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APOSTILA COMANDOS

ELÉTRICOS

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DEFINIÇÕES DE TERMOS TÉCNICOS USUAIS:

ACIONAMENTO MANUAL: componente mecânico de


acionamento de um equipamento, exemplos: botão de comando, punho,
alavanca, etc.

ACIONAMENTO POR BOTÃO OU TECLA: comando de um


circuito através de um dispositivo de comando por botão ou tecla, com esse
tipo de acionamento são dados apenas impulsos de comando de curta
duração.

ACIONAMENTO POR CORRENTE ALTERNADA (CA):


circuito de comando alimentado por corrente alternada.

ACIONAMENTO POR CORRENTE CONTÍNUA (CC): os


equipamentos de comando a distância podem, independentemente da
natureza da corrente do circuito principal em que operam, ser acionados
por corrente alternada ou corrente contínua; no caso de acionamento por
corrente continua (cc), o circuito de comando através do qual o
equipamento é ligado e desligado, possui uma fonte de alimentação em
corrente contínua, evidentemente, a bobina magnética de um contator deve
ser, então, apropriada para corrente contínua.

ACIONAMENTO POR IMPULSO: ligação e desligamento


instantâneos através de um dispositivo de comando, com repetição dentro
de curtos intervalos de tempo. O acionamento por impulsos, na operação de
motores, leva a elevada solicitação do dispositivo de comando, o motor não
alcança a sua rotação nominal, de forma tal que o dispositivo de comando
tem que ligar e desligar continuamente a corrente de partida do motor e,
com isso, várias vezes o valor de sua corrente nominal.

BOTÃO DE COMANDO DE FIM DE CURSO: botão acionado


mecanicamente para sinalização, comando e limitação de curso. O miolo da
botoeira é que contem os contatos e os terminais do dispositivo de fim de
curso.

CAPACIDADE DE INTERRUPÇÃO: máxima corrente que um


dispositivo de manobra (contator, disjuntor, chave seccionadora, etc.) pode
interromper sob condições definidas.

CAPACIDADE DE LIGAÇÃO: indica a grandeza da corrente de


ligação com a qual o dispositivo de manobra (contator, disjuntor, chave
seccionadora, etc.) ainda pode operar com segurança, caso a corrente de
ligação ultrapasse a capacidade de ligação, os contatos do dispositivo de
manobra podem fundir-se.
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CHAVE PRINCIPAL: dispositivo destinado a comandar o circuito
principal de alimentação, ligado diretamente ao consumidor, passando
através desse a corrente de operação.

CHAVE SECCIONADORA: chave que na posição aberta, satisfaz


as exigências de distância de isolação especificadas para um seccionador.

CHAVE SECCIONADOR SOB CARGA: dispositivo de manobra


que preenche os requisitos de uma chave sob carga a de uma chave
principal.

CIRCUITO AUXILIAR OU DE COMANDO: circuito através do


qual são acionados os dispositivos de manobra, além disso, ele é usado para
fins de medição, comando, travamento e sinalização. Este circuito engloba
a fonte de alimentação (tensão de comando), os contatos dos dispositivos
de comando, os acionamentos elétricos (bobina) dos dispositivos de
manobra, assim como os elementos auxiliares de manobra.

CIRCUITO PRINCIPAL: circuito formado das partes mais


importantes, dos contatos principais e dos terminais, tais partes são
destinadas a conduzir a corrente de operação para a carga.

CONTATO: parte de um dispositivo de manobra, através da qual


um circuito é ligado ou interrompido, há os contatos fixos e móveis e, de
acordo com a utilização, contatos principais e contatos auxiliares.

CONTATO PRINCIPAL: contato no circuito principal de um


dispositivo de manobra. Contato inserido no circuito principal de um
contator, previsto para conduzir, na posição fechada, a corrente deste
circuito.

CONTATO AUXILIAR: contato de chave auxiliar. Contato


inserido em um circuito auxiliar e operado mecanicamente pelo contator.

CONTATO NF (NORMAL FECHADO): contato que abre, quando


do acionamento e, que fecha, quando da interrupção de um dispositivo de
manobra.

CONTATO NA (NORMAL ABERTO): contato que fecha, quando


do acionamento e, que abre, quando da interrupção de um dispositivo de
manobra.

CONTATO DE SELO: contato NA auxiliar, encontrado


particularmente nos contatores, e que é comandado simultaneamente com
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os contatos principais fechados e através do qual é selada alimentação da
bobina do contator, este contato é ligado em paralelo com o botão de
ligação do contator.

CONTATO DE INTERTRAVAMENTO: contato NF auxiliar,


encontrado particularmente nos contatores, e que é comandado
simultaneamente com os contatos principais fechados e através do qual é
aberto seu o contato que estará em série com a bobina de outro contator, o
qual não poderá ser ligado junto com outro contator.

CORRENTE DE CURTO CIRCUITO: designação genérica para a


corrente passível de ocorrer no local de instalação de um dispositivo de
manobra, quando os terminais estão curto-circuitados.

CORRENTE DE INTERRUPÇÃO: corrente que pode ser


interrompida por um dispositivo de manobra (contator, disjuntor, chave
seccionadora, etc.) em condições normais de operação. Da amplitude dessa
corrente depende principalmente a vida útil dos contatos.

CORRENTE DE PARTIDA: corrente que um motor consome,


quando ligado, porém ainda em repouso (na partida). Seu valor médio é
cerca de seis a nove vezes a corrente nominal nos motores.

CORRENTE DE PICO: máximo valor instantâneo de corrente, por


exemplo, no ato da ligação, e a corrente que a bobina do contator consome,
por exemplo, em curto espaço de tempo, durante a fase de ligação do
contator.

CORRENTE NOMINAL (In): corrente que é função das condições


de operação de um circuito, determinado pelas condições de emprego, em
função da qual são escolhidos os diversos dispositivos, um dispositivo de
manobra pode possuir várias correntes nominais, dependendo do regime de
operação. Não se deve confundir corrente nominal com corrente de regime
permanente.

CURTO CIRCUITO: ligação praticamente sem resistência, de


condutores sob tensão. Nestas condições, através de uma resistência
transitória desprezível, a corrente assume um valor muitas vezes maior que
a corrente de operação; assim sendo, o equipamento e parte da instalação
poderão sofrer esforços térmicos e eletrodinâmicos excessivos. Três são os
tipos de curto-circuito: o trifásico, entre três condutores de fase; o
monofásico, entre dois condutores de fase; e o para a terra, entre um
condutor de fase e a terra ou um condutor aterrado (falta para a terra).

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CURVA CARACTERÍSTICA TEMPO CORRENTE: é a curva
que indica em quanto tempo, a uma determinada corrente, um relé ou um
fusível opera.

FREQUÊNCIA DE OPERAÇÃO (MANOBRAS OU


LIGAÇÕES): indica quantas manobras por unidade de tempo podem ser
realizadas por um dispositivo.

LIGAÇÃO EM PARALELO: tipo de ligação na qual mais de um


dispositivo de manobra, contatos ou condutores são ligados paralelamente
ao mesmo circuito. Aplicado em um dispositivo de manobra, onde contatos
ligados em paralelo elevam a corrente de regime permanente do
dispositivo, porém não a capacidade de operação e nem a tensão nominal.

LIGAÇÃO EM SÉRIE: tipo de ligação na qual mais de um


dispositivo, componente ou contato, são ligados consecutivamente no
mesmo circuito. Ligando-se os contatos de um dispositivo de manobra em
série, o arco de corrente da interrupção pela abertura simultânea dos
contatos é dividido em vários e reduzidos arcos. Com isso, elevasse a
tensão nominal de um dispositivo de manobra.

LIMITAÇÃO DE CORRENTE: limitação de corrente de curto-


circuito, calculada em função das impedâncias do circuito. Isso é
conseguido com a utilização de fusíveis e disjuntores que, perante corrente
muito elevadas de curto-circuito operam num intervalo de tempo tão curto
que a corrente de curto-circuito não atinge o seu valor máximo.

PAINÉIS DE DISTRIBUIÇÃO (CCM): painéis que contém os


Centros de Controles de Motores. São conjuntos de armários modulados,
com gavetas ou racks.

PARTIDA LENTA: são partidas em que a inércia da carga é alta,


provocando um tempo de partida acima de:
5 seg – partida direta
10 seg – partida estrela-triângulo
15 seg – partida compensadora
PROTEÇÃO DE MOTOR: proteção contra os efeitos de
sobrecarga e curto-circuito sobre o motor, isto é, proteção da isolação do
enrolamento contra aquecimentos e esforços eletrodinâmicos inadmissíveis,
através de:
- relés térmicos de sobrecarga
- sondas térmicas
- fusíveis
- disjuntores

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TENSÃO NOMINAL: valor eficaz da tensão pelo qual um
equipamento é designado e ao qual são referidos outros valores nominais.

TENSÃO NOMINAL DE COMANDO: é a tensão de valor padrão


(geralmente) segundo a qual se especificam os equipamentos auxiliares do
comando, proteção e sinalização.

SIMBOLOGIA

A simbologia apresentada a seguir está em conformidade com a


norma IEC.

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COMPONENTES

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BOTOEIRA

FUSIVEL ULTRA RÁPIDO (gR)

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Os fusíveis ultra-rápidos SILIZED são utilizados na proteção de curto-
circuito de semi-condutores, estão adaptados às curvas de carga dos
tiristores e diodos de potência, permitindo quando da sua instalação
seu manuseio sem riscos de toque acidental.
Possui categoria de utilização gR, em três tamanhos atendem as
correntes nominais de 16 a 100A.
Limitadores de corrente, possuem elevadas capacidade de interrupção:
50kA em até 500VCA.
Através de parafusos de ajuste, evitam alterações dos fusíveis,
preservando as especificações do projeto.
Permitem a fixação rápida por engate rápido sobre trilho ou parafusos
Os fusíveis ultra-rápidos SILIZED são utilizados na proteção de curto-
circuito de semi-condutores, estão adaptados às curvas de carga dos
tiristores e diodos de potência, permitindo quando da sua instalação
seu manuseio sem riscos de toque acidental.
Possui categoria de utilização gR, em três tamanhos atendem as
correntes nominais de 16 a 100A.
Limitadores de corrente, possuem elevadas capacidade de interrupção:
50kA em até 500VCA.
Através de parafusos de ajuste, evitam alterações dos fusíveis,
preservando as especificações do projeto.
Permitem a fixação rápida por engate rápido sobre trilho ou parafusos

FUSÍVEL RETARDADO

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COMPOSIÇÃO FUSÍVEL DIAZED (DZ)
gL/gG (retardado)

FUSÍVEL BASE TAMPA PARAFUSO ANÉL CHAVE P/


AJUSTE PARAFUSO
DE AJUSTE

CORES DO PARAFUSO DE AJUSTE

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COMPOSIÇÃO FUSÍVEL NH
gL/gG (retardado)
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FUSÍVEL BASE PUNHO

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CURVA CARACTERÍSTICA DE FUSÍVEL

CHAVE SECCIONADORA

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RELÉS DE PROTEÇÃO CONTRA SOBRECARGA

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DISJUNTORES

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CONTATOR

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RELÉ DE TEMPO
(TEMPORIZADORES)

São temporizadores para controle de tempos de curta duração, utilizados na


automação de máquinas e processos industriais, especialmente em
sequenciamento, interrupções de comandos e em chave de partida.

RELÉS DE TEMPO COM RETARDO NA ENERGIZAÇÃO


O relé comuta seus contatos de saída, após transcorrido o tempo selecionado
na escala, sendo o início de temporização dado quando da energização dos
terminais de alimentação A1 e A2.

RELÉS DE TEMPO COM RETARDO NA DESENERGIZAÇÃO


O relé comuta seus contatos de saída após a energização dos terminais de
alimentação A1 e A2, após ser retirada a alimentação de A1 e A2 é iniciado a
contagem do tempo e decorrido seu término os contatos voltam ao estado de
repouso.

RELÉS DE TEMPO COM IMPULSO NA ENERGIZAÇÃO

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O relé comuta seus contatos de saída após a energização dos terminais de
alimentação A1 e A2, e após transcorrido o tempo selecionado voltam ao
estado de repouso.

RELÉS DE TEMPO PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO


Especialmente fabricado para utilização em chaves de partida estrela
triângulo. Este relé possui dois circuitos de temporização em separado, sendo
um de tempo variável para controle do contator que executa a conexão estrela,
e outro, com tempo pré-estabelecido (50ms) para controle do contator que
executa a conexão triângulo.
Após aplicada a tensão nominal aos terminais A1 e A2, o contato de saída da
etapa de temporização estrela comuta (15-18), após decorrida a temporização
selecionada o contato de saída da etapa estrela retorna ao repouso (15-16),
principiando então a contagem do tempo fixo (50ms), ao fim do qual é atuado
o contato de saída da etapa triângulo (25-28).

RELÉS FALTA FASE

O controle de proteção contra falta de fase supervisiona redes trifásicas nas


quais as fases R, S e T estão defasadas entre si de 120°. Detecta a falta de uma
ou mais fases e opera o desligamento da carga quando a falta ocorre.
Normalmente é fornecido com retardo para desligamento de até 5 seg para que
não opere desnecessariamente durante a partida do motor que, muitas vezes,
pode provocar na rede quedas de tensão maiores que a programada do
aparelho para atuação. É dotado de um contato reversor.

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RELÉ SUPERVISÃO TRIFÁSICO
São utilizados na supervisão de redes de alimentação. Permitem o
acionamento de alarme ou o desligamento de circuitos de modo a proteger
equipamentos contra variação da tensão da rede além dos limites pré-fixados.
Ajustam-se os valores máximos e mínimos de tensão admissíveis para o
equipamento a ser protegido, através de dois potenciômetros independentes.
O relé de saída estará energizado para tensões de alimentação dentro da faixa
ajustada e desenergizado acima ou abaixo desta. Estes relés também atuam
por falta de fase.

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RELÉS CONTROLADORES DE NÍVEL
Controlam o nível em reservatórios de líquidos, poços artesianos, etc.

CHAVE BÓIA
O controle de nível é feito através da atuação mecânica de uma bóia sobre
contatos de comando, os contatos acionam a bobina de um contator ou podem
acionar diretamente motores de pequenas potências.

CONTROLADORES DE NÍVEL ELETRÔNICOS


Trabalham acoplados normalmente a três eletrodos (tipo haste ou pêndulo),
sendo que dois determinam o nível máximo e mínimo e o outro é usado como
referência. O eletrodo de referência deve ser colocado abaixo do eletrodo de
nível inferior. Os controladores detectam a diferença de condutibilidade entre
eletrodos quando submersos ou não no liquido.

MICROS (CHAVES) DE FIM DE CURSO

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São componentes que acionados mecanicamente mudam o estado de seus
contatos onde irão atuar no circuito de comando.

SENSORES

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CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DE MOTORES

VELOCIDADES SINCRONAS

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PLACA DE IDENTIFICAÇÃO
Contém as características nominais dos motores

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TABELAS DE CORRENTE DE CABOS

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NOMENCLATURAS UTILIZADAS NESTE CAPÍTULO

In – corrente nominal do motor


Ie – capacidade do contator
Ip – corrente de partida do motor
Ip/In – fator para obter Ip
IF – corrente nominal do fusível
IFmax – corrente máxima do fusível para contatores
TP – tempo de partida
IC – corrente de linha
I – corrente de fase em triângulo
UM – tensão nominal da rede
IY – corrente de fase em estrela
1K1 – corrente no contator 1
1K2 – corrente no contator 2
1K3 – corrente no contator 3
Tempo de partida
Partida direta – 5 segundos
Partida estrela-triângulo – 10 segundos
Partida compensadora – 15 segundos
Fator de segurança considerado – 1,15

TIPOS DE PARTIDA

PARTIDA DIRETA
Neste caso o motor parte com valores de conjugado (torque) e corrente de
partida plena, pois suas bobinas recebem tensão nominal conforme figuras.

ESTRELA
TRIÂNGULO
Sempre que a instalação permitir o tipo de partida deve ser direta, já que o
motor foi projetado para estas condições (corrente e tensão nominal).

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A corrente elevada de partida do motor ocasiona as seguintes conseqüências
prejudiciais:
Acentuada queda de tensão no sistema de alimentação da rede, o que ocasiona
interferências em equipamentos instalados no sistema.
O sistema (cabos, contatores) deverá ser superdimensionado, elevando os
custos.
A imposição das concessionárias de energia elétrica, que limitam a queda de
tensão da rede.
Para se evitar estes problemas, pode-se utilizar um sistema de partida com
redução de tensão e conseqüente redução da corrente.

DIMENSIONAMENTO PARTIDA DIRETA

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DESCRITIVO DE FUNCIONAMENTO

Ao acionar a botoeira S1 (3/4) energiza-se a bobina do contator K1, fechando


o contato de selo K1 (13/14) mantendo ligada a bobina, mesmo retirando o
pulso dado em S1(3/4). Com isso fecham-se os contatos de K1 (1/2, 3/4, 5/6)
alimentando o motor com a tensão da rede.
Para poder desligar o motor deve-se apertar a botoeira S0 (1/2), ou atuar o
contato fechado do relé térmico F4 (95/96) interrompendo a alimentação do
comando fazendo com que se desligue a bobina do contator e abrindo os
contatos de K1 (1/2, 3/4, 5/6) com isso tirando a alimentação do motor.

ROTEIRO DE CÁLCULO

CONTATOR
K1 = Ie > In . 1,15
CABOS = In . 1,15
RELÉ SOBRECARGA
F4 = In
FUSÍVEIS DE FORÇA
F1, 2, 3 = Ip = Ip/In x In

EXEMPLO
Dimensionar os componentes de uma partida direta para acionar um motor
trifásico de 10 CV 4 pólos em rede de 220 VAC.
In = 26,4 A
Ip/In = 7,8

CONTATOR
K1 = In . 1,15
26,4 x 1,15
K1 = Ie = 30,36 A

CABOS = In . 1,15
30,36 A
CABOS DE 6mm

RELÉ SOBRECARGA
F4 = In
F4 = 26,4

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FUSÍVEIS DE FORÇA
F1, 2, 3 = Ip = Ip/In x In
7,8 x 26,4
Ip = 205,92
TP = 5 segundos
Em função de Ip e Tp obtém-se no gráfico de fusível o valor de 63 A

F1, 2, 3 = 63 Ampéres

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PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO
Tem o mesmo funcionamento de uma partida direta comum, o que se difere é
que ao inverter duas fases de alimentação o motor irá girar no sentido inverso.
Para o dimensionamento dos componentes é o mesmo da partida direta, e só
irá acrescentar outro contator para ser feita a inversão de fases.

DIMENSIONAMENTO PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO

DESCRITIVO DE FUNCIONAMENTO
Ao acionar a botoeira S1(3/4) energiza-se a bobina do contator K1, e abre a
S1 (1/2) fechando o contato de selo K1 (13/14) e abrindo o contato de
intertravamento elétrico de K1 (21/22) mantendo ligada a bobina K1, mesmo
retirando o pulso dado em S1. Com isso fecham-se os contatos de K1 (1/2,
3/4, 5/6) alimentando o motor com a tensão da rede fazendo girar em um
sentido.
Para se inverter a rotação do motor deve-se apertar a botoeira S2 (1/2) que irá
interromper a alimentação da linha de K1, desligando a bobina e voltando a
fechar o contato K1 (21/22) e abrindo os contatos K1 (1/2, 3/4, 5/6)
desligando o motor; ao mesmo tempo irá energizar a bobina K2, via S2 (3/4)
fechando o contato de selo K2 (13/14) e abrindo o contato de intertravamento
elétrico de K2 (21/22) mantendo ligada a bobina K2, mesmo retirando o pulso
dado em S2. Com isso fecham-se os contatos de K2 (1/2, 3/4, 5/6)
alimentando o motor com a tensão da rede fazendo girar no sentido oposto.
Para poder desligar o motor deve-se apertar a botoeira S0 (1/2), ou atuar o
contato fechado do relé térmico F4 (95/96) interrompendo a alimentação do

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comando fazendo com que se desligue a bobina do contator e abrindo os
contatos de K2 (1/2, 3/4, 5/6) com isso tirando a alimentação do motor.
O contato de intertravamento elétrico tem a função de não deixar ligar um
contator quando o outro estiver ligado, garantindo assim que não corra o risco
de ligar os dois ao mesmo tempo fazendo com que coloque as fases em curto-
circuito.

ROTEIRO DE CÁLCULOS

CONTATOR
K1 e K2 = Ie > In . 1,15
CABOS = In . 1,15
RELÉ SOBRECARGA
F4 = In
FUSÍVEIS DE FORÇA
F1, 2, 3 = Ip = Ip/In x In

EXEMPLO
Dimensionar os componentes de uma partida direta para acionar um motor
trifásico de 15 CV 4 pólos em rede de 220 VAC.
In = 37,5 A
Ip/In = 8,8

CONTATOR
K1 e K2 = In . 1,15
37,5 x 1,15
K1 e K2= Ie = 43,12 A

CABOS = In . 1,15
43,12 A
CABOS DE 10mm

RELÉ SOBRECARGA
F4 = In
F4 = 37,5 A

FUSÍVEIS DE FORÇA
F1, 2, 3 = Ip = Ip/In x In
8,8 x 37,5
Ip = 330
TP = 5 segundos
Em função de Ip e Tp obtém-se no gráfico de fusível o valor de 100 A

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PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO
Consiste na alimentação do motor com redução de tensão nas bobinas, durante
a partida.
Na partida executa-se ligação estrela no motor (apto a receber tensão de
estrela – Uy), porém alimenta-se com a tensão triângulo (Un), ou seja tensão
da rede.
Assim as bobinas do motor recebem 58% da tensão que deveriam receber.

Un = Uy . 0,58 = 380 . 0,58 = 220VAC

Após a partida o motor deve ser ligado em triângulo, assim as bobinas passam
a receber tensão nominal.
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Un = 220 VAC

Este tipo de chave proporciona redução da corrente de partida para


aproximadamente 33% de seu valor para partida direta.
A chave estrela triângulo é aplicada quase que exclusivamente para partidas
de máquinas em vazio, isto é, sem carga. Somente depois de se ter atingido a
rotação nominal a carga poderá ser aplicada.
É fundamental para a chave de partida estrela triângulo que o motor tenha
possibilidade de ligação em dupla tensão, 220/380vac, 380/660vac,
440/760vac, e que a menor tensão coincida com a tensão da rede. Os motores
deverão ter seis bornes de ligação.

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DIMENSIONAMENTO PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO

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DESCRITIVO DE FUNCIONAMENTO

Ao acionar a botoeira S1 (3/4), energiza-se o temporizador K6 (A1/A2),


fechando o contato K6 (15/18) energizando a bobina contator K3 (A1/A2 -
estrela), abrindo o contato de intertravamento elétrico K3 (21/22) e fechando o
contato K3 (13/14), energizando a bobina contator K1 (A1/A2 - linha)
fechando os contatos de selo K1 (13/14, 43/44), podendo ser retirado o pulso
S1. Ao término do tempo ajustado (aproximadamente 10 seg), abre-se o
contato K6 (15/18), desligando a bobina K3 (A1/A2 - estrela), fechando o
contato de intertravamento K3 (21/22) e abrindo o contato K3 (13/14), com
isso fecha-se o contato K6 (25/28) ligando a bobina K2 (A1/A2 – triângulo) e
abrindo o contato de intertravamento elétrico K2 (21/22).
Mantendo assim os contatores K1 e K2 ligados.
Para desligar o motor deve-se apertar a botoeira S0 (1/2) ou atuar o contato do
relé térmico F7 (95/96) interrompendo toda alimentação do circuito, fazendo
com que o motor desligue.

SEQUENCIA DE FUNCIONAMENTO
Liga-se o temporizador K6, que liga o contator K3 (estrela), que liga o
contator K1 (linha), após decorrido o tempo desliga-se o contator K3 (estrela)
e liga-se o contator K2 (triângulo).

ROTEIRO DE CÁLCULO

CONTATOR
K1 e K2 = Ie > (0,58 x In) . 1,15
K3 = Ie > (0,33 x In) . 1,15

CABOS = Ie > (0,58 x In) . 1,15

RELÉ SOBRECARGA
F7 = 0,58 x In

FUSÍVEIS
F1, 2, 3 = Ip = 0,33 x Ip/In x In

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EXEMPLO

Dimensionar os componentes de força de uma partida estrela triângulo para


acionar um motor trifásico de 30 CV 4 pólos 220VAC.

In = 73,9 A
Ip/In = 7,0

CONTATOR
K1 e K2 = Ie > (0,58 x In) . 1,15
Ie = (0,58 x 73,9) . 1,15
Ie = 42,86 . 1,15
K1 e K2 = Ie = 49,28 A

K3 = Ie > (0,33 x In) . 1,15


Ie = (0,33 x 73,9) . 1,15
Ie = 24,38 . 1,15
K3 = Ie = 28,03 A

CABOS = Ie > (0,58 x In) . 1,15


Ie = (0,58 x 73,9) . 1,15
Ie = 42,86 . 1,15
Ie = 49,28
CABO DE 10 mm

RELÉ SOBRECARGA
F7 = 0,58 x In
0,58 x 73,9
F7 = 42,86 A

FUSÍVEIS
F1, 2, 3 = Ip = 0,33 x Ip/In x In
Ip = 0,33 x 7,0 x 73,9
Ip = 170,70 A

TP = 10 segundos

Em função de Ip e Tp obtém-se no gráfico de fusível o valor de 40 A

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Nota: Quando esta condição não é satisfeita adota-se a solução abaixo:

IF > 1,2 x In
1,2 x 73,9

F1, 2, 3 = 88,68 A

PARTIDA COMPENSADORA
Esta chave de partida alimenta o motor com tensão reduzida em suas bobinas,
na partida. A redução de tensão nas bobinas (apenas durante a partida) é feita
através da ligação de um autotransformador em série com as mesmas. Após o
motor ter acelerado as bobinas voltam a receber a tensão nominal.
A redução da corrente de partida depende do TAP em que estiver ligado o
autotransformador:
TAP 65% - redução para 42% do seu valor de partida direta.
TAP 80% - redução para 64% do seu valor de partida direta.
A chave de partida compensadora pode ser usada para motores que partem sob
carga. Os motores podem ser de tensão única e possuírem apenas três cabos.

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DIMENSIONAMENTO PARTIDA COMPENSADORA

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DESCRITIVO DE FUNCIONAMENTO
Ao acionar a botoeira S1 (3/4) energiza-se a bobina do contator K3 (A1/A2)
via contato K6 (15/16) e K1 (21/22) que é o intertravamento elétrico, com isso
fecha-se o contato K3 (13/14), passando pelo contato K11 (21/22) que é o
intertravamento elétrico energizando a bobina K2 (A1/A2) e abrindo o contato
K3 (21/22) que é o intertravamento elétrico. Ao ligar a bobina K2, fecha-se o
contato K2 (43/44) ligando o temporizador K6 (A1/A2) e o contato K2
(13/14) que é o selo da botoeira S1, podendo assim retirar o pulso. Ao término
do tempo determinado (aproximadamente 15 seg), abre-se o contato K6
(15/16) fazendo com que desligue a bobina do contator K3 (A1/A2), ao
mesmo tempo abre-se o contato K3 (13/14) e fecha o contato K3 (21/22)
ligando a bobina K1 (A1/A2) via contato de selo K2 (13/14), fechando o
contato de selo K1 (13/14) e ligando a bobina do contator K11 (A1/A2),
fazendo com que se desligue a bobina K2 pelo intertravamento elétrico K1
(21/22) que irá se abrir, ao mesmo tempo abrindo o contato de
intertravamento elétrico K1 (21/22). Mantendo assim somente o contator K1
ligado.
Para desligar o motor deve-se apertar a botoeira S0 (1/2) ou atuar o contato do
relé térmico F7 (95/96) interrompendo toda alimentação do circuito, fazendo
com que o motor desligue.

SEQUENCIA DE FUNCIONAMENTO
Irá ligar o contator K3 que curto circuita o secundário do autotransformador,
ligando o contator K2 que conecta o autotransformador a rede, após o tempo
decorrido irá desligar o contator K3 e ligar o contator K1 que é o da rede, e irá
desligar o contator K2, mantendo somente o contator K1 ligado.

ROTEIRO DE CÁLCULO

CONTATORES
K1 = Ie > In x 1,15
K2 = Ie > (0,64 x In) x 1,15
K3 = Ie > (0,23 x In) x 1,15

CABOS = Ie > In x 1,15

RELÉ DE SOBRECARGA
F7 = In

FUSÍVEIS
F1, 2, 3 = Ip = 0,64 x Ip/In x In

58
EXEMPLO

Dimensionar os componentes de força de uma partida compensadora para


acionar um motor trifásico de 40 CV 4 pólos 220VAC.

In = 99,5 A
Ip/In = 6,4

CONTATOR
K1 = Ie > In x 1,15
Ie = 99,5 x 1,15
Ie = 114,42 A
K1 = 114,42 A
K2 = Ie > (0,64 x In) x 1,15
Ie = 0,64 x 99,5 x 1,15
Ie = 73,23 A
K2 = 73,23 A
K3 = Ie > (0,23 x In) x 1,15
Ie = 0,23 x 99,5 x 1,15
Ie = 26,31 A
K3 = 26,31 A

CABO
CABO = Ie > In x 1,15
Ie = 99,5 x 1,15
Ie = 114,42 A
CABO 50 mm

RELÉ DE SOBRECARGA
F7 = In
F7 = 99,5 A

FUSÍVEIS
F1, 2, 3 = Ip = 0,64 x Ip/In x In
Ip = 0,64 x 6,4 x 99,5
Ip = 407,55 A

TP = 15 segundos

Em função de Ip e Tp obtém-se no gráfico de fusível o valor de 100 A

59
F1, 2, 3 = 100 A

60
ÍNDICE

DEFINIÇÕES DE TERMOS TÉCNICOS USUAIS------------------ 02


SIMBOLOGIA----------------------------------------------------------------06
COMPONENTES------------------------------------------------------------ 10
BOTOEIRA------------------------------------------------------------------- 10
FUSÍVEL ULTRA RÁPIDO, DIAZED, NH--------------------------- 11
CURVA CARACTERISTÍCA DE FUSÍVEL------------------------- 17
CHAVE SECCIONADORA---------------------------------------------- 18
RELÉ DE PROTEÇÃO CONTRA SOBRECARGA---------------- 19
DISJUNTORES-------------------------------------------------------------- 23
CONTATOR----------------------------------------------------------------- 25
RELÉ DE TEMPO (TEMPORIZADOR)------------------------------ 32
RELÉ DE FALTA DE FASE----------------------------------------------33
RELÉ DE SUPERVISÃO TRIFÁSICO-------------------------------- 34
RELÉ DE CONTROLE DE NÍVEL------------------------------------ 35
MICRO (CHAVE) DE FIM DE CURSO------------------------------ 36
SENSORES------------------------------------------------------------------ 36
CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DE MOTORES------------------- 42
NOMENCLATURAS------------------------------------------------------ 45
PARTIDA DIRETA-------------------------------------------------------- 45
PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO------------------------------ 49
PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO---------------------------------- 51
PARTIDA COMPENSADORA----------------------------------------- 56

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