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Centro Universitário – UNIESP

Curso: Psicologia
Unidade Curricular: Psicologia Educacional/6ºPeríodo
Professora: Adriele Vieira de Lima Pinto

A dimensão psicossocial na
formação do psicólogo
escolar crítico
2

Mas antes de
Vamos compartilhar
adentrarmos ao coletivamente as suas reflexões a
assunto… partir da leitura indicada para a
síntese, na aula passada!

Texto base para discussão: Para uma


crítica da medicalização na educação
Meira (2012)
3

O que iremos estudar hoje?

▪ Reflexões iniciais sobre as áreas de atuação dos psicólogos,


sobretudo com relação ao campo educacional;
▪ As concepções da Psicologia Escolar Crítica;
▪ Como seria a formação do aluno da Psicologia numa
perspectiva crítica?
▪ A intervenção psicossocial na escola;
▪ Sabemos o que não fazer – mas, então o que, como e com
quem fazer?
4

Toda a Psicologia é Social


Lane (2006, p. 19)
5

▪ A autora afirma que não há como


olhar o fenômeno humano sem
inseri-lo no contexto histórico-
social; do contrário, estaríamos
fragmentando a forma de se
observarem os processos de
desenvolvimento humano.
6

▪ Trazendo para o contexto


escolar, o que isso
significa?
1

Reflexões iniciais sobre as


áreas de atuação dos
psicólogos, sobretudo com
relação ao campo educacional
8

(Yamamoto, 2012) Educacional


Clínica

Pesquisa de 2010 9,8% 53%


sobre áreas de
atuação realizada Trabalho
Saúde
pelo CFP e
ANPEPP
27,9% 25,1%
9

Breves reflexões… Por que a não escolha e


identificação pelos
estudantes com os
contextos educativos?

Como a área de
Psicologia escolar
tem se constituído? Quais são os modos
pelos quais a prática
psicológica tem se
consolidado em todos
esses anos de
profissão?
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Breves reflexões…

Não é recente o questionamento acerca de como


a Psicologia Escolar vem sendo formada.

Décadas de 1980 e 1990 – denunciavam a


atuação do psicólogo na escola por um viés
clínico - Concepções adaptativas

Aliado a isso, a experiência histórica da não


legitimação da figura do psicólogo nas escolas

Pouco acesso a teorias que embasassem as


atividades realizadas neste contexto
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Vêm constantemente
sendo objeto de
No Brasil, a Psicologia
críticas, por serem
Escolar, enquanto área
consideradas
de atuação do
inadequadas e
psicólogo, tem
insatisfatórias nas suas
enfrentado uma série
respostas às questões
de dificuldades e
educacionais e
contradições
escolares
desenvolvidas
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Na prática:

Muitos profissionais atuam de maneira equivocada, priorizando o foco na


Psicopatologia Clínica, no aluno ou em sua família;

Profissionais da Educação (professores, supervisores escolares, orientadores


pedagógicos) e familiares não compreendem ou ainda desconhecem o que
faz o psicólogo escolar;

Isso pode ser atribuído às questões históricas relacionadas ao próprio


desenvolvimento da Psicologia Escolar em nosso país.
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A atuação da Psicologia Escolar no país ocorreu concomitantemente ao


desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência.

(1) 1906-1930: modelo (3) a partir de 1960: postura


europeu, enfoque nos adaptacionista do psicólogo,
estudos de laboratório, sem preocupação com problemas
intervir na realidade de aprendizagem

(2)1930-1960: marcado
pelos testes psicológicos
voltados para o
diagnostico, predição e
controle
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Como era a atuação do Psicólogo escolar?

A causa dos
problemas
Predominantemente educacionais estava O objetivo era resolver
associada à prática centrada no aluno, ao os problemas
da psicometria e ao passo que fatores escolares, sobretudo o
desenvolvimento de externos - sociais, término do fracasso
intervenções clínicas econômicos, políticos, escolar
individuais em institucionais,
instituições de ensino históricos e
pedagógicos - eram
ignorados
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O psicólogo escolar, nesse paradigma, era apenas um


psicometrista

Avaliava as crianças indicando em que áreas essas


apresentavam dificuldades

Caráter clínico-terapêutico que buscava “consertar” a


criança e “adaptá-la” ao contexto escolar

Os testes, os laudos e os diagnósticos se constituíam nas


principais formas de atuação
A responsabilidade pelas dificuldades que se
apresentavam no sistema educacional era sempre
depositada no aluno e/ou em sua família
2

Psicologia Escolar
Crítica
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Psicologia Escolar Crítica

Os “problemas de aprendizagem”
Foi a partir da década de 1980 do passaram a serem vistos como um
século XX que se iniciou um fenômeno complexo, constituído
movimento de análise crítica da socialmente, cuja análise deve
atuação do psicólogo escolar abarcar os aspectos históricos,
econômicos, políticos e sociais.
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▪ Requer uma visão complexa do


contexto em que se insere: considerando os
condicionamentos presentes na realidade
Formação na ▪ Visão do sujeito integral
perspectiva Crítica
▪ Os problemas não emanam do sujeito,
mas nele se manifestam, tendo sua gênese
na sociedade, que abarca as relações
estabelecidas entre os sujeitos e destes
com as políticas educacionais, sociais e
econômicas.
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Silva Neto, Guzzo e Moreira (2014) afirmam que:

Formação na A perspectiva crítica, então é a que se propõe a fazer


perspectiva Crítica este combate [à psicologia hegemônica e ao sujeito
fragmentado] e que o declara como o limite
necessário para a reconstrução de uma ciência
psicológica verdadeiramente comprometida. Ela
prevê uma Psicologia que não faça escolhas
impossíveis para indivíduos fragmentados,
fazendo-os acreditar que, tanto seus sucessos,
como seus fracassos são consequência imediata de
suas escolhas individuais (p. 205).
3

Como seria a formação do


aluno de Psicologia numa
perspectiva Crítica?
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Dimensão psicossocial da formação e atuação em
Psicologia Escolar Crítica
Seus alvos devem ser
as relações, os
sujeitos em um
contexto datado,
histórico, político,
econômico

Analisar os processos e
Requer do aluno não somente os
produtos, considerando
conhecer políticas a história dos
públicas fenômenos observados
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▪ Oferecer uma formação que permita ao aluno


O alcance social da adentrar a escola e conhecer sua dinâmica;

Psicologia ▪ Conhecer como suas demandas são engendradas;

▪ Saber como as políticas sociais, econômicas,


educacionais estão presentes no cotidiano escolar;

▪ Ser capaz de pensar o fenômeno educacional com


base na ciência psicológica, na promoção da
transformação e do desenvolvimento dos sujeitos;

▪ Rompendo com o que está normatizado,


cristalizado
4

A intervenção Psicossocial na
escola
24
A intervenção Psicossocial na escola

Construída e Concepção
Considera Construída pensada de de sujeito
uma Engajada com em constituído
forma Crítica,
a
Psicologia transformação articulação comprometida socialmente,
socialmente com a com a mas com
de demandas
atuante realidade mudança potencial de
social reação
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Intervenção Psicossocial na escola

Papel dos Psicólogos:

Acessar e fomentar ações que considerem esse


caráter protagonista do sujeito

Lutar contra a busca por classificação dos sujeitos

Cuidado para não transformar questões coletivas, de ordem


social e política em problemas individuais, biológicos,
patológicos, mas acolher e trabalhar com a diversidade
5

Sabemos o que não fazer –


mas, então o que, como e com
quem fazer?
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Comparando
Modelo de Modelo de
intervenção intervenção
clínica escolar psicossocial na
escola
▪ Patologizante
▪ Rompe critérios
▪ Adaptacionista normatizadores

▪ Compreensão
multifacetada
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Práticas interventivas em
Psicologia Escolar Crítica,
na perspectiva
psicossocial

2) USO DAS MATERIALIDADES


1) TRABALHO COLETIVO MEDIADORAS 3) TRABALHO COM
Não chegar com respostas (manifestações artísticas, PESQUISA-INTERVENÇÃO
prontas, estereotipadas, mas música, teatro, desenho,
ouvir, pensar junto, dança, literatura, cinema) - Contato com a subjetividade
permitir o encontro do sujeito circulante, tanto para fontes
dialogicamente sobre as
com seus afetos – recurso que de dados, quanto pra
demandas vivenciadas no
auxilia o trabalho com a estratégias de atuação
cotidiano da escola.
afetividade
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Obrigada!

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