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07/02/2021

Resumo 02 – Teoria Eletromagnética


Nome: Caio Matheus Ferreira†.
Mat:17/0007481

Capitulo 2.2 – Divergência e rotacional de campos eletrostáticos. (Vácuo)


Linhas de campo, fluxo e a lei de Gauss.


Apesar da simplicidade da equação para calcular o campo elétrico E de uma
distribuição continua de cargas, no sentido que saber a densidade de carga no espaço a uma
posição r’, dividi-la por |𝒓 − 𝒓′ |𝟐 e integra-la em todo o espaço. Entretanto realizar essa
integração pode ser um grande desafio, para isso é interessante conseguir explorar possíveis
simetrias no sistema para facilitar o cálculo do campo elétrico.
Para isso, é importante entender o conceito de Fluxo do campo elétrico.
Matematicamente definimos o fluxo de um campo vetorial E por uma superfície S arbitraria,
como:

Φ𝐸 = ∫ 𝑬 · d𝐀
𝑆

Estamos dizendo que se projetarmos um dado campo vetorial E em uma superfície


d𝐀 (produto interno entre esses dois vetores), e integrarmos por toda essa superfície que nós
criamos, teremos uma medida de o quanto esse campo “atravessa essa superfície”. É valido
perceber que:

 O elemento de área dA não é em si um vetor, já que área é uma quantidade escalar.


Estamos considerando um vetor unitário 𝒏 ̂ que é perpendicular a essa superfície, de
̂ 𝑑𝐴. Então estamos considerando a projeção do campo vetorial com
forma que d𝐀 = 𝒏
o elemento normal a superfície S escolhida.
Mas, o que é esse fluxo? Uma forma lúdica de ilustrar isso é imaginar que temos uma
plantação de alecrim, e pedimos para um vaqueiro, com um laço, tentar pegar o máximo de
alecrim possível, observe a figura 1 para visualizar melhor. Dependendo se escolhermos um
laço grande ou pequeno, de formato circular, quadrado ou até triangular, teremos mais êxito
em colher mais alecrins da plantação. Nesse exemplo os alecrins na plantação correspondem
ao campo elétrico E e o laço a superfície S escolhida. O que estamos contando ao calcular o
fluxo Φ𝐸 é uma medida de quantos “alecrins” passam por uma superfície escolhida. Nós
chamamos esses “alecrins” de linhas de campo.
Essas “linhas” de campo são um conceito que utilizamos para melhor entender o que
é de fato um campo elétrico, elas são linhas imaginárias propostas pelo cientista Michael

†caiomatheus.phy@gmail.com
07/02/2021

Faraday (1791-1867) em experimento com cargas elétricas e linhaças de ferro para ilustrar
como as linhas de campo se comportam.

Figura 1 - Desenho ilustrativo do fluxo de um campo vetorial por uma superfície. Na figura as setas
vermelhas correspondem ao Campo Elétrico E (ou a nossa plantação de alecrim) e o laço circular a
superfície que nós criamos (ou o laço do vaqueiro).

O quanto mais cargas elétricas tivermos mais linhas teremos, e maior será o fluxo
Φ𝐸 . Isso nos leva a pensar que o fluxo elétrico será proporcional a quantidade de carga
elétrica dentro da superfície S. Isso é a essência da Lei de Gauss. De fato, vemos que se
considerarmos uma superfície fechada (escolheremos uma esfera de raio r para facilitar o
cálculo) e o campo elétrico de uma carga puntiforme, temos que o fluxo será:
1 𝑄
∮ 𝑬 · d𝐀 = ∫ ( 2 𝒓̂ ) 𝑑𝑨
4𝜋𝜖0 𝑟
O elemento de área de uma esfera corresponde ao ângulo solido formado por ela, que
é dado por 𝑑𝑨 = 𝒓̂ 𝑟2 sin(𝜃) 𝑑𝜃𝑑𝜙, onde 𝜃 corresponde ao ângulo azimutal que vai de 0 até 𝜋 e 𝜙
é o ângulo polar, que vai de 0 até 2𝜋. Portanto nossa integral será:
𝜋 2𝜋
1 𝑄 1 𝑄 𝑄
∫ ( 2 𝒓̂ ) 𝑑𝑨 = ∫ ∫ ( 2 𝒓̂ ) 𝒓̂ 𝑟2 sin(𝜃) 𝑑𝜃𝑑𝜙 =
4𝜋𝜖0 𝑟 4𝜋𝜖0 0 0 𝑟 𝜖0

Note que a lei de Gauss é um caso particular de campos que decaem como 1⁄𝑟 2 , pois
se não fosse isso, a integral acima iria depender do formato da superfície escolhida. Usando
o teorema de Stokes para formas diferencias (nesse caso, o chamado teorema de Gauss),
podemos transformar essa equação integral em uma equação diferencial, para o caso geral:
07/02/2021

∮ 𝑬 · d𝐀 = ∫ ∇ ∙ 𝑬𝑑𝑉
𝑆 𝑉

Reescrevendo E como sendo a integral da densidade de carga no espaço, chegamos a


forma diferencial da lei de Gauss:
1
∇∙𝑬 = 𝜌
𝜖0
A lei de Gauss pode ser aplicada em 3 sistemas onde a simetria pode ser explorada,
que são:
 Simetria Esférica, fazendo a superfície ser uma esfera;
 Simetria Cilíndrica, fazendo a superfície ser um cilindro coaxial;
 Simetria plana, usando a superfície como uma caixa paralelepipedal.

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