDSHQD r) o incintamento de outra pessoa a cometer qualquer
GHSULVmRDWpGRLVDQRVHPXOWDFRUUHVSRQGHQWH dos crimes previstos nas alíneas m) a p), do presente
d) a pesca nos meses de defeso ou veda aplicando-se sendo artigo se o mesmo for consumado, ou, de qualquer
o autor punido com a pena de prisão de dois a oito anos forma, actuar como cúmplice, sendo os agentes
e multa correspondente; punidos com a pena de prisão de doze a dezasseis anos
e) a pesca com rede de arrasto, ou de malha mais estreita que e multa correspondente;
a que for limitada pela entidade pública ou pesca por s) a ameaça em cometer qualquer dos crimes previstos
qualquer outro modo proibido pelas mesmas posturas nas alíneas n) e o), do presente artigo, resultando
ou regulamentos sendo o autor punido com a pena em constranger uma pessoa, singular ou colectiva,
de prisão de dois a oito anos e multa correspondente; a praticar ou abster-se de praticar qualquer acto, desde
f) a pesca ilegal por estrangeiros, sendo o autor punido que essa ameaça comprometa a segurança náutica
com a pena de prisão de oito a doze anos e multa da plataforma, estrutura ou instalação, bem como
correspondente; D VHJXUDQoD GH LOKD DUWLÀFLDO VHQGR R DXWRU SXQLGR
g) o lançamento ao mar, rio ou lagoa, em qualquer com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
SHUtRGR GR DQR GH SODQWDV YHQHQRVDV H Wy[LFDV correspondente;
RXRXWURPDWHULDOYHQHQRVRRXHOHFWUL]DQWHFRPÀP t) o acolhimento, encobrimento e transporte em embarcação
de entorpecer ou matar recursos vivos, sendo o autor para fuga, de indivíduo condenado, sendo o autor
punido com a pena de prisão de dois a oito anos SXQLGR D SHQD GH SULVmR DWp GRLV DQRV H PXOWD
e multa correspondente; correspondente;
h) DGLVVHPLQDomRGHGRHQoDVSUDJDVRXRXWUDVHVSpFLHV u) a apropriação de embarcação com fraude, violência ou
nocivas que possam afectar ou causar danos desvio da sua rota normal com o intuito de cometer
ao ambiente marinho e respectivo ecossistema, sendo
roubos, praticar violência contra as pessoas a bordo,
o autor punido com a pena de prisão de dois a oito anos
bem como para atentar contra a segurança do Estado,
e multa correspondente;
sendo o autor punido com a pena de prisão de dezasseis
i) a introdução, sem autorização ou observância de regu-
a vinte anos e multa correspondente;
lamentos vigentes, por via marítima de plantas
HDQLPDLVH[yWLFRVVHQGRRDXWRUSXQLGRFRPSHQD v) a usurpação do comando de embarcação nacional,
de prisão de dois a oito anos e multa correspondente; ou fretada por pessoa singular ou colectiva nacional,
j) transporte por via marítima e/ou águas navegáveis do seguindo-se a este acto, navegação com violação
domínio público lacustre e fluvial, de drogas ou de normas fundamentais de liberdade e segurança
outros estupefacientes, sendo o autor punido com GR WUiIHJR H FRPpUFLR PDUtWLPR RX FRP OHVmR
a pena de prisão de doze a dezasseis anos e multa de interesses nacionais, sendo o autor punido com
correspondente; a pena de prisão de dezasseis a vinte anos e multa
k) transporte e/ou facilitação, por via marítima e/ou águas correspondente;
navegáveis do domínio público lacustre e fluvial w) a alteração de sinais de terra e de mar que constituam
a imigração clandestina de pessoas, sendo o autor manobras fraudulentas de naufrágio, a portagem
punido com a pena de prisão de oito a doze anos H DPDUDJHP GH HPEDUFDo}HV FRP R ÀP GH DWHQWDU
e multa correspondente; contra estas ou contra pessoas ou bens a bordo,
5174 I SÉRIE — NÚMERO 216

pSXQLGDQRVWHUPRVGDVDOtQHDVu) e v) do número 1, ARTIGO 98


do presente artigo.
(Entrada em vigor)
$SUHVHQWH/HLHQWUDHPYLJRUGLDVDSyVDVXDSXEOLFDomR
2. Os crimes referidos no presente artigo, estão sujeitos
à jurisdição dos tribunais marítimos.
Aprovada pela Assembleia da República, aos 30 de Julho
ARTIGO 94 de 2019.
(Prevenção de crimes) A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel
&RPSHWH DR *RYHUQR DVVHJXUDU DWUDYpV GD DXWRULGDGH
Macamo Dlhovo.
marítima competente ou a quem o Governo delegar, a protecção Promulgada, aos 4 de Novembro de 2019.
GHFRQVWUXo}HVQDYDLVÁXWXDQWHVQDYHJDQWHVRXQmRRXTXDOTXHU Publique-se.
LQIUDHVWUXWXUD LQVWDODGD QR HVSDoR PDUtWLPR QDFLRQDO D ÀP O Presidente da República, FILIPE JACINTO NYUSI.
de prevenir o cometimento dos crimes marítimos previstos
na presente Lei.
ANEXO
ARTIGO 95 Glossário
(Contravenções) A
1. Constituem contravenções à presente Lei, as seguintes: Abalroamento – choque entre embarcações em movimento
a) o acto de passagem inofensiva contrária ao disposto no QRHVSDoRPDUtWLPRODFXVWUHRXÁXYLDO
artigo 30 da presente Lei; Afretamento – contrato pelo qual o proprietário do navio,
b) o não fornecimento de informações sobre a identidade ou quem o represente, cede ao afretador o navio ou parte dele.
da embarcação e o porto do seu registo, a sua última Águas interiores marítimas – as situadas no interior das linhas
H SUy[LPD HVFDODV EHP FRPR RXWUDV LQIRUPDo}HV de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial,
pertinentes nos termos do disposto na alínea a) incluindo as baías e os estuários.
do número 3 do artigo 42 da presente Lei; Águas marítimas – as águas interiores marítimas, o mar
c) os actos ou omissões contrárias à protecção e preservação WHUULWRULDO D ]RQD FRQWtJXD H DV iJXDV TXH VH HVWHQGHP DWp DR
do meio marinho, nos termos do disposto no número OLPLWHGD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD
2 do artigo 42, e nos números 1 e 2 do artigo 58 da Alijamento – qualquer lançamento deliberado no mar, de
presente Lei; GHWULWRVRXRXWUDVPDWpULDVDSDUWLUGHHPEDUFDo}HVGHDHURQDYHV
d) os actos ou omissões contrárias às condições para de plataformas ou de outras construções ou qualquer afundamento
a realização da investigação científica marinha deliberado, no mar, de embarcações, de aeronaves, de plataformas
previstas nas alíneas b), c), d), e), e f) do artigo 63 da ou de outras construções.
presente Lei, e ainda o disposto na alínea b) do número Alto mar ² DV iJXDV TXH VH ORFDOL]DP SDUD DOpP GD ]RQD
1 do artigo 64, bem como, no artigo 68 da presente Lei; HFRQyPLFDH[FOXVLYDGRV(VWDGRVFRVWHLURV
e) REDOGHDPHQWRHRWUDQVERUGRVHPSUpYLDDXWRUL]DomR Apresamento ² DFWR GH SUHQGHU FRQÀVFR GH HPEDUFDomR
nos termos do disposto no artigo 43 da presente Lei; ou outro bem por infracção ou incumprimento de normas no
f) a ocupação e utilização privativa das zonas costeiras exercício dos poderes conferidos pela presente Lei e sua legislação
e do espaço marítimo sem a devida permissão, complementar e pela Convenção.
LQFOXLQGRSDUDÀQVGLIHUHQWHVGRVGHÀQLGRVQRWtWXOR Autoridade Marítima – entidade, serviço, organismo
de utilização, nos termos do disposto no artigo 87 ou agente público com competência para exercer a autoridade
da presente Lei. do Estado no espaço marítimo nacional, no quadro de diplomas
2. As sanções aplicáveis às contravenções previstas na presente OHJDLVHVSHFtÀFRVGHFULDomRRXGHGHÀQLomR
Lei são de natureza pecuniária, restritivas do exercício de direitos, B
incluindo a perda de embarcações e/ou equipamentos a favor
do Estado. Baldeação – operação de transferência, incluindo abas-
&RPSHWHDR*RYHUQRHVWDEHOHFHURTXDGURVDQFLRQDWyULR WHFLPHQWRGHFRPEXVWtYHLVyOHRVHOXEULÀFDQWHVjHPEDUFDo}HV
atinente às infracções contravencionais referidas no número 2 HIHFWXDGDVDSDUWLUGHHPEDUFDomRFDUURWDQTXHRXUHVHUYDWyULR
do presente artigo. fixo em terra, bem como a transferência de carga líquida,
&RPSHWHDRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHOSHODiUHDGRPDU directamente, entre embarcações ou entre embarcação e carro-
aplicar as sanções correspondentes às contravenções de que trata WDQTXHRXHQWUHHPEDUFDomRHUHVHUYDWyULRÀ[RHPWHUUD
o número 3 do presente artigo.
C
CAPÍTULO XI
Convenção – Convenção das Nações Unidas sobre o Direito
Disposições Finais do Mar e o Acordo relativo à Implementação da Parte XI da
ARTIGO 96 PHVPD &RQYHQomR UDWLÀFDGD SHOD$VVHPEOHLD GD 5HSXEOLFD
DWUDYpVGD5HVROXomRQžGHGH1RYHPEUR
(Regulamentação)
Compete ao Governo regulamentar a presente Lei, no prazo E
GHGLDVDSyVDVXDSXEOLFDomR
Economia do mar – aproveitamento das potencialidades
ARTIGO 97 do mar e zonas costeiras, assente no conhecimento e em políticas
HHVWUDWpJLDVLQWHJUDGDVHPRUGHPDRGHVHQYROYLPHQWRVXVWHQWDGR
(Norma revogatória) Ecossistemas – complexo dinâmico de comunidades vegetais,
É revogada a Lei n.º 4/96, de 4 de Janeiro e demais legislação animais e de microrganismos e o seu ambiente não vivo, que
que contrarie a presente Lei. interagem como unidade funcional.
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5175

Embarcação²WRGDHVSpFLHGHFRQVWUXomRÁXWXDQWHHPSUHJDGD P
ou capaz de ser usada como meio de transporte sobre águas ou por
Passagem – navegação pelas águas territoriais com fim
via submarina, seja ela tripulada ou não, incluindo plataformas
GHTXDOTXHUWLSRQDWXUH]DHÀQDOLGDGH de atravessar o mar territorial, sem penetrar nas águas interiores
Espaço marítimo nacional – conjunto de zonas marítimas nem fazer escala num ancoradouro ou instalação portuária
VLWXDGDVQRWHUULWyULRQDFLRQDOQRPHDGDPHQWHDViJXDVLQWHULRUHV situada fora das águas interiores bem como dirigir-se às águas
PDUtWLPDVRPDUWHUULWRULDOD]RQDFRQWtJXDD]RQDHFRQyPLFD interiores ou delas sair ou fazer escala num desses ancoradouros
exclusiva, a plataforma continental e a zona costeira. ou instalação portuária.
Estado de bandeira – Estado onde o navio esta matriculado. Passagem inofensiva – passagem que não seja prejudicial
(VWDGRFXMDEDQGHLUDpRVWHQWDGDSHORQDYLR à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, devendo
Estado Costeiro – Estado banhado pelo mar ou oceano. efectuar-se em de conformidade com as normas do direito
Estado insular²(VWDGRFXMRWHUULWyULRpFRPSRVWRGHXPD internacional.
ilha ou grupo de ilhas. Plano de afectação – instrumento de ordenamento por via
do qual se procede à afectação de áreas e/ou volumes do espaço
F PDUtWLPR D XVRV H DFWLYLGDGHV QmR LGHQWLÀFDGRV QR SODQR GH
Fundeador – Local onde os navios ancoram para carga, VLWXDomRTXHTXDQGRDSURYDGRVÀFDPLQWHJUDGRVQRSODQRGH
GHVFDUJDHRXWURVÀQV situação.
Plano de situação – instrumento de ordenamento que
I compreende a totalidade do espaço marítimo nacional e que nele
,OKDVDUWLÀFLDLV – qualquer área de terra criada pelo homem, VHSURFHGHDLGHQWLÀFDomRHDGLVWULEXLomRHVSDFLDOHWHPSRUDOGRV
URGHDGDGHiJXDTXHÀFDDGHVFREHUWDDSUDLDPDU usos e das actividades a desenvolver bem como a representação
Isóbata – curva usada em mapas para representar geo-espacial dos mesmos.
o mapeamento dos pontos da mesma profundidade em oceanos Plataforma continental – compreende o leito e o subsolo das
e lagos com grandes dimensões. iUHDVVXEPDULQDVTXHVHHVWHQGHPDOpPGRVHXPDUWHUULWRULDO
L HPWRGDDH[WHQVmRGRSURORQJDPHQWRQDWXUDOGRVHXWHUULWyULR
WHUUHVWUHDWpDRERUGRH[WHULRUGDPDUJHPFRQWLQHQWDORXDWpXPD
Limnográficos – ambiente lacustres, pântanos e demais distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir
estruturas hidráulicas internas dos continentes, bem como das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que
SURFHVVRVUHODFLRQDGRVWDPEpPFRPDSDLVDJHPTXHUGHRULJHP o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
QDWXUDORXGHFRQVHTXrQFLDDQWUySLFD 3ODWDIRUPDV PDUtWLPDV À[DV H RX PyYHLV – construções
Linha de base normal – linha de baixa-mar ao longo QDYDLVÁXWXDQWHVSRGHQGRQDYHJDURXQmRXVDGDVSDUDGLYHUVRV
da costa, tal como indicado nas cartas marítimas de grande ÀQVHPiJXDVPDULQKDVLQFOXLQGRSDUDRDOFDQFHGHUHVHUYDVGH
HVFDODRÀFLDOPHQWHUHFRQKHFLGDVSHOR(VWDGRDTXDOVHUYHSDUD recursos no fundo do mar, designadamente operações de pesquisa,
DPHGLomRGDODUJXUDGRPDUWHUULWRULDOHTXHpVXSOHPHQWDGDSHODV SURGXomRHWUDQVIRUPDomRGHSHWUyOHRJiVRXRXWURVPLQHUDLV
OLQKDVGHIHFKRHSHODVOLQKDVGHEDVHUHFWDVGHÀQLGDVHWUDoDGDV Poluição do meio marinho – introdução directa ou indirecta,
de acordo com as regras do direito internacional. pelo homem, de substâncias, objectos ou de energia no meio
Linhas de base rectas – linhas que se obtêm unindo os pontos marinho, incluindo em estuários, sempre que a mesma provoque
aproximados para traçar a linha de base nos casos em que a costa ou possa vir a provocar efeitos nocivos, tais como danos aos
apresente recortes profundos, reentrâncias ou em que exista recursos vivos e à vida marinha, biodiversidade e ecossistemas,
uma franja de ilhas ao longo da costa na proximidade imediata, riscos à saúde do Homem, entrave às actividades marítimas,
bem como nos casos em que exista um delta ou outros acidentes incluindo a pesca e outras utilizações legítimas do mar, alteração
naturais, não devendo tais linhas afastar-se consideravelmente da da qualidade da água do mar e deterioração dos locais de recreio.
direcção geral da costa nem ser traçadas em direcção aos baixos 3RSXODo}HV GH SHL[HV WUDQV]RQDLV – populações de peixes
que emergem na baixa-mar nem a partir deles, salvo nos casos em H[LVWHQWHV HP ]RQD HFRQyPLFD H[FOXVLYD GR (VWDGR H TXH VH
TXHVREUHWDLVEDL[DVWHQKDPVLGRFRQVWUXtGRVIDUyLVRXLQVWDODo}HV HVWHQGHPSDUDDOpPHP]RQDVHFRQyPLFDVH[FOXVLYDVGH(VWDGRV
análogas que estejam permanentemente acima do nível do mar. DGMDFHQWHVHRXDOWRPDUTXHOKHpDGMDFHQWH
Porto – lugar na costa onde as embarcações podem fundear
M ou atracar.
Meio marinho – ambiente compreendido no espaço marítimo Prospecção – sondagem, exame do terreno para descobrir um
nacional. ÀOmRPLQHUDORXXPMD]LJRSHWUROtIHURRXGHJiV
Milha náutica ou marítima – distância correspondente
a 1.852 metros. T
Transbordo – transferência de mercadorias de uma
N embarcação para outra, no percurso de navegação e/ou quando
Navio – qualquer tipo de embarcação, barco ou bote, concebido, em fundeadouro.
usado ou apto a ser usado, com maior ou menor frequência,
SDUD D QDYHJDomR PDUtWLPD LQGHSHQGHQWHPHQWH GR PpWRGR Z
de propulsão aplicado ou da falta deste, seja tripulado ou não. Zona costeira – zona compreendida entre o limite das águas
interiores marítimas, no mar, que inclui a faixa da orla marítima
O
e no contorno de ilhas, baías e estuários, medida da linha das
Ordenamento do espaço marítimo nacional – conjunto Pi[LPDVSUHLDPDUHVDWpPHWURVSDUDRLQWHULRUGRWHUULWyULR
de princípios, directivas e regras que visam garantir a organização salvo nos casos em que extensão maior esteja casuisticamente
do espaço marítimo nacional e das actividades que nele ocorrem. estabelecida por lei.
Preço — 90,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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