Guia de Implementação

Gestores, Conselheiros e Agentes Culturais

 Informações importantes:
De onde vem o recurso da Lei Paulo Gustavo?

Do Fundo Nacional de Cultura e do Fundo Setorial do

Audiovisual, são superávits financeiros, esses mesmos
seriam utilizados para amortizar dívidas públicas
(Conforme EC 109/2021), a Lei Paulo Gustavo garante que
os recursos da cultura sejam aplicados na cultura.
 Informações importantes:
Qual será o papel da sociedade civíl na
implementação e execução da lei?
Art. 4º. Os estados, o Distrito Federal e os Municípios que receberem recursos desta Lei Complementar devem
se comprometer a fortalecer os sistemas estaduais, distritais e municipais de cultura existentes ou, se
inexistentes, implantá-los, instituindo os conselhos, planos e fundos estaduais, distrital e municipais de cultura,
nos termos do art 216-A da Constituição Federal.
§ 2º Após a adequação orçamentária de que tratam os arts. 11 e 12, ambos desta Lei Complementar, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios deverão promover a discussão e a consulta junto à comunidade cultural e aos
demais atores da sociedade civil sobre parâmetros de regulamentos, editais, chamamentos públicos, prêmios ou
quaisquer outras formas de seleção pública relativos aos recursos de que trata esta Lei Complementar, seja por
meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas
ou reuniões técnicas com potenciais interessados em participar do chamamento público, sessões públicas
prensenciais e consultas públicas, desde que adotadas medidas de transparência e impessoalidade, cujos
resultados deverão ser obervados na elaboração dos instrumentos de seleção de que trata este parágrafo.
Visto isso, vamos entender os passos
que Municípios, Estados e Distrito
Federal deverão realizar para
implementar a Lei Paulo Gustavo
 Primeiro Passo:
Praparação do ente federativo
 Esse é o passo fundamental para uma boa execução da
L.P.G. nesse momento é importante que os gestores
entendam que mesmo sendo uma ação da pasta da cultura é
importante o diálogo direto e constante com os setores
jurídicos e contábeis do poder público, bem como a
participação da sociedade civíl, seja por meio do Conselho
de Cultura ou um Comitê criado especificamente para esse
fim.
E a partir desse diálogo será possível seguir para os
próximos passos
 Nesse momento é importante uma diagnóstico do ente
federativo, entendendo quais segmentos e manifestações
culturais acontecem, quais as mais impactadas, entre outras
informações.
ISSO PODE SER FEITO POR UM CADASTRO MUNICIPAL OU
OUTROS INSTRUMENTOS QUE QUE CUMPRAM A FUNÇÃO DE
MAPEAR A CLASSE.
Com base nesses dados, juntamente com o diálogo com
todos os setores citados anteriormente poderemos seguir
para o próximo passo, manifestando interesse no recurso
com a elaboração do PLANO DE AÇÃO.
 Com base nesse banco de dados os municípios devem
possibilitar mecanismos para a escuta da sociedade civil,
garantindo que as próximas etapas sejam norteadas
pelas demandas apresentadas pela mesma.
Ainda nessa etapa é importante que o gestor municipal se
acostume a plataforma mais Brasil, para isso
primeiramente deve garantir o seu acesso a mesma,
atualizar ou criar um cadastro com função
Gestor/Recebedor.
Desta maneira, estará apto a escrever e enviar o plano de
ação dentro da plataforma mais Brasil, que abordaremos
melhor no próximo passo.
 Segundo Passo:
Manisfestação de interesse
Art. 3º. A União entregará aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios R$ 3.862.000.000,00 para
aplicação em ações emergenciais que visem combater e mitigar os efeitos da pandemia do COVID-19
sobre o setor cultural.
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão Manifestar o interesse em receber os
recusos previstos no art.5º e no art;8º, ambos desta Lei Complementar, ou somente os recursos
previstos no art. 5º ou noart.8º.
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios apresentarão, em até 60 dias após a abertura de
plataforma eletrônica federal, plano de ação para solicitar os recursos previstos no art. 5º e no art. 8º,
ambos desta Lei Complementar, conforme a escolha de que trata o § 3º deste artigo.

Essa manisfestação se dará por meio da elaboração e envio

de um plano de ação prevendo a utilização do recurso.
O plano de ação deverá ser preenchido na Plataforma Mais
Brasil indicando os seguintes campos:

Dados Básicos: Informações do Município, Dados Bancários,

Justificativa, Objetivo, Valor, Vigência e Fundo Vinculado.
Metas: Informações sobre metas e ações que serão executadas pelo
ente federativo bem como o valor correspondente de cada..
Destinação de Rcursos: Identificação dos itens de despesas previstos,
ex. Premiação, Serviços de Pessoa Física, Jurídica, bem como os valores
de cada
 Os Municípios poderão optar por solicitar o recurso via Consórcio
Público desde de que que possuam previsão no seu protocolo de
intenções para atuar na área da cultura.

Será possível o remanejo do recurso durante a execução do plano

desde que justificáveis e respeitando o repasse previsto no Art 5º e
Art 8º da L.P.G.

Não obrigatoriamente o Plano de Ação deve conter todos os Incisos

do Art 6º e Art 8º, podendo ser optado entre eles e inclusive entre os
artigos, ou seja, não sendo obrigatório a execução de ambos, vale
lembrar que, abrindo mão da execução de os dos artigos, se abre
mão também do recurso destinado para essa execução
 Após o envio do plano de ação o ente
federativo deve acompanhar o status de
análise do mesmo, dentro da Plataforma
Mais Brasil, podendo ser Autorizado ou
devolvido para Complementação.
Para os planos autorizados o repasse do
recurso deve acontecer em até 90 dias da
data de publicação da L.P.G.
Terceiro Passo:
Adequação Orçamentária e
Regulamentação
 Adequação Orçamentária :
Art. 11º. Dos recursos repassados aos Municípios na forma prevista nesta
Lei Complementar, aqueles que não tenham sido objeto de adequação
orçamentária publicada no prazo de 180 dias, contado da data da
descentralização, deverão ser automaticamente revertidos aos respectivos
Estados.
Art. 12º. Dos recursos repassados aos Estados e ao Distrito Federal na
dorma prevista nesta Lei Complementar, observando o disposto no art. 11,
aqueles que não tenham sido objeto de adequação oramentária publicada no
prazo de 120 dias, contado da data da desentralização realizada pela União,
serão restituídos na forma e no prazo previsto no regulamento.
Ou seja os entes federativos devem nesse momento adequar
a sua Lei Orçamentária Anual, adicionando o crédito
extraordinário utilizando os itens de despesas previstos em
seu plano de ação.
Nessa hora é importante verificar junto aos setores jurídicos
e contábeis a necessidade de envio da aqueação para a
poder legislativo, caso seja preciso é importante que seja
feita da maneira mais acertiva possível, pois uma alteração
demandará um tempo que pode não dispor.
 E sobre a regulamentaão?
Fica evidente a partir desde momento que a sociedade civíl
não deve estar apenas em carater representativo, mas sim
participativo.
E como dito, esses passos caminham juntos, então, a
regulamentação não deve vir depois da adequação
orçamentária, ambas devem ser construidas com essa
participação.
Mas, o que é a regulamentação?
 A regulamentação é um documento, publicado via decreto
em diário oficial que diz exatamente os tramitês que a L.P.G.
terá dentro do ente federativo, o objetivo da mesma é
mostrar a tranparência do processo além de dar
publicidade as ações, na regulamentação deve conter:
Informações a respeito das comissões, comitês, fóruns e
reuniões previstas, o valor recebido, as divisões entre os
incisos que serão executados, a unidade orçamentária,
entre outras informações que detalhem todo a execução
dentro do ente.
 Quarto Passo:
Elaboração dos instrumentos para
repasse de recursos
Os instrumentos para repasse dos recursos são os caminhos
que o ente federativo usará para promover as ações de
transferência aos beneficíarios, podem ser chamadas
públicas, prêmiações, credenciamentos, dentre outras
modalidades.
O ente federativo poderá escolher sobre a captação do
recurso baseado em duas linhas básicas, apoio ao
Audiovisual e/ou demais Segmentos Artisticos-culturais.
Os instrumentos para repasse dos recursos são os caminhos
que o ente federativo usará para promover as ações de
transferência aos beneficíarios, podem ser chamadas
públicas, prêmiações, credenciamentos, dentre outras
modalidades.
O ente federativo poderá escolher sobre a captação do
recurso baseado em duas linhas básicas, apoio ao
Audiovisual e/ou demais Segmentos Artisticos-culturais.
 Art. 6º. Para dar cumprimento ao disposto no caput fo art 5º desla Lei Complementar, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios deverão desenvolver ações emergenciais por meio de editais,
chamamentos públicos, prêmios ou outras formas de seleção pública simplificadas para:
I - O apoio a produções audiovisual, de forma exclusiva ou em complemento a outras formas de
financiamento, incluive aquelas com origem em recursos públivos ou financiamento estrangeiro.
II - O apoio a reformas, restauros, manutenção e funcioamento de salas de cinema, incluindo a
adequação a protocolos sanitários relativos à pandemia da COVID-19, sejam elas públicas ou privaas,
bem como cinemas de rua e cinemas itinerantes.
III - A capacitação, a formação e a qualificação no audiovisual, o apoio a cineclubes e à realização de
festivais e mostras de produções audiovisuais, preferencialmente por meio digital, bem como a
realizaão de rodadas de negócios para o setor audiovisuais, ou ainda o apoio a observatórios,
publicações especializadas e pesquisas sobre audiovisual e ao desenvolvimento de cidades de locaão
IV - O apoio às micro e pequenas empresas do setor audiovisual, aos serviços independentes de vídeo
por demanda cujo catálogo de obras seja composto por pelo menos70% de produções nacionais, ao
licenciamento de produções audiovisuais nacionais para exibição em TVs públicas e à distribuição de
produões produções audiovisuais nacionais
 Os beneficiários do referido artigo devem apresentar uma
contrapartida social, a mesma deve ser pactuada com o ente
federativo, assim como o seu prazo de execução, a mesma
deve ser gratuita e deve assegurar acessibilidade aos
grupos com restrições, bem como o direcionamento para a
rede de ensino local.
Em caso de salas de cinemas, como contrapartida, estarão
obrigadas a exibir obras nacionais em um número de dias
10% superior ao estabelecido pelo Decreto n º10.190, de 24
de dezembro de 2019, respeitando o edital ou regulamento
do ente federativo que foram selecionados.

 Os municípios executarão os Incisos I, II e III do Art 6º,

ficando o Inciso IV do referido artigo para execução
exclusiva dos Estados e Distrito Federal.

A distribuição proporcional dos recusros entre os incisos está

prevista no Art 5º, o governo federal irá informar a divisão
exata entre os municípios, estados e distrito federal, bem
como a utilização nos artigos e incisos previstos, porém,
caso deseje receber uma estimativa com o valor para seu
município, basta clicar
AQUI.
Art. 8º. § 1º Os recursos previstos neste artigo serão destinados a ações emergenciais direcionadas
ao setor cultural por meio de editais, chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços
vinculados ao setor cultural ou outras formas de seleção pública simplificadas para:

I – o apoio ao desenvolvimento de atividades de economia criativa e de economia solidária;

II – o apoio, de forma exclusiva ou em complemento a outras formas de financiamento, a agentes, a
iniciativas, a cursos ou produções ou a manifestações culturais, inclusive a realização de atividades
artísticas e culturais que possam ser transmitidas pela internet ou disponibilizadas por meio de redes
sociais e outras plataformas digitais e a circulação de atividades artísticas e culturais já existentes; ou
III – o desenvolvimento de espaços artísticos e culturais, de microempreendedores individuais, de
microempresas e de pequenas empresas culturais, de cooperativas, de instituições e de organizações
culturais comunitárias que tiveram as suas atividades interrompidas por força das medidas de
isolamento social determinadas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
 Os beneficiários do referido artigo deverão garantir
contrapartidas sociais acordadas em execução e prazo com o
ente federativo que repassou o recurso, sendo essas atividades
destinadas a escolas públicas, exibições online garantindo a
intereção popular, exibições públicas com distribuição gratuita
de ingressos.
Farão jus ao subsídio de espaços culturais todos os espaços
organizados e mantidos por pessoas, organizações da
sociedade civil, empresas culturais, oranizações comunitárias,
cooperativas com finalidade cultural e instituições culturais,
com ou sem fins lucrativos, que sejam dedicados a realizar
atividades artísticas culturais.

 Informações adiconais sobre os instrumentos de

repasse de recurso
No texto de todos os instrumentos utilizados deve conter sobre a
incidência de impostos

Projetos que contenham recursos de acessibilidade voltados à

pessoas com deficiência devem receber no mínimo 10% a mais do que
o valor originalmente previsto para o apoio a projetos no geral

Os entes federativos deverão estimular projetos que incluam

mensagens educativas de combate à pandemia do COVID 19

 Informações adiconais sobre os instrumentos de

repasse de recurso
Os entes federativos deverão assegurar o estímulo à participação e
protagonismo de mulheres, negros, indígenas, povos tradicionais,
populações nômades, pessoas do segmento LGBTQIA+, pessoas com
deficiência e outras minorias

Em caso de premiações em reconhecimento a personalidades ou a

iniciativas de relevância no ente federativo, a realização da
contrapartida NÃO será obrigatória.

 Informações adiconais sobre os instrumentos de

repasse de recurso

Não poderá ser efetuado repasse da L.P.G à beneficiários que

usufruam de quaisque ações emergenciais da LEI ALDIR BLANC caso a
previsão de repasses da L.P.G implique duplicidade de ajuda
financeiranos mesmos meses de competência.

Sobre a previsão da prestação de contas apresentada nos

instrumentos de repasse, poderá ser:
IN LOCO
Para apoios menores de R$ 200.000,00. a utilização deta categoria está
condicionada ao juízo de conveniência e oportunidade realizado pela
administração pública, designando um agente público responsável para
elaborar relatório de visita de verificação

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO
Elaborados pelo beneficiário que deve comprovar a execução do objeto
pactuado

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA:

Quando não estiver comprovado o cumprimento do objeto e/ou quando for
recebida pela administraão pública denúncia de irregularidade
 CONSIDERAÇÕES

FINAIS:
É vedado aos entes da Federação utilizar os recursos provenientes da
L.P.G. para o custeio exclusivo de suas políticas e programas
regulares de apoio à cultura e às artes, permitido suplementar, com
recursos oriundos desta Lei Complementar, editais, chamamentos
públicos ou outros instrumentos e programas de apoio e
financiamento à cultura já existentes nos Estados, no Distrito Federal
e nos Municípios, desde que eles mantenham correlação com o
disposto na L.P.G. e que mantenham, com recursos de orçamento
próprio, no mínimo, o mesmo valor aportado em edição anterior, e
desde que tais editais, chamamentos públicos ou outros instrumentos
sejam devidamente identificados como tendo suplementação de
recursos oriundos da L.P.G.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A L.P.G. é uma lei emergencial, por tanto sua execução deve ser
simplificada e focada em minimizar os impactos da pandemia do
COVID 19 no setor artístico e cultural,

 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Todas as informações contidas nessa tutorial levam em

consideração os dispostos na Lei Paulo Gustavo e com base nos
tramitês tradicionais de repasses do tipo.
O objetivo desse material é servir como um guia orientador para
facilitar a implementação e execução da L.P.G.
Caso haja alguma alteração no processo de repasse e
entendimento, seguindo este tutorial, basta adaptar o ponto em
questão e continuar os procedimentos.

SOBRE O AUTOR:

Shaolin Barreto é músico, assessor e consultor

em políticas públicas de culturas com ênfase
municipalista, atuou ativamente no processo
de implementação da Lei Aldir Blanc,
auxiliando diversos municípios brasileiros e
baianos.
Possui experiência em gestão municipal,
conselhos de cultura, programas estaduais e
elaboração e execução de projetos.
Para contato direto, dúvidas e sugestões:

https://www.instagram.com/shaolinbarreto