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Diferenciação Magmática

Diferenciação Magmática

A DM se faz principalmente segundo dois processos:


1) formação de magmas secundários a partir de magmas
primários
2) pela mudança na marcha da cristalização
O processo pelo qual um magma primário é
subdividido em magmas secundários é denominado
de FRACIONAMENTO MAGMÁTICO. Pode ser dito
que ele pode ocorrer pela separação ou
concentração local de fases cristalinas inicialmente
formadas ou pela separação de fases fluidas
contidas no magma primário.
Fusão Parcial
É a separação de parte da fusão (melt) do resíduo sólido.

Os efeitos da remoção deste líquido se dá em estágios variados.


Sistemas eutéticos
O primeiro líquido sempre será igual a composição do eutético.
Os Elementos Maiores: controlam a composição do eutético
que se mantém constante até que uma das fases minerais seja
totalmente consumida.(Para os elementos traços é diferente)
Quando uma das fases é inteiramente consumida, além de
haver um incremento no % de fusão, as variáveis X e T poderão
variar de maneira dependente.
A separação da fusão parcial do resíduo sólido
requer % críticos de fusão.
Fusão suficiente será produzida quando:
Formar um contínuo e interconectado “filme”.
Ter volume tal, que não pode mais ser
adsorvido pelas faces cristalinas.
A possibilidade de se poder formar
“filmes” interconectados depende
do ângulo referente aos locais
onde eles surgem e se acumulam.

Figure 11-1 Illustration of the dihedral angle (q) of melt droplets that
typically form at multiple grain junctions. After Hunter (1987) In I.
Parsons (ed.), Origins of Igneous Layering. Reidel, Dordrecht, pp. 473-
504.
Outras possibilidades para gerar diferenciação
magmática:

Efeitos gravitacionais
“Filter pressing”, compactação do “crystal
mush”
Variações associadas a
T
viscosidade
X
Cristalização Fracionada

É o mecanismo dominante no sentido de


formar a maior parte das variações que
levam a presença dos magmas conhecidos
Fracionamento por Segregação por Gravitacional
Trata-se da movimentação diferencial de líquidos e cristais
sob a influência de diferentes densidades.

Minerais que se formam a partir da cristalização do magma, tem, em geral, composição


diferente da composição do magma que o originou. Assim, minerais mais ou menos densos
que os magmas podem acumular-se, respectivamente, no fundo ou no topo das câmaras
magmáticas.
A velocidade da queda ou ascensão é controlada pela Lei de Stokes.
V= 2gr2 (d-d’)
g n
Stoke’s Law 2gr 2 ( r s - r l )
V=
9h
V = the settling velocity (cm/sec)
g = the acceleration due to gravity (980 cm/sec2) Pela equação entende-se que
r = the radius of a spherical particle (cm) quanto menor for a
rs = the density of the solid spherical particle (g/cm3) viscosidade de um magma,
rl = the density of the liquid (g/cm3) mais efetivo será o processo
h = the viscosity of the liquid (1 c/cm sec = 1 poise) de segregação.

Olivina em basaltos
Olivina (rs = 3.3 g/cm3, r = 0.1 cm)
Líquido Basáltico (rl = 2.65 g/cm3, h = 1000 poise)
V = 2·980·0.12 (3.3-2.65)/9·1000 = 0.0013 cm/sec
Segregação por Gravidade
➢ Ponto a → a partir dele poderemos ter uma Figure 7-2. After Bowen
concentração de cristais de olivina, formadas na (1915), A. J. Sci., and Morse
(1994), Basalts and Phase
base de nossa câmara. Diagrams. Krieger
Publishers.
➢ Em um próximo passo, a concentração oderá ser

de ol+cpx.

➢ Finalmente, uma outra concentração de

ol+cpx+plag

Textura cumulática: Os fenocristais tocam-


se mutuamente envoltos por um líquido
intersticial
Fusões Riolíticas
h = 107 poise e rl = 2.3 g/cm3
hornblenda (rs = 3.2 g/cm3, r = 0.1 cm)
V = 2 x 10-7 cm/sec, ou 6 cm/anos

feldspatos (rl = 2.7 g/cm3)


V = 2 cm/ano
= 200 m in the 104 anos
Se tiver 0.5 cm de raio (1 cm de diâmetro) o afundamento será
de 0.65 metros/ano, ou 6.5 km in 104
A aplicação da Lei de Stokes implica em assumirmos
algumas simplificações.

1. Os cristais nunca são esféricos

2. Apenas líquidos basálticos se aproximam de


temperaturas e viscosidades que permitam o
entendimento de sua “mecânica de fluidos”
dentro do campo dos “fluidos newtonianos”.
 Visões da Intrusão acamadada de
Skaegaard, Groelândia
Xenólitos de werlito.
Os grãos tabulares/prismáticos são
de piroxênio e os arredondados de
olivina. maiores são de olivina.

Contato entre a intrusão acamadada


E as encaixantes pré-cambrianas.
Fraturas na encaixante preenchidas por
material transportado pelos voláteis.

Xenólitos de werlito.
Os grãos maiores são de olivina.
Estrutura “crossbed”.

Estrutura “crossbed” com presença


de estrutura em canal.
Pegmatito máfico na proximidade
do contato da intrusão.

Gabro-anortosítico substituindo
parte da encaixante
Diápiros anortosíticos
Acamamento “macroritimico”

Autólito anortosítico

Acamamento com turbulência

Acamamento gradacional
O EFEITO DA PRESSÃO.

O ponto onde a cristalização


fracionada pode acontecer
variará em função da
mudança da posição do
eutético.
Alta-P (linha rosa)
Hi-P

liquido > ol
Low-P

Baixa-P (linha azul)


ol > liquido
Ol Pyx

A expansão do campo de estabilidade da olivina a


baixas pressões, incrementa a quantidade de
olivina cristalizada
Segragação por Fluxo
Langmuir
Model

movimentação magmática na
câmara

Experimentalmente é visto que


misturas de porções líquidas e
cristalinas que se movimentem
através de um conduto
permitem a concentração de
fases cristalinas na região central
do mesmo, provocando um
fracionamento na mistura
original.
Ação dos Voláteis
1) desenvolvimento de fase gasosa
A individualização de uma fase gasosa a partir do magma, provoca
fracionamento. São conjuntos distintos do ponto de vista da composição e
características físico-químicas.
Por abaixamento da temperatura ou por alívio da pressão, uma fase gasosa
pode ser exsolvida e que tenderá a se concentrar nas partes superiores da
câmara.
Se esta fase escapar o magma será intensamente fracionado nos elementos
concentrados na fase gasosa.
2) desenvolvimento de fase hidrotermal
Processo muito similar ao descrito acima, com predominância de água dentre
os voláteis e com baixa concentração de elementos incompatíveis.
• Os voláteis “mexem” com as temperaturas dos líquidos podendo gerar texturas
porfiríticas.

• O incremento da pressão pela ação dos voláteis pode gerar fraturas nas rochas
encaixantes.

• O escape do vapor e do líquido a ele associado pode acontecer através destas


fraturas e irão formar diques e venulações.

– Fusão silicatada → quartzo e feldpato


→ pequenos diques e venulações (aplito)
– Fase gasosa predominante
– → diques ou bolsões pegmatíticos.
– Nestes casos pode haver a concentração
de elementos imcompatíveis.

– Mineralogia complexa e variada .

– Presença de zonamento concêntrico.


8 cm tourmaline crystals
from pegmatite

5 mm gold from a
hydrothermal deposit
Liquidos Imiscíveis

No instante em que o magma separa duas


fases secundárias líquidas e distintas fica
caracterizado um processo de
fracionamento.
A natureza da freqüência deste processo,
como de efetivo fracionamento, é muito
discutida pelos geólogos ainda nos dias de
hoje. Entretanto, é certo que em escalas mais
restritas esse processo pode ser efetivo.
Alguns Exemplos
 Porções tardias enriquecidas em sílica
presentes em basaltos tholeíticos ricos
em Fe
 Líquidos imiscíveis silicáticos-sulfetados
(depósitos de sulfetos maciços)
 Líquidos Carbonáticos-nefeliníticos
Cristalização Fracdionada “ in situ”

Figure 11-11. Schematic section through a rhyolitic magma chamber undergoing convection-aided in-situ differentiation.
After Hildreth (1979). Geol. Soc. Amer. Special Paper, 180, 43-75.
Magma Mixing
• O membro final da mistura corresponde a um membro
intermediário (híbrido) surgido da mistura Homogênea
dos dois membros iniciais.

• Em diagramas de HARKER apresentam-se em linhas


descontínuas entre os pontos de composição extremas
Magma Mingling ou Co-Mingling

• Não há, necessariamente, um membro final da


mistura (híbrido) surgido da mistura Homogênea dos
dois membros iniciais.
• Trata-se de uma mistura “mecânica” entre dois
magmas distintos que conviveram em algum nível na
mesma câmara magmática.
Co-mingling: basalt-Rhyolite Mt.
McLoughlin, Oregon

“Basalt pillows” acumulados no topo de


uma intrusão granítica
Assimilação

É a incorporação de parcela da rocha encaixante


pelo líquido magmático ou assimilação de
xenólitos durante a ascenção do magma.
O processo de assimilação é limitado pelo
“calor” que o magma pode transferir para o
corpo a ser assimilado.
Mistura de Processos
• Por vezes mais de um processo está atuando no momento da
diversificação. Exemplos:
• AFC: processo de FX supre de calor o magma,
facilitando processo de assimilação.
– Cristalização fracionada + recarga de mais magama
primário.

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