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Alberto Jose Amisse

BREVEV HISTORIA DO SURGIMENTO DA ELECTONICA E DOS


SEMICONDUTOR

Universidade Rovuma

Namula

2024
Alberto Jose Amisse

BREVEV HISTORIA DO SURGIMENTO DA ELECTONICA E DOS SEMICONDUTOR

Trabalho de pesquisa de carácter


avaliativo da cadeira de Física dos
semicondutor do 2º Ano, Licenciatura
Em de Física, orientado pelo docente:
Momade J. Chau

Universidade Rovuma

Namula

2024
Índice
Introduçao ................................................................................................................................... 4
A HISTÓRIA DA ELETRÔNICA ............................................................................................. 5
Introduçao ................................................................................................................................... 5
Origem ........................................................................................................................................ 5
Radar........................................................................................................................................... 9
Tungstênio, Selênio e Germânio ............................................................................................... 9
Aplicações ................................................................................................................................ 10
Indústria Eletrônica................................................................................................................... 10
Circuitos Elétricos .................................................................................................................... 11
Televisão................................................................................................................................... 12
HISTÓRIA DOS SEMICONDUTORES ................................................................................. 12
História primitva da física e da química dos semicondutores: das dúvidas para fatos em cem
anos. .......................................................................................................................................... 13
Conclusao ................................................................................................................................. 22
Referencias Bibliograficas ........................................................................................................ 23
Introduçao
A electrónica é uma disciplina fundamental que revolucionou a sociedade moderna,
influenciando áreas que vão desde a comunicação até a medicina. Seu surgimento remonta ao
final do século XIX, quando os cientistas começaram a explorar os fenômenos elétricos e
magnéticos. No entanto, foi apenas no século XX que a eletrônica começou a tomar forma,
com o desenvolvimento dos semicondutores, que se tornaram a base da tecnologia moderna.
Nesta introdução, examinaremos brevemente o histórico do surgimento da eletrônica e dos
semicondutores, destacando marcos importantes e avanços tecnológicos significativos que
moldaram o campo até os dias atuais.
A HISTÓRIA DA ELETRÔNICA
Introduçao
Electronica é o campo da ciencia que estuda e da engenharia que trata dos dispositivos
electronico e da sua utilizacao. É a parte da física que estuda e utiliza as variações de
grandezas elétricas para captar, transmitir e processar informações. Trata dos circuitos
elétricos e instrumentos constituídos por válvulas termiônicas, dispositivos semicondutores
(tais como transistores, termitores e circuitos integrados), tubos de raios catódicos e outros
componentes, entre os quais aqueles baseados no efeito fotoelétrico (células fotoelétricas,
válvulas fotomultiplicadoras, etc..).

Origem
A origem dos aparelhos eletrônicos remonta às pesquisas de Thomas Alva Edison, que em
1883 descobriu o que chamamos hoje de "Efeito Edison", ou efeito termiônico. Ele
demonstrou a formação de uma corrente elétrica fraca no vácuo parcial entre um filamento
aquecido e uma placa metálica. A corrente era unidirecional e cessava se a polaridade do
potencial entre o filamento e a chapa fosse invertida. Ficou comprovado que os transmissores
da eletricidade estavam eletrizados. Mais tarde, estes transmissores receberam o nome de
elétrons.
Em 1887, Heinrich Hertz, durante as suas experiências com arcos voltaicos, observou que a
luz emitida durante a descarga de alta voltagem de um arco elétrico influía consideravelmente
na descarga produzida por outro arco menor, colocado diante dele. No momento em que o
menor deixava de receber a luz da descarga do maior, produzia-se uma faísca muito mais
curta do que enquanto iluminado. Iniciou-se assim o estudo da Fotoeletricidade.
Em 1888, William Hallwachs demonstra que um eletroscópio com esfera de zinco perde sua
carga negativa se a esfera for exposta à luz ultravioleta. O fenômeno tornou-se conhecido
como "Efeito Hallwachs" e determinou serem negativas (elétrons) as cargas emitidas pela
esfera de zinco sob a ação do ultravioleta.
Elster e Geitel, ambos físicos alemães, estudam o fenômeno e observam (1889) que os metais
alcalinos sódio e potássio emitem elétrons também sob influência da luz comum. Trabalharam
juntos pesquisando a ionização da atmosfera e o efeito fotelétrico. Descobriram em 1899 o
fenômeno da descarga de um eletroscópio na proximidade de um radioelemento e
enunciaram, em decorrência dessa observação, a Lei do Decrescimento Radioativo.
Construíram a primeira célula fotoelétrica de utilização prática (1905) de elementos alcalinos;
criaram o primeiro fotômetro fotoelétrico e um transformador Tesla. Em 1897, J.A. Fleming,
físico inglês, faz a primeira aplicação prática do "Efeito Edison". É considerado um dos
pioneiros da radiotelegrafia. Usa a propriedade unidirecional da corrente movida a elétrons
para criar um detector de sinais telegráficos.A válvula de Fleming é a origem do tubo díodo
(1904).

Esse aparelho foi a origem de todas as válvulas utilizadas em telecomunicações. Criou


também um ondímetro, um amperímeto térmico para correntes de alta freqûencia e um
manipulador de indução variável. Deve-se a ele a regra, hoje clássica, dos "três dedos", que dá
o sentido das forças eletromagnéticas. Essa regra é usada para a determinação do campo
magnético, a partir do produto vetorial da carga e do campo elétrico.
Lee de Forest, inventor norte-americano, se lançou à promoção da radiocomunicação,
organizando uma companhia telegráfica. Fracassou nessa primeira tentativa. Em 1906 inventa
a lâmpada de três eletrólitos ou tríodo. Acrescenta um terceiro eletrólito (grade) à válvula de
Fleming. A utilidade dessas válvulas como geradores, amplificadoras e detectoras, foi aos
poucos impondo-se. Em 1910, transmitiu a voz do maior tenor de todos os tempos, Caruso.
Mas só com a primeira Guerra Mundial sua invenção tornou-se amplamente utilizada e foi
produzida em larga escala. Inventou também, o fonofilme, aparelho precursor na indústria do
sistema falado.

Jonathan Zenneck, físico alemão, contribuiu para o desenvolvimento na radiotelefonia e das


técnicas de alta frequência na Alemanha. Inventou o medidor de ondas elétricas (1899) e um
processo para multiplicação das frequências (1900). Em 1905 desenvolve o Tubo de Braun e
cria o osciloscópio catódico, origem dos cinescópios dos atuais aparelhos de televisão. Data
de 1907 sua teoria da difusão das ondas elétricas. Depois da Segunda Guerra
Mundial, construiu a primeira estação ionosférica alemã.

Edwin Howard Armstrong, engenheiro eletrônico norte-americano, tem como invenções no


campo da radiotelefonia: o circuito regenerativo (1912), o circuito super-heteródino (1918) e
o circuito super-regenerativo (1920). Desenvolveu um sistema radiofônico de frequência
modulada, diminuindo as interferências nas transmissões e aumentando o nível de som.

A partir das invenções de Vladimir Zworykin, engenheiro e inventor russo, que se


desenvolveu todo o sistema eletrônico da televisão moderna. É o primeiro a conseguir
transformar uma imagem em uma corrente elétrica. Teve como importante trabalho a
aplicação da eletrônica à medicina.

Inventor do iconoscópio, ponto de partida para o sistema de televisão, colaborou na


elaboração de outros equipamentos eletrônicos, como o microscópio eletrônico.

Sir Robert Alexander Watson-Watt, físico escocês, concebeu um sisema de detecção de um


objeto e de medida da distância por intermédio de ondas eletromágnéticas (1925). Dessa
forma nasceu o RADAR (RAdio Detection And Ranging), cujas primeiras estações foram
instaladas na Inglaterra.

Nos anos seguintes os aparelhos que produzem e detectam ondas eletromagnéticas -


sobretudo curtas e ultra curto - é desenvolvido e as teorias de modulação aprofundadas. Em
1927 Carson empreende estudos matemáticos relativos ao transporte de um sinal por uma
corrente elétrica portadora (modulação). A modulação de freqüência é prevista por Armstrong
em 1928. A modulação de uma mesma onda portadora por várias comunicações telefônicas
simultâneas permite o surgimento da técnica das comunicações múltiplas com um
mesmo suporte material, colocando o telefone à disposição do grande público.

Blumldin e Schönberg desenvolvem em 1930 um sistema comercial para tratar a imagem


elétrica produzida pelo tubo de Zworykin para permitir o transporte à distância e
a reconstituição local.

Manfred Barthélemy, físico francês, é considerado um dos criadores da televisão na França.


Dedicou-se primeiro à criação de aparelhos de medição, e depois à radiofonia. Durante a
Primeira Guerra Mundial, construiu instrumentos emissores e participou da instalação do
centro de comunicação na Torre Eiffel. Interessou-se em seguida pela televisão,
aperfeiçoando o dispositivo do escocês John Baird, e foi encarregado de uma emissão regular
de TV em 1935. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, realizou pesquisas sobre radares.
Mais tarde, criou o isoscópio, um tubo aperfeiçoado para a TV.
Manfred e René elaboraram a transformação da imagem elétrica em imagem lumisosa.
Câmaras, amplificadores, geradores de sinais de imagem, sinais de linha, sinais de
sincronização, multiplicadores de frequência são desenvolvidos e produzidos.

Apesar do desenvolvimento de computadores digitais estar enraizado no ábaco e em outros


instrumentos de cálculo anteriores, foi creditado a Charles Babbage o design do primeiro
computador moderno. O primeiro computador totalmente automático foi o Mark I, ou
Automatic Sequence Controlled Calculator, iniciado em 1939 na Universidade de Harvard,
por Howard Aiken, enquanto o primeiro computador digital eletrônico, ENIAC (foto 2) -
Electronic Numeral Integrator and Calculator - que usava centenas de válvulas eletrônicas, foi
completado em 1946, na Universidade da Pensilvânia.

O UNIVAC (UNIversal Automatic Computer) se tornou em 1951 o primeiro computador a


lidar com dados numéricos e alfabéticos com igual facilidade. Também foi o primeiro
computador disponível comercialmente, usado no censo americano da década de 50.

Os computadores de primeira geração foram suplantados pelos transistorizados, entre o fim


da década de 50 e início da década de 60. Esses computadores de segunda geração já eram
capazes de fazer um milhão de operações por segundo. Por sua vez, foram suplantados pelos
computadores de terceira geração, com circuitos integrados (foto 3), de meados dos anos 60
até a década de 70. A década de 80 foi caracterizada pelo desenvolvimento do
microprocessador e pela evolução dos minicomputadores, microcomputadores e
computadores pessoais, cada vez menores e mais poderosos.

Um circuito integrado consiste de muitos elementos, como transistores e resistores fabricados


em uma mesma peça de silício ou outro material semicondutor. O pequeno microprocessador
mostrado acima é o coração de um computador pessoal (PC). Ele contém muitos milhões de
transistores, e pode executar até 100 Milhões de Instruções por Segundo. As filas de pinos
(pernas) são usadas para conectar o microprocessador à placa de circuitos.

Radar
Criado em 1935 por Watson-Watt. Designa um dispositivo eletrônico que permite ao homem
detectar e localizar objetos à distância, e sob condições de luminosidade muito precárias para
o olho humano.

O radar é largamente empregado em atividades tanto civis como militares. Suas aplicações
mais comuns encontram-se na navegação aérea e marítima, para facilitar por exemplo o
tráfico nos aeroportos e tornar mais simples as manobras dos navios . Os modernos aviões são
equipados com radares, para que o piloto possa detectar obstáculos à sua trajetória com uma
certa antecedência, realizando assim, as manobras necessárias com segurança.

Principais fins militarem com que o radar é empregado:

 Detecção de aeronaves inimigas, antes que estas sobrevoem o território;


 Localização de submarinos;
 Incursões noturnas;
 Uso conjugado com outros dispositivos eletrônicos, para permitir que projéteis
persigam alvos móveis;

O radar também é aplicado à radionavegação, permitindo aos aviões orientarem-se mesmo


em condições de pouca ou nenhuma visibilidade.

É Usado na astronomia, especialmente no estudo da superfície dos planetas por satélites, e


na meteorologia, para a previsão dos tempos a curto prazo.

A miniaturização dos circuitos permitiu a produção de unidades menores de radares,


usadas no trânsito, pela polícia, para a detecção da velocidade dos automóveis, baseado no
Efeito Doppler.

Tungstênio, Selênio e Germânio

A descoberta de certas propriedes elétricas em alguns metais (destacadamente o tungstênio, o


selênio e o germânio), foi de grande importância no desenvolvimento da indústria eletrônica,
na criação de numerosos componentes e na expansão de seus usos a muitos aparelhos novos,
destinados a diversas atividades técnicas e científicas. Por suas qualidades de peso e dureza, e
principalmente por seu elevado ponto de fusão (3.370 øC), o tungstênio é empregado na
fabricação de filamentos para lâmpadas comuns e tubos de televisão. O selênio, por sua
sensibilidade à luz e outras características, é utilizado nos fotômetros de aparelhos
fotográficos, nas células fotoelétricas de portas automáticas, nos equipamentos preventivos de
incêndios, etc. Já o germânio, tem largo emprego em vários dispositivos semicondutores. Dos
três metais, o tungstênio é o que tem maior importância comercial.

Aplicações

Os aparelhos eletrônicos têm numerosas aplicações em nosso dia-a-dia. Eles integram os


sistemas de Telecomunicações, Radiodifusão, Televisão, Radio-astronomia, Telecomando e
Telemedidas, Eletromedicina, aparelhagem auxiliar de navegação marítima e aérea e sistemas
de aplicações industriais, entre outros.

Os aparelhos eletrônicos são capazes de medir, controlar, comandar e regular diversas


operações. Destacamos o microscópio eletrônico, os contadores e detetores de partículas, os
aceleradores, radiotelescópios, o eletroencefalógrafo, o eletrodiógrafo, os computadores, etc.

Existem aparelhos eletrônicos para melhorar a audição e regular o batimento cardíaco


(marcapassos). O rádio e o radar aumentaram a segurança dos transportes. Computadores
eletrônicos, que realizam cálculos e operações das mais complexas e variadas com uma
rapidez espantosa, são usados tanto por bancos, indústrias, repartições públicas, universidades
ou em mesmo casa, no mundo inteiro.

Indústria Eletrônica

Mesmo depois da invenção do tríodo, os tubos eletrônicos demoraram a ser comercializados.


Durante a Primeira Guerra Mundial até encontraram aplicação na radiocomunicação, mas a
indústra eletrônica em si só foi surgir em 1922, com o advento das emissões radiofônicas.
Entre 1922 e 1960, o total anual de vendas de equipamentos eletrônicos subiu de U$ 60
milhões para U$ 10,2 bilhões. Com os extraordinários progressos alcançados pelas
atividades espaciais desenvolvidas principalmente na esfera estatal da economia das grandes
potências, assim como pela expansão relativamente rápida das técnicas de automatização em
todo o mundo, pode-se admititr que o valor dos produtos eletrônicos tem atingido, a partir da
década de 70 somas muito elevadas, desempenhando um papel imortante na economia
mundial.

Nos países mais industrializados da América Latina, como o Brasil, o México e a Argentina, a
indústria eletrônica está dando os primeiros passos, restringindo-se à produção da chamada
"eletrônica de lazer", que abrange televisores, rádio-receptores e aparelhos de som em geral.
Em alguns casos porém, já vemos outros aparelhos e dispositivos de aplicação técnico-
científica.

Circuitos Elétricos

São associações de componentes elétricos com a finalidade de transmitir controladamente a


potência elétrica que lhes é aplicada. Os constituintes elementares do circuitos elétricos são
chamados de componentes. São eles:

Resistores: são componentes que fornecem uma resistência pré-determinada. Eles são
constituídos por um pequeno cilindro de cerâmica em torno do qual é colocada uma fina
camada de carvão, grafite ou uma mistura de carvão e boro. Nas extremidades do cilindro são
colocados terminais de fio de cobre estanhado e então o resitor é coberto de uma camada
protetora de esmalte epecial.

Capacitores: são dispositivos capazes de armazenar energia elétrica sob forma estática. São
constituídos por dois eletrodos condutores isolados por um dielétrico.

Transformadores: constam de dois ou mais indutores acoplados por um mesmo circuito


magnético.

Geradores Elétricos: são dispositivos capazes de fornecer potência elétrica.

Linhas de Transmissão: são dispositivos destinados ao transporte de potência elétrica sob a


forma de ondas eletromagnéticas.

Válvulas Eletrônicas: são dispositivos que consistem de dois ou mais eletrodos, mantidos em
ambiente fechado, total ou parcialmente vacuofeito, entre os quais circulam correntes
eletricamente controláveis pela excitação externa de um ou mais destes eletrodos. Foram
quase que totalmente substituídas pelos transistores. Uma aplicação onde as válvulas
predominam é em amplificadores para guitarras. E, ao contrário do que muita gente pensa, os
guitarristas não preferem os amplificadores valvulados por terem estes uma resposta de
freqüência mais extensa. Justamente o contrário! Os amplificadores valvulados para guitarras
pouco tem a ver com os amplificadores valvulados param alta-fidelidade (hi-fi).

Transistores: são dispositivos simplificados basedos no comportamento elétrico de


semicondutores. Eles são responsáveis pela amplificação dos sinais nos circuitos. Substituem
as válvulas, hoje em dia, na maioria das aplicações.

Televisão

Em 1817, o químico sueco Jakob Barzelius (1779-1848) descobriu um novo elemento, o


selênio, que está na origem da história da origem da televisão. Em 1873, o inglês Willwghby
Smith comprovou que o selênio tinha a propriedade de tranformar a energia luminosa em
energia elétrica: ficava assim estabelecida a premissa teórica segundo a qual era possível
transmitir imagens por meio da corrente elétrica.

Mas, somente em 1920 é que se realizaram verdadeiras transmissões de imagens, graças às


experiências de dois grandes cientistas: John Logis Baird (1888-1946), no Reino Unido, e
Charles F. Jenkins (1867-1934), nos EUA. Ambos utilizaram analisadores mecânicos, porém
um não tinha conhecimento do trabalho do outro.

TV a cores - emprega-se na TV a cores, basicamente o princípio da tricomia na arte gráfica.


com a decomposição da imagem a ser transmitida em três imagens secundárias, nas cores
primárias azul, verde e vermelho. O sperfeiçoamento desse sistema acompanhou o progresso
da televisão em preto e branco

HISTÓRIA DOS SEMICONDUTORES

A história do desenvolvimento de um novo material é sempre tortuosa, repleta de idas e


voltas, e, por isso mesmo, rica em aprendizado. Semicondutores foi um tipo de material que
teve dificuldade de ser aceito, inicialmente, na sua própria existência. No entanto, em um
período de mais ou menos 30 anos (1930-1960) ele deu um salto no seu conhecimento técnico
e cientíco, tornando-se o material que revolucionou a tecnologia e a própria sociedade. Vamos
inicialmente caracterizar o que entendemos por um semicondutor. Como o nome diz, ele
caracteriza-se por possuir uma condutividade elétrica intermediária entre os metais e os
isolantes. A figura exemplifica esses valores para materiais puros. Mas uma característica
fundamental dos semicondutores é sua exibilidade de alterar suas propriedades em função de
sua composição ou de uma ação externa. Em particular, a condutividade pode variar em várias
ordens de grandeza alterando o grau de dopagem, necessitando para isso pequenas
quantidades de dopante. A condutividade, diferente do caso dos metais, aumenta com a
temperatura. Podemos ainda aumentar a condutividade dos semicondutores iluminando-os.

História primitva da física e da química dos semicondutores: das dúvidas para fatos em
cem anos.

Os títulos dessa sub-seção reproduzem o título do artigo de G. Bush e que resume a situação
nos primórdios do estudo da condução de carga e dos materiais associados a esse fenômeno.
Os primeiros estudos sobre a condução de eletricidade em sólidos e líquidos foram realizados
por Stephen Gray (1666/1667-1736) e que viveu em Londres e Cantebury.

Sua comunicação foi feita por meio de uma carta ao secretário da Royal Society em 1731 (8
de fevereiro) (ref. 6). Ele foi o primeiro a estudar a condução de eletricidade Seus
experimentos foram realizados em um tubo longo de vidro fechado por rolha de cortiça.
Basicamente, 2excitando o tubo por meio de fricção, ele observou que o vidro do tubo e a
cortiça atraiam folhas leves de metal e penas. Ele consegue desenvolver uma linha de
transmissão de 250 m. A utilização do conceito de condutor elétrico deve-se a Jean Théophile
Désagulliers (nascido em 1683 em La Rochelle, França, e viveu em Londres até 1744 como
refugiado religioso).

Deve-se a Alessandro Volta (1745-1827) a utilização da palavra semicondutor pela primeira


vez, em 1782, em um artigo lido perante a Royal Society em Londres em 1782 (14 de março)
(ref. 8). Mais precisamente, ele utiliza a expressões materiais de natureza semicondutora.
Partindo da sua invenção, a pilha, A. Volta iniciou uma série de experimentos para medir a
velocidade na qual um eletrômetro descarrega-se colocando-o em contato com diversos
materiais. Metais descarregam-se instantaneamente, semicondutores lentamente e isolantes
não se descarregam.

Chegamos a um momento onde temos uma fonte segura para realizar os experimentos de
condução elétrica. A pilha de A. Volta. Humphry Davy, considerado o pai da eletroquímica,
vai realizar uma serie de investigações sobre a inuência da temperatura na condutividade de
vários metais (Cu, Ag, Sn, Pb, Fe e Pt). Esses são os primeiros experimentos que caracterizam
a condutividade metálica. Os resultados foram sintetizados por Davy em 1840: o poder de
condutividade dos corpos metálicos varia com a temperatura, e é mais baixo, em uma razão
inversa, a medida que a temperatura sobe. Esse resultado, que estabelece o comportamento
da condutividade com a temperatura para os metais, só será compreendido quase cem anos
mais tarde.
Nos antecipando historicamente, o primeiro cálculo, clássico, para a condução dos elétrons
nos materiais é feita por Drud. Ele deduz a expressão para condutividade:

Onde:

n- é a concentração volumétrica dos portadores de carga,

m - a massa desses portadores, e a respectiva carga e

τ - o tempo de espalhamento.

Na interpretação de Drude, esse espalhamento ocorre com os átomos que compõe o material.
Expressão similar é obtida mais tarde por Sommerfeld, em uma análise quântica do problema.
Vamos postergar para mais adiante a discussão detalhada, mas, em uma primeira análise,
vemos que as grandezas que podem depender da temperatura são n e τ . Ver Apêndice
Propriedades de Transporte. A existência de um material distinto começa a ser feita
justamente por resultados que desviam desse.

Michael Faraday estende os trabalhos de Davy para uma grande variedade de compostos. O
que ele observa é que vários desses compostos apresentam uma variação da condutividade
com a temperatura oposta aquela observada por Davy. Em particular, o Ag2S (sulfeto de
prata) apresentava resultado bem peculiar: a temperatura ambiente ele é um condutor pobre
mas a aproximadamente 175 C a condutividade sobe rapidamente próxima dos valores para
metais. Infelizmente, Faraday não publica nenhum resultado quantitativo ou grácos. Suas
conclusões são qualitativas e reproduzimos aqui um trecho do seu trabalho.A existência de
um material distinto começa a ser feita justamente por resultados que desviam desse.

Michael Faraday: estende os trabalhos de Davy para uma grande variedade de compostos. O
que ele observa é que vários desses compostos apresentam uma variação da condutividade
com a temperatura oposta aquela observada por Davy. Em particular, o Ag2S (sulfeto de
prata) apresentava resultado bem peculiar: a temperatura ambiente ele é um condutor pobre
mas a aproximadamente 175 C a condutividade sobe rapidamente próxima dos valores para
metais. Infelizmente, Faraday não publica nenhum resultado quantitativo ou gráficos.

Bush conclui que Hittorf foi, provavelmente, o primeiro a realizar uma medida quantitativa da
condutividade elétrica em função da temperatura. Não tinha, no entanto, o conhecimento do
mecanismo de condução, se eletrônica ou iônica. Essa questão só será resolvida em 1933
quando se demonstrou que a condutividade do Ag2S é eletrônica.

Interação com a luz - efeito fotovoltaico e fotocorrente: vamos voltar um pouco na


cronologia para introduzirmos a propriedade dos semicondutores em relação a luz, ou, mais
precisamente, o efeito fotovoltaico. A primeira observação desse efeito foi realizada por
Alexandre-Edmond Becquerel, em 1839 (ele é o pai de Antoine-Henri Becquerel, que vai
ganhar o prêmio Nobel de Física em 1903, juntamente com Pierre e Marie Curie pelos seus
trabalhos sobre a radioatividade em sais de urânio; Alexandre-Edmond tinha apenas 19 anos
na época dos experimentos) em experimentos com eletrólitos. Trabalhando com eletrodos de
cloreto de prata recobertos por platina em uma solução aquosa eletrolítica de ácido nítrico, ele
observou que se um dos eletrodos fosse iluminado a força eletromotriz entre os
eletrodosaumentava Essencialmente, a foto-voltagem era gerada na interface metal-
semicondutor da Ag/AgCl.

O próximo passo na interação dos semicondutores com a luz, e um passo importante no


estudo dos semicondutores em geral, foi realizado nos anos 1870s. Em 1873, Willougby
Smith descobriu a fotocondutividade do Se quando trabalhava com cabos submarinos. Ele
testava resistores conáveis e cquando o campo magnético foi aplicado ao longo da correnteom
alta resistência e observou que quando iluminado a resistência do Se diminuia
dramaticamente.

Sabemos hoje que a mudança da condutividade do deve-se a absorção de luz -


fotocondutividade - e essa foi a descoberta fundamental de Smith, embora ele considerasse o
Se como um metal. O Se na verdade é um semicondutor, com estrutura cristalina trigonal. A
descoberta da fotocondutividade em metais só será feita quatorze anos depois por Hertz e
somente em 1907 que o Se será considerado um semicondutor. Em 1876 William Grylls
Adams e Richard Evans Day descobriram que o Se produz eletricidade quando iluminado. A
quantidade de eletricidade produzida era muito pequena, insuciente para permitir qualquer
utilização. Mas era uma primeira demonstração da conversão de luz em eletricidade sem a
necessidade de calor ou movimento mecânico, da forma que ilustra a figura abaixo de 1.74 eV
de uma Estrutura cristalina do Se.

Em 1883 Charles Fritts constrói o que vem a ser a primeira célula fotovoltaica. Para isso ele
fundiu Se em lmes nos sobre um substrato de metal e prensou uma folha na de ouro no topo
da superfície para ter o segundo contato. O lme de ouro era no o suciente para permitir a
passagem de luz. As dimensões da sua célula eram de 30 cm2 de área e espessura em torno de
30 µm. Ele obteve uma eciência inferior a 1%. Esse vaquando o campo magnético foi
aplicado ao longo da correntelor demorou muitos anos para melhorar. A primeira célula
fotovoltaica com utilização prática foi desenvolvida em 1954 nos laboratórios da Bell por
Daryl Chapin, Calvin Souther e Gerald Person, utilizando uma junção p-n de silício.

Compreendendo os semicondutores Em 1897 J.J. Thomson descobre os elétrons. Logo depois


Carl Viktor Emanuel Riecke realiza um experimento no Instituto de Física de Göttingen em
1901 que põe em evidência que a condução de carga nos sólidos é realizada por elétrons [25].
No seu experimento, Riecke ligou um cilindro de cobre entre dois cilindros de alumínio em
uma linha principal de uma bateria, alimentando todo o laboratório por um ano. Ele então
determinou o peso do cilindro de cobre antes e depois do experimento. Caso a corrente fosse
transportada por íons de cobre, uma massa de 1,14 kg de cobre deveria ter se depositado nos
eletrodos. A medida não mostrou nenhuma mudança de massa, dentro da precisão
experimental, evidenciando a condução eletrônica. Esse resultado foi conrmado por Tolman e
Steward [24] em 1916, chegando inclusive a provar a razão e/m para os elétrons em um metal,
com valor aproximadamente igual ao do elétron livre. O próprio Riecke, em 1898 e P. Drude
(University of Leipzig) em 1900 propuseram as primeiras teorias para a condução elétrica nos
metais assumindo que um gás de elétrons transportava a corrente. O modelo de Riecke
considera a possibilidade de carga positiva ou negativa, com a possibilidade de concentrações
e mobilidades diferentes. Riecke assume um crescimento linear da concentração dos
portadores com a temperatura enquanto que Drude não faz nenhuma suposição nessa direção.
Ambos concordam com a diminuição da mobilidade com a temperatura para explicar a
diminuição da condutância com a temperatura nos metais. Johann Koenigsberger, professor
de física da Universidade de Freiburg im Breisgau realiza uma série de expeirmentos sobre a
condutividade de óxidos e sulfetos. Ele propõe um modelo de condutividade que assumia a
expressão:

ρ = ρ0(1 + αt ± βt2 )

Onde o primeiro termo respondia pela diminuição da mobilidade com a temperatura e o


segundo termo expressava a dissociação dos átomos no condutor metálico em seu íon e
elétrons (condutores).

Em 1914 Koenigsberger apresenta uma divisão dos materiais em estado sólido em três grupos
em função de sua condutividade: metais, isolantes e condutores variáveis. Para os isolantes, Q
tende para o innito enquanto para os metais, a altas temperaturas, Q tende a zero. Para os
condutores variáveis Q tem um falor nito. A primeira vez que a palavra semicondutor é
utilizada, no entanto, foi em 1910 por Weiss, estudante de Koenigsberger, em sua tese de
doutorado.

Experimentelle Beiträge zur Elektronentheorie aus dem Gebiet der Thermoelektrizität. Ele
mede a potência termoelétrica, o efeito Thomson e o coeciente Peltier em vários metais com
óxidos e sulfetos de ferro e titânio e compara com a teoria de Riecke, Drude Thomson,
Lorentz e Koenigsberger. É nesse trabalho que a palavra Halbleiter (i.e. semicondutor)
aparece pela primeira vez.

A situação nesse altura é que temos materiais com condução variável, onde a condutividade
aumenta com a temperatura. A condutividade é feita por elétrons mas medidas demonstram
que a carga pode ser positiva ou negativa. Uma diculdade extra, presente em todo instante, era
a falta de repetibilidade das medidas. Claramente os resultados dependiam da
inomogeneidade dos materiais, impurezas, imperfeições estruturais e contatos não conáveis.
Essa é uma das razões que o estudo dos semicondutores ganha uma má fama que perdurará
por vários anos. Em 1924 Gudden, na Universidade de Göttingen, publica um estudo
detalhado da condituvidade elétrica de substâncias cristalinas, excluindo os metais comuns. A
figura asseguir publicada por Gudden exemplica os seus resultados para o Cu2O e mostra a
diculdade de obter-se resultados reproduzíveis

No início dos anos 1930s Frenkel, Wagner e Schottky e Jost [35] desenvolveram modelos
para defeitos pontuais em redes, permitindo compreender a condutividade difusiva e iônica. A
figura asseguir mostra exemplos de redes íônicas, com defeitos de câtion e ânions. Esse
modelo permitia explicar a diferença do sinal de carga nos materiais e também mostrava que a
existência de impurezas não era necessária. Gudden mantém sua posição negativa em relação
aos semicondutores e sua teoria mesmo em 1939, como manifestou-se em um seminário em
Zurique, mantendo-se cético em relação a existência de semicondutores intrínsicos.
O fato é que a física dos semicondutores não faz sentido em materiais que não possuem
pureza e estrutura conhecida. Isso permanece verdadeiro até hoje: as propriedades dos
semicondutores dependem fundamentalmente de sua composição e estrutura. Teoria O avanço
na compreensão dos semicondutores - dos materiais sólidos, para sermos mais exatos - só vai
ocorrer com o aparecimento da mecânica quântica.
O primeiro trabalho foi feito por Maximillian Strutt, engenheiro dos Laboratórios Phillips na
Holanda (e mais tarde professor de Engenharia Elétrica na ETH de Zurique), que resolveu a
equação de Schrödinger para um potencial periódico em 1928, resultando na equação
diferencial de Mathieu que já havia sido resolvida por Floquet em 1873.
A figura abaixo reproduz seus resultados, mostrando as soluções reais (cinza) e imaginárias
(branco). Ele sugere que os resultados podem auxiliar na compreensão dos condutores
metálicos e particularmente da supercondutividade. Felix Bloch retoma o problema em 1928.
Ele era pós-doutor no Instituto de Física Teórica da Universidade de Leipzig, sob supervisão
de Heisenberg. Ele mostra o caráter matemático geral das auto-funções do potencial
periódico, as funções de Bloch. Embora ele tenha obtido a dependência correta da
condutividade com a temperatura para baixas temperaturas (∝ T 5) ele não propõe nenhuma
explicação para a existência dos diferentes tipos de materiais.
Em 1930, Rudolf Peierls apresenta o conceito de gap proibido que foi utilizado por Brillouin
para os sólidos, ainda no mesmo ano. Ainda em 1930, Kronig e Penney desenvolveram um
modelo simples e analítico para o potencial periódico.
Finalmente em 1931 Wilson publica seus trabalhos clássicos sobrea teoria dos sólidos,
baseado na ideia de bandas cheias e vazias. Ele caracteriza os semicondutores distinguindo
entre semicondutores intrínsicos e extrínsicos, considerando a presença de doadores e
aceitadores. Wilson é considerado o pai da teoria de bandas. As fguras seguintes mostra a
estrutura de bandas no modelo de Wilson,e de bandas dos sólidos de acordo com Wilson.
Conclusao
Em conclusão, a electrónica e os semicondutores desempenharam papéis fundamentais na
evolução da tecnologia moderna, desde sua concepção inicial no século XIX até os avanços
contemporâneos. A descoberta dos semicondutores e a subsequente revolução na eletrônica
abriram caminho para inúmeras inovações, incluindo computadores, dispositivos móveis, e
tecnologias de comunicação. Desde o desenvolvimento dos primeiros diodos e transistores até
os avanços em circuitos integrados e microprocessadores, a história da eletrônica e dos
semicondutores é uma narrativa de progresso contínuo e impacto transformador na sociedade
moderna.
Referencias Bibliograficas
Lidia Lukasiak e Andrzej Jakubowski, History of Semiconductors, J. of Telecommunications
and Information Technology (2010).
Philip Seidenberg, From Germanium to Silicon: A History of Change in the Technology of
the Semiconductors, in A.
Tudor Jenkins, A brief history of ... Semiconductors, Physics Education (2005).
John Orton, The Story of Semiconductors, Oxford University Press (2004, reimpressão 2006).
Faraday M., OnNP a new law of electric conduction, Phil. Trans. R. Soc. 123, 507 (1833).
Faraday M., Experimental Researches in Electricity vol. 1, seção 432, ed. Bernard Quaritch,
Londres (1839).
Fonte: http://www.if.ufrj.br/teaching/eletronica/texto2.html
Visitado em 19 de Maerço de 2024

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