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Psicologia Escolar

Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
1
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira
2 Ementa

 Atuação da/o psicóloga/o na interface com a educação em


uma perspectiva crítica em Psicologia.
 Atuação da/o psicóloga/o em relação aos processos
educativos e às demandas escolares que surgem no
contexto clínico, institucional e comunitário.
 Atuação da/o psicóloga/o na clínica ampliada – escola e
processos educativos.
CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de agosto -
3

 OK 16/08 Aula 1. Apresentação do Plano de Ensino. A Psicologia


Escolar na perspectiva crítica.

 OK 23/08 Aula 2. Teorias da Educação e a questão da


marginalidade. Histórico da escolarização brasileira e as
implicações em psicologia escolar.

 OK 30/08 Aula 3. Políticas públicas em Psicologia e Educação no


Brasil: discurso oficial e consequências no processo de
escolarização.
CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de setembro -
4

 OK 13/09 Aula 5. Atuação do psicólogo frente aos problemas de


aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia
Escolar: análise institucional. Funcionamentos institucionais e a dinâmica
das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.
Clique para adicionar texto

 20/09 Aula 6. Atuação


Cliquedo psicólogo
para frente aos problemas de aprendizagem
adicionar texto
e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: análise
clínica. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola
no diagnóstico e intervenção em Psicologia.

 27/09 Aula 7. Avaliação da queixa escolar perspectiva sistêmica.


Intervenções às queixas escolares segundo um enfoque sistêmico e crítico
em Psicologia Escolar.
Lembrando o que já estudamos...
5
NA AULA ANTERIOR

Perspectiva clássica
DOIS tradicional
PROCEDIMENTOS ‘ALUNA/O PROBLEMA’
EM PSICOLOGIA
ESCOLAR Perspectiva crítica
REDE DE RELAÇÕES
QUE PRODUZ A
QUEIXA ESCOLAR
NA AULA ANTERIOR

7  O QUE ACONTECE NO PROCESSO DE


ESCOLARIZAÇÃO QUE FAZ COM QUE
ESTA CRIANÇA NÃO SE BENEFICIE DA
 POR QUE A CRIANÇA NÃO ESCOLA?
APRENDE?
 Rede de relações que produzem a
 ‘Aluno problema’ queixa
 Procedimentos diagnósticos  Procedimentos diagnósticos críticos
tradicionais dos problemas em Psicologia Escolar.
de aprendizagem – ‘aluno  Não aprender é uma denúncia de que
problema’. algo não está bem na instituição escola.
 Tratamentos oferecidos para  Algo ocorre nas relações
as ‘crianças com problemas institucionais que interrompe o
de aprendizagem’. processo de escolarização do aluno.
 Críticas a partir dos anos 1970  Funcionamentos adoecidos e
e suas influências para a adoecedores na escola são os
psicologia escolar brasileira. produtores de fracasso escolar – a
queixa escolar é um sintoma.
TEORIAS NÃO TEORIAS CRÍTICO
8 CRÍTICAS REPRODUTIVISTAS

NA AULA ANTERIOR

Teoria Crítica
• Educação – visa a igualdade
e equalização social
• Educação – produz, reproduz e da Educação
mantém a discriminação social
• Sociedade – homogênea,
• Sociedade – divisão de classes • Somente poderá
harmônica • Marginalidade – constitutiva desta
• Marginalidade – distorção ser formulada a
estrutura social; educação é aquela partir dos
individual; serviços educativos
que gera interesses dos
têm a função de eliminá-la
dominados.
• Superar o poder
Essas teorias da educação Essas teorias não apresentam ilusório e a
apresentam propostas propostas pedagógicas, mas impotência das
pedagógicas para resolver a explicam que a marginalidade é outras duas
questão da marginalidade função da escola, por isso a teorias.
(carácter ilusório) necessidade ideológica de
permanecer como tal
(carácter impotência)
Políticas públicas em Psicologia e Educação no Brasil
9
 A temática das políticas públicas em educação passou a fazer parte das
preocupações do campo da Psicologia Escolar e Educacional desde o
momento em que a Psicologia Escolar viu-se questionada em relação
aos seus princípios epistemológicos e suas finalidades.

 Patto - A serviço de quem as práticas de Psicologia estariam sendo


AULA desenvolvidas? A atuação dos serviços de Psicologia pouco contribuíam
ANTERIOR para melhorar a qualidade da escola, principalmente das crianças de
classes populares.

 A partir da década de 80 fortaleceu-se no campo da Psicologia Escolar


um conjunto de questionamentos a respeito do papel social dessa
ciência e dos pressupostos que a orientavam, bem como da formação
de psicólogos realizada no Brasil, originando e sustentando um conjunto
de trabalhos que permitiram a análise da formação e da atuação da
Psicologia enquanto ciência em uma sociedade de classes.
Avanços da Psicologia na Educação Básica
10 como profissão

 Organização dos profissionais em Associações


Nacionais (ABRAPEE) e no Fórum de Entidades
Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB).
 Ampla discussão sobre a atuação de psicólogos na
Educação.
 Pesquisas e publicações sobre a atuação de
psicólogos na Educação.
 Constituição de ações para a implementação da Lei
13.935/2019.
https://institutoinclusaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/02/P
 Produção de documentos e ações para a formação e
SI.jpg
atuação de psicólogos/as na Educação Básica.
11

Organização política e científica de


psicólogos no Brasil
ARTICULAÇÕES COM AS ENTIDADES DE
12
PSICOLOGIA
ABRAPEE
13
14

 www.medicalizacao.org.br

 www.facebook.com/forumsobremedicalizacao/
Quais os impactos da Pandemia da
15 COVID 19 na Educação Básica?

https://lunetas.com.br/wp-content/uploads/2020/04/02menino-estudando-com-tablet.jpg

%C3%BAblica.jpeg
Impactos da Pandemia da COVID 19
16
nas políticas educacionais
 A pandemia provocou evasão e abandono escolar
 1,5 bilhões de estudantes ficaram sem contato com
a escola no mundo
  O fechamento das escolas foi importante para
conter a disseminação do vírus?
 Quais as consequências desse fechamento?
 Como as escolas podem promover o aprendizado
para todos, diante da diversidade de contextos
socioeconômicos da população e de dificuldade de
acesso de alguns para o ensino remoto e para a
educação a distância?
 Quais ações podem ser realizadas?
https://segurancadopaciente.com.br/wp-content/uploads/2021/01/
AdobeStock_325315214-768x488.jpeg
 O que fazer no pós-pandemia?
Distribuir recursos para quem mais precisa
17
 Há muitas evidências de que o fechamento de edifícios
escolares relacionados a pandemias ampliou as
lacunas de oportunidades por raça/etnia, renda e
classe. 
 Para resolver esse problema, os educadores devem
primeiro entender as necessidades específicas de
seus alunos e, em seguida, usar a flexibilidade no
financiamento, quando disponível, para atender às
necessidades individuais dos alunos. Além disso, alguns
grupos de estudantes precisarão mais do que outros.
 Direcionar recursos para estudantes de baixa
renda, estudantes negros e indígenas, estudantes
sem-teto e pessoas com deficiência. 
 Se for necessário fazer escolhas sobre quais alunos
https://i1.wp.com/escolasexponenciais.com.br/wp-content/uploads/2020/10/acolhimento- devem retornar pessoalmente, são os mais
socioemocional-sera-fundamental-no-volta-as-aulas.jpg?fit=800%2C533&ssl=1
vulneráveis ​a problemas acadêmicos, sociais e
psicológicos (incluindo crianças mais jovens que
parecem menos propensas a espalhar o vírus) que
devem ser trazidos de volta primeiro.
Fornecer as instruções mais personalizadas
18
 As situações didáticas precisam ser o mais envolventes
possíveis, de acordo com as circunstâncias, mesmo
quando for necessário estar online.
 A interação deve ser frequente, direta e significativa,
combinando instruções síncronas e assíncronas.
 Abordar as perdas de aprendizado criadas pela
crise, expandindo o tempo instrucional de maneiras
que desafiam, apoiam e envolvem os alunos. 
 A quantidade de tempo que os alunos passam
aprendendo afeta o quanto eles aprendem - e esse
tempo diminuiu drasticamente quando os prédios da
escola ficaram fechados. 
 Podemos compensar parte desse tempo perdido de
https://static.dw.com/image/56522479_403.jpg
aprendizado e a perda de aprendizado
associada, prolongando o ano letivo, oferecendo
mecanismos de recuperação e reforço, bem como
fornecendo aulas particulares.
Oferta de apoio personalizado e integrado
19

 As necessidades afetivo-emocionais, saúde


física e bem-estar das famílias precisa ser
considerado. 
 As escolas - especialmente em crise - fazem
mais do que fornecer instrução
acadêmica. Equipes de apoio aos alunos -
assistentes sociais e psicólogos -,
serão fundamentais para os esforços das
escolas em cuidar de crianças, especialmente
para os alunos que foram mais afetados pela
pandemia.
 Lei 13.935/2019 -  Dispõe sobre a prestação de
serviços de psicologia e de serviço social nas
redes públicas de educação básica.
http://unilab.edu.br/wp-content/uploads/2021/03/PESQUISA-SAUDE-MENTAL-
ULTIMAS-575x574.jpg
Qualidade e equidade pedagógica
20
 Os professores são os recursos escolares
mais importantes. 
 Oferecer formação continuada.
 Apoiar novas formas de organizar tempos e
espaços escolares.
 Não é uma retomada de onde paramos.
 Planejamento de um retorno gradual, com
importante atenção à saúde emocional e física
dos estudantes e dos profissionais; definições
sobre a reorganização do calendário escolar;
avaliação diagnóstica inicial, seguida de
programas de recuperação da aprendizagem; e
https://media.tutormundi.com/wp-content/uploads/2021/06/18161455/saude-mental-dos-
professores-na-pandemia.jpg
uma comunicação frequente com as famílias
dos alunos.
 A Psicologia Escolar e Educacional pode
contribuir como?
Para pensar...
21
Ana Carolina, professora de uma escola pública de ensino fundamental, séries iniciais,
procurou a coordenadora pedagógica para relatar que uma aluna de sua turma do 1º ano vem
apresentando dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, especialmente: trocar e
“comer” letras na escrita; pular palavras na leitura e errar ditado.
Partindo da hipótese que você fosse a/o psicóloga/o escolar nessa escola, e considerando a
perspectiva crítica da Psicologia Escolar, marque a alternativa correta.
A) Atenderia a queixa da professora, aplicando na aluna uma bateria de testes psicológicos
desenvolvidos especificamente para diagnosticar dislexia.
B) Planejaria com a professora observações para analisar o processo de ensino e de
aprendizagem e as relações na sala de aula.
C) Convocaria, imediatamente, a família para descobrir as causas dos problemas de
aprendizagem apresentadas pela aluna.
D) Agendaria atendimento individual, em horário contrário ao frequentado pela aluna, e
desenvolveria um programa de recuperação das dificuldades pedagógicas apontadas.
E) Encaminharia a um neuropsicólogo, recomendando tratamento emergencial para a queixa
específica, considerando esse não ser um caso para a atuação do psicólogo escolar.
Para pensar...
22
Ana Carolina, professora de uma escola pública de ensino fundamental, séries iniciais,
procurou a coordenadora pedagógica para relatar que uma aluna de sua turma do 1º ano vem
apresentando dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, especialmente: trocar e
“comer” letras na escrita; pular palavras na leitura e errar ditado.
Partindo da hipótese que você fosse a/o psicóloga/o escolar nessa escola, e considerando a
perspectiva crítica da Psicologia Escolar, marque a alternativa correta.
A) Atenderia a queixa da professora, aplicando na aluna uma bateria de testes psicológicos
desenvolvidos especificamente para diagnosticar dislexia.
B) Planejaria com a professora observações para analisar o processo de ensino e de
aprendizagem e as relações na sala de aula.
C) Convocaria, imediatamente, a família para descobrir as causas dos problemas de
aprendizagem apresentadas pela aluna.
D) Agendaria atendimento individual, em horário contrário ao frequentado pela aluna, e
desenvolveria um programa de recuperação das dificuldades pedagógicas apontadas.
E) Encaminharia a um neuropsicólogo, recomendando tratamento emergencial para a queixa
específica, considerando esse não ser um caso para a atuação do psicólogo escolar.
Psicologia Escolar
Aula 4 – dia 13/09/2021
23
•Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da
visão crítica em Psicologia Escolar: a análise institucional. Funcionamentos institucionais e a
dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.  

Texto principal: 
SOUZA, B.P. Funcionamentos escolares e produção de fracasso escolar e sofrimento. In SOUZA,
B.P. de (org.) Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2020, cap. 10, pp. 241-278. Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso
06/06/2021.
 
Texto complementar: 
ZIBETTI, M.L.T. Políticas Públicas para o enfrentamento ao fracasso escola: reflexões a partir de
um percurso formativo. In SOUZA, M. P. R. (org.) Psicologia Escolar e Políticas Públicas para a
Educação Básica na América Latina: pesquisas, impasses e desafios. São Paulo: Editora do Instituto
de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021, cap. 12, pp. 168-176.
Disponível http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/602/536/2035-1
Acesso 06/06/2021.
 
Atividade:
Estudo de Caso (2) - Carlos
24
SOUZA, Beatriz de Paula. Orientação à queixa escolar.
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2020. Disponível
https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso
06/06/2021.
Funcionamentos escolares e
25 produção de fracasso escolar

Funcionamentos
OBJETIVO Escolares

Fracasso Escolar QUEIXAS


Estudo sobre
ESCOLARES
a relação entre
Sofrimento de
crianças e jovens

O aluno se estrutura na relação com o outro e o ambiente escolar é


este ‘outro’ no qual está inserido, imerso.
Funcionamentos escolares e
26 produção de fracasso escolar

 As informações e reflexões sobre


essa RELAÇÃO oferece para nós
elementos para investigarmos,
compreendermos e atuarmos junto
aos envolvidos na produção e na
manutenção das queixas escolares
– alunos, suas famílias, escola –
individualmente e em suas inter-
relações.
https://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/eventos/ii-reuniao-ordinaria-do-consepex-do-ifrn/
image_preview
Funcionamentos escolares e
produção de fracasso escolar
27
 Preconceitos contra professores – depositários das mazelas
do ensino, vistos como incompetentes, malformados, egoístas
e sem compromisso com seus alunos.
Análise  Psicólogos propõem um diálogo vertical – é recusada pelos
superficial das professores, compreendida como ‘resistência’, leva a muitas
dificuldades do perdas.
sistema escolar  A escola é constituída por contradições e paradoxos em
seu cotidiano – ‘forças’ tendem a produzir fracasso e
sofrimento nas pessoas que fazem parte dela.
 Sistema de Ensino Brasileiro em situação calamitosa –
altos índices de evasão, repetência.
 Políticas Públicas implementadas de maneira autoritária –
Progressão Continuada (progressão automática); Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)...
Funcionamentos escolares e
28 produção de fracasso escolar
 Como são e qual a dinâmica dos bastidores dessa drama? Como a
Psicologia tem atuado em relação as queixas escolares?
 Atuação tradicional de psicólogos está na compreensão de que as
causas do fracasso escolar são/estão nos alunos, em sua família
e no ambiente social onde o aluno está inserido.
 Os atendimentos psicológicos são tradicionais e estão
hegemonicamente focados nos acontecimentos intrapsíquicos dos
alunos e suas famílias, deixando de fora os acontecimentos
escolares.
 Isso produz análises superficiais dos fazeres escolares.
Psicologia Escolar perspectiva crítica
29

 O desenvolvimento teórico-prático da Psicologia Escolar,


notadamente a partir da década de 1980, aponta claramente
a importância de se investir no sentido de contribuir para
a melhoria da rede escolar.

 Os psicólogos vêm ampliando e aperfeiçoando intervenções


junto às escolas, com o intuito de problematizar e reverter
funcionamentos institucionais produtores de fracasso
escolar e de encaminhamentos de alunos para atendimento
psicológico no sistema de Saúde Mental, serviços-escola de
Psicologia e instituições externas à escola.
Psicologia Escolar perspectiva crítica
30

 O pensamento dialético desvela-nos uma relação entre indivíduos


e instituições que aponta a necessidade da/o psicóloga/o
desenvolver frentes de trabalho diferenciadas, nos planos
macro e microestrutural, se pretende atuar no sentido de uma
transformação social profunda.
31
32
Alguns funcionamentos do sistema escolar
33
que produzem dificuldades e sofrimento
● Dos Órgãos Centrais:
○ Burocracia criando rupturas no vínculo professor-classe
○ Políticas públicas implantadas de maneira autoritária e desorganizada

● Das Unidades Escolares:


○ Ausência de espaços sistemáticos e organizados de reflexão
○ Ausência de projeto político-pedagógico da escola
○ Falta de apoio e orientação
○ Saber desconsiderado
Alguns funcionamentos do sistema escolar
34
que produzem dificuldades e sofrimento

● Da relação escola-pais/famílias:
○ Exclusão de decisões sobre seus filhos
○ Alvo de mitos e preconceitos
○ Tratados como usuários de favores x sujeitos de direitos

● Da sala de aula:
○ Homogeneidade como princípio de trabalho pedagógico
○ Pedagogia repetitiva e desinteressante
○ Encaminhamentos a especialistas
A partir de órgãos Internos a Alunos Famílias
centrais escola
35 • Autoritarismo na • Ausência de •Formação de classes • Preconceitos
implementação das espaços homogêneas contra
Políticas Públicas de sistemáticos de famílias
Educação reflexão pobres
• Mudanças de • Falta de •Grupos homogêneos • Reuniões na
professores durante o infraestrutura de intraclasses Escola
Funciona
ano letivo apoio
mentos
escolares • Convocações de • Desqualificação •Abandono dos atrasados • Bilhetes nos
última hora dos saberes dos cadernos
que professores
produzem
• Baixos salários •Falta e trocas de
fracasso professores
escolar •Pedagogia repetitiva e
desinteressante

•Preconceitos sobre pobres


e negros
•Humilhações
•Encaminhamentos a
especialistas
Então o que devemos considerar ao atender as
36
queixas escolares?
 São alunos com dificuldades no processo de escolarização,
portanto, a interlocução com a escola é o principal procedimento na
avaliação e na intervenção.
 Leitura institucional/sistêmica para compreensão sobre o que está
acontecendo, compreender o sentido e significado da queixa.
 Sintomas: mudanças de professores, ausências nas reuniões e
atendimentos, lugar que o aluno senta na sala, como são as relações
entre alunos e professores...
 Estratégias:
 Sair do consultório e ir para o chão da escola para dialogar com
todos da escola (plantão institucional).
 Construir espaços em grupo para o diálogo com a comunidade
https://www.lafenicepsicologia.it/wordpress/wp-content/uploads/2018/01/ escolar (rodas de conversa em grupo, em espaços abertos na escola
psicoterapia-di-gruppo-1-300x253.jpg
– grupos de alunos, professores, funcionários) para problematizar a
queixa.
 Acolher (escuta), empoderar (potencializar), construir
coletivamente estratégias de enfrentamento para superação da
queixa.
A escola também é lugar de vida,
37
desenvolvimento, aprendizagem, afetividade…!
A escola também é lugar de vida, desenvolvimento,
38
aprendizagem, afetividade…!
39 Indicação de Leitura

 Conto de Escola, Machado de Assis


 Fonte: ASSIS, Machado de. Obra
Completa. Rio de Janeiro : Nova
Aguilar 1994. v. II.
 http://www.dominiopublico.gov.br/down
load/texto/bv000268.pdf
Para pensar...
40
 Em muitos casos a criança passa a ser a única responsabilizada pelo insucesso
escolar. Em relação a atuação da/o psicóloga/o escolar podemos afirmar que:
I. A/o psicóloga/o escolar poderá ser um agente de mudanças na escola, fazendo
com que a educação tenha um caráter mais inclusivo e democrático.
II. A/o psicóloga/o oportunizará o atendimento de grupos de orientação de pais e
professores para problematizar as dificuldades escolares dos alunos.
III. O trabalho da/o psicóloga/o escolar deve-se pautar no atendimento da criança
que apresenta insucesso, haja vista, que a maior dificuldade está nela.
Está correto o que se afirma em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
Para pensar...
41
 Em muitos casos a criança passa a ser a única responsabilizada pelo insucesso
escolar. Em relação a atuação da/o psicóloga/o escolar podemos afirmar que:
I. A/o psicóloga/o escolar poderá ser um agente de mudanças na escola, fazendo
com que a educação tenha um caráter mais inclusivo e democrático.
II. A/o psicóloga/o oportunizará o atendimento de grupos de orientação de pais e
professores para lidarem com o insucesso escolar do aluno com dificuldade.
III. O trabalho da/o psicóloga/o escolar deve-se pautar no atendimento da criança
que apresenta insucesso, haja vista, que a maior dificuldade está nela.
Está correto o que se afirma em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
Estudo de Caso (2)
Carta de uma professora a um grupo de psicólogas escolares.
42

Prezadas colegas,

Gostei muito dos temas apresentados nas rodas de conversa em nossas reuniões
pedagógicas. A maneira dialógica de nossos encontros tem possibilitado muito aprendizado
frente a tantos desafios que enfrentamos no cotidiano da escola. Mas fiquei com algumas
dúvidas, gostaria de esclarecimentos mais pontuais e ouvir o que vocês têm a dizer a respeito
dos seguintes pontos:

 (A) Sou professora Rita, do 5º ano do Ensino Fundamental I, e este ano estou com uma sala
de aula com 28 alunos, com idade entre 9/10 anos. Os alunos são muito diferentes, uns
mais fracos, com mais dificuldade do que outros para aprender. Seria melhor distribuir os
alunos em classes homogêneas de acordo com as diferentes habilidades? Ou então,
separar na sala de aula as fileiras dos alunos bons e dos alunos fracos? Digo isso porque
não entra na minha cabeça que classes heterogêneas sejam mais produtivas do que as
classes homogêneas, que existam mais trocas nas primeiras do que nas segundas. No
https://i.pinimg.com/564x/09/dc/3e/ fundo, aluno bom conversa com aluno bom e o aluno fraco com o aluno fraco, porque não
09dc3e6d11f39cbeeebb89c54f622ced.jpg
consegue nem entender o que o aluno bom está dizendo. E além disso, eu sou uma só para
dar conta de tantas diferenças. O que vocês acham dessa minha opinião? O que devo
fazer?

 Como responder a pergunta da Profa Rita?


Queixa Escolar
43

 A profa Rita afirma que o trabalho pedagógico com as classes


homogêneas é melhor do que com as classes heterogêneas.
 Justifica isso ao afirmar que alunos ‘bons’ tem melhor aproveitando
escolar com alunos ‘bons’ e alunos ‘fracos’ com alunos ‘fracos’, por
isso justifica a separação dos alunos em classes homogêneas.
Demandas

44 1. dificuldade da profa em trabalhar com os alunos em classes heterogêneas;

2. dificuldade da profa em intervir pedagogicamente nas diferenças individuais dos alunos em processo de
aprendizagem;

3. profa demonstra uma atitude preconceituosa, rotulando os alunos como ‘bons’ e ‘fracos’.

4. profa apresenta uma concepção tradicional e pautada em uma pedagogia da exclusão;

5. dificuldade da profa na gestão de sala de aula;

6. profa não se reconhece como protagonista do processo de aprendizagem de seus alunos;

7. dificuldade da profa em perceber/identificar as potencialidades de seus alunos considerados por ela


como ‘fracos’;

8. profa se sente impotente em situação de vulnerabilidade na sala de aula (falta de recursos internos para
lidar com a situação);

9. a dificuldade está na profa e não nos alunos;

10. a profa apresenta vínculo afetivo e de confiança com o grupo de psicólogas, se sentiu acolhida e
empoderada para formular perguntas.
Intervenção
45
1. continuar a realizar as rodas de conversa em grupo, de maneira dialógica na escola,
para favorecer este espaço de trocas entre as professoras, visando a construção de
práticas coletivas para a redução de tensão e permitir o compartilhamento de saberes do
grupo.

2. problematizar a situação apresentada pela profa, oportunizando situações coletivas de


intervenção.

3. problematizar a queixa trazida pela profa no grupo, favorecer a reflexão sobre suas
ações e as dificuldades dos alunos, visando a construção coletiva de estratégias para o
enfrentamento e superação dessas dificuldades.

4. planejar estratégias de intervenção para serem realizadas em sala de aula pela profa em
parceira com as psicólogas: atividades inclusivas em que todos conseguem realizar sem
ajuda, atividades em duplas ou pequenos grupos com alunos em diferentes momentos de
aprendizagem em que possa ocorrer trocas na resolução das tarefas.
46 Conclusão

 Essa ação em Psicologia Escolar possibilita à profa


internalizar um conhecimento que irá gerar uma ação
pedagógica mais significativa em sala de aula.
 Além disso, a profa será semeadora na formação de outras
profas.
 O erro passa a ser um observável porque o significado do
erro foi internalizado pelo professor, portanto, não erra mais.
Estudo de Caso (2)
Carta de uma professora a um grupo de psicólogas
47 escolares.

(B) - Minha outra dúvida é a seguinte: alguns alunos encontram-se mais


desenvolvidos do que outros. As crianças hoje em dia são muito
precoces e já fazem perguntas sobre o nascimento de crianças e sobre
os relacionamentos entre adultos. Vocês acham que isso é função da
professora? Não! Cabe aos pais fazerem essas orientações e não aos
professores que já tem muito trabalho para realizar em sala de aula.
Vocês acham que essa também deve ser a nossa tarefa? Como é
possível fazer isso?

Agradeço muito as orientações de vocês e estou muito satisfeita com a


presença de vocês na nossa escola.
https://i.pinimg.com/564x/09/dc/3e/
09dc3e6d11f39cbeeebb89c54f622ced.jpg
Profa Rita de Cássia.

 O que você diria para a Profa Rita? Vamos responder juntos na


semana que vem?
Leitura próxima aula – 20/09/2021
48
 Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de
comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: a análise
clínica. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na
escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.

Texto principal: 
SOUZA, B.P. Apresentando a Orientação à Queixa Escolar. In SOUZA, B.P.
de (org.) Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020, cap. 04, pp. 97-117.
Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso 06/06/2021.
49

ATÉ SEMANA QUE VEM!!!


Psicologia Escolar

Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
50
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira

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