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Pela lei de Biot-Savart, o campo magnético gerado por uma densidade volumétrica de
corrente estacionária é dado pela expressão
𝜇0 𝑱(𝒓′ ) × (𝒓 − 𝒓′ )
𝑩(𝒓) = ∭ 𝑑𝑣′ . (1)
4𝜋 |𝒓 − 𝒓′ |3
𝜗′
Nesse ponto, deve ficar absolutamente claro que a integração é sobre as coordenadas com
linha; o divergente e o rotacional são calculados com respeito às coordenadas sem linha.
Explicitamente, temos as dependências funcionais 𝑩(𝒓) = 𝑩(𝑥, 𝑦, 𝑧) para o campo
magnético e 𝑱(𝒓′ ) = 𝑱(𝑥 ′ , 𝑦 ′ , 𝑧 ′) para a densidade volumétrica de corrente. Para o vetor
separação, tem-se 𝒓 − 𝒓′ = (𝑥 − 𝑥 ′)𝒂𝑥 + (𝑦 − 𝑦 ′)𝒂𝑦 + (𝑧 − 𝑧 ′ )𝒂𝑧 , e o elemento
diferencial de volume é 𝑑𝑣 ′ = 𝑑𝑥 ′ 𝑑𝑦 ′ 𝑑𝑧 ′ , todos referenciados nas variáveis do sistema
cartesiano de coordenadas.
𝜇0 𝑱(𝒓′ ) × (𝒓 − 𝒓′ )
∇ ∙ 𝑩(𝒓) = ∭∇ ∙ ( ) 𝑑𝑣′ . (2)
4𝜋 |𝒓 − 𝒓′ |3
𝜗′
𝑱(𝒓′) × (𝒓 − 𝒓′ ) (𝒓 − 𝒓′ ) 𝒓 − 𝒓′
∇∙( )= ′ ′
∙ (∇ × 𝑱(𝒓 )) − 𝑱(𝒓 ) ∙ ∇ × ( ). (3)
|𝒓 − 𝒓′ |3 |𝒓 − 𝒓′ |3 |𝒓 − 𝒓′ |3
Exercício 1. Obtenha o resultado da Eq. (3) a partir da regra do divergente do produto vetorial:
𝛻 ∙ (𝑭 × 𝑮) = 𝑮 ∙ (𝛻 × 𝑭) − 𝑭 ∙ (𝛻 × 𝑮)
Na Eq. (3), ∇ × 𝑱(𝒓′ ) = 0 porque a densidade volumétrica de corrente não depende das
variáveis sem linha, enquanto
𝒓 − 𝒓′
∇×( )= 0. (4)
|𝒓 − 𝒓′|3
Portanto
∇∙𝑩 = 0. (5)
Sugestão: como primeira solução, expanda o vetor separação em suas componentes no sistema cartesiano de
coordenadas e calcule o rotacional em questão.
Alternativamente, uma segunda solução, com menor número de manipulações, envolve a utilização do
resultado da circulação do campo eletrostático para a obtenção imediata da identidade.
O conteúdo físico do divergente nulo é que não há fontes pontuais para 𝑩 como há para 𝑬
ou, em outras palavras, não há análogo magnético para a carga elétrica (não há cargas
magnéticas ou monopolos magnéticos, como atualmente são denominados♠).
A partir da Eq. (5), conclui-se que o campo magnético é do tipo solenoidal e, portanto, pode
ser representado alternativamente por meio de um potencial vetor, i.e., 𝑩 = ∇ × 𝑨.
♠
Mesmo assim, continua sendo uma questão experimental aberta se existem monopolos magnéticos na
natureza. Se existirem, são obviamente muito raros (ou alguém já teria encontrado um – não faltam tentativas!).
De fato, algumas teorias recentes sobre partículas elementares os exigem. Para os objetivos da teoria
eletromagnética em seu caráter clássico, porém, 𝑩 não possui divergente e não existem monopolos magnéticos.
♣
Da mesma forma que o sugerido pelo Exercício 2, tal relação pode ser facilmente demonstrada utilizado
analogia com resultado já conhecido da eletrostática (mais especificamente, do potencial escalar).