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3.

TOPOLOGIAS E VETORES POSSÍVEIS E DISPONÍVEIS

Este capítulo tem por objetivo representar as variações dos inversores


TSI, sendo tais bifásico e trifásico, em conjunto com a apresentação vetorial
possível e disponível.

3.1. INVERSOR TRIFÁSICO

Embasando-se no que é apresentado na figura 2, é passiva a análise


do inversor VSI trifásico.
Sua estrutura é baseada no princípio de operação de três braços, no
qual cada unidade destes opera de maneira complementar, sendo composto
por dois interruptores cada.

Figura 2 – Estrutura do inversor trifásico

Fonte – Autor

Analisando a estrutura do inversor trifásico representado na figura 2


constata-se a possibilidade de utilização de oito vetores para representar os
estados do inversor (2³).
A disponibilidade de vetores e seus estados, são representados nas
tabelas 1 e figura 3 sucessivamente:
Tabela 1 – VSI Trifásico: Análise da possibilidade vetorial

VETORES S1 S2 S3 S4 S5 S6


V 0 (000) 0 1 0 1 0 1


V 1 (100) 1 0 0 1 0 1


V 2 (110) 1 0 1 0 0 1


V 3 (010) 0 1 1 0 0 0


V 4 (011) 0 1 1 0 1 0


V 5 (001) 0 1 0 1 1 0


V 6 (101) 1 0 0 1 1 0


V 7 (111) 1 0 1 0 1 0

Fonte: [1]

As figuras abaixo representam a sequência vetorial no circuito do


inversor VSI trifásico:

Figura 3 – Sequência de chaveamento circuito inversor VSI trifásico

Fonte: [2]
Ao se aplicar a transformada αβ0 aos vetores representados por
suas coordenadas nos eixos A,B,C tem-se como as coordenadas destes
vetores no eixo A,B,C e com isso tem-se as coordenadas destes vetores no
eixo  e  conforme apresentado na tabela 2:

Tabela 2 – Projeções dos vetores a e b

VETORES – COORD.   VETORES – ABC COORD.  


ABC


V 0 (000) [ 0 0] ⃗
V 4 (011) [√ ]

2
3
0


V 1 (100) [√ ]
2
3
0 ⃗
V 5 (001) [√ √ ]
−1 2
6 2

[ ] [√ ]

V 2 (110) 1 √2 ⃗
V 6 (101) 1 √2

√6 2 6 2

[√ √ ] [ 0 0]

V 3 (010) −1 2 ⃗
V 7 (111)
6 2

Fonte: [4]

Sendo assim, avalia-se a existência de seis vetores não nulos com


módulo igual a √ 2/3 e dois vetores, os quais são nulos, estes oito podem ser
representados em um plano espacial, sobrepondo as coordenadas  e  como
elucida a figura 4.
O ângulo observado entre os vetores é de 60°, a partir desta análise é
passivo a constatação de seis setores identificados.

3.1.1. IMPLEMENTAÇÃO E SEQUÊNCIA VETORIAL

Para viabilizar a implementação de um vetor ⃗


V x tem-se como fundamento a
necessidade de inspeção da análise setorial do mesmo, ou seja, inspecionar em qual
dos seis setores está encontrado o vetor em questão.
Após esta etapa utiliza-se os dois vetores adjacentes não nulos no setor, e
ambos vetores nulos afim de sintetizar o vetor em questão.
Figura 4 – VSI Trifásico: Representação espacial dos vetores disponíveis

Fonte: [3]

O vetor ⃗
V x está relacionado diretamente com os sinais de chaveamento dos
interruptores da fase A, B e C. Por meio destes sinais são obtidos os estados
topológicos requeridos a cada setor.
A tabela 3 elucida a sequência vetorial, ou estados topológicos componentes,
avaliando individualmente os seis setores:

Tabela 3 – VSI Trifásico: Sequência vetorial para os vetores aplicados

SETOR 1 ⃗
V 0 ,⃗
V1,⃗
V 2, ⃗
V 7 ,⃗
V2,⃗
V 1, ⃗
V0
SETOR 2 ⃗
V 0 ,⃗
V3,⃗
V 2, ⃗
V 7 ,⃗
V2,⃗ V 3, ⃗
V0
SETOR 3 ⃗
V 0 ,⃗
V3,⃗
V4, ⃗V 7 ,⃗
V 4 ,⃗
V3,⃗ V0
SETOR 4 ⃗
V 0 ,⃗
V5,⃗
V4, ⃗
V 7 ,⃗
V 4 ,⃗
V5,⃗
V0
SETOR 5 ⃗
V 0 ,⃗
V5,⃗
V6, ⃗
V 7 ,⃗
V6,⃗
V 5 ,⃗
V0
SETOR 6 ⃗
V 0 ,⃗
V1,⃗
V6, ⃗
V 7 ,⃗
V6,⃗
V 1 ,⃗
V0
Fonte: [4]

O sequencial apresentado na tabela 3 representa uma sequência


convencional de sete vetores, sendo destes sete, quatro vetores ativos, e três nulos.
A soma dos intervalos de aplicação de cada um dos vetores é equivalente à
um período de comutação.

O período de comutação pode ser obtido a partir da seguinte expressão:


T 0+ T A + T B=T s (1)

Onde:

T s – período de comutação;
T 0 – tempo de aplicação do vetor zero;
T A – tempo de aplicação do vetor um;
T B – tempo de aplicação do vetor dois;

A definição de T 0 ,T A e T B ocorre por meio das seguintes expressões:

√ 3∗V ref
T A=
Vd
T s sen −θ
3
π( ) (2)

√ 3∗V ref
T B= T s sen ( θ )
Vd

√ 3∗V ref
T B=
Vd
T s sen ( 3π −θ ) (3)
√ 3∗V ref
T A= T s sen ( θ )
Vd

T 0=T S −T A −T B (4)

Na qual:

V ref – tensão de referência


V d – razão cíclica

Determinando-se os intervalos T 0 ,T A e T B por meio da tabela 4 é possível


analisar a sequência dos vetores do setor 1 com seus intervalos de aplicação:
Tabela 4 – Sequência e intervalos dos vetores do setor 1

INTERRUPTORES
VETOR S1 S3 S5 Duração

V0 0 0 0 T0
4

V1 1 0 0 TA
2

V2 1 1 0 TB
2

V0 1 1 1 T0
2

V2 1 1 0 TB
2

V1 1 0 0 TA
2

V0 0 0 0 T0
4
Fonte: [4]

Nesta tratativa torna-se importante avaliar que os intervalos os quais os


vetores são aplicados do setor referido podem ser generalizados para os
demais setores.

Além da sequência apresentada na tabela 3, existem outras sequências


que objetivam a diminuição da taxa de distorção harmônica bem como as
perdas em comutação:

Tabela 05 – Modulação vetorial com diminuição da THD

SETOR 1 0° A 30° ⃗
V 0 ,⃗
V1,⃗ V 2, ⃗
V 7 ,⃗
V2,⃗ V 1, ⃗
V0
30° A 60° ⃗
V 7 ,V 2 , ⃗
⃗ V 1, ⃗
V 0 ,V 1 , V 2, ⃗
⃗ ⃗ V7
SETOR 2 60° a 90° ⃗ ⃗3 , V
V 0 ,V ⃗2 , ⃗ ⃗2 , V
V 7 ,V ⃗3 , V
⃗0
90° a 120° ⃗ ⃗2 , V
V 7 ,V ⃗3 , ⃗ ⃗3 , V
V 0 ,V ⃗2 , V
⃗7
SETOR 3 120° a 150° ⃗
V 0 ,⃗
V3,⃗ V4, ⃗
V 7 ,⃗
V 4 ,⃗V3,⃗ V0
150° a 180° ⃗
V 1, ⃗
V4,⃗ V3, ⃗
V 0 ,⃗
V3,⃗ V4,⃗ V1
SETOR 4 180° a 210° ⃗ ⃗5 , V
V 0 ,V ⃗4 , ⃗ ⃗4 , V
V 7 ,V ⃗5 , V
⃗0
210° a 240° ⃗
V 7 ,⃗
V 4 ,⃗V5, ⃗
V 0 ,⃗
V5,⃗ V4,⃗ V7
SETOR 5 240° a 270° ⃗
V 0 ,V 5 , ⃗
⃗ V6, ⃗ ⃗ ⃗ ⃗
V 7 ,V 6 , V 5 ,V 0
270° a 300° ⃗
V 7 ,V 6 , ⃗
⃗ V5, ⃗
V 0 ,⃗
V5,⃗ V 6 ,⃗
V7
SETOR 6 300° a 330° ⃗
V 0 ,V 1 , ⃗
⃗ V6, ⃗
V 7 ,V 6 , V 1 ,⃗
⃗ ⃗ V0
330° a 360° ⃗
V 7 ,V 6 , ⃗
⃗ V1, ⃗
V 0 ,V 1 , V 6 ,⃗
⃗ ⃗ V7

Fonte: [5]

Tabela 06 – Modulação vetorial com redução das perdas de comutação

SETOR 1 ⃗
V 7 ,⃗
V1,⃗ V 2, ⃗
V 7 ,⃗
V2,⃗ V 1, ⃗
V7
SETOR 2 ⃗
V 7 ,⃗
V3,⃗ V 2, ⃗
V 7 ,⃗
V2,⃗ V 3, ⃗
V7
SETOR 3 ⃗ ⃗ ⃗
V 7 ,V 3 , V 4 , ⃗
V 7 ,V 4 ,V 3 , ⃗
⃗ ⃗ V7
SETOR 4 ⃗
V 7 ,⃗
V5,⃗ V4, ⃗
V 7 ,V 4 ,V 5 , ⃗
⃗ ⃗ V7
SETOR 5 ⃗
V 7 ,V 5 , ⃗
⃗ V6, ⃗ ⃗ ⃗ ⃗
V 7 ,V 6 , V 5 ,V 7
SETOR 6 ⃗ ⃗1 , V
V 7 ,V ⃗6 , ⃗ ⃗6 , V
V 7 ,V ⃗1 , V
⃗7

Fonte: [5]
[1] VAN DER BROECK, H. W. SKUDELNY, H.; STANKE, G. V;
Analysis and Realization of a Pulsewidth Modulator Based on Voltage Space
Vectors. IEEE Trans. On Industry Applications. vol. 24. 1988. p. 142-150.

[3] TOMASELLI, L. C. Estudo de Acionamentos à Velocidade Variável


para Motores de Indução Monofásicos com Capacitor Permanente para
Aplicações em Ventiladores. 2004. 274 f. Tese – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,
2012.

[4] BATISTA, F. A. B. Modulação PWM Aplicada a Retificadores


Trifásicos PWM Unidirecionais. 2006. 296 f. Tese – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 2006.

[5] WU, B. High-Power Converters and AC Drives. Hoboken, NJ, USA:


Jonh Wiley & Sons, Inc. Publication/IEEE Press, 2006.
[6] BARBI, Ivo. Teoria fundamental do motor de indução. Florianópolis:
Editora da UFSC, 1985.

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