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Engenharia de
Refratários e Soluções
COMINUIÇÃO
Britagem e Moagem
Professor – José Vale Jr.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
MOAGEM
Professor – José Vale Jr.
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MOAGEM
A moagem é o último estágio do processo de fragmentação. Neste
estágio as partículas são reduzidas, pela combinação de impacto,
compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado ao processo
fabril.
A moagem é a área da fragmentação que requer maiores
investimentos, maior gasto de energia e é considerada uma operação
importante para o desempenho de uma instalação de processamento
mineral.
Os equipamentos mais empregados na moagem são moinhos
cilíndricos de barras, bolas e seixos e micronizadores.
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PRINCIPAIS OBJETIVOS
MOAGEM
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EQUIPAMENTOS
DE MOAGEM
Moinho Vertical
Moinho de Barras
Moinho de Bolas
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MOINHO VERTICAL
O moinho vertical foi desenvolvido no Japão, na década de 1950, para
aplicações em moagens finas e ultrafinas. Nas últimas décadas este tipo de
moinho vinha sendo utilizado, preferencialmente, na etapa de remoagem
de minérios, mas recentemente, também tem sido considerado na etapa de
moagem primária.
Os rolos de moagem giram em
contato com o material sobre uma
mesa de moagem rotativa. O
material é centrifugado para a
borda da mesa, formando a
camada de material entre os rolos
e a mesa, onde é moído por
compressão e cisalhamento. As
forças de compressão
necessárias são produzidas por
um sistema de tensionamento
hidropneumático.
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MOINHO VERTICAL
MOINHO VERTICAL
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MOINHOS CILÍNDRICOS
Estes moinhos são constituídos de uma carcaça cilíndrica de ferro,
revestida internamente com placas de aço ou borracha, que gira sobre
mancais e contém no interior uma carga moedora de barras ou bolas
de ferro, aço ou cerâmica. Estes corpos moedores são elevados pelo
movimento da carcaça até um certo ponto de onde caem, seguindo
uma trajetória parabólica, sobre os outros corpos que estão na parte
inferior do cilindro e sobre o minério que ocupa os interstícios.
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MOINHOS CILÍNDRICOS
MOINHO DE BARRAS
São moinhos cilíndricos que utilizam barras como meio moedor e podem ser
considerados máquinas de britagem fina ou de moagem grossa. Eles são
capazes de suportar uma alimentação tão grossa quanto 50mm e fornecer um
produto tão fino quanto 500µm.
A característica principal do moinho de
barra é que o comprimento da seção
cilíndrica tem 1,25 a 2,5 vezes o
diâmetro. Essa razão é importante
porque as barras, que são somente
poucos centímetros menores que o
comprimento da carcaça, devem ser
impedidas de atravessarem dentro do
moinho. Entretanto a razão não deve
ser muito elevada, pois isso acarretaria
o uso de barras muito longas com
tendência a se deformarem.
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MOINHO DE BOLAS
Os estágios finais de fragmentação são realizados em moinhos cilíndricos,
usando bolas como meio moedor. Como as bolas têm maior área superficial
por unidade de peso do que as barras, são mais adequadas à moagem fina.
O moinho de bolas é um equipamento de moagem bastante utilizado na
indústria, inclusive a de refratários.
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MOINHO DE BOLAS
A moagem neste tipo de moinhos pode ser a seco ou a úmido e o processo pode ser
contínuo ou intermitente, embora o mais comum na indústria cerâmica seja a moagem
a seco, descontínua.
Estes moinhos são constituídos por um cilindro oco, de metal, com um eixo na
posição horizontal sobre o qual é imprimido um movimento de rotação. No seu
interior, forrado com um material duro como metal, cerâmica ou com borracha, por
onde rolam os corpos moedores em conjunto com o material a serem moídos. Os
corpos moedores podem ser de aço fundido ou forjado, ferro fundido ou cerâmica. A
dureza das bolas varia muito dependendo da fabricação.
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MOINHOS BI-CÔNICOS
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DIMENSIONAMENTO DE
MOINHO
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FATOR DE ENCHIMENTO
F = 113 – 126 Hc / D
Onde: - F = fator de enchimento
- Hc = distância do topo do moinho à carga [metros]
- D = diâmetro do moinho [metros]
MOAGEM EM CATARATA
Na moagem em catarata, a
velocidade do moinho arrasta as
bolas até uma posição bem
elevada e elas caem sobre as
outras bolas e sobre a polpa
causando fragmentação por
impacto.
Deve-se usar bolas maiores para
aumentar a energia de moagem
do meio moedor e baixo fator de
enchimento (menos bolas). Este
regime é adequado para a
fragmentação de material mais
grosso e para evitar a produção
de finos.
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MOAGEM EM CASCATA
Na moagem em cascata, a
velocidade baixa do moinho e o
alto fator de enchimento faz com
que as bolas alcancem uma certa
altura, e rolem sobre as outras
não havendo quase impacto e a
moagem se dá por abrasão e
atrito.
Deve-se usar bolas de diâmetros
menores. Este regime é adequado
para a obtenção de um produto
final com granulometria fina.
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VELOCIDADE DO MOINHO
√
n= 1 g.cos α
2π r
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VELOCIDADE CRÍTICA
Aumentando-se a velocidade do moinho chega um momento em que
a bola fica presa à carcaça pela ação da força centrífuga, durante a
volta completa do cilindro. Nessas condições o α = 0 e cosα = 1 e a
bola não realiza qualquer trabalho, não havendo portanto moagem. A
velocidade do moinho em que isto ocorre chama-se velocidade crítica
do moinho e pode ser calculada pela seguinte expressão:
nc =
√
1 g
2π r
√ 2r
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VELOCIDADE DE OPERAÇÃO
Atualmente todos os
fabricantes recomendam
uma sensível diminuição
da velocidade de
operação com o aumento
do diâmetro do cilindro.
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4,57-5,49 - 69-66
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CORPOS MOEDORES
Fator K
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Utiliza-se a mesma equação para calculo do diâmetro das bolas onde substitui o B
por D = diâmetro da barra [mm]
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ALIMENTAÇÃO DO MOINHO
DESCARGA DO MOINHO
-W - Potência Corrigida [ HP ]
Q - Volume produção [ t / h ]
E - Consumo de Energia [ HP.h / t ]
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Quando não for especificada ou obtida nenhuma referência de controle, usar 1,2.
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, D em m
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onde:
Rr = F / P = relação de redução;
F0 = tamanho ótimo de alimentação.
onde:
L = comprimento das barras, em pés;
D = diâmetro interno do moinho, em pés.
Para moinhos de barras de descarga central periférica, a taxa de redução ótima
será metade do valor RrO calculado.
Nas relações de redução em moinhos de bolas menor que 6:1, deve-se corrigir o
consumo energético conforme a equação:
Observações:
• Selecionar preferencialmente um moinho com potência nominal (tabelada)
menor que a necessária e corrigir seu comprimento depois;
• Não esquecer de conferir a relação L/D;
• Moinho de barras: atentar as barras com 4 a 6” menor que L.
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MICRONIZAÇÃO
Professor – José Vale Jr.
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MICRONIZAÇÃO
A moagem fina, também conhecida como micronização é considerado
o último estágio do processo de fragmentação. A moagem ultra fina
(<100 µm) é uma das mais importantes operações na indústria
mineral, se caracteriza por altos consumos de energia elétrica. Por
esta razão, muito trabalho de pesquisa foi realizado nas ultimas
décadas visando a redução do consumo de energia da moagem.
Como co-produto desses esforços, os fundamentos da fragmentação
foram esclarecidos, conduzindo a uma melhor compreensão dos
processos da fratura de partículas. Na base desses conhecimentos,
progressos significativos na prática de moagem foram obtidos. A
otimização dos moinhos de bolas, vibratórios e de impacto foi possível
e novos tipos de moinhos foram inventados.
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MICRONIZAÇÃO
Uma outra meta de pesquisa foi a extensão dos limites de moagem no
sentido de tamanhos menores de partículas até a faixa
submicrométrica e o processamento de materiais ultrafinos (<10 μm).
Esses materiais ultrafinos são usados em várias indústrias, tais como
indústria de papel, química, tinta, plástica ou cerâmica. Devido aos
custos relativamente baixos da moagem ultrafina, em comparação
com o processamento químico dos produtos concorrentes, produtos
ultrafinos gerados via moagem estão substituindo os produtos
químicos.
Embora as técnicas avançadas das moagens fina e ultrafina já sejam
aplicadas industrialmente no beneficiamento de minerais industriais,
ainda há pouca divulgação sobre as mesmas no Brasil.
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EQUIPAMENTOS
DE
MICRONIZAÇÃO Micronizador de
Atrição
Micronizador de
Choque
Micronizador a Jato
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MICRONIZADOR DE ATRIÇÃO
MICRONIZADOR DE ATRIÇÃO
Usam-se, como meio moedor, esferas metálicas, de vidro ou de
cerâmica, com diâmetros de 0,1 a 8 mm, em quantidade de 80-90% do
volume interno. Os moinhos são utilizados nas operações descontínua
e contínua. A carcaça cilíndrica desses moinhos é estacionária,
podendo ser instalada horizontal ou verticalmente. O meio moedor é
movimentado com auxílio de rotores, que giram na câmara de
moagem.
Em função da velocidade linear dos
rotores nos moinhos de atrição são
de baixa e alta velocidade. Nos
attritors, a velocidade linear dos
rotores está abaixo de 4 m/s,
enquanto os rotores nos stirred
mills atingem velocidades entre 4 e
20 m/s. Moinho de alta velocidade
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MICRONIZADOR DE CHOQUE
Na cominuição por choque, a energia de ruptura é oriunda da energia
cinética das partículas e liberada durante um processo de choque.
Para tal, as partículas são aceleradas com rotores ou por jatos de gás,
e, em seguida, se chocam com elementos de moagem ou outras
partículas. Durante os choques, a energia cinética é, parcialmente,
transformada em energia de deformação, resultando na quebra das
partículas, quando a resistência das mesmas é ultrapassada. Como
nem toda energia elástica estocada é dissipada nas rupturas, as
partículas fragmentadas dispersam-se numa nuvem de material em
forma de cone, após a quebra.
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MICRONIZADOR DE CHOQUE
Os moinhos com rotor têm aplicações desde a faixa granulométrica
correspondente à britagem primária até a moagem fina, de materiais
pouco abrasivos, dureza de Mohs menor que 4. Em britadores de
impacto são processados calcários, dolomitos, material bruto para
produção de cimento, cal ou gesso; em moinhos de rotor calcários,
cereais, temperos, açucar ou sal. Os moinhos de rotor reduzem as
partículas a tamanhos médios (x50) de 10 a 100 μm ou 3 a 10 μm,
caso o moinho for combinado com um classificador. Dependendo da
granulometria e do tipo de material, as velocidades lineares dos
rotores variam entre 20 e 130 m/s. Em certos modelos, adequados à
moagem de metais ou plásticos, a câmara de moagem pode ser
resfriada para tornar o material mais quebradiço (processo
criogênico).
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MICRONIZADOR DE CHOQUE
MICRONIZADOR A JATO
Os moinhos a jato são usados em várias tarefas das moagens fina e
ultrafina a seco de materiais plásticos ou friáveis, pouco ou muito
abrasivos, resistentes ou não resistentes à fragmentação. Logo, são
adequados para moer materiais, tais como abrasivos, grafite para
impressão, talco, resinas, farmacêuticos, cerâmicos e quartzo de alta
pureza. A distribuição granulométrica do material na alimentação
desses moinhos pode variar desde dezenas de micrômetros a
milímetros. Os moinhos têm capacidade entre 2 a 6000 kg/h na
moagem ultrafina, obtendo-se um produto final com granulometria
abaixo de 2 ou 3 μm. Nesses equipamentos a energia cinética é
transmitida às partículas por expansão de gás. Usa-se ar comprimido,
vapor superaquecido ou gases inertes em algumas aplicações como
meio energético.
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MICRONIZADOR A JATO
TESTES DE MICRONIZAÇÃO
Objetivos
• Avaliar produtividade e consumo energético da micronização de um material
sinterizado, Wi 13 kW/t.
• Atingir D50 ≤1,5µm e D97 ≤5,0µm.
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MP1 MP 1
Material <212µm <600µm
Equipamento Pulvis 600 Pulvis 600
Taxa de Produção (Kg/h) 32 39
Consumo Energético (kWh/t) 194 295
D50 (µm) 1,3 1,6
D97 (µm) 3,8 4,8
80
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RESUMO