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Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC

A Gestão Escolar e Abrangência na Avaliação do


Ensino Aprendizagem

Monografia apresentada como requisito


parcial para obtenção do título de especialista.do
Curso de Especialização em Gestão Escolar
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SUMÁRIO

Resumo

1. Introdução .......................................................................................................... 08

2. O Processo Avaliativo ......................................................................................... 10


2.1. O Ato de Avaliar ................................................................................... 10

2.2. Aspectos a serem Considerados na Avaliação ...................................... 15

2.3. A Heterogeneidade do Conhecimento .................................................. 17

3. Efeito da Avaliação ............................................................................................. 20


3.1. A Avaliação que Condena ..................................................................... 20
3.2. A Avaliação. Qualidade ou Quantidade? .............................................. 20

3.3. Vivências e Experiências Aplicadas na Investigação de como


Acontece O Processo Avaliativo ........................................................... 23

4. Conclusão ............................................................................................................ 24

5. Referências Bibliográficas .................................................................................. 26


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RESUMO

Sucesso e fracasso em termo de aprendizagem parecem ser uma perigosa


invenção escolar. É verdadeiramente questionável os indicadores desses conceitos
que tendem a provocar uma oposição entre as práticas avaliativas e o respeito as
crianças e os jovens brasileiros no seu direito constitucional a educação. Tornar
objetivos, precisos e mensuráveis os indicadores de sucesso e fracasso permanente,
ainda, como um dos mais sérios problemas de todas as escolas, que negam a
individualidade de cada educando em razão dos parâmetros avaliativos perversos e
excludentes. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo na gestão
escolar com abrangência na avaliação do ensino aprendizagem. O referencial
teórico está fundamentado em Hoffmann (1988), Luckesi (1996), e outros. A
metodologia utilizada foi a bibliográfico. Um dos fatos anuais mais comentados
pela sociedade, por exemplo, é o episodio dos vestibulares. A tortura que sofre
milhares de jovens a cada ano no país é um fato que merece contínuos protestos.
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo principal, apresentar um estudo na


gestão escolar e abrangência na avaliação do ensino aprendizagem.

O que um gestor ou professor percebe a respeito de um aluno pode ser


diferente de outro gestor o professor percebe, diferente de como os alunos e os seus
colegas percebem.

Os gestores e professores não são culpados pelos resultados obtidos pelos


alunos, mas serão, entretanto os culpados comprometidos no sentido de buscarem o
seu aperfeiçoamento e se não preservarem a sensibilidade ao lidar com a
complexidade do processo.

A busca de padronização em avaliação cria os preconceitos que


bloqueiam a visão. Ela ensina a não ver, e graças a essa na visão,
o poder se torna inatingível, pois seus verdadeiros mecanismo não
podem ser desvinculados. (ARRAIS. 1993:78)

Fundamentada no autor, vemos o quanto mais se degradam as condições


sociais dos setores populares, mais seletivo se torna a infância e a adolescência
acompanhar o elitismo de seu processo de excludência. Ficam os estudantes pobres
cada vez mais expostos aos preconceitos que legitimam o fracasso escolar respeitar
as diferenças entre os alunos é uma tarefa que exige, sobretudo, sensibilidade
humanidade e cooperação entre os professores.

A prática avaliativa nas escolas e universidades vem sendo severamente


criticada por negar e ou desrespeitar as diferenças individuais dos educandos, em
quaisquer área de desenvolvimento, (social, intelectual, moral e físico). Muitas
vezes, na escola o diferente é negativo. Persegue-se a homogeneidade, a
uniformidade denominando-a por padrão normal. Poder-se-ia dizer, que o diferente
é anormal em educação. Na educação e na vida, temos que aprender a conviver com
as diferentes diferenças.
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Partindo de tal concepção, fundamenta-se o olhar do gestor e do professor em


critério comparativos de domínio de conhecimento que resultam, em descrições
classificatórias ou desclassificatória de desempenho. Muitos são os preconceitos
avaliativos sem dúvidas alguma, punem os desvios aos padrões estabelecidos e
predominam os que deles se aproximam.
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2. O PROCESSO AVALIATIVO

2.1. O ato de Avaliar

Sucesso e fracasso em termo de aprendizagem parecem ser uma perigosa


invenção da escola. São verdadeiramente questionáveis os indicadores desses
conceitos que tendem a provocar uma oposição entre as práticas avaliativos e o
respeito às crianças e jovens brasileiros no seu direito constitucional à educação.

Objetivos, preciosos e mensuráveis os indicadores de sucesso e fracasso


permanente, ainda, como um dos mais sérios intentos de todas as escolas que negam
a individualidade de cada educando em razão de parâmetros avaliativos perversos e
excludentes.

Um dos fatos anuais mais contestados pela sociedade, por exemplo é o


episódio dos vestibulares. A tortura que sofre milhares de jovens a cada ano no pais
é um fato que merece contínuos protestos e revisão urgente, Luck (1984) em sua
fala, para reafirmar que as notas comumente usadas para fundamentar necessidade
de classificação de alunos dentro de um continuo ato de posição em que a maior
ênfase, é dada a comparação de desempenho e não aos objetivos que se deseja
atingir. A avaliação é uma resposta dada ao professor, como prova de que houve o
efeito recíproco; o professor ensinou e o aluno aprendeu. E o vestibular é a prova
desse grande processo.

Em período de vestibular, escuta-se as mesmas histórias, que revelam muita


indignação das pessoas com o que acontece em nome da avaliação. Suas histórias,
em geral, vem demonstrar uma grande insatisfação com a prática avaliativa injusta
e arbitrária que continue obstacularizando o acesso da criança e jovens a outras
séries de grau de ensino ferindo-as no seu direito a educação progressiva e contínua.

Contam-se as seguintes histórias:


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A primeira a respeito de um garoto que cursou a 5ª série de uma escola


pública de um estado qualquer. Ao fim de 1996 foi reprovado em matemática e
português.

As justificativas da escola reduziram-se à falta de interesse do menino e à sua


distração nas aulas. Não é necessário mencionar dificuldade de seus pais,
trabalhadores, em contrapor-se a escola, inclusive, por sua parcela de culpa no
desinteresse do menino. Ao aluno, restaram a culpa e o castigo que lhe impuseram.

Realizou-se provas de recuperação em seis disciplinas, todas as várias


páginas e na mesma semana. E foi reprovado em ciências porque alcançou a nota
5,7 na prova de recuperação enquanto deveria ser 6.0. Foi reprovado em Educação
Artística porque conforme a escola, não levou todo o material necessário para o
trabalho de recuperação final.

A segunda história é de uma estudante de odontologia, cursando o último


semestre de uma universidade particular. Embora já tivesse trabalhando em um
consultório dentário e iniciado a profissão essa jovem deixou de formar-se com a
turma que acompanhou desde o ingresso, porque lhe faltou um ponto, único e final
de uma das cinco disciplinas do último semestre do curso. Disciplina de uma área
distinta da especialização que havia escolhido.

O comprometimento dos educadores e das escolas com o juízo do valor


emitido e as decisões que tomam em relação as possibilidades e necessidades de
cada estudante. O fracasso de um grande número de alunos é o fracasso do próprio
sistema educacional e da sociedade; os alunos e professores passivamente são
vitimas desse sistema.

O respeito as diferenças entre alunos é fundamental, porque as diferenças


aparecem sempre acompanhados de conceitos incapaz e inferior em educação. Os
contrastes são presentes em nosso dia-a-dia, na escola e fora dela. Compete as
pessoas, inteligência para administrá-las.

A permanência do aluno na escola como direito do estudante e compromisso


da escola, ou seja, compromisso em favorecer o seu acesso a outros níveis de saber
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a outros graus de ensino, compromisso em garantir-lhe uma experiência sócio-


cultural formadora.

O que se pode dizer é que todo educador precisa dar-se conta de


que é seriamente comprometido com o juízo de valor emitido
sobre o educando. Seu olhar estreita-se perigosamente ao
considerar o processo avaliativo. Como uma coleta de dados
observáveis. Ao estabelecer um juízo de valor sobre o que observa
o gestor ou professor interpretam o que vê e a partir de suas
experiências de vida, sentimentos e teorias. Na avaliação
educacional de aprendizagem se leva em conta a relação entre o
avaliador e o avaliado. (Miguel Arrouxo)

Que educador somo se não temos espírito de aceitação e vontade de construirmos


personalidades sadias e limpas: escola, professor e família são as grande
responsáveis pelo futuro da sociedade.

Abstrai significado isolar uma qualidade percebida de um objeto


ou um impacto de um contexto. Refletir significa voltar a si
mesmo, alertando para o próprio fazer, pensamentos,
representações e sentimentos. Uma abstração empírica leva a
constatação à contemplação. A pessoa deixa-se captar pelo
objeto no seu aspecto, configurativo e estético. A abstração
reflexionante leva a compreensão e o sujeito de transformá-lo a
partir das relações que estabelece. Para chegar a valorização, a
pessoa passa a esfera da reflexão sobre o que observa, onde o seu
pensamento e seu juízo controlam as primeiras impressões. Ou
seja, ao avaliar o gestor ou professor interpreta os dados
observados de suas próprias posturas e concepções.
( KESSEBRING.1993:98):

Sabemos, entretanto, o quanto é difícil para um gestor ou professor dar-se


conta de tais implicações. Dar-se conta de que o seu olhar é comprometido, e que
muitas vezes diz que o aluno demonstrou claramente, certos resultados, quando na
verdade tais dados sofreram a sua interpretação. Ele observou e foi possível
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observar, na medida em que seu olhar é permeado de concepção teórica e postura de


vida.

Mesmo que persiga uma valorização imparcial, precisa ser padronizada com
um agente passivo de um sistema burocrático a priori é estabelecido, cada avaliador
de denuncia ao avaliar o saber sobre uma disciplina ou área de conhecimento.

refere-se a esse olhar comprometido dizendo que: “olhar é ao


mesmo tempo sair de si e trazer o mundo para dentro de si.”
Porque estamos certos de que a visão depende de nós e se origina
em nossos olhos e expondo nosso interior ao exterior, falamos em
janela da alma. (CHAQUI. 1995:33)

Em que medida o professor compreende como indissociável a relação entre


avaliar e quem é avaliado?

Que expõe é denunciar seus valores culturais, postura pedagógicas e teóricas


no ato avaliativo. Ao dizer que uma resposta do aluno está completa e coerente
revelar o próprio entendimento do assunto, a consciência com que domina a leitura
que ele mesmo faz do que está escrito ou de como está escrito.

As respostas dos alunos confrontados com suas posturas e concepções e


teorias podem interferir no sentido do lê ou observa.

Poderíamos dizer que não é o aluno que alcança um conceito que tirei a nota
ou que é responsável absoluto pelos pareceres que lhe conferem. Verdadeiramente e
o professor que lhe atribuem um conceito um parecer sobre ele. O professor se faz
partícipe dessa conceituação e conveniente, queira ou não a conservação de uma
realidade escolar seletiva ou excludente. Ambos sujeitos, precisam caminhar
paralelamente; professor precisa querer ensinar, e o aluno, precisa querer aprender,
esforço só de uma parte não vai construir nada.

Na avaliação de aprendizagem principalmente, as múltiplas formas


propostas, pelos diferentes tipos de currículo deve ser usados levando-se antes de
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tudo, analisar sua significação e sua qualidade, para auxiliar no desenvolvimento do


aluno.

Se a avaliação da aprendizagem pretende cumprir uma finalidade ampla


dentro do processo de ensino deve então ser analisado em seus aspectos específicos
englobando uma reflexão sobre algumas concepções que certamente influenciaram.

1. O que aprender?

Recorrendo a Reboul (1982) temos que aprender e sempre trazer uma


modificação passageira ou duradoura no comportamento do individuo, pela própria
ação deste, em conjunção com outras pessoas ou instrumentos.

Aprender para esse autor, não é de forma alguma um verbo passivo.


Aprender é um ato que o sujeito exerce sobre si próprio: não é simplesmente
registrar para reproduzir.

2. Como tornar o professor consciente do seu desenvolvimento do seu


compromisso?

Essa Resposta esta na conduta docente de cada um dos profissionais da


educação;veja a complexidade dos seres humanos.

... enquanto não nos deparamos com os obstáculos realizamos


muitas coisas sem estarmos conscientes do que estamos fazendo.
São as dificuldades que despertam a consciência das pessoas
sobre sua ação, que torna possível classificá-la e compreendê-la.
(PIAGET. 1978:112)

Em relação à avaliação, notamos que os gestores e professores estão cada vez


mais conscientes do que poderão fazer com os resultados obtidos pelos alunos.
Entretanto a história de avaliação educacional é constituída por um forte
reprodutivismo.

As mesmas práticas se repetem há séculos e as tentativas de uma reflexão


sobre elas, são obstacularizadas por posturas que colocam a culpa do fracasso em
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novos professores expositivos e em desatentos alunos-ouvintes por condições


materiais que impedem da escola.

A busca em padronização em avaliação cria preconceitos que bloqueiam a


visão. Ela ensina a não ver e graças a essa não visão, o pode se torna inestimável,
pois seu verdadeiro mecanismo não pode ser desvendado.

O autoritarismo é a arbitrariedade do processo avaliativo origina-se muitas


vezes de uma incansável busca de um padrão uniforme, através da definição de
critérios comparativos.

2.2. Aspectos a serem considerados na avaliação

A avaliação é um processo que define aspectos que são fundamentais para o


desenvolvimento da ação educativa e a gestão da escola servindo para constante
reflexão. A avaliação se justifica se ela se constituir do processo educativo
englobando as questões e aspectos educacionais e institucionais internos e externos.

A avaliação tem também, função mediadora envolvendo os diversos


segmentos da sociedade e a comunidade escolar, buscando a sensibilidade de todos
os envolvidos para uma tomada de decisões e não esquecendo que o produto final é
o aluno. Assim é que de acordo com a racionalidade implícita na matriz
objetivando a elaboração de plano de ensino que comportassem “operacionalização
adequadas de objetivos educacionais estratégias, procedimentos sistemático de
avaliação”, passou a ser parâmetro de julgamento para a tomada de decisão de quem
poderia ser considerado um professor competente.

Como diz Vasconcelos (1959:31)

“uma prática que se quer superada busca método eficaz e isto


sempre objetivando o aumento do conhecimento do nosso
educando.” (VASCONCELOS. 1959:31)
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Percebemos a realidade escolar como o propósito de subsidiar decisões,


colocando, como desafio a construção de uma sistemática de avaliação da escola
como um todo. Podemos afirmar com base em dados que a avaliação constitui-se
num processo da sistematização de informações, criticas, assumindo funções
diagnósticas o que é fundamental para o planejamento e a gestão de organizações
educacionais.

Navajas (1998:51), para esse autor a avaliação deverá ser um processo


continuo e global que desvende todas as discordâncias, dúvidas e contradições do
dia-a-dia no seio da instituição, buscando sua superação através de estratégias que
viabilizem um projeto de transformações dos objetivos institucionais visando e
melhoria quantitativa e qualitativa de todo o processo ensino-aprendizagem.

Dentre alguns aspectos que merecem ser enfatizados podemos destacar:

1. Pela globalidade, a instituição se coloca como integrante articulado e interativo


frente aos fatores multidimensionais de caráter estrutural e conjuntural da sociedade
de sua instituição.

1.1. Pela identidade, a escola define e assume sua função, projeto, propósitos e
ações prioritária, conscientemente, e por elas se pauta.

1.2. Pela comparatividade, elas estabelecem parâmetros, ora avançados ou


corrigidos vendo ações, ora revendo processos, dando continuidade e legitimidade
no seu projeto.

Em vista desse referencial a escola centra seu processo formativo na


aprendizagem e no desenvolvimento do cidadão e da sociedade, promovendo
competência e atitudes fundadas em aprendizagem e conhecimentos continuados e
na tomada e consciência de sua inserção como sujeito político e social.
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2.3. A Heterogeneidade do Conhecimento

O deságio na sala de aula é grande. Sempre que conversamos informalmente


com professores essa é afirmativa. A difícil missão de ensinar, torna-se a cada dia
mais complexa, diante da interação do individuo com informações. Assim em sala
de aula o professor se depara com conhecimentos diferentes, com culturas
diferentes. E entendemos, que para o desenvolvimento do conhecimento, e para o
processo de ensino aprendizagem, é indispensável, que o professor considere essas
diferenças.

O igual na escola e todas as diferenças são obstáculos impeditivos


de aprendizagem: os alunos agitados ou muito quietos, os alunos
pobres, doentes de idade diversas com talentos inesperados, com
deficiência física e mentais que falam outra língua... De tal forma
o olha do professor vasculha por desafio ao padrão determinado
“a priore” que poucos sobrevivem a fúria avassaladora da
comparação resultando na perversidade de uma escola seletiva e
excludente, e perigosamente monótona pela sua incapacidade de
valorizar as ricas experiências e vida e diferentes formas de
pensar de muitas crianças e jovens diferentes.
(ROSSI.1998)

Segundo Piaget (1978:89) o respeito que gera reciprocidade consiste na


capacidade de se colocar racionalmente no ponto de vista do outro, o que leva a
realizar os próprios critérios de julgamento. Quando centramos algo em
pensamento, tentamos o absolutizá-lo; obteremos dados que poderiam ser
percebidos ou distorcidos. Ao contrário com o relaxamento do nosso próprio ponto
de vista o campo visual ou horizonte da consciência se alarga.

O olhar do professor ou gestor em avaliação tende a centrar-se em critérios


próprios e regido absoluto, e incapaz sequer de uma aproximação com o pensar da
criança, do jovem ou do adulto dos seus valores ou expectativas.

Centrado em seus próprios procedimentos e critérios as alteridades de fala,


de pensamento, de cheiro dos alunos, do modo de ser assustam-no amedrontam,
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tornando-se a partir de então incapazes de ver diferentes respostas, de ler diferentes


mundos, de estabelecer o diálogo, de estabelecer convivência com essas respostas.

a avaliação só tem sentido se tiver como ponto de partida o ponto


de chegada, o processo pedagógico para que, identificadas as
causas do sucesso ou do fracasso, sejam estabelecidas estratégias
de enfrentamento da situação. (GARCIA.1984:15)

Avaliar é quase um processo divino, porque avaliar é julgar e julgar é um


poder só de Deus. Daí recomendar-se aos professores o máximo de compromisso no
ato de julgar seus alunos.

... a influencia do meio no sentido de limitar ou acelerar o


desenvolvimento máximo possível de cada sujeito. O organismo
conquista e domina progressivamente o seu meio manifestando
uma conformidade permanente entre acomodação e a assimilação
que conserva o seu funcionamento. Exposto às ameaças, mantém a
sua integridade pelo mecanismo de equilibração que age no
sentido de adaptá-la as novas exigências criando formas cada vez
mais complexas de assimilação.
(PIAGET.1974)

Ao nível de psicogênese do ser humano ou da história das ciências e o


impossível, em um conjunto ou em um determinado nível, pode tornar-se possível
no próximo.

Passamos a uma compreensão de que se pode falar de um término ou fim


absoluto no que diz respeito a construção do conhecimento, que culmina na
avaliação.

As experiências de vida foram delimitadas no sentido do seu moral e


intelectual, quando integramos a uma escola que amplie e enriqueça vivencias e
experiências, suas possibilidades de superação serão infinitas.

Para compreender cada aluno, portanto, é necessário, recorrer a sua história e


as condições concretas de sua experiência, uma vez que as interações de cada
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pessoa com o meio abrangem significações de caráter biofisiológico, afetivo,


cognitivo e social o que representa a crescente e evolutiva individualidade de cada
um a partir de sua capacidade de autotransformação para adaptação as necessidades
exteriores.

Um aluno, ao longo de sua vida é confrontado com múltiplas e diferentes


vivencias do mundo físico, com objetivos materiais variados, ou não dependendo
das possibilidades e limites de sua existência concreta.

Diversas também são as vivências com os objetivos culturais, a filosofia, a


religião, a dança o folclore, o conhecimento em geral veiculado por cada sociedade.

Mutiplicam-se as possibilidades de trocas de cada pessoa


com o que significa complexo a natureza em que o sujeito só pode
ser aprendido na sua complexidade. Daí a necessidade de
classificarmos os métodos destinados a observá-lo, avaliá-lo,
educá-lo; conhecê-lo.
(GROSSI, 1998:44)

As crianças não aprendem por acumulação ou acréscimo do


simples ao complexo. Conhecem primeiro os objetos de maneira
global fragmentaria, construindo muitas noções erradas ou
distorcidas ao longo do percurso.

O conhecimento é construído lentamente sempre que unir visão


menos diferenciada dos objetos para uma visão mais diferenciada
e integrada. Contendo muitos erros ao longo do percurso, elas
gradualmente contrai o conhecimento pela sua própria ação e por
suas próprias idéias que se desenvolvem numa direção; para
maior coerência, maior riqueza por precisão.
(PIAGET in GROSSILI. 1998)
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3 . EFEITO DA AVALIAÇÃO

3.1. A Avaliação que condena

É um equivoco professores que por confiarem demais em seu olho clinico


dispensam verificações parciais no decorrer das aulas. Neste caso, o prejuízo para
os alunos é grande uma vez que o seu destino costuma ser traçado nos primeiros
dias do ano letivo, quando o professor estabelece quem passa e quem não passa de
ano. Os condena a repetência são isolados na sala de aula, muitos desses alunos
abandonaram a escola.

3.2. Avaliação: Qualidade ou Quantidade?

Outro equívoco é daqueles professores que rejeitam as medidas quantitativas


da aprendizagem em favor dos qualitativos. Consideram que as provas de
escolaridade são prejudiciais ao desenvolvimento autônomo das potencialidades e
criatividades dos alunos. Acreditam que, sendo a aprendizagem decorrente
preponderante da motivação interna do aluno, toda situação prova e leva a
ansiedade, a inibição e ao crescimento pessoal. Por isso, recusam qualquer
quantificação dos resultados.

Os equívocos anteriormente citados mostram duas posições extremas de


avaliação escolar: considerar apenas o aspecto qualitativo ou os quantitativos. No
primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida e ainda assim, mal utilizado.
No segundo caso a avaliação perde na subjetividade de professores e alunos, além
de ser uma atitude muito fantasiosa quanto aos objetivos da escola e a natureza das
relações pedagógicas.

O entendimento correto da avaliação consiste em considerar a relação mútua


entre os aspectos quantitativos. A escola cumpre uma função determinada
socialmente, a de introduzir as crianças e jovens no mundo da cultura e do trabalho;
tal objetivo social não surge espontaneamente na experiência das crianças e jovens,
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mas supõe as expectativas traçadas pela sociedade e um controle por parte do


professor. Por outro lado, a relação pedagógica requer a interdependência entre
influências externas e condições internas dos alunos. O professor deve organizar o
ensino, mas seu objetivo é o desenvolvimento autônomo e independente do aluno.
Desse modo a quantificação deve transformar-se em qualificação, isto é, numa
apreciação qualitativa dos resultados verificados.

É verdade que a atitude de dar notas somente com base em provas escritas
tem limitações. As provas freqüentemente empregadas para medir capacidade,
medir memorização. Os livros didáticos e as tarefas dadas pelos professores estão
repletos de exercícios deste tipo. Os professores, por sua vez, tem dificuldade em
avaliar resultados mais importante do processo e ensino, como a impressão a
originalidade, a capacidade de resolver problemas, a capacidade de fazer relações
entre fatos e idéias, etc.

Entretanto, as provas escritas e outros instrumentos de verificação são meios


necessários de obtenção de informação sobre o rendimento dos alunos. A escola, os
sistemas necessitam da comprovação quantitativa e qualidade dos resultados do
ensino aprendizagem para analisar o trabalho desenvolvido. Além disso, por mais
que o professor se empenhe na motivação interna dos alunos nem sempre
conseguirá deles o desejo espontâneo para o estudo. As crianças precisam de
estimulação do professor e do gestor escolar, precisam sentir-se desafiadas a fim de
mobilizarem suas energias físicas e intelectuais.

Portanto, se os objetivos e conteúdos são adequados às exigências da matéria


e as condições externas de aprendizagem dos alunos e se o professor demonstra um
verdadeiro propósito educativo, as provas dissertativas ou objetiva, o controle de
tarefas e exercícios de consolidação e outros tipos de verificação são vistos pelos
alunos como efetiva ajuda ao seu desenvolvimento mental na medida em que
mostram evidencias concretas da realização dos objetivos propostos.

Precisamos compreender que para a criança, cada um dos seus momentos


vividos representa, então um momento positivamente diferente. E elas estarão
sempre no seu melhor momento, enquanto seres inacabados, buscando respostas
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próprias ou alternativas de solução para problemas que a vida lhes colocar. È certo,
entretanto, que a escola e a sociedade pode tornar mais árduos seu percurso a
medida em que limitarem suas possibilidades de busca.

Devemos desenvolver a concepção de construção de conhecimento de sujeito


como uma tentativa permanente de superação e abertura infinita a nova
possibilidade de atendimento ao aluno percebendo-se a importância de uma ação
pedagógica problematizadora e favorecedora de obstáculos que provoque o
surgimento dos equilíbrios como precursores de novos ensaios e erros, em busca de
superação de tais obstáculos.

A medida em que os alunos estiverem expostos a uma exploração mais rica e


ampla o seu meio; bem como sofrerem provocações significativas da naturezas
intelectuais, maior abertura ocorrerá as novas possibilidades de entendimento.

O fator mais sério da prática avaliativa é a classificação precoce de muitos


alunos em excluídas ou especiais sem que a escola favoreça experiências
significativas e abertura a novos desafios.

Nossa escola, entretanto, cultiva as questões padronizadas nos testes, o tempo


rigidamente determinado, para as respostas, a desarticulação entre tarefas em
seqüência.

Um olhar a resposta das diferenças dos alunos significa


essencialmente a tentativa de conhecê-lo e admirá-los em sua
singularidade, muito mais do que encontrar meios ou critérios
para argumentar sobre o seu desempenho ou rentabilidade em
comparação com os demais.
(GROSSI, 1998:79)

É necessário ressignificar o diferente em educação como essencial a


condição humana como positivo e desencadeador das relações de cooperação, por
que o diferente enquanto negativo leva ao individualismo, a competição a
segregação. E é justamente por conta do diferente que a sala de aula não pode se
tornar em uma rotina de fatos e de acontecimentos. É por conta do diferente, que o
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professor ou gestor deve buscar, deve pesquisar, deve repensar. E a sala de aula,
torna-se um desafio pela sua imprevisibilidade.

3.3. Vivências e Experiências Aplicadas na Investigação de Como Acontece o


Processo Avaliativo

A pesquisa presente busca investigar as possíveis causas da avaliação e suas


conseqüências no processo ensino-aprendizagem.

Ao primeiro momento buscamos investigar junto ao gestor, professor,


funcionário, pais e alunos as possíveis causa de reprovação e como é feita avaliação
na escola. Para isso utilizei questionários abertos que possibilitou aos entrevistados
a liberdade de melhor expressão permitindo assim respostas mais completas abrindo
um campo maior para a pesquisa. Elaboramos questionários iguais e distribuímos.

A pesquisa bibliográfica se deu no decorrer da pesquisa de campo, buscamos


rever leituras que abordassem o termo avaliação para que junto a outros autores
pudéssemos fazer um avaliação real da situação da avaliação da Escola de Ensino
Infantil e Fundamental de Cruz das Almas, município de Guaraciaba do Norte.

Analisamos dados por segmentos. A primeira que fiz foi em relação a


opinião do gestor. Quando perguntamos ao gestor como ele vê a avaliação do
professor em relação a aprendizagem do aluno podemos observar o mesmo, vê a
questão da avaliação como compromisso do professor.

Como a escola vem encaminhando a questão do fracasso escolar?

Para você o que é ensinar?

Como você tem utilizado a avaliação para a melhoria da aprendizagem do aluno?

Qual a sua opinião sobre a sistemática de avaliação de sua escola?

O que você entende por avaliação?


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4. CONCLUSÃO

Em relação à avaliação, notamos que os professores e gestores estão cada vez


mais conscientes de que poderão fazer com os resultados obtidos pelos alunos.
Entretanto, a história da avaliação educacional no ensino aprendizagem é
constituída por um forte reprodutivismo.

As mesmas práticas se repetem há séculos e as tentativas de uma reflexão


sobre elas, são obstacularizadas, por posturas comportamentalistas que colocam a
culpa do fracasso em maus professores-expositivos e em desatentos alunos-ouvinte
por condições sociais materiais que independem da escola.

As dificuldades antigas pelos professores encontram rápidas explicações em


tais justificativas e a superação de tais práticas é imediatamente obstaculatizada por
tais conceituações e representações. Por outro lado ao longo das últimas décadas,
perseguindo-se a avaliação os educadores buscam, critérios, normas, parâmetros
que minimizassem o caráter subjetivo do processo avaliativo.

Mas sabemos o quanto isso foi em vão, as pesquisas sobre fidedignidade na


correção de testes por vários examinadores tendem a interpretar os critérios de
correção de formas pessoal, a partir de sua própria compreensão do assunto e de
outros aspectos, resultando variabilidade dos graus em testes dissertativos ou em
observação da atuação de estudantes e tarefas práticas.

A busca incansável por padrões de mensurações e objetivos uniformes, é um


dos maiores entraves a um processo avaliativo em respeito a individualidade do
educando.

Assim, consideramos que tomada de consciência do educador precisa se dar


justamente sobre subjetivo da avaliação.

Não significa entretanto, ausência de rigor ou cientificidade da testagem nos cursos


ou concursos, nem mesmo a falta de objetividade nos métodos de observação no
acompanhamento do desempenho dos alunos, mas o resgate a sensibilidade inerente
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ao processo. Ou seja estarmos conscientes de que a educação envolve a relação


entre seres humanos diferentes entre si, que guardam seus próprios mistérios e que
não haverá método ou processo infalível para compreendê-lo em sua plenitude.

Através de estudos e a grande contribuição do Progestão ficou claro que a


avaliação escolar é um pré-requisito para um bom ou mal desempenho de uma
turma.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Daniela Oliveira (org) Gestão Democrática da Educação: Desafios


Contemporâneos. Petrópolis. RJ. Vozes. 1997.

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Construção da Pré-escola a Universidade/Jussara Maria Lerch Hoffmann. Porto
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LIMA, J.A. Avaliação na Escola. Vozes. Campinas. SP. 1995.

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PRADO, Clarilza de Sousa (org). Avaliação do rendimento escolar. 3ª ed.


Campinas. SP. Papirus 1994. Colégio Magistério: Formação do trabalho
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