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ARTIGO CIENTÍFICO: Física Moderna

Yumi Kohatsu Silva1

Resumo

A física moderna, do início do século XX, mudou nossa compreensão do universo. Iniciada com os
estudos de Kirchhoff sobre a radiação em corpos negros, a Mecânica Quântica de Planck e a
dualidade partícula-onda da luz de Einstein mudaram as concepções clássicas. Bohr introduziu níveis
de energia no modelo atômico, desafiando o padrão da época. A teoria da relatividade de Einstein
inovou relacionando espaço, tempo e gravidade, destacando a equivalência massa-energia.
Descobertas na física de partículas mostraram novas partículas fundamentais,desafiando concepções
antigas e as classificando por simetrias. Esses avanços transformaram a compreensão do cosmos,
impulsionando a física para novos horizontes.

Palavras-chave: Física moderna. Corpos Negros. Mecânica Quântica. Albert


Einstein. Espaço.

1.Introdução
No inicio do século XX, ouve uma revolução intelectual que mudou quase
que completamente nossa compreensão do universo: a Física Moderna. Tudo isso
começou pela necessidade de buscar por respostas a fenômenos complexos,
levando os cientistas a explorar territórios que ainda não haviam sido explorados.
O que iniciou tudo isso foi o trabalho de Robert Kirchhoff, cujas
observações sobre a radiação em corpos negros foram o começo da Mecânica
Quântica. Kirchhoff percebeu que a natureza da radiação era ligada à cor dos
objetos, o que abriu uma porta para uma nova era de questionamentos e
descobertas.
Max Planck, ao introduzir o conceito do quantum de energia, proporcionou
as estruturas para a teoria quântica. Sua constante de Planck não era apenas um
número, mas a chave para entender como a energia se manifesta em unidades
discretas, desafiando a lógica clássica e começando uma era de compreensão que
iria mais além.
Planck e Einstein, juntos propuseram a quantização da luz, o que mostrou
a dualidade entre partícula e onda. O efeito fotoelétrico, explicado por Einstein,

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desafiou as ideias da Física Clássica, mostrando que a luz não somente se propaga
como onda, mas também se comporta como partícula.
Niels Bohr, ao introduzir níveis de energia no modelo atômico, lançou as
bases para uma nova compreensão da estrutura fundamental da matéria. Essa
abordagem também desafiou os conceitos clássicos, o que marcou uma transição
para a visão quântica dos fenômenos atômicos.
As mudanças que a física moderna trouxe não se limitou à escala atômica.
Albert Einstein, com sua Teoria da Relatividade, redefiniu as noções de espaço,
tempo e gravidade. Os postulados fundamentais da relatividade restrita, junto com a
dilatação do tempo e a contração do espaço, mudaram totalmente a percepção da
realidade, acabando com a tradição newtoniana.
A equação E=mc² da equivalência massa-energia, mostrou a conexão entre
essas grandezas fundamentais. A teoria da relatividade geral de Einstein aprofundou
essa compreensão, mostrando a gravidade não como uma força, mas como a
curvatura do espaço-tempo causada pela presença de massa.
A busca por partículas fundamentais na física de partículas conduziu a
grandes descobertas, questionando antigas ideias e criando uma classificação
fundamentada em simetrias e regularidades.
Esses avanços científicos interligados, definiram uma era de
transformações, mudando o entendimento do cosmos e impulsionando a física para
novos horizontes desafiadores.

2.Desenvolvimento
2.1. Física Moderna
A física moderna é um ramo da física do início do século XX, marcada por
diversos estudos que propuseram respostas para perguntas que antes não poderiam
ser respondias. Os físicos modernos procuravam soluções para fenômenos
complexos da natureza que observavam. No início, o objetivo da física moderna era
entender como a radiação se comportava diante de corpos negros.

O físico alemão conhecido como Robert Kirchhof observou que a radiação


age de maneira diferente diante de objetos negros, chegando a conclusão que esses
corpos absorvem mais radiação que outras cores.
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Essa conclusão foi o ponto inicial para o desenvolvimento da Mecânica


Quântica, uma área importante da física moderna.

3. Quantum De Energia
Max Karl Ernst Ludwig Plank foi quem introduziu o conceito do quantum de
energias e revolucionou a física do século XX, Planck resolveu a questão da
emissão da radiação por corpos negros.

Para chegar a essa conclusão, Plank achou que deveria ter um valor
matemático ligado as ondas eletromagnéticas emitidas pelo objeto, então criou uma
padronização, que seriam pequenos pacotes, chamados de quantum,e que
atualmente são chamadas de fótons, que poderiam ser múltiplos dentro de um corpo
criando a teoria de que a radiação é absorvida ou emitida por um corpo aquecido e
não sob formas de ondas.

Depois disso, foi capaz de ser criado a Constante de Plank, com o valor de
h = 6,6260700410-34 m2.kg/s, que multiplicado por números inteiros pode dizer a
quantidade de radiação que é emitida por um corpo.

Essa teoria não foi muito bem aceita inicialmente, mas com o tempo outros
físicos se interessaram pela teoria de Planck. Assim físicos como Einstein e Niels
Bohr também formaram teorias que se relacionavam e até reforçavam a teoria de
Planck.

Albert Einstein usou a hipótese de Planck para explicar os resultados dos


seus trabalhos sobre os efeitos fotoelétricos em 1905

3.1- Quantum de Luz

Planck propôs a quantização da energia, já Einstein propôs a quantização


em luz. Que ao invés transferir um fluxo de energia contínuo, a luz faz isso de
maneira bem definida, que são proporcionais à sua frequência. Em seus estudos
Einstein pegou parte da visão de Newtons sobre a luz, que dizia que a luz era como
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uma partícula na interação com a matéria, e também parte da visão de Plank, onde
a energia carregada pelo quantum de luz é igual a frequência: E=hf, onde h é a
constante de Plank. Então supôs que se tirasse um elétron da superfície de um
metal, o quantum de luz cederia parte da sua energia ao material.
O jeito quântico de pensar sobre a luz é fundamental para entender
diversos fenômenos da física, especialmente na mecânica quântica, onde a divisão
do fóton entre partícula e onda tem um papel enorme e importante.

3.1.2- Níveis De Energia

Depois que Rutherford sugeriu seu modelo atômico, com elétrons orbitando o
núcleo, surgiram questões sobre a trajetória e a energia dessas partículas negativas.
A teoria clássica de Maxwell indicava que os elétrons, ao acelerarem em suas
órbitas, deveriam emitir constantemente ondas eletromagnéticas, perdendo assim
energia. Isso implicaria numa espiral em direção ao núcleo, o que seria instável para
todos os átomos.
Niels Bohr trouxe uma reviravolta ao introduzir a ideia de níveis de energia
ou níveis eletrônicos. Ele propôs que os elétrons se moviam em órbitas estáveis sem
emitir energia, desde que o momento angular fosse um múltiplo inteiro de "h/2π",
onde "h" é a constante de Planck. Se um elétron saltasse entre órbitas, a energia
absorvida ou emitida seria quantizada, seguindo a equação Ef - Ei = hf, com "Ei" e
"Ef" como as energias antes e depois, "f" como frequência e "h" como a constante de
Planck. Bohr fundamentou essas ideias como os postulados de Bohr, rompendo com
parte da física clássica.
Bohr criou um dos modelos que ainda são aceitos atualmente para se
entender como funciona a produção de radiação eletromagnética, quando os
elétrons pulam entre níveis quânticos, emitem ou absorvem a radiação. Quanto mais
a energia muda, maior a sua frequência. Essas mudanças nos átomos geram linhas
de luz, ou radiações infravermelho e ultravioleta. As transições nucleares produzem
linhas de energia mais altas, como raio-X e raios gama.
3.2- Luz Como Partículas
Em 1672, o físico Isaac Newton, apresentou a partir do modelo cinético-
molecular, uma teoria chamada de modelo corpuscular da luz, que explica os
fenômenos da luz.
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A teoria cinético-molecular, fundamentada na conservação da quantidade


de movimento, usa conceitos da mecânica para interpretar fenômenos
microscópicos associados ao movimento das moléculas. Assim, se acreditava que
eventos relacionados à luz poderiam ser explicados por um modelo teórico com
base na mecânica.

Tendo como base esses princípios, Newton apresentou o modelo compilar


da luz. Ele propôs que a luz consistia em partículas, corpúsculos, emanando da
fonte luminosa, se propagando em linha reta por conta da massa muito pequena das
partículas. Seu modelo corpuscular explicava a independência dos raios de luz,
dizendo que feixes poderiam cruzar sem colidir, dada a improvável interação entre
as partículas.

4- Estudo Dos Elétrons Como Ondas- Efeito Fotoelétrico

O efeito fotoelétrico foi observado por Einstein em 1839, mas só foi


comprovado em 1887 por Heinrich Hertz, e Albert Einstein só deu uma explicação
sobre isso em 1905.
O fenômeno apresentou desafios à Física Clássica, que trata a luz como
onda, não partícula, e não observavam a quantização da energia. Contrariando as
expectativas da Física Clássica, ao aumentar a intensidade da luz, a energia cinética
dos fotoelétrons não segue a mesma tendência, desafiando a relação prevista por
Maxwell. A teoria ondulatória clássica sugere a fotoemissão em todos os
comprimentos de onda, mas, na prática, apenas comprimentos específicos liberam
elétrons, indicando uma natureza corpuscular da luz. Contrapondo a previsão
clássica de atraso temporal na emissão de elétrons, experimentalmente, a emissão
é instantânea após a chegada da radiação, desafiando conceitos tradicionais.
Ao enfrentar essas dificuldades, Einstein abandonou a concepção de luz
como onda e, inspirado pelas ideias de Planck de que a matéria emite energia em
quanta (hv), supôs que a luz transfere sua energia em quanta para um absorvedor.
Assumindo que é necessário um quantum de energia φ para liberar um elétron da
superfície e que a energia cinética resultante é K, a relação proposta foi K = hv - φ.
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Somente após 1912 foram realizadas medidas precisas para validar a


consistência da relação proposta por Einstein. O Prêmio Nobel de 1921 reconheceu
a descoberta da "lei do efeito fotoelétrico" por Albert Einstein. Sir Owen Willans
Richardson e K.T. Compton conseguiram confirmar a equação fotoelétrica de
Einstein, possibilitando testes de alta precisão e sua aplicação em determinações
exatas da constante de Planck, h = 6,626 × 10-34 J · s = 4,135 × 10-15 eV · s.

4.1- Princípio Da Indeterminação

Na Física Clássica, se acreditava que, ao conhecer a posição inicial e o


momento de todas as partículas em um sistema, seria possível prever suas
interações e comportamento. Isso faria sentido se fosse possível descrever com
precisão como essas partículas interagem. Mas há uma hipótese forte: o de que
realmente conhecemos a posição e o momento de todas as partículas. O princípio
da incerteza na física quântica contraria essa ideia, indicando que não podemos
conhecer com precisão absoluta nem a posição nem o momento de uma partícula.
Isso acontece porque, ao medir esses valores, inevitavelmente os alteramos. Isso
não é apenas uma questão de medição, mas ocorre pela natureza quântica
das partículas.
Em 1927, um físico alemão chamado de Werner Heisenberg, introduziu
uma versão inicial do princípio da incerteza em seu artigo "On the Perceptual
Content of Quantum Theoretical Kinematics and Mechanics". A equação mais
reconhecida surgiu depois, quando Heisenberg melhorou suas ideias em palestras e
artigos. Ele explorava as implicações da teoria quântica, uma abordagem peculiar
para entender o comportamento dos átomos desenvolvida por físicos como Bohr,
Dirac e Schrödinger na década anterior. A teoria quântica trouxe conceitos
intrigantes, sugerindo que a energia não era contínua, mas vinha em pacotes
discretos chamados quanta, além disso, propunha que a luz pudesse ser descrita
como onda e como um fluxo desses quanta.
Ao desenvolver essa perspectiva inovadora, Heisenberg encontrou um
problema na maneira como as propriedades físicas fundamentais de uma partícula
em um sistema quântico poderiam ser medidas.
O princípio da incerteza diz que não podemos medir a posição (x) e o
momentum (p) de uma partícula com total precisão . Quanto mais preciso for um
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desses valores, menos sabemos sobre o outro. Multiplicando os erros nas medições
desses valores deve resultar em um número igual ou maior que a metade da
constante "h-barra", que é a constante de Planck (h) dividida por 2π.
Para tentar entender isso, um exemplo é como vemos e medimos coisas
no nosso dia a dia. Só é possível ler o que tá escrito porque a luz reflete na tela ou
papel e atinge seus olhos. Observar partículas subatômicas, como os elétrons, não é
tão simples. Tentar medir sua posição ou momentum afeta a partícula por conta da
maneira como a luz interage com ela, causa dúvidas.
O princípio da incerteza é fundamental em coisas que observamos, que a
física clássica não consegue explicar. Como por exemplo no caso dos átomos, onde
elétrons orbitam um núcleo, a lógica clássica acreditaria que eles deveriam colapsar.
No entanto, o princípio da incerteza explica que se soubéssemos com precisão a
posição de um elétron, o erro em sua velocidade seria grande. Essa incerteza
impede que os elétrons colapsem no núcleo.
Então é possível entender que na física quântica, a incerteza não é um
problema, e que na verdade, não chegaríamos aqui se esse princípio não existisse.

5- A Relatividade De Einstein

Por muito tempo, ninguém via necessidade de mudar a antiga Teoria da


Gravitação Universal proposta por Isaac Newton em 1666. A comunidade científica
acreditava fielmente que essa teoria era válida, pois funcionava bem em todas as
situações testadas. Então quando Albert Einstein propôs a Teoria da Relatividade
Geral, questionando essa verdade, inicialmente ela enfrentou forte resistência entre
os físicos.
Para entender a ideia de Einstein, é importante lembrar que espaço e
tempo estão conectados. Isso significa que à medida que um objeto se move no
espaço, ele também se move no tempo. Mudar esse movimento afeta o tempo de
forma inversamente proporcional: quanto mais rápido um objeto se movimenta, mais
devagar o tempo passa para ele. Um exemplo disso é o fato de alguns astronautas
que passam meses em órbita da Terra serem um pouco mais jovens do que o
esperado pelo tempo na Terra, isso por causa da relação entre espaço e tempo.
De maneira simples, a gravidade é o efeito que um pedaço de matéria tem
sobre outro à distância, o que confirma a ideia de Newton: "Dois corpos se atraem
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com uma força que aumenta com suas massas e diminui com o quadrado da
distância entre eles." No entanto, Einstein alegou que a gravidade não é uma força.
Então, foi preciso criar um novo jeito de explicar como a gravidade funciona e como
ela influencia os movimentos dos objetos afetados que ela afeta.
A Teoria da Relatividade Restrita foi onde a Mecânica de Newton não
conseguia. Essa nova teoria mostrava que, para objetos se movendo em
velocidades muito altas, quase tão rápidas quanto a luz, as explicações de Newton
já não eram suficientes.
Foi surpreendente a descoberta de que nada no Universo pode ir mais
rápido que a luz, que chega a cerca de 300 mil quilômetros por segundo. Além
disso, essa velocidade é igual para qualquer observador que não esteja acelerado.
Isso implicava que seria possível o tempo se esticar e o espaço se contrair. Mesmo
assim Einstein ainda parecia não estar completamente satisfeito.
A Relatividade Restrita só era válida para observadores em repouso ou em
velocidade constante, o que fez Einstein perceber que a teoria não estava completa.
Ele queria algo mais geral, que valesse também para observadores com velocidades
variáveis ao longo do tempo, ou seja, acelerados. Assim, ele foi em busca de mais
conhecimento, diferente de tudo que a humanidade estudou nos mais de 3 mil anos
de conhecimento científico.
Em 1915 depois de dez anos, com a Teoria da Relatividade Geral, Einstein
surpreendeu ao explicar uma das quatro forças fundamentais da natureza: a
gravidade. Isso desafiou novamente Newton e sua Lei da Gravitação Universal. A lei
de Newton é válida, mas existia uma teoria mais completa que conectava a
presença de matéria e luz no cosmos com a geometria do espaço e do tempo.
Resumindo, Einstein descobriu que quando há matéria presente, o espaço-
tempo se curva ao redor do objeto, seja ele uma estrela, planeta, pessoa, carro,
entre muitos outros. Quanto mais massa, maior é essa curvatura. Nas palavras de
outro físico, John Wheeler: "A matéria diz ao espaço como se curvar. E o espaço diz
à matéria como se mover".
Dessa forma é possível entender a "força" da gravidade considerando essas
curvaturas no espaço-tempo. As soluções para as equações da Relatividade Geral
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explicam desde planetas orbitando estrelas, estrelas em si, galáxias, buracos negros
e até buracos de minhoca.
A Relatividade Geral também permite equações para a cosmologia,
descrevendo as diferentes eras do Universo desde uma singularidade, como
proposto na Teoria do Big Bang. Essa teoria já foi confirmada várias vezes por meio
de observações experimentais e não é mais apenas uma teoria.

5.1- Os Postulados De Albert Einstein

Desde Galileu e Newton, se sabia que medições em laboratórios de


processos mecânicos não mostrariam diferenças entre um equipamento em repouso
e outro em movimento constante, conhecido como princípio da relatividade. A teoria
eletromagnética de Maxwell, sugeriu que a luz deveria mostrar efeitos de
movimento, mas isso não acontecia. Einstein, na Teoria da Relatividade Restrita,
ampliou o princípio da relatividade à teoria eletromagnética, e propôs que a
velocidade da luz é constante, ou seja, sempre a mesma para qualquer observador,
esteja ele em movimento ou não. A Teoria da Relatividade Restrita tem dois
postulados fundamentais:
1. Todas as leis da mecânica e eletrodinâmica são iguais em qualquer
referencial estagnado. Em um quarto sem janelas, não é possível saber se estamos
em movimento com velocidade constante sem olhar para fora. Mesmo envolvendo a
luz, todas as experiências, são os mesmos resultados nos dois casos.
2. A velocidade da luz não depende da velocidade da fonte. Einstein
mostrou que essa suposição é consistente, desde que seja abandonada a ideia de
espaço e tempo absolutos. Antes de Einstein, se acreditava que dois relógios
idênticos de dois observadores poderiam ser sincronizados para sempre
concordarem, mas na verdade, segundo a teoria da relatividade, o tempo é relativo.

5.2- A Dilatação Das Medidas De Tempo

A dilatação do tempo é a diferença na medição do tempo entre dois relógios


idênticos e sincronizados. Isso ocorre quando um desses relógios está se movendo
muito rápido, quase na velocidade da luz, ou quando está submetido a um campo
gravitacional diferente do outro relógio. Em 1905, Albert Einstein previu e explicou
esse fenômeno.
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A dilatação do tempo é um fenômeno que precisa do conceito de


simultaneidade para ser entendido. Imagine um sistema com vários relógios
sincronizados ao longo de um eixo. Se alguém se mover ao longo desse eixo em
relação a esses relógios, ao passar por cada um deles e comparar com seu próprio
relógio, vai perceber que o intervalo de tempo que é marcado neles é maior do que o
intervalo de seu próprio relógio.
Na prática, a dilatação temporal faz os ponteiros do relógio girarem mais
lentamente, como se a duração de um segundo ou um minuto aumentasse um
pouco. Além disso, se um observador olhar para o outro, os dois irão perceber que o
tempo está passando mais devagar por causa da dilatação temporal causada pela
alta velocidade.

5.2.1- A Contração Das Medidas De Espaço

A contração do espaço complementa a dilatação do tempo, porque a


velocidade sempre envolve uma distância e um intervalo de tempo. Como a
velocidade da luz é constante, na relatividade, se as propriedades do tempo
dependem do referencial, o mesmo ocorre com as do espaço.
É possível entender a contração das medidas aceitando que a velocidade
da luz é constante. No entanto, medir o comprimento de um objeto em movimento
sem parar ele é desafiador. Uma maneira possível é usar emissores de luz nas
extremidades do objeto e sensores de luz ao longo de sua trajetória, cada um com
um cronômetro. Para determinar o comprimento do objeto, só é preciso verificar as
posições dos sensores ativados e subtrair os valores de suas coordenadas. Mas é
importante que essas posições tenham o mesmo instante de tempo, eventos
simultâneos para o observador. Mas dois eventos simultâneos para um observador
não serão simultâneos para um observador em repouso em relação ao objeto.
Assim, o comprimento medido pelo primeiro observador terá diferença do medido
pelo segundo. O comprimento próprio (Lo) do objeto, medido pelo observador em
repouso em relação a ele, será sempre maior do que o comprimento medido em
movimento (L).

6- Momento Linear Relativístico


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Na mecânica clássica, o momento linear de um objeto é uma quantidade


física que é mantida quando não há força resultante sobre o objeto. Isso quer dizer
que, na ausência de uma força líquida, essa quantidade permanece a mesma em
qualquer referencial. Mas na teoria da relatividade, a quantidade clássica (massa
multiplicada pela velocidade) não se mantém. Em vez disso, é criado o conceito de
momento linear relativístico, que é parecido com o momento linear clássico, mas
agora leva em consideração os efeitos relativísticos.

6.1- Equivalência Entre Massa e Energia

Einstein descobriu a energia relativística em 1905, essa teoria mostra que


massa e energia são equivalentes, significando que toda massa tem energia
associada e ao contrário também. Essa relação é expressa matematicamente pela
famosa equação de Einstein: E=mc²
Einstein descreveu a equivalência entre massa e energia como o resultado
com mais importância da teoria da relatividade restrita, sendo fundamental na física
moderna. Conforme a famosa equação E = mc², a energia (E) de um sistema físico é
numericamente igual ao produto de sua massa (m) pela velocidade da luz (c) ao
quadrado. Costuma seu chama de equivalência massa-energia, porque em algumas
unidades, a equação é simplificada para E = m.

7- Teoria Da Relatividade Geral

A teoria da relatividade geral de Albert Einstein, de 1915, mudou de maneira


radical a compreensão científica do universo. Sua confirmação aconteceu pela
primeira vez em 1919, em um experimento durante um eclipse solar em Sobral,
Ceará, e na Ilha de Príncipe, São Tomé e Príncipe. A partir daí, o físico alemão, que
ainda não era conhecido, se tornou muito famoso, sendo abordado nas ruas para
dar autógrafos.
Até o início do século 20, as leis de Isaac Newton eram as que
comandavam a Física. Ele explicava a gravidade como uma força causada pela
massa dos objetos, os atraindo uns para os outros. Segundo Newton, se o Sol
desaparecesse, os planetas sairiam na mesma hora de suas órbitas, pois a
gravidade age imediatamente, não importando a distância. Mas Einstein, ao criar a
teoria da relatividade geral entre 1905 e 1915, mostrou uma visão diferente. Ele
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pensou no espaço e o tempo como um tecido, sendo deformado por corpos


massivos. Essa deformação cria a força de gravidade, o que explica órbitas
planetárias e outros fenômenos cósmicos. A relatividade geral, ainda testada e
confirmada até hoje, se revelou uma explicação precisa do Universo.

7.1- Partículas Fundamentais

Os gregos antigos realizaram as primeiras pesquisas sobre partículas


isoladas. O primeiro artigo foi escrito por Tales de Mileto, focado em eletricidade.
Demócrito no segundo artigo, disse que toda matéria poderia ser dividida até chegar
a sua parte mais fundamental e indivisível, introduzindo a ideia de átomo.
Por muito tempo, se acreditava que as partículas fundamentais eram
somente fótons, prótons, nêutrons e elétrons. Entre 1932 e 1947 isso mudou, com a
descoberta de novas partículas, como o neutrino em 1933 por Enrico Fermi. Um
método inovador de detecção, usando emulsões fotográficas sensíveis à luz, levou à
descoberta de muitas outras partículas, incluindo o múon e depois o píon em 1947.
Mais de duzentas partículas foram identificadas na pesquisa de partículas
elementares até 1967. Para que fosse possível organizar essa quantidade de
partículas, os cientistas incluindo Murray Gell-Mann e Georg Zweig, buscaram
características comuns, regularidades e simetrias entre elas. Eles descobriram que
muitas partículas que antes eram consideradas elementares, como prótons e
nêutrons, eram na verdade, formadas por partículas menores. Foram esses estudos
que permitiram classificar diversas partículas fundamentais em grupos que se
baseiam em suas características comuns.

Considerações Finais
A física moderna, que surgiu início do século XX, desencadeou uma mudança
drástica nos conceitos tradicionais. Desde o começo da teoria quântica de Planck até as
inovações de Einstein com a relatividade, o entendimento da natureza se transformou de
maneira muito significativa. A descoberta da massa-energia e a visão de Einstein sobre a
gravidade como curvatura no espaço-tempo redefiniram a até então compreensão do
cosmos. A busca por mais partículas fundamentais levou a avanços na compreensão da
matéria. Assim, a física moderna moldou uma visão com mais profundidade e complexidade
do universo, desafiando paradigmas e aumentando os horizontes do conhecimento humano.
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Referências
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