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MINERAÇÃO
TRATAMENTO DE MINÉRIOS EM ESCALA INDUSTRIAL
MINERAÇÃO - TRATAMENTO DE MINÉRIOS EM ESCALA INDUSTRIAL
O tratamento de minério ou beneficiamento mineral é o processo realizado desde a
extração do bem mineral até seu destino final.
O tratamento de minério consiste em operações aplicadas aos bens minerais, com o
objetivo de modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais
presentes, sem modificar a identidade química ou física dos minerais. A maioria das
operações unitárias é realizada a úmido e, neste caso, antes de se ter um produto adequado
para a operação subsequente - química ou metalúrgica - poderá ser necessário fazer o
desaguamento do concentrado até a umidade requerida pelo processo seguinte.
GRELHAS VIBRATÓRIAS
são semelhantes às grelhas fixas, mas sua superfície está sujeita a vibração. São utilizadas
antes da britagem primária. Escalpe do R.O.M.; Equipamentos robustos; A Eficiência é
secundária (60 e 70%); objetivo é aliviar o britador.
PENEIRAS FIXAS
As peneiras fixas DSM (Figura 5.14) introduzidas pela Dutch State Mines, são utilizadas
para desaguamento de suspensões e para uma separação precisa de suspensões de
partículas finas. Recentemente, vêm sendo empregadas em circuito fechado de moagem
quando a granulometria do produto é grossa e no peneiramento a úmido de materiais finos
até 50 µm. Esta compreende uma base curva formada por fios paralelos entre si, formando
um ângulo de 90° com a alimentação. A alimentação é feita por bombeamento na parte
superior da peneira sendo distribuída ao longo de toda a extensão da peneira. Partículas
com tamanho de aproximadamente a metade da distância do espaço entre fios passam
pela superfície da peneira
PENEIRAS ROTATIVAS (TROMMEL)
estas peneiras possuem a superfície de peneiramento cilíndrica ou ligeiramente cônica,
que gira em torno do eixo longitudinal. O eixo possui uma inclinação que varia entre 4°
e 10°, dependendo da aplicação e do material nele utilizado. Podem ser operadas a úmido
ou a seco. A velocidade de rotação fica entre 35-40% da sua velocidade crítica
(velocidade mínima na qual as partículas ficam presas a superfície cilíndrica). Nessas
condições, a superfície efetiva utilizada no peneiramento está em torno de 30% da área
total. As principais vantagens dos trommels são sua simplicidade de construção e de
operação, seu baixo custo de aquisição e durabilidade.
MOAGEM
Nessa etapa, são trabalhados os materiais finos vindos da britagem para que sejam reduzidos ao
tamanho adequado para a concentração do minério. As partículas são reduzidas por impacto,
compressão, abrasão e atrito para que seja o mineral de interesse seja liberado para as próximas
fases. A depender do material e da operação da usina, serão empregados diferentes tipos de
moinhos. Os que são mais utilizados são: os moinhos cilíndricos, que pode ser de barras, de bolas,
A moagem é realizada em dois estágios;
• Moagem grossa: moinho de barras em circuito aberto;
• Moagem fina: moinho de bolas em circuito fechado.
Moinhos cilíndricos de bolas: as utilizam como meio moedor e são usados para moagens mais
finas do minério. O termo moinho de bolas é restrito àqueles que têm a relação de aspecto (L/D)
de 1,5 a 1; Moinhos longos com a relação de 3 a 5, usando bolas como meio moedor, são
geralmente compartimentados sendo que em cada compartimento tem-se um diâmetro de bolas
diferentes. Condições usuais de operação: Material grosseiro (3 a 4 mm); Regime de Catarata;
Circuito fechado; Moagem primária; Operação a úmido; Velocidade de rotação: 65 a 80 % Vc;
Grau de enchimento: 35 a 50%;
CLASSIFICAÇÃO
Diferentemente, do peneiramento que usa o tamanho físico das partículas para separar os
grãos tem como princípio básico a velocidade que uma certa partícula atravessa um
fluido, sendo mais usual seu uso com partículas bem finas onde o peneiramento não tem
muita efetividade. Operação de separação de uma população de partículas em duas outras
populações, que diferem entre si, pela distribuição relativa dos tamanhos de partículas
que as constituem. objetivos da classificação:
• Adequação granulométrica;
• Lavagem;
• Deslamagem;
• Desaguamento.
• Faixa de tamanhos: 0,833mm a 2μm;
• Operação a úmido;
• Equipamentos: ciclone e classificador espiral (Akins).
CICLONE
Equipamento padrão para classificação fina (0,15mm a 2μm). Não possui partes móveis;
usual é chapa de aço revestida internamente de Borracha (diâmetros menores); Cerâmica
(diâmetros maiores); Poliuretano;
Vantagens:
• Facilidade de controle operacional;
• Operação relativamente estável;
• Manutenção fácil;
• Investimento baixo.
Desvantagens:
• Custo operacional maior;
• Eficiência de classificação menor;
• Incapacidade de armazenar grande
• volume de polpa.
CLASSIFICADOR ESPIRAL
são os mais utilizados em instalações de pequena capacidade, estando o seu campo de
aplicação restrito a uma faixa granulométrica entre 0,833 a 0,074 mm. Sua utilização em
instalações de grande porte perde para os hidros ciclones, devido a maior capacidade e
versatilidade destes.
CONCENTRAÇÃO
O processo se desenvolve em um meio onde as três fases (sólida, líquida e gasosa) estão
presentes e participam intensamente do processo. Como fase gasosa utiliza-se o ar,
formado à base de moléculas apolares de nitrogênio (78,1%) e oxigênio (20,9%). A fase
sólida é representada pela mistura de minerais, os quais podem apresentar superfície polar
ou apolar. A fase líquida é a água, cujas moléculas apresentam um dipolo permanente.
Portanto, trata-se de líquido com moléculas de natureza polar.
ETAPAS DA FLOTAÇÃO
O processo de flotação tem três etapas, bem definidas, que ocorrem em sequência:
colisão, adesão e transporte. A primeira etapa é bastante influenciada pelo sistema
hidrodinâmico. A adesão é dependente das interações interfaciais entre a bolha e a
partícula, sendo fortemente favorecida pela hidrofobicidade da superfície mineral e,
finalmente, o transporte que depende da estabilidade do agregado bolha-partícula gerado
na etapa anterior.
Há uma tendência em se tentar melhorar o processo apenas com modificações no processo
de adesão. No entanto, a otimização, muitas vezes, exige uma maior atenção às etapas de
colisão e de transporte. É evidente que a flotação só vai acontecer se as três etapas forem
bem sucedidas.
ZONAS DE FLOTAÇÃO
A flotação ocorre em duas zonas distintas, igualmente importantes: primeiro na zona de
polpa, na parte inferior do equipamento de flotação, e depois na zona de espuma, na parte
superior, próximo à superfície.
Na zona de polpa acontece a colisão bolha-partícula, a adesão das partículas hidrofóbicas
às bolhas e o transporte do agregado bolha-partícula até a zona de espuma. Nessa região
se usa um regime turbulento para impedir a sedimentação das partículas maiores e mais
densas e, ao mesmo tempo, estimular as colisões.
Na zona de espuma é completado o transporte das partículas hidrofóbicas, devendo
prevalecer o regime laminar, já que não deve haver perturbações que possam ameaçar a
integridade do agregado bolha-partícula. Nessa região, a coalescência ou colapso das
bolhas se dá após o afinamento e ruptura da película de água, existente entre as bolhas.
Na película de água há partículas hidrofílicas, aprisionadas, que podem impurificar o
concentrado.
Flotação Direta: é aquela flotação onde as partículas da espécie mineral de interesse
econômico devem interagir com as bolhas de ar e flutuar, sendo então admitidas em uma
camada de espuma que será removida do sistema através de transbordo ou através de pás
mecânicas denominadas “espumadeiras”. Tal flotação é sempre utilizada quando o teor
do mineral útil no minério é bastante baixo se comparado ao de ganga. Neste caso, a
flotação é conduzida no sentido de se efetuar a concentração das espécies minerais de
interesse econômico.
Flotação Reversa: é aquela flotação onde as partículas dos minerais de ganga são o alvo
da concentração, isto é, devem interagir com as bolhas de ar e flutuar, sendo recolhidas
na espuma. As partículas da espécie mineral de interesse econômico devem permanecer
na polpa e afundar. Tal flotação é mais adequada não para concentração, mas para
purificação de minérios já ricos nos minerais de interesse.
Flotação Coletiva ou Bulk Flotation: é um tipo de flotação onde vários minerais com
características comuns são flotados em conjunto. Este procedimento é muito utilizado em
circuitos de flotação de sulfetos, onde todos os sulfetos são coletivamente flotados em
uma primeira etapa para, posteriormente serem separados em concentrados individuais.
Este procedimento permite uma considerável redução de massa de minério que deverá ser
submetida às etapas posteriores de concentração.
Flotação Seletiva: é um tipo de flotação onde apenas um mineral é desejável que flote.
É o caso da flotação da apatita existente nos minérios de fosfato.
Flotação Instantânea ou Flash Flotation: é um tipo de flotação que ocorre em curtos
intervalos de tempo e imediatamente após a moagem. As partículas liberadas flotam e são
removidas na espuma, enquanto que as partículas mistas retornam ao moinho para uma
nova etapa de cominuição e conseqüente flotação. Tal procedimento é aconselhável para
minérios que apresentam problemas de liberação associados a uma maior tendência de
geração de finos. Trata-se de um procedimento muito utilizado para evitar sobremoagem.
As operações diretamente envolvidas na flotação de minérios são
• Condicionamento: operação auxiliar da flotação que tem por objetivo efetuar a
adsorção das gotículas de coletor, ativador ou depressor sobre as partículas
minerais;
• Dosagem e adição de reagentes;
• Flotação propriamente dita.
CONDICIONADOR
Para que o reagente possa atuar na superfície da partícula mineral, coletando-a, ativando-
a ou deprimindo-a é necessário que se dê um tempo para que as partículas minerais e as
moléculas de reagente tenham a chance de entrar em contato. Esta operação é denominada
condicionamento. Com a maioria das espécies minerais o condicionamento é feito a baixa
diluição de polpa (alta percentagem de sólidos), de modo a aumentar a probabilidade de
que as gotículas de reagente e as partículas minerais se encontrem. Daí a frequente
necessidade de adensar previamente a polpa antes do condicionamento. Quando
necessário, este adensamento é feito em ciclones desaguadores ou em espessadores.
O condicionador é um tanque cilíndrico, de diâmetro e altura usualmente próximos. Sobre
o tanque assenta-se uma viga que sustenta o mecanismo de acionamento de um eixo, na
ponta da qual está uma hélice, que agita a polpa. Frequentemente existe um tubo
concêntrico ao eixo, com várias aberturas, ou aletas convenientemente dispostas, para
melhorar o contato.
MÁQUINA DE FLOTAÇÃO
A máquina de flotação é instalada dentro da célula e consiste em um rotor, no fundo da
célula, suspenso por um eixo conectado a um acionamento (fora da célula e acima). O
rotor tem uma função inicial que é de manter a polpa agitada e, portanto, em suspensão.
O movimento rotacional do rotor gera uma região de pressão negativa dentro da célula.
Em muitos modelos, essa depressão é suficiente para aspirar o ar necessário para a
flotação, daí a conveniência do tubo coaxial com o eixo do rotor. Em outros casos, o ar é
comprimido para dentro da máquina. Para que o ar seja efetivo no sentido de carregar
para cima o maior número possível de partículas coletadas, deve- se dispor de um grande
número de bolhas de pequeno diâmetro. Isto é conseguido colocando em torno do rotor
uma peça chamada estator, que fragmenta as bolhas de ar. Desta forma, o rotor agita a
polpa e a mantém em suspensão. O estator quebra as bolhas de ar num grande número de
pequenas bolhas.
CONCLUSAO
As técnicas utilizadas no processamento mineral são combinações de processos físicos, que
exploram diferentes propriedades físicas dos minerais (susceptibilidade magnética, brilho, cor,
peso específico, entre outras) e de processos químicos, envolvendo diferentes propriedades
químicas dos materiais (solubilidade, complexação, afinidade química, entre outras). O uso
integrado dessas técnicas visa adequar o produto final às exigências das indústrias ou do
comprador. Entretanto, como em toda atividade industrial, ocorre a geração de efluentes,
líquidos, gasosos e/ou sólidos.