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Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira


Departamento de Engenharia Mecânca

Materiais e Processos de Fabricação


Usinagem dos Materias

Experimento 2 – Usinagem de Acabamento e Desbaste.


.

Gustavo Valério Lima RA: 182055141


Pedro Lucas Coelho RA: 191051101
Matheus de Brito Gregolis RA: 191053325
Hugo Martins Petroni RA: 191051837

Prof. Dr. Wyser José Yamakami

Ilha Solteira - SP
Dezembro de 2023
Sumário
1. Objetivo ............................................................................................................................................3
2. Introdução ........................................................................................................................................3
3. Metodologia .....................................................................................................................................4
4. Resultados e Discussões ...................................................................................................................6
5. Conclusão .........................................................................................................................................8
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................................9
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1. OBJETIVO

Analise da rugosidade na superfície de peças usinadas em condições de


acabamento e desbaste

2. INTRODUÇÃO

Em processos de usinagem, é crucial compreender os elementos envolvidos


em diferentes condições de usinagem, especialmente nas fases de desbaste e
acabamento. Nestas etapas, há implicações econômicas relacionadas à vida útil e
desgaste de ferramentas e peças, uma vez que as condições de trabalho são
alteradas, impactando a superfície da peça. No desbaste, a rugosidade é mais
acentuada em comparação ao acabamento, devido à maior penetração durante essa
fase.

O raio de ponta da peça influencia diretamente na rugosidade, sendo que


um raio maior resulta em menor rugosidade, embora isso esteja associado a uma
maior vibração como consequência.

O aumento do avanço na usinagem contribui para o aumento da rugosidade,


aproximando a rugosidade experimental da teórica, pois o aumento do avanço leva à
diminuição da pressão específica de corte, representada por K.

A etapa inicial do processo de transformação de uma peça bruta em um


componente finalizado é o desbaste. Seu principal objetivo é a remoção eficiente de
grandes volumes de material, aproximando a peça das dimensões desejadas. Esta
fase é caracterizada pelo uso de ferramentas robustas, máquinas de alta potência e
parâmetros de corte agressivos, visando a remoção rápida e eficaz do material
excedente.

O estágio subsequente, o acabamento, concentra-se na obtenção de


dimensões finais precisas e na melhoria da qualidade superficial. Aqui, ferramentas
mais refinadas, máquinas de precisão e parâmetros de corte controlados são
empregados, buscando não apenas atender às tolerâncias dimensionais, mas
também proporcionar superfícies suaves e isentas de imperfeições visíveis.
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3. METODOLOGIA

Os seguintes instrumentos e materiais foram empregados na execução da


prática:
- Torno;
- Ferramenta de corte;
- Fluido refrigerante;
- Peça de aço 1040;
- Rugosímetro.

Inicialmente, o torno foi ajustado para a condição de desbaste, com um avanço


de 0,297mm por rotação, uma penetração de 2mm no diâmetro e uma rotação de
400rpm. Nesse processo, a peça foi fixada com um diâmetro de 30,4mm.

Após a conclusão do desbaste, o processo de acabamento foi realizado na


mesma peça, porém no lado oposto para fins de comparação, agora com um diâmetro
de 29,8mm. O torno foi configurado com um avanço de 0,094mm por rotação, uma
penetração de 1mm no diâmetro e uma rotação de 630rpm.

A ferramenta utilizada possui um raio de ponta de 0,8mm e um ângulo de


posição de 90° em ambas as condições.
Figura 1 – Ferramenta de corte.

Fonte: Elaborado pelos autores.


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Figura 4 – Rugosimetro realizando a medição.

Fonte: Elaborado pelos autores.


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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Assim, por meio dos dados obtidos da peça e da ferramenta, foi possível calcular
alguns parâmetros relevantes no processo de usinagem, como a velocidade de corte
(Vc) e a velocidade de avanço (Vf) para cada configuração, conforme indicado na
Tabela 1.

- Velocidade de corte no desbaste (Vcd): 38,20 m/min


- Velocidade de avanço no desbaste (Vfd): 118,80 mm/min
- Velocidade de corte no acabamento (Vca): 58,98 m/min
- Velocidade de avanço no acabamento (Vfa): 59,22 mm/min

Tabela 1 – Velocidade de corte e avanço para as condições de usinagem de


desbaste e acabamento.
Processo Vc (m/min) Vf (mm/min)
Desbaste 38,2 118,8
Acabamento 58,98 59,22

Fonte: Elaborado pelos autores.

Posteriormente, os dados coletados de rugosidade da peça para cada condição


de usinagem foram organizados na Tabela 2.

Tabela 2 – Rugosidade nas condições de usinagem de desbaste e acabamento.


Usinagem Ra [µm] Ry = Rz [µm] Rq [µm]
Desbaste 3,95 18,63 4,74
Acabamento 9,16 49,71 11,8

Fonte: Elaborado pelos autores.

O valor de Ra representa a média aritmética dos valores absolutos das alturas


dos picos e vales em uma superfície ao longo de uma determinada distância de
amostragem. Já o valor de Rz corresponde à altura máxima do perfil, obtido entre a
maior altura de pico e o maior vale dentro do comprimento de avaliação. Enquanto o
valor de Rq é calculado como a raiz quadrada da média das somas dos quadrados das
alturas dos picos e vales em uma superfície ao longo de uma determinada distância de
amostragem.
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A rugosidade de uma superfície usinada é um parâmetro crucial que influencia a


qualidade final da peça, afetando tanto a funcionalidade quanto a estética. Os
resultados de rugosidade após os processos de desbaste e acabamento revelam
diferenças significativas nos valores de Ra, Ry, Rz e Rq, atribuíveis às distintas
condições de corte entre as duas fases do processo de usinagem.

Os valores obtidos no desbaste para Ra = 3,95 µm, Ry = Rz = 18,63 µm e Rq =


4,74 µm indicam uma rugosidade relativamente menor após esse processo. Isso é
esperado, pois o desbaste geralmente envolve a remoção rápida de grandes volumes
de material. As velocidades de corte de 38,20 m/min e de avanço de 118,80 mm/min
utilizadas sugerem uma abordagem mais agressiva para a remoção do material,
resultando em uma superfície com menor rugosidade.

Os valores aumentam substancialmente após o processo de acabamento, com


Ra = 9,16 µm, Ry = Rz = 49,71 µm e Rq = 11,80 µm. Neste estágio, espera-se que a
velocidade de corte mais alta e a velocidade de avanço relativamente menor tenham
sido selecionadas para otimizar a precisão dimensional e o acabamento superficial. No
entanto, essas condições podem resultar em uma rugosidade maior, pois a remoção de
material é mais controlada, e as ferramentas de corte mais finas podem deixar uma
marca mais perceptível na superfície usinada.

Portanto, ajustar parâmetros como velocidade de corte, velocidade de avanço e


geometria da ferramenta pode ser crucial para otimizar o processo de usinagem e obter
o equilíbrio desejado entre remoção de material e qualidade superficial.
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5. CONCLUSÃO

A avaliação dos parâmetros de rugosidade após os estágios de usinagem de


desbaste e acabamento fornece informações valiosas sobre a qualidade das superfícies
usinadas. Os resultados obtidos evidenciam claramente as disparidades nas condições
de corte entre essas duas fases do processo, enfatizando a importância de uma
escolha criteriosa dos parâmetros de usinagem para atender às exigências específicas
da peça, tanto em termos de precisão dimensional quanto de acabamento superficial.

Durante o desbaste, onde a prioridade é a remoção eficiente de grandes volumes


de material, observa-se uma rugosidade relativamente baixa, indicando uma
abordagem mais agressiva. A seleção de velocidades de corte e avanço mais elevadas
resultou em uma superfície com uma média de alturas de picos e vales (Ra) menor,
mantendo valores controlados para Rz e Rq.

Por outro lado, no processo de acabamento, com uma velocidade de corte mais
alta e uma velocidade de avanço menor, a ênfase está na otimização da precisão
dimensional e do acabamento superficial. No entanto, isso também se traduziu em
valores de rugosidade mais elevados, indicando uma superfície mais complexa com
picos e vales mais pronunciados.

Conclui-se, portanto, que há um equilíbrio delicado entre a remoção eficiente de


material e a obtenção de uma superfície com as características de acabamento
desejadas. A escolha dos parâmetros de usinagem deve ser guiada pelos requisitos
específicos da peça, levando em consideração fatores como tolerâncias dimensionais,
características geométricas e requisitos estéticos.

Além disso, é importante destacar que a análise da rugosidade não se limita a


ser apenas uma métrica de qualidade; ela representa uma ferramenta valiosa para a
otimização contínua do processo de usinagem. A capacidade de ajustar os parâmetros
com base em medições de rugosidade possibilita um refinamento contínuo,
assegurando a produção de peças que atendam aos mais elevados padrões de
qualidade. Em última análise, a combinação precisa de dimensões e acabamento
superficial é crucial tanto para o desempenho quanto para a estética das peças
fabricadas.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N. L. Tecnologia da


Usinagem dos Materiais. 9. ed. São Paulo, SP: Artliber, 2014. 270 p. Coautoria de
Francisco Carlos Marcondes, Nivaldo Lemos Coppini. ISBN 8587296019.

[2] YAMAKAMI, W. J. Usinagem dos materiais. Departamento de Engenharia


Mecânica - Notas de aula - UNESP, Ilha Solteira. 2023.

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