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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS

EDSON MARÇAL DE ARAUJO JUNIOR


MATEUS CAMARGO MAITO

RELATÓRIO 4

Disciplina de Transferência de Calor I


Professor Dr. José Gustavo Coelho

UBERABA – MG
02/2023
1. INTRODUÇÃO
A transferência térmica pode ocorrer de três maneiras distintas, nomeadamente, por
condução (de molécula para molécula), convecção (por meio de um fluido) e radiação
(sem a necessidade de um meio material para se propagar).
O objetivo do experimento atual consiste em avaliar a condução de calor em uma
barra, juntamente com os efeitos da propagação por convecção e radiação. Isso permitirá
o cálculo das temperaturas em diferentes pontos da barra, a fim de serem comparadas
com as medidas experimentais e determinar o fluxo de calor através da mesma.

2. METODOLOGIA
O teste foi realizado com uma barra de latão coberta com um material negro (para
obter uma emissividade próxima a 1).
Nesta barra, foram colocados sete termopares equidistantes entre si, para medir a
temperatura da superfície.
Na extremidade da barra, havia um aquecedor elétrico isolado do ambiente para
assegurar resultados mais precisos. O esquema desta configuração pode ser visualizado
na figura 1.

Figura 1: Equipamento utilizado no experimento.

Fonte: dos autores, 2023.

Como visto na figura a cima, mas com difícil visualização, esses são os dados:
comprimento da barra L = 300mm, área da seção transversal A = 78,5mm², Perímetro
P=31,4mm.
As equações a serem utilizadas nesse experimento são as seguintes: O
equacionamento da temperatura teórica na posição x da barra mostrada na equação 1.
( )[ ( )
𝑇𝑥 = (𝑇1 − 𝑇𝑎) ( )
+ 𝑇𝑎 (1)
O parâmetro m foi calculado pela equação 2.

𝑚= ℎ𝑃/𝑘𝐴 (2)

Para calcular o fluxo de calor, utilizou-se a equação 3.

( ) ( )
𝑄 = √ℎ𝑃𝑘𝐴. (𝑇1 − 𝑇𝑎). (3)
( ) ( )

3. REULTADOS

Iniciando com uma visão geral do experimento, foi aferido por meio de
termopares (7 no total) posicionados em uma aleta piniforme (Figura 1) a temperatura em
dadas distâncias equidistantes dos sensores subsequentes. Buscou-se observar a
transferência de calor por condução na superfície extendida, ainda sim tendo em mente
que estão presentes outras formas de transmissão de calor ocorrendo no processo como
radiação e a conveccão.
Foi necessário adquirir dados pertinentes para a resolução do que foi proposto ao
experimento, sendo o comprimento da superfície estendida L = 300 mm, a área
transversal A = 78,5 mm2, o perímetro P = 31,4 mm, o diâmetro D = 10 mm e por fim a
condutividade térmica do latão K=123 W/(m.k).
Na primeira etapa do experimento, foi utilizada uma potência de 6 W, a
temperatura ambiente aferida foi de 29 oC e na Tabela 1 é possível visualizar a
distribuição teórica e a experimental para os termopares distribuidos ao longo da aleta.

Tabela 1: Distribuição de temperatura para 6 watts de potência.

Distância termopares [m] 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3

Temperatura teórica [°C] 71,6 38,36 31,06 29,45 29,1 29,02 29,01

Temperatura experimental
71,6 58 48,6 43,3 39,9 37,9 37,2
[°C]
Fonte: dos autores, 2023.

A primeira análise pertinente a ser feita foi de que a partir da distância de 0,15 m,
a temperatura teórica é aproximadamente a temperatura ambiente, portanto constata-se
que a condição de contorno pertinente a ser utilizada é na situação de aleta infinita, em
que o parâmetro do comprimento (L) tende ao infinito de forma que a temperatura na
ponta mais extrema se equipare com a temperatura ambiente.
Obtendo uma diferença entre temperatura média experimental e temperatura
média teórica de aproximadamente 11 oC, evidenciou-se que tal diferença ocorre
principalmente a arduidade de obter o coeficiente convectivo correto, sendo o mesmo o
que possui maior influencia sobre o valor de h em (2, 3).
A seguir, com os valores resultantes da Tabela 1, foi ilustrado graficamente a
Figura 1, nela é possível observar que apesar dos valores teóricos e experimentais
tiveram significante diferença, depreendeu-se também que a tendência da linha de
ambas foi parecido, acompanhando as quedas entre 0,05 a 0,1m e se estabilizando nos
últimos 3 pontos.
Ou seja, o comportamento gráfico foi fiel ao esperado, porém as divergências
dos dados causadas por diversas perdas entre o ambiente e o material o casionaram em
uma variação.
Figura 1: Distribuição gráfica das temperaturas pela distância para 6 Watts.

75
71,6 Teórico
70
Experimental
65
Temperatura [°C]

58
60
55
48,6
50
43,3
45 39,9
38,36 37,9 37,2
40
35 31,06
29,45 29,1 29,02 29,01
30
25
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3

Distância termopares [m]

Fonte: dos autores, 2023.

Como continuação do ensaio, houve a repetição dos métodos que acabaram de ser
descritos, porém com suas únicas alterações presentes na potência utilizada e na
temperatura ambiente do local onde ocorreu o experimento. A potência teve um
acréscimo sendo 7 W para esse momento e a temperatura ambiente um decréscimo, com
o valor aferido de 26 °C. Foram elaborados os mesmos cálculos que anteriormente com
os novos valores, e tais valores de temperatura foram transpostos para a Tabela 2 presente
a seguir.
Tabela 2: Distribuição de temperatura para 7 watts de potência

Distância termopares [m] 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3

Temperatura teórica [°C] 79,2 61,9 49,8 42,8 38,4 35,9 35,1

Temperatura experimental
79,2 37,29 28,4 26,51 26,11 26,02 26,01
[°C]
Fonte: dos autores, 2023.
Os mesmos métodos de análise estão previstos para essa parte, observando
novamente que a partir da distância de 0,15m a temperatura experimental aproxima-se da
temperatura ambiente. Tal fato sugere o uso da condição de contorno para aletas de
comprimento considerado infinito, em que a temperatura ambiente se equipara com a
temperatura presente na aleta.
Para esta segunda parte, evidenciou-se uma diferença entre experimental e teórico
de aproximadamente 13 °C, sendo refletida pelos mesmos erros acima já apontados, em
adição nota-se que a dificuldade nas estimativas dos h é um dos responsáveis por tal
variação entre os resultados.
Na Figura 2 é possível visualizar a ilustração gráfica da segunda parte do ensaio,
sendo esta equipolente a primeira, observando que os resultados quantitativos não foram
próximos, todavia o comportamento da linha de tendência foi coerente para ambos os
ensaios.
Figura 2: Distribuição gráfica das temperaturas pela distância para 7 Watts.

85
79,2
Teórico
75
Experimental
Temperatura [°C]

65 61,9

55 49,8
42,8
45
37,29 38,4
35,9 35,1
35
28,4
26,51 26,11 26,02 26,01
25
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3

Distância termopares [m]

Fonte: dos autores, 2023.

4. CONCLUSÃO
Os resultados do experimento indicam que corpos que não estão isolados do ambiente
sofrem transferências de calor por convecção e radiação, apesar de que a maior parte
ocorre por condução. Logo, ao fazer considerações teóricas, é preciso levar em conta que
o corpo perderá, além da quantidade calculada, uma parte transferida para o meio.
Pode-se concluir que os experimentos enfrentam condições adversas durante sua
execução, o que resulta em pequenas divergências nos valores obtidos. No entanto, é
importante destacar que, apesar das variações nos dados, a característica de maior perda
de calor próxima ao aquecedor é observada em ambos os casos. Nota-se também a
complexidade na estimativa dos parâmetro h, onde o erro na estimativa propaga-se até o
resultado final na distribuição das temperaturas.
Todavia, a validação do experimento e constatação de que muito possívelmente não
houveram erros na aferição ocorre pelos comportamentos na distribuição das
temperaturas para ambas Figuras 1 e 2, visto que a maior perda de calor realmente
acontece logo após o primeiro termopar, e a característica de tendência de decaimento
para ambos as etapas do experimento foi equivalente. Finalmente, com tais afirmações
relativas ao experimento, constata-se que os dados obtidos foram sim satisfatórios.

5. REFERÊNCIAS
Frank P. Incropera & David P. DeWitt & Theodore L. Bergman & Adrienne Lavine,
Fundamentos da Transferência de Calor e Massa, Editora LTC;

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