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Q.1 (1.00) - Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de
escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de
falar como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém,
o senso linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil
o português ser a língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse
português seja um bloco compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18)
Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, é incorreto afirmar que:

a) ( ) A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou
mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser prescrito
na língua.
b) ( ) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções
comunicacionais.
c) ( ) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirma-
ção da identidade de alguns grupos sociais.
d) ( ) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.

Q.2 (1.00) - Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comuni-
dade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade,
sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do por-
tuguês europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal
às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidam em diferentes momentos da
nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes
continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em
ambos os territórios.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas.
In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo:
Contexto, 2007. Adaptado.
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural,
ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que
as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a:

a) ( ) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.


b) ( ) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
c) ( ) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de
Portugal.

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d) ( ) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.

Q.3 (1.00) - As línguas silenciadas do Brasil


Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Pataxó, de 29 anos, precisou estudar
os fatores que, por diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua patxôhã. Mergulhou na
história do Brasil e descobriu fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados a abandonar a
própria língua para escapar da perseguição. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois do
Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gente das nossas terras. Isso constrange o nosso
povo até hoje”, conta Txaywa, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais e professor na
aldeia Barra Velha, região de Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois, membros da etnia
retornaram ao antigo local e iniciaram um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os filhos
de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta
aprender um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz quem você é por meio da sua língua”,
afirma a professora de ensino fundamental sobre a importância de restaurar a língua dos pataxós. O
patxôhã está entre aslínguas indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas no último censo.
A publicação Povos indígenas no Brasil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160. Antes
da chegada dos portugueses, elas totalizavam mais de mil.
Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2019 (adaptado).
O movimento de recuperação da língua patxôhã assume um caráter identitário peculiar na medida
em que

a) ( ) denuncia o processo de perseguição histórica sofrida pelos povos indígenas.


b) ( ) conjuga o ato de resistência étnica à preservação da memória cultural.
c) ( ) associa a preservação linguística ao campo da pesquisa acadêmica.
d) ( ) estimula o retorno de povos indígenas a suas terras de origem.
e) ( ) aumenta o número de línguas indígenas faladas no Brasil.

Q.4 (1.00) -

Sobre o texto acima, pode-se afirmar que é um exemplo de variação linguística:

a) ( ) Diacrônica, pois apresenta um registro que denota as mudanças sofridas pela língua ao longo
do tempo.
b) ( ) Diatópica, pois demonstra a existência de diferentes nomes designados para uma mesma coisa,
a depender da região de origem do falante.

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c) ( ) Diafásica, pois evidencia as diferenças entre os falares de diversos grupos sociais.


d) ( ) Diastrática, pois revela as diferenças entre situações comunicativas de maior e menor grau de
formalidade.

Q.5 (2.00) - TEXTO I


Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua
como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades
escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real
da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos
contratos não é o mesmo dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos
cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos dos cadernos de cultura dos mesmos
jornais. Ou do de seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, 2011. Adaptado.
TEXTO II
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens
e os mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que
são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve
para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a
distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou
português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas
se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em
sua própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial
usada pela escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes,
são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.
FIORIN, J. L. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In: O direito à fala. A
questão do preconceito linguístico. Florianópolis: Insular. p. 27-28, 2002.
Ambos os autores defendem, a seu modo, a tese de que não existe um único “português correto”
e sim que o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber

a) ( ) desconsiderar as variantes mais informais da língua, a fim de promover uma melhor compre-
ensão.
b) ( ) reservar o emprego da norma padrão somente aos textos de ampla circulação.
c) ( ) desprezar as formas da língua previstas pela gramática normativa.
d) ( ) adequar a língua aos diferentes tipos de situação comunicativa existentes.

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Prova: 913435.0

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