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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Licenciatura em Física Aplicada

História e Filosofia das Ciências Naturais

Seminário

O Apogeu do Progresso
Grupo 10
3º Ano Laboral

Discente:
 Tamele, Ezequias Artur

Docente:

Dr. Carlos Alejandro

Maputo, Setembro de 2016


O apogeu do Progresso 2016

Índice
Introdução............................................................................................................................................. 3
O apogeu da Mecânica Clássica ............................................................................................................ 4
Do movimento à energia ...................................................................................................................... 5
O princípio da conservação de energia................................................................................................. 6
O átomo ................................................................................................................................................ 7
A união da electricidade e do magnetismo .......................................................................................... 8
Espectros ............................................................................................................................................. 10
Descobertas em profusão ................................................................................................................... 11
Um grande desejo de Unificação ........................................................................................................ 13
Conclusão ............................................................................................................................................ 15
Referencias Bibliográficas ................................................................................................................... 16

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O apogeu do Progresso 2016
Introdução

A revolução industrial, marcada pela invenção da máquina a vapor, produziu desenvolvimento


teóricos nos quais passou a ser energia em vez do movimento a ocupar o papel preponderante. A
mecanização e o desenvolvimento dos transportes, em especial dos caminhos-de-ferro,
modificam de alto a baixo geografia de continente. Na segunda parte do século XIX a física
começa a «irradiar»: irradiações novas e inesperadas aparecem fortuitamente, e as experiências
não são muitas vezes passíveis de serem interpretadas directamente. Surgem novas técnicas com
uma especial referencia para espectroscopia, que permite a descoberta de novos numerosos
fenómenos. A química adquire os seus títulos de nobreza: os seus elementos, classificados num
quadro pelo Russo Dimitri Ivanovitch Mendeleev (1834-1907), revelam uma estrutura forte e
fazem surgir uma nova visão da matéria. A teoria dos átomos adquire uma nova juventude e
redefine a fronteira entre a física e a química. A ciência torna-se a partir dai indissociável do
progresso técnico. No final do século a electricidade estabelece as suas redes nas cidades,
infiltrar-se nos motores, o telefone e o rádio fazem a sua aparição. As artes são igualmente
tocadas pelas novidades tecnológicas: a fotografia por exemplo transforma de maneira radical o
modo de ver e o modo de pintar. Ao mesmo tempo, a fotografia abre aos astrónomos um
conhecimento muito mais pormenorizado do céu e sobre tudo oferece-lhe um registo das
posições das estrelas.

O século XIX é marcado por tendências contraditórias; por um lado a supremacia da visão da
mecânica clássica afirma-se e reforça-se, dando lugar não só a desenvolvimento científicos em
física, mas igualmente a novas ciências.

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1. O apogeu da Mecânica Clássica

A física clássica, a da Renascença inaugurada por galileu e newton, e mais tarde formalizada
matematicamente no século XVIII, impôs-se como rainha das ciências no decorrer do século
XVIII e XIX (Biezunski, 1993).

A ciência do movimento, ou mecânica, alargou-se a vastos domínios de exploração: umas das


consequências mais espectaculares foram a descoberta do planeta Neptuno por Urbain Le
Verrier, cuja existência havia previsto, por cálculo, em 31 de Agosto de 1846, a partir da
anomalia do movimento do úrano. O astrónomo alemão Johann G.Galle apontou o seu telescópio
a 25 de Setembro de 1846 na direcção indicada e observou o planeta que faltava Neptuno. Na
realidade a história não é assim tão idílica porque a mesma previsão havia sido feita
anteriormente por um matemático inglês, John Couch Adams, que havia avisado o astrónomo
real, Sir George Biddell Airy, mas este último não acreditara ser de bom-tom apressar-se a
verificar previsão do seu jovem colega. Entusiasmado pelo sucesso, Le Verrier quis repetir a
proeza atribuindo anomalia verificada do movimento de mercúrio a um novo planeta, Vulcano.
Mas o milagre não se repetiu o enigma foi esclarecido muito mais tarde em 1915 e a um elevado
preço porque só foi possível explicar aquele ligeiro afastamento substituindo mecânica
newtoniana por uma visão radicalmente nova, a teoria da relatividade geral (Biezunski, 1993).

Em seguida que as mesmas causas produzem por vezes efeitos oposto: a anomalia do movimento
de urânio ilustra uma vitória prodigiosa da mecânica clássica, enquanto a anomalia do
movimento de mercúrio precipitara a sua queda (Biezunski, 1993).

A física do movimento deu igualmente origem a um sistema de pensamento, o mecanismo, que


cristalizou sobre o plano filosófico o desenvolvimento da análise tendente a decompor todos os
fenómenos numa serie de movimentos elementares. O «mecanismo» é a tentativa de alargar
perspectiva a toda física, e a partir dai a todas as ciências.

Acabara por rebentar, e as múltiplas descobertas que irão florescer no último decénio do século
serão as testemunhas de tal facto: assiste-se então a uma explosão de descobertas em todos
sentidos, que já não se integram nos esquemas teóricos existentes, mas pelo contrário os irão pôr
em causa. Esta serie de crise será o tema deste capítulo. As mudanças articulam a volta de três

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pólos: a energia, o atomismo e unificação entre a electricidade e o magnetismo (Biezunski,
1993).

1.1.Do movimento à energia

O século XIX encontra-se marcado pelo nascimento de um novo conceito físico, a energia, cuja
origem provem de uma redefinição do que é o calor.

Neste domínio já se vinha de longe. No final de século XVIII, o calor era considerado como um
fluido denominado «calórico», uma substancia com todas as características inerentes. Portanto, o
Laplace recorreu ao calorico para uma nova visão da matéria. Cerca de 1800, os físicos ingleses
Thomas Young, Humphry Davy e o Conde Rumford rejeitaram a teoria do calorico e adoptaram
uma teoria cinética do calor, segundo a qual calor era devido ao movimento. Mas não foram
capazes de contrapor os argumentos dos Laplacianos, e em particular de Siméon Denis Poisson,
que havia conseguido formalizar matematicamente a teoria do calorico. O abandono do clórico
não resultou de ataques frontais, mas de outros vindos de exterior, dentro de âmbito da máquina
a vapor. Em (1753-1823) Lazare Carnot, engenheiro e matemático francês formulou o princípio
segundo o qual o rendimento em movimento na máquina a vapor decresce quando as partes
móveis em contacto se deslocam a velocidades relativas cada vez mais elevadas. O seu filho Sadi
Carnot em (1796-1832) interpretou-o dizendo que o calor não se transmite directamente pelo
contacto entre diferentes partes do motor a diferentes temperaturas. Sadi Carnot estudou o caso
de um gás «ideal» absorvendo uma determinada quantidade de calor de um reservatório que se
comprime, em seguida, para fazer regressar ao seu estado de origem. Este ciclo é reversível
como dizia Sadi Carnot, porque o trabalho mecânico pode ser utilizado para fazer funcionar um
motor no sentido inverso do frio para quente (Baptista, 2006).

Esta nova teoria integrou-se dentro em breve num novo ramo da física, associando calor e
movimento que por esta razão passou a ser designada por termodinâmica. A origem da
termodinâmica pode ser atribuída ao físico alemão Rudolph Clausius (1822-1888), que
descreveu o ciclo de troca de calor entre duas fontes, a temperaturas diferentes, designado por
ciclo de Carnot em termos de conservação de energia. Clausius introduziu o conceito de entropia
do grego tropè que significa «transformação». Para Clausius existem dois tipos de
transformações: a primeira é a que corresponde a conversão de calor em trabalho, a segunda

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consiste na transferência de calor das temperaturas elevadas para as temperaturas mais baixas. A
transformação inversa à segunda, ou seja ,a passagem de uma temperatura mais baixa para uma
temperatura mais elevadas é contraditória com o comportamento natural do calor. Clausius
formalizou isto dizendo que o valor da transformação era negativo no caso da transferência das
temperaturas baixas para as temperaturas elevadas, e positivo no outro sentido (Biezunski, 1993).

Clausius foi um dos que formulou um princípio que devia desempenhar, e continua a
desempenhar um papel muito importante em física: o princípio da conservação de energia,
segundo este princípio, todo o fenómeno físico se explica estabelecendo a relação entre a energia
existente antes e depois da interacção, por outras a energia total antes da reacção deve ser
idêntica a energia total após a reacção (Baptista, 2006).

1.2.O princípio da conservação de energia

Segundo (Baptista, 2006) O princípio da conservação da energia afirma que a energia não pode
ser criada ou destruída: apenas pode ser trocada. A energia provém de três horizontes diferentes;
da mecânica, da electroquímica e da engenharia.
 A primeira formulação da energia é a de G.W. Leibniz (1646-1716) que designou por
«forca viva» 𝐸 = 𝑚 ∗ 𝑐 2 o produto da massa de uma partícula pelo seu quadrado da sua
velocidade, da qual se serviu para medir a altura a que um corpo em movimento podia
elevar um peso e o desgaste que provocaria em caso de choque. Mais tarde, Lord Kelvin,
W. Thomson (1824-1907), mudou-lhe o nome para Energia. Neste caso esta energia
recebe o nome de energia cinética, energia do movimento. Foi esta a primeira
formulação daquilo que vira a ser mais tarde o princípio de conservação de energia. O
termo «energia» foi introduzido por Thomas Young em 1807 para substituir a forca viva.
 A segunda formulação prove da crença que se verificam no século XVIII sobre a
existência de um único fluido na origem dos fenómenos do calor, da luz, da electricidade
e do magnetismo.
 Por último, os trabalhos realizados na máquina a vapor demonstraram o interesse da troca
permanente entre a energia mecânica, a energia química e o calor.

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Na física a conservação da energia tornou-se então um princípio de base, alem disso, Einstein
demonstrou, em 1905, com a teoria da relatividade restrita, a equivalência entre a energia e
massa, (𝑬 = 𝒎 ∗ 𝒄𝟐 ).

Max Planck (1855-1947), ele também futuro «Pai» da mecânica quântica, tomou consciência do
conceito de irreversibilidade, lendo os tratados de Rudolph Clausius. Interpretou-o em termos de
aumento da entropia. A sua memória deixou os seus professores indiferentes. Clausius recusou a
receber Planck apesar das suas repetidas tentativas. No entanto, Planck permaneceu convencido
da importância da entropia, embora o seu ponto de vista só tenha sido admitido pelos físicos
bastante mais tarde (Biezunski, 1993).

1.3.O átomo

A concepção segundo a qual a matéria se divide em pequenos elementos indivisíveis, em grego


«atomes», vem da antiguidade, uma vez que foram Leucipo e Demócrito os seus primeiros
defensores. Segundo a sua teoria, o universo é constituído por elementos individuais reais
(átomos) e o vazio (Aragao, 2006).

Os átomos são todos formados pela mesma substancia e diferem apenas pelo seu tamanho e pela
sua forma. São indivisíveis e encontram-se em movimento perpétuo através do vazio. O seu
movimento não é criado, é eterno quando os átomos se agrupam num turbilhão formam corpos, e
quando se separam uns dos outros, os corpos dissolvem-se. A modificação e devida ao
movimento contínuo de um número infinito de átomos no vazio infinito (Aragao, 2006).

Foram os químicos que deram uma nova juventude à teoria dos átomos, com as contribuições de
Lavoisier, Dalton e Avogadro. O átomo não era apenas digno de interesse pela propreidade que
tinha de se agregar para formar corpos. Era cada vez mais dotado de propriedades físicas. E
estudando a sua estrutura, os físicos começaram movimentar-se no terreno dos químicos. No
decorrer do século XIX, os trabalhos do físico e químico inglês John Dalton (1766-1844), em
especial, permitiram interpretar os corpos químicos como um conjunto de átomos em número
limitado. Com a classificação dada pelo químico russo Mendeleev, em 1869, foi possível
organizar estes átomos em famílias que partilhavam propriedades comuns (Aragao, 2006).

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A teoria atómica forneceu a Boltzmann o meio de interpretar a termodinâmica em termos da
mecânica clássica. Portanto Boltzmann escreveu: «A atomística de hoje constitui um modelo
exacto de todos os fenómenos mecânicos e bom conhecimento que temos deste domínio permite
calcular que descoberta de fenómenos inexplicáveis no quadro deste modelo se tornou altamente
improvável». Utilizando o segundo princípio da termodinâmica e a teoria electromagnética de
Maxwell, Ludwig Boltzmann encontrou uma demonstração teórica da lei empírica do físico
austríaco Joseph Stefan (1835-1893) sobre a radiacao do «corpo negro», cuja noção fora
apresentada por kirchhoff em 1862. Tratava se de um corpo ideal, susceptível de emitir e de
absorver radiações em todas as frequências, para antigir um equilíbrio que depende da
temperatura e não da natureza da superfície. Joseph Stefan tinha descoberto em 1879 que a
energia total emitida por um corpo deste tipo era proporcional a temperatura elevada a quarta
potência.

Boltzmann foi muito afectado por temperamento depressivo e suicidou-se em 1906, pouco tempo
antes da descoberta do movimento Browniano levar a comunidade científica na sua maioria a
aceitar as suas teorias cinéticas e estatísticas (Biezunski, 1993).

1.4. A união da electricidade e do magnetismo

A terceira novidade essencial que surgiu na física durante a segunda metade do século XIX foi a
fusão completa da electricidade e magnetismo. Depois das descobertas de ampere, foi Faraday
que superou uma etapa decisiva. Operário encadernador com a idade de 14 anos, o inglês
Michael Faraday (1791-1867) teve deste modo a possibilidade de mergulhar nos livros, em
especial de ciência. Foi por assistir as conferências do químico Humphry Davy (1778-1829) em
Londres, que começou a interessar-se pela electricidade. Tornou-se seu assistente e teve
possibilidade de se encontrar com os grandes sábios da Europa. Faraday enunciou durante a
década de 1830 as leis da electrólise, isto é, as reacções químicas provocadas pela electricidade.
Faraday sentia-se intrigado pela descoberta feita em 1820 por Oersted, sobre o desvio de uma
agulha de uma bússola por uma corrente eléctrica. Ora, contrariamente a gravitação e as forcas
electrostáticas que interactuam, o desvio dá-se numa direcção perpendicular ao fio, indicando
que a forca actua em círculos à volta do fio. Faraday conclui que deveria ser possível a partir dai
criar um movimento contínuo. Portanto fez rodar um fio condutor à volta de um íman e,
inversamente, um íman à volta de um fio condutor. Foi isso que o levou em 1831 a descobrir a
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indução, ou seja o facto de que o campo magnético variável cria um campo eléctrico (Biezunski,
1993).

James Clerk Maxwell (1831-1879) prosseguiu neste caminho: unificou num mesmo objecto
físico o conjunto completo dos fenómenos eléctricos e magnéticos. Não tardou a adicionar-lhe o
conjunto completo da óptica ondulatória: luz, electricidade e magnetismo fundiram-se numa
única entidade física, o campo electromagnético, que pouco depois se enriqueceu com ondas
rádios graças a Hertz e mais tarde com a radioactividade gama e raios X (Biezunski, 1993).

Os físicos alemães Friedrich Kohlrausch (1840-1910) e Wilhelm Weber (1804-1891) tinham


medido em 1857 a grandeza c e haviam encontrado um valor de praticamente 300,000
quilómetros por segundo. É certo que kirchhoff havia salientado por diversas vezes que esta
velocidade era muito próxima da velocidade da luz, mas não se preocupou em tirar qualquer
conclusão desta verificação. Foi Maxwell que se apercebeu da sua importância. Escreveu em
1861:« A velocidade das ondulações transversais no nosso meio hipotético, calculada a partir
das experiencias dos senhores Kohlrausch e Weber, coincide a partir das experiencias ópticas
do senhor Fizeau, que não podemos deixar de inferir que a luz é afinal de contas a mesma coisa
que as ondulações transversais do mesmo meio, causa dos fenómenos eléctricos e magnéticos.»

Vários anos passaram antes que Heinrich Hertz (1857-1894), notável experimentador, entrasse
em cena. Portanto, Hertz dirigiu se a Berlim em 1878, onde se encontrou com Hermann
Helmholtz, de quem foi assistente de 1880 a 1883. Em 1885 Hertz encontrava-se em Karlsruhe.
Conseguiu criar um campo de frequência muito elevado. Em 1888,descobriu as ondas rádio,
depois de ter verificado que as ondas electromagnéticas podiam ser produzidas e propagar-se no
ar. Construiu um circuito aberto alimentado por uma bobina de indução e um anel aberto como
circuito receptor. Verificou que as ondas electromagnéticas se propagavam de facto a velocidade
da luz e possuíam todas as propriedades das ondas luminosas excepto o facto de serem visíveis.
Isto permitia planear uma exploração comercial das ondas rádio (Biezunski, 1993).

De saúde frágil, Hertz morreu com idade de 36 anos, deixando a outros a tarefa de transformar a
sua invenção numa rede mundial de comunicação.

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1.5.Espectros

Segundo (Biezunski, 1993) O século XIX foi marcado por progressos no plano instrumental. As
novas ferramentas são utilizadas em várias disciplinas, o caso dos espectroscópios é exemplar
sendo uma técnica oriunda da óptica, serviu principalmente de suporte a astronomia e a química.

O físico inglês Isac Newton estabelece em 1666 com o auxílio de um prisma triangular de vidro
que a luz branca é uma associação de diferentes radiações luminosas constituindo estas mesmas
o chamado espectro contínuo. Newton considerou o espectro contínuo da luz branca constituído
por sete faixas de diferentes cores: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil, e violeta que
projectadas num alvo, dão lugar a uma faixa em que se encontram repartidas pela ordem
decrescente dos seus comprimentos de onda (Martins & Silva, 2015).

Nesses experimentos, Newton observou que a emenda entre as linhas vermelha e azul aparecia
quebrada e que a parte vermelha da linha parecia mais elevada (menos desviada) e a parte azul
mais baixa (mais desviada). Assim, os raios correspondentes a cor azul sofriam uma refracção
maior do que os raios correspondentes a cor vermelha (Martins & Silva, 2015).
Em 1802, William Hyde Wollaston (1766-1828) estudava o espectro característico da luz sol que
passava através de uma fenda estreita. Observou pela primeira vez linhas escuras quando
esperava ver apenas riscas luminosas. Em 1814, Joseph Fraunhofer (1787-1826), que trabalhava
num vidreiro na Baviera, procurava melhorar a qualidade dos instrumentos de óptica, e
redescobriu estas centenas de linhas escurava que se designam por riscas, porem não soube
explicar o porque destas riscas (Biezunski, 1993).

 Portanto, os espectroscópios permitiram a kirchhoff estudar as cores características das


chamas de diferentes elementos químicos. Conseguiu deste modo explicar as riscas
observadas em 1814 por Fraunhofer e demonstrou que caracterizavam a presença de
elementos químicos que absorviam a luz em determinados comprimentos de onda.
 Os espectroscópios permitem classificar as estrelas em função da sua cor e da sua
temperatura.
 A espectroscopia permitiu, como é evidente, revelar igualmente novos elementos
existentes na terra. Assim, Bunsen descobriu, graças ao espectroscópio, novos metais
alcalinos: o césio e a rubídio. Sir William Crookes (1832-1919) descobriu o talio em

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1861, por processos electroscópios, e Ferdinand Reich, o índio em 1863. Foi ainda graças
à espectroscopia que o árgon e o crípton foram descobertos mais tarde.
 A espectroscopia permitiu alem disso descrever o movimento dos objectos longínquos
(distantes). A frequência de uma vibração mede o número de oscilações por unidade de
tempo.

1.6.Descobertas em profusão

Para alem de Hertz e Lorentz, Helmholtz, Rayleigh, Poynting, Beaviside, Boltzmann, Duhem e
Abraham, prosseguindo na via aberta por Maxwell, conseguiram aperfeiçoa-la. Boltzmann
considerava as equações de Maxwell como uma consequência dos seus modelos mecânicos
(Biezunski, 1993).

Hermann Von Helmholtz foi o primeiro a supor, em 1875, a existência do electrão. No final do
século, Físicos como Larmor, Lorentz, Abraham e Kaufmann inverteram a teoria de Maxwell.
Afirmaram que aquilo que constitui a relação fundamental é o facto de ela considerar a matéria
como um fenómeno electromagnético (Biezunski, 1993).

Em 1895, um físico alemão da Universidade de Wurzburg, Wilhelm Konrad Rongten (1845-


1923), colocou em evidência raios invisíveis que se propagavam no exterior de uma lâmpada de
raios cátodos recoberto de papel negro. Estes raios provocam a luminescência de um papel em
platino cianeto de bário e eram responsáveis pela ionização do ar circundante. Alem disso,
penetravam em espessuras relativamente importante da matéria e eram tanto mais absorvidos
quantos mais elevados eram os pesos atómicos dos elementos que penetravam foram utilizando
esta propriedade que Rongten efectua as primeiras radiografia de um ser vivo. Como não sabia o
que eram estes raios foi-lhes dado simplesmente o nome de X (Biezunski, 1993).

Henri Becquerel era o terceiro descendente de uma linha de grandes cientistas. Possuía uma
formação em engenharia, adquirida na Escola Politécnica e mais tarde na escola de ponte e
calcadas; as suas primeiras investigações levaram no a estudar a luz polarizada nos campos
magnéticos e nos cristais. Interessou-se pelos resultados publicados por W. C. Rongten e em
especial o facto de que raio X provinha da zona fluorescente da parede de tubo catódico. Uma
vez que a fluorescência dos raios catódicos continha raio X, seria possível encontrar raio X a

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partir de outras substâncias fluorescentes, pensava ele. Escolheu o sulfacto de urânio e de
potássio, cujos cristais se tornam fluorescente sob acção da luz ultravioleta. Utilizou uma placa
fotográfica que envolveu papel negro para proteger da luz ultravioleta do sol, colocou as placas e
os cristais no parapeito da janela. Quando revelou as placas, algumas horas mais tarde teve
alegria de verificar que elas se encontravam perfeitamente impressionadas no ponto de que havia
conseguido recriar os raios X com a luz do sol. No dia 24 de Fevereiro anunciou a sua descoberta
à académica, porem no dia 26 e 27 de Fevereiro estava mau tempo e Becquerel guardou as suas
placas fotográficas numa gaveta, ao lado de um cristal de sulfacto de urânio que pertencia a
colecção do seu pai. Tinha decidido, à falta de sol, adiar as suas exposições a luz solar. Portanto
na ausência da luz, os cristais emitiam raios, Becquerel interrogava-se sobre a origem da energia
assim emitida. Disse que poderia talvez liberta-la aquecendo um cristal. Mas, mesmo depois de
ter aquecido e arrefecido, o cristal continuava a emitir esses misteriosos rios. Bastava que o
urânio entrasse na composicao dos cristais para que os raios fossem emitidos (Biezunski, 1993).

Ernest Rutherford (1871-1937), o físico britânico oriundo da Nova Zelândia, desempenhou um


papel essencial na análise do fenómeno da radioactividade. Chegado a Inglaterra em 1895,
trabalhou em Cambridge, sob a direcção de J. J. Thomson foi este que descobriu em 1896 que os
raios X tornavam se condutor o ar que atravessam e que designou por «iões» os átomos
carregados electricamente. Em 1898, Rutherford foi nomeado professor em Montreal (canada),
onde montou um laboratório considerado na altura como melhor equipado do mundo, na
universidade de McGill. Trabalhando sobre radioactividade, descobriu que o tório era capaz de
provocar a radioactividade de substâncias que eram estáveis ate essa altura (Biezunski, 1993).

Rutherford regressou a Inglaterra em 1907 e construiu um novo laboratório em Manchester que


adquiriu rapidamente grande renome, conseguiu explicar a razão pela qual todas as radiações
radioactivas de urânio não eram idênticas: resultavam de uma mistura de raios de duas espécies
diferentes, a que chamou alfa e beta. Os raios alfa eram fortemente ionizantes, mas muito pouco
penetrantes os raios beta tinham propriedades inversas (Biezunski, 1993).

Henri Becquerel deduziu da direcção e da intensidade dos «raios beta» que eles se comportavam
como partículas negativas carregadas que se encontravam nos raios catódicos. Estes raios beta
não eram portanto outros senão os electrões (Biezunski, 1993).

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1.7.Um grande desejo de Unificação

O desenvolvimento da ideia de nação, os movimentos políticos de unificação, em especial na


Alemanha com Bismarck e em Itália com Garibaldi, determina em finais do século XIX as ideais
de fronteira e do reforço do pedreiro de cada nação. A unificação era uma palavra de ordem
chave ao longo do século XIX, mas era encarnada de modo diferente conforme se situava numa
tradição francesa, inglesa ou alemã. Ate essa altura tudo se fazia sob a égide incontestado da
mecânica, paradigma unificador por excelência desde os tempos de Newton. Mas o passo
decisivo veio de um outro ramo da física: sob o impulso de J. C. Maxwell, os domínios ate então
estanques da electricidade e magnetismo uniram se para constituir um novo pólo poderoso em
volta da recente noção de «campo». Alem disso punha se a questão de conciliar as
representações mecânica e termodinâmica do mundo físico.

Uma outra novidade é o facto de a investigação individual conhecer, por alturas de 1900, um
serio declino. Em espectroscopia, por exemplo, os investigadores já se encontravam habituados a
trabalhar em equipa, o que se passava igualmente no domínio da normalização das unidades de
medida e no do estudo da matéria em condições extremas de temperatura e de pressão. Haviam
se constituído grupos de investigação em especial em Berlim, Londres e Washington. As
universidades começavam a desempenhar um papel de pólo federativo, em especial na
Alemanha: Gottingen tornou-se num centro importante de trabalhos em física matemática. A
investigação colectiva nos grandes laboratórios intensificou-se, de modo análogo ao que se
passou em Cambridge. Cada vez era maior a exigência em termos de rigor experimental. Esta
época marca o êxito dos fabricantes de instrumentos de precisão para os laboratórios estimulados
pela exigência de instrumentos cada vez mais preciso.

Considera-se então como dado adquirido que as pontes entre os três ramos principais, mecânica
termodinâmica e electromagnetismo, vão contribuir para unidade da física e reforçar as ligações
com as matemáticas, a astronomia, a química e a filosofia. Tudo isso se deve passar a égide de
uma palavra mágica, de uma chave universal, o «progresso» (Biezunski, 1993).

Portanto os processos tecnológicos que dai resultam modificam a vida quotidiana: as cidades
electrificam-se, os transportes melhoram, surgem o automóvel, a aviação e o telefone. A
química, prima directa da física, adquire uma importância industrial considerável: quer que seja

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nas minas e metalurgias, na farmácia, na agricultura, nos armamentos (em especial os
explosivos), nos têxteis e nos processos de fermentação. A biologia também se manifesta por
progressos importantes nos domínios da higiene, da epidemiologia e da saúde pública em geral
(Biezunski, 1993).

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Conclusão

O electromagnetismo de Maxwell não deu apenas nascimentos a uma nova tecnologia. Constitui
o fundamento de um novo ramo da física, a «electrodinâmica dos corpos móveis em movimento»
Na física a conservação da energia tornou-se então um princípio de base, alem disso, Einstein
demonstrou, em 1905, com a teoria da relatividade restrita, a equivalência entre a energia e
massa.

Percebi que as novidades tecnológicas que o mundo nos proporciona é graças a um esforço dos
nossos antepassados, que tanto dedicaram-se nesses estudos de investigação e da existência de
alguns fenómenos físicos, portanto o mundo ainda esta no inicio da progressão.

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Referencias Bibliográficas

Aragao, M. J. (2006). Historia da Fisica. Rio de Janeiro, Brasil: Interciencia.

Baptista, J. P. (2006, Maio 29). Os principios fundamentais ao longo da Historia da Fisica. revista
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Biezunski, M. (1993). Historia da Fisica Moderna. lisboa, Portugal: Piaget.

Martins, R. d., & Silva, C. C. (2015, Dezembro 12). As pesquisas de Newton sobre a luz: Uma vis~ao
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