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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

Aula: Processo de Filtração com Membranas


• A membrana é o coração do processo e pode ser definida como uma
barreira seletiva entre duas fases:

Figura 1 – Representação esquemática de um sistema de 2 fases


separado por uma membrana (adaptado de Mulder, 1991) 1
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➢ Processos de Separação por Membranas

• O desempenho ou eficiência de uma membrana é determinada por dois


parâmetros: a seletividade e o fluxo.
• Seletividade: normalmente expressa pelo coeficiente de retenção:
R = 1 – CP/CF
CF = concentração do soluto na alimentação
CP = concentração do soluto no permeado ou filtrado.
• O fluxo ou velocidade de permeação é definido como o volume de solução que
atravessa a membrana por unidade de área e por unidade de tempo.
• Em geral, as membranas podem ser classificadas de acordo com a sua natureza
e estrutura ou morfologia.
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• Relativamente à sua natureza, as membranas dividem-se em biológicas


(vivas ou não vivas) e sintéticas (orgânicas ou inorgânicas).
• Do ponto de vista estrutural, as membranas podem ser simétricas
(porosas ou não porosas) e assimétricas.
• As simétricas apresentam uma espessura entre 100 e 200 μm
• As assimétricas são constituídas por uma camada homogênea, muito
fina, e em que a espessura pode variar entre 0,1 a 0,5 μm, suportada por
uma camada porosa com uma espessura entre 50 a 150 μm.

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Figura 2 – Representação esquemática da seção transversal de membranas com diferentes


morfologias.

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Processos de Separação por Membranas

• Os principais processos de membranas utilizam como força motriz o


gradiente de potencial químico e/ou o gradiente de potencial elétrico.
Como a maioria dos processos ocorrem em condições isotérmicas, o
gradiente de potencial químico é expresso em termos do gradiente de
pressão, concentração ou pressão parcial de acordo com a equação,
∆𝜇𝑖 = 𝑅𝑇∆𝐼𝑛 λ𝑖 𝑥𝑖 + 𝑣𝑖 ∆𝑃 (1)
onde μi é o potencial elétrico da espécie i, λi é o coeficiente de atividade,
xi é a fração molar, vi é o volume molar e ΔP o gradiente de pressão.

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Processos de Separação por Membranas


• Os processos mais empregados para purificação de bioprodutos são os
que utilizam a diferença de pressão como força motriz;
• Em razão da natureza e do tipo de solutos e da presença ou não de
partículas em suspensão, existem diferentes membranas com diferentes
tamanhos e distribuição de poros caracterizando 4 processos:
➢Microfiltração;
➢Ultrafiltração;
➢Nanofiltração;
➢Osmove inversa.

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Processos de Separação por Membranas
• A Tabela 1 apresenta as características mais importantes dos processos de separação
com membranas, nomeadamente o tipo de força motriz envolvida e o mecanismo de
ação, bem como alguns exemplos de aplicação.

Tabela 1 – Características mais relevantes dos processos de separação por membranas


PROCESSO FORÇA MOTRIZ MECANISMO DE ACÇÃO MATERIAL RETIDO APLICAÇÕES
Microfiltração (MF) Gradiente de pressão Exclusão Material em suspensão - Clarificação de vinho e cerveja
0.1 – 1 bar 0.1 – 10 μm - Esterilização bacteriana
- Concentração de células

Ultrafiltração (UF) Gradiente de pressão Exclusão Colóides, macromoléculas - Fraccionamento e concentração de


0.5 – 5 bar PM > 5000 proteínas
- Recuperação de pigmentos
- Recuperação de óleos

Nanofiltração (NF) Gradiente de pressão Exclusão /Difusão Moléculas de peso molecular - Purificação de proteínas
1.5 – 40 bar médio - Separação de compostos orgânicos e sais
500 < PM < 2000 divalentes

Osmose Inversa (OI) Gradiente de pressão Difusão Todo material solúvel ou em - Dessalinação de águas
20 – 100 bar suspensão - Concentração de sumos
- Desmineralização da água

Diálise (D) Gradiente de concentração Difusão Moléculas de PM > 5000 - Hemodiálise-Rim artificial
- Separação de sais

Electrodiálise (ED) Gradiente de potencial Migração num campo eléctrico Macromoléculas e compostos - Concentração de soluções salinas
eléctrico iónicos

Permeação de gases (PG) Gradiente de pressão e Soluibilidade / Difusão Gases menos permeávei - Recuperação de H2
concentração - Separação CO2/CH4
- Fraccionamento do ar
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➢ Microfiltração/Ultrafiltração/Nanofiltração/Osmose
inversa

• A diferença entre os processos é função do tamanho das moléculas a


serem separadas; da micro para a osmose, o tamanho dessas
moléculas diminui e, portanto, o tamanho dos poros deve ser menor,
até ser praticamente inexistente;

• Quanto menor o “tamanho” do poro, maior a resistência à


transferência de massa oferecida pela membrana e,
consequentemente, maior a diferença de pressão aplicada para que a
permeação ocorra.

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Figura 3 – Principais características dos processos que utilizam diferença de pressão como
força motriz. 9
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Figura 4 – Faixa de porosidade de membranas de MF, UF, NF e OI.

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➢ Microfiltração/Ultrafiltração/Nanofiltração/Osmose
inversa
Microfiltração
> 0,6 m partículas suspensas
> 500.000 Da
proteínas
Ultrafiltração
0,1 – 0,01 m vírus
1.000 – 500.000 Da bactérias, células

Nanofiltração emulsões oleosas


0,01 – 0,001 m
macromoléculas
100 – 1.000 Da
colóides
Osmose Inversa baixo peso molecular
< 0,001 m
< 100 Da íons
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➢ Microfiltração
• É similar a uma filtração clássica que utiliza membranas sintéticas como
barreira seletiva.
• Emprega membranas micro porosas, isotrópicas ou anisotrópicas, com
tamanho de poros entre 0,05 a 5 μm.
• É empregada para reter partículas em suspensão, tanto no ar quanto em
misturas aquosas.
• São membranas totalmente permeáveis aos compostos solúveis,
independentemente do valor de suas massas molares.
• Aplicação: filtração estéril, tanto de líquidos quanto de gases.

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➢ Ultrafiltração
• Emprega membranas microporosas anisotrópicas, com diâmetros de
poros entre 1 e 500 nm.
• Capaz de reter macromoléculas em solução, e permeável a todos os
solutos de baixa massa molar.
• Bastante utilizada tanto na purificação quanto na concentração de
proteínas e enzimas.

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➢ Osmose Inversa
• Utiliza membranas anisotrópicas densas, portanto, são permeáveis apenas ao
solvente, em geral, água, retendo, praticamente, todas as moléculas solúveis e
materiais em suspensão.
• Alta pressão faz a água atravessar a membrana no sentido da solução mais
concentrada para a menos concentrada.

Figura 5 – O fenômeno osmótico e a osmose inversa. ΔP – diferença de pressão aplicada; Δπ – diferença entre
pressão osmótica da solução e do solvente.
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➢ Tipo de Membranas e Configurações

• As membranas comerciais são normalmente sintetizadas a partir de


materiais poliméricos. O acetato de celulose foi o primeiro material a ser
utilizado em processos de OI, NF e UF.
• O material apresenta algumas limitações quanto à sua sensibilidade face a
variações de pH e de temperatura. Além disso, pode ser facilmente
degradado por ação microbiana. Principais vantagens: baixo custo e o fato
de ser material hidrofílico.
• A polisulfona tem sido usada na fabricação de membranas de MF e UF. A
vantagem principal deste tipo de membrana é a sua excelente resistência a
altas temperaturas e a grandes variações de pH.

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➢ Tipo de Membranas e Configurações

• Outros polímeros que proporcionam melhorias significativas a nível de


resistência mecânica, química e térmica das membranas de MF, OI e UF
são, respectivamente, o polipropileno, a poliamida e o poliacrilonitrilo.
• Mais recentemente, têm surgido no mercado membranas baseadas em
materiais inorgânicos, dos quais se destacam aquelas preparadas a partir
de materiais cerâmicos, tais como alumina, zircónio, sílica e hematite.
• Estas membranas apresentam maior vida útil e permitem operar em
amplos intervalos de pH e temperatura. Entre as desvantagens, estão o seu
elevado custo e a pouca flexibilidade, por serem materiais duros e
quebradiços e com baixa resistência ao impacto.

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➢ Tipo de Membranas e Configurações


• As membranas são utilizadas em diversas configurações, esquematizadas
na Figura 4: tipo planar, tubular, fibra ocas e em espiral.
• As membranas planares formam uma configuração do tipo “plate and
frame”, isto é, são dispostas paralelamente, separadas por espaçadores e
suportes porosos. Apresentam uma densidade de empacotamento (área
superficial de membrana por volume de módulo, A/V) baixa que pode
variar entre 100 a 400 m2/m3.
• A configuração tubular é constituída por tubos de material polimérico ou
cerâmico, cujo diâmetro normalmente é superior a 10 mm, inseridos
dentro de módulos de geometria cilíndrica. A relação A/V do módulo
também é considerada baixa, sendo sempre menor que 300 m2/m3.
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➢ Tipo de Membranas e Configurações

• As fibras ocas são usadas na forma de cartuchos contendo centenas de


fibras de pequeno diâmetro (interno) que variam entre 100 a 500 μm. A
grande vantagem desta configuração é a elevada densidade de
empacotamento, A/V, que pode atingir valores da ordem dos 30.000
m2/m3. São bastante utilizados em MF e UF.
• A configuração em espiral é uma das mais comuns nas indústrias que
operam com processos de separação por membranas, principalmente MF,
UF e OI. É constituída por membranas planares, suportes e espaçadores
que são fixados e enrolados em redor de um tubo coletor central por
onde flui o permeado. A relação A/V varia entre 300 a 1000 m2/m3.

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Figura 6 – Tipos de configuração dos módulos de membranas; a) Planar; b) Tubular; c) Fibras ocas; d) Espiral. 19
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➢ Transporte de soluto através de membranas porosas

• Como mencionado, os processos de separação por membranas são


operados em escoamento tangencial (“cross flow filtration”), no qual a
solução flui paralelamente à superfície da membrana, enquanto o
permeado é transportado transversalmente à mesma (Figura 7).

Figura 7 – Escoamento em processos de membranas; a) Fluxo cruzado; b) Declínio do fluxo de permeado.

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➢ Transporte de soluto através de membranas porosas


• Durante esta operação, observa-se um declínio no fluxo de permeado ao longo do tempo
devido a uma série de fenômenos que criam condições favoráveis ao entupimento
(“fouling”) da membrana.
• Uma vez que a membrana é seletiva, isto é, permite a passagem apenas de alguns
solutos, haverá uma acumulação dos solutos que são largamente rejeitados pela
membrana.
• Como consequência, uma camada concentrada se formará na interface da mesma, com
uma resistência adicional à transferência de massa. Este fenômeno que se designa por
polarização da concentração, assume maior importância no caso da ultrafiltração de
hidrocolóides, macromoléculas e outros solutos de elevado peso molecular.
• Outras condições do processo, tais como as interações entre os solutos e a membrana, o
pH do meio, o tamanho e a morfologia da própria membrana, concorrem para o
aparecimento de resistências adicionais devido à formação da camada gel, do
entupimento dos poros, e da adsorção de solutos na superfície da membrana. 21
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➢ Fouling: É o aumento da resistência da membrana à transferência de massa, quer
seja pela redução da porosidade (entupimento, adsorção), quer seja pela
polarização da concentração na superfície da membrana (acúmulo de solutos) e
formação de camada de gel.

Rm

Ra

Rpc
Rb

Rg 22
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➢ Transporte de soluto através de membranas porosas
• A formação da zona de polarização e da camada gel podem ser
minimizadas através do aumento da velocidade de escoamento tangencial
devido ao aumento da turbulência.
• O efeito de mistura, nas proximidades da superfície da membrana, arrasta
uma parte significativa dos solutos acumulados, na maioria das vezes por
adsorção, reduzindo a espessura da camada gel e aumentando a
velocidade de permeação.
• O “fouling” também pode ser controlado através de outros procedimentos
como a aplicação de gradientes de pressão mais reduzidos ou atuando a
nível da composição química das membranas, de forma a alterar as
interações soluto-superfície da membrana.
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➢ Limpeza e desinfecção de membranas


• Possibilitar a restauração da capacidade de separação;
• Não deve danificar a membrana nem os componentes do sistema;
• Deve ser econômica em custo e tempo;
• Seleção e concentração dos agentes de limpeza;
• Condições operacionais: temperatura, velocidade tangencial, pressão,
tempo;
• Qualidade da água utilizada.

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➢Aplicações:

• Tratamento de água
• Indústrias de alimentos e bebidas

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➢ Tratamento de água

• Introdução:
- 1950: aplicação comercial desta tecnologia para a dessalinização de águas marinhas
- 1980: sistemas confiáveis de grande porte de microfiltração e nanofiltração para
tratamento de água e esgoto urbanos
- Tecnologia que permite o fornecimento de água potável mais segura, livre de
microrganismos patogênicos
• Forças externas que impulsionam a filtração em membranas utilizadas em
saneamento básico:
- Pressão
- Sução (pressão negativa)
- Potencial elétrico
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➢ Tratamento de água
• Vantagens:
- Operam à T ambiente sem mudança de fase, o que resulta em
considerável economia de energia.
- Não há acúmulo de produtos dentro da membrana, o que viabiliza
a operação contínua do sistema sem redução da eficiência de
separação.
- Não há a necessidade de aditivos químicos, o processo de
membranas filtrantes produz menos quantidade de rejeitos do
que os processos convencionais, e por ser um processo menos
poluente, é ambientalmente mais limpo.
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➢ Tratamento de água
• As águas naturais e os esgotos sanitários contêm uma grande
variedade de partículas, moléculas e íons;
• A escala geométrica dos contaminantes removidos nos processos
de tratamento varia de material macroscópico, separado com o
auxílio de grades/peneiras, aos componentes removíveis com
membranas:
- Material particulado microscópico: bactérias, algas, vírus, material
coloidal.
- Moléculas orgânicas: componentes de solventes, etc.
- Íons: metais pesados, salinidade excessiva, dureza.

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➢ Indústria de alimentos e bebidas
• Microfiltração/Nanofiltração
- Refino de óleos vegetais.
- Esterilização a frio de suco de frutas.
- Clarificação de suco de frutas.
- Estabilização de água de coco.
- Estabilização de vinhos.
- Remoção de microrganismos de bebidas (vinhos e cervejas) e de
água.
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➢ Indústria de alimentos e bebidas

• Microfiltração/Nanofiltração
- concentração de leite para fabricação de queijo.
- concentração de proteínas (clara de ovo, gelatina).
- recuperação e concentração de proteínas de hidrolisado de soja.
- fracionamento de proteínas do soro de leite.

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➢ Indústria de alimentos e bebidas

• Nanofiltração/Osmose Inversa
- concentração de suco de frutas.
- remoção de compostos de baixo peso molecular, que causam o
sabor amargo em alguns sucos de frutas.
- recuperação de aromas (café, suco de frutas e bebidas).
- recuperação de produtos proteicos, a partir da água de rejeitos da
indústria de amido de batata.

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➢ Indústria de alimentos e bebidas

• Nanofiltração/Osmose Inversa
- concentração de suco de frutas.
- remoção de compostos de baixo peso molecular, que causam o
sabor amargo em alguns sucos de frutas.
- recuperação de aromas (café, suco de frutas e bebidas).
- recuperação de produtos proteicos, a partir da água de rejeitos da
indústria de amido de batata.

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➢Indústria de alimentos e bebidas: clarificação de


sucos de frutas
➢ Compostos indesejados - provocam a turbidez
▪ Material particulado: fibras, sólidos em suspensão

▪ Turbidez biológica: bolores, leveduras, bactérias

▪ Precipitados cristalinos: tartaratos

▪ Precipitados amorfos: pectinas, amido, poli-fenóis, gomas,


celulose, hemi-celulose, proteínas, que causam turbidez devido à
ocorrência de separação de fases, quando o suco é estocado.
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➢ Indústria de alimentos e bebidas: processo
convencional para obtenção de sucos clarificados
Fruta
Lavagem e seleção

Desintegração/Extração/Despolpamento

Tratamento enzimático

Centrifugação
Auxiliar
de filtração Filtração
Pasteurização

Suco clarificado pasteurizado


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➢Equacionamento Processos com Membranas


• Fluxo de Permeado
• Modelo de Filme
• Determinação do Coeficiente de Transferência de Massa
• Exemplos

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1) Fluxo de permeado
O fluxo através da membrana assume a seguinte forma:
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑀𝑜𝑡𝑟𝑖𝑧
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 = (2)
𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 . 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Nos processos conduzidos sob gradiente de pressão, casos de MF, UF e OI, a Eq (2) fica:
∆𝑃
𝐽= (3)
𝜇. 𝑅𝑡𝑜𝑡
onde:
J = Fluxo volumétrico (m3.m-2.s-1);
Rtot = Resistência total (m-1) = Resistência intrínseca da membrana (Rm) + Resistência causada pela adsorção
(Ra)+ Resistência causada pelo entupimento dos poros (Rp) + Resistência da camada gel (Rg) + Resistência
devido à polarização da concentração (Rp);
ΔP = Diferença de pressão na membrana (Pa);
μ = viscosidade da solução (Pa.s)
Segundo a Eq (3) que se designa por modelo das resistências em série, o fluxo é inversamente proporcional ao
somatório de várias resistências que irão contribuir de uma maneira diferente para a resistência total ao fluxo.
No caso da passagem de água pura através da membrana, somente a resistência da membrana Rm estaria
envolvida. 36
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2) Modelo de filme
• Descreve os mecanismos de transferência de massa em processos de ultrafiltração baseados em três
fluxos: o fluxo convectivo em direção à membrana JC, o fluxo do soluto através da membrana JCp e o fluxo
difusivo da membrana para a solução D=dC/dx de acordo com a lei de Fick (ver Figura 8).
• Considera-se, também, que na distância δ da superfície da membrana ocorre mistura completa, e em que
a concentração no seio de alimentação é Cb. Contudo, nas proximidades da membrana, à montante desta,
forma-se uma camada onde a concentração do soluto aumenta e atinge um valor máximo na superfície
Cm.

Figura 8 – Polarização da concentração; perfis de concentração em estado estacionário na fase fluida.


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• O balanço de massa ao soluto em condições estacionárias é dado por:

𝑑𝐶
𝐽𝐶 + 𝐷 = 𝐽 𝐶𝑝 (4)
𝑑𝑥

Integrando esta equação diferencial com as condições fronteira


x = 0 ⇒ C = Cm e
x = δ ⇒ C = Cb , obtém-se:

𝐶𝑚 − 𝐶𝑝 𝐽𝛿 (5)
= 𝑒𝑥𝑝
𝐶𝑏 − 𝐶𝑝 𝐷

em que Cb, Cm e Cp são as concentrações de soluto (kg.m-3), respectivamente, na


alimentação, na membrana e no permeado, J é o fluxo volumétrico (m3.m-2.s-1), δ é a
espessura da membrana (m) e D é a difusividade do soluto em solução (m2.s-1).

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• De acordo com a teoria do filme, D/δ é o coeficiente de transferência de massa k(m.s-1),


isto é, k = D/δ.
• Introduzindo o coeficiente de rejeição intrínseco, Rint = 1 – Cp/Cm, a equação (5) será
expressa por:
𝐽
𝐶𝑚 𝑒𝑥𝑝
= 𝑘
𝐶𝑏 𝑅 − 1 − 𝑅 𝐽 (6)
𝑖𝑛𝑡 𝑖𝑛𝑡 𝑒𝑥𝑝 𝑘

• A razão Cm/Cb designa-se por módulo de polarização de concentração. Esta razão


aumenta com o aumento da concentração Cm, com o aumento do fluxo J e com a
diminuição do coeficiente de transferência de massa k.
• Em muitos casos práticos, quando se aplica a ultrafiltração para concentrar soluções, o
fluxo convectivo a jusante da membrana é pouco importante e Cp = 0, logo a equação
(6) reduz-se a,
𝐶𝑚 𝐽
= 𝑒𝑥𝑝 (7)
𝐶𝑏 𝑘
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• Se admitirmos que se forma uma camada gel de concentração Cg a partir da acumulação


de solutos (macromoléculas) na superfície da membrana, devido à precipitação por
supersaturação das macromoléculas, o fluxo atinge um valor máximo (fluxo limite J∞) e a
equação (7) deverá ser escrita como:

𝐶𝑔
𝐽∞ = 𝑘𝑙𝑛 = 𝑘𝑙𝑛𝐶𝑔 − 𝑘𝑙𝑛𝐶𝑏 (8)
𝐶𝑏

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3) Determinação do Coeficiente de Transferência de Massa
• O coeficiente de transferência de massa pode ser determinado com base em valores
experimentais de fluxo vs concentração ou a partir de correlações empíricas.
• Pela via experimental, aplica-se a equação (8) utilizando várias concentrações na alimentação
Cb e obtendo J∞ para cada uma delas. A representação gráfica de J∞ em função do ln (Cb)
permite encontrar o declive –k e a ordenada na origem k ln (Cg) (camada gel), como mostra a
Figura 9.

Figura 9 – Fluxo limite em função de ln (Cb).


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• A outra alternativa baseia-se na definição do coeficiente de transferência de massa, onde o


valor de k depende das condições hidrodinâmicas (velocidade de circulação da corrente de
alimentação vc), da difusividade do soluto D, da viscosidade da solução μ, da massa específica
ρ e das dimensões e da configuração do módulo de membranas.
• Define-se assim o número adimensional de Sherwood Sh, como:

𝑤
𝑘𝑑ℎ 𝑑ℎ
𝑆ℎ = =∝ 𝑅𝑒𝛽 𝑆𝑐 𝛾 (9)
𝐷 𝐿
onde:
• Sh = número de Sherwood
• dh = diâmetro hidráulico
• Re = número de Reynolds
• Sc = número de Schmidt
• α, β, y e ω são constantes
• L = comprimento.
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• Para configurações tubulares, o diâmetro hidráulico corresponde ao diâmetro de um tubo de


seção circular constante e para módulos planares de largura w (m) e altura h (m), o diâmetro
hidráulico é calculado como:
2𝑤ℎ
𝑑ℎ =
𝑤+ℎ

• O número de Reynolds caracteriza o regime de escoamento:

𝜌 𝑣𝑐 𝑑ℎ onde 𝑣𝑐 = velocidade de circulação


𝑅𝑒 =
𝜇

• Em geral, para Re < 2100 o fluxo é laminar e para Re > 4000 o fluxo é turbulento.
• O número de Schmidt depende das características do soluto (D) das propriedades
físicas da solução (ρ, μ), é definido por:
𝜇
𝑆𝑐 =
𝜌𝐷
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• A Tabela 1 apresenta os valores das constantes da equação (9) em função das condições de
fluxo:

Tabela 1 – Condições de fluxo e coeficientes para estimar o coeficiente de transferência de massa


(Fonte: Cheryan, 1986).
Condições Coeficientes
Correlação Regime Re Lc Lv α β γ ω
1 turbulento > 4000 - - 0,023 0,80 0,33 0
2 laminar < 1800 L < Lc L > Lv 1,86 0,33 0,33 0,33
3 laminar < 1800 L < Lc L < Lv 0,664 0,33 0,33 0,50

• Lc e Lv são, respectivamente, o comprimento do canal e o comprimento da região de entrada


onde se desenvolve o perfil de concentração.
• Estes parâmetros podem ser estimados a partir das seguintes equações:

𝐿𝑣 = 𝐵𝑑ℎ 𝑅𝑒 (10)
0,1 𝛾𝑤 𝑑ℎ3 (11)
𝐿𝑐 =
𝐷
onde yω é a velocidade de corte na parede e B é uma constante cujos valores variam entre 0,029 e 0,05 44
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Exemplo 1:
Pretende-se concentrar uma solução por ultra filtração, desde uma concentração de 3,1% até
22% (concentração na camada gel). Estimar a velocidade de permeação (fluxo) para 2 tipos
de configuração de membranas: fibras ocas e tubular, com características apresentadas na
Tabela abaixo. As propriedades físicas da solução são as seguintes: massa específica (ρ) =
1,03 g.cm-3, viscosidade (μ) = 0,008 g.cm-1.s-1 e difusividade do soluto (Dif) = 7,0x10-7 cm2.s-1.

Tipo de configuração
Especificações Fibras ocas Tubular
Diâmetro, dh 0.11 cm 1.25 cm
Comprimento, L 63.5 cm 240 cm
Número de fibras ou tubos, n 660 18
Caudal, Q 38 L.min-1 265 L.min-1
Queda de pressão, ΔP 0.9 kgf.cm-2 2.0 kgf.cm-2
Velocidade de corte, γ∞ 7272 s-1

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• Cálculos para a configuração do tipo fibras ocas:
1 – Determinar Re
𝑄 38𝑙 1𝑚𝑖𝑛 1.000 𝑐𝑚3 1
𝑣𝑐 = = = 100 𝑐𝑚. 𝑠 −1
𝜋 1𝑚𝑖𝑛 60𝑠 1𝑙 𝜋
𝑛 4 𝑑2 660 4 0,112

𝜌 𝑣𝑐 𝑑ℎ 0,11 × 100 × 1,03


𝑅𝑒 = = = 1.416
𝜇 0,008

2 – Verificar se L > Lc

𝐿𝑣 = 𝐵𝑑ℎ 𝑅𝑒 = 𝐵 0,11 1.416 = 4,5 𝑎 7,8 𝑐𝑚 (0,029 ≤ 𝐵 ≤ 0,05)

0,1 𝛾𝑤 𝑑ℎ3 0,1 × 7.272 × 0,113


𝐿𝑐 = = = 1,38 × 106 𝑐𝑚
𝐷 7 × 10 −7

8 × 100
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝛾𝑤 = = 7.272 𝑠 −1
0,11

Com base nos cálculos, verifica-se que L (= 63,5 cm) < Lc e L > Lv permitindo deste modo selecionar a
correlação 2 que consta da Tabela 1.
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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

3 – Determinar Sh

𝑤 0,33
𝑘𝑑ℎ 𝑑ℎ 0,11
𝑆ℎ = =∝ 𝑅𝑒𝛽 𝑆𝑐 𝛾 = 1,86. 1.4160,33 . 110960,33 . = 54
𝐷𝑖𝑓 𝐿 63,5

𝜇 0,008
𝑆𝑐 = = = 11.096
𝜌 𝐷𝑖𝑓 1,03 . 7. 10−7

4 – Avaliar o valor do coeficiente de transferência de massa k

𝐷𝑖𝑓 𝑆ℎ 7 × 10−7 × 54
𝑘= = = 3,44 × 10−4 𝑐𝑚2 . 𝑐𝑚−1 . 𝑠 −1 = 12,4 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝑑ℎ 0,11

𝑐𝑚2 𝑐𝑚 3600𝑠 1𝐿 100𝑐𝑚 2


3,44 × 10−4 = 12,4 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝑐𝑚. 𝑠 𝑐𝑚 1ℎ 1000 𝑐𝑚3 1𝑚2

47
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

5 – Calcular o fluxo usando a equação (8)

𝐶𝑔 22
𝐽 = 𝑘𝑙𝑛 = 12,4 ln = 24,3 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝐶𝑏 3,1

• A mesma metodologia de cálculo pode ser seguida para a configuração tubular e de acordo
com esta o valor obtido para o fluxo é de 80.7 L.m-2.h-1. A tabela a seguir sumariza os
resultados obtidos para as duas configurações.
Tipo de configuração
Parâmetro Fibras ocasa Tubularb
Fluxo, J 24,3 L.m2.h-1 80,7 L.m2.h-1
Coeficiente de transf. massa, k 12,4 L.m2.h-1 40,5 L.m2.h-1
Número de Sherwood, Sh 54,0 2.008,0
Número de Reynolds, Re 1.416 32.188
Número de Schmidt, Sc 11.096 11.096
Razão, dh/L 1,73x10-3 -b

a – regime laminar
b – regime turbulento, ω=0 e a razão dh/L não é aplicável.
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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

Exemplo 2:
Um processo de ultrafiltração deverá ser utilizado para concentrar uma solução de 5% para
35%. Estimar a velocidade de fluxo (permeação), para que este processo possa ocorrer
através de uma membrana com configuração tubular, cujas características são apresentadas
na tabela abaixo:

Especificações Configuração tubular


Diâmetro, dh 1,35 cm
Comprimento, L 250 cm
Número de tubos, n 20
Vazão, Q 300 L/min
Queda de pressão, ΔP 1,5 kgf/cm2

As propriedades da solução são:


Densidade = 1.050 kg/m3
Viscosidade = 0,001 g/cm.s
Difusividade do soluto = 6x10-7 cm2/s
49
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217
• Solução:
1 – Determinar Re
𝑄 300𝑙 1𝑚𝑖𝑛 1.000 𝑐𝑚3 1
𝑣𝑐 = = = 174,65 𝑐𝑚. 𝑠 −1
𝜋 1𝑚𝑖𝑛 60𝑠 1𝑙 𝜋
𝑛 4 𝑑2 20 4 1,352

𝑘𝑔 1000𝑔 1𝑚3 174,65𝑐𝑚


1050 3 1,35𝑐𝑚
𝜌 𝑣𝑐 𝑑ℎ 𝑚 1𝑘𝑔 106 𝑐𝑚3 𝑠
𝑅𝑒 = = = 24.756,6 𝑇𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜‼
𝜇 0,001𝑔/𝑐𝑚𝑠

2 – Correlação: Tabela 1.

Regime turbulento = correlação 1


Coeficientes:  = 0,023
β = 0,80
 = 0,33
ω= 0
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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

3 – Determinar Sh

𝜇 0,001 𝑔/𝑐𝑚𝑠
𝑆𝑐 = = = 1.587,3
𝜌 𝐷𝑖𝑓 0,105 g/cm3 . 6. 10−7 𝑐𝑚2/𝑠

𝑤 0
𝑘𝑑ℎ 𝑑ℎ 𝑑ℎ
𝑆ℎ = =∝ 𝑅𝑒𝛽 𝑆𝑐 𝛾 = 0,023 (24.756,6)0,80 . (1.587,3)0,33 .
𝐷𝑖𝑓 𝐿 𝐿

𝑆ℎ = 856,8

51
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

4 – Avaliar o valor do coeficiente de transferência de massa k

𝐷𝑖𝑓 𝑆ℎ 6 ×10−7 𝑐𝑚2/𝑠×856,8


𝑘= = = 3,808 × 10−4 𝑐𝑚2 . 𝑐𝑚−1 . 𝑠 −1 = 13,7 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝑑ℎ 1,35𝑐𝑚

𝑐𝑚2 𝑐𝑚 3600𝑠 1𝐿 100𝑐𝑚 2


3,808 × 10−4 = 13,7 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝑐𝑚. 𝑠 𝑐𝑚 1ℎ 1000 𝑐𝑚3 1𝑚2

52
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

5 – Calcular o fluxo

𝐶𝑔 35
𝐽 = 𝑘𝑙𝑛 = 13,7 ln = 26,6 𝐿. 𝑚−2 . ℎ−1
𝐶𝑏 5

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Aplicação:

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Introdução e Justificativa

❑ Propriedades nutricionais, alto teor de potássio, repositor de sais, além de suas


aplicações terapêuticas;

❑ A atividade enzimática na água de coco causa alterações indesejáveis (cor rósea);

❑ O desenvolvimento de técnicas de processo, permitem o seu envase, com a


consequente comercialização e melhor conservação.

55
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Material e Métodos: Processamento

COCO VERDE

RECEPÇÃO E SELEÇÃO

LAVAGEM

EXTRAÇÃO FILTRAÇÃO COM ÁGUA DE COCO


ABERTURA E PRÉ-FILTRAÇÃO MEMBRANAS ULTRAFILTRADA

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Material e métodos
Desenho esquemático do sistema de microfiltração/ultrafiltração
MANÔMETRO
TERMÔMETRO
MANÔMETRO

MEMBRANA

ÁGUA DE COCO VERDE


MICROFILTRADA OU
ULTRAFILTRADA BOMBA DE
CIRCULAÇÃO

ÁGUA DE COCO VERDE

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Material e métodos
Dados dos experimentos
❑ Membranas com tamanho de 0,1μm, para a microfiltração, e com peso
molecular de corte (cut off) igual a 100kDa, 50kDa e 20kDa, para ultrafiltração.
Experimentos realizados em quadruplicata.
❑ Regime batelada com recirculação da corrente não permeada, sendo o
permeado recolhido continuamente.
❑ ΔP= 2 bar;
❑ Temperatura = 25° C;

58
Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Material e Métodos

Dados dos experimentos


❑ A = 0,72 m²;
❑ Vazão = 480 L/h; V
❑ Fluxo avaliado conforme equação: 𝐽 =
A. ∆𝑡

❑ Análises microbiológicas e físico-químicas para avaliar eficiência do processo;


❑ Pesquisa de aceitabilidade da água de coco processada.

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Resultados
Fluxo permeado médio de água de coco verde durante os processos de filtração

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Resultados
Caracterização físico-química da água de coco

ACIDEZ TEOR DE SÓLIDOS TEOR DE SÓLIDOS


MEMBRANA pH TURBIDEZ
(% ÁC. CÍTRICO) SOLÚVES (°BRIX) TOTAIS (%p/p)
A P A P A P A P A P

0,1 μm 5,00 5,00 0,08 0,08 4,78 4,58 5,45 5,05 10,2 1,2

100 kDa 5,13 5,13 0,10 0,10 5,28 5,20 6,05 6,23 13,3 0,9

50 kDa 5,18 5,23 0,10 0,10 4,90 4,73 5,53 5,15 7,8 3,2

20 kDa 4,93 4,93 0,08 0,08 5,00 4,68 5,53 5,20 8,6 1,6

A: ALIMENTAÇÃO
P: PERMEADO

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Resultados
Teor de proteínas e atividade enzimática da água de coco original e do permeado dos
diferentes processos

MEMBRANA TEOR DE PROTEÍNA (g/L) POF (U/mL) PEO (U/mL)


A P Rp(%) A R P A R P

0,1 μm 1,24 0,94 24 * * * * * *

100 kDa 1,01 0,76 25 * * * * * *

50 kDa 1,27 0,79 38 1,23 1,67 0,48 1,78 5,80 nd


20 kDa 1,21 0,69 43 1,90 6,30 0,44 1,40 4,11 nd

A: ALIMENTAÇÃO R: RETENTADO POF: POLIFENOLOXIDASE


P: PERMEADO Rp: REDUÇÃO PERCENTUAL PEO: PEROXIDASE
nd: não detectado
* Como as membranas de 50 e 20 kDa apresentaram maior Rp, somente nessas foi realizada a análise da ativ. enzimática.
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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Resultados

❑ Ocorrência de fouling em todos os experimentos

❑ Todas as amostras de água de coco filtradas apresentaram-se em condições de


esterilidade comercial;

❑ A água de coco ultrafiltrada e mantida sob armazenamento refrigerado em 28


dias manteve a coloração e a qualidade microbiológica adequada;

❑ Dos consumidores que provaram a água, 94% gostaram e 68% comprariam o


produto.

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Operações Unitárias e Processos – LOB 1217

➢ Conclusão

❑ As características físico-químicas da água de coco permeada permaneceram


inalteradas se comparadas às da água de coco (original);

❑ A turbidez da água de coco foi reduzida significativamente após o processo de


filtração;

❑ Os processamentos com membranas foram eficazes na redução do teor de


proteínas. Tal redução foi função da porosidade da membrana utilizada.

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