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COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS CORPOS CELESTES

Nós sabemos muito bem do que o Sol e outras estrelas são feitos, mesmo sem
nunca termos chegado perto deles. Praticamente todo o conhecimento da
astronomia vem de uma única fonte, a luz! É a partir dela que conseguimos
saber qual a composição química, temperatura, velocidade, dentre outras
características dos corpos celestes.

A composição química dos corpos celestes pode ser compreendida através de


informações precisas obtidas pela luz. Isso porque cada elemento químico
possui uma assinatura única na forma de luz, o equivalente a nossa impressão
digital. Essa assinatura, que chamamos de linhas espectrais, é composta por
uma combinação de faixas de luz de comprimentos de onda específicos para
cada elemento. Assim, ao comparar a luz que vem das estrelas e galáxias com
a assinatura dos elementos químicos, podemos descobrir a composição
química do objeto celeste.

“Assinatura” espectral dos elementos Hidrogênio, Hélio, Neônio, Sódio e Mercúrio. Cada elemento apresenta um
conjunto de linhas de cores, ou comprimentos de onda, específicos e únicos. Assim, é possível descobrir os elementos
químicos que estão presentes no Sol, bem como em outros corpos celestes. Adaptada de: http://astronomy.nmsu.edu/.

Espectro do Sol na faixa visível da luz. As linhas escuras


correspondem às “assinaturas” espectrais dos elementos Hidrogênio, Sódio e Magnésio, mostrando que esses
elementos estão presentes no Sol. Adaptada de: http://science.nasa.gov/

DESCOBERTA DE NOVOS MATERIAIS

Madeira transparente
Pesquisadores da Universidade de Maryland descobriram uma nova técnica
para tornar a madeira transparente. No passado, foram feitas tentativas para
tornar a madeira transparente usando produtos químicos especializados para
remover a lignina. No entanto, a principal desvantagem era que isso
enfraquecia a madeira. O novo método usa uma alteração da lignina. No início
do processo, são retiradas as moléculas responsáveis por dar cor à madeira.
Em seguida, um agente especial de peróxido de hidrogênio é aplicado em sua
superfície, que é então exposta à luz ultravioleta (ou luz solar natural). Após
esses tratamentos, a madeira adquire uma coloração branca. A madeira é
então embebida em etanol para uma limpeza mais completa. Finalmente, os
poros são preenchidos com epóxi incolor para tornar o material liso e quase
perfeitamente transparente. Isso dá à madeira as qualidades de ser capaz de
transmitir até 90 %da luz e o material é 50 vezes mais resistente do que o
material transparente processado convencionalmente. Também é mais leve e,
acima de tudo, mais resistente do que o vidro e proporciona um melhor
isolamento. Essa descoberta pode se tornar uma verdadeira revolução para a
indústria da construção e mudar completamente a imagem dos edifícios no
futuro. A pesquisa também está em andamento em materiais de madeira
transparentes e tecnologicamente avançados, que além disso serão sensíveis
ao toque e fornecerão uma alternativa para vários tipos de monitores. Devido à
sua resistência correspondente às características da madeira, tais displays
serão comprovados em ambientes agressivos onde o vidro frequentemente
falha.

Polímeros magnéticos

Os ímãs com os quais estamos familiarizados geralmente são encontrados na


forma de metais rígidos e rígidos. Essas características causam muitas
limitações na aplicação de ímãs. É por isso que os cientistas empreenderam o
projeto MAGNETO que envolve a criação de materiais magnéticos com
propriedades moldáveis. Para conseguir esse efeito, os pesquisadores
prepararam um pó composto por materiais magnéticos triturados que foram
misturados com vários polímeros. A impressão 3D avançada foi usada para
criar um ímã a partir desses componentes. Isso tornou possível dar-lhes formas
muito mais complexas. Os primeiros protótipos produzidos mostraram o
enorme potencial desses materiais e a possibilidade de utilizá-los em diversos
campos, desde ferramentas de diagnóstico a telas sensíveis ao toque e muitos
outros. Os materiais compósitos apresentados com propriedades magneto-
mecânicas excepcionais permitirão a introdução de soluções inovadoras em
muitas áreas, como a medicina. Portanto, isso representa um marco importante
para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Efeitos recém-descobertos de um medicamento natural com mil anos de


história

A pesquisa foi realizada na Universidade de Warwick em uma pasta vegetal


“antibiótica” cuja receita tem 1.000 anos. É chamado de “pomada reparadora
da visão” e foi descoberto no antigo manual médico inglês Medicanale
Anglicum, escrito no século IX. A pomada, que contém cebola, alho (ou alho-
poró – os cientistas tiveram dificuldade em traduzir o nome corretamente), bile
de vaca e vinho, tem propriedades anti-sépticas extremamente potentes. Tem
se mostrado eficaz contra certas cepas de bactérias que se tornaram
resistentes aos medicamentos modernos. Mesmo o teste inicial provou a
eficácia da mistura no tratamento de Staphylococcus aureus. No entanto,
pesquisas recentes foram estendidas a outras cepas e os resultados foram
apresentados na forma de uma publicação científica. Experimentos mostraram
que este medicamento natural pode ser uma arma poderosa contra bactérias
chamadas biofilmes. É um dos tipos de bactérias mais perigosos, entre os
quais podemos encontrar cepas que causam, por exemplo, sepse, mas
também outras infecções graves. Espera-se também que esta receita ajude a
tratar infecções nos pés de diabéticos, por exemplo, que no momento
costumam resultar em amputações. O exemplo da pasta descrita acima chama
a atenção para o embate entre a medicina natural e a farmacêutica moderna.
Leva a novas conclusões e inspira esperança no tratamento de doenças que
causam sofrimento a muitas pessoas.

Plástico ecológico de semente de salmão


Os plásticos deveriam constituir uma revolução entre os materiais disponíveis.
No entanto, apesar de suas muitas vantagens, eles também se tornaram um
dos principais problemas que ameaçam nosso planeta. É por isso que as
pesquisas sobre alternativas mais verdes continuam. Cientistas chineses
desenvolveram um material semelhante ao plástico, um dos principais
componentes do qual é a semente de salmão. Isso foi conseguido combinando
duas fitas de DNA de salmão com um produto químico derivado de óleo
vegetal. O resultado é uma substância esponjosa semelhante a um gel – um
hidrogel. O hidrogel resultante é liofilizado e a umidade é removida dele,
permitindo assim que seja moldado em diferentes formas. A produção desse
bioplástico pode emitir até 97%menos CO2 do que a produção dos tradicionais
plásticos de poliestireno. Além disso, será reciclável usando enzimas de
digestão de DNA. No final das contas, ele também pode ser imerso em água
para se tornar um hidrogel novamente. Esses tipos de bioplásticos representam
uma oportunidade para o futuro da indústria de plásticos e para reduzir a
poluição em nosso planeta.

MUDANÇA DE ESTADO ENERGÉTICO DOS ELÉTRONS

No final do século XIX, diversos fenômenos que envolviam os elétrons não


podiam ser explicados com base na mecânica clássica. Surgiu, então, um
conjunto de princípios e leis que regem os sistemas atômicos e subatômicos,
que ficou conhecido como mecânica quântica.

Um dos precursores da mecânica quântica foi o modelo atômico de Böhr.


Neste sistema, os elétrons circulam ao redor do núcleo atômico em orbitais
discretos e a posição de cada um dos elétrons está bem definida em termos do
seu orbital, como mostrado na figura abaixo.

Representação esquemática do átomo de Böhr.

Um dos princípios da mecânica quântica é a quantização das energias dos


elétrons. A energia do elétron pode mudar e, para isso, o elétron precisa mudar
de orbital através de um salto quântico, tanto para um estado de energia
permitido mais elevado (com absorção de energia), quanto para um estado de
energia mais baixo (com liberação de energia).
O modelo de Böhr não conseguia explicar todos os fenômenos que envolviam
os elétrons. Foi então que surgiu o modelo mecânico-ondulatório, que
considera que o elétron apresenta características tanto de partícula
quanto de onda. Nesse modelo, a posição do elétron é tratada como sendo
uma distribuição de probabilidades de o elétron estar em diversos locais ao
redor do núcleo atômico, ou uma nuvem eletrônica. A figura abaixo representa
os modelos de Böhr e mecânico-ondulatório.

EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS

Modelo atômico de Dalton: A primeira tentativa reconhecida de descrever os


átomos partiu do cientista inglês John Dalton (1766-1844) em um modelo que
ficou popularmente conhecido como “bola de bilhar”.

Átomo de Dalton (1803): esfera maciça, indivisível e indestrutível.

Representação do modelo atômico de Dalton, que ficou conhecido como "bola


de bilhar"

Segundo Dalton: todas as substâncias são formadas por átomos, os átomos de


um elemento químico são idênticos no tamanho e nas características, já os de
elementos químicos distintos são diferentes, as substâncias são resultado de
uma reação química, que consiste na recombinação dos átomos.
Pontos negativos: Como os elétrons ainda não eram conhecidos quando Dalton
formulou sua teoria, essas partículas, que hoje sabemos que fazem parte dos
átomos, não foram consideradas.

Modelo atômico de Thomson: Joseph John Thomson (1856-1940) foi o


responsável por descobrir a existência dos elétrons, partículas dotadas de
carga negativa e que fazem parte dos átomos. Essa descoberta derrubou a
teoria atômica de Dalton, que o átomo é indivisível, mas sim formado por
partículas ainda menores e, por isso, ficou conhecido como “pudim de passas”.

Átomo de Thomson (1898): esfera de carga positiva com elétrons fixados.

Representação do modelo atômico de Thomson, que ficou conhecido como


"pudim de passas"

Segundo Thomson: O átomo é eletricamente neutro, os elétrons fixam-se em


uma superfície carregada positivamente, existe uma repulsão entre os elétrons
distribuídos nos átomos.

Pontos negativos: Embora Thomson levasse em consideração a existência dos


elétrons, o átomo não é uma esfera positiva, mas sim dotada de partículas com
cargas positivas, os prótons, identificados em 1886 pelo cientista Eugene
Goldstein e confirmados posteriormente por Ernest Rutherford.

Modelo atômico de Rutherford: Através de seus experimentos Ernest


Rutherford (1871-1937) conseguiu demonstrar que o átomo não era uma
partícula indivisível como se acreditava, mas sim que ele era formado por
partículas menores.

Átomo de Rutherford (1911): núcleo com carga positiva e os elétrons situam-se


ao redor dele na eletrosfera.

Representação do modelo atômico de Rutherford, que ficou conhecido como


"modelo nuclear"

Segundo Rutherford: O átomo apresenta uma região central com alta


concentração de carga positiva, a massa de um átomo se concentra na sua
região central, os elétrons são mais leves e se localizam ao redor do núcleo,
região que contém muitos espaços vazios.

Pontos negativos: O núcleo atômico não possui apenas partículas de carga


positiva, mas existem também outras partículas subatômicas, os nêutrons,
descobertos por James Chadwick em 1932. Além disso, o modelo proposto por
Rutherford não explicava a emissão de luz pelos átomos.

Modelo atômico de Bohr: Niels Bohr (1885-1962) propôs uma teoria atômica
que explicava a emissão de luz em certas frequências.

Átomo de Bohr (1913): os elétrons se movimentam em camadas circulares


fixas ao redor do núcleo.

Representação do modelo atômico de Bohr, que ficou conhecido como "modelo


planetário"

Segundo Bohr: os elétrons movimentam-se nas camadas ao redor do núcleo,


as camadas ao redor do núcleo apresentam valores de energia específicos,
para ir para um nível mais externo o elétron deve absorver energia. Ao retornar
para uma camada mais próxima do núcleo, o elétron libera energia.

Pontos negativos: Não pode-se afirmar que os elétrons realizam uma trajetória
ao redor do núcleo em posições fixas como os planetas ao redor do Sol.

Modelo atômico quântico: Muitos cientistas contribuíram para o


desenvolvimento da mecânica quântica, que tenta explicar a "mais real"
estrutura de um átomo pela combinação de diversos estudos e, por isso, é o
mais complexo.

Segundo o modelo atômico quântico: o núcleo é formado por prótons e


nêutrons. Como apenas os prótons possuem carga, o núcleo é carregado
positivamente, os elétrons formam uma nuvem eletrônica ao redor do núcleo,
os elétrons se movimentam em orbitais, num espaço tridimensional, a posição
exata de um elétron não pode ser definida. O que é feito são cálculos que
determinam a probabilidade da região que um elétron estará em dado tempo.

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