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BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
linhas de medição da largura do mar territorial e zona contígua, continental e pelo talude e elevação continental, não abrangendo,
GROLPLWHH[WHULRUGD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDGDSODWDIRUPD nem os grandes fundos oceânicos com as suas cristas oceânicas,
continental nos termos do disposto nos números 1, 2 e 3 nem o seu subsolo, nos termos do disposto no número 3 do ar-
do presente artigo. tigo 76 da Convenção.
3. O limite da plataforma continental referido no número 2
Subsecção II do presente artigo pode variar consoante a extensão admissível
Zona costeira DWpPLOKDVQiXWLFDVRXPLOKDVQiXWLFDVPHGLGDVDSDUWLU
ARTIGO 12 GD LVyEDWD QRV WHUPRV GR GLVSRVWR QRV Q~PHURV H
do artigo 76 da Convenção.
(Extensão) 4. A plataforma continental da República de Moçambique
A zona costeira constitui a faixa terrestre compreendida pHVWUHLWDQRQRUWHDODUJDVHQRFHQWURHpGLIXVDQRVXOGR3DtV
entre o limite das águas interiores marítimas, no mar, que inclui sendo esta última onde o País deve delimitar a extensão do limite
a faixa da orla marítima e no contorno de ilhas, baías e estuários, exterior da plataforma continental conforme descrito no número
PHGLGDGDOLQKDGDVPi[LPDVSUHLDPDUHVDWpPHWURVSDUD 3 do presente artigo.
RLQWHULRUGRWHUULWyULRVDOYRQRVFDVRVHPTXHH[WHQVmRPDLRU
esteja casuisticamente estabelecida por lei. SECÇÃO III
2. As entidades, serviços, organismos ou agentes públicos do d) entrada por razões de força maior – aquela que se realiza
Estado, referidos no número 1 do presente artigo, têm o dever de VHPDXWRUL]DomRSUpYLDGDVDXWRULGDGHVFRPSHWHQWHV
FRRSHUDUHQWUHVLGHVHQYROYHQGRDFo}HVFRQMXQWDVGHÀVFDOL]DomR moçambicanas do porto de entrada, com fundamento
e inspecção, incluindo a disponibilização e/ou partilha de meios HP DYDULDV WpFQLFDV GH JUDQGH HQYHUJDGXUD IRUWHV
para o cumprimento das respectivas missões. WHPSHVWDGHV RX QHFHVVLGDGH GH HPHUJrQFLD PpGLFD
desde que, quatro horas antes da entrada do navio em
SECÇÃO II
águas territoriais, as autoridades do porto a escalar,
Zona costeira sejam avisadas da ocorrência e das razões desse
ARTIGO 22 procedimento.
(Natureza jurídica dos poderes) 2. Compete ao Governo estabelecer as normas para a entrada
de navios estrangeiros no espaço marítimo nacional.
1. O Estado moçambicano exerce plenamente a sua soberania
na zona costeira, em conformidade com as normas do direito SECÇÃO IV
interno e do direito internacional.
2. Compete a entidade do Governo responsável pela área Mar territorial
do mar proceder a gestão e ordenamento da zona costeira. ARTIGO 26
3. A entidade do Governo responsável pela área do mar,
SRGHGHOHJDUSRUDFRUGRDRVyUJmRVORFDLVGR(VWDGRyUJmRVGH
(Poderes do Estado)
ARTIGO 29 ARTIGO 31
$FWLYLGDGHVGHÀVFDOL]DomRHH[HUFtFLRGRGLUHLWRGHYLVLWD (Navios estrangeiros de propulsão nuclear e navios transportando
O Estado moçambicano, no âmbito das actividades substâncias radioactivas ou outras intrinsecamente perigosas
GHÀVFDOL]DomRH[HUFHQRVWHUPRVGRGLUHLWRLQWHUQRHGRGLUHLWR ou nocivas)
internacional, o direito de visita no mar territorial a todos os Ao exercer o direito de passagem inofensiva pelo mar
QDYLRVHPEDUFDo}HVRXRXWURVGLVSRVLWLYRVÁXWXDQWHVQDFLRQDLV territorial, os navios estrangeiros de propulsão nuclear e os navios
ou estrangeiros, à excepção daqueles que gozem de imunidade, transportando substâncias radioactivas ou outras substâncias
quando existam motivos fundados para presumir que a passagem intrinsecamente perigosas ou nocivas devem, em qualquer
GHVVH QDYLR p SUHMXGLFLDO j SD] j ERD RUGHP RX j VHJXUDQoD dos casos, ter a bordo os respectivos documentos e observar
nacional. as medidas especiais de precaução estabelecidas nos acordos
ARTIGO 30 internacionais.
SECÇÃO V SECÇÃO VI
levar a bordo do navio ou embarcação, equipamento 1. Compete ao Governo fixar as capturas permitidas
de detecção e observação contínua de mamíferos, num dos recursos vivos e a quantidade de pescado passível de ser
raio de 500 metros; capturado, com vista à exploração sustentável dos recursos,
g) GHSURVVHJXLUFRPSHVTXLVDVJHRItVLFDVHRXJHROyJLFDV assegurando a reprodução do pescado e evitando a extinção
no caso de detecção da presença de mamíferos no raio GDVHVSpFLHV
indicado na alínea f) do presente número, sem tomar 1D À[DomR GRV OLPLWHV GH FDSWXUD R *RYHUQR REVHUYD
medidas de prevenção. os princípios consagrados no número 2 do artigo 61 da Convenção,
&RPSHWH DR *RYHUQR TXDQGR WHQKD VpULRV PRWLYRV SDUD GHPRGRDQmRS{UHPULVFRSHORH[FHVVRGHFDSWXUDDVHVSpFLHV
suspeitar que determinada embarcação que se ache no espaço YLYDVH[LVWHQWHVQD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYD
marítimo nacional violou regras e normas internacionais 3. Para efeitos do número 2 do presente artigo, o Governo,
aplicáveis para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio
respeita os acordos internacionais, intercâmbios de informação
marinho, bem como a degradação dos ecossistemas, inter alia,
no exercício dos seus poderes de jurisdição civil ou criminal: FLHQWtÀFDHGHFRRSHUDomRFHOHEUDGRVQRVHLRGHRUJDQL]Do}HV
regionais, internacionais ou mundiais, nos termos do disposto
a) exigir que o capitão ou comandante da embarcação
nos números 3 e 5 do artigo 61 da Convenção.
forneça informações sobre a identidade da embarcação
H R SRUWR GR VHX UHJLVWR D VXD ~OWLPD H SUy[LPD ARTIGO 45
escalas, bem como outras informações pertinentes para
determinar se alguma infracção foi cometida; (Conservação e gestão das populações de peixes transzonais
b) proceder à inspecção material da embarcação, quando e altamente migratórias)
WHQKD VpULRV PRWLYRV SDUD DFUHGLWDU TXH FRPHWHX 1. O Estado moçambicano observa os regimes especiais previstos
alguma das infracções referidas no número 3 do ar- no artigo 63 e seguintes da Convenção e, complementarmente,
tigo 220 da Convenção, que tenha tido como resultado o disposto nos artigos 116, 117, 118 e 119 da Convenção.
uma descarga substancial que provoque ou ameace 2. O Estado moçambicano concerta, directamente
provocar poluição grave ao meio marinho e essa RXSRULQWHUPpGLRGDVRUJDQL]Do}HVVXEUHJLRQDLVDSURSULDGDV
embarcação se tenha negado a fornecer informações, as medidas necessárias para coordenar e assegurar a conservação
ou se as informações fornecidas estiverem em e o desenvolvimento das referidas populações.
manifesta contradição com a situação factual evidente;
c) iniciar procedimentos, incluindo a detenção da emba- ARTIGO 46
rcação, em conformidade com o seu direito interno
e respeitando as garantias para o exercício do seu (Mecanismos para exploração de recursos vivos)
poder de polícia previstas nos artigos 223 a 232 da 1. O Estado moçambicano, para o exercício dos direitos
Convenção, quando exista prova manifesta e objectiva GHVREHUDQLDQD]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDDSURYDDWUDYpVGRV
de que essa embarcação cometeu uma das infracções yUJmRVFRPSHWHQWHVSDUDRVHIHLWRVGRGLVSRVWRQDVDOtQHDVa) a j)
referidas no número 3 do artigo 220 da Convenção do número 4 do artigo 62 da Convenção, leis e regulamentos que
e que tenha tido, como resultado, uma descarga À[DPUHJUDVTXHGLVS}HPinter aliaVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV
que tenha provocado ou ameace provocar danos
consideráveis para o litoral ou para os interesses a) concessão de licenças de pesca, incluindo o pagamento
conexos do Estado moçambicano ou para quaisquer de taxas e outros encargos;
UHFXUVRVGRVHXPDUWHUULWRULDORXGD]RQDHFRQyPLFD b) GHWHUPLQDomR GH HVSpFLHV TXH SRGHP VHU FDSWXUDGDV
exclusiva. HDÀ[DomRGHTXRWDVGHFDSWXUD
4. Compete ainda ao Governo, ao abrigo do disposto no artigo c) UHJXODPHQWDomRGDVpSRFDVH]RQDVGHSHVFDGRWLSR
221 da Convenção, tomar e executar medidas proporcionais tamanho e número de aparelhos, bem como do tipo,
ao dano efectivo ou potencial sobre uma embarcação ou navio tamanho e número de embarcações de pescas que
poluidor, ou perante a ameaça de poluição no espaço marítimo podem ser utilizados;
nacional, resultante de um acidente marítimo. d) À[DomRGHLGDGHHWDPDQKRGRVSHL[HVHGHRXWUDVHVSpFLHV
5. Para efeitos do presente artigo, entende-se por acidente que podem ser capturadas;
marítimo o abalroamento, encalhe ou incidente de navegação ou e) indicação de informações que devem ser fornecidas
acontecimento a bordo de uma embarcação ou no seu exterior, pelas embarcações da pesca, incluindo estatísticas das
de que resultem danos materiais ou ameaça eminente de danos capturas e do esforço de pesca e informações sobre a
materiais à embarcação ou à sua carga. posição das embarcações;
6. A jurisdição civil e criminal do Estado moçambicano f) autorização e controlo da execução de determinados
a que se refere o número 3 do presente artigo aplica-se, com programas de investigação no âmbito das pescas
as necessárias adaptações, à poluição proveniente de instalações, e de regulamentação da investigação, incluindo a
HVWUXWXUDV SODWDIRUPDV LOKDV DUWLÀFLDLV RX RXWURV GLVSRVLWLYRV amostragem de capturas, destino das amostras e
que funcionem no meio marinho. FRPXQLFDo}HVGRVGDGRVFLHQWtÀFRVFRQH[RV
g) embarque de observadores ou de estagiários a bordo
ARTIGO 43
de tais embarcações;
(Baldeação e transbordo de cargas perigosas) h) termos e condições relativas a parcerias em regimes
Tendo em vista a salvaguarda do meio marinho, as operações societários e de associação não-societária das
de baldeação e transbordo de cargas perigosas no espaço marítimo empresas que se dedicam à pesca, ou a outras formas
QDFLRQDO FDUHFHP GH SUpYLD DXWRUL]DomR GR yUJmR GR *RYHUQR de cooperação;
responsável pela área do mar, tendo em conta o direito interno i) estabelecimento de quotas que devem ser, obrigatoriamente,
e internacional. descarregadas em portos moçambicanos;
5166 I SÉRIE — NÚMERO 216
g) divulgar, no plano nacional e internacional, mediante marinha são obrigados a possuir seguro de responsabilidade
SUpYLDDXWRUL]DomRGRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHO civil que cubra eventuais danos causados a terceiros e ao Estado
pela área do mar, os resultados da investigação em consequência da navegação em actividades de investigação
FLHQWtÀFDHPTXHKDMDLQFLGrQFLDGLUHFWDQDH[SORUDomR FLHQWtÀFDPDULQKD
e aproveitamento dos recursos naturais vivos e não
YLYRVDSyVDVXDHQWUHJDDR(VWDGRPRoDPELFDQR CAPÍTULO IV
ARTIGO 64 Embarcações
SECÇÃO I
(Navios e aeronaves autorizados)
1. Os navios e aeronaves autorizados a realizar investigação 1DWXUH]DMXUtGLFDHFODVVLÀFDomR
FLHQWtÀFDTXDQGRQDYHJDQGRHPiJXDVPDUtWLPDVPRoDPELFDQDV ARTIGO 69
devem, entre outras obrigações:
a) WHU D ERUGR XP UHSUHVHQWDQWH GHVLJQDGR SHOR yUJmR (Natureza jurídica)
do Governo responsável pela área do mar; $VHPEDUFDo}HVVmRUHSXWDGDVEHQVPyYHLVVXMHLWDVDUHJLVWR
b) LQIRUPDU GLDULDPHQWH HP KRUD GHWHUPLQDGD DR yUJmR nos termos da presente Lei e demais legislação aplicável.
do Governo responsável pela área do mar, a sua posição
HP FRRUGHQDGDV JHRJUiÀFDV EHP FRPR RV UXPRV ARTIGO 70
e velocidades a adoptar em cada 24 horas.
&ODVVLÀFDomR
6HPSUHTXHVROLFLWDGRVSHORyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHO
pela área do mar, os navios e aeronaves estrangeiros devem levar $FODVVLÀFDomRGHHPEDUFDo}HVFRQVRDQWHRVWLSRVFDWHJRULDV
a bordo um tripulante que tenha domínio do idioma português, IXQo}HV H FDUDFWHUtVWLFDV REVHUYD D QRPHQFODWXUD H FULWpULRV
SDUDVHUYLUGHLQWpUSUHWHSDUDRVPRoDPELFDQRVHPEDUFDGRVFRP HVWDEHOHFLGRVSHOR*RYHUQRHPUHJXODPHQWDomRHVSHFtÀFD
RVHVWUDQJHLURVTXHSDUWLFLSDPGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
SECÇÃO II
ARTIGO 65 &RQVWUXomRDTXLVLomRDOLHQDomRUHJLVWRHFHUWLÀFDomR
(Navios em trânsito) ARTIGO 71
Aos navios em trânsito em águas marítimas moçambicanas
&RQVWUXomRDTXLVLomRHDOLHQDomR
QmR p SHUPLWLGD D FROHFWD GH TXDLVTXHU GDGRV RX LQIRUPDo}HV
FLHQWtÀFDVRXOHYDQWDPHQWRVKLGURJUiÀFRV A construção, aquisição ou alienação de embarcações carecem
de autorização do Governo, nos termos estabelecidos em diploma
ARTIGO 66 HVSHFtÀFR
5HVXOWDGRVGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
ARTIGO 72
$DQiOLVHGRVUHVXOWDGRVGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDPDULQKD
FDEHDRVyUJmRVGR*RYHUQRUHVSRQViYHLVSHODViUHDVGRPDUHGD 5HJLVWRHFHUWLÀFDomR
FLrQFLDHWHFQRORJLDEHPFRPRDRVGHPDLVyUJmRVLQWHUHVVDGRV 1. O registo e certificação de embarcações obedecem
que solicitem os dados para sua análise, quando aplicável. DSUHVFULo}HVHPPDWpULDVGHVHJXUDQoDPDUtWLPDHSURFHGLPHQWRV
&DEHDRyUJmRGR*RYHUQRUHVSRQViYHOSHODiUHDGRPDU estabelecidos pelo Governo.
encaminhar, às demais instituições nacionais interessadas,
R PDWHULDO UHFHELGR GRV H[HFXWRUHV GD LQYHVWLJDomR FLHQWtÀFD
2. As normas relativas à atribuição de nacionalidade
marinha. à embarcações, decorrente do seu registo e certificação,
consubstanciando o direito de arvorar a bandeira nacional, são
ARTIGO 67 estabelecidas pelo Governo, tendo em conta o disposto nos artigos
91 e 92, ambos da Convenção.
6XVSHQVmRHFDQFHODPHQWRGDLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD
3. As embarcações estrangeiras afretadas para operarem
&RPSHWH DR *RYHUQR VXVSHQGHU RX DWp FDQFHODU DV DXWR QR 3DtV FDUHFHP GH UHJLVWR H FHUWLÀFDomR SUpYLD QRV WHUPRV
rizações que tiver entretanto, concedido para a realização
GHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFDVH
a regulamentar.
a) as actividades de investigação não se realizarem SECÇÃO III
em conformidade com as informações transmitidas,
nos termos do disposto no artigo 248 da Convenção Controlo de tráfego marítimo, responsabilidade e segurança
e nas quais se tenha fundamentado o consentimento de embarcações
do Estado moçambicano; ARTIGO 73
b) o Estado ou a organização internacional competente
que realizar as actividades de investigação, não (Responsabilidade do proprietário da embarcação)
cumprir o disposto na presente Lei e no artigo 249 da 4XDQGRXPDHPEDUFDomRHVWLYHUHPGRFDVHFDRXÁXWXDQWH
Convenção, no que se refere aos direitos do Estado estaleiro de construção ou de reparação, seja qual for o seu estado
FRVWHLURUHODWLYRVDRSURMHFWRGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD ou condição e ocorra um sinistro a bordo ou em conexão com
marinha. essa embarcação, o proprietário incorre em responsabilidade civil
pelas faltas na tomada de medidas de precaução e pelas perdas,
ARTIGO 68
danos em pessoas e bens daí resultantes, salvo nos casos em que
(Seguro de responsabilidade civil) VHSURYHTXHDQHJOLJrQFLDpLPSXWiYHODRXWUDSHVVRD
Os armadores, proprietários ou gestores de navios 2. O disposto no número 1 do presente artigo não se aplica
ou embarcações e aeronaves nacionais e/ou estrangeiras em prejuízo de outras disposições legais ou regulamentos relativos
DXWRUL]DGRVDGHVHQYROYHUDFWLYLGDGHVGHLQYHVWLJDomRFLHQWtÀFD à responsabilidade dos proprietários das embarcações.
5170 I SÉRIE — NÚMERO 216
$R &RQVHOKR 1DFLRQDO GR 0DU SDUD DOpP GDV IXQo}HV 2. Os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo
consultivas, compete, nomeadamente: constituem representações descritivas e geo-espaciais que
a) manter o Governo informado sobre os aspectos estabelecem a distribuição espacial e temporal dos usos
críticos e recorrentes que afectem a exploração e/ou e actividades existentes e potenciais.
desenvolvimento de actividades no mar, bem como 3. Compete ao Governo aprovar o Plano de Situação
sua conservação e dos recursos vivos e não vivos nele e os Planos de Afectação.
existentes;
b) identificar as limitações institucionais, de recursos SECÇÃO II
KXPDQRV ILQDQFHLURV H HFRQyPLFRV TXH DIHFWHP
a prossecução dos objectivos da Política do Mar Utilização do espaço marítimo
e propor soluções adequadas; ARTIGO 85
c) propor planos, programas, projectos e medidas
(Utilização comum)
necessárias ao desenvolvimento de actividades
sustentáveis no Espaço Marítimo Nacional, incluindo 2 HVSDoR PDUtWLPR QDFLRQDO p GH XVR H IUXLomR FRPXP
o desenvolvimento da economia azul; nomeadamente nas suas funções de lazer.
d) recomendar a adopção de medidas específicas 2. As utilizações comuns do espaço marítimo nacional como
RXRGHVHQYROYLPHQWRGHDFo}HVSRUSDUWHGRVyUJmRV a pesca, a navegação marítima e o desporto náutico ou de recreio
centrais e locais do Estado e demais organismos com não estão sujeitas a títulos de utilização, desde que respeitem
competência funcional e/ou com interesses no mar. D OHL H RV FRQGLFLRQDPHQWRV GHÀQLGRV QRV SODQRV DSOLFiYHLV
3. Compete, ainda ao Governo definir a composição e não prejudique o bom estado ambiental do meio marinho e das
e o funcionamento do CNM. zonas costeiras.
CAPÍTULO VIII ARTIGO 86
Ordenamento e Utilização do Espaço Marítimo Nacional
(Utilização privativa)
SECÇÃO I
É admissível a utilização privativa do espaço marítimo
Ordenamento do espaço marítimo nacional, mediante reserva de área ou volume, para um
ARTIGO 82 aproveitamento do meio ou dos recursos marinhos ou serviços
dos ecossistemas superior ao obtido por utilização comum, desde
(Objectivos do ordenamento e gestão do Espaço Marítimo)
que resulte em vantagem para o interesse público.
O ordenamento e a gestão do Espaço Marítimo Nacional têm
como objectivos: ARTIGO 87
a) SURPRYHUDH[SORUDomRHFRQyPLFDVXVWHQWiYHOUDFLRQDO (Títulos de utilização privativa)
HHÀFLHQWHGRVUHFXUVRVPDULQKRVHGRVHFRVVLVWHPDV
garantindo a compatibilidade e a sustentabilidade dos 1. A utilização privativa do espaço marítimo nacional carece
diversos usos e das actividades nele desenvolvidos, de atribuição de um título de utilização, emitido nos termos e
atendendo à responsabilidade inter e intrageracional condições previstos na presente Lei e demais legislação aplicável,
na utilização do espaço marítimo nacional e visando tendo como contrapartida o pagamento da respectiva taxa.
a criação do emprego; 2. O direito de utilização privativa do espaço marítimo nacional
b) atender à preservação, protecção e recuperação pDWULEXtGRSRUFRQFHVVmROLFHQoDRXDXWRUL]DomRTXDOTXHUTXH
dos valores naturais, biodiversidade e dos ecossistemas seja a natureza e forma jurídica do seu titular.
costeiros e marinhos e à manutenção do bom estado 3. Os títulos de utilização privativa caducam no termo
ambiental do meio marinho, assim como a prevenção GRSUD]RQHOHVÀ[DGRVHH[WLQJXHPVHQDVFRQGLo}HVSUHYLVWDV
HPGLSORPDSUySULR
de riscos e à minimização dos efeitos decorrentes
de catástrofes naturais, de alterações climáticas
ou da acção humana; 4. A atribuição de um título de utilização privativa obriga
c) garantir a segurança jurídica e a transparência dos pro- o seu titular a uma utilização efectiva e determina o dever
cedimentos de atribuição dos títulos de utilização de assegurar, a todo o tempo, a adopção de medidas necessárias
privativa, e permitir o exercício dos direitos para a obtenção e manutenção do bom estado ambiental do meio
de informação e participação. PDULQKRHGDV]RQDVFRVWHLUDVHVWDQGRREULJDGRDSyVDH[WLQomR
do referido título, a executar as diligências necessárias para
ARTIGO 83 a reconstituição das condições físicas que tenham sido alteradas
(Elaboração dos instrumentos de ordenamento) HTXHQmRVHWUDGX]DPQXPEHQHItFLRQRVWHUPRVDGHÀQLUHP
Os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional GLSORPDHVSHFtÀFR
que respeitem à zona entre a linha de base e o limite exterior
ARTIGO 88
GRPDUWHUULWRULDOj]RQDHFRQyPLFDH[FOXVLYDDWpjVPLOKDV
PDUtWLPDVHDSODWDIRUPDFRQWLQHQWDOSDUDDOpPGDVPLOKDV (Emissão de outras concessões, licenças ou autorizações)
marítimas, são elaborados e aprovados pelo Governo ou a quem 1. A atribuição de um título de utilização privativa não concede
este delegar. ao seu titular o direito à utilização ou exploração de recursos
do espaço marítimo nacional.
ARTIGO 84
2. Nos casos em que o exercício de um uso ou de uma
(Instituição e aprovação de instrumentos de ordenamento) DFWLYLGDGHGHSHQGDSDUDDOpPGRWtWXORGHXWLOL]DomRSULYDWLYD
1. São instituídos, como instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional, da emissão de outras concessões,
do espaço marítimo nacional, o Plano de Situação e os Planos licenças ou autorizações, os vários procedimentos aplicáveis são
de Afectação. articulados nos termos a desenvolver em legislação complementar.
5172 I SÉRIE — NÚMERO 216
SECÇÃO III $V DFo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD QD iUHD GH H[HUFtFLR
'HVHQYROYLPHQWRGDHFRQRPLDGRPDUHiUHDVDÀQV
de actividades no mar, incidem, entre outros, sem prejuízo
GHOHJLVODomRHVSHFtÀFDVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV
ARTIGO 89
a) controlo e monitoria da actividade de investigação
0HFDQLVPRSDUDÀQDQFLDPHQWR FLHQWtÀFDPDULQKD
2*RYHUQRSRGHFULDUSRUGLSORPDOHJDOHVSHFtÀFRPHFDQLVPRV b) inspecção do trabalho marítimo;
H FULWpULRV DSURSULDGRV SDUD R ILQDQFLDPHQWR GH HQWLGDGHV c) ILVFDOL]DU D DFWLYLGDGH GH H[SORUDomR HFRQyPLFD
actividades ou projectos no contexto de desenvolvimento da e da utilização do espaço marítimo.
HFRQRPLDGRPDUÀVFDOL]DomRHVHJXUDQoDPDUtWLPDLQYHVWLJDomR $VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDGHSUHVHUYDomR
FLHQWtÀFD H WHFQROyJLFD H SURWHFomR H PRQLWRUL]DomR GR PHLR do ambiente marinho, incidem, entre outros, sem prejuízo
marinho. GHOHJLVODomRHVSHFtÀFDVREUHRVVHJXLQWHV
CAPÍTULO IX a) garantia da preservação e protecção do meio marinho
e subaquático;
Fiscalização do Espaço Marítimo Nacional
b) garantia do controlo e da prevenção da poluição das águas
ARTIGO 90 no espaço marítimo.
(Objecto) $V DFo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD QD iUHD GH SURWHFomR
1. A fiscalização do espaço marítimo tem por objecto e saúde pública, incidem, entre outros, sem prejuízo de legislação
o controlo, monitoria e vigilância das actividades que demandam HVSHFtÀFDVREUHRVVHJXLQWHV
a sua utilização, incluindo a inspecção e segurança de embar- a) inspecção sanitária de navios;
FDo}HV HVWUXWXUDV SODWDIRUPDV À[DV RX PyYHLV EHP FRPR b) controlo e mitigação do lixo marinho;
a autuação e sancionamento das infracções de natureza criminal c) saneamento da orla marítima.
e contravencional.
1RH[HUFtFLRGDIXQomRÀVFDOL]DGRUDR(VWDGRPRoDPELFDQR ARTIGO 92
H[HUFHMXULVGLomRSRULQWHUPpGLRGHIXQFLRQiULRVRÀFLDOPHQWH &RRUGHQDomRGDÀVFDOL]DomRPDUtWLPD
habilitados e apoiados por navios de guerra, aeronaves militares
3DUD JDUDQWLU XPD HÀFLHQWH H HÀFD] ÀVFDOL]DomR GH DFWL
ou outros navios e aeronaves que possuam sinais claros e sejam
LGHQWLÀFiYHLVFRPRHVWDQGRDRVHUYLoRGR(VWDGRPRoDPELFDQR YLGDGHV TXH RFRUUHP QR HVSDoR PDUtWLPR QDFLRQDO p FULDGR
mandatados para o efeito. o Centro de Coordenação de Operações de Fiscalização Marítima
abreviadamente designado por CEFMAR, que integra todas
ARTIGO 91 DVHQWLGDGHVFRPIXQo}HVGHÀVFDOL]DomRQRHVSDoRPDUtWLPR
ÇPELWRGDÀVFDOL]DomRPDUtWLPD
nacional, no âmbito do previsto no artigo 91 da presente Lei.
1R H[HUFtFLR GDV VXDV IXQo}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD
1. As acções de fiscalização marítima na área de ordem LQWHJUDGDR&()0$5FRRUGHQDDSODQLÀFDomRHSURJUDPDomR
e segurança, incidem, entre outras, sem prejuízo de legislação
operativa de actividades e da utilização conjunta dos recursos
HVSHFtÀFDVREUHDVPDWpULDVVHJXLQWHV
humanos e institucionais, os meios operativos requeridos,
a) controlo, prevenção e repressão da criminalidade, jGLVSRVLomRGDVHQWLGDGHVFRPIXQo}HVGHÀVFDOL]DomRQRkPELWR
da imigração clandestina, do terrorismo, da pirataria, previsto no artigo 91 da presente Lei.
dos crimes ambientais e da poluição no mar; 3. Ao CEFMAR incumbe, ainda, participar da coordenação,
b) garantia da segurança da faixa costeira do domínio SODQLÀFDomR SURJUDPDomR LQWHJUDomR QR FRQWH[WR QDFLRQDO
público marítimo; HPDWHULDOL]DomRGHRSHUDo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDFRQMXQWD
c) protecção civil com incidência no mar e na faixa litoral. que decorrem da implementação de compromissos regionais
$VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDÀVFDOLQFLGHP e internacionais, assumidos pela República de Moçambique.
HQWUHRXWURVVHPSUHMXt]RGHOHJLVODomRHVSHFtÀFDQDSUHYHQomR 4. As entidades referidas no número 2 do presente artigo
e repressão do contrabando. devem empenhar os recursos humanos e institucionais e meios
$VDFo}HVGHÀVFDOL]DomRPDUtWLPDQDiUHDGHVHJXUDQoD requeridos de que disponham, na materialização dos objectivos,
marítima, incidem, entre outros, sem prejuízo de legislação SODQRVHSURJUDPDVGHÀQLGRVHDVVXPLGRVQRkPELWRGDVIXQo}HV
HVSHFtÀFDVREUHDVVHJXLQWHVPDWpULDV do CEFMAR, quer para responder a acções operativas
programadas, como às de alerta pontual.
a) JDUDQWLDGDVHJXUDQoDÀVFDOL]DomRHFRQWURORGDQDYH 2&()0$5pUHVSRQViYHOSHODFROHFWDDQiOLVHHSDUWLOKD
gação; GH LQIRUPDo}HV UHODFLRQDGDV FRP RSHUDo}HV GH ÀVFDOL]DomR
b) LQVSHFomRGDVHVWUXWXUDVSODWDIRUPDVÀ[DVRXPyYHLV marítima, no âmbito da plataforma.
construídas e ou implantadas no espaço marítimo bem 2&()0$5SRGHÀUPDUSDUFHULDVRXFRQWUDWDUVHUYLoRVMXQWR
FRPRÀVFDOL]DURFXPSULPHQWRGDOHJLVODomRDSOLFiYHO de entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais,
ao seu funcionamento; com vista a criar as condições e capacidade operativa necessárias
c) ÀVFDOL]DomRGRFXPSULPHQWRGDVLQDOL]DomRHEDOL]DJHP DR FXPSULPHQWR HÀFD] GDV PLVV}HV GH ÀVFDOL]DomR PDUtWLPD
marítimas, dos acessos, da segurança marítima, das integrada, desde que devidamente autorizado.
ajudas e avisos à navegação e de rádio balizagem 7. Cabe ainda ao CEFMAR emitir o alerta necessário
marítima pelas embarcações; ao desencadeamento de acções de intervenção no âmbito
d) a supervisão, coordenação e manutenção das condições GDÀVFDOL]DomRPDUtWLPDLQWHJUDGD
de segurança nos portos, fundeadouros, bacias 8. O CEFMAR exerce as suas funções sob coordenação
de manobra e canais de acesso; GRyUJmRGR*RYHUQRTXHVXSHULQWHQGHDiUHDGRPDU
e) salvamento da vida humana no mar e realização 9. Compete ao Governo regulamentar sobre as funções,
de operações de busca e salvamento marítimo. organização e regime de funcionamento do CEFMAR.
8 DE NOVEMBRO DE 2019 5173
CAPÍTULO X l) DIDOVLÀFDomRGHGRFXPHQWRVUHODWLYRVDFDUJDWUDQVSRUWDGD
numa embarcação, bem como furtar-se as autoridades,
Crimes e Contravenções
FRPDÀQDOLGDGHGHHYDVmRÀVFDOVHQGRRDXWRUSXQLGR
ARTIGO 93 com a pena de prisão de dois a oito anos e multa
(Crimes) correspondente;
1. São crimes marítimos, sem prejuízo do disposto em m) a apropriação ilícita ou exercício intencional de força
OHJLVODomRHVSHFtÀFDRVGHÀQLGRVQR&yGLJR3HQDOHQR&yGLJR ou por outra forma de intimidação, do controlo
Disciplinar da Marinha Mercante, e os seguintes: GHXPDSODWDIRUPDLOKDDUWLÀFLDORXTXDOTXHUHVWUXWXUD
ou instalação, sendo o autor punido com a pena de
a) a poluição do espaço marítimo nacional ou, por prisão de doze a dezasseis anos e multa correspondente;
qualquer forma, degradar as suas qualidades, e o meio n) a prática intencional de violência contra uma pessoa
ambiente marinho por fonte de qualquer natureza sem a bordo de uma plataforma, se o acto colocar em
observância das disposições legais, regulamentares ou perigo a sua segurança náutica, sendo o autor punido
obrigações impostas por autoridade competente, bem com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
como da Convenção Internacional para a Prevenção correspondente;
da Poluição por Navios (MARPOL) sendo o autor o) D GHVWUXLomR GH SODWDIRUPD LOKD DUWLÀFLDO RX TXDOTXHU
punido com pena de prisão de dois a oito anos e multa estrutura ou instalação, sendo o autor punido
correspondente; com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
b) a destruição, sem a devida autorização ou por correspondente;
inobservância da licença, da fauna, da flora, dos p) a colocação ou fazer colocar por outrem numa plataforma,
PDQJDLV GRV FRUDLV H GH RXWUDV HVSpFLHV PDULQKDV por qualquer meio, um dispositivo ou uma substância
ODFXVWUHV RX ÁXYLDLV SURWHJLGDV RX SURLELGDV EHP que a possa destruir ou pôr em perigo a sua segurança
como a erosão ou alteração de corpos hídricos, sendo náutica, sendo o autor punido com a pena de prisão de
o autor punido com pena de prisão de oito a doze anos doze a dezasseis anos e multa correspondente;
e multa correspondente; q) o cometimento de ofensas corporais ou homicídio em
c) o processamento, embalagem, importação, exportação, qualquer pessoa, em consequência dos crimes previstos
comercialização, fornecimento, transporte, guarda, nas alíneas m) a p), do presente artigo, bem como
DUPD]HQDPHQWRRXDEDQGRQRGDVHVSpFLHVPDULQKDV das respectivas tentativas, sendo o autor punido com
protegidas ou proibidas, sem autorização e posto que a pena de prisão de dezasseis a vinte anos e multa
não se prove ser o autor da captura e abate das referidas correspondente;
HVSpFLHVpDSOLFDGDVHQGRRDXWRUSXQLGRFRPDSHQD r) o incintamento de outra pessoa a cometer qualquer
GHSULVmRDWpGRLVDQRVHPXOWDFRUUHVSRQGHQWH dos crimes previstos nas alíneas m) a p), do presente
d) a pesca nos meses de defeso ou veda aplicando-se sendo artigo se o mesmo for consumado, ou, de qualquer
o autor punido com a pena de prisão de dois a oito anos forma, actuar como cúmplice, sendo os agentes
e multa correspondente; punidos com a pena de prisão de doze a dezasseis anos
e) a pesca com rede de arrasto, ou de malha mais estreita que e multa correspondente;
a que for limitada pela entidade pública ou pesca por s) a ameaça em cometer qualquer dos crimes previstos
qualquer outro modo proibido pelas mesmas posturas nas alíneas n) e o), do presente artigo, resultando
ou regulamentos sendo o autor punido com a pena em constranger uma pessoa, singular ou colectiva,
de prisão de dois a oito anos e multa correspondente; a praticar ou abster-se de praticar qualquer acto, desde
f) a pesca ilegal por estrangeiros, sendo o autor punido que essa ameaça comprometa a segurança náutica
com a pena de prisão de oito a doze anos e multa da plataforma, estrutura ou instalação, bem como
correspondente; D VHJXUDQoD GH LOKD DUWLÀFLDO VHQGR R DXWRU SXQLGR
g) o lançamento ao mar, rio ou lagoa, em qualquer com a pena de prisão de oito a doze anos e multa
SHUtRGR GR DQR GH SODQWDV YHQHQRVDV H Wy[LFDV correspondente;
RXRXWURPDWHULDOYHQHQRVRRXHOHFWUL]DQWHFRPÀP t) o acolhimento, encobrimento e transporte em embarcação
de entorpecer ou matar recursos vivos, sendo o autor para fuga, de indivíduo condenado, sendo o autor
punido com a pena de prisão de dois a oito anos SXQLGR D SHQD GH SULVmR DWp GRLV DQRV H PXOWD
e multa correspondente; correspondente;
h) DGLVVHPLQDomRGHGRHQoDVSUDJDVRXRXWUDVHVSpFLHV u) a apropriação de embarcação com fraude, violência ou
nocivas que possam afectar ou causar danos desvio da sua rota normal com o intuito de cometer
ao ambiente marinho e respectivo ecossistema, sendo
roubos, praticar violência contra as pessoas a bordo,
o autor punido com a pena de prisão de dois a oito anos
bem como para atentar contra a segurança do Estado,
e multa correspondente;
sendo o autor punido com a pena de prisão de dezasseis
i) a introdução, sem autorização ou observância de regu-
a vinte anos e multa correspondente;
lamentos vigentes, por via marítima de plantas
HDQLPDLVH[yWLFRVVHQGRRDXWRUSXQLGRFRPSHQD v) a usurpação do comando de embarcação nacional,
de prisão de dois a oito anos e multa correspondente; ou fretada por pessoa singular ou colectiva nacional,
j) transporte por via marítima e/ou águas navegáveis do seguindo-se a este acto, navegação com violação
domínio público lacustre e fluvial, de drogas ou de normas fundamentais de liberdade e segurança
outros estupefacientes, sendo o autor punido com GR WUiIHJR H FRPpUFLR PDUtWLPR RX FRP OHVmR
a pena de prisão de doze a dezasseis anos e multa de interesses nacionais, sendo o autor punido com
correspondente; a pena de prisão de dezasseis a vinte anos e multa
k) transporte e/ou facilitação, por via marítima e/ou águas correspondente;
navegáveis do domínio público lacustre e fluvial w) a alteração de sinais de terra e de mar que constituam
a imigração clandestina de pessoas, sendo o autor manobras fraudulentas de naufrágio, a portagem
punido com a pena de prisão de oito a doze anos H DPDUDJHP GH HPEDUFDo}HV FRP R ÀP GH DWHQWDU
e multa correspondente; contra estas ou contra pessoas ou bens a bordo,
5174 I SÉRIE — NÚMERO 216
Embarcação²WRGDHVSpFLHGHFRQVWUXomRÁXWXDQWHHPSUHJDGD P
ou capaz de ser usada como meio de transporte sobre águas ou por
Passagem – navegação pelas águas territoriais com fim
via submarina, seja ela tripulada ou não, incluindo plataformas
GHTXDOTXHUWLSRQDWXUH]DHÀQDOLGDGH de atravessar o mar territorial, sem penetrar nas águas interiores
Espaço marítimo nacional – conjunto de zonas marítimas nem fazer escala num ancoradouro ou instalação portuária
VLWXDGDVQRWHUULWyULRQDFLRQDOQRPHDGDPHQWHDViJXDVLQWHULRUHV situada fora das águas interiores bem como dirigir-se às águas
PDUtWLPDVRPDUWHUULWRULDOD]RQDFRQWtJXDD]RQDHFRQyPLFD interiores ou delas sair ou fazer escala num desses ancoradouros
exclusiva, a plataforma continental e a zona costeira. ou instalação portuária.
Estado de bandeira – Estado onde o navio esta matriculado. Passagem inofensiva – passagem que não seja prejudicial
(VWDGRFXMDEDQGHLUDpRVWHQWDGDSHORQDYLR à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, devendo
Estado Costeiro – Estado banhado pelo mar ou oceano. efectuar-se em de conformidade com as normas do direito
Estado insular²(VWDGRFXMRWHUULWyULRpFRPSRVWRGHXPD internacional.
ilha ou grupo de ilhas. Plano de afectação – instrumento de ordenamento por via
do qual se procede à afectação de áreas e/ou volumes do espaço
F PDUtWLPR D XVRV H DFWLYLGDGHV QmR LGHQWLÀFDGRV QR SODQR GH
Fundeador – Local onde os navios ancoram para carga, VLWXDomRTXHTXDQGRDSURYDGRVÀFDPLQWHJUDGRVQRSODQRGH
GHVFDUJDHRXWURVÀQV situação.
Plano de situação – instrumento de ordenamento que
I compreende a totalidade do espaço marítimo nacional e que nele
,OKDVDUWLÀFLDLV – qualquer área de terra criada pelo homem, VHSURFHGHDLGHQWLÀFDomRHDGLVWULEXLomRHVSDFLDOHWHPSRUDOGRV
URGHDGDGHiJXDTXHÀFDDGHVFREHUWDDSUDLDPDU usos e das actividades a desenvolver bem como a representação
Isóbata – curva usada em mapas para representar geo-espacial dos mesmos.
o mapeamento dos pontos da mesma profundidade em oceanos Plataforma continental – compreende o leito e o subsolo das
e lagos com grandes dimensões. iUHDVVXEPDULQDVTXHVHHVWHQGHPDOpPGRVHXPDUWHUULWRULDO
L HPWRGDDH[WHQVmRGRSURORQJDPHQWRQDWXUDOGRVHXWHUULWyULR
WHUUHVWUHDWpDRERUGRH[WHULRUGDPDUJHPFRQWLQHQWDORXDWpXPD
Limnográficos – ambiente lacustres, pântanos e demais distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir
estruturas hidráulicas internas dos continentes, bem como das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que
SURFHVVRVUHODFLRQDGRVWDPEpPFRPDSDLVDJHPTXHUGHRULJHP o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
QDWXUDORXGHFRQVHTXrQFLDDQWUySLFD 3ODWDIRUPDV PDUtWLPDV À[DV H RX PyYHLV – construções
Linha de base normal – linha de baixa-mar ao longo QDYDLVÁXWXDQWHVSRGHQGRQDYHJDURXQmRXVDGDVSDUDGLYHUVRV
da costa, tal como indicado nas cartas marítimas de grande ÀQVHPiJXDVPDULQKDVLQFOXLQGRSDUDRDOFDQFHGHUHVHUYDVGH
HVFDODRÀFLDOPHQWHUHFRQKHFLGDVSHOR(VWDGRDTXDOVHUYHSDUD recursos no fundo do mar, designadamente operações de pesquisa,
DPHGLomRGDODUJXUDGRPDUWHUULWRULDOHTXHpVXSOHPHQWDGDSHODV SURGXomRHWUDQVIRUPDomRGHSHWUyOHRJiVRXRXWURVPLQHUDLV
OLQKDVGHIHFKRHSHODVOLQKDVGHEDVHUHFWDVGHÀQLGDVHWUDoDGDV Poluição do meio marinho – introdução directa ou indirecta,
de acordo com as regras do direito internacional. pelo homem, de substâncias, objectos ou de energia no meio
Linhas de base rectas – linhas que se obtêm unindo os pontos marinho, incluindo em estuários, sempre que a mesma provoque
aproximados para traçar a linha de base nos casos em que a costa ou possa vir a provocar efeitos nocivos, tais como danos aos
apresente recortes profundos, reentrâncias ou em que exista recursos vivos e à vida marinha, biodiversidade e ecossistemas,
uma franja de ilhas ao longo da costa na proximidade imediata, riscos à saúde do Homem, entrave às actividades marítimas,
bem como nos casos em que exista um delta ou outros acidentes incluindo a pesca e outras utilizações legítimas do mar, alteração
naturais, não devendo tais linhas afastar-se consideravelmente da da qualidade da água do mar e deterioração dos locais de recreio.
direcção geral da costa nem ser traçadas em direcção aos baixos 3RSXODo}HV GH SHL[HV WUDQV]RQDLV – populações de peixes
que emergem na baixa-mar nem a partir deles, salvo nos casos em H[LVWHQWHV HP ]RQD HFRQyPLFD H[FOXVLYD GR (VWDGR H TXH VH
TXHVREUHWDLVEDL[DVWHQKDPVLGRFRQVWUXtGRVIDUyLVRXLQVWDODo}HV HVWHQGHPSDUDDOpPHP]RQDVHFRQyPLFDVH[FOXVLYDVGH(VWDGRV
análogas que estejam permanentemente acima do nível do mar. DGMDFHQWHVHRXDOWRPDUTXHOKHpDGMDFHQWH
Porto – lugar na costa onde as embarcações podem fundear
M ou atracar.
Meio marinho – ambiente compreendido no espaço marítimo Prospecção – sondagem, exame do terreno para descobrir um
nacional. ÀOmRPLQHUDORXXPMD]LJRSHWUROtIHURRXGHJiV
Milha náutica ou marítima – distância correspondente
a 1.852 metros. T
Transbordo – transferência de mercadorias de uma
N embarcação para outra, no percurso de navegação e/ou quando
Navio – qualquer tipo de embarcação, barco ou bote, concebido, em fundeadouro.
usado ou apto a ser usado, com maior ou menor frequência,
SDUD D QDYHJDomR PDUtWLPD LQGHSHQGHQWHPHQWH GR PpWRGR Z
de propulsão aplicado ou da falta deste, seja tripulado ou não. Zona costeira – zona compreendida entre o limite das águas
interiores marítimas, no mar, que inclui a faixa da orla marítima
O
e no contorno de ilhas, baías e estuários, medida da linha das
Ordenamento do espaço marítimo nacional – conjunto Pi[LPDVSUHLDPDUHVDWpPHWURVSDUDRLQWHULRUGRWHUULWyULR
de princípios, directivas e regras que visam garantir a organização salvo nos casos em que extensão maior esteja casuisticamente
do espaço marítimo nacional e das actividades que nele ocorrem. estabelecida por lei.
Preço — 90,00 MT