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LINGUÍSTICA PARA CONCURSOS

Profª Caroline Poggetti


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 Gabarite as provas de LINGUÍSTICA em concursos públicos.


 Conteúdo embasado no edital da FGV (Senado Federal) e FUMARC (ALMG)
 Todas as aulas contam com resumo em PDF, exemplificação e exercícios de fixação,
que serão propostos e corrigidos ao longo da aula;
 As aulas ocorrerão pelo GOOGLE MEET. O aluno tem a opção de participar da aula ao
vivo e, ainda, assistir à gravação quantas vezes julgar necessário;
 O material será organizado e divulgado em uma sala de aula no Google Classroom e
em um grupo no WhatsApp. Cada aluno escolhe como prefere acompanhar.
 Total de aulas dos dois módulos: 9 aulas de 50 minutos cada.

Aula 01 – Fundamentos de Linguística e Semiologia


a) Linguagem, língua e fala.
b) Signo linguístico: significante, significado, significação, arbitrariedade,
motivação e linearidade.

Aula 02 - Referente, referência, representação e sentido.


a) Denotação e Conotação.

Aula 03 - A teoria da enunciação e a produção do texto escrito:


a) Linguagem, língua e discurso em uma perspectiva enunciativa;
b) Enunciação e enunciado;
c) Texto e discurso;
d) Dialogismo;
e) Esferas sociais,

Aula 04 - Gêneros do discurso e tipos textuais (I)


a) Intertextualidade (e polifonia);
b) Construção composicional, conteúdo temático e estilo em diferentes gêneros
discursivos e esferas sociais;

Aula 05 - Gêneros do discurso e tipos textuais (II)


a) Aspectos da macro e microestrutura em diferentes gêneros textuais.

Aula 06 - Construção e interpretação de textos.


a) Processos de retextualização.
b) Intertextualidade e polifonia.

Aula 07 - Textualidade: coesão e coerência


a) Mecanismos de Coesão
b) Anáfora e Catáfora
c) Coerência Textual
d) Coesão Textual
e) Coesão Referencial
f) Coesão Sequencial
g) Elementos coesivos

Aula 08 - Linguagem e variação linguística.


a) Tipos de variação linguística.
b) Dialetos e registros.
c) Oralidade e escrita.
d) Formalidade e informalidade.

Aula 09 - Normas linguísticas


a) A variação linguística no português do Brasil.
b) A variação linguística e a construção do texto escrito.

Aula 10 - Língua e gramática.


a) Concepções de gramática.
b) Tipos de gramática.
c) Correção e incorreção.
d) Propriedade e impropriedade.
e) Propriedade vocabular.
01) Fundamentos de Linguística e Semiologia.

Qual a diferença entre semiologia e linguística?

A semiologia ou semiótica estuda os signos de forma mais cultural, a importância deles


dentro da sociedade. E a linguística é um dos campos da semiótica, digamos que o primeiro
seja mais abrangente e o segundo o mais restrito. Se preocupa mais com a língua natura
(Francês, espanhol, português...)

(2) Enquanto a semiótica é a ciência geral dos signos, que inclui o estudo dos signos da
natureza não humana, a semiologia é uma ciência humana que vai além da linguística,
estudando fenômenos trans linguísticos (textuais) e códigos culturais.

 Linguagem, língua e fala.

 Signo linguístico: significante, significado, significação, arbitrariedade,


motivação e linearidade.

Arbitrariedade e linearidade dos signos: os signos não são naturais, ou seja, não há uma
vinculação direta entre objeto e a palavra, mas os sentidos são atribuídos
convencionalmente, os chamados símbolos na terminologia de Pierce.
A respeito da linearidade, este é um princípio que se aplica às unidades do plano da
expressão (fonemas, sílabas, palavras), por serem estas emitidas em ordem linear ou
sucessiva na cadeia da fala. Esse princípio é a base das relações sintagmáticas.

O signo linguístico, combinação entre significado e significante, tem duas características


primordiais: é arbitrário e seu significante tem caráter linear.
 Referente, referência, representação e sentido.

 Denotação e conotação.

 Linguagem, língua e discurso em uma perspectiva enunciativa (enunciação e


enunciado; dialogismo; esferas sociais, gêneros do discurso e tipos textuais;
intertextualidade (e polifonia); construção composicional, conteúdo
temático e estilo em diferentes gêneros discursivos e esferas sociais;
aspectos da macro e microestrutura em diferentes gêneros textuais.)

02) A teoria da enunciação e a produção do texto escrito:

 Linguagem, língua e discurso em uma perspectiva enunciativa;


 Enunciação e enunciado; Texto e discurso;
 Dialogismo;
 Esferas sociais,

 Gêneros do discurso e tipos textuais;


 Intertextualidade (e polifonia);
 Construção composicional, conteúdo temático e estilo em diferentes gêneros
discursivos e esferas sociais;
 Aspectos da macro e microestrutura em diferentes gêneros textuais.)

03) Construção e interpretação de textos.

 Processos de retextualização.

Retextualização: é a passagem de um gênero textual para um gênero diferente ou entre os


mesmos gêneros, mantendo o tema do texto original. Assim, uma notícia pode virar poema,
um poema pode ser transformado em receita culinária ou uma música, por exemplo.

Para o processo de retextualização tomamos como base o diagrama de modelo das


operações textuais-discursivas na passagem do texto oral para o texto escrito proposto por
Marcuschi (2001), no qual há operações que orientam o processo de transformação
permitindo a compreensão da formulação do texto.

Para Marcuschi (2001) “Transcrever a fala é passar um texto de sua realização sonora para a
forma 2/10gráfica com base numa série de procedimentos convencionalizados”
(MARCUSCHI, 2001, p. 49), possibilitando assim, a criação de um objeto de estudo.
Já na atividade de retextualização ocorre uma interferência maior, ocasionando mudanças,
especificamente, de linguagem. Esse processo não é mecânico "já que a passagem da fala
para a escrita não se dá naturalmente no plano dos processos de textualização. Trata-se de
um processo que envolve operações complexas que interferem tanto no código como no
sentido e evidenciam uma série de aspectos nem sempre bem compreendidos da relação
oralidade-escrita”. (MARCUSCHI, 2001, p. 46). Para o processo de retextualização tomamos
como base o diagrama de modelo das operações textuais-discursivas na passagem do texto
oral para o texto escrito proposto por Marcuschi (2001), no qual há operações que orientam
o processo de transformação permitindo a compreensão da formulação do texto. Essas
operações se dividem em dois blocos: O primeiro, é composto pelas quatro operações
iniciais, as quais são atividades de idealização e de regularização, que se fundamentam em
estratégias de eliminação e de inserção.

Operação 1 – Estratégia de eliminação baseada na idealização linguística São retiradas as


marcas estritamente interacionais, como os marcadores conversacionais, os truncamentos,
as sobreposições de vozes e os comentários do transcritor.

Operação 2 – Estratégia de inserção Ocorre a primeira proposta de introdução de


pontuação. 3/10

Operação 3 – Estratégia de eliminação para uma condensação lingüística. As repetições,


redundâncias, paráfrases são retiradas. Da mesma forma os pronomes pessoais (de forma
especial os egóticos: “eu” e “nós”) são excluídos e permanecem marcados apenas pelas
desinências verbais.

Operação 4 – Estratégia de inserção. São inseridos os parágrafos e reformula-se a


pontuação, porém não é modificada a ordem do tópico discursivo. Já no segundo bloco tem-
se as cinco operações restantes que são as regras de transformação e mudança do texto
base, fundamentadas pelas estratégias de substituição, seleção, acréscimo, reordenação e
condensação.

Operação 5 – Estratégia de reformulação objetivando explicitude. 4/10Para explicitar o que


foi dito no texto oral, com relação a referenciação ou orientação espacial são introduzidas
marcas metalingüísticas que fazem referência a conhecimentos presentes no ato da fala,
mas têm que ser explicitadas e referenciadas no ato da escrita para total compreensão do
leitor.

Operação 6 – Estratégia de reconstrução em função da norma escrita. Há a reordenação


sintática, reconstrução das estruturas truncadas, adaptação das concordâncias e o
encadeamento do texto.

Operação 7 – Estratégia de substituição visando uma maior formalidade. A sintaxe é


modificada para se adequar aos aspectos da modalidade escrita formal, sem alterar o
sentido do texto de origem ou introduzir novos sentidos no mesmo. Ocorre um tratamento
estilístico com seleção de novas estruturas sintáticas e novas opções léxicas.
Operação 8 – Estratégia de estruturação argumentativa. O tópico discursivo é reordenado
para haver melhor estruturação no aspecto argumentativo. 5/10

Operação 9 – Estratégia de condensação. Os argumentos e as idéias expressas no texto oral


são agrupados porém, não ocorre a elaboração de um resumo, pois não se faz uma seleção,
mas somente uma reordenação e uma apresentação mais coesa do conteúdo. As nove
operações acima descritas nos permitem transformar o texto oral para a modalidade escrita,
passando de uma ordem para outra ordem, pois tanto o texto oral quanto o escrito
apresentam ordem em sua formulação, o que permite a compreensão de ambos.

Processos de retextualização

O processo de retextualização envolve operações complexas que interferem tanto no código


como no sentido do texto e revela muitas facetas não compreendidas na relação fala/escrita.
Dependendo do que se pretende, as interferências são mais ou menos acentuadas, quando
se procede à passagem da fala para a escrita. Esse processo, como enfatiza MARCUSCHI
(2001, p. 47), “não é a passagem do caos para a ordem: é a passagem de uma ordem para
outra ordem”. Por isso, para sua realização é de extrema importância levar em conta,
antes de tudo, a compreensão da fala que se quer retextualizar. Essa atividade de
compreensão nunca deve ser ignorada, pois pode acarretar problemas quanto à coerência
durante o processo de retextualização.

As atividades de transformação que constituem a retextualização são operações que vão


além da simples regularização lingüística, pois envolvem procedimentos de substituição,
reordenação, ampliação/redução e mudanças de estilo, desde que não atinjam as
informações como tais. Certamente, haverá mudanças de conteúdo, mas essas não devem
atingir o valor de verdade dos enunciados.

10Marcuschi apresenta um diagrama em seu livro “Da fala para a escrita” (2001, p.72), no
qual demonstra o fluxo dos processos de retextualização. Nesse diagrama, MARCUSCHI
(2001, p 72) explica que o “fluxo que vai da produção oral original texto base até a produção
escrita texto final, passando por dois momentos, sendo o primeiro o da simples transcrição,
que designei texto transcodificado, em que ainda não se dá uma transformação com base
em operações mais complexas ( que é o segundo momento chamado de retextualização)”.
No texto final, após as operações, tem-se a versão final. As ações feitas para a
retextualização podem ser assim sintetizadas: 1. Ponto de partida – texto base para a
produção final escrita. 2. Texto transcodificado - simples transcrição, incluindo o aspecto da
compreensão, o qual vai repercutir no texto final. 3. Transcrição – sem pontuação, sem
inserções e sem eliminações mas com indicações como: sorriso, movimento do corpo etc. 4.
Adaptações implicam perdas como, por exemplo, entonação, qualidade da voz. 5. Texto
final: após as operações de retextualização, tem-se a versão final escrita. MARCUSCHI (2001)
elaborou um modelo para as operações textuais-discursivas na passagem do texto oral para
o texto escrito. Trata-se de um modelo com o qual se pode trabalhar concretamente no
ensino. Nas operações textuais-discursivas para a passagem do texto oral para o escrito,
demonstra-se a passagem do texto-base para o texto-alvo. O ponto de partida pode ser de
qualquer operação sugerida, porque não é uma representação hierárquica e seqüenciada,
embora possa se dar nesse sentido, mescladamente. Em síntese, a retextualização parte da
fala para a reorganização textual por meio das operações descritas, dando à fala uma nova
forma de texto escrito. Baseado nesse modelo, apresentam-se algumas operações mais
freqüentes na retextualização para efeito de exemplificação. Para aprofundamento dessas
operações recomenda-se o livro “Da fala para escrita” (2001, p.75): 111ª. operação:
Eliminação de marcas estritamente interacionais, hesitações e partes de palavras: Por
exemplo: “eh...eu vou falar sobre a minha família... sobre os meus pais...o que eu acho
deles...como eles me tratam...bem...eu tenho uma família...pequena...ela é composta pelo
meu pai... pela minha mãe... pelo meu irmão... eu tenho um irmão pequeno de ... dez anos...
eh... o meu irmão não influencia em nada... minha mãe é uma pessoa superlegal...sabe?”
Nesse texto percebem-se as hesitações como: eh..., de...; a marca interacional, como: sabe?
2ª. operação: Introdução da pontuação. 3ª. operação: Retirada de repetições, reduplicações
e redundâncias. Se forem efetuadas essas operações, o texto acima poderá ficar assim,
dependendo da decisão que for tomada: Retextualização: Vou falar de minha família e de
como eles me tratam. Minha família é pequena – meu pai, minha mãe e um irmão pequeno
de 10 anos que não influencia em nada. Minha mãe é legal. A aplicabilidade das operações
de retextualização A aplicabilidade das operações de retextualização permite que os alunos
cheguem à percepção de como realmente os textos falados e os escritos se constituem.
Abaixo está transcrita uma atividade elaborada por FÁVERO et alii (2005, p. 84) com alunos
da 7ª. série. Foi sugerido que os alunos da 7ª. série elaborassem, num primeiro momento,
narrativas orais e , imediatamente, produzissem a mesma narrativa, ou seja, utilizassem o
mesmo tópico ao narrar, sob a forma de texto escrito. Essa atividade objetiva a produção do
gênero narrativo tanto na modalidade falada (espontânea) quanto na modalidade escrita.
A- Texto falado: A Civilização Mexicana 12Inf. Primeiro eram os olmecas né? daí:: eles...
começaram onde que é a Cidade do México hoje... começaram a fazer os templos aí depois
veio os astecas né? que começaram tudo fizeram mais templos fizeram templos mais
luxuosos assim fizeram tinham mais crenças... religiões essas coisa assim... depois vieram os
toltecas que deram origem à civilização mexicana e toda essa civilização milenar foi
construída pelos espanhóis que quando chegaram ao México assim é :: de :: struíram tudo as
pirâmides os templos aí foi o fim da ... da civilização. B- Texto escrito: A Civilização Mexicana
Os primeiros foram os olmecas, que fizeram suas pirâmides, seus templos onde fica a cidade
do México; tinham técnicas muito atrasadas. Depois os astecas, que tinham templos mais
luxuosos e tinham técnicas mais aperfeiçoadas. Os últimos foram os toltecas, povo que deu
origem à atual civilização mexicana. Toda essa civilização milenar foi destruída pelos
espanhóis que invadiram suas terras e acabaram com muito do que encontraram. O texto
falado evidencia a condução do mesmo tópico, mas com uma organização sintática
específica; outra organização para a escrita. Detectam-se as repetições “começaram”,
“começaram a fazer”, “começaram tudo”. Observa-se que, embora não haja repetições
desses sintagmas, há repetições de “faziam, fizeram”. O texto A apresenta marcas
interacionais (né?) e o encaminhamento seqüencial é feito com os marcadores “primeiro”,
“daí”, “aí depois”, os quais são substituídos no texto B por “os primeiros”, “depois”, “ os
últimos”. Ainda o texto A apresenta “que quando chegaram”, que se altera para “que
invadiram” no texto escrito. Atividades como essas podem ser realizadas a partir de
propostas de oralidade sugeridas no Livro Integrado Positivo nas seções “Vamos pensar” e
“Vamos conversar”. Por exemplo, no livro de 3º. série, 2º. bimestre, p. 31: 01. Se levarmos
em consideração o fato de que Monteiro Lobato criou um personagem com base na
realidade existente à sua época, o Jeca Tatu seria hoje, no século XXI, um tipo superado ou
ainda bastante comum em nossa sociedade? Justifique sua resposta. 02. Com base na
resposta dada à questão anterior e nos conhecimentos sobre Monteiro Lobato, o Jeca Tatu
possui tal caracterização estereotipada por sua própria culpa ou por culpa da triste realidade
social brasileira? Outro exemplo do livro do Ensino Fundamental 7ª. série, 1º. Volume, p. 47:
13Analisar o jornal de domingo e compará-los com os diários, em relação aos seguintes
tópicos: tamanho da edição, número de anúncios, abordagem dos assuntos e das
reportagens, textos de opinião e colunas especiais. Apresentar as diferenças e as
semelhanças entre o jornal diário e o de domingo. Apresentar o resultado de sua pesquisa,
oralmente, para a sala. Ainda no livro da 7ª. série, 1º. volume, p. 60: Depois de pronto o
trabalho, o grupo vai escrever a entrevista, transformando as gravações e anotações em um
texto escrito que contenha as informações emitidas pelo entrevistado. Para isso, são
necessários alguns procedimentos: (...) Na transcrição das palavras do entrevistado, é
necessário fazer alterações de linguagem, passando-se as expressões oral para a escrita,
cortando repetições, apoios da fala (né, então, aí...), mas sem alterar o sentido. Assim, a
língua como atividade sociointerativa assume um lugar central e acaba com uma série de
mitos a respeito da oralidade na sua relação com a escrita. Em especial, fica evidente que a
escrita não é uma representação da fala.
 Textualidade: coesão e coerência.

A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.

Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido
para o leitor.

Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural
e agradável aos ouvidos.

Coesão Textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a
ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e
ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.

Mecanismos de Coesão
A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora.

A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são
qualificadas como endofóricas.
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a
ligação e a harmonia textual.

Algumas Regras
Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:

Referência

Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria casaram. Eles
são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)
Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as
tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa
catafórica)
Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um dia
igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)
Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as
repetições.

Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.

Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no


fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.

No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal
referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.

Elipse

Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido
através da elipse.
Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?

(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo
oferecido são ingressos para o concerto.)

Conjunção

A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)

Coesão Lexical

A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que
pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos,
entre outros.

Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está
literalmente caindo aos pedaços.
Coerência Textual
A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação -
resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.

Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto
incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da
leitura.

Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de


tempos verbais e da emissão de ideias contrárias.

Exemplos:
O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e
inacabado)
Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim
classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)
Fatores de Coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua
abrangência. Vejamos alguns:

Conhecimento de Mundo
É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na
nossa memória.

São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina


alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal
como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).

Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!

Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque
“peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do
Natal e não à festa de carnaval.

Inferências
Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto
que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento.

Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em
princípio, esses convidados não comem carne de vaca)

Fatores de contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os
títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem.
Exemplo:
— Está marcado para às 10h.
— O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.

Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será.
Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza
desvaloriza o texto.

Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.

Princípios Básicos
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para
se obter um texto coerente:

Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias


Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes
Princípio da Relevância - ideias que se relacionam
Leia também os artigos: Produção de Textos e Redação.

Diferença entre Coesão e Coerência


Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente.
Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma
boa produção textual.

A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a
coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem.

Leia também:
Coerência Textual
Coesão Textual
Coesão Referencial
Coesão Sequencial
Elementos coesivos

MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL


REFERÊNCIA
As referências são mecanismos que garantirão a coesão e, assim, a unidade do texto. Podem
ser pronomes, advérbios e artigos.

Como por exemplo, no trecho: “A garota está de férias. A garota aproveitou o momento para
viajar” – com a referência, podemos garantir melhoria do texto dessa forma à “A garota está
de férias e aproveitou o momento para viajar”.

ELIPSE
É um instrumento usado para omitir-se um termo a fim de evitar a sua repetição.

Como exemplo, novamente o trecho: “A garota está de férias. A garota aproveitou o


momento para viajar” – com a elipse, podemos omitir a palavra “garota” e deixá-la de modo
subentendido no contexto dessa forma à “A garota está de férias, aproveitou o momento
para viajar”.

LEXICAL
É o uso de palavras ou expressões sinônimas de algum termo subsequente.

Como exemplo, a frase: “O presidente foi a Portugal. Na terra de Camões, foi homenageado
por intelectuais e escritores” – com o mecanismo lexical, foi possível substituir o termo
“Portugal” por “terra de Camões”, que, no contexto, são expressões sinônimas.

SUBSTITUIÇÃO
É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma expressão com significado
equivalente.

Como exemplo, no trecho: “O presidente viajou para Portugal e o ministro dos Esportes fê-lo
também” – a frase “fê-lo também” irá retomar a sentença “viajou para Portugal”. O
presidente viajou pra Portugal e o ministro fez isto também.

OPOSIÇÃO
É o emprego de alguns termos que possuem valor de oposição a fim de tornar o texto mais
compreensível.

Por exemplo: “Estávamos todos aqui no momento do crime porém não vimos o assassino”.

CONCESSÃO OU CONTRADIÇÃO
São empregados alguns termos (embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto,
mesmo que) com o intuito de indicar uma contradição.

Por exemplo: “Embora estivéssemos ao lado do mercado, não fizemos a compra”.

CAUSA
São empregados alguns termos (porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que) com a
finalidade de indicar a causa de algo mencionado anteriormente.

Como exemplo: “Gostei do filme pois o roteiro é bastante criativo”.

CONDIÇÃO
É o emprego de termos (caso, se, a menos que, contanto que) com objetivo de indicar uma
condição.

Por exemplo: “Caso os pacotes cheguem, encaminhem-nos.”.

FINALIDADE
São empregados alguns termos (para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a
finalidade de, com a intenção de) com intuito de indicar uma finalidade.

Por exemplo: “Ela ligou a fim de perguntar a data da entrevista.”.

 Intertextualidade e polifonia.

 Tipos textuais.

 Gêneros do discurso.

04) Linguagem e variação linguística.


 Tipos de variação linguística.

 Dialetos e registros.

 Oralidade e escrita.

 Formalidade e informalidade.

 Normas linguísticas.
conceito de norma linguística desde sempre oscila entre uma perspectiva do normal e uma
perspectiva do normativo. A primeira é de interesse da sociolinguística e das práticas
descritivas da língua; a segunda é o foco de atenção da gramática normativa e das práticas
prescritivas.1 de mai. de 2012
 A variação linguística no português do Brasil.

 A variação linguística e a construção do texto escrito.

05) Língua e gramática.


 Concepções de gramática.

 Tipos de gramática.

 Correção e incorreção.

 Propriedade e impropriedade.

 Propriedade vocabular.

Investimento:
Módulo I – 5 aulas - R$450,00
Módulo II – 4 aulas – R$450,00
Total: R$900,00
Formas de pagamento:
2 módulos à vista – 10% de desconto – total: 765,00
Parcelamento (cartão de crédito) em até 12X – pagamento realizado por link do Mercado
Pago (c/juros do site)

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