Autoriza a utilização dos recursos originalmente arrecadados e
destinados ao setor cultural identificados como superávit financeiro apurado em balanço das fontes de receita vinculadas ao Fundo Nacional da Cultura (FNC) e Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Destina R$3,862 bilhões para aplicação em ações emergenciais
que visem a combater e mitigar os efeitos da pandemia da covid- 19 sobre o setor cultural.
As ações executadas serão realizadas em consonância com o
Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa.
E por que cerca de 70% dos recursos são
destinados para o audiovisual?
Devido ao fato de que estes quase
R$3 bilhões estão alocados no Fundo Setorial do Audiovisual, provenientes de diferentes fontes do setor (como o CONDECINE), e não podem ser transferidos para outros setores.
Entretanto, é importante destacar
que o audiovisual é uma linguagem que interage com diferentes linguagens em seu processo de criação e produção (literatura, artes cênicas, música, artes visuais etc). Como será a participação social e a governança na implementação da LPG?
A Lei obriga a promoção de
discussão e consulta à comunidade cultural e aos demais atores da sociedade civil sobre parâmetros de regulamentos, editais, chamamentos públicos, prêmios ou quaisquer outras formas de seleção pública relativos aos recursos.
A participação deve se dar por
meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas ou de reuniões técnicas com potenciais interessados em participar de chamamento público, sessões públicas presenciais e consultas públicas, desde que adotadas medidas de transparência e impessoalidade, cujos resultados deverão ser observados na elaboração dos instrumentos de seleção de que trata este parágrafo. Como deverá ser o Plano de Ação?
Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão manifestar o interesse em receber os recursos destinados ao audiovisual (e quais incisos) e/ou os recursos destinados às multilinguagens.
As ações emergenciais previstas no
plano de ação poderão ser remanejadas ao longo de sua execução.
Qual será o papel da sociedade civil?
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão promover a
discussão e a consulta junto à comunidade cultural e aos demais atores da sociedade civil sobre parâmetros de regulamentos, editais, chamamentos públicos, prêmios ou quaisquer outras formas de seleção pública relativa aos recursos da lei, seja por meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas ou reuniões técnicas com potenciais interessados em participar do chamamento público, sessões públicas presenciais e consultas públicas, desde que adotadas medidas de transparência e impessoalidade. PREPARAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO Passo-a-passo:
1-Preparação do ente federativo
2-Manifestação de interesse 3-Adequação Orçamentária e Regulamentação 4-Elaboração dos instrumentos para repasse de recursos
Nesse momento é importante que os gestores entendam que,
mesmo sendo uma ação da pasta da cultura, é importante o diálogo direto e constante com os setores jurídicos e contábeis do poder público, bem como a participação da sociedade civil, seja por meio do Conselho de Cultura ou um Comitê criado especificamente para esse fim. E a partir desse diálogo será possível seguir para os próximos passos.
Acesso ao recurso pelos Estados e Municípios:
Para ter acesso ao recurso, Estado e Municípios deverão
manifestar interesse em receber sua parcela prevista nos artigos 5º e 8º desta Lei Complementar, ou somente os valore previstos no artigo 5º ou no artigo 8º, junto à Plataforma TransfereGov (antiga plataforma + Brasil), quando esta abrir o acesso para a solicitação.
Após a abertura de acesso pela Plataforma TransfereGov,
Estados, o Distrito Federal e os Municípios apresentarão, em até 60 dias, o plano de ação para solicitar os recursos previstos no art. 5º e no art. 8º, conforme a escolha de que trata o § 3º deste artigo. O Plano de Ação deverá ser preenchido na Plataforma TransfereGov, indicando os seguintes campos:
- Dados Básicos: Informações do Município, Dados Bancários,
Justificativa, Objetivo, Valor, Vigência e Fundo Vinculado. - Metas: Informações sobre metas e ações que serão executadas pelo ente federativo bem como o valor correspondente de cada. - Destinação de Recursos: Identificação dos itens de despesas previstos, ex. Premiação, Serviços de Pessoa Física, Jurídica, bem como os valores de cada.
Não é obrigatório que o Plano de Ação contenha todos os incisos
do Art. 5º e Art. 8º, ou seja, o ente federativo pode optar entre eles e, inclusive, entre os artigos, não sendo obrigatória a execução de ambos. Vale lembrar que, abrindo mão da execução de um dos artigos, se abre mão também do recurso destinado para essa execução.
Após o envio do Plano de Ação o ente federativo
deve acompanhar o status de análise do mesmo, dentro da Plataforma TransfereGov. Como resposta da plataforma, o plano pode ser autorizado ou devolvido para complementação. Para os planos autorizados, o repasse do recurso deve acontecer em até 90 dias. Mas e a Regulamentação da Lei, quando sai?
Segundo as últimas informações oficiais, extraídas das Plenárias já
realizadas em alguns Estados, o cronograma atual prevê o seguinte:
- A regulamentação federal deverá sair no início do mês de abril;
- Abre a Plataforma TransfereGov em abril (novo nome da antiga
Plataforma Brasil);
- Estados e Munícipios terão prazo de 60 dias para apresentarem
seus Planos de Ação de uso dos recursos (quanto antes apresentarem, mais rápido recebem o recurso);
- A partir do recebimento do recurso, começam a contar os prazos
da Lei PG, que são: ▫️ 60 dias pra adequação e ajuste aos Planos de Ação (caso necessite) ▫️ 120 pra Estados e 180 dias para municípios realizarem adequação orçamentária.
Alguns links importantes sobre a lei:
Comitê Paulo Gustavo no Instagram
Lei Paulo Gustavo - LEI Nº 195 DE 08/07/22
Tabela de Repasses por Município
07 O QUE JÁ PODEMOS FAZER ANTES DA REGULAMENTAÇÃO?
Municípios e os Estados, assim como o
Distrito Federal, já podem adiantar:
A - Processos de escutas, e/ou criar
mecanismos que garantam a participação efetiva da sociedade civil em toda implementação e na execução da LPG (a Lei exige essa escuta);
B - Atualizar seus cadastros na
Plataforma TransfereGov;
C - Entregar a prestação de contas da
Lei Aldir Blanc 1 e/ou justificar devidamente sua ausência/impossibilidade desta entrega;
D - Iniciar, após as oitivas, a elaboração
das minutas do Plano de Ação e dos Editais.
Os Fazedores/as de Cultura já podem
adiantar:
A - Contribuir para a implementação da
LPG na sua cidade, estado ou região propondo e/ou participando das oitivas;
B - Realizar cursos gratuitos, no youtube
por exemplo (assim como eventualmente contratar especialistas de confiança), sobre a elaboração, execução e toda gestão de projetos culturais. Contatos