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PROBLEMAS OU DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM: DESENVOLVENDO
UMA COMPREENSÃO
SUMÁRIO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 07
3. METODOLOGIA ...........................................................................................................22
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 36
6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 38
7. ANEXOS ........................................................................................................................ 39
8. APÊNDICES .................................................................................................................. 41
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RESUMO
1. Introdução
2. Fundamentação teórica
José (1999, p.56) cita alguns dos principais problemas de aprendizagem: o primeiro
deles, é o problema da fala.
E devemos dizer que por mais simples que possa parecer o problema da fala, tem
uma conotação muito forte para a criança, pois a mesma sente-se fora do contexto das
outras crianças, por que não consegue se comunicar de forma plena e com isso, por vezes,
é até ridicularizada pelas outras.
Nesse sentido, percebemos o quanto a escola e a família devem estar juntas para
orientar e apoiar a criança nesta dificuldades.
Sabemos, que muitos desses problemas, a nosso ver poderiam ser identificados,
bem cedo, o que possibilitaria um tratamento e um melhor atendimento à criança.
São várias as causas dos distúrbios da expressão verbal, de acordo com José (1999,
p.79):
2.1.2 Dislalia
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2.1.3 Gagueira
Consiste num distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueio,
hesitações, prolongamento e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. Faz-se
acompanhar frequentemente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidade
respiratória e caretas.
Para Scoz (1994, p.93), a gagueira é também conhecida como tartamudez, e
consiste em uma das principais formas de disfluência, cujo inicio mais freqüente ocorre
entre os 3 e 4 anos, em torno dos 7 anos e da puberdade, atingindo mais o sexo masculino,
que o feminino: para cada dois meninos gagos, apenas uma menina é afetada pelo
distúrbio. Entre os adultos a proporção é de dez homens para cada duas mulheres.
Estatísticas demonstram que há maior número de gagos entre as famílias de
crianças com esse distúrbio, mas isso parece ser devido à ansiedade dos pais gagos, que
manifestam exagerada preocupação ao menor distúrbio da fala apresentado pelos filhos,
com receio de que eles também apresentem o mesmo problema. Essa atitude apenas
provoca ansiedade na criança, o que pode acabar determinando a instalação de uma
gagueira permanente desencadeada pelo comportamento emocional dos próprios pais.
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É difícil tratar deste tema, pois seus estudos ainda são recentes do ponto de vista
cientifico.
Procuremos dar um enfoque apenas pedagógico, uma vez que todo aluno necessita
de estímulo psicomotor para desenvolver seu potencial.
“Podemos definir psicomotricidade como educação do movimento com atuação
sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções
neurofisiológicas e psíquicas” (JOSÉ, 1999, p.108)
Complementamos ainda que o desenvolvimento psicomotor engloba o
desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes.
É através dele que a criança explora o que a rodeia com todos os órgãos dos
sentidos percebendo também os meios com os quais fará grande parte de seus contatos
sociais.
Segundo José (1999, p.99), um desenvolvimento psicomotor normal apresenta
qualidades nos movimentos que se integram numa certa ordem, obedecendo as seguintes
etapas:
- Precisão: de 0 aos 7 anos
- Rapidez: dos 7 aos 10 anos
- Força muscular: dos 10 aos 15 anos
Alcançando seus desenvolvimento definitivo aproximadamente aos 15 anos,
facilitando assim uma educação, ou uma evolução psicomotora, progressiva e normal.
Para Assunção José (1999, p.110), a lateralidade pode ser definida “a partir da
preferência neurológica que se tem por um lado do corpo, no que diz respeito a mão, pé.
Olho e ouvido. Essa preferência é importante para desenvolver diferentes atividades,
inclusive a leitura”.
Estudiosos e pesquisadores, que discutem a respeito da lateralidade, acreditam que
existe no cérebro um hemisférico dominante, teríamos o destro e o canhoto.
Até os 18 meses, segundo José (1999, p.12), é nítido o ambidestrismo, ou seja, o
uso indiscriminado de todos os lados. A partir dos 2 anos de idade, é que a criança define
sua lateralidade.
Deve haver uma dominância de lateralidade. “Quando há dominância direita ou
esquerda, não ocorre nenhuma perturbação no esquema corporal, mas quando a
lateralidade é cruzada, os distúrbios psicomotores são evidentes e resultam em
deformações no esquema corporal.” (JOSÉ, 1999, p.123).
Este tipo de distúrbio psicomotor é mais comum entre as crianças canhotas do que
entre as destras.
A lateralidade cruzada pode apresentar segundo José (1999,p.14):
Na visão de José (1999, p.123), a criança com esse tipo de distúrbio psicomotor,
pode freqüentar uma classe comum, mas necessita de um trabalho especializado,
individualmente e com supervisão médica.
A respeito da coordenação motora fina, entendemos que são as crianças que
possuem dificuldades de coordenação motora fina podem ser as crianças que não
conseguem realizar certas atividades que requerem uma operada habilidade manual. Esta é
indispensável para o desenvolvimento do grafismo.
As crianças que apresentam este problema pegam no lápis com força ou leve
demais.
Não possuem agilidade no manejo e embora conheçam os sinais gráficos, o fazem
de forma ilegível.
Tais problemas podem fazer-se notar tanto na pré-escola como nas séries
iniciais, quando a criança está iniciando o processo de desenvolvimento
da escrita e pode decorrer de fatores como: retardos de maturação, certas
desarmonias tônico-motoras, etc. (JOSÉ, 1999, p.89)
Além do trabalho feito com a criança pelo especialista ao qual ela foi
encaminhada, cabe ainda ao professor realizar um atendimento
individualizado, exigindo do aluno uma participação de acordo com seus
limites. Mais uma vez, o ponto crucial da resolução dos problemas de
aprendizagem fica restrito a relação professor-aluno. (JOSÉ, 1999 p.115)
Por fim, afirmamos que a família possui papel preponderante nesse processo
reeducativo visto que é principalmente no ambiente familiar que a criança precisa receber
amor, carinho, compreensão e estímulo para se desenvolver de maneira sadia e assim,
adaptar-se a sociedade.
E a escola, deve dar seqüência a esse ambiente, oportunizando a criança a interagir
com outras crianças, de forma a lhe possibilitar o desenvolvimento da linguagem em seus
vários aspectos.
O professor deve atuar como coadjuvante no processo reeducativo, visto que suas
atitudes podem minimizar o problema ou agravá-lo.
A observação diária por parte do professor é primordial para o levantamento dos
problemas.
Ele precisa ser constante nos aspectos de comportamento, características físicas,
realização de atividades, relacionamento, etc.
O contato professor/pais deve ser valorizado, pois estes fornecerão dados sobre o
modo de vida da criança, o seu relacionamento familiar, se existem outras pessoas com
problemas na família e que oportunidades lhe são oferecidas para um desenvolvimento
sadio.
Muitas vezes este contato revela fatores de origem da deficiência e ao mesmo
tempo, fornece ao professor a oportunidade de orientar os pais a respeito.
Conforme José (1999, p.124), “as atitudes do professor podem minimizar o
problema ou agravá-lo. Seu papel é muito importante na integração do aluno, porque a
criança com problemas é mais suscetível a conflitos emocionais.”
Neste sentido, é de inteira relevância que o professor mantenha contato com a
família, atuando como orientador frente aos problemas de aprendizagem que surgirem,
assumindo este papel, o educador poderá contribuir para o sucesso escolar do educando.
Scoz, (1994, p.93), cita as atitudes que devem ser evitadas, por serem negativas:
- Não esquecer de que embora cada criança seja diferente uma da outra,
todos de igual faixa etária, tem as mesmas necessidades de amor,
compreensão e aceitação;
- Evitar que o aluno se sinta inferior;
- Considerar o problema de maneira objetiva;
- Não exigir além do limite da criança, considerar seu esforço (afinal não é
por vontade própria que ela tem dificuldade);
- Avaliar o desempenho do aluno pela qualidade do seu trabalho, com o
mesmo critério que adotou para os outros. Ele não deve receber nota mais
baixa por causa do seu problema ou mais alta por compaixão;
- Estimulá-lo a enfrentar o problema longe dos outros e com muito tato,
conversar com ele sobre sua deficiência, estimulando-o a superá-la;
- Despertar no aluno sua autoconfiança, demonstrando que não sente
desagrado por ele;
- Encorajá-lo a desenvolver atividades nas quais se distingue, dar-lhe apoio
e valorizá-lo sempre que merecer.
Estas são atitudes simples que podem ser colocadas em prática facilmente e fazem
uma grande diferença na reabilitação da criança.
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3. Metodologia
(...) O estudo que não separa o fenômeno de seu contexto que é estudado
profundamente (...). Assim, na investigação de um sujeito como todas as
questões que o rodeiam, como por exemplo, no estudo de caso de um
aluno da 4ª série, será analisado o exame de sua condições de vida, a
escolaridade de seus pais, o tipo de alimentação, a opinião dos
professores, etc. (SILVA, 2002 p.49)
Nesta perspectiva, o estudo de caso favorece para que tenhamos uma visão global
de fenômeno, possibilitando analisar todo o contexto em que está inserido o objeto de
estudo.
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O objeto de estudo foi encontrado a partir de uma conversa com uma professora
sobre distúrbios de aprendizagem. Esta nos disse que seu irmão de 10 anos teria um
“problema” na fala, não pronunciando as palavras adequadamente. Então, preparamos uma
anamnese e um roteiro de perguntas (ANEXO) para fazermos a investigação.
A população investigada constou de um (01) aluno do sexo masculino, de 10 anos
de idade; um (01) representante de sua família (mãe) e três (03) de suas professoras, sendo
uma da alfabetização, uma da 3ª série e a atual da 4ª série, com variáveis nas idades de 25 a
32.
Os dados foram coletados através de entrevistas gravadas.
A anamnese foi direcionada a mãe com o objetivo de colher informações sobre a
criança desde a gestação da mãe até os dias atuais, focando pontos como: dados de
identificação da criança, filiação; constelação familiar; dados escolares; alimentação;
desenvolvimento psicomotor; hábitos; doenças da infância; dados da gestação; saúde geral;
controle dos esfíncteres; sono; outros tratamentos, aspectos de relacionamento;
hereditariedade. Para avaliar a vida da criança, este diagnóstico seria fundamental para o
encaminhamento a um especialista, no caso um fonoaudiólogo.
As questões direcionadas aos professores contemplaram os seguintes aspectos sobre
a criança se: segue orientações de pais e professores; é organizado em suas atividades; tem
iniciativa, autonomia; participa das atividades grupais na escola ou comunidade; freqüenta
regularmente a escola; sofre alguma rejeição, gozação, aceitação, indiferença; as atitudes
do aluno frente as tarefas e escolares são de interesse, concentração ou dispersão; o
comportamento do aluno geralmente é de paciência, irritação, tensão e relaxamento. O
aluno responde às tarefas solicitadas pelos professores (sim, não ou com ajuda); os
cadernos e os livros são organizados, sujos, limpos, rasgados, com correção dos
professores. Por último, focaram pontos como as habilidades do aluno; a integração da
família na escola; relacionamento da criança com os professores.
Aplicamos ao aluno um diagnóstico de leitura e de escrita com o objetivo de
detectar o problema ou o distúrbio de aprendizagem, que constou de dois textos e de uma
lista de palavras com silabas complexas, dígrafos, palavras com r no inicio, no meio e no
final de palavras.
Texto
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Pedro Pereira Pinto pede passagem pra o Pará pode passar Pedrinho para pintar
Pernambuco.
Lista de palavras
Leitura das palavras pelo aluno
arara flores
arco fluminense
bicicleta lápis
brincar lata
cachorro livro
cantor medalha
carro mulher
clara Nascer
cloro passarinho
cobra pássaro
crescer pessoa
escritor prato
escritora rato
Flamengo ribeiro
flecha troca
Texto para a análise da compreensão leitora do aluno
Lista de palavras
Leitura das palavras pelo aluno
prato - pato
rato - rato
arara - alanha
arco - aco
bicicleta - bicicleta
Fluminense - fluminense
lápis - lápis
mulher - mulher
pássaro - passalo
crescer - cecer
cobra - coba
carro - caco
Ribeiro - ri-be-i-lo
troca - tocá
flecha - fêcha
clara - cala
lata - lata
medalha - medalha
pessoa - passo
nascer - nacer
brincar - bincar
escritor - cecidor
escritora - esquitola
cantor - carta
Flamengo - famengo
cloro - colo
livro - livo
cachorro - cachorro
passarinho - passalinho
flores -fules
Nos utilizamos de Riche ( op. cit ) onde cita as distorções mais freqüentes nas letras
r, f e s. ex.: póla/bola; livo/livro; craba/caba; prita/preta; gwará/guaraná; tendo como causa
a hereditariedade; diminuição de atenção; imitação e bilingüismo; educação familiar
inadequada; atraso ao desenvolvimento motor; atraso da maturação neurológica;
dificuldade na percepção de tempo e espaço; transtorno no comando dos órgãos
articuladores relacionados à sensibilidade, à mobilidade e ao tônus.
Quanto ao tratamento deverá ser programado em função da causa.
Neste sentido, reconhecemos que o aluno A-M/4ª pode se enquadrar nesse perfil:
demonstra intranqüilidade, distração, timidez, baixo rendimento escolar e apatia à
professora P-2/3ª.
Em sua fala, apresenta dislalia múltipla, porque afeta dois fonemas (r,l) rotacismo,
distorção na articulação do r e do f; omissão de fonemas (aspectos detectados no âmbito da
realização do diagnóstico).
Diagnosticando as causas que levam esta criança a ter este distúrbio, somos
convictos de que a educação familiar tem uma parcela de culpa. Segundo alguns
professores a criança é muito mimada em casa.
Quanto à apatia à professora o aluno afirma que: “não gostava da professora P-2/1ª,
a sala tinha bagunça”.
A partir da afirmativa do educando percebemos que a apatia pela professora é uma
forma de expressar a falta de ordem, disciplina na sala de aula.
5. Conclusão
AQUINO, Júlio Gropa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo:
Summuns, 1996.
DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo, Ática, 1995.
9. O aluno respondia as tarefas solicitadas pelo professor? (sim, não ou com ajuda).
11. Como eram os cadernos e os livros dele? (organizados, sujos, limpos, rasgados,
com correção dos professores).
APÊNDICES
ANAMNESE
Construção da Anamnese
2. Constetação Familiar
PAI MÂE
Sexo
1ª 2ª 3ª
3. Dados escolares
Escola ___________________________________________________________________
Série __________________ Turno ______________ Turma ___________________
É alfabetizado ( ) sim ( ) não
Qual o método utilizado
( ) silabário
( ) construtivismo
( ) Pós-construtivismo
( ) outro. Qual _______________________________________
Gosta de estudar? ( ) sim ( ) não
4. Alimentação:
Foi amamentado? ( ) sim ( ) não
Quanto tempo ? ________________________
Usou mamadeira? ( ) sim ( ) não
Quanto tempo? _______________________
Em que idade aconteceu a passagem da alimentação líquida para a pastosa? ___________
Apresentou engasgo? _____________________ E da pastosa para a sólida? ____________
Apresentou engasgo? ______________________
Qual foi a reação? __________________________________________________________
Come tudo? _____________________________
Mastiga bem os alimentos? ______________________________
5. Desenvolvimento Psicomotor
Período em que:
Começou a se arrastar __________________________
Sentou com apoio ___________________________
Sentou sem apoio __________________________
Engatinhou __________________________
Ficou de pé com apoio __________________________
Ficou de pé sem apoio __________________________
Andou __________________________
Parou de esbarrar em pessoas ou objetos __________________________
Ou nunca aconteceu ? __________________________
6. Hábitos
Chupou o dedo? ________________ Até quanto? ____________________
Chupou chupeta? ________________ Até quanto? ____________________
Tinha o hábito de dormir cheirando fralda ou agarrado a algum brinquedo? ____________
7. Doenças da Infância
Já teve alguma doença como:
( ) sarampo
( ) catapora
( ) Rubéola
( ) Outras. Quais? _________________________________________
8. Dados da gestação
Idade da mãe quanto concebeu o filho? ______________________
Idade do pai? ________________________
Foi uma gravidez desejada? __________________________
Durante a gravidez usou algum tipo de droga? ______________________
Fez o pré-natal? ________________________________
Realizou algum tipo de exame:
( ) raio-x
( ) tomografia
( ) mamografia
( ) US.
( ) Outros
Tipo de parto? __________________________________
Onde Nasceu? ____________________________________
Teve alguma interocorrência na gestação? ________________________________
Comprimento e peso da criança? _________________________________
Usou incubadora? _______________ Quanto tempo? ________________
Foi pré-maturo ou não? _______________________
Chorou logo? _______________________
9. Saúde geral
É saudável? __________________________
Passou por algum processo cirúrgico? __________________
Quanto tempo esteve internado? ____________________
É alérgico? ___________________ Que tipo de alergia?
Tomou vacinas? _____________________
10. Controle dos Esfíncteres
Controla as esfíncteres:
( ) urinária
( ) fecal
( ) diurno
( ) noturno
11. Sono
( ) normal
( ) agitado
Fala durante a noite enquanto dorme? ( ) sim ( ) não
14. Hereditariedade
Algum membro da família já apresentou problemas de dificuldade na aprendizagem?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________