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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE– UFCG

CENTRO ACADÊMICO DE MINERAÇÃO E GEOLOGIA - UAMG

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MINAS

IZABELE DOS SANTOS DIAS

ELABORAÇÃO E PROPOSTA DE FLUXOGRAMA DE BENEFICIAMENTO


COM ÊNFASE NAS ETAPAS DE BRITAGEM, PENEIRAMENTO, MOAGEM E
CLASSIFICAÇÃO DE MINÉRIO PREVIAMENTE À CONCENTRAÇÃO

CAMPINA GRANDE-PB
JULHO - 2022
IZABELE DOS SANTOS DIAS

ELABORAÇÃO E PROPOSTA DE FLUXOGRAMA DE BENEFICIAMENTO


COM ÊNFASE NAS ETAPAS DE BRITAGEM, PENEIRAMENTO, MOAGEM E
CLASSIFICAÇÃO DE MINÉRIO PREVIAMENTE À CONCENTRAÇÃO

Trabalho apresentado como


requisito parcial para obtenção
de aprovação na disciplina
Tratamento de Minérios 1, no
Curso de Engenharia de Minas,
na Universidade Federal de
Campina Grande.

Docente: Elbert Valdiviezo Viera

CAMPINA GRANDE-PB
JULHO - 2022
Sumário

1. Introdução.........................................................................................................................4
2. Metodologia..................................................................................................................5
3. Fluxograma descrição das etapas..........................................................................6
4. Considerações finais..................................................................................................7
5. Referências...................................................................................................................8
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1. Introdução

O mineral scheelita é um tungstato de cálcio pertencente à classe dos


tungstatos e apresenta a seguinte fórmula química: CaWO4 , na qual sua
composição é 19,4% de CaO e 80,6% é de WO3. A scheelita possuí esse
nome devido uma homenagem feita ao descobridor do elemento químico
tungstênio, Honors Karl Wilhelm Scheele (Dana, 1974).
Esse mineral é do sistema cristalino tetragonal, e normalmente se
apresenta em hábitos variados como: maciço, colunar e granular. Os
cristais são comumente pseudo-octaédricos, com formas modificadas.
Além disso, a scheelita possuí fratura conchoidal e três direções de
clivagem, uma sendo boa {101} e duas distintas {112}, {001}. Apresenta-se
em cores variadas como ela pode ser marrom, branco, amarelo e cinza.
De acordo com o DNPM, 1984, a participação do Nordeste brasileiro no
cenário de mineração do minério scheelita tornou-se mais evidente quando se
deu a descoberta desse mineral. O país conseguiu manter seu ritmo de
produção, visto que entre os anos de 1942 e 1982 o equivalente a 95% da
produção nacional foi advindo desse setor (DNPM, 1984).

O presente trabalho consiste na elaboração de um fluxograma


PROPOSTA de fluxograma de beneficiamento com ênfase nas etapas de
britagem, peneiramento, moagem e classificação de minério previamente à
concentração.

2. Metodologia

Os métodos utilizados na mineração brasileira de scheelita vão


desde os métodos primitivos até os mecanizados, no qual a produção
advém de minas subterrâneas que utilizam de lavras do tipo: câmaras e
pilares, frentes com armazenamento, frentes abertas e algumas variações
destes métodos.Os minérios de scheelita costumam ser identificados com
a utilização de emissores de radiação ultravioleta (mineralights), isso
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porque a scheelita apresenta alta sensibilidade de resposta a essa


radiação.
Após passar pelo processo de cominuição, o minério de scheelita
passa pelo processo de beneficiamento que é realizado por equipamentos
de concentração gravítica, nos quais são exploradas as características
físicas do mineral, principalmente a massa específica (densidade). Nesse
processo, habitualemente, são utilizadas as mesas vibratórias (Figura 1) e
jigues (Figura 2) na qual a concentração inicial é realizada por jigagem
onde se concentra um material com uma maior granulometria, e o rejeito
do jigue alimenta as mesas gerando o concentrado final. Estes
equipamentos exploram a característica da scheelita apresentar uma
elevada massa específica. Ao passar pela grelha, as rochas são
transportadas, através de esteiras, para o britador, que irá quebrar os
fragmentos passantes na grelha. Em seguida, o material, já de
granulometria reduzida, é transferido para as peneiras vibratórias, que tem
por função separar as partículas com granulometria mais fina (partículas
arenosas) das pedras que irão ser rebritadas.O material rebritado e o
material britado inicialmente vão ser depositados em um silo, p a r a serem
estocados. Desse silo, o material é transportado a um novo silo para
também ser estocado.

Figura 2 Jigue
Figura 1 Mesa vibratória

Fonte: Fernandes, 2014


Fonte: Fernandes, 2014
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3. Fluxograma descrição das etapas

Pilha de estoque

Grelha

Peneira 4’’

Caixão de
alimentação

Peneira 1/2’’ Britador de


mandibula

Jigue Moinho de Moagem


martelos

Concentrado
Concentrado Mesa
vibratória
Misto

Rejeito
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Devido a scheelita ser um mineral friável, ou seja, quebradiço, a falta de


controle na etapa de cominuição (britagem e moagem) do minério provoca
uma produção excessiva de finos, o que acaba prejudicando o processo de
concentração gravitica. Os equipamentos como jigues e as mesas não são
eficientes para tratar os finos, de modo que esses os finos não concentrados
compõem o rejeito final (Fernandes, 2014).

O peneiramento é a separação de um material em duas ou mais classes,


o material retido é chamado de oversize e o passante é chamado de undersize.
Peneiramentos a seco usam granulometria de até 6mm, sendo possível realizar
com eficiência razoável de até 1,7mm. Já peneiramento a úmido é aplicado até
0,4mm, mas atualmente é possível de até 0,05mm. Os equipamentos podem
ser divididos em três, grelhas, crivos e telas, e são classificados de acordo com
seu movimento em duas categorias, os fixos que atuam apenas com a força da
gravidade e possuem a superfície inclinada.

-Classificador Espiral: utilizados em instalações de pequena capacidade, com


faixa granulométrica entre 0,83 e 0,74 mm. São formados por uma calha com o
eixo de uma ou mais hélices, as mesmas tem a função de retirar o material
sedimentado no fundo da calha. A alimentação é feita abaixo no nível da polpa,
o material pesado afunda e o fino transborda pela parte inferior da calha. Não
operam com mais de 50% de sólidos na polpa, suas condições operacionais
são a velocidade de arraste, altura e inclinação da calha e diluição da polpa.

A britagem é a operação que fragmenta os blocos obtidos na lavra


(1000mm a 10mm), por existir uma série de tipos de equipamentos, é uma
operação que se repete diversas vezes, mudando de equipamento até se obter
um material adequado para alimentação da moagem. Na britagem primária são
utilizados britadores de grande porte, sempre operando em circuito aberto, a
seco e sem descarte da fração fina contida na alimentação. São utilizados:

- Britador de Mandíbulas (Figura 3): Tem como característica o seu emprego


para blocos de maiores dimensão e dureza na britagem primária. É formado
por uma mandíbula fixa e uma móvel, fornecendo movimento de aproximação e
afastamento entre elas, o bloco que alimenta o equipamento vai descendo
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entre as mandíbulas recebendo o impacto causando a fragmentação. São


divididos em britadores de um eixo, com movimento elíptico e de menor custo;
e britadores de dois eixos, com movimento pendular e com custo 50% maior
que o anterior, indicados para materiais mais abrasivos e de difícil
fragmentação. Apresenta uma razão de redução de 5:1.

A moagem é o último estágio do processo de fragmentação, reduz as


partículas com a combinação do impacto, compressão, abrasão e atrito. É a
área de maior investimento, são utilizados moinhos cilíndricos (barras, bolas ou
seixos), moinho de martelos, etc. O movimento das bolas dentro da carcaça
cilíndrica é de rotação, translação, deslizamento e queda, os mesmos operam
em regime de catarata, onde as bolas se movimentam até determinada posição
e depois caem realizando a fragmentação por impacto é adequado para
material grosso; ou regime de cascata que faz com que as bolas rolem sobre
as outras, não havendo quase impacto, realizando a moagem com abrasão e
atrito, utilizando bolas de menores diâmetros e sendo adequado para um
produto de granulometria fina. 

- Moinho de Martelos (Figura 4): é formado por um eixo de alta rotação onde
ficam presos vários blocos ou martelos, o material alimentado sofre impacto e
são projetados contra a superfície interna da câmara fragmentando-se. São
desaconselhados pra materiais silicosos, e utilizados principalmente na
indústria química, de cerâmica, cal, calcário, carvão minerais, com materiais
menos abrasivos. 

Figura 1 Britador de mandíbulas

Fonte: (Blake) (adaptado de PRYOR, 1965).


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Figura 2 Moinho de martelos

Fonte: Blake) (adaptado de PRYOR, 1965).

4. Considerações finais

Levando-se em consideração os aspectos estudados e observados,


nota-se que tanto para o beneficiamento do minério scheelita como de qualquer
outro, é de extrema importância que seja realizado uma classificação
granulométrica do material no qual deseja-se o beneficiamento. E para esse
processo da scheelita utiliza-se o peneiramento 4’’ e ½’’ , seguido da etapa de
britagem primária e secundária utilizando-se o britador de mandíbulas,
moagem á martelo e concentração gravimétrica (jigues e mesas vibratórias).

A granulometria do minério ainda é a maior barreira para a utilização dos


processos gravíticos, isso se dá porque é considerado pouco eficiente no que
diz respeito a tamanhos de partículas menores que 25 a 50 µm (Figueiredo e
Chaves, 1998). Assim, o beneficiamento de partículas de minérios menores
que 10 µm é considerado por especialistas do ramo, o maior desafio no
processo de tratamento de minérios (Rúbio, 1993). A partir disso, nota-se que
na mesa vibratória é preciso alimentar o equipamento com faixas
granulométricos mais estreitas.
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5. Referências

DANA, J. D. Manual de mineralogia. Livros técnicos e científicos editora,


vol. 2, Rio de Janeiro, 1974, p. 421-422

Brasil – DNPM. Principais Depósitos Minerais do Nordeste Oriental. Recife,


1984.

Utilização do resíduo grosso do beneficiamento da scheelita em aplicações


rodoviárias / André Tabosa Fernandes de Santa Cruz Gerab. – Natal, RN,
2014.
106 f. : il.

FIGUEIREDO, P. C.; CHAVES, A. P. Recuperação de partículas


minerais finas e ultrafinas no âmbito de concentração gravítica. XVI
Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa, São
Paulo, 1998, p. 483-493.

CRISTONI, S. Teoria e prática de tratamento, beneficiamento e


recuperação de minérios por sistemas gravimétricos. São Paulo,
Editora Signus, 1986, p.19.

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