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PROBLEMAS OU DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM: DESENVOLVENDO
UMA COMPREENSÃO

SUMÁRIO

RESUMO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 07

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................09


2.1. Distúrbios – problemas de aprendizagem: desenvolvendo uma compreensão .....09
2.1.1. Problema da fala ........................................................................................ 11
2.1.2. Dislalia ...................................................................................................... 12
2.1.3. Gagueira .................................................................................................... 13
2.1.4. Problemas psicomotores ............................................................................ 15
2.2. A escola e a família diante dos problemas de distúrbios de aprendizagem ........ 18

3. METODOLOGIA ...........................................................................................................22

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................ 26

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 36

6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 38

7. ANEXOS ........................................................................................................................ 39

8. APÊNDICES .................................................................................................................. 41
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RESUMO

Problema ou distúrbio de aprendizagem é uma questão que inquieta muito os


professores por não saberem a distinção entre ambos. Por que certas crianças não logram
êxito na aprendizagem? Em perspectiva mais neurológica, parece que a distinção que se
faz entre dificuldades são decorrentes de problemas psicopedagógico e/ou sócio culturais,
em outras palavras, o problema não está na criança que aprende; problemas de
aprendizagem envolvem diversos fatores dentre eles os aspectos pedagógicos e sociais, por
outro lado os distúrbios estão vinculados ao aprendiz, na medida em que reflete
comprometimentos neurológicos de funções corticais especifica que devem ser tratadas
com o auxilio de especialistas. Assim, fica difícil para o professor diferenciar um distúrbio
de problema. A pesquisa desenvolvida, tem como objetivo apresentar uma discussão sobre
os problemas ou distúrbios na aprendizagem. O referencial teórico, desta pesquisa, está
fundamentada em JOSÉ (1999), LOURDES (1998), SCOZ (1994), entre outros.
Finalmente quando uma criança não realiza o que se espera de uma programação de
ensino, os educadores identificam como portadora de problemas. Se o professor não
conhece as manifestações próprias do pensamente infantil para as várias faixas etárias, terá
dificuldades em identificar o estágio em que o aluno se encontra podendo incorrer em
erros. Cada criança se desenvolve de acordo com um ritmo próprio, determinado pela
maturação neurológica e por meio ambiente. As dificuldades de aprendizagem surgem
como conseqüência de fatores diversos, tais como: problemas emocionais, meio cultural
pobre, método de ensino inadequado, alterações físicas, imaturidade na iniciação da
aprendizagem, ocorrendo rápida melhora logo que cessam os fatores causais.
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1. Introdução

O presente trabalho monográfico vem apresentar uma discussão sobre problemas ou


distúrbios de aprendizagem, visto que problemas ou distúrbios de aprendizagem é uma
questão que inquieta muito os professores por não saberem a distinção entre ambos, se
questionando porque certas crianças não logram êxito na aprendizagem. Entendemos que a
escola, no seu dia-a-dia, vê-se diante de situações ou problemas que não sabe a reposta.
Entre estes, está a questão dos problemas na aprendizagem, que merece toda a atenção por
parte dos educadores em geral.

... As crianças que não acompanham seus colegas na aprendizagem


passaram a serem designadas como “anormais escolares”, já que seu
fracasso era atribuído a alguma anormalidade orgânica.
(SCOZ, 1994:19)

A partir de então, podemos entender que houvesse uma incorporação de conceitos


psicanalíticos na área médica que levou-se a acreditar que havia influência e afetivo-
emocional, sobre o desenvolvimento da personalidade nos primeiros anos de vida, o que
modificou a terminologia da criança com dificuldades de ajustamento na aprendizagem:
em vez de “criança anormal”, “criança problema”.
Defendemos a hipótese de que problemas de aprendizagem envolvem diversos
fatores, dentre eles os aspectos pedagógicos e sociais. Os distúrbios de aprendizagem
relacionam-se às dificuldades especificas que devem ser tratadas com auxilio de
especialistas.
A metodologia de trabalho, para a realização desta pesquisa, foi a de um estudo
bibliográfico, uma vez que nosso interesse, era o de verdadeiramente, buscarmos subsídios
em pesquisadores sobre o assunto, ainda mais como psicopedagogos e de um estudo de
caso realizado com um aluno da 4ª série da Escola Luiz Gonzaga Lopes, situada no sítio
Cruz das Almas – Guaraciaba do Norte – CE, que deu respaldo à discussão do quadro
teórico.
Os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou
psicológicas, nem a análise das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de
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um enfoque multidimensional, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos,


sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. (SCOZ, 1994, p.22)
Quanto ao estudo de caso, pudemos concluir que a criança seja encaminhada a um
profissional da área, um fonoaudiólogo, onde este compreenderá melhor o caso,
possibilitando assim, o tratamento adequado ao distúrbio.
Por fim, é necessário que os pais participem mais da vida escolar do filho,
compreendendo-o como uma criança normal, mas que necessita de mais atenção, não
sendo estereotipada como alguém indisciplinado ou desorganizado e compreendê-lo em
sua individualidade inserindo-a num contexto coletivo.
Para que isso realmente aconteça, é necessário o apoio psicopedagógico, onde o
psicopedagogo possa trabalhar junto aos professores e à família, com o intuito de
compreenderem o distúrbio que a criança apresenta e conseqüentemente resgatar a auto-
estima e a vontade de aprender.
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2. Fundamentação teórica

2.1 Distúrbios – problemas de aprendizagem: desenvolvendo uma compreensão

Os professores, de maneira geral, têm dificuldade em dar uma interpretação sobre o


que seja problema de aprendizagem e isso se deve ao fato de que muitos desses professores
passaram a denominar qualquer dificuldade de aprendizagem como um problema e, ficam
em dúvida sobre o que seja realmente o assunto, por desconhecerem o mesmo.
Daí decorre uma necessidade urgente e premente, de que a escola, procure adquirir
esses conhecimentos e que procure aprofundamentos sobre o assunto. Neste sentido,
podemos dizer que é extremamente difícil encontrar uma definição clara e abrangente para
designar o termo problema de aprendizagem.
Scoz (1994, p.19) nos diz que antigamente, por volta do século XIX “as crianças
que não acompanhavam seus colegas na aprendizagem passavam a ser designadas como
anormais escolares, já que seu fracasso era atribuído a alguma anormalidade orgânica”.
A partir de então, podemos entender que houve uma incorporação de conceitos
psicanalísticos na área médica que levou-se a acreditar que havia influência ambiental e
afetivo-emocional, sobre o desenvolvimento da responsabilidade nos primeiros anos de
vida, o que modificou a terminologia da criança com dificuldades de ajustamento na
aprendizagem: em vez de criança anormal, criança problema.
Scoz (1994, p.20), comenta que por volta da década de 60, os médicos introduziram
no Brasil, a abordagem psiconeurológica de desenvolvimento humano, que trouxe consigo
as noções de disfunção cerebral mínima e de dislexia, muito enfatizada por neuropediatras,
psicólogos e psicopedagogos.
Sobre o nomenclatura e este breve histórico, Scoz (1994, p.22) deduz:

Os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas


ou psicológicas, nem a análise das conjunturas sociais. É preciso
compreendê-los a partir de um enfoque multidimensional, que amalgame
fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos
dentro das articulações sociais.

Neste aspecto, problemas de aprendizagem são decorrentes de fatores que


necessitam de uma melhor compreensão. Para tanto, é necessário a escola sob um olhar
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psicopedagógico, tentar compreendê-los e não simplesmente atribuir a culpa da não


aprendizagem ao aluno, dizendo que este não aprende porque é desinteressado.
Sobre a conceituação de distúrbios de aprendizagem Drouet (1995, p.91), nos diz
que,

Para alguns médicos, psicólogos ou educadores, distúrbios são


problemas ou dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Isso
porque, para esse grupo, distúrbios são perturbações de origem
biológica, neurológica, intelectual, psicológico, sócio-econômico ou
educacional, encontradas em escolares que põem tornar-se problemas
para a aprendizagem dessas crianças.

Quando se fala em distúrbios de aprendizagem tem de se ter em mente que as


causas dos distúrbios são múltiplas.
Não se pode ter a idéia de que um distúrbio de aprendizagem é causado por um
único fator. Quando uma criança não aprende uma multiplicidade de fatores vão se
combinando e, na maioria das vezes fica difícil se isolar um único fator que seja o
responsável pelo fracasso que a criança apresenta na escola.
Em uma perspectiva mais neurológica, parece que a distinção que se faz entre
dificuldades de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem, está em que as dificuldades
são decorrentes de problemas psicopedagógicos e /ou sócio-culturais, em outras palavras, o
problema não está na criança que aprende; por outro lado os distúrbios estão vinculados ao
aprendiz, na medida em que reflete comprometimentos neurológicos de funções corticais
específicos.
Após toda esta problemática, podemos entender o quanto que fica difícil para o
professor diferenciar um distúrbio de um problema.
Assim quando uma criança não realiza o que se espera de uma programação de
ensino, os educadores identificam como portadora de problemas.
“Se o professor não conhece as manifestações próprias do pensamento infantil para
as várias faixas etárias, terá dificuldade em identificar o estágio em que o aluno se encontra
podendo incorrer em erros(...). (JOSÉ, 1999, p.77)
É importante que o professor saiba diferenciar o que são distúrbios e problemas de
aprendizagem, conhecer as etapas de desenvolvimento cognitivo de cada criança,
reconhecendo sua singularidade, para que possa organizar o ensino de forma significativa.
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Conhecendo as manifestações próprias de cada educando, o educador não agirá de maneira


errônea, possibilitando assim, uma intervenção adequada.
Se faz necessário, portanto que o professor busque conhecimentos sobre essas
manifestações. Lourdes (1998) op.cit. Revista Psicopedagógica (2002, p.30), em pesquisas
realizadas, chega a conclusão de que o professor deve observar os seguintes aspectos:

- Cada criança se desenvolve de acordo com um ritmo próprio,


determinado pela maturação neurológica e por seu meio ambiente.
- As dificuldades de aprendizagem surgem como conseqüência de
fatores diversos, tais como: problemas emocionais, meio cultural pobre,
métodos de ensino inadequados, alterações físicas, imaturidade na
iniciação da aprendizagem, ocorrendo rápida melhora logo que cessem
os fatores causais.
- Os distúrbios de aprendizagem se caracterizam por uma série de
dificuldades específicas e pela intensidade e persistência com que se
apresentam, as quais só podem ser tratados, traduzidos ou eliminados,
com a ajuda de um especialista.

José (1999, p.56) cita alguns dos principais problemas de aprendizagem: o primeiro
deles, é o problema da fala.
E devemos dizer que por mais simples que possa parecer o problema da fala, tem
uma conotação muito forte para a criança, pois a mesma sente-se fora do contexto das
outras crianças, por que não consegue se comunicar de forma plena e com isso, por vezes,
é até ridicularizada pelas outras.
Nesse sentido, percebemos o quanto a escola e a família devem estar juntas para
orientar e apoiar a criança nesta dificuldades.

2.1.1 Problemas da fala

Tendo em vista a importância da linguagem, fica fácil a problemática vivida por


indivíduos portadores de deficiência nessa área. Uma dificuldade na articulação das
palavras, por menor que seja, nunca passa despercebida por quem está ouvindo, tornando-
se muitas vezes em um problema.
Segundo José (1999, p.74),

(...) quando a fala é defeituosa, por exemplo, o fato chama a atenção da


pessoa que ouve, interferindo portanto na comunicação. Em se tratando
de uma criança, o problema é maior: além de torná-la desajustada ao
meio em que se vive, a deficiência provocará reflexos na aprendizagem e
no aproveitamento escolar.
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O autor (op.cit) diz que os fatores que podem influenciar no desenvolvimento da


fala podem ser de ordem ambiental ou biológica. Segunde ele “a influência do meio
acontece desde muito cedo e seus efeitos são duradouros. O modo de falar dos pais e dos
irmãos é muito importante para o desenvolvimento da fala da criança” (JOSÉ, 1999, p.76).
O ambiente interfere diretamente no desenvolvimento da fala de uma criança.

De maneira geral, o ambiente no qual a criança de desenvolve ‘favorece’


o clima emocional, os modelos verbais e as experiências infantis.
Ambiente descontraído e segurança afetiva influem de maneira positiva
no desenvolvimento das etapas iniciais de vocalização e balbucio.
(JOSÉ, 1999,78)

Além dos fatores ambientais, o desenvolvimento da linguagem depende também de


condições biológicas que devem ser consideradas sobre dois aspectos: hereditariedade e o
estado de saúde. Segundo Scoz (1994, p.45)

A hereditariedade atua no sentido de fornecer maior ou menor potencial


de aprendizagem das regras e do vocabulário da língua. O estado de
saúde é muito importante até os três anos de idade. Doenças debilitantes
e carência alimentar nesse período são consideradas os principais
entraves para a aquisição da linguagem, pois a privação protéica e
vitamínica provocam danos graves e irreversíveis.

Sabemos, que muitos desses problemas, a nosso ver poderiam ser identificados,
bem cedo, o que possibilitaria um tratamento e um melhor atendimento à criança.
São várias as causas dos distúrbios da expressão verbal, de acordo com José (1999,
p.79):

- Defeitos anatômicos ou funcionamento fisiológico anormal dos maxilares,


da língua e do véu palatal;
- Sentimentos, emoções ou atitudes perturbadores;
- Conceitos inadequados do eu;
- Hábitos de linguagem defeituosa;
- Dificuldades de adaptação ao ambiente.

Na escola, qualquer distúrbio da fala, atinge grande importância e deve ser


detectado o mais cedo possível, porque os problemas orais geralmente são transferidos
para a escrita.

2.1.2 Dislalia
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Scoz in José (1999, p.89), em comentário sobre os problemas de aprendizagem,


sobre a dislalia, faz a seguinte definição: “é a omissão, substituição, distorção ou acréscimo
de sons na palavra falada”.
E continua, em sua argumentação:
Trata-se de falhas de articulação cuja origem pode ser orgânica (defeitos na arcada
dentária, lábio leporino, freio de língua curto, língua de tamanho acima do normal) ou
funcional (a criança não sabe mudar a posição da língua e dos lábios).
Devemos conhecer, aqui, a necessidade, também de um acompanhamento de
especialista no assunto, no caso, a intervenção de um fonoaudiólogo, pois sabemos que
problemas na fala interfere no aprendizado. Sobre esse assunto Scoz refere:

A dislalia, como todos os problemas da fala, interfere, no aprendizado da


língua escrita. Para excitá-la o professor da pré-escola deve ajudar a
criança a usar seus órgãos fonoarticulatórios de maneira adequada,
adotando para isso atividades que trabalhem a oralidade. (1994,p.82)

2.1.3 Gagueira

Consiste num distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueio,
hesitações, prolongamento e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. Faz-se
acompanhar frequentemente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidade
respiratória e caretas.
Para Scoz (1994, p.93), a gagueira é também conhecida como tartamudez, e
consiste em uma das principais formas de disfluência, cujo inicio mais freqüente ocorre
entre os 3 e 4 anos, em torno dos 7 anos e da puberdade, atingindo mais o sexo masculino,
que o feminino: para cada dois meninos gagos, apenas uma menina é afetada pelo
distúrbio. Entre os adultos a proporção é de dez homens para cada duas mulheres.
Estatísticas demonstram que há maior número de gagos entre as famílias de
crianças com esse distúrbio, mas isso parece ser devido à ansiedade dos pais gagos, que
manifestam exagerada preocupação ao menor distúrbio da fala apresentado pelos filhos,
com receio de que eles também apresentem o mesmo problema. Essa atitude apenas
provoca ansiedade na criança, o que pode acabar determinando a instalação de uma
gagueira permanente desencadeada pelo comportamento emocional dos próprios pais.
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“A gagueira pode ser de origem emocional, etiologia orgânica ou causas


funcionais”. José (1999, p.54).
Os tipos apresentados de provas apresentadas em apoio à etiologia da gagueira são,
na concepção de Scoz (1994, p.76):

- A incidência do distúrbio em família de gagos, sugerindo uma possível


base genética;
- A gagueira é mais freqüente entre pessoas que usam a mão esquerda e
entre pessoas também ganhotas, mas que mudaram sua preferência
(prova usada para apoiar a concepção da ausência do hemisfério central
dominante como causa da gagueira).
- Tem numerosos componentes ou concomitantes fisiológicos;
- Está associada a nascimentos múltiplos (gêmeos) e a prematuridade;
- Entre os gagos há uma incidência maior de distúrbios do sistema
nervoso central.

Ainda no aspecto orgânico, podem ser consideradas causas responsáveis pelo


distúrbio, o freio da língua curto, traumas de nascimento, epilepsias e moléstias infecciosas
como a meningite.
Dentre as causas funcionais, José (1999, p.95), destaca o seguinte:

- O problema varia em função de fatores situacionais, como a perda de


um ente querido, um acidente ou quando a pessoa é severamente
repreendida;
- A gagueira tem profundos componentes emocionais;
- A maioria das vezes desenvolve-se quando a criança sofre considerável
pressão social (quando aprende a falar, quando entra na escola, na
adolescência);
- Os pais de pessoas gagas, em geral, manifestam um padrão
característico: perfeccionismo e altos níveis de aspirações para seus
filhos.

A família tem um papel muito importante no componente emocional da criança,


podendo ser a responsável pela criação de um clima inadequado à formação de sua
personalidade. Um problema de gagueira apresentado por uma criança pré-escolar pode ser
resolvido com uma boa orientação feita por um profissional aos pais e familiares. Isso
geralmente é suficiente para restabelecer a segurança emocional da criança e fazer com que
ela readquira a fala normal. Nos casos mais graves, a criança deverá ser submetida a um
tratamento fonoaudiólogo.
De acordo com José (1999, p.87) “as crianças com não-influência devem ser
reconhecidas, mas aceitas como normais”.
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Os métodos de tratamento da gagueira variam desde os exercícios respiratórios até


a psicoterapia, existem estímulos que podem diminuir a gagueira e formas de como o
professor lidou com um aluno gago.

2.1.4. Problemas psicomotores

É difícil tratar deste tema, pois seus estudos ainda são recentes do ponto de vista
cientifico.
Procuremos dar um enfoque apenas pedagógico, uma vez que todo aluno necessita
de estímulo psicomotor para desenvolver seu potencial.
“Podemos definir psicomotricidade como educação do movimento com atuação
sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções
neurofisiológicas e psíquicas” (JOSÉ, 1999, p.108)
Complementamos ainda que o desenvolvimento psicomotor engloba o
desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes.
É através dele que a criança explora o que a rodeia com todos os órgãos dos
sentidos percebendo também os meios com os quais fará grande parte de seus contatos
sociais.
Segundo José (1999, p.99), um desenvolvimento psicomotor normal apresenta
qualidades nos movimentos que se integram numa certa ordem, obedecendo as seguintes
etapas:
- Precisão: de 0 aos 7 anos
- Rapidez: dos 7 aos 10 anos
- Força muscular: dos 10 aos 15 anos
Alcançando seus desenvolvimento definitivo aproximadamente aos 15 anos,
facilitando assim uma educação, ou uma evolução psicomotora, progressiva e normal.

Uma evolução psicomotora normal permite à criança passar os


movimentos globais aos mais específicos e do movimento espontâneo ao
movimento consciente, podendo subdividi-los em: estáticos
(movimentos que envolvem equilíbrio) e dinâmicos (movimentos de
grupos musculares diferentes, em ação simultânea, que resultam numa
movimentação voluntária mais ou menos complexa).
(JOSÉ, 1999, p.100)
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É importante que os professores que lidam diariamente com as crianças conheçam


sobre os aspectos distintos que abrangem o desenvolvimento psicomotor, e a contribuir
para o desenvolvimento psicomotor da criança, o quanto a criança em seu processo de
crescimento e desenvolvimento pode desenvolver-se, a partir da realização destas
atividades, que se consistem em movimentos e atividades simples e que o professor pode
perfeitamente desenvolvê-las na escola, como nos mostra JOSÉ (1999).

ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR


Esquema Corporal Adquirir consciência do próprio corpo e das possibilidades de
(Formação do EU) expressar-se por meio dele.
Lateralidade Perceber que os membros não reagem da mesma forma.
Exs.: Pular com o pé direito ou com o esquerdo;
Escrever com a mão direita ou esquerda.
Orientação Espacial Localizar-se no espaço e situar as coisas umas em relação as
outras.
Orientação Temporal Situar-se no tempo.
Desenho e grafismo Expressar-se no papel.
Fonte: JOSÉ (1999:103)

Os alunos que apresentam distúrbios psicomotores são aparentemente normais


embora possuam dificuldades acentuadas para aprender a ler e a escrever. “Este distúrbio
pode se originar de uma disfunção cerebral mínima, de um problema físico ou dos
problemas emocionais”. JOSÉ (1999, p.105).
Devemos levar em consideração a idade do aluno, se essa está compatível com o
que aprendeu, pois sabemos que a maturidade tem influência direta com a idade da criança.

Um professor da pré-escola, tendo em conta a idade cronológica de seus


alunos, deve saber o que pode esperar do ponto de vista da linguagem,
da inteligência e do corpo. A partir daí tem condições de dosar a
estimulação em cada uma desta área, para que seus alunos possam
amadurecer de uma forma equilibrada em todos os aspectos (intelectual,
afetivo e corporal). Um desnível na estimulação, com o conseqüente
amadurecimento numas das áreas em detrimento das outras, pode dar
origem desajustamento, disfunções as distúrbios psicomotores que irão
afetar o processo de integração do individuo na sociedade.
(JOSÉ, 1999, p.107)

Um dos problemas que o professor, deve observar e trabalhar na criança é o


desenvolvimento e compreensão da lateralidade.
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Para Assunção José (1999, p.110), a lateralidade pode ser definida “a partir da
preferência neurológica que se tem por um lado do corpo, no que diz respeito a mão, pé.
Olho e ouvido. Essa preferência é importante para desenvolver diferentes atividades,
inclusive a leitura”.
Estudiosos e pesquisadores, que discutem a respeito da lateralidade, acreditam que
existe no cérebro um hemisférico dominante, teríamos o destro e o canhoto.
Até os 18 meses, segundo José (1999, p.12), é nítido o ambidestrismo, ou seja, o
uso indiscriminado de todos os lados. A partir dos 2 anos de idade, é que a criança define
sua lateralidade.
Deve haver uma dominância de lateralidade. “Quando há dominância direita ou
esquerda, não ocorre nenhuma perturbação no esquema corporal, mas quando a
lateralidade é cruzada, os distúrbios psicomotores são evidentes e resultam em
deformações no esquema corporal.” (JOSÉ, 1999, p.123).
Este tipo de distúrbio psicomotor é mais comum entre as crianças canhotas do que
entre as destras.
A lateralidade cruzada pode apresentar segundo José (1999,p.14):

- Mão direita dominante;


- Mão direita dominantes versus pé esquerdo dominante;
- Mão esquerda dominante versus olho direito dominante;
- Mão esquerda dominante versus pé direito dominante.

É importante lembrar que a análise da lateralidade é preciso excluir os casos de


deficiência de visão e audição.
De acordo com Scoz (1994, p.74), a criança com lateralidade cruzada pode
apresentar os seguintes problemas:

- Ato índice de fadiga;


- Freqüentes quedas (é desajeitado e desastrada);
- Atenção instável;
- Coordenação pobre, não conseguindo desenvolver satisfatoriamente as
habilidades manuais;
- Problemas de linguagem, principalmente as dislalias, linguagem enrolada
e rápida;
- Distúrbio de sono;
- Escrita repassada, espelhada, de cabeça para baixo ou ilegível (apresenta
omissões de letras ou silabas e lentidão);
- Leitura também comprometida;
- Intranqüilidade, sensações de inadequação ou de inferioridade.
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Na visão de José (1999, p.123), a criança com esse tipo de distúrbio psicomotor,
pode freqüentar uma classe comum, mas necessita de um trabalho especializado,
individualmente e com supervisão médica.
A respeito da coordenação motora fina, entendemos que são as crianças que
possuem dificuldades de coordenação motora fina podem ser as crianças que não
conseguem realizar certas atividades que requerem uma operada habilidade manual. Esta é
indispensável para o desenvolvimento do grafismo.
As crianças que apresentam este problema pegam no lápis com força ou leve
demais.
Não possuem agilidade no manejo e embora conheçam os sinais gráficos, o fazem
de forma ilegível.

Tais problemas podem fazer-se notar tanto na pré-escola como nas séries
iniciais, quando a criança está iniciando o processo de desenvolvimento
da escrita e pode decorrer de fatores como: retardos de maturação, certas
desarmonias tônico-motoras, etc. (JOSÉ, 1999, p.89)

2.2. A escola e a família diante dos problemas de distúrbios de aprendizagem

Pensamos que o primeiro papel da escola em função dos problemas de


aprendizagem deva ser o de procurar se inteirar sobre o assunto.
O professor desempenha um papel imprescindível, tanto no papel diagnóstico
quanto no educativo. Mas não podemos deixar de citar o papel da família nesse processo.
Segundo José (1999, p. 95) “é muito importante o papel do professor, juntamente
com a família, no que diz respeito ao diagnóstico e acompanhamento de crianças que
apresentam problemas de aprendizagem específicos de leitura e escrita.”.
Precisamos, enquanto professores e educadores, determinar o mais cedo possível a
causa da dificuldade de aprendizagem.
O diagnóstico precoce é fundamental para a superação das dificuldades escolares.
Neste processo o professor é um elemento que possui um papel de destaque no
reconhecimento das crianças com dificuldade de aprendizagem, já que está diariamente
envolvido no processo ensino-aprendizagem.
14

Estando em contato direto com as crianças o professor percebe de imediato o aluno


que apresenta dificuldades para ler, aqueles que fazem trocas ortográficas, lentidão para
realizar tarefas escolares, etc.

(...) se os problemas de leitura e escrita são compreendidos como


dificuldades, a causa é independente da boa ou má vontade da criança
em realizar as tarefas. Neste caso, compreende-se que, apesar de todo
esforço que o aluno dispensa, dificilmente conseguirá corresponder as
expectativas escolares sem apoio externo.(LOURDES, 1998, p. 67)

Após uma análise criteriosa, o professor junto com os demais profissionais da


escola, encaminhará a criança para um tratamento especializado, de preferência ao
psicopedagogo.
Este irá fazer um estudo do caso da criança, diagnosticar e tratar o que for somente
de sua competência. Se não, encaminhará para outros profissionais de acordo com a
necessidade: fonoaudiólogo, psicólogo, neuropediatra, etc., sem contudo deixar de prestar
seu trabalho paralelamente. As autoras completam:

Além do trabalho feito com a criança pelo especialista ao qual ela foi
encaminhada, cabe ainda ao professor realizar um atendimento
individualizado, exigindo do aluno uma participação de acordo com seus
limites. Mais uma vez, o ponto crucial da resolução dos problemas de
aprendizagem fica restrito a relação professor-aluno. (JOSÉ, 1999 p.115)

O professor tem papel de destaque também a nível reeducativo, dispensando ao


aluno uma atenção especial, assumindo um comportamento compreensivo e estimulador
frente a criança, respeitando seu ritmo, não a envolvendo em situações de competição ou
que geram ansiedade (ler em alto, frente a classe, escrever na lousa frases ditadas
oralmente), evitando comparações, conversando sobre suas dificuldades e seus progressos
(mínimos que sejam), desenvolvendo sua auto-estima.
De acordo com Scoz, (1994, p.77) “crianças com dificuldades para ler e/ou
escrever, possuem geralmente habilidades para pintura, musicam matemática, ciências,
cabendo ao professor e a família reforçar estas áreas como meio de compensar suas
limitações”.
Esta força de trabalho conjunto, envolvendo o professor e o psicopedagogo, trará ao
aluno, a sensação e a certeza de que conseguirá superar os obstáculos, já que está sendo
apoiado por pessoas nas quais ele confia e que confiam nele.
15

Por fim, afirmamos que a família possui papel preponderante nesse processo
reeducativo visto que é principalmente no ambiente familiar que a criança precisa receber
amor, carinho, compreensão e estímulo para se desenvolver de maneira sadia e assim,
adaptar-se a sociedade.
E a escola, deve dar seqüência a esse ambiente, oportunizando a criança a interagir
com outras crianças, de forma a lhe possibilitar o desenvolvimento da linguagem em seus
vários aspectos.
O professor deve atuar como coadjuvante no processo reeducativo, visto que suas
atitudes podem minimizar o problema ou agravá-lo.
A observação diária por parte do professor é primordial para o levantamento dos
problemas.
Ele precisa ser constante nos aspectos de comportamento, características físicas,
realização de atividades, relacionamento, etc.
O contato professor/pais deve ser valorizado, pois estes fornecerão dados sobre o
modo de vida da criança, o seu relacionamento familiar, se existem outras pessoas com
problemas na família e que oportunidades lhe são oferecidas para um desenvolvimento
sadio.
Muitas vezes este contato revela fatores de origem da deficiência e ao mesmo
tempo, fornece ao professor a oportunidade de orientar os pais a respeito.
Conforme José (1999, p.124), “as atitudes do professor podem minimizar o
problema ou agravá-lo. Seu papel é muito importante na integração do aluno, porque a
criança com problemas é mais suscetível a conflitos emocionais.”
Neste sentido, é de inteira relevância que o professor mantenha contato com a
família, atuando como orientador frente aos problemas de aprendizagem que surgirem,
assumindo este papel, o educador poderá contribuir para o sucesso escolar do educando.
Scoz, (1994, p.93), cita as atitudes que devem ser evitadas, por serem negativas:

- Ressaltar as dificuldades do aluno, distinguindo-os dos demais. Essa


atitude faz surgir ou agravar sentimentos de inferioridade e frustrações;
- Corrigir o aluno com freqüência perante a classe (faz com que ele se
torne alvo de risos de colegas e fique exposto ao ridículo);
- Mostrar impaciência ante os erros da criança;
- Relegar (pôr de lado) ou ignorar a criança que não consegue superara
suas dificuldades;
- Por outro lado, existem várias atitudes a serem adotadas pelo professor
que ajudam muito a criança. Se não solucionam, pelo menos minimizam o
problema e trazem benefícios também para a escola;
16

- Não esquecer de que embora cada criança seja diferente uma da outra,
todos de igual faixa etária, tem as mesmas necessidades de amor,
compreensão e aceitação;
- Evitar que o aluno se sinta inferior;
- Considerar o problema de maneira objetiva;
- Não exigir além do limite da criança, considerar seu esforço (afinal não é
por vontade própria que ela tem dificuldade);
- Avaliar o desempenho do aluno pela qualidade do seu trabalho, com o
mesmo critério que adotou para os outros. Ele não deve receber nota mais
baixa por causa do seu problema ou mais alta por compaixão;
- Estimulá-lo a enfrentar o problema longe dos outros e com muito tato,
conversar com ele sobre sua deficiência, estimulando-o a superá-la;
- Despertar no aluno sua autoconfiança, demonstrando que não sente
desagrado por ele;
- Encorajá-lo a desenvolver atividades nas quais se distingue, dar-lhe apoio
e valorizá-lo sempre que merecer.

Estas são atitudes simples que podem ser colocadas em prática facilmente e fazem
uma grande diferença na reabilitação da criança.
17

3. Metodologia

Problemas ou distúrbios de aprendizagem é uma questão que inquieta muito os


profissionais por não saberem distinguí-los.
Para tanto, este trabalho tem como objetivo desenvolver uma compreensão sobre
ambos.
A metodologia de pesquisa quanto aos fins, caracteriza-se como pesquisa
bibliográfica e de um estudo de caso, partindo de referências onde tomamos conhecimento
e analisamos as contribuições cientificas do assunto em questão.
Nos utilizamos da pesquisa bibliográfica por entender que:

(...) é por meio dela que tomamos conhecimento da produção existente e


nos atualizamos constantemente. O domínio dos autores pode ajudar na
criatividade do pesquisador por que por meio deles chegamos a saber o
que se produziu de importante sobre os avanços realizados a respeito
dele. Além disso, a pesquisa bibliográfica consegue colocar a ..... frente
a paixão por nosso objeto de investigação, apontando-nos os autores
envolvidos com o horizonte de nosso interesse. (SILVA, 2002, p. 46-47)

Esta pesquisa é de fundamental importância porque favorece para que tenhamos


uma confirmação acerca de nossa hipótese ou questão, baseada no referencial de outros
pesquisadores já tornados públicos,
Optamos também, por um estudo de caso que possibilitou os elementos necessários
à discussão do quadro teórico.
Podemos entender sobre estudo de caso como:

(...) O estudo que não separa o fenômeno de seu contexto que é estudado
profundamente (...). Assim, na investigação de um sujeito como todas as
questões que o rodeiam, como por exemplo, no estudo de caso de um
aluno da 4ª série, será analisado o exame de sua condições de vida, a
escolaridade de seus pais, o tipo de alimentação, a opinião dos
professores, etc. (SILVA, 2002 p.49)

Nesta perspectiva, o estudo de caso favorece para que tenhamos uma visão global
de fenômeno, possibilitando analisar todo o contexto em que está inserido o objeto de
estudo.
18

O objeto de estudo foi encontrado a partir de uma conversa com uma professora
sobre distúrbios de aprendizagem. Esta nos disse que seu irmão de 10 anos teria um
“problema” na fala, não pronunciando as palavras adequadamente. Então, preparamos uma
anamnese e um roteiro de perguntas (ANEXO) para fazermos a investigação.
A população investigada constou de um (01) aluno do sexo masculino, de 10 anos
de idade; um (01) representante de sua família (mãe) e três (03) de suas professoras, sendo
uma da alfabetização, uma da 3ª série e a atual da 4ª série, com variáveis nas idades de 25 a
32.
Os dados foram coletados através de entrevistas gravadas.
A anamnese foi direcionada a mãe com o objetivo de colher informações sobre a
criança desde a gestação da mãe até os dias atuais, focando pontos como: dados de
identificação da criança, filiação; constelação familiar; dados escolares; alimentação;
desenvolvimento psicomotor; hábitos; doenças da infância; dados da gestação; saúde geral;
controle dos esfíncteres; sono; outros tratamentos, aspectos de relacionamento;
hereditariedade. Para avaliar a vida da criança, este diagnóstico seria fundamental para o
encaminhamento a um especialista, no caso um fonoaudiólogo.
As questões direcionadas aos professores contemplaram os seguintes aspectos sobre
a criança se: segue orientações de pais e professores; é organizado em suas atividades; tem
iniciativa, autonomia; participa das atividades grupais na escola ou comunidade; freqüenta
regularmente a escola; sofre alguma rejeição, gozação, aceitação, indiferença; as atitudes
do aluno frente as tarefas e escolares são de interesse, concentração ou dispersão; o
comportamento do aluno geralmente é de paciência, irritação, tensão e relaxamento. O
aluno responde às tarefas solicitadas pelos professores (sim, não ou com ajuda); os
cadernos e os livros são organizados, sujos, limpos, rasgados, com correção dos
professores. Por último, focaram pontos como as habilidades do aluno; a integração da
família na escola; relacionamento da criança com os professores.
Aplicamos ao aluno um diagnóstico de leitura e de escrita com o objetivo de
detectar o problema ou o distúrbio de aprendizagem, que constou de dois textos e de uma
lista de palavras com silabas complexas, dígrafos, palavras com r no inicio, no meio e no
final de palavras.

Texto
19

Pedro Pereira Pinto pede passagem pra o Pará pode passar Pedrinho para pintar
Pernambuco.

Lista de palavras
Leitura das palavras pelo aluno

arara flores
arco fluminense
bicicleta lápis
brincar lata
cachorro livro
cantor medalha
carro mulher
clara Nascer
cloro passarinho
cobra pássaro
crescer pessoa
escritor prato
escritora rato
Flamengo ribeiro
flecha troca
Texto para a análise da compreensão leitora do aluno

Menino brinca de boneca?

Muita gente fala que menino ou gordas, há aquelas que são


(homem) é superior, mais espertas, corajosas, ou
melhor que a menina (mulher) indefesas.
Que ele, como já vimos, Essa diferença, preste atenção,
é mais esperto, a gente vai encontrar
corajoso e inteligente. de pessoa para pessoa, e não
“Homem se vira em qualquer lugar” por ser homem ou mulher.
E a menina? Não é por serem meninos,
“Elas são muito chatas, que todos vão ser iguais.
choram à toa. Ou por serem meninas,
Parecem que todas terão o mesmo
manteiga-derretida”. jeito.
Não é verdade. O que acontece Cada um é diferente do outro.
é que as pessoas são E o que devemos fazer é
diferentes. Assim como há aceitar as pessoas do jeito
pessoas altas, magras, baixas que elas são.

Marcos Ribeiro e Bia Salgueiro


Menino brinca de boneca?
Rio de Janeiro: Salamandra, 1990.

Esta pesquisa utilizou-se de uma abordagem qualitativa chegando à compreensão


do fenômeno em foco, a partir do reconhecimento de dados que foram organizados e
interpretados à luz do referencial teórico.
No decorrer da análise e discussão dos resultados, os sujeitos envolvidos na
pesquisa são representados pelos signos: A-M/4ª (para aluno do sexo masculino) estudante
da 4ª série; M-A (mãe do aluno); P-1/alfa (professora da alfabetização); P-2/3ª (professora
da 3ª série); P-3/4ª (professora da 4ª série).
4. Análise e discussão dos resultados

Análise das entrevistas com os professores

Consoante a análise das entrevistas realizadas com os ex-professores e com o


professor atual do aluno, pudemos conhecer a realidade escolar deste educando.
As questões direcionadas contemplavam os aspectos sobre a criança dentre eles, se
seguia orientações dos professores e vemos que apenas a professora P-1/ALF nos disse que
o aluno seguia as orientações, as demais professoras deixaram a entender que oscilava, às
vezes sim, às vezes não.
Quanto à organização em suas atividades, segundo as professoras ele é mais
organizado nas atividades de classe, seus cadernos são sujos, rasurados e sua letra é muito
grande.
A partir do relato compreendemos que o aluno não é organizado em seus materiais
escolares.
Ao observarmos também seus cadernos percebemos que estes são rasurados,
desorganizados. Sua letra é enorme, alongada e comprida, o aluno escreve lentamente,
podemos então dizer que encontramos disgrafia se definirmos os disgráficos segundo
Bastos (2003, p.68),

Os disgráficos apresentam movimentos incoordenados; rasuras; caderno


sujo; rasgado; proporção das letras inadequadas; escrita em espelho; letra
exageradamente grande ou não legível; debilidade no traçado;
dificuldade em copiar do plano vertical para a horizontal, como do
quadro para o caderno, lentidão ao escrever.

Sobre iniciativa e autonomia este não apresenta, necessitando de apoio dos


professores e da convocação dos colegas.
Para que a criança tenha autonomia na resolução de atividades é necessário que
estas tenham significado, sejam estimulantes. E o professor tem um papel fundamental
quando intervêm, ajuda e propõe desafios dando segurança para que o educando se sinta
capaz.
Quando perguntamos se o educando participa das atividades grupais, os docentes
afirmaram que às vezes sim, às vezes não e que este era muito brincalhão e mexia com os
colegas o tempo todo, não levando a sério.
As atividades em sala de aula devem ser permeadas de situações em que os alunos
estejam dispostos em grupos. De maneira objetiva, cada membro da equipe tem uma
função, uma responsabilidade a cumprir, assim não há quem fique desocupado. Todos
devem cumprir suas tarefas e logo após a socialização coletiva.
A respeito da visão do grupo social e escolar em relação ao aluno, este sofria
algumas gozações devido à maneira de falar, assim quando ele falava os alunos ficavam
repetindo o que ele dizia, imitando sua voz e isso o deixava um pouco constrangido e os
coleginhas ainda o criticavam pela sua lentidão ao escrever.
Quanto à freqüência do aluno, este só faltava por motivo de doença.
A respeito de suas atitudes frente às tarefas escolares percebemos que é de recusa
embora algumas vezes as faça. O que percebemos é que o aluno é desmotivado, não tem
estimulo.
As atividades propostas em sala de aula devem ser desafiantes, mas possíveis de
serem realizadas, quando o aluno se sente incapaz de resolvê-las, este não tem motivação.
No que concerne ao seu comportamento, oscilava bastante, é muito impaciente, mas
não é irritado.
Sobre suas habilidades, ele se destaca na matemática. Os professores acreditam que
decorre devido à convivência com o pai no comércio.
A respeito da visão do professor e do aluno é que este é muito mimado e dengoso.
A integração do aluno com os colegas é boa, este é amigo.
Por último os educadores comentaram que a família não participa de reuniões na
escola, só vão para receber o boletim no final do ano.
De modo geral, através do relato dos professores percebemos que estes necessitam
compreender mais a criança, principalmente no que respeito ao distúrbio da fala e
problemas de aprendizagem de leitura e de escrita que este apresenta.
Os pais por sua vez deverão participar mais da vida escolar do filho, indo às
reuniões de pais e mestres e procurando o professor para saber como está a situação de
aprendizagem do filho.
Ressaltamos conforme o que já foi exposto pelos professores que apenas o pai
freqüenta a escola e conversa com os professores, a ausência da mãe é quase total. E o que
percebemos também, através de conversas com a mãe, é que esta atribuiu a culpa da
dificuldade de aprendizagem da criança aos professores.
Na realidade podemos verificar através do depoimento dos professores, que estes
necessitam estudar mais para terem uma melhor postura e qualificação profissional, porque
percebemos a incoerência e imparcialidade em seu discurso.
A questão da oralidade dos professores é algo que precisa ser melhorado para que
estes possam contribuir com a expressão oral dos alunos.

Pauta de análise da leitura e escrita da criança

Consoante a aplicação do diagnóstico de leitura e de escrita aplicado ao aluno A-


M/4ª, obtivemos:
Texto
Pedro Pereira Pinto pede passagem pra o Pará pode passar Pedrinho para pintar
Pernambuco.

Leitura do texto pelo aluno


Pedo Poleila Pinto pé dé passageme pala Pala pó de passar pedilho pala pintar
Pernambuco.

Escrita do texto pelo aluno


Pedre perero piNto pede passaGem para o para pode passa pedrehhi para piNta
PerRNebuco.

Lista de palavras
Leitura das palavras pelo aluno
prato - pato
rato - rato
arara - alanha
arco - aco
bicicleta - bicicleta
Fluminense - fluminense
lápis - lápis
mulher - mulher
pássaro - passalo
crescer - cecer
cobra - coba
carro - caco
Ribeiro - ri-be-i-lo
troca - tocá
flecha - fêcha
clara - cala
lata - lata
medalha - medalha
pessoa - passo
nascer - nacer
brincar - bincar
escritor - cecidor
escritora - esquitola
cantor - carta
Flamengo - famengo
cloro - colo
livro - livo
cachorro - cachorro
passarinho - passalinho
flores -fules

Escrita das palavras pelo aluno


prato - preto
rato - rata
arara - arara
arco - acor
bicicleta - biciqueta
Fluminense - fleonece
lápis - lpis
mulher - mulhas
pássaro - passara
crescer - quissuto
cobra - cobro
carro - carro
Ribeiro - ribeiro
troca - tome
flecha - techa
clara - clara
lata - lata
medalha - medalha
pessoa - pessoas
nascer - nasseu
brincar - brinca
escritor - clequata
escritora - clequata
cantor - catar
Flamengo - flamego
cloro - claro
livro - livro
cachorro - cachorra
passarinho - passinho
flores -flor

Inicialmente observamos a leitura a escrita do aluno, onde percebemos que este


apresente um transtorno na fala, que podemos classificar de dislalia funcional, por ser a
mais freqüente em crianças em idade escolar.
Esta criança troca e omite o fonema r, como em arara – lê alala; livro – lê livo;
pássaro – lê passalo; claro – lê calo; cloro – lê colo; flecha – lê fecha.
Já em posição do r no inicio da palavra como um rato – ele lê corretamente rato;
mulher – lê mulher, pronunciando fortemente o último fonema.
Podemos diagnosticar como distúrbio funcional (segundo a definição de Riche
(1998, p.129-130):
A dislalia funcional caracteriza-se pela omissão, substituição ou
deformação de fonemas. Pode ser simples, se afetar apenas um fonema e
múltipla, se afetar mais de um fonema. (...) Alunos portadores de dislalia
funcional demonstram intranqüilidade, distração e timidez, às vezes até
apatia. Pode ainda ser agressivo e apresentar um baixo rendimento
escolar. É importante ressaltar que o distalico é uma pessoa normal, que
apresenta somente um distúrbio.
Quanto mais precocemente for tratado, melhor será o prognóstico de
cura. O terapeura, porém deve contar com o auxílio dos pais e do
professor. Geralmente, os fonemas mais afetados são as consoantes.

Nos utilizamos de Riche ( op. cit ) onde cita as distorções mais freqüentes nas letras
r, f e s. ex.: póla/bola; livo/livro; craba/caba; prita/preta; gwará/guaraná; tendo como causa
a hereditariedade; diminuição de atenção; imitação e bilingüismo; educação familiar
inadequada; atraso ao desenvolvimento motor; atraso da maturação neurológica;
dificuldade na percepção de tempo e espaço; transtorno no comando dos órgãos
articuladores relacionados à sensibilidade, à mobilidade e ao tônus.
Quanto ao tratamento deverá ser programado em função da causa.

Nos casos em que há atraso no desenvolvimento motor e no da


linguagem e das percepções, estes aspectos devem ser corrigidos antes
de se abordarem as dificuldades de articulação; e nos casos de imitação e
bilingüismo, o terapeuta deverá orientar a família no acompanhamento
do tratamento. Em caso de ambiente familiar inadequado, é
recomendável uma intervenção de psicólogo.
(RICHE, 1998, p.129-130)

Neste sentido, reconhecemos que o aluno A-M/4ª pode se enquadrar nesse perfil:
demonstra intranqüilidade, distração, timidez, baixo rendimento escolar e apatia à
professora P-2/3ª.
Em sua fala, apresenta dislalia múltipla, porque afeta dois fonemas (r,l) rotacismo,
distorção na articulação do r e do f; omissão de fonemas (aspectos detectados no âmbito da
realização do diagnóstico).
Diagnosticando as causas que levam esta criança a ter este distúrbio, somos
convictos de que a educação familiar tem uma parcela de culpa. Segundo alguns
professores a criança é muito mimada em casa.
Quanto à apatia à professora o aluno afirma que: “não gostava da professora P-2/1ª,
a sala tinha bagunça”.
A partir da afirmativa do educando percebemos que a apatia pela professora é uma
forma de expressar a falta de ordem, disciplina na sala de aula.

Os relatos dos professores testemunham que a questão disciplinar é,


atualmente, uma das dificuldades fundamentais quanto ao trabalho
escolar. Segundo eles, o ensino teria como um de seus obstáculos atrair
a conduta desordenada dos alunos, traduzida em termos como: bagunça,
tumulto, falta de limite, maus comportamentos(...)
(AQUINO, 1996, p.40)

Confrontando o pensamento do autor com a afirmativa da criança, o próprio aluno


se dá conta de que a falta de disciplina em sala de aula é um fator que favorece para que a
figura do professor não seja bem aceita. O autor por sua vez, descreve as condutas
indisciplinares dos alunos como um obstáculo ao ensino.
É necessário conhecer as reais causas da indisciplina. Para tanto, a escola necessita
integrar a família e procurar através de uma relação dialética resolver esta problemática.
A apatia do aluno pela professora favorece para que este tenha um comportamento
indesejável.

Análise da compreensão leitora do aluno


Menino brinca de boneca?
Muita gente fala que menino ou gordas, há aquelas que são
(homem) é superior, mais espertas, corajosas, ou
melhor que a menina (mulher) indefesas.
Que ele, como já vimos, Essa diferença, preste atenção,
é mais esperto, a gente vai encontrar
corajoso e inteligente. de pessoa para pessoa, e não
“Homem se vira em qualquer lugar” por ser homem ou mulher.
E a menina? Não é por serem meninos,
“Elas são muito chatas, que todos vão ser iguais.
choram à toa. Ou por serem meninas,
Parecem que todas terão o mesmo
manteiga-derretida”. jeito.
Não é verdade. O que acontece Cada um é diferente do outro.
é que as pessoas são E o que devemos fazer é
diferentes. Assim como há aceitar as pessoas do jeito
pessoas altas, magras, baixas que elas são.

Marcos Ribeiro e Bia Salgueiro


Menino brinca de boneca?
Rio de Janeiro: Salamandra, 1990.

Leitura do Texto pelo aluno


Muita gente fala que o menino as pessoas ata maija baixa
homem é supelior. o goda há aquela de são
Mulher que a menina mulher mãe epeda colajosa itiliza
que ela como já vio E já essa dipede pede atenção
é mais esperto a gente vicconta
colajoso e inteligente de pessoas para pessoas é não
O homem seve é pose homem o mulher
jula não é pó si a menina
A menina que tudo vai ser igua
A são muita jata ou pó selo meninos
cola a to que todas tela com mesmo jeito
palece ainda a uma é difelente o so outo
metiu detuda E o que devemo taler é
não vedade aduta as pessoas de jeito
e que as pessoas são que ela são.
difelentes assim como já

A dificuldade de interpretação textual que envolve a formação da compreensão


leitora apontada por muitos professores, é uma questão que requer uma análise contextual.
Com relação a leitura organizada pelo aluno este nos desse que o texto tratava de:
“É muito o menino ela pala bincar de boneca é pá bincar de carro de carrinha e outras
casas, e só.”
Este aluno não leu prontamente o texto, omitiu algumas palavras, na maioria das
vezes leu soletrando. O educando não conseguiu retrair a idéia central do texto, mesmo
com a intervenção do professor/pesquisador.
Sobre essas dificuldades Bastos, refere:

O aluno que teve dificuldade de compreensão leitora geralmente


representa as seguintes características: - desconhece total ou
parcialmente o significado das palavras; - não consegue extrair a idéia
central dos parágrafos ou textos; - tem limitações ou incapacidade de
expressar com suas palavras o texto que leu(...)
(BASTOS, 2003,p.143)

Nesta ótica, é de fundamental importância que o professor em sua didática de sala


de aula, proporcionou ao educando momentos interativos de leitora significativa, buscando
motivar o aluno para a ação leitora, tomando a apropriação da compreensão textual.
Quanto ao nosso objeto de estudo é necessário deslocar um olhar mau analítico,
visto que este apresenta um transtorno na fala é que prejudica um pouco a compreensão
leitora.

5. Conclusão

O professor desempenha um papel imprescindível, tanto no papel diagnóstico


quanto no reeducativo. É muito importante o papel do professor, juntamente com a família,
no que diz respeito ao diagnóstico e acompanhamento de crianças que apresentam
problemas de aprendizagem específicos de leitura e escrita.
Devemos ter uma preocupação em determinar o mais cedo possível a causa da
dificuldade de aprendizagem.
O diagnóstico precoce é fundamental para a superação das dificuldades escolares.
Neste processo é um elemento que possui um papel de destaque no reconhecimento
das crianças com dificuldades de aprendizagem, já que está diariamente envolvido no
processo ensino-aprendizagem.
Estamos em contato direto com as crianças, o professor percebe de imediato o
aluno que apresenta dificuldades para ler, aqueles que fazem trocas ortográficas, lentidão
para realizar tarefas escolares, etc.
Quando os problemas de leitura e escrita são compreendidos como dificuldades, a
causa é independente da boa ou má vontade da criança em realizar as tarefas. Neste caso,
compreende-se que, apesar de todo o esforço que o aluno dispensa, dificilmente conseguirá
corresponder às expectativas escolares sem apoio externo.
Após uma análise criteriosa, o professor junto com os demais profissionais da
escola, encaminharão a criança para um tratamento especializado, de preferência ao
psicopedagogo.
Esta irá fazer um estudo do caso da criança, diagnosticar e tratar o que for somente
de sua competência. Se não, encaminhará para outros profissionais.
No que concerne ao estudo de caso realizado com o aluno A-M/4ª percebemos que
este possui um distúrbio de aprendizagem, que podemos considerá-lo de dislalia funcional,
um distúrbio que compromete a fala, e que geralmente apresenta em crianças em idades
escolares.
Através do diagnóstico detectamos também que o aluno é portador de uma
dificuldade de escrita, chamada disgrafia ideográfica, com as características peculiares
desta como desorganização dos cadernos, apresentando rasuras, folhas amassadas, sujas,
etc. e com escrita em tamanha desproporcional, alongada.
No que diz respeito ao tratamento da criança, sugerimos que esta seja encaminhada
a um profissional da área, um fonoaudiólogo, onde este compreenderá melhor o caso,
possibilitando assim, o tratamento adequado ao distúrbio.
Por fim, é necessário que os pais participem mais da vida escolar do filho,
compreendendo-o como uma criança normal, mas que necessita de mais atenção, não
sendo estereotipada como alguém indisciplinado ou desorganizado e compreendê-la em
sua individualidade inserindo-a num contexto coletivo.
Para que isso realmente aconteça, é necessário o apoio psicopedagógico, onde o
psicopedagogo possa trabalhar junto aos professores e a família, com o intuito de
compreenderem o distúrbio que a criança apresenta e conseqüentemente resgatar a auto-
estima e a vontade de aprender.
6. Bibliografia

AQUINO, Júlio Gropa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo:
Summuns, 1996.

BASTOS, Marbênia Gonçalves Almeida. Formação de Professores para o Diagnóstico


das dificuldades de leitura e de escrita. Fortaleza: Ed: EDUE, CE, 2003.

DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo, Ática, 1995.

JOSÉ, Elisabete Assunção; COELHO, M. Tereza. Problemas de Aprendizagem. 6ª ed. São


Paulo: Ática Ed., 1995.

PSICOPEDAGOGIA. Revista da Associação de Psicopedagogia – Volume 19 – no 60,


São Paulo, 2002.

RICHE, Rosa et al. Oficina da palavra. São Paulo: FTD, 1988.


SCOZ, Beatriz. J.L. Psicopedagogia e Realidade Escolar: O problema escolar e de
aprendizagem. 7ª ed. Petrópolis. RJ.: Vozes, 1994.

SCOZ, Beatriz J.L.; BARINE; CAMPOS et al. Psicopedagogia: Contextualização,


Formação e Atuação Profissional. Porto Alegre: Artes Medicas, 1991.

SILVA, Marise Borba da et. al. Introdução a pesquisa em educação. Florianópolis:


UDESC, 2002.
ANEXO

Entrevista com o professor

1. O aluno seguiu a orientação de pais e professores?

2. Ele era organizado em suas atividades?

3. Ele tinha iniciativa, autonomia?

4. Ele participava das atividades grupais na escola ou comunidade?

5. Como era a freqüência dele na escola?


6. Qual era a visão do grupo social e escolar em relação ao aluno? (rejeição, gozação,
aceitação, indiferença)

7. As atividades do aluno frente às tarefas escolares eram de interesse, concentração


ou dispersão?

8. O comportamento do aluno geralmente é de paciência, irritação, tensão ou


relaxado?

9. O aluno respondia as tarefas solicitadas pelo professor? (sim, não ou com ajuda).

10. Quais as habilidades do aluno? (escrita, leitura, matemática, desenho, música,


teatro, artesanato, outros).

11. Como eram os cadernos e os livros dele? (organizados, sujos, limpos, rasgados,
com correção dos professores).
APÊNDICES
ANAMNESE

Construção da Anamnese

01. Dados de Identificação


Nome completo:
Data de Nascimento: ______/_____/_______ idade:
Filiação:
Mãe _____________________________________________________________________
Idade ___________________ Profissão ________________________________
Grau de escolaridade ___________ Religião ___________________________
Pai ______________________________________________________________________
Idade ___________________ Profissão ________________________________
Grau de escolaridade ___________ Religião ___________________________
Estado Civil _______________________
Endereço _________________________________________________________________

2. Constetação Familiar

PAI MÂE

Sexo

1ª 2ª 3ª

3. Dados escolares
Escola ___________________________________________________________________
Série __________________ Turno ______________ Turma ___________________
É alfabetizado ( ) sim ( ) não
Qual o método utilizado
( ) silabário
( ) construtivismo
( ) Pós-construtivismo
( ) outro. Qual _______________________________________
Gosta de estudar? ( ) sim ( ) não

4. Alimentação:
Foi amamentado? ( ) sim ( ) não
Quanto tempo ? ________________________
Usou mamadeira? ( ) sim ( ) não
Quanto tempo? _______________________
Em que idade aconteceu a passagem da alimentação líquida para a pastosa? ___________
Apresentou engasgo? _____________________ E da pastosa para a sólida? ____________
Apresentou engasgo? ______________________
Qual foi a reação? __________________________________________________________
Come tudo? _____________________________
Mastiga bem os alimentos? ______________________________

5. Desenvolvimento Psicomotor
Período em que:
Começou a se arrastar __________________________
Sentou com apoio ___________________________
Sentou sem apoio __________________________
Engatinhou __________________________
Ficou de pé com apoio __________________________
Ficou de pé sem apoio __________________________
Andou __________________________
Parou de esbarrar em pessoas ou objetos __________________________
Ou nunca aconteceu ? __________________________

6. Hábitos
Chupou o dedo? ________________ Até quanto? ____________________
Chupou chupeta? ________________ Até quanto? ____________________
Tinha o hábito de dormir cheirando fralda ou agarrado a algum brinquedo? ____________
7. Doenças da Infância
Já teve alguma doença como:
( ) sarampo
( ) catapora
( ) Rubéola
( ) Outras. Quais? _________________________________________

8. Dados da gestação
Idade da mãe quanto concebeu o filho? ______________________
Idade do pai? ________________________
Foi uma gravidez desejada? __________________________
Durante a gravidez usou algum tipo de droga? ______________________
Fez o pré-natal? ________________________________
Realizou algum tipo de exame:
( ) raio-x
( ) tomografia
( ) mamografia
( ) US.
( ) Outros
Tipo de parto? __________________________________
Onde Nasceu? ____________________________________
Teve alguma interocorrência na gestação? ________________________________
Comprimento e peso da criança? _________________________________
Usou incubadora? _______________ Quanto tempo? ________________
Foi pré-maturo ou não? _______________________
Chorou logo? _______________________

9. Saúde geral
É saudável? __________________________
Passou por algum processo cirúrgico? __________________
Quanto tempo esteve internado? ____________________
É alérgico? ___________________ Que tipo de alergia?
Tomou vacinas? _____________________
10. Controle dos Esfíncteres
Controla as esfíncteres:
( ) urinária
( ) fecal
( ) diurno
( ) noturno

11. Sono
( ) normal
( ) agitado
Fala durante a noite enquanto dorme? ( ) sim ( ) não

12. Outros tratamentos


Submeteu-se a algum tipo de tratamento? ( ) sim ( ) não
Que tipo? ____________________
Por quanto tempo? _______________________
Está curado? ____________________

13. Aspectos de relacionamento


Como é sua relação:
Com os pais? _____________________________________________________________
Com os irmãos? ___________________________________________________________
Com os colegas? __________________________________________________________
Com os brinquedos ? _______________________________________________________
Como é repreendido quando faz algo errado? ____________________________________
________________________________________________________________________

14. Hereditariedade
Algum membro da família já apresentou problemas de dificuldade na aprendizagem?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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