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Quarta-feira, 6 de Julho de 2022 I Série – N.

º 124

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO LEI DAS SONDAGENS


E INQUÉRITOS DE OPINIÃO
Assembleia Nacional
Lei n.º 15/22:
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Das Sondagens e Inquéritos de Opinião. — Revoga todas as disposições
legais que contrariem o disposto na presente Lei. ARTIGO 1.º
(Objecto e âmbito)
Lei n.º 16/22:
Que altera a Lei n.º 4/17, de 23 de Janeiro, sobre o Exercício da
1. A presente Lei regula a divulgação pública de sonda-
Actividade de Radiodifusão, e adita o Capítulo IV-A com os artigos
gens e inquéritos de opinião, em matéria política, económica
46.º-A, 46.º-B, 46.º-C, 46.º-D, 46.º-E e 46.º-F.
e social, bem como em quaisquer outros domínios.
2. A presente Lei aplica-se às entidades que realizem
Lei n.º 17/22:
sondagens e inquéritos de opinião, às que as contratem, bem
Que altera a Lei n.º 1/17, de 23 de Janeiro, de Imprensa, e adita os arti-
como às empresas ou Órgãos de Comunicação Social que
gos 2.º-A e 25.º-A.
procedam à sua divulgação.
3. O disposto no número anterior abrange a publicação
ou difusão pública de previsões ou simulações de voto que
ASSEMBLEIA NACIONAL se baseiem nas sondagens e inquéritos de opinião nelas refe-
ridas, bem como de dados de sondagens de opinião que,
não se destinando inicialmente à divulgação pública, sejam
Lei n.º 15/22 difundidas em Órgãos de Comunicação Social ou redes
de 6 de Julho
sociais.
A elaboração e difusão de sondagens e pesquisas de 4. O disposto na presente Lei é também aplicável à publi-
opinião são, nas sociedades modernas, uma realidade em cação ou difusão de sondagens e inquéritos de opinião na
edição electrónica de Órgão de Comunicação Social que use
crescimento e estimuladora da vida democrática e da parti-
outro suporte, ou promovida por entidade equiparável em
cipação dos cidadãos na vida política e social. difusão exclusivamente digital, quando esta se faça através
Tendo em conta o interesse público de, por um lado, esta- de redes electrónicas de uso público.
belecer um quadro legal que discipline a produção e difusão ARTIGO 2.º
(Definições)
das sondagens e pesquisas de opinião e, por outro, salvaguar-
dar a sua qualidade, rigor, objectividade e profissionalismo; Para os efeitos da presente Lei, entende-se por:
a) «Amostra» — subconjunto de uma população,
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
obtido através de uma técnica probabilística que
nos termos da alínea b) do artigo161.º, da alínea h) do n.º 1 consiste em apresentar um universo por meio
do artigo 165.º e da alínea d) do n.º 2 do artigo166.º, todas da de uma operação de generalização quantitativa,
Constituição da República de Angola, a seguinte: praticada sobre os fenómenos estudados;
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3. Deve ser designado a nível nacional, para a uti- ARTIGO 46.º-F


(Regulamentação)
lização do serviço de radiodifusão comunitária, um
único e específico canal na faixa de frequência do ser- As disposições sobre o procedimento de auto-
viço de radiodifusão sonora em frequência modulada, rização, renovação, taxas, fiscalização e o regime
devendo ser indicado um alternativo para a utilização sancionatório administrativo do serviço de radiodi-
exclusiva de uma determinada comunidade em caso de fusão comunitária são estabelecidas em regulamento
manifesta impossibilidade técnica quanto ao uso desse próprio.»
canal em determinada região. ARTIGO 3.º
ARTIGO 46.º-D (Dúvidas e omissões)
(Operação diária e programação) As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
1. As emissoras de radiodifusão comunitária da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
devem cumprir com o tempo mínimo de operação diá- Nacional.
ria de 18 horas e assegurar na programação espaço ARTIGO 4.º
para a divulgação de planos e realizações de entidades (Entrada em vigor)
ligadas, pelas suas finalidades, ao desenvolvimento da A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
comunidade. Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
2. Na programação das rádios comunitárias, é proi- aos 18 de Maio de 2022.
bida qualquer manifestação de natureza ideológica ou O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
político-partidária. Piedade Dias dos Santos.
ARTIGO 46.º-E Promulgada aos 24 de Junho de 2022.
(Proibições)
Publique-se.
1. A entidade detentora de autorização para a exe-
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
cução do serviço de radiodifusão comunitária não pode
Lourenço. (22-5036-B-PR)
estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou
a sujeitem à administração, à orientação de qualquer
outra entidade, mediante compromissos ou relações Lei n.º 17/22
de 6 de Julho
financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias
ou comerciais. A Lei n.º 1/17, de 23 de Janeiro — Lei de Imprensa,
2. É proibida: estabelece os princípios gerais orientadores da comuni-
a) A formação de redes na exploração de ser- cação social e regula as formas do exercício da liberdade
viço de radiodifusão comunitária, excepto de imprensa, nos termos da Constituição da República de
em situações de estado de emergência, Angola.
estado de sítio, estado de guerra, de cala- Tendo em conta que a sua implementação material
midade pública e epidemias, bem como impõe o ajustamento de determinados critérios e pressupos-
as transmissões obrigatórias de actos dos tos sobre o acesso e o exercício da actividade, por forma a
Poderes Executivo, Legislativo e Judicial, torná-lo mais abrangente e flexível, assim como a introdu-
definidas na lei; ção de novos conceitos resultantes da dinâmica da própria
b) A autorização para a exploração de ser- actividade;
viço de radiodifusão comunitária a favor A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
de entidades prestadoras de qualquer outra nos termos da alínea b) do artigo 161.º, alínea h) do n.º 1 do
modalidade de serviços de radiodifusão artigo 165.º e da alínea d) do n.º 2 do artigo 166.º, todos da
ou de serviços de distribuição de sinais de Constituição da República de Angola, a seguinte:
televisão mediante assinatura, bem como a
entidade que tenha como interesse de seus
LEI QUE ALTERA A LEI N.º 1/17,
quadros de sócios e de administradores DE 23 DE JANEIRO — LEI DE IMPRENSA
pessoas que, nestas condições, partici-
pem de outra entidade detentora de outorga ARTIGO 1.º
para exploração de qualquer dos serviços (Objecto e alteração)

mencionados; A presente Lei tem por objecto a alteração dos artigos 1.º,
c) A transferência, a qualquer título, das auto- 2.º, 10.º, 14.º, 16.º, 17.º, 18.º, 23.º, 24.º, 27.º, 28.º, 45.º, 46.º,
rizações para a exploração do serviço de 65.º, 69.º e 80.º da Lei n.º 1/17, de 23 de Janeiro, Lei de
radiodifusão comunitária. Imprensa, que passam a ter a seguinte redacção:
I SÉRIE –– N.º 124 –– DE 6 DE JULHO DE 2022 4225

«ARTIGO 1.º r) [...];


(Âmbito)
s) [...];
1. A presente Lei estabelece os princípios gerais t) [...];
orientadores da Comunicação Social e regula as for- u) [...];
mas do exercício da liberdade de imprensa, nos termos v) [...];
estabelecidos na Constituição da República de Angola. w) [...];
2. A presente Lei abrange, ainda, todos os actos x) [...];
compreendidos no conceito legal de imprensa em y) «Imprensa Electrónica» — empresa ou ser-
sentido amplo ou Comunicação Social, nas suas dife- viço que tem por objecto principal a difusão
rentes formas, praticados por pessoas colectivas de conteúdos informativos online, ou por
públicas ou privados e pessoas singulares, nacionais outro meio digital;
ou estrangeiras, no exercício da liberdade de imprensa z) «Agência de Fotojornalismo» — empresa
e de expressão, em qualquer parte do território da que tem por objecto efectuar reportagens
República de Angola, ou por via digital. fotográficas para a publicação em Meio de
ARTIGO 2.º Comunicação Social;
(Definições) aa) «Agência de Sondagens e Inquéritos de
[...]: Opinião» — empresa ou centro de inves-
a) [...]: tigação cujo objecto é a realização de
b) «Comunicação Social» — comunicação de sondagens, inquéritos e outras pesquisas de
massas dirigida a um grande público hete- opinião, incluindo estudos de mercado;
rogéneo e anónimo, a partir de empresas, bb) «Sondagem» — tipo particular de inqué-
instituições ou Órgãos de Comunicação rito que é divulgado através de um Meio de
Social, que organizam e fazem interagir Comunicação Social ou rede social;
informação e entretenimento proveniente cc) «Inquérito de Opinião» — técnica de
de fontes diversificadas e as divulgam atra- investigação sociológica que consiste na
vés de veículos de transporte e transmissão anotação de fenómenos relacionados com o
suportados na imprensa escrita ou em meios método universalmente aceite para estudar
de telecomunicações que podem incluir cientificamente a opinião pública, através
sinais de voz e imagem; de um processo de recolha de informa-
c) [...]; ções junto de todo ou de parte do universo
d) [...]; estudado;
e) [...]; dd) «Amostra» — subconjunto de uma popu-
f) «Empresa ou Órgão de Comunicação lação, obtido através de uma técnica
Social» — são as instituições públicas ou probabilística que consiste em apresentar
privadas, cujo objecto social é a produção, um universo por meio de uma operação de
transmissão ou retransmissão de informa- generalização quantitativa, praticada sobre
ção e entretenimento, destinados ao público, os fenómenos estudados.
através de meios de telecomunicações, que ARTIGO 10.º
podem incluir sinais de voz ou imagem, (Interesse público)

publicações escritas ou sinais impressos; Todas as empresas e Órgãos de Comunicação


g) [...]; Social têm a responsabilidade social de assegurar a
h) [...]; liberdade de expressão, de informação e o confronto
i) [...]; de diversas correntes de opinião, com vista à salva-
j) [...]; guarda dos direitos dos cidadãos de informar, de se
k) [...]; informar e de ser informado.
l) [...]; ARTIGO 14.º
m) [...]; (Propriedade intelectual)

n) [...]; As Empresas, as Instituições e os Órgãos de


o) [...]; Comunicação Social são obrigados a respeitar os direi-
p) [...]; tos de propriedade intelectual, nos termos da legislação
q) [...]; aplicável.
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ARTIGO 16.º l) Abster-se do plágio, da calúnia, da difama-


(Publicação da comunicação institucional)
ção, da mentira, da acusação sem provas, da
1. [...]. injúria e da adulteração de documentos, sob
2. Os operadores de Televisão e de Rádio devem pena de responsabilização civil e criminal.
transmitir em directo as mensagens dirigidas à Nação ARTIGO 23.º
pelo Presidente da República, as declarações de Estado (Formas das empresas)
de Sítio ou de Emergência, Estado de Guerra, bem 1. [...].
como Situação de Calamidade Pública. 2. Para efeitos da presente Lei, consideram-se
3. A publicidade da Comunicação Institucional do empresas ou Órgãos de Comunicação Social:
Estado pelos Órgãos Públicos de Comunicação Social a) Órgãos de imprensa escrita;
rege-se por regulamento próprio. b) Agências noticiosas;
ARTIGO 17.º c) Estações ou emissoras de radiodifusão
(Direitos dos jornalistas) sonora;
[...]: d) Estações ou emissoras de teledifusão;
a) [...]; e) Imprensa electrónica;
b) [...]; f) Provedor de serviços; ou
c) [...]; g) Agências e serviços de fotojornalismo.
d) [...]; ARTIGO 24.º
e) [...]; (Propriedade das empresas)
f) [...]; 1. [...].
g) Direito à Carteira Profissional atribuída pela 2. A participação directa ou indirecta de capital
Comissão de Carteira e Ética, nos termos da estrangeiro não pode exceder os 49% nas empresas de
lei; Comunicação Social.
h) Não ser detido, afastado ou por qualquer 3. As empresas de Comunicação Social devem ser
forma impedido de desempenhar a sua fun- de direito angolano, com sede ou representação em ter-
ção, salvo nos casos previstos por lei; ritório nacional.
i) Recorrer às autoridades competentes sempre ARTIGO 27.º
que for impedido o gozo dos direitos ine- (Relatório técnico e financeiro)
rentes ao exercício da profissão; 1. [...].
j) Intentar, por meio da entidade empregadora, 2. Os Meios de Comunicação Social Privados
do seu sindicato ou em nome próprio acção são obrigados a apresentar, até ao final do primeiro
judicial em caso de violência, agressão, ten- trimestre de cada ano, o seu relatório técnico e finan-
tativa de corrupção, intimidação ou pressão ceiro à Entidade Reguladora da Comunicação Social
no exercício da sua profissão. — ERCA.
ARTIGO 18.º ARTIGO 28.º
(Deveres dos jornalistas) (Depósito legal)
[...]: 1. [...].
a [...]; 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior,
b) [...]; as publicações informativas devem ser depositadas no
c) [...]; Departamento Ministerial responsável pela Comunicação
d) [...]; Social, bem como no Arquivo Nacional de Angola e na
e) [...]; Biblioteca Nacional, dois exemplares de cada edição
f) [...]; posta a circular.
g) [...]; ARTIGO 45.º
h) Respeitar a ética e deontologia profissional; (Exercício do actividade)
i) Respeitar os direitos e liberdades dos 1. Às agências de notícias aplicam-se, com as devi-
cidadãos; das adaptações, as normas relativas às publicações de
j) Rectificar informações falsas ou inexactas radiodifusão sonora e de televisão.
que tenham sido publicadas ou difundidas; 2. A actividade das agências de notícias não deve
k) Abster-se de fazer apologia directa ou indi- ser exercida, nem financiada, por partidos ou asso-
recta ao ódio, racismo, intolerância, crime ciações políticas, organizações sindicais, patronais,
e violência, sob pena de responsabilidade profissionais e autarquias locais, por si ou através de
civil e criminal; entidade em que detenham capital.
I SÉRIE –– N.º 124 –– DE 6 DE JULHO DE 2022 4227

ARTIGO 46.º ARTIGO 25.º-A


(Capital) (Proibição de práticas restritivas da concorrência)
O capital social mínimo para a constituição de uma 1. É aplicável às empresas ou Órgãos de Comu-
agência de notícias é o previsto na legislação em vigor nicação Social o regime de defesa e promoção da
sobre a constituição de sociedades comerciais. concorrência, no que diz respeito às práticas proibidas,
ARTIGO 65.º em especial o abuso de posição dominante, o abuso de
(Exercício da actividade de televisão) dependência económica e os acordos colectivos entre
1. [...]. empresas, que falseiem a concorrência.
2. O exercício da actividade de televisão é de 2. É proibida a concentração de empresas, ou
âmbito local, regional nacional ou internacional. Órgãos de Comunicação Social numa única entidade,
3. [...]. de modo a impedir a constituição de monopólio ou
ARTIGO 69.º oligopólio, pondo em causa a isenção, o direito de res-
(Constituição de empresas) posta e de rectificação, o pluralismo da informação e a
1. [...]. sã concorrência.
2. O exercício da actividade de imprensa online 3. É proibida a discriminação arbitrária na presta-
rege-se pela presente Lei e demais legislação aplicável. ção de auxílio financeiro público aos Órgãos Privados
ARTIGO 80.º de Comunicação Social, atendendo aos princípios do
(Responsabilidade civil) investimento público e à natureza das obrigações do
1. [...]. Estado face a estes actores económicos.»
2. [...]: ARTIGO 3.º
a) [...]; (Dúvidas e omissões)
b) [...]. As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
3. [...]». da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
ARTIGO 2.º Nacional.
(Aditamentos)
ARTIGO 4.º
São aditados à Lei n.º 1/17, de 23 de Janeiro, Lei de (Entrada em vigor)
Imprensa, os artigos 2.º-A e 25.º-A, que passam a ter a
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
seguinte redacção:
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
«ARTIGO 2.º-A
aos 18 de Maio de 2022.
(Princípios gerais)
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
1. O exercício da liberdade de imprensa observa os
Piedade Dias dos Santos.
limites estabelecidos na Constituição e na lei.
Promulgada aos 24 de Junho de 2022.
2. O exercício da liberdade de imprensa assegura
a informação ampla e isenta, o pluralismo, a não dis- Publique-se.
criminação, o direito de respostas e o respeito pelo O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
interesse público. Lourenço. (22-5036-C-AN)

O. E. 0977 - 7/124 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2022

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