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Londrina
2022
CRISTIAN WESLEY DE SOUZA
Londrina
2022
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 14
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 17
2.1 A Observação dos Raios X ......................................................................... 17
2.2 A Primeira radiografia ................................................................................. 19
2.3 Os Estudos da Radioatividade .................................................................... 21
2.3.1 Becquerel e os Sais de Urânio............................................................. 23
2.3.2 Os Curie’s e o Estudo da Radioatividade............................................. 27
2.4 A Radioatividade e a Transmutação ........................................................... 32
2.4.1 Rutherford e o Estudo dos Modelos Atômicos ..................................... 35
2.4.2 Rutherford e Soody e a Natureza da Transmutação ............................ 42
2.5 A Radiação Quantizada .............................................................................. 48
2.5.1 Einstein e o Efeito Fotoelétrico ............................................................ 51
2.5.2 A Teoria Quântica da Radiação ........................................................... 55
2.5.3 Fermi e o Decaimento β....................................................................... 56
3 CONCLUSÃO ........................................................................................... 58
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1 INTRODUÇÃO
“As leis da Termodinâmica, por sua vez, a partir dos trabalhos de Sadi Carnot,
James Joule, Hermann von Helmholtz, Lord Kelvin, Rudolph Clausius etc., unificam
os conhecimentos de então (século 19) sobre gases, pressão, temperatura e calor”.
Já a eletricidade e o magnetismo, por muitos anos, foram tratados
como dois fenômenos distintos. A eletricidade compreendida pelo físico e médico
britânico William Gilbert (1544-1603), pelo físico, matemático e engenheiro italiano
Nicolo Cabeo (1586-1650), pelo físico e químico irlandês Robert Boyle (1627-1691),
pelo físico e presidente estadunidense Benjamin Franklin (1706-1790), pelo físico
francês Jean-Antoine Nollet (1700-1770), pelo físico francês Charles Augustin
Coulomb (1736-1806), pelo físico e químico britânico Michael Faraday (1791-1867),
pelo físico e químico britânico William Henry Bragg (1862-desconhecido), e o
magnetismo compreendido pelo engenheiro militar francês Pierre de Maricourt
(~1240) , físico, médico e filósofo Luigi Galvani (1737-1798) e, pelo químico e físico
italiano Alessandro Volta (1745-1827), foram alvos de estudo de uma unificação no
século 19 pelo físico e matemático britânico James Clerk Maxwell (1831-1879)
(ROCHA et. al., 2002, 3:185-276).
James Clerk Mawxell (1831-1879)
2 DESENVOLVIMENTO
(1845 - 1923)
FONTE: Wikipédia
capazes de atravessar até mesmo o corpo humano. Esses raios têm a propriedade
de excitar substâncias fosforizantes e fluorescentes, impressionam placas
fotográficas e aumentam a condutividade elétrica do ar que atravessam. Como eram
de natureza desconhecida, foram denominados de Radiação X ou Raios X (CNEN,
2015, p.5). Muito utilizado na medicina atualmente.
Laboratório de Rontgen
FONTE: Scielo
Fonte: Wikipedia
de ser mãe.
O apoio de Anna foi muito importante para Rontgen, pois ele poderia
se dedicar a carreira de físico na Universidade de Wurzburg e, posteriormente, ao
cargo de reitor. Sobre isso, o Dr. Luis Ros fala:
Fonte: Wikipédia
FONTE: Artnet
FONTE: Wikipédia
FONTE: El Tamiz
(1867 – 1934)
Pierre Curie foi um físico francês que durante seus anos de pesquisa
estudou as propriedades magnéticas, ferromagnéticas, e a relação da compressão
de cristais e o potencial elétrico. Através desses estudos, Pierre Curie e seu irmão
foram capazes de inventar um gerador que produzia pequenas quantidades de
eletricidade, o que foi aperfeiçoado por Curie e utilizado para identificar a
propriedade de coeficientes magnéticos. Pierre Curie nasceu em Paris, na França
em 1859. Seu pai, Eugène Curie, era médico e sua mãe, Sophie-Claire Curie, era
filha de um rico industrial. Pierre começou a estudar sozinho em casa e quando
adolescente passou a ter interesse pela matemática e pela geometria. Com apenas
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(1859 – 1906)
FONTE: Wikipédia
FONTE: Wikipédia
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enorme carruagem que seguia no sentido contrário atropelou-o no chão. Pierre Curie
faleceu aos 46 anos de idade, no dia 19 de abril. Marie Curie, após um mês da morte
de seu marido, assumiu seu posto de professora de Física na Universidade de
Sorbonne, se tornando a primeira mulher professora e pesquisadora da instituição
(FRAZÃO, 2021; VERSANT PHYSICS, 2021).
Em 1910, Marie Curie foi capaz de produzir rádio como um metal
puro, experimento que atestava com solidez a existência desse elemento. Por esse
motivo, Marie Curie recebeu seu segundo Prêmio Nobel, sendo este de Química, no
ano de 1911, passando a ser não só a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel
(1903), mas também a primeira pessoa a ganhar dois Prêmios desse porte
(VERSANT PHYSICS, 2021; THE NOBEL PRIZE, 2022).
Marie Curie ainda foi pioneira no uso da radiação na medicina
durante a Primeira Guerra Mundial, como diretora do Serviço de Radiologia da Cruz
Vermelha. Ela criou pequenas unidades móveis de raios-X chamadas “Petite Curie”,
que eram veículos contendo uma máquina de raios-X e equipamentos de câmara
escura. Ela treinou mais de 150 mulheres para operar as unidades que ajudaram a
tratar mais de um milhão de soldados perto da frente de batalha. Marie Curie,
incentivada por sua filha primogênita, àquela mesma que tinha 2 meses de idade
quando iniciou sua tese de doutorado, desenvolveu métodos mais precisos de
diagnosticar e tratar esses soldados feridos.
Os Petite Curie, usados durante a Primeira Guerra Mundial por Marie Curie
artificial, transmutação de elementos e bases da física nuclear. Por conta de tal feito,
Irène e seu marido Frédéric foram laureados com o Prêmio Nobel de Química em
1935, reconhecidos pela aplicação prática na radioquímica, na medicina e no
tratamento da tireoide (VERSANT PHYSICS, 2021; THE NOBEL PRIZE, 2022).
Irène Joliot-Curie (1897 – 1956) e Frédéric Joliot-Curie (1900 – 1958)
diversas aplicações, como mostradas por Becquerel e pelo casal Curie, sua natureza
ainda não era compreendida. Vale ressaltar que na época da descoberta da
radioatividade os modelos atômicos ainda estavam em desenvolvimento, então, era
sabido que a radioatividade é uma forma de radiação emanada por alguns materiais,
mas a natureza dessa radiação era totalmente desconhecida.
No final do século 19 para início do século 20 discutia-se sobre
como a matéria era constituída. O conceito de átomo havia mudado, já que desde
Demócrito no século 4 a.C. e de John Dalton em 1803 (BRENNAN, 1997), nenhum
outro modelo atômico havia sido proposto. Isso mudou entre os anos de 1893 e
1896 quando o físico japonês Hantaro Nagaoka, professor de física da Universidade
de Tóquio, esteve na Europa e trabalhou em alguns laboratórios, incluindo o
Laboratório Cavendish. Quando retornou para o Japão, anunciou para a Sociedade
de Matemática e Física em Tóquio em 1903 o modelo planetário ou modelo
saturnino de átomo. Nagaoka publicou seu artigo na revista científica britânica
Philosofical Magazine no ano seguinte, propondo que o átomo era como os anéis de
Saturno orbitando o planeta (OKUNO; YOSHIMURA, 2010, p.20).
Hantaro Nagaoka (1865 – 1950)
Modelo Atômico
Planetário
rendeu o prêmio Nobel de Física em 1906 (MARTINS, 2005; THE NOBEL PRIZE,
2022). Para o físico e professor brasileiro Roberto de Andrade Martins, professor de
História e Filosofia da Física, em seu artigo Física e História, foi graças à J. J.
Thomson e ao físico neerlandês Pieter Zeeman, que um componente subatômico
pôde ser identificado e consta em todo tipo de matéria. A razão e/m (carga e massa)
foi medida por Thomson e Walter Kaufmann, um físico alemão, em experimentos de
deflexão de elétrons de baixa velocidade, e calculada pelo físico neerlandês Hendrik
Antoon Lorentz a partir da sua intepretação teórica do efeito Zeeman (MARTINS,
2005).
Experimento de Rutherford, Geiger e Marsden para determinar o núcleo atômico.
FONTE: Explicatorium
exponencial. Após, ele começou a estabilizar, e foi necessário supor que o tório-X
veio de uma transmutação do tório. Quando eles viram isso, Rutherford e Soddy
somente convenceram o mundo que era verdade, por mais que estivessem acuados
por operarem do lado errado do Oceano Atlântico e contra a opinião firmemente
expressa dos Curie’s. O resultado foi seguido de um artigo minucioso de um trabalho
experimento, minucioso em mostrar as peculiaridades da situação. Quando em abril,
eles finalizaram após 4 meses de trabalho árduo, e enviaram para publicação em
Londres (ROMER, 1964). A este fenômeno de decaimento exponencial radioativo,
Rutherford e Soddy deram o nome de Transmutação Natural.
Esse artigo chamado The Radioactivity of Thorium Compounds H.
The Cause and Nature of Transmutation (de Journal of Chemical Society,
Transactions, 1902, 81: 837-860), Rutherford e Soddy mostram que a radioatividade
do tório pôde separar de sua composição por meios químicos. Dois métodos foram
usados: em um, uma solução de tório foi precipitada por amônia, e o hidróxido de
tório precipitado mostrou um terceiro da atividade normal, quando filtrado, na
evaporação e na remoção dos sais de amônio por ignição, deixando um resíduo
muito ativo – em alguns casos, mil vezes mais ativo que uma tória de peso igual. No
outro método, o óxido de tório foi deixado foi lavado repetidamente com bastante
água. As lavagens, na evaporação, depositaram muitos resíduos ativos, enquanto a
radioatividade da tória foi diminuída consideravelmente pelo processo.
Tabela de decaimento radioativo do tório em tório-X feita por Rutherford e Soddy.
𝐼𝑡 1
= 𝑒 −𝜆𝑡
𝐼0
𝐼𝑡 2
= 𝐼 − 𝑒 −𝜆𝑡
𝐼0
In the present paper the nature of the changes in which these new
bodies are produced remains to be considered. The experimental
evidence that has been accumulated is now sufficiently complete to
enable a general theory of the nature of the process to be established
with a considerable degree of certainty e definiteness. It soon
became apparent from this evidence that a much more intimate
connexion exists between the radioactivity and the changes that
maintain ir than expressed in the idea of the production of active
matter. It will be recalled that all cases of radioactive change that
have been studied can be resolved into the production by one
substance of one other (disregarding for the present the expelled
rays). (Rutherford; Soddy, 1903)
𝑛𝑡 3
= 𝑒 −𝜆𝑡
𝑛0
𝑁0 = 𝑒 −𝜆𝑡 5
𝑁𝑡 6
= 𝑒 −𝜆𝑡
𝑁0
𝑑𝑁 7
= −𝜆𝑁𝑡
𝑑𝑡
𝐸 = ℎ. 𝑓 8
FONTE: Wikipédia
FONTE: Wikipédia
Mas para desenvolver essa teoria, Fermi teve que estudar o trabalho
de Paul Dirac de 1927 sobre a teoria quântica da radiação e estudar os operadores
matemáticos de criação e aniquilação que haviam sido inventados por Oskar
Benjamin Klein (1894-1977), Ernest Pascual Jordan (1902-1980), Eugene Paul
Wigner (1902-1995) e outros. Esses operadores criam ou aniquilam partículas.
Diferem quanto a férmions e bósons e exigem uma técnica que Fermi não dominava.
Estudando os operadores e montando sua teoria para explicar o decaimento β,
Fermi introduziu uma nova interação fundamental, a força de interação fraca ou
interação de Fermi como ficou conhecida. Assim, essa nova força veio se somar às
outras duas existentes até então: a força gravitacional e a força eletromagnética. É
descoberta por Fermi, então a terceira força fundamental do universo. A nova teoria
de Fermi explica a forma do espectro β, a meia-vida do decaimento β e muitas
outras características de tais decaimentos (SEGRÉ, 1980). Segundo Segré (1980)
“É a obra prima de Fermi e é de fundamental importância par a Física das
partículas”.
58
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BECQUEREL, Henri. “On the Invisible Radiations Emitted by the Salts of Uranium.”
(Translation of “Sur les radiation émises par radiation invisibles émises par les sels
d’uranium”). Comptes rendus de l’Académie des Sciences, Paris, 122:689-694, 23
March 1896.
ROCHA, José F.e cols. Origens e evolução das ideias da física. Salvador:
EDUFBA, 2002.
TEIXEIRA, Cilâine V., Massoni, Neusa T., VARGAS, Ghislaine S. Raios X: Um Tema
Instigante para a Introdução da Física Moderna e Contemporânea na Sala de Aula
do Ensino Básico. Experiências em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v.12 , n.2 ,
p. 80-93, 2017.
MARTINS, Roberto de A. Física e História. Ciência e Cultura, São Paulo, v.57 , n.3 ,
Jul./set. 2005.
FREIRE JR, O., PESSOA JR, O., BROMBERG, J. L., orgs. Teoria Quântica:
estudos históricos e implicações culturais [online]. Campina Grande: EDUEPB;
São Paulo: Livraria da Física, 2011. 456 p. ISBN 978-85-7879-060-8. Available from
SciELO Books.
TYSON, NEIL DEGRASSE. Luz Visível. In: TYSON, Neil deGrasse. Astrofísica
para Apressados: 1º Edição. São Paulo: Planeta, 2017. p. 125-139.